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Prática de Ensino em Educação Infantil Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Lucimary Bernabé Pedrosa de Andrade Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Prática Docente na Educação Infantil • Prática Docente na Educação Infantil. • Conhecer as especifi cidades da prática docente com crianças de 0 a 5 anos; • Discutir sobre a importância das disciplinas de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na formação do professor; • Refl etir sobre a identidade e o perfi l do professor de educação infantil. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Prática Docente na Educação Infantil UNIDADE Prática Docente na Educação Infantil Contextualização da Unidade Orientações preliminares para o estudo desta unidade Nos cursos de formação de professores, é muito comum as indagações dos alunos sobre quando começarão a vivenciar o que estão aprendendo na prática e quando entrarão em contato direito com o cotidiano da escola e da sala de aula. Juntamente com a disciplina Estágio Supervisionado, a disciplina Prática de Ensino assume, no currículo dos cursos de formação de professores, a tarefa de possibilitar ao futuro professor os conhecimentos teóricos e práticos necessários para o exercí- cio da docência. Nesta unidade, vamos discutir sobre a prática docente na educação infantil e a contribuição da disciplina de prática de ensino para que o aluno possa realizar futuramente uma docência de qualidade, assegurando os princípios educa- tivos necessários ao desenvolvimento das crianças. Durante o estudo desta unidade, você terá um momento com o professor res- ponsável da disciplina por meio de uma webconferência. Nessa ocasião, serão abordados aspectos importantes da prática docente na educação infantil e como as disciplinas Prática de Ensino e Estágio Supervisionado se articulam para fornece- rem ao aluno os conhecimentos necessários para que ele seja capaz de conhecer e intervir na realidade escolar. Algumas indicações de artigos, livros, e-books e vídeos serão disponibilizados no material de apoio para que você possa se aprofundar em questões que perpassam o cotidiano do trabalho do professor em creches e pré-escolas. Após esse percurso, você deverá entrar em contato direto com uma instituição de educação infantil, creche ou pré-escola para realizar uma entrevista a um(a) professor(a). Para isso, você receberá um roteiro com questões para a entrevista e orientações de como fazer a devolutiva da atividade para o tutor da disciplina. A importância da prática de ensino na formação do professor Várias pesquisas realizadas sobre a formação docente têm revelado a fragilidade da formação inicial dos professores, tendo em vista que a maioria dos currículos dos cursos de formação superior está fundamentada em modelos nos quais os estudos teóricos estão desarticulados das práticas educativas, impossibilitando aos graduan- dos experiências formativas, a partir das situações concretas do exercício do traba- lho docente. A prática profissional é construída por saberes teóricos e experienciais na vivência da prática e por meio da constante reflexão dessa prática. Portanto, durante a formação acadêmica, o aluno também precisa vivenciar situações da prática docente, e o estágio é um importante momento para que a relação entre teoria e prática aconteça. No decorrer do estágio, o futuro professor observará a prática docente e será capaz de relacioná-la com as discussões teóricas trazidas nas 8 9 disciplinas do curso, como também fazer o movimento inverso de trazer as situa- ções e aprendizagens do campo de estágio para a sala de aula na Universidade. A prática docente não pode ser meramente a cópia de modelos estabelecidos, mas sim a criação constante de um saber fazer, o que requer do professor conhe- cimentos e competências específicos ao campo de atuação, uma formação inicial adequada e uma formação continuada ao longo da vida profissional. Assim sendo, a disciplina Prática de Ensino deverá garantir que o aluno seja capaz de fazer uma leitura da realidade escolar vivenciada no estágio, interpretá-la a partir de conhecimentos teóricos e, juntamente com os saberes de outras discipli- nas do curso, construir a sua prática docente, por meio de um exercício constante de ação e reflexão do agir profissional. A construção da prática docente na educação infantil O que significa ser professor de educação infantil e quais as habilidades, compe- tências e conhecimentos necessários para o exercício da docência com crianças de 0 a 5 anos de idade? É preciso que a atuação dos professores de educação infantil supere as práticas assistencia- listas e domésticas que, por muito tempo, estiveram presentes no cotidiano das instituições de educação infantil, especialmente nas creches. Portanto, é fundamental uma formação profissional adequada permeada por diferentes saberes científicos e pedagógicas que possi- bilitem a compreensão do desenvolvimento infantil e de como as crianças aprendem e cons- troem conhecimentos sobre o mundo ao seu redor. Ex pl or Primeiramente, é importante entendermos que a prática docente na educação infantil é construída a partir da visão que se tem das crianças, do papel das insti- tuições de educação infantil e do que seja educação infantil. A concepção que se tem hoje do que seja educar os bebês e as crianças pequenas foi sendo constru- ída ao longo da história a partir dos conhecimentos teóricos produzidos sobre o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças e fundamentada em legislações sobre a infância. A criança é reconhecida como sujeito social e histórico, detentora de direitos e produtora da cultura (BRASIL, 2010). Portanto, as práticas pedagógicas nas creches e pré-escolas precisam garantir às crianças exercerem essa condição de sujeito social, que chamamos de protagonistas. Esse entendimento da condição da criança cidadã contrapõe-se à ideia da criança como um ser frágil, sem co- nhecimento, passivo e em constante espera do adulto para agir. O professor de educação infantil terá à sua frente crianças que, desde bem pequenas, pensam e constroem conhecimentos, possuem vontades e desejos próprios, observam, questionam e levantam hipóteses sobre o mundo. 9 UNIDADE Prática Docente na Educação Infantil As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2010) sustentam uma concepção de criança como sujeito de direitos e que se desenvolve nas múltiplas interações que ela vai experimentando no mundo social. Para ter acesso ao material completo das Diretrizes Curri- culares Nacionais para Educação Infantil. Disponível em: http://bit.ly/38EtkV7 Ex pl or Assim sendo, espera-se que o professor de educação infantil, no exercício da sua docência, promova a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, o que implicará uma intencionalidade de sua prática educativa e na organização de um ambiente que promova a interação das crianças com o mundo físico e social. A prática docente na educação infantil assume particularidades dessa etapa da vida das crianças, como a questão dos cuidados básicos, a relação de afetividade, a ludicidade e a articulação entre o cuidar e o educar. Dentre os documentos do Ministério da Educação sobre a educação infantil, é no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil que é apresentada a deno- minação de polivalente para o professor de educação infantil. Podemos entender por polivalente a capacidade de o professor desenvolver uma gama de conteúdos que possam atender desde os cuidados básicos até a construção de conhecimentos de várias áreas do saber garantindo, sobretudo, o desenvolvimento pleno das crian- ças (BRASIL, 1998). O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que cabe ao pro- fessor trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos pro- venientes das diversas áreas do conhecimento. Essecaráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve se tornar, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a ava- liação. (BRASIL, 1998, v.1, p.41) Isso implica uma ampla formação profissional e um aperfeiçoamento constante, um trabalho interdisciplinar com os demais profissionais da instituição e integração com as famílias das crianças atendidas. Requer constante reflexão do trabalho, exercí- cio fundamental para a qualidade do projeto educacional, que deverá ocorrer através da observação, do registro, do planejamento e da avaliação da prática profissional. 10 11 As especificidades do trabalho docente com crianças de 0 a 5 anos Podemos compreender que o papel do professor de creches e pré-escolas deve ser o de organizar ambientes e situações que contribuam para que as crianças exer- çam a inteligência, os afetos e sentimentos, construindo conhecimentos e valores, vivendo e convivendo ativa e construtivamente. Compete ao professor ser também o mediador no processo de construção do conhecimento da criança, possibilitando ambientes e experiências que proporcio- nem as interações e brincadeiras (OLIVEIRA, 2012). A mediação pedagógica é relação fundamental para que o professor possa criar situações de aprendizagens, por meio do ambiente, materiais e objetos que favoreçam a criança em ser sujeito ativo, pensante, experimentar experiências, entrar em contato com a cultura e com as diferentes linguagens. Dessa forma, é necessário que o professor rompa com práticas rotineiras e improvisadas que desvalorizam a condição da criança como sujeito ativo e aprendente. Criar mediações de aprendizagens significa um movimento de ação, reflexão e avaliação constante do trabalho do professor que pode ser permeado pelas se- guintes indagações: o que as crianças sabem? O que é importante que as crianças aprendam? Como enriquecer as experiências de aprendizagens? O que é preciso melhorar na organização do trabalho pedagógico para promover o desenvolvimen- to infantil? Compreender o papel dos profissionais da educação infantil significa entender que a prática docente deverá ser concretizada no âmbito do “cuidar e do edu- car”, comprometida com os direitos fundamentais das crianças e no oferecimen- to de espaços acolhedores, criativos e seguros, os quais criem oportunidades de aprendizagem e experiências com os saberes e as linguagens de nossa sociedade (OLIVEIRA, 2012). Também é preciso criar práticas pedagógicas que respeitem as particularidades do desenvolvimento infantil e que estejam permeadas por vínculos afetivos, pelas interações e pela ludicidade. 11 UNIDADE Prática Docente na Educação Infantil Prática Docente na Educação Infantil Estabelecer uma rotina produtiva Nesta reportagem da Revista Nova Escola, são abordados aspectos importantes da prática do professor de educação infantil na organização da rotina e na articulação das dimensões do cuidar e do educar. Disponível em: http://bit.ly/3bFvJ3J ALBUQUERQUE, S. S.; FELIPE, J.; CORSO, L. V. Para pensar a docência na educação in- fantil. Porto Alegre: Evangraf, 2019. (e-book). Este livro apresenta uma coletânea de textos sobre a docência na educação infantil organizada pelo Curso de Especializa- ção em Educação Infantil da Faculdade de Educação da UFRGS em parceria com o MEC. Disponível em: http://bit.ly/3bCQ5dD Ex pl or O perfil do educador infantil Neste vídeo, a professora Maria Malta Campos, da Fundação Carlos Chagas, discute sobre a formação e o perfil do professor de crianças pequenas. Disponível em: https://youtu.be/o4WcvH-2IbI Ex pl or 12 13 Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Funda- mental. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998. v. 1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ar- quivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 21 jan.2020. ________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes cur- riculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB,2010. Disponí- vel em: <https://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2020. ________. Práticas Cotidianas na Educação Infantil – Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: MEC, SEB, DICEI, Faculdade de Educação Uni- versidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2020. OLIVEIRA, Z. (Org.). O Trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012. 13 Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Lucimary Bernabé Pedrosa de Andrade Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Função e Princípios da Educação Infantil • Função e Princípios da Educação Infantil. • Conhecer os princípios pedagógicos que devem reger a organização dos ambientes e das experiências de aprendizagens nas instituições de educação infantil; • Desenvolver uma prática educativa que articule o cuidar, o educar, as interações e a ludicidade . OBJETIVOS DE APRENDIZADO Função e Princípios da Educação Infantil UNIDADE Função e Princípios da Educação Infantil Contextualização Orientações Preliminares para o Estudo da Unidade A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), a edu- cação infantil foi reconhecida como primeira etapa da educação básica e as creches e pré-escolas, designadas instituições de educação infantil, assumiram o compromisso com o processo educativo das crianças de 0 a 5 anos de idade. Porém, nem sempre essas instituições foram legitimadas por suas funções formativas e educativas por traze- rem em suas histórias marcas de projetos assistencialistas e ou modelos escolarizantes. A história das instituições de atendimento às crianças pequenas revela uma po- larização entre o cuidar e o educar. As creches, instituições educativas de atendi- mento as crianças de 0 a 3 anos de idade, foram, por muito tempo, reconhecidas apenas como espaços de assistência, destinadas ao amparo, proteção e guarda das crianças empobrecidas, enquanto a pré-escola, destinada as crianças de 4 a 5 anos, sempre teve uma proposta educativa, o que, às vezes, limitava-se a modelos escolarizantes, compensatórios e ou preparatórios para as etapas seguintes de es- colarização (ANDRADE, 2009). “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos e privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.” (BRASIL, 2009) Com o atual quadro que rege a educação infantil em nosso país, em especial com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e com as Diretrizes Curriculares Nacionais para educação infantil (DCNEI, 2010), as instituições de educação infantil assumem uma função sociopolítica e pedagógica, o que impli- cará o compromisso dessas instituições em oferecer uma educação de qualidade, de forma que todas as crianças possam ter acesso à educação, usufruir de espaços organizados, adequados, com profissionais qualificados e com uma proposta peda- gógica que lhes assegure o pleno desenvolvimento das potencialidades. Durante o estudo desta unidade, você terá acesso a um podcast realizado por pes- quisadores e professores da educação infantil sobre a função da educação infantil, sua trajetória histórica, os desafios para identidade educativadas instituições de educação infantil, em especial das creches, e os princípios pedagógicos da educação infantil. Algumas indicações de artigos, livros, e-books e vídeos serão disponibilizados no material de apoio para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. 8 9 Após esse percurso, você deverá entrar em contato direto com uma instituição de educação infantil, creche ou pré-escola, para realizar um diagnóstico dos princípios pedagógicos presentes na prática docente. Para isso, será disponibilizado um for- mulário com indicadores a serem avaliados. A cada indicador avaliado, o aluno de- verá justificar o critério escolhido para avaliação, considerando o que foi observado. O formulário devidamente preenchido deverá ser postado no portfólio. A Função da Educação Infantil De acordo com as DCNEI (2010), as instituições de educação infantil devem cumprir uma função sociopolítica e pedagógica, reconhecendo o cuidar e o educar como finalidades dessa primeira etapa da educação básica. O entendimento da função sociopolítica requer que os espaços das creches e pré-escolas estejam comprometidos com uma educação que assegure a cidadania das crianças, formem novas formas de subjetividades e de sociabilidade, nos quais as crianças aprendem a conviver de forma solidária e coletiva, exercitem a partici- pação social, desenvolvam a autonomia e aprendam o respeito à pessoa humana e ao meio ambiente (BRASIL, 2009). Para isso, os profissionais da educação infantil terão o desafio de implementar ações que instiguem as crianças a serem sujeitos ati- vos, a expressarem seus sentimentos, a enfrentarem os conflitos, a desenvolverem a autoconhecimento e ampliarem seus conhecimentos da cultura (OLIVEIRA, 2012). Em relação à dimensão pedagógica, é essencial assegurar que as propostas pe- dagógicas das instituições de educação infantil tenham como eixos estruturantes o cuidar, o educar e o brincar. Ao pensarmos na elaboração dos conteúdos curriculares na educação infantil, tão ou mais importante que buscarmos respostas sobre o que ensinar é o questio- namento sobre como esses conteúdos e conhecimentos contribuirão no desenvolvi- mento e na vida das crianças. Segundo Kramer (2003), o pedagógico na educação infantil diz respeito às experiências que serão oferecidas às crianças tanto com o conhecimento científico, quanto com a arte, com a linguagem, a música, com a dança e com a literatura. Portanto, o pedagógico é construído nas interações entre as crianças e os adul- tos e as crianças e o mundo físico e social. O trabalho pedagógico em educação infantil, da maneira como o enten- do, não precisa ser feito sentado em carteiras, o que caracteriza o tra- balho pedagógico é a experiência com o conhecimento científico e com a literatura, a música, a dança, o teatro, o cinema, a produção artística, histórica e cultural que se encontra nos museus, a arte. Esta visão do que é pedagógico ajuda a pensar um projeto que não se configura como esco- lar, feito apenas na sala de aula. O campo pedagógico é interdisciplinar, inclui as dimensões ética e estética. (KRAMER, 2003, p. 60) 9 UNIDADE Função e Princípios da Educação Infantil Princípios Pedagógicos da Prática Docente na Educação Infantil Cuidar e Educar As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) dispõem que creches e pré-escolas são espaços institucionais para os cuidados e educação das crianças. Assim, o cuidar e o educar são funções indissociáveis na educação infantil. O cuidar, enquanto dimensão integrante da proposta pedagógica das instituições infantis, manifesta-se através de procedimentos específicos em relação à criança, com base no afeto, em conhecimentos variados das ciências e também por crenças e valores em relação ao desenvolvimento infantil (BRASIL, 1988). No trabalho pedagógico, o cuidar de crianças pequenas significa atender às suas necessidades físicas e biológicas, como a troca de fraldas, a alimentação, a atenção às suas necessidades de segurança (espaço tranquilo, seguro em relação a possí- veis acidentes) e necessidades afetivas. É preciso desmistificar a ideia de que os cuidados são necessários apenas aos bebês e às crianças pequenas, o que, muitas vezes, desvaloriza o trabalho do professor de creche. Cuidar e educar são funções indissociáveis, ou seja, um não acontece sem o outro, pois, en- quanto se cuida, educa-se e vice-versa. O professor, ao trocar uma fralda, está cuidando, mas, ao mesmo tempo, está interagindo, conversando com o bebê, estimulando a sua linguagem e a sua sociabilidade. Também é importante entender que cuidar e educar são importantes em todas as etapas da escolarização, visto que ambos humanizam o processo educativo. Ex pl or O cuidado com as crianças, ou seja, o compromisso em assegurar o seu desen- volvimento, manifesta-se, ainda, na maneira como o professor organiza o trabalho pedagógico, prepara uma atividade, disponibiliza os materiais que serão utilizados pe- las crianças, planeja os espaços destinados às brincadeiras, enfim, como organiza o tempo e o espaço na rotina das instituições de educação infantil (ANDRADE, 2009). É importante destacar que, na educação infantil, o educar acontece em um momento específico do desenvolvimento e da educação do ser humano, portanto, deve-se considerar a especificidade da ação educativa para o desenvolvimento das crianças. Educar não é introduzir a criança em um modelo escolarizante, com ativi- dades apostiladas ou preparatórias para a alfabetização. Educar é proporcionar às crianças experiências de aprendizagens nas quais se desenvolvam de forma integral e adquiram competências necessárias para as aprendizagens futuras. 10 11 Importante! “Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capaci- dades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emo- cionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis”. (BRASIL, 1998, p. 23) . Trocando ideias... Brincar Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998) explici- tam o direito das crianças nas instituições de educação infantil enfatizando o brin- car – os jogos e as brincadeiras como recursos fundamentais para a construção da identidade, da autonomia e das diferentes linguagens das crianças. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010), as práticas pedagógicas das instituições de educação infantil devem ter como eixos norteadores as interações e as brincadeiras. O brincar é essencial ao desenvolvimento das crianças por se constituir como for- ma particular de expressão, de pensamento, de interação e de comunicação social. Importante! “A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento da criança pequena para acionar e desenvolver processos psicológicos, particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com diferentes linguagens, de representar o mundo por ima- gens, de tomar o ponto de vista de um interlocutor e ajustar seus próprios argumentos por meio do confronto de papéis que nele se estabelece, de ter prazer e de partilhar situações plenas de emoção e afetividade.” (OLIVEIRA, 2005, p. 231). Trocando ideias... Porém, nem sempre o brincar é viabilizado de forma adequada no planejamento docente. É comum nas instituições de educação infantil que os momentos das brinca- deiras aconteçam sem intervenção do professor, como se brincar fosse apenas o mo- mento do parque ou de livres interações entre as crianças. Brincar é uma ação cultural, e a criançaaprende a brincar sendo necessários espaços e materiais lúdicos para que as brincadeiras aconteçam e promovam a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. 11 UNIDADE Função e Princípios da Educação Infantil A prática docente na educação infantil precisa contemplar a ludicidade, pois brincar é um dos direitos básicos das crianças e deve ser garantido nas creches e pré-escolas. Os jogos e as brincadeiras acontecem de forma diversificada em cada faixa etá- ria, sendo importante que o professor conheça os tipos de brincadeiras e brinque- dos que devem ser oferecidos às crianças. O professor, ao organizar a sala e os materiais para a vivência dos jogos de papéis, como brincar de casinha, supermercado etc., favorece o desenvolvimento das crian- ças por meio da imaginação, da expressão dramática, da linguagem etc. Os jogos podem ser direcionados também para o desenvolvimento motor (jogos de encaixe), social (jogos de competição) e didáticos (jogos de memória). Piaget classificou os jogos correspondendo a um tipo de estrutura mental: • Jogo de exercício sensório-motor (período sensório-motor, do nascimento aos 2 anos); • Jogo simbólico (período pré-operatório, 2 aos 6 anos); • Jogo de regras (período operações concretas, a partir dos 7 anos). Ex pl or 12 13 Função e Princípios da Educação Infantil BRASIL. Brinquedos e Brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. Brasí- lia: MEC/SEB,2012. Disponível em: http://bit.ly/2V55BJL O manual tem a finalidade de orientar a seleção, a organização e o uso de brinquedos e brincadeiras nas creches e segue as orientações das DCNEI (2010). Apresenta com detalhes os tipos de brincadeiras e brinquedos adequados aos bebês (0 a 18 meses) e as crianças pequenas (1 ano a 3 anos e 11 meses). Ex pl or Educação Infantil: cuidar, educar e brincar. Neste vídeo, as especialistas em educação infantil Beatriz Ferraz e Tizuko Morchida Kishimoto analisam situações de cuidado, educação e brincadeira com crianças pequenas em creches e pré-escolas. Diponível em: https://youtu.be/RiFXduOjRUI Ex pl or 13 UNIDADE Função e Princípios da Educação Infantil Referências ANDRADE, L. B. P. Educação infantil: discurso, legislação e práticas institucio- nais [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Disponível em: <http://bit.ly/37zYg7t>. Acesso em: 9 jan. 2010. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Funda- mental. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998. v. 1-3. Disponível em: <http://bit.ly/3bDJiR0>.Acesso em: 15 jan. 2020. _______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes cur- riculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB,2010. Disponí- vel em: <http://bit.ly/2SAQia3>. Acesso em: 18 jan. 2020. KRAMER, S. Direitos da criança e projeto político pedagógico de educação infan- til. In: BAZILIO, L. C.; KRAMER, S. Infância, educação e direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2003. OLIVEIRA, Z. (Org.) O Trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012. 14 Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Lucimary Bernabé Pedrosa de Andrade Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil • Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil. • Compreender os objetivos pedagógicos que devem reger a organização curricular na Educação Infantil; • Conhecer as Legislações que fundamentam o currículo na Educação Infantil; • Desenvolver o planejamento de Práticas Educativas que favoreçam experiências de aprendizagens signifi cativas para o desenvolvimento das crianças. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil UNIDADE Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil Contextualização Orientações Preliminares para o Estudo da Unidade Nesta Unidade, vamos discutir sobre o Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil. É importante ressaltarmos que a maneira como pensamos e organizamos as Práticas Pedagógicas na Educação Infantil está diretamente relacionada à maneira como entendemos a criança, seu desenvolvimento e sua aprendizagem. O desenvolvimento e a aprendizagem das crianças pequenas ocorrem por meio de um intenso processo de interação com outras pessoas e com seu meio sociocul- tural. Portanto, com as experiências partilhadas com o outro e com o meio físico e social, a criança conquista e tem acesso a várias linguagens, que possibilitam a construção de conhecimentos sobre o mundo ao seu redor. Ao propormos a discussão acerca da elaboração do currículo para a Educação Infantil, é importante enfatizar que não “há receitas” para construirmos uma pro- posta curricular para as creches e para as pré-escolas. É necessário garantirmos a realidade cultural das crianças, das famílias, dos pro- fissionais e das instituições de Educação Infantil. O que devemos ter claro são os fundamentos teóricos, filosóficos, éticos, políti- cos e legais que melhor contribuam para a qualidade da Educação Infantil e para o desenvolvimento integral das crianças. No Material de Estudo, você encontrará indicações de Artigos, Vídeos e E-Books para poder se aprofundar em questões referentes ao Planejamento do Trabalho Pedagógico nas Instituições de Educação Infantil. Também será organizada pelo professor responsável pela Disciplina uma mesa redonda com profissionais da Educação Infantil para o debate acerca de questões atuais sobre o Planejamento e a Organização Curricular nas Instituições de Educa- ção Infantil. Como atividade de aprofundamento, você deverá realizar um Plano de Ativida- des baseado na BNCC, tendo como referência os vídeos e o Material de Apoio para a Atividade de Aprofundamento. O Currículo na Educação Infantil O que podemos entender por Currículo na Educação Infantil? O que as crianças devem aprender em creches e pré-escolas? Ao pensarmos na elaboração dos conteúdos curriculares na Educação In- fantil, tão ou mais importante que buscarmos respostas sobre o que ensinar, é 8 9 o questionamento sobre como esses conteúdos e conhecimentos contribuirão com o desenvolvimento e com a vida das crianças. Atualmente, temos diretrizes legais e produções científicas que orientam a elabo- ração, a implementação e a avaliação das Propostas Pedagógicas nas Instituições de Educação Infantil, como a Constituição Federal (1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2009). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece a Educação Infantil como direito das crian- ças, e apresenta definições quanto à/às/aos: a) Inserção desta etapa escolar como primeira etapa da Educação Básica; b) Incumbência dos municípios em oferecer esse atendimento; c) Objetivos; d) Organização; e) Formas de avaliação; f) Profissionais que nela atuarão. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2009) se constituem documento mandatório para elaborações das Propostas Curriculares de creches e pré-escolas, isto é, estabelecem os princípios básicos para a educação das crianças de 0-5 anos no país. Nos Artigos 3º e 4º, estabelecem, sobre o Currículo na Educação Infantil: Artigo 3º O currículo na Educação Infantil é concebido como um con- junto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças como os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, cientifico e tecnológico, de modo a promover o de- senvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. Artigo 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão consi- derar que a criança, centro de planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos, que nas interações, relações e práticas cotidianas que viven- cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia,deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói senti- dos sobre a natureza e a sociedade, produzindo culturas. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEI) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresentam uma proposta de Currículo orga- nizada por campos de experiências. Nessa proposta, compete ao professor de Educação Infantil a tarefa de ser o mediador entre as crianças e essas experiências, sejam elas lúdicas, sejam estéticas, de convivência, de experimentação, de linguagem etc. Essa definição de currículo é contrária a um modelo de Currículo que apenas pro- porcione às crianças atividades estanques, fragmentadas, de antecipação para etapas posteriores da Educação, ou que seja apenas baseado em datas comemorativas, sem aprofundamento no valor formativo das comemorações (OLIVEIRA, 2012). 9 UNIDADE Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil No Artigo 9º das DCNEI, o Inciso VIII determina que devem ser garantidas “[...] experiências que incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e a natureza” (BRASIL, 2009). Um aspecto importante é considerar a organização dos tempos e dos espaços na organização curricular das Instituições de Educação Infantil. As rotinas das crianças precisam contemplar ações de cuidados e Educação per- passadas pelas interações e ludicidade. Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil (RCNEI), a “Rotina representa a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, o tempo do trabalho educativo realizado com as crianças (BRASIL, 1998, p. 54). De acordo com os Referenciais, as modalidades de organização do tempo em creches e pré-escolas podem ser agrupadas em: atividades permanentes, sequên- cias de atividades e projetos de trabalho. Importante! • Atividades permanentes: ocorrem com regularidade (diária, semanal ou quinze- nal) e têm como objetivo familiarizar as crianças com determinadas experiências de aprendizagem. Asseguram seu contato com rotinas básicas para aquisição de certas competências, considerando que a constância do fazer possibilita a construção do co- nhecimento essencial pelas crianças; • Sequência de atividades: trata-se de um conjunto de propostas, com eventual or- dem crescente de dificuldade, em que cada passo permite que o outro seja realizado. Seu objetivo é trabalhar experiências mais específicas, aprendizagens que requerem aprimoramento com a experiência; • Projetos didáticos: seu planejamento tem objetivos claros, previsão de tempo, divisão de tarefas e avaliação final em função do que se pretende. Suas principais caracterís- ticas são a existência de um produto final e de objetivos mais abrangentes (OLIVEIRA, 2012, p. 94-5). Trocando ideias... A organização dos espaços físicos possibilita a leitura do Projeto Pedagógico da Instituição, pois o espaço não é neutro, traduz a cultura da infância, as representa- ções de crianças e de adultos que marcam esse espaço e pode, ainda, representar uma importante mensagem do projeto educativo (FARIA, 1998). A forma como o ambiente é arranjado pode dificultar ou favorecer as interações. O espaço deverá ser organizado visando a atender as necessidades e as poten- cialidades das crianças, permitindo as mesmas escolhas individuais ou coletivas e promovendo a autonomia. Uma das propostas é a organização do espaço em cantos, como da Biblioteca, da boneca, das linguagens, da fantasia, do conto etc. 10 11 Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil A primeira versão das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil foi aprovada em 1999, e propunha novas demandas para as Instituições de Educa- ção Infantil, especialmente, em relação às orientações curriculares e à elaboração de seus Projetos Pedagógicos. No ano de 2009, foi elaborada a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais, sendo fixada pela Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) articu- lam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios e fundamentos que deverão nortear a elaboração, o planejamento, a execução e a avaliação de Propostas Curriculares das Instituições de Educação Infantil, constituindo-se, portanto, num documento mandatário para creches e pré-escolas. As diretrizes reconhecem, assim, que as Instituições de Educação Infantil, creches e pré-escolas são espaços de construção da cidadania infantil, em que as ações cotidianas junto às crianças, devem, sobretudo, assegurar seus direitos fundamentais. Os espaços institucionais devem ser acolhedores, seguros, estimuladores, opor- tunizando aprendizagens e experiências múltiplas, respeitando as crianças em suas capacidades, necessidades e contribuindo para o desenvolvimento de suas potencialidades. As propostas pedagógicas, pautadas nos princípios éticos, políticos e estéticos, contemplam o compromisso da Educação Infantil com a Educação Social das crian- ças, no desenvolvimento de relações afetivas e na construção dos sentimentos de respeito, compreensão e solidariedade fundamentais para uma Sociedade mais humana e democrática. Essas propostas também apresentam a necessidade de reconstrução da rela- ção entre as famílias e as Instituições de Educação Infantil que, historicamente, foi permeada por uma concepção assistencialista, gerando ações preconceituosas e discriminatórias. Ao reconhecer a importância da qualidade do atendimento das Instituições de Educação Infantil, as diretrizes curriculares reafirmam a necessidade de qualificação dos profissionais envolvidos no trabalho educativo com as crianças. As diretrizes curriculares nacionais para Educação Infantil apresentam a visão da criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói senti- dos sobre a natureza e a Sociedade, produzindo cultura. 11 UNIDADE Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil As Práticas Pedagógicas deverão ser elaboradas tendo como referência a visão do Currículo como conjunto de práticas que possam articular os saberes das crian- ças com os conhecimentos culturais, tendo como eixos norteadores as interações e as brincadeiras. No Artigo 9º, são destacadas as experiências que devem ser proporcionadas pelas práticas pedagógicas. Veja a seguir. Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que: I – promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; II – favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; III – possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação coma linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos; IV – recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais; V – ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; VI – possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar; VII – possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade;VIII – incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; IX – promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de músi- ca, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura; X – promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da susten- tabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; XI – propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras; XII – possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e ou- tros recursos tecnológicos e midiáticos. Parágrafo único – As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelece- rão modos de integração dessas experiências (BRASIL, 2009) Mudanças da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil A Base Comum Curricular foi homologada em 20 de dezembro de 2017, e tem como suporte legal a Constituição Federal (1988), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2010) e o Plano Nacional de Educação (2014). 12 13 A BNCC está estruturada de modo a explicitar as competências que os alunos devem desenvolver ao longo de toda a Educação Básica e em cada etapa da escolaridade, como expressão dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes. Importante! Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exer- cício da cidadania e do mundo do trabalho. Em Síntese Segundo a BNCC, as crianças de 0 a 5 anos de idade precisam ter, nas creches e nas pré-escolas, assegurados seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, sendo que a intencionalidade da prática docente é essencial para que isso aconteça. Vejamos quais são esses direitos: • Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, uti- lizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas; • Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criati- vidade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cog- nitivas, sociais e relacionais; • Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realiza- ção das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando; • Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emo- ções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natu- reza, na Escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as Artes, a Escrita, a Ciência e a Tecnologia; • Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emo- ções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamen- tos, por meio de diferentes linguagens; • Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2017). Além dos direitos de aprendizagem e de desenvolvimento, a BNCC estabelece cinco campos de experiências para que as crianças aprendam e se desenvolvam. 13 UNIDADE Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil Entende-se, assim, que os conhecimentos são construídos a partir das experiên- cias que as crianças terão no cotidiano das Instituições de Educação Infantil, o que torna a mediação do professor fundamental nesse processo. Os campos de experiências são: O Eu, o outro e nós; Corpo, gesto e movimen- tos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo, quantidade, relações e transformações. Para cada campo de experiência, são propostos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento distribuídos em três grupos etários: bebês (0 a 1 ano e 6 meses; crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses). Para ter acesso na íntegra aos conteúdos de cada campo de experiência, acesse o texto da BNCC, disponível em: https://go.aws/37trwNaEx pl or Importante! Os campos de experiência enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos e buscam garantir os direitos de apren- dizagem (BRASIL, 2017). Trocando ideias... Para que você possa compreender com mais detalhes toda a estrutura da BNCC e as mudanças que ela trouxe para a Educação Infantil, a Revista Nova Escola elaborou um material que poderá ser acessado em PowerPoint ou PDF e que está disponível no link: http://bit.ly/2u2jT2q Ex pl or 14 15 Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil A publicação Salto para o Futuro complementa as edições televisivas do programa de mes- mo nome da TV Escola (MEC). A edição 9, de 2013, traz como tema Novas diretrizes para a Educação Infantil, e conta com a consultoria de Zilá de Moraes Ramos de Oliveira, professora e pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – FFCLRP-USP. A publicação apresenta três artigos: 1 – As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu- cação Infantil: uma breve apresentação; 2 – A experiência de aprender na Educação Infantil; 3 – Avaliação: instrumento do professor para aprimorar o trabalho na Educa- ção Infantil. A publicação está disponível no link: http://bit.ly/2Sy21WK BARBOSA, M. C. A especificidade da ação pedagógica com bebês. I Seminário Nacional: Currículo em Movimento – Perspectivas Atuais. 2010, Belo Horizonte. Anais [...] Belo Ho- rizonte, 2010. Neste artigo, a autora discute as possibilidades do trabalho pedagógico e a construção de um currículo para os bebês. Disponível em: http://bit.ly/3216553 Currículo e Avaliação na Educação Infantil. Esta série de oito vídeos, com cerca de três minutos de duração cada, foi produzida pela Rede Nacional Primeira Infância e aborda a relação entre o currículo e avaliação na Educação Infantil e a BNCC e as Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Os vídeos estão disponíveis no link: http://bit.ly/2SzC6Of O que mudou na educação infantil. Este vídeo, disponibilizado pela Revista Nova Escola, apresenta, de forma didática, as principais mudanças trazidas pela BNCC para a Educação Infantil. Disponível no link: http://bit.ly/38BPxD6 Ex pl or 15 UNIDADE Planejamento da Prática Educativa na Educação Infantil Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Funda- mental. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília/DF: MEC/SEF/COEDI, 1998. v. 1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ar- quivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2020. ________. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara De Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil. Resolução CNE/CEB 5/2009. Disponível em: <http://www.seduc.ro.gov.br/por- tal/legislacao/RESCNE005_2009.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2020. ________. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasí- lia: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponívelem: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2020. FARIA, A. L. G. O espaço físico nas Instituições de Educação Infantil. In: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Sub- sídios para credenciamento de Instituições de Educação Infantil. Brasília: DF, MEC/SEF/COEDI, 1998. v. 2 OLIVEIRA, Z. (org.) O Trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Biruta, 2012. SALLES, F.; FARIA, Vitória. Currículo na Educação Infantil: diálogo com os demais elementos da proposta pedagógica. 2.ed. São Paulo: Ática, 2012. 16 Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Lucimary Bernabé Pedrosa de Andrade Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil • Contextualização; • Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil. • Discutir os princípios que devem reger a avaliação na educação infantil; • Conhecer os instrumentos que auxiliam o professor no acompanhamento e na avaliação do trabalho pedagógico em creches e pré-escolas; • Analisar a importância da avaliação da prática pedagógica para a aprendizagem e desenvol- vimento das crianças. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil UNIDADE Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil Contextualização Orientações preliminares para o estudo da unidade Nesta unidade, vamos discutir sobre a prática avaliativa na educação infantil. A avaliação no contexto escolar ainda é vista como uma prática classificatória utilizada para aprovação e reprovação dos alunos. Na educação infantil, a avalia- ção não tem um caráter classificatório e tampouco é condição para aprovação da criança para prosseguir nos estudos no ensino fundamental. Assim sendo, qual o sentido de avaliar na educação infantil? O professor de educação infantil, ao avaliar, precisa assegurar as especificidades desta etapa do processo educativo, quer seja nas creches ou na pré-escola, deven- do a avaliação ser utilizada em defesa da condição da criança enquanto sujeito de direitos e em desenvolvimento. No material de estudo, você encontrará indicações de artigos, vídeos e e-books para que possa se aprofundar em questões referentes à prática avaliativa nas ins- tituições de educação infantil. Também será disponibilizado um podcast sobre a importância da documentação pedagógica na prática docente na educação infantil. Para que você possa vivenciar uma prática avaliativa, deverá realizar a observa- ção da rotina de uma criança e elaborar o registro. As orientações para essa ativi- dade serão detalhadas na atividade de aprofundamento. A Avaliação na Educação Infantil Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), são estabelecidos critérios para a avaliação na educação infantil. Os incisos I e V do artigo 31 da LDB abordam especificamente a avaliação na educação infantil, destacando o seu caráter não classificatório e a importância da documentação avaliativa. Para ter acesso ao texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: http://bit.ly/2OdASG8 Ex pl or No Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998), a avaliação é considerada um importante instrumento para o professor acompanhar o desenvol- vimento das crianças e orientar o planejamento das atividades pedagógicas. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2009), documento mandatário para a elaboração das propostas pedagógicas de creches e pré-escolas, estabelecem que as instituições de educação infantil devem criar procedimentos para acompanhar e registrar o desenvolvimento das crianças, sem o propósito de 8 9 classificar, promover ou selecionar, ou reter as crianças, devendo ser utilizados múl- tiplos recursos avaliativos como observação, registros, relatórios e outros. Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar procedimen- tos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo: I - A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e inte- rações das crianças no cotidiano; II - Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (re- latórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.); III - A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré- -escola/Ensino Fundamental); IV - Documentação específica que permita às famílias conhecer o traba- lho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil; V - A não retenção das crianças na Educação Infantil (BRASIL, 2009). Também, conforme a Base Nacional Comum Curricular para Educação Infantil (2017), a avaliação é considerada um processo formativo, no qual a observação do professor é essencial para acompanhar o desenvolvimento da criança devendo ser empregados diversos instrumentais, como fotografias, registros, filmagens e regis- tros das crianças. Além das perspectivas legais, temos perspectivas pedagógicas que fundamen- tam a visão da avaliação na educação infantil. Dentre elas, a visão da criança como sujeito ativo e protagonista de todo o processo educativo, inclusive da avaliação. A avaliação como acompanhamento do processo de desenvolvimento da criança deve ocorrer durante todo o tempo da criança nas instituições de educação infantil, do início ao final do ano letivo, em todas as situações de aprendizagem, sejam elas referentes às ações de cuidados, durante as brincadeiras e durante a realização das atividades pedagógicas. Jussara Hoffmann, em seus estudos sobre a avaliação na educação infantil, afir- ma a presença de instrumentais avaliativos focados em modelos classificatórios com a utilização de instrumentais apenas para prestarem contas aos pais sobre o traba- lho institucional, sem que haja por parte do professor uma ação reflexiva sobre os objetivos da avaliação. Segundo Hoffmann, é fundamental garantir na educação infantil uma avaliação mediadora, sendo a prática docente fundamental nesse processo, pois o professor deverá ter uma postura investigativa para acompanhar e registrar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. 9 UNIDADE Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil [...] um dos pressupostos básicos da avaliação na educação infantil é torná- -la investigativa e não sentenciva, mediadora e não constatativa, porque é a dimensão adulto/criança que justifica a avaliação em educação infantil e não a certeza, os julgamentos, as afirmações inquestionáveis sobre o que ela é ou não capaz de fazer. (HOFFMANN,2014, p.15) Vamos entender o conceito de mediação: “mediação significa um estado de alerta perma- nente do professor que acompanha e estuda a história da criança em seu processo de desen- volvimento” (HOFFMANN, 2014, p. 31). Dessa forma, “estar alerta” implica uma constante observação do grupo de crianças e a reflexão do trabalho profissional. Ex pl or Nessa perspectiva, torna-se fundamental a formação dos profissionais da educa- ção infantil como profissionais que deverão conhecer profundamente os aspectos do desenvolvimento infantil, a maneira como a criança constrói conhecimento e compreende o mundo ao seu redor. A Importância da Documentação Avaliativa Na Educação Infantil Mas quais instrumentos podem ser aplicados para a avaliação das crianças, ou seja, para o acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem das mesmas? Dentre os vários instrumentos que podem e devem ser aplicados, vamos conhecer a observação, o portfólio e os múltiplos registros. A observação A observação é uma técnica muito presente no contexto escolar e possibilita a investigação das característicasindividuais e grupais das crianças, suas fragilidades e potencialidades, bem como aspectos facilitadores e dificultadores do trabalho pe- dagógico. Ela pode ocorrer em diversos momentos e situações de aprendizagem, em sala de aula e em outros espaços da escola, enquanto o professor interage com as crianças e durante as atividades pedagógicas. O professor, ao observar as crianças, deve acompanhar o processo de interação das mesmas, como está em cada fase de seu desenvolvimento, como elas avançam nas descobertas e nas experiências, como se relaciona no grupo, quais as suas dificul- dades, de que maneira poderá intervir para melhor ajudá-la em seu desenvolvimento. O professor precisa ser um constante observador e utilizar de instrumentais para a observação como filmagem, fotografias, registros e relatórios. Como vimos, a observação é um dos instrumentos fundamentais na avaliação infantil. O educador precisa desenvolver uma metodologia avaliativa que lhe possibilite realizar com eficiência essa tarefa profissional. A observação deve ser seguida de um registro para que o educador não se perca no caminho do processo avaliativo. 10 11 A filmagem, pode se constituir em um instrumental de registro, porém, um dos mais utilizados é o diário de campo. O diário de campo é um caderno no qual o professor poderá registrar diaria- mente as situações vivenciadas na rotina das crianças, podendo dar destaque a um aspecto específico do trabalho pedagógico, dificuldades do dia, fatos inéditos, ou descrever situações mais gerais do grupo. É essencial que a escrita seja reflexiva, possibilitando ao professor avaliar o seu trabalho, redirecionar os objetivos e apren- der mais sobre sua prática (OLIVEIRA, 2012). Portfólio Segundo Villas Boas (2015), o portfólio pode ser definido como um conjunto das produções ou, ainda, de documentos, atividades que demonstram o progresso da aprendizagem, permitindo ao produtor o acompanhamento de suas produções. O portfólio é, portanto, uma modalidade avaliativa que permite aos alunos participa- rem ativamente de sua aprendizagem e avaliarem o seu progresso. A utilização do portfólio está atrelada à ideia de uma avaliação formativa. Alguns itens, ou evidên- cias, são mais frequentes para construção dos portfólios, tais como: entrevistas, do- cumentos, anotações, trabalhos, representações visuais, aulas de campo, desenhos, fotos, gravações, diários etc. No entanto, a finalidade principal deve ser sempre garantir a qualidade da práti- ca pedagógica, o replanejamento, a reflexão e a nova prática. Na educação infantil, o portfólio possibilita ao professor socializar com as famílias toda a trajetória do desenvolvimento da criança, bem como de sua aprendizagem. 11 UNIDADE Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil Avaliação do Processo Pedagógico na Educação Infantil “Avaliação na educação infantil” A Reportagem da Revista Nova Escola discute sobre a avaliação e os instrumentos avaliativos na educação infantil com destaque para a observa- ção. Disponível em: http://bit.ly/2P1RYqW “Observação como instrumento de trabalho” Reportagem da Revista Avisa Lá, nº 37, que discute sobre a observação como instrumento avaliativo do professor. Disponível em: http://bit.ly/2SAVP01 Ex pl or SANTANA, A. L. D. Observação e registro: possibilidades reflexivas para professores de creche. Bauru: UNESP, 2017. [e.book]. Disponível em: http://bit.ly/2SDXB0JEx pl or 12 13 Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Funda- mental. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998. v. 1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ar- quivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em:21.jan.2020. _______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara De Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil. Resolução CNE/CEB 5/2009. Disponível em: <http://www.seduc.ro.gov.br/por- tal/legislacao/RESCNE005_2009.pdf>. Acesso em 04 fev.2020 _______. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasí- lia, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2020 HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 33. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. OLIVEIRA, Z.(Org.). O Trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012. OSTETTO, L. E. (Org.). Educação infantil: saberes e fazeres da formação de pro- fessores. Campinas: Papirus, 2008. VILLAS BOAS, B. M. F. Portifólio, Avaliação e Trabalho Pedagógico. São Pau- lo: Papirus, 2015.[e-book] SALLES, F.; FARIA, V. Currículo na Educação Infantil: diálogo com os demais elementos da proposta pedagógica. 2. ed. São Paulo: Ática,2012. 13
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