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ECONOMIA E MERCADO Cíntia Maísa Bender 2ECONOMIA E MERCADO SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Darlan Scheid, Igor Zaterra Revisora Ana Clara Garcia APRESENTAÇÃO 3 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 4 CONCEITOS DE ECONOMIA 5 RECURSOS 5 AGENTES ECONÔMICOS 7 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 9 SISTEMA ECONÔMICO 15 FLUXOS ECONÔMICOS 17 DIVISÕES DA CIÊNCIA ECONÔMICA 18 ATIVIDADES 21 MERCADOS 22 DEMANDA 23 OFERTA 26 EQUILÍBRIO DE MERCADO 29 ANÁLISE DE MUDANÇAS NO MERCADO 31 ELASTICIDADE 33 ESTRUTURAS DE MERCADO 36 ATIVIDADES 44 MOEDA, SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, METAS, POLÍTICAS E INDICADORES MACROECONÔMICOS 46 O QUE SÃO AS METAS MACROECONÔMICAS? 47 INDICADORES MACROECONÔMICOS 48 INDICADORES DE PREÇOS IMPORTANTES NO BRASIL 55 INFLAÇÃO 57 POLÍTICA FISCAL 60 POLÍTICA MONETÁRIA 61 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 62 ORGÃOS BRASILEIROS DE REGULAÇAO/ REGULAMENTAÇÃO ECONÔMICA 63 SISTEMA DE METAS DE INFLAÇÃO 64 ATIVIDADES 69 ECONOMIA INTERNACIONAL 70 ABERTURA ECONÔMICA 71 BALANÇA DE PAGAMENTOS 72 TAXA DE CÂMBIO 76 POLÍTICA CAMBIAL 76 ATIVIDADES 79 REFERÊNCIAS 81 3ECONOMIA E MERCADO APRESENTAÇÃO Conhecer o ambiente econômico é imprescindível para o planejamento nas organizações. Mudanças nos diferentes mercados, preços e principais indicadores econômicos pos- suem impacto direto nos resultados das empresas. Tanto o conhecimento da formação de preços em mercados individuais, como o comportamento dos mercados de fatores de produção e de produtos, faz-se necessário para a compreensão do com- portamento das variáveis macroeconômicas. Essas últimas resultam da ação de diversos agentes nos diferentes mercados, e impactam diretamente nas projeções de f luxos de caixa de investimentos, e resultados econômicos como um todo. Em suma, não há como tomar qualquer decisão de investimento, ou elaborar planejamento estratégico sem analisar o ambiente econômico que cerca a empresa, assim como ambiente eco- nômico mundial. 4ECONOMIA E MERCADO FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Conhecer os aspectos mais importantes da economia e compreender a razão de alguns acontecimentos econômicos é muito importante para que sejamos partícipes do desenvolvimento econômico de nosso país. Para podermos criticar e elogiar as principais decisões de nossos representantes políticos, precisamos compreender mais a fundo sobre as principais políticas, e como elas agem na economia. Portanto, além de nos auxiliar em nosso papel de cida- dãos, ter conhecimentos sobre economia, também nos prepara para tomarmos decisões importantes nas empresas ou como consumidores. Antes de entrarmos mais a fundo nas razões e conse- quências de tudo o que acontece diariamente na economia de nosso país, precisamos compreender alguns conceitos e 5ECONOMIA E MERCADO fundamentos, que darão base para o a construção do conhecimento. CONCEITOS DE ECONOMIA Economia é uma palavra muito utilizada popularmente para referir-se ao uso comedido de recursos. Economizar remete a gastar com parcimônia (ou seja, com prudência). Economia é uma ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Dessa forma, como os recursos são escassos, algumas questões primordiais estão no foco das preocupações econômicas (PINHO; VASCONCELLOS; 2004) • O que produzir? (Quais são as maiores necessidades da população); • Quanto produzir? (Melhor aloca- ção de recursos entre diferentes tipos de produtos e serviços); • Como Produzir? (Tecnologia uti- lizada); • Para quem Produzir? (Distribuição da produção entre a população – depende da renda, questão social). RECURSOS Vimos que Recurso é uma pala- vra-chave na economia, pois a Ciência Econômica se preocupa com a alocação dos recursos, dados que os mesmos são escassos. Mas o que significa RECURSO? Podemos entender Recurso como qualquer objeto utilizado na produção. Os economistas chamam estes recursos de Fatores de Produção. Estes fatores de Produção são agrupados em quatro cate- gorias: • Terra (ou recursos naturais); • Trabalho; • Capital; • Capacidade Empresarial. Vamos conhecer sobre cada um desses recursos!!Mas você conhece o significado oficial de Economia, ou Ciência Econômica? Terra é entendida como tudo que é utilizado da natureza para produzir. Isto inclui a terra propriamente dita, e também os minérios, petróleo, gás, carvão, água e ar. 6ECONOMIA E MERCADO O Trabalho é o esforço que as pessoas dedicam à produção de bens e serviços. Ele inclui os esforços físicos e mentais de todas as pessoas que trabalham na construção civil, fábricas, em fazendas, lojas, escritórios, universidades. Capital humano, que é o conhecimento e as qualificações que as pessoas acumulam por meio da educação, e que impacta na qualidade do trabalho das pessoas. O Capital propriamente dito, são as ferramentas, instrumentos, maquinário, prédios e outras instalações que as empresas utilizam para produzir bens e serviços. Falamos também em ações, dinheiro e títulos como sendo capital. No entanto, esses referem- se a capital financeiro, que permitem que as empresas adquiram o capital mencionado anteriormente. A Capacidade Empresarial, por fim, é o Recurso Humano que organiza o trabalho, a terra e o capital para a produção de bens e serviços. É a chamada capacidade empreendedora, que tem novas ideias, que toma decisões e corre riscos. 7ECONOMIA E MERCADO QUANDO UM RECURSO É ESCASSO? Um recurso é escasso quando não existe em quantidade suficiente para satis- fazer a todos os seus usos. Por isso é que surge a Ciência Econômica, para estudar a melhor forma de alocação desses recur- sos escassos, com o fim de satisfazer da melhor maneira possível as necessidades humanas. Podemos refletir que nessas duas últimas palavras está a razão pela qual a Ciência Econômica é uma Ciência Social e Humana. E PARA QUEM PRODUZIR? Esse aspecto é definido pela distri- buição da renda no momento da produção. Além disso, a distribuição da renda depen- de do tipo de fator de produção oferecido. Pois: • Quem arrenda terra recebe a cha- mada Renda da Terra; • Quem vende a Força de Trabalho recebe Salário (os chamados empregados, ou funcionários de empresas); • Quem possui o capital que é utili- zado na produção recebe os Juros (capital é comprado com recursos financeiros); • Quem possui e utiliza a capacidade empresarial recebe os Lucros. AGENTES ECONÔMICOS Para entendermos os agentes eco- nômicos, podemos nos referir a todos os participantes de um sistema econômico, os quais, em suas ações de consumo, inves- timento, produção, entre outros, acabam influenciando nos resultados da economia. Você, como consumidor, quando realiza uma compra, está inf luenciando na quantidade vendida de algum produ- to, e no resultado de alguma empresa, e consequentemente na economia. Por ou- tro lado, você, como empresário, também inf luenciará na economia, pois ofertará algo, e gerará renda. E assim por diante, cada um de nósé agente da economia, pois nossas decisões diárias afetam a economia. O primeiro deles, as Unidades fa- miliares, que englobam todos os tipos de unidades domésticas, unipessoais ou fa- miliares, com ou sem laços de parentesco. Essas unidades possuem e fornecem os recursos de produção, recebem diferentes tipos de renda e decidem como, quando, onde e em que as rendas recebidas serão despendidas (ou gastas). A maior parte das unidades familiares tem uma ou mais pes- soas economicamente ativas, fornecendo recursos para a produção. Mas há unidades que não têm pessoas diretamente liga- das nas atividades de produção. Essas se mantêm, participando também dos f luxos econômicos, com recursos que a sociedade lhes transfere, como a previdência social, por exemplo. Portanto, as famílias são Entenda melhor sobre cada Agente Econômico, de maneira organizada, de acordo como a economia conceitua: 8ECONOMIA E MERCADO entendidas como os conjuntos de pessoas que vivem de algum tipo de renda (salários, ou pensões, aposentadorias, etc), e decidem como vão gastar esta renda. Em segundo, as empresas são os agentes econômicos que utilizam os re- cursos de produção disponíveis. São as unidades que os empregam para a geração de bens e serviços que atenderão às ne- cessidades de consumo e de acumulação da sociedade. As empresas são unidades básicas do aparelho de produção, da mes- ma forma, o conjunto de empresas que compõem o aparelho de produção é he- terogêneo sob diversos aspectos, os quais são apresentados: • Tamanho: o universo das empresas é constituído por microempresas, peque- nas, médias e grandes empresas; • Estatuto jurídico: define-se por diferentes constituições jurídicas. Titu- laridade assumida pela pessoa física, so- ciedades por quotas de responsabilidade limitada, sociedades anônimas e há ainda outras categorias de constituição jurídica, de que são exemplos as fundações e as sociedades cooperativas; • Origem e Controle: quanto a esse atributo, as empresas se agrupam sob três categorias: públicas, privadas e de econo- mia mista; • Forma de gestão: depende como o capital se divide entre os proprietários controladores. Nas microempresas, nas pequenas e nas médias empresas, o con- trole e a direção, geralmente são assumidos pelos proprietários. Nas grandes empresas, a gestão passa para grupos organizados; • Natureza dos produtos: eles po- dem ser provenientes de atividades pro- dutivas primárias, secundárias e terciárias. Há empresas que não chegam com seus produtos ao mercado final de consumo. A produção se destina a suprir necessidades de outras empresas. São as produtoras de bens e serviços intermediários e movimen- tam negócios que atendem às necessidades de outros negócios. 9ECONOMIA E MERCADO E, por último, o governo, o qual se destaca como agente econômico devido às particularidades que envolvem suas ações econômicas. É um agente coletivo que con- trata diretamente o trabalho de unidades familiares e que adquire uma parcela de produção das empresas para proporcionar bens e serviços úteis à sociedade como um todo. Pois, trata-se de um centro de produção de bens e serviços coletivos. É o Governo que fixa ou determina regras para a regulamentação da ordem econô- mica, visando ao seu melhor andamento, porém a maioria das decisões são tomadas independentemente pelo mercado. Assim, boa parte das instituições que regulam a vida dos sistemas econômicos emanam das unidades governamentais. Sob esse aspec- to, o governo é um agente diferenciado, ou seja, interage com os demais. Além disso, possue também, poder regulatório e corretivo, atuando no ajustamento de macrofluxos de produção, de geração de renda e de dispêndio do sistema econômico como um todo. PRINCÍPIOS DA ECONOMIA Você tem conhecimento acerca dos Princípios da Economia? Aqui, serão abordados alguns prin- cípios da Economia, segundo Mankiw (2009). Por princípios entendemos aquilo que norteia, ou dá base à diversas expli- cações a respeito do funcionamento da Economia. Todos eles têm origem na razão de ser da economia: escassez de recursos. Além disso, trazem em si os resquícios da sua organização e elementos que mostram, de maneira ampla, como a Economia fun- ciona, como as pessoas tomam decisões e interagem dentro dela. Considerando que a Economia ref lete o comportamento dos indivíduos nela envolvidos, os quatro primeiros princípios dizem res- peito às decisões individuais; os três seguintes estão relacionados ao “como” as pessoas interagem no mercado; os últimos três são referentes ao mecanismo de fun- cionamento da Economia. PRINCÍPIO 1 Em Economia, tradeoff é uma ex- pressão que define uma decisão difícil de tomar, uma escolha que se tem de fazer. Pelo fato de os recursos serem escassos, não podemos realizar tudo o que desejamos, devemos escolher uma ou mais opções. Um exemplo é a escolha entre cursar ensino superior ou utilizar estes recursos (dinhei- ro) para a compra de um automóvel, caso não houver recursos para ambos. Na figura, o tradeoff é ilustrado por uma bifurcação, que mostra que devemos escolher um caminho a seguir. E então, quem ainda não passou por um tradeoff?? As pessoas enfrentam tradeoffs. O que é tradeoffs, na Economia? 10ECONOMIA E MERCADO PRINCÍPIO 2: Para se fazer uma escolha, é preci- so sacrificar uma outra, isto é, existe um custo. Quando uma pessoa decide se vai estudar economia, comprar um automóvel ou ir para a universidade, em qualquer um dos casos, deve ponderar qual o custo da decisão em termos de oportunidades perdidas. Assim, definimos o custo da alter- nativa perdida como custo de oportuni- dade, explicamos isso por ser o valor do que muitas vezes deixamos de realizar para fazer outras coisas, que no momento são prioridades, de acordo com a realidade do indivíduo. É possível ressaltar que nem sempre o custo de oportunidade é monetário, ou seja, nem sempre envolve recursos. Um exemplo é o caso de você ter escolhido estudar. Além do custo de oportunidade monetário, associado ao valor que você alocou na faculdade e que também, não poderá utilizar para outros fins, há o custo de oportunidade associado às horas de la- zer a menos que você terá, e tempo menor ao lado da família e amigos. No entanto, quando tomamos essa decisão, provavelmente, analisamos que o retorno dessa abdicação será positivo, e o “sacrifício” com certeza será compensado, conforme veremos no próximo princípio, o princípio 3. PRINCÍPIO 3: Quando as pessoas racionais pensam na margem. Muitas das decisões tomadas du- rante a vida não podem ser bem pensadas e ponderadas. Em muitos casos, as pessoas tomam as melhores decisões quando pen- sam na margem, determinando o quanto a mais de esforço é preciso despender para se obter maiores benefícios. Nesse caso, observe, que, quando uma pessoa ou empresa toma decisões na margem, tendem a ter um benefício bastante superior nas decisões por si to- madas, visto poder analisar o problema e executar a ação, caso o benefício marginal da decisão venha ultrapassar o custo mar- ginal. Essa é a análise custo x benefício, popularmente conhecida. Utilizando o exemplo do princípio anterior, você só de- cide estudar porque analisou e está certo de que o investimento monetário que fará com que tenha menos recursos para gastar O custo de alguma coisa é aquilo de que se desiste para obtê-la. 11ECONOMIA E MERCADO com outros fins (automóvel, viagem, casa, etc), e a abdicação das horas de lazer com família e amigos (custos de oportunidade não monetários), serão compensados no futuro por um ganho de renda superior e, talvez, estando certo de que educação será um ótimo investimento. PRINCÍPIO 4: As pessoas reagem a incentivos. Como as pessoas tomam decisões por meio de comparações de custos e be- nefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos ou benefícios mudam. Em outras palavras, as pessoas reagem a incentivos.Dessa forma, os incentivos agem melhorando o benefício de uma es- colha ou reduzindo os custos. Quando o ministro da fazenda, por exemplo, decide reduzir a alíquota do IPI (imposto sobre produtos industrializados) que incide sobre a compra de automóveis, isso reduz o custo da aquisição do auto- móvel. Mesmo que o automóvel não lhe traga mais benefícios, a diferença entre o custo x benefício aumenta, incentivando alguns para a compra do automóvel. Ainda, alguma campanha que di- vulgue que um produto traz mais bene- fícios para a saúde do que se imaginava ampliará os benefícios, incentivando tam- bém o consumo, mesmo que o preço do produto não reduza. Ref letiu?? PRINCÍPIO 5: O comércio pode ser bom para todos. O comércio é desde muitos anos o motor principal da nossa economia. Ao comercializarmos uns com os outros, po- demos obter uma gama mais vasta de Bens e Serviços a um custo menor. Isso significa que, em nível mun- dial, é interessante que os países produzam aquilo para o qual possuem mais recursos e capacidade produtiva, e comprem dos demais países os produtos/serviços que só produziria com custos mais elevados, ou para o qual possui menor produtividade e menos recursos. Você reage a incentivos? Reflita! Entenda essa afirmação! 12ECONOMIA E MERCADO PRINCÍPIO 6: Ao falarmos em mercado, estamos falando em um arranjo pelo qual compra- dores e vendedores de um bem ou servi- ço interagem para determinar o preço e a quantidade transacionada do bem ou serviço. Então, o preço é o elemento mais delicado e sensível do sistema econômico. Assim, o ideal, segundo esse prin- cípio, é que as principais decisões econô- micas sejam feitas pelas empresas e famí- lias em que as primeiras decidem quem contratar e o que produzir, bem como as segundas, onde trabalhar e o que comprar com os seus rendimentos, e não de um planejador central (o governo). As famílias e empresas assim intera- gem no mercado, assim como os preços e interesses próprios guiam as suas decisões. Logo, pode-se dizer que a abertura dos mercados é, hoje, a melhor forma de desenvolver a economia de um país. E ao mesmo tempo, eliminar o fosso entre os países ricos e os países pobres, orientais ou outros. Nesse sentido, permitir que todos vendam o seu produto livremente, torna-se uma oportunidade excelente que se apresenta ao progresso mundial. • Smith em seu livro A RIQUE- ZA DAS NAÇÕES, publicado em 1776 fez a observação mais famosa da ciência econômica : As famílias e as empresas ao interagirem nos mercados, agem como se fossem guiadas por uma “mão invisí- vel “que as leva a resultados de mercados desejáveis. Portanto, a idéia da mão invisível signifca que, cada um de nós, se fizermos aquilo que julgarmos bom para nós mes- mos (de maneira ética, é claro), acabaremos beneficiando o país como um todo. Como exemplo, um empresário que decide apli- car o capital em um Mercado no qual os preços estão mais altos, auxiliará a cobrir um excesso de demanda nesse Mercado, (este excesso de demanda que está fazen- do com que os preços fiquem mais altos). O empresário estará pensando em seus lucros, mas automaticamente beneficiará também um grupo de consumidores que antes não eram bem atendidos. Se nós, quando deixamos de consumir um produto que está muito caro e consumimos mais do produto mais barato, estamos contribuindo para reequilibrar o Mercado que está com excesso de demanda do produto (onde o preço está mais alto), e contribuindo para escoar a produção do Mercado que está com excesso de oferta (o do preço mais baixo). Em breve, na unidade dois desse E-book, você compreenderá um pouco mais sobre esta questão. Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica. 13ECONOMIA E MERCADO PRINCÍPIO 7: Os fazendeiros não cultivarão ali- mentos se acharem que suas colheitas serão roubadas, e os restaurantes só servirão refeições caso tenham a garantia de que os clientes pagarão antes de ir embora. Todos confiamos no governo para providenciar polícia e tribunais para fazer valer nossos direitos sobre aquilo que produzimos. Portanto, o governo também possui seu papel, que é de propiciar o que cha- mamos de Ambiente Econômico Propício aos negócios, ou seja, segurança nacio- nal, legislação eficiente, de forma que os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) de boa índole, esforçados e dedi- cados sejam recompensados, e quem agir de má fé seja punido. PRINCÍPIO 8: A condição inicial para que toda a população tenha acesso à alimentação, saúde e moradia, é a capacidade de produção do país. Condição que, por sua vez, depende dos recursos, da tecnologia e da vontade de utilizar isso para ampliar a oferta de bens e serviços. A quantidade de recursos refere- -se às terras disponíveis e sua qualidade, matérias primas, e pessoas capacitadas ao trabalho (força de trabalho). E tecnologia é o conhecimento sobre o melhor uso dos recursos para produzir mais, e a vonta- de dos agentes econômicos para produzir depende dos incentivos que recebem (am- biente econômico propício). Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e serviços. 14ECONOMIA E MERCADO Portanto, de maneira resumida, três fatores possuem grande influência na qua- lidade de vida de um país: • Produtividade; • Educação; • Ambiente Econômico Propício. PRINCÍPIO 9: Todos nós sabemos – ou saberemos agora – que o valor da moeda f lutua de acordo com o seu nível de abundância ou escassez. Explicando melhor, a moeda abundante tem valor baixo e, por isso, os preços das coisas medidas a partir dessa moeda tornam-se altos. Do contrário, a falta da moeda faz com que ela adquira alto valor, o que faz com que o nível geral dos preços desça acentuadamente. Nesse sentido, o valor das coisas é representado por uma determinada quan- tidade de moeda, a qual chamamos de preço. Aqui tratamos da inflação, que nada mais é do que a elevação de preços que ocorre na sociedade, de forma geral. O que causa inf lação? Inf lação é causada, prin- cipalmente, pela elevação da quantidade de moeda em circulação. Um dos vilões é o governo que, não raramente, precisa emitir dinheiro para saudar seus próprios compromissos. Seu efeito é nocivo para a sociedade. E, sendo nociva, mantê-la em níveis baixos é um objetivo permanente das autoridades econômicas. Na prática, por vezes, quando o governo decide lançar um acréscimo de moeda para a economia, entende-se à primeira vista que é uma solução fácil e viável contra os problemas da pobreza no país. Porém, mais a fundo, o que se vê é exatamente o oposto, visto que se há mais moeda circulando, ela perde valor, e os preços, de modo geral, sobem. É a isso que denominamos inflação. Mais adiante, no capítulo 3 desse e-book, trataremos o fenômeno da inf lação de maneira mais detalhada. PRINCÍPIO 10: Aparentemente, um país que apre- senta baixos índices de desemprego du- rante alguns anos tende a apresentar baixa inflação. Assim sendo, em períodos entre um e dois anos (curto prazo), a inflação e o desemprego tendem a correr por direções opostas. Isso ocorre devido a uma série de motivos, pelo menos no curto prazo, a diminuição da inflação leva ao aumento do desemprego e vice-versa. Esse efeito é medido por um gráfico chamado curva de Philips. A escolha entre desemprego e inf lação é apenas temporária, mas pode levar alguns anos. Por causa disso, redu- zir a inf lação torna-se ainda mais difícil para os governos, pois poderá gerar uma recessão temporária. Os políticos podem explorar esse tradeoff mediante uma série de instru- mentos de política, entre eles a alteração Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego. 15ECONOMIA E MERCADO do montante de gastos do governo ou ar- recadação referentea impostos ou, ainda, à emissão de moeda. Agora ficou mais fácil compreen- der a respeito de cada princípio da eco- nomia! Continue o estudo! SISTEMA ECONÔMICO Você sabe como definir um sistema econômico? Um sistema econômico pode ser de- finido como a reunião dos diversos ele- mentos participantes da produção de bens e serviços que satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista econômico, mas também social, jurídico e institucional. Observe que os elementos integrantes de um sis- tema econômico não são apenas pessoas, mas todos os fatores de produção: trabalho, capital e recursos naturais (VASCON- CELLOS, 2004). Para que esses fatores façam parte do processo produtivo, eles precisam estar organizados de tal forma que a sua combinação resulte em algum bem ou serviço. As instituições onde são organizados os fatores de produção são denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de unidades produ- toras, pois em cada uma delas os fatores trabalho, capital e recursos naturais estão organizados para a produção de algum bem ou serviço. • Bens e Serviços de Consumo: são aqueles bens e serviços que satisfazem às necessidades das pessoas, quando são consumidos no estado em que se encon- tram como alimentos, roupas e serviços médicos. • Bens e Serviços Intermediários: são os bens e serviços que não atendem diretamente às necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para atin- gir sua forma definitiva. Como exemplo, podemos citar as chapas de aço, que serão empregadas na produção de automóveis; os serviços de computação, que preparam folhas de pagamentos para empresas, entre outros. • Bens de Capital: também são bens que não atendem diretamente às necessida- des dos consumidores, mas destinam-se a aumentar à eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as máquinas, as estradas etc. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO No item anterior falamos da classi- ficação de sistemas econômicos, segundo os tipos de bens produzidos nos mesmos. Podemos classificar também quanto ao tipo de unidade produtora, que podem ser agrupadas em três setores básicos: A produção econômica pode ser classificada em três categorias (VASCONCELLOS, 2010), de acordo com a sua destinação: 16ECONOMIA E MERCADO Setor Primário: É constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente os recursos naturais e não introduzem transformações substanciais em seus produtos. Nesse setor, estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam minerais, animais ou vegetais. Conhecemos esse setor como, setor agropecuário e extrativista. Setor Secundário: É composto pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados. Caracteriza- se pela intensa utilização do fator de produção capital, sob a forma de máquinas e equipamentos. Indústrias de automóvel, de refrigerantes e de roupas são exemplos de unidades produtoras incluídas no setor secundário. é o conhecido setor industrial. Setor Terciário: Esse setor é diferente dos dois primeiros, porque não produz um bem tangível (concreto), mesmo assim, é de grande importância no sistema econômico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como os bancos, as escolas, as empresas de transporte, o comércio, entre outros. Esse setor, também conhecido como setor de serviços, é o setor que possui maior participação no valor da produção dos países. E quanto mais desenvolvido for o país, mais cresce.p 17ECONOMIA E MERCADO Cada unidade produtora organiza os fatores da produção para a obtenção de um determinado produto ou para a prestação de um serviço. Entretanto, apesar da di- versidade de objetivos das inúmeras uni- dades produtoras, elas são classificadas de acordo com as características fundamentais de sua produção (PINHO & VASCON- CELLOS, 2004; DALLAGNOL, 2008). FLUXOS ECONÔMICOS Antes de falar dos tipos de fluxos da economia, pergunto-o: O que você entende por f luxo? Para esclarecer esses conceitos, vamos utilizar a imagem de uma ba- nheira: O fluxo refere-se à água que sai da torneira para encher a banheira, e o esto- que é a água que já acumulou na banheira. Essa diferenciação é importante, pois na Economia existem variáveis de f luxos e de estoques. Um exemplo de variável estoque é a capacidade instalada da indústria do país, que o permite produzir mais. Um exemplo de variável que men- sura o f luxo, é a produção da economia (conhecida como PIB), mês a mês, ano a ano. Essa produção soma-se à riqueza já acumulada em um país. Os f luxos contri- buem para a geração de renda, e em parte, para a ampliação da capacidade produtiva de um país (quando esse f luxo de recursos migra para os investimentos). Para dar um exemplo mais próxi- mo de todos nós, falarei do tal funcionamento em uma empresa. Nela, o estoque é o seu patrimô- nio, aquilo que ela acumulou, e o f luxo é o que ela vende mês após mês, que lhe gera lucro. Esse lu- cro, ou parte dele, por sua vez, somar-se-á, período após período, ao patrimônio já acumulado pela empresa (seu estoque). Veja que, durante o processo de pro- dução, em que são obtidos bens e serviços, as unidades produtoras (empresas ou pro- dutores rurais, ou então profissionais autô- nomos) remuneram os fatores de produção por elas empregados: pagam salários aos seus trabalhadores; pagam aluguel pelas instalações que ocupam; pagam juros pe- los financiamentos obtidos; e distribuem lucros aos seus proprietários. Essa remu- neração é recebida pelos proprietários dos fatores de produção e permite-lhes adquirir os bens e os serviços de que necessitam. Esse é um aspecto fundamental do sistema econômico, e que garante sua eficiência: as unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas emprega- Qual é a diferença entre fluxos e estoques? Então, na sequência, uma explicação mais focada nos fluxos, foco deste item: 18ECONOMIA E MERCADO dos, permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras. É possível termos outro exemplo, como o de uma pessoa que trabalha em uma fábrica de roupas, o qual não vai ad- quirir apenas o produto de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe; ela precisa, também, comprar alimentos, alu- gar ou comprar uma casa, tomar condução etc. Pois, é através da remuneração de sua força de trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as coisas de que necessita para viver. Portanto, podemos dar outro exem- plo, como num sistema econômico, em que existem dois f luxos. O primeiro é o f luxo real, formado pelos bens e serviços produzidos no sistema econômico, que também recebe o nome de produto. O segundo é o fluxo nominal ou monetário, formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo, também denominado renda. O f luxo real, formado pelos bens e serviços produzidos, constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que foi produzido e está à disposição dos con- sumidores. O f luxo monetário, forma- do pelo total da remuneração dos fatores produtivos, é a demanda ou procura da economia, ou seja, aquilo que as pessoas procuram para satisfazer suas necessida- des e desejos. A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de um sistema econômico (e serão estudadas na sequência). Essas duas funções formam o mercado, onde as pessoas que querem vender encontram-se com as pessoas que querem comprar. Essa movimentação dos f luxos é o processo de circulação do sistema eco- nômico e, por sua vez, esse processo tem importância singular para que o referido sistema cumpra o seu papel, produzindo bens e serviços e fazendo-os chegar às pessoas parasatisfazer suas necessidades. DIVISÕES DA CIÊNCIA ECONÔMICA A Ciência econômica está, de ma- neira geral, dividida em duas grandes áreas de estudo: A Microeconomia e a Macro- economia. A Microeconomia está relacionada ao estudo de fenômenos diretamente liga- dos ao comportamento das famílias e das Macroeconomia Microeconomia Perspectiva geral Perspectiva individual Países Consumidores Análise do PIB nacional Análise de produção individual Estuda economia como um todo Atividade do consumidor em mercado específico Vamos compreender de que forma a ciência econômica divide-se: Vamos entender sobre cada um: 19ECONOMIA E MERCADO empresas. Estuda-se o comportamento dos agentes econômicos individuais (famílias e empresas), e a interação desses no mercado. Na microeconomia, estudamos tam- bém os tipos de mercado existentes, de acordo com a concentração (número de empresas e consumidores). A Macroeconomia se preocupa com o estudo de fenômenos que englobam a economia como um todo. Outro tipo de divisão na Ciência econômica se dá no tipo de Análise que é feita a respeito dos eventos/acontecimen- tos econômicos. Na Ciência Econômica, algumas explicações são aceitas por todos, sem distinção, ou seja, são consideradas verdades entre todos os economistas (Aná- lise Positiva). Já, outras explicações para as coisas são consideradas verdades somente para um grupo, e rejeitadas por outros (Análise Normativa). • Análise positiva: são declarações a respeito de como a economia funciona (ou como o mundo funciona). Exemplo: Se a renda da população aumentar, aumentará a demanda por vários produtos. Obs: todos concordam com esta afirmação. • Análise normativa: são as decla- rações acerca de como a economia deveria funcionar (ou como o mundo deveria fun- cionar). Exemplo: A taxa de câmbio ideal Real/Dólar é R$2,00 por US$1,00. Nem todos concordam com esta afirmação. Portanto, nas aulas de economia fixaremos nossa atenção mais na análise positiva, ou seja, no funcionamento da economia, e deixaremos que você, após ter um conhecimento de Economia, de- cida sobre o que pensa ser o melhor para o país, e a sociedade como um todo, pois esta questão está relacionada também ao meio onde vivemos, à educação escolar e familiar que tivemos, e as nossas principais convicções. Renda e produto nacionais; Investimentos; Poupança e consumo agregados; Nível geral de preços; Emprego e desemprego; Estoque de moeda e taxa de juros; Balanço de pagamentos e taxa de Câmbio. Variáveis da Macroeconomia Economia é uma Ciência que se ocupa em analisar a melhor forma de alocar os recursos escassos. Os recursos são fatores de produção utilizados para produzir, e englobam: terra, trabalho, capacidade empresarial e capital. A produção e distribuição dos bens e serviços são realizados dentro de um sistema econômico organizado, que envolve as famílias, empresas e governo (agentes econômicos). A produção do sistema econômico é realizada, de maneira geral, em três setores: primário (agropecuária), secundário (indústria) e terciário (serviços). Na Economia, podemos dividir os fluxos em: fluxo real (circulação de mercadorias e serviços) e fluxo monetário (circulação de moeda – dinheiro, renda). O estudo da Economia divide-se em: Microeconomia (estudo das empresas, consumidores e a interação entre eles nos mercados) e a Macroeconomia (resultados da ação conjunta de todos (taxa de desemprego, inflação, produção nacional, entre outros). Existem alguns princípios que norteiam a economia, e que ajudarão na compreensão dos próximos assuntos. Agora, vamos exercitar o que você compreendeu até aqui! PORTANTO, AO LER ESTA UNIDADE, DEVE ESTAR CLARO PARA VOCÊ: 21ECONOMIA E MERCADO ATIVIDADES 1). Na vida, a todo o momento temos decisões importantes para tomar, caminhos para escolher, escolhas para fazer. A Ciência Econômica, particularmente, a área da Microeconomia, preocupa-se em estudar, no tocante aos recursos, qual seria a melhor escolha na utilização dos recursos para a produção, assim como no consumo. Sobre os conceitos de trade off e custo de oportunidade, assinale a alternativa correta: (A) Trade-off são os custos que temos quando adquiri- mos algo; (B) Custo de oportunidade é um custo contábil, monetário, que passamos a ter após tomar uma decisão; (C) Os custos de oportunidades refletem, após tomada a decisão de emprego dos recursos, o que deixamos de ganhar com a melhor alternativa no emprego dos recursos; (D) O trade off existe somente pelo fato de os recursos serem ilimitados; 2). O conceito de custo de oportunidade nos auxilia a tomar decisões quando os recursos são escassos. Podemos definir custo de oportunidade como: (A) Custo nominal de se obter algo; (B) Tudo o que deixamos de obter quando tomamos uma determinada decisão; (C) Toda oportunidade que aproveitamos ao tomar uma decisão; (D) O custo de toda oportunidade que é aproveitada por uma empresa; (E) Custo exclusivamente contábil, medido em moeda corrente. 3). Os fatores de produção são conhecidos como tudo aquilo que é utilizado na produção. Sobre os fatores, assinale a alternativa correta: (A) O fator capital compreende tudo que é utilizado da natureza para produzir; (B) O fator trabalho refere-se o Recurso Humano que organiza o trabalho, a terra e o capital para a produção de bens e serviços; (C) A capacidade empresarial compreende as ferramentas, instrumentos, maquinário, prédios e outras instalações que as empresas utilizam para produzir bens e serviços; (D) O fator trabalho engloba o esforço que as pessoas dedicam à produção de bens e serviços; (E) A terra é um fator que compreende as ferramentas, instrumentos, maquinário, prédios e outras instalações que as empresas utilizam para produzir bens e serviços. 4). Conforme vimos nesta unidade, a Economia é uma Ciência social que possui diversos conceitos, mas todos alinhados entre si. Assinale a alterativa que contém somente palavras-chave importantes do conceito de economia: (A) Cronograma, distribuição, produção; (B) Escassez, recursos, produção; (C) Distribuição, abundância, projeto; (D) Construção, serviços , logística; (E) Escassez, projetos, pessoas. 5). Quais são os agentes que influenciam na economia (agentes econômicos)? Explique, com suas palavras, qual é o espaço que cada um dos agentes ocupa no Sistema Econômico: 22ECONOMIA E MERCADO MERCADOS Entendendo mais sobre mercado A base de todo o conhecimento de Economia está no conhecimento sobre o funcionamento dos mercados. Todo o funcionamento da economia e as principais decisões que são tomadas, dependem dos movimentos dos mercados. Desse modo, a Economia também poderia ser entendida como um conjunto de mercados: mercado de produtos, mercado de serviços, mercado de trabalho, mercado de câmbio, mercado financeiro. Somente compreendendo a teoria básica do fun- cionamento dos mercados podemos ir adiante. Dessa forma, esta unidade será toda focada na compreensão do funciona- mento do Mercado. Mercado, enquanto definição simplista, fala de um determinado espaço onde os agentes econômicos operam suas negociações (transações). Definição, essa, que não é compatível com a prática econômica, pois mercado é o espaço abstrato, demarcado pelas forças da demanda e da oferta, em que coexistem executivos do setor financeiro, de organizações 23ECONOMIA E MERCADO industriais, governo, consumidores e so- ciedade em geral. Mercado, em suma, é o espaço em que são ofertados e procurados diferentes tipos de recursos econômicos (ver Recursos Econômicos). Mercado também pode ser definido como um grupo de compradores e vende- dores de um determinado bem ou serviço. Podem ser competitivos (feiras livres, por exemplo) e não competitivos (monopólio e oligopólio, por exemplo). Um mercado é considerado competitivo quando pos- sui um grande número de compradores e vendedores, de tal forma,que nenhum deles possui o poder de afetar o preço de mercado. Já no mercado não competitivo, uma ou algumas empresas detém uma grande parcela do mercado, e possuem poder de inf luência sobre os preços dos produtos. DEMANDA A quantidade demandada de um bem é a quantidade desse bem que os compradores podem e desejam comprar. Muitas coisas afetam a quantidade demandada de um determinado bem. Mas podemos afirmar que existe uma relação negativa entre a quantidade demandada e o preço do bem, que pode ser expressa pela lei da demanda. A lei da demanda afirma que, tudo o mais constante (ceteris paribus), a quan- tidade demandada de um bem aumenta quando o preço diminui. Esta expressão, ceteris paribus, é empregada na economia, pois diversas variáveis alteram-se simultaneamente. Assim, para compreendermos o impacto de cada variável na economia, temos que desconsiderar o impacto das demais. Sabemos que quando o preço de um bem muda, ao mesmo tempo pode mudar a renda da população, as preferências dos consumidores pelos produtos, e assim por diante. Dessa forma, quando queremos analisar o impacto que uma variação no preço de um produto tem sobre a demanda do mesmo, temos que supor que as demais variáveis permanecem constantes, como exemplo a renda, preferências e gostos, que são outras variáveis que podem impactar na demanda. Sobre o impacto da variação do pre- ço na quantidade demandada, a curva de demanda expressa a quantidade deman- dada para cada nível de preços. A curva de demanda é negativamente inclinada, ou seja, existe uma relação inversa entre preço do bem e quantidade demandada do mesmo. ceteris paribus é uma expressão do latim que pode ser traduzida por “todo o mais é constante” ou “mantidas inalteradas todas as outras coisas”. 24ECONOMIA E MERCADO Isso, porque cada unidade adicional que demandamos de um determinado bem nos proporciona um benefício marginal menor, reduzindo nossa disposição de pa- gar pelo bem. Então, quando estamos com fome, a primeira fatia de pizza nos vale muito (logo estaríamos dispostos a pagar mais pela mesma). Entretanto, a décima fatia de pizza é bem menos valorizada por nós (logo pagaríamos menos por esta fatia do que pela primeira). • A quantidade demandada de um mercado aumenta à medida que o preço reduz, e vice-versa. Pelo quadro apresentado, percebe- -se que, à medida que o preço do bem reduz, aumenta a quantidade demandada do mesmo, ceteris paribus (caso tudo o mais permaneça constante, e somente o preço reduzir) demonstrando a relação inversa entre as variáveis preço e quan- tidade demandada. Preço bem A Quantidade demandada do bem A 10 2 9 4 8 6 7 8 6 10 5 12 4 14 12 10 8 6 4 2 0 2 4 8 10 12 14 q (quantidade) 6 p (p re ço ) Curva de demanda do mercado Como exemplo disso, vamos falar em pizza, pois quem não gosta de comer pizza???!!! Observe: No gráfico da demanda, no eixo vertical, há a variável preço, e no eixo horizontal, está a variável quantidade demandada (ou comprada). Note que, para preços mais altos a quantidade demandada é menor, e para preços mais baixos a quantidade demandada é maior. Devido a esta relação inversa entre as variáveis, preço e quantidade demandada (quando uma é alta a outra é baixa, e vice versa), é que o gráfico possui inclinação negativa, ou seja, ele cai, da esquerda para a dieita. 25ECONOMIA E MERCADO A curva de demanda também pode ser interpretada como o preço máximo que o mercado está disposto a pagar por uma determinada quantidade. É impor- tante lembrar que qualquer variação nos preços muda a quantidade demandada, ocasionando um deslocamento ao longo da curva e NÃO um deslocamento da curva de demanda. São principalmente alguns fatores, que causam deslocamento da curva de de- manda, segundo Pinho & Vasconcellos (2004), Mankiw (2009): • Preço de outros bens: A demanda de um bem também é afetada quando o preço de bens relacionados varia. Entre- tanto, o impacto da demanda depende do tipo de bem relacionado, que pode ser complementar ou substituto. Bens substitutos: um bem no qual o aumento de preço de um eleva a de- manda pelo outro. Ceteris paribus, dados dois bens similares, preferimos consumir bens mais baratos a bens mais caros. Logo, quando o preço de um bem similar au- menta, substituímos o consumo desse pelo similar mais barato. Um exemplo de bens substitutos seria manteiga e margarina. Bens complementares: um bem no qual o aumento de preço de um reduz a demanda pelo outro. Ceteris paribus, da- dos dois bens complementares, que sejam consumidos em conjunto, a elevação do preço de um bem reduz a demanda pelo outro bem. Um exemplo de bens comple- mentares seria pão de cachorro quente e salsicha. • Renda do consumidor: o consumo de determinados bens está totalmente re- lacionado com a sua renda, tendo em vista que a determinada quantia de dinheiro ganhada pelo seu trabalho determina que tipos de bens podem ser adquiridos com ela. A demanda de um bem é afetada quando a renda aumenta. Entretanto, o impacto dessa depende do tipo de bem, que pode ser normal ou inferior: Em exemplo de bem normal é a carne de primeira. Quando a renda das pessoas aumenta, ocorre uma elevação da demanda, sendo um deslocamento de toda a curva de demanda para a direita, elevando-se a quantidade demandada para qualquer nível de preços. Como exemplo de bem inferior po- de-se citar a carne de segunda. A medida que aumenta o nível de renda das pessoas, as mesmas aumentam o consumo de carne de segunda. A partir de um dado nível de renda, as pessoas podem achar mais interessante substituir o consumo de car- ne de segunda por consumo de carne de primeira. Assim, a partir desse nível, em Bem normal: um bem para o qual, ceteris paribus, dada uma elevação da renda, eleva a demanda. Bem inferior: um bem para o qual, ceteris paribus, dada uma elevação da renda, reduz a demanda. 26ECONOMIA E MERCADO vez de aumentar o consumo de carne de segunda, o aumento na renda fará reduzir o consumo de carne de segunda. A partir daí, esse bem passa a ser identificado como um bem inferior. • Hábitos ou preferência: também deve ser considerada a questão dos hábitos pessoais, porque se o indivíduo não cos- tuma consumir determinado produto não passará a consumi-lo independente do pre- ço praticado. Os consumidores modificam as suas demandas por bens e serviços em virtude de mudanças de gostos e hábitos. Caso fosse divulgado que suco de laranja ajuda na prevenção de problemas cardíacos, ocorreria um aumento na de- manda pelo mesmo. • Número de Compradores: A che- gada de imigrantes ou uma elevação das taxas de natalidade elevam a demanda por bens e serviços. • Expectativas: As expectativas dos agentes quanto ao futuro afetam a sua demanda por bens e serviços hoje. Caso você acredite que vai perder o emprego mês que vem, você reduz a sua demanda hoje. Caso você possua expectativa de que o preço de um bem que você planeja com- prar mês que vem vai subir, você antecipa o seu consumo e demanda o bem hoje. Deslocam para a direita quando o impacto na demanda for positivo, e para a esquerda quando o impacto na demanda for negativo. OFERTA A quantidade ofertada de um bem é a quantidade desse bem que os vende- dores podem e desejam vender. Muitas coisas afetam a quantidade ofertada de um determinado bem. Mas podemos afirmar que existe uma relação positiva entre a quantidade ofertada e o preço do bem, que pode ser expressa pela lei da oferta. A lei da oferta afirma que, tudo o mais constante (ceteris paribus), a quanti- dade ofertada de um bem aumenta quan- do o preço aumenta. A curva de oferta expressa a quantidade ofertada para cada nível de preços. A curva de oferta é positivamente inclinada, pois existe uma relação direta entre preços e quantidade ofertada. Quan- do os preços reduzem a quantidade oferta- da, também apresenta redução, e quando os preços aumentam,a oferta aumenta. A partir de certo ponto, para elevar a pro- dução é necessário utilizar mais matérias primas e outras técnicas que elevam os Por exemplo, o conhecimento dos malefícios do fumo reduziu a demanda por cigarros. Esses fatores deslocam a curva da demanda para a direita ou para a esquerda. 27ECONOMIA E MERCADO custos de produção, elevando o preço mí- nimo pelo qual o produtor está disposto a ofertar o produto. Assim como ocorre com a deman- da, a oferta de mercado é dada pela soma de todas as ofertas individuais para cada nível de preços. Dessa forma, a oferta total reduz a medida em que os preços reduzem, e vice-versa: A curva de oferta também pode ser interpretada como o preço mínimo que o mercado cobra para ofertar determinada quantidade. É importante lembrar que qualquer variação nos preços muda a quantidade ofertada, ocasionando um deslocamento ao longo da curva e não um deslocamento da curva de oferta. Preço bem A Quantidade demandada do bem A 10 20 9 18 8 16 7 14 6 12 5 10 4 8 Curva de oferta individual 8 7 6 p (p re ço ) 5 4 3 2 1 0 2 4 6 8 10 12 14 q (quantidade) Observe: No gráfico da oferta, no eixo vertical existe a variável preço, e no eixo horizontal está a variavel quantidade ofertada (ou comprada). Note que, para preços mais altos a quantidade ofertada é maior, e para preços mais baixos a quantidade ofertada é menor. Devido a essa relação direta entre as variáveis, preço e quantidade ofertada (quando uma é alta a outra é alta, e quando uma é baixa a outra é baixa), é que o gráfico possui inclinação positiva, ou seja, é crescente, da esquerda para a direita. 28ECONOMIA E MERCADO • Preço dos Insumos: Uma alteração no preço dos insumos afeta o preço míni- mo que as firmas estão dispostas a receber para oferta de determinada quantidade de um bem ou serviço no mercado. Dessa forma, uma elevação no preço de um in- sumo importante tende a reduzir a oferta daquele bem, deslocando a curva de oferta para cima e para a esquerda. Um exemplo, seria a redução na oferta de carros, caso o aço, um insumo fundamental, tivesse seu preço elevado. • Preço dos bens alternados: Bens alternados são aqueles que podem ser pro- duzidos pelo mesmo produtor com peque- nas alterações em sua planta. Por exem- plo, açúcar e álcool são produzidos por usineiros. Suponha que o preço do açúcar em relação ao álcool suba, o que ocorrerá com a produção de álcool? A produção de álcool é reduzida e a produção de açúcar aumenta, deslocando a curva de oferta de açúcar para baixo e para a direita, e a de álcool para cima e para a esquerda. Outro exemplo é sorvete e frozen iogurte. Se o preço do sorvete aumenta, a produção de frozen iogurte cai, e a de sorvete aumenta, devido ao deslocamento da produção, deslocando a curva de sorvete para baixo e para a direita e a de frozen iogurte em direção contrária. • Tecnologia: A tecnologia é a forma como se transforma insumos em produto. Dessa forma, uma melhoria tec- nológica que gere mais produto de uma mesma quantidade de insumos eleva a oferta, deslocando a curva de oferta para baixo e para a direita. • Mudanças climáticas: Em di- versos mercados, fatores climáticos são importantes no processo produtivo. O exemplo mais óbvio é a agricul- tura, em que uma seca severa pode reduzir a produção, deslocando a curva de oferta para cima e para a esquerda. Um clima perfeito, por sua vez, ex- pande a produção, deslocando a curva de oferta para baixo e para a direita. • Expectativas: As expectativas dos agentes quanto ao futuro afetam a sua oferta por bens e serviços, hoje. Caso o produtor pense que o preço do bem que ele produz vá subir de preço mês que vem, o produtor reduz a oferta hoje, estocando a produção, para vender mês que vem a um preço mais elevado. Isso desloca a curva de oferta para cima e para a esquerda. • Número de vendedores: Uma elevação do número de vendedores eleva a oferta de bens e serviços na economia. Logo, o aumento do número de ven- dedores eleva a oferta de bens e serviços, deslocando a curva de oferta para baixo e para a direita. A curva de oferta pode ser deslocada por diversos fatores: 29ECONOMIA E MERCADO O número de vendedores pode au- mentar por meio de uma abertura de mer- cado ou de uma elevação da concorrência. EQUILÍBRIO DE MERCADO A primeira impressão, após estudar oferta e demanda, pode ser de que elas di- vergem ou, no mínimo, correm em sentido contrário. No entanto, é a relação dessas ações que leva o mercado a um mínimo de harmonização, gerando assim o equilíbrio de mercado. Veremos, agora, então, as curvas de Demanda e Oferta em conjunto, no mesmo gráfico, pois essa é a configuração básica de um mercado (interação entre oferta e demanda). As curvas de oferta e demanda jun- tas determinam o equilíbrio no mercado, indicando preço e quantidade de equilí- brio. • No equilíbrio, a quantidade oferta- da é igual à quantidade demandada. Essa situação é chamada de equilíbrio, porque nenhum dos agentes está disposto a mudar a sua decisão de ofertar ou demandar bens e serviços. Isso ocorre porque, ao preço de equilíbrio, todos os agentes dispostos a comprar o bem por aquele preço compram o produto, e todos os produtores dispostos a vender, vendem o produto. Os consumidores representados na curva de demanda, à direita do ponto de equilíbrio, estão dispostos a pagar um preço inferior àquele que os produtores estão dispostos a ofertar o produto. Logo, nenhum deles mudará a sua decisão de comprar ou vender os produtos. O equilíbrio nesse mercado ocorre de forma natural. 30ECONOMIA E MERCADO Perceba que, neste caso, a quanti- dade ofertada fica acima da quantidade demandada. Nesse caso, existe um excesso de oferta, pois existem mais bens sendo vendidos àquele preço do que consumi- dores dispostos a comprar o bem. Com isso, os produtores reduzem seus preços para evitar o “encalhe” do produto, o que eleva a demanda pelo mesmo. Esse processo ocorre até a econo- mia atingir o ponto de equilíbrio, em que vendedores e consumidores encontram-se satisfeitos. Outro problema seria o nível de preços ser inferior ao preço de equilíbrio. Nesse caso, muitos consumidores demandam um produto que não está sendo ofertado em quantidade suficiente, há um excesso de demanda. Logo, consumidores oferecem preços mais elevados para obter o bem, o que estimula uma elevação da oferta. Esse processo ocorre até a econo- mia atingir o ponto de equilíbrio, em que vendedores e consumidores encontram-se satisfeitos.Suponha que o preço esteja acima do preço de equilíbrio. Desequilíbrio no mercado/ preço acima Preço Quantidade OFE RTA DEMANDA P1 P* Qd Q* Qo P1= Preço acima do equilíbrio P*= Preço de equilíbrio Qd= Quantidade demandada Q*= Quantidade de equilíbrio Qo= Quantidade ofertada Desequilíbrio no mercado/ preço abaixo Preço Quantidade OFE RTA DEMANDA P* Pa Qo Q* Qd Pa= Preço abaixo do preço de equilíbrio P*= Preço de equilíbrio Qd= Quantidade demandada Q*= Quantidade de equilíbrio Qo= Quantidade ofertada Observe: O mercado sempre atinge o equilíbrio, não importa se o preço estiver acima ou abaixo do preço de quilíbrio. Quando há um excesso de oferta, os produtores passam a ofertar seus produtos a preços mais baixos, até que a economia atinja o equilíbrio. Quando há um excesso de demanda, os consumidores passam a ofertar preços mais elevados pelos bens e serviços, até que a economia atinja o equilíbrio. Lei de oferta e demanda: o preço de qualquer bem se ajusta para trazer a quantidade ofertada e a quantidade demandada desse bem para o equilíbrio. 31ECONOMIA E MERCADO ANÁLISE DE MUDANÇAS NO MERCADO: Como visto anteriormente, diversos fatores afetam a oferta e a demanda no mercado. Logo, para analisar seus efeitos no mercado, realizamos uma análise em três etapas: 1- Avaliar se o acontecimento afeta a curva de oferta, demandaou ambas; 2- Verificar em qual direção a curva é deslocada; 3- Verif icar como a(s) alteração (ções) afetam o equilíbrio. Relembrando! Fatores que afetam inicialmente o lado da demanda de mercado, deslocando a mesma: • renda; • preço de bens relacionados (substitutos e complementares); • gostos e preferências do consumidor; • número de compradores no mercado; • expectativas de aumento ou queda no preço dos bens. Fatores que afetam inicialmente o lado da demanda de oferta, deslocando a mesma: • preço dos insumos de produção (que afetam o custos de produção); • mudanças tecnológicas; • número de vendedores; • preço dos bens alternados; • expectativas; • clima. Ponto de equilíbrio é o ponto onde as curvas de demanda e oferta se cruzam. • Preço e quantidade de equilíbrio, são o preço e a quantidade nesse ponto de cruzamento das curvas. • Dessa maneira, a forma como como as duas curvas serão analisadas no mesmo gráfico quando olharmos para a curva de demanda no eixo horizontal será a quantidade demandada, e quando olharmos a curva de oferta no gráfico será a quantidade ofertada. 32ECONOMIA E MERCADO Com base nas informações ante- riores, veja na sequência, graficamente, o efeito de um aumento da renda da popu- lação na demanda de um mercado. Como a renda afeta o lado da de- manda de mercado, e aumento na renda é algo positivo para a mesma, a curva de demanda se desloca para a direita (deman- da 2, pontilhada). Ao preço anterior, em P1 haverá um desequilíbrio no mercado, a demanda será superior à oferta. O preço então aumentará, e o mercado então se ajustará até atingir um novo equilíbrio, ao preço P2 e quantidade Q2. Suponha que, agora, reduza o preço de um bem substituto ao bem analisado no gráfico (na direita). Quando isso acon- tece, o bem substituto fica mais barato que o bem analisado no gráfico a seguir, e a curva da demanda do bem analisado graficamente se deslocará para a esquerda. Temporariamente, o mercado apresentará excesso de oferta, e os preços cairão para que o mercado se ajuste ao novo ponto de equilíbrio, P1. Vejamos agora, como o mercado comporta-se quando a curva de oferta se desloca: Na sequência, o efeito de uma me- lhoria tecnológica. Vejam, que: como a tec- nologia afeta o lado da Oferta de mercado, e trata-se de algo positivo para a oferta, a curva de oferta se desloca para a direita. Com o deslocamento da curva, ao preço P1 (preço inicial) o mercado estará em desequilíbrio, e a oferta será maior do que a demanda, ou seja, terá excesso de oferta no mercado. O preço, então, reduzirá até atingir um novo ponto de equilíbrio, ao Deslocamento da demanda para a direita Preço Quantidade OF ER TA DEMANDA 1 P2 P1 Q1 Q2 P1= Preço inicial P2= Preço após o deslocamento da demanda Q1= Quantidade inicial Q2= Quantidade após o deslocamento da demanda DEMANDA 2 Deslocamento da demanda para a esquerda Preço Quantidade OF ER TA DEMANDA 2 P1 P2 Q2 Q1 P1= Preço inicial P2= Preço após o deslocamento da demanda Q1= Quantidade inicial Q2= Quantidade após o deslocamento da demanda DEMANDA 1 Observe: com esse deslocamento da demanda para a direita (demanda 2), no novo ponto de equilíbrio, ao preço P2 e quantidade Q2, a quantidade e preço ficarão maiores. Observe: com este deslocamento da demanda para a esquerda demanda 2), no novo ponto de equilíbrio, ao preço P2 e quantidade Q2, a quantidade e preço estarão menores. 33ECONOMIA E MERCADO preço P2 (neste caso mais baixo do que o P1). A seguir, o efeito de um aumento nos custos de produção em um mercado. Variações nos custos de produção impac- tam no lado da oferta do mercado, e como os mesmos aumentaram, é algo negativo para oferta, a curva de oferta se desloca para a esquerda. Nesse caso, ao preço P1 o mercado apresentará inicialmente excesso de demanda , e o preço terá que aumentar para que o mercado se equilibre novamente ao preço P2. Em todos os casos analisados acima, consideramos a situação “ceteris paribus”, ou seja, consideramos que somente uma variável se altera, enquanto todas as demais permanecem constantes. Na realidade, nos mercados, diversas variáveis (renda, preços de bens relacionados, gostos, custos de produção, etc), alteram-se simultaneamen- te. No entanto, precisamos isolar o impacto de cada uma delas para entendermos os movimentos do mercado. ELASTICIDADE Vimos, anteriormente, que quando os preços aumentam ou diminuem, a oferta e a demanda também sofrem alteração. Também foi abordado que, além do preço, mudanças em outras variáveis impactam nas curvas da demanda e oferta. Mas como será este impacto? Será grande ou peque- no? O tamanho do impacto da mudança em diversas variáveis na demanda e oferta de um mercado depende de vários fatores, como veremos adiante, e é mensurado por meio das elasticidades. Deslocamento da oferta para a direita Preço Quantidade OF ER TA 1 DEMANDA P2 P1 Q1 Q2 P1= Preço inicial P2= Preço após o deslocamento da oferta Q1= Quantidade inicial Q2= Quantidade após o deslocamento da oferta OF ER TA 2 Deslocamento da oferta para a esquerda Preço Quantidade OF ER TA 1 DEMANDA P2 P1 Q2 Q1 P1= Preço inicial P2= Preço após o deslocamento da oferta Q1= Quantidade inicial Q2= Quantidade após o deslocamento da oferta OF ER TA 2 Observe: no novo ponto de equilíbrio, o deslocamento da curva de oferta para a direita causa redução no preço e aumento na quantidade demandada e ofertada do produto ou serviço analisado. Observe: no novo ponto de equilíbrio, o deslocamento da curva de oferta para a esquerda causará aumento no preço e redução na quantidade demandada e ofertada do produto ou serviço analisado. 34ECONOMIA E MERCADO Elasticidade preço-demanda Genericamente, pode-se perceber que mudanças nos preços dos bens provo- cam mudanças nas quantidades procuradas (VASCONCELLOS, 2004). Dallagnol (2008) diz que a elasticidade preço-de- manda é a relação que existe entre as mo- dificações relativas observadas nas quan- tidades procuradas, as quais são oriundas das alterações relativas nos preços. Em suma, ela mede a reação da quantidade demandada de um produto em função da variação de preço. Caso a Demanda venha reduzir 2 % para cada 1% de aumento nos preços de um determinado produto, dizemos que a elasticidade–preço da demanda nesse mercado é de 2,0. Caso a Demanda reduzisse 0,5% para cada 1% de aumento nos preços desse mercado, a elasticidade-preço da demanda seria de 0,5. Denominamos elasticidade-preço da demanda, a relação entre as diferen- tes quantidades de procura (ou demanda) de certos bens ou serviços em função das alterações verificadas em seus respecti- vos preços (POSSAMAI, 2001). O autor continua dizendo que a elasticidade com- preende, basicamente, demanda elástica, quando o aumento da procura é propor- cionalmente maior do que a redução do preço; demanda de elasticidade unitária, quando o aumento na procura é propor- cional à redução dos preços; e demanda inelástica, quando o aumento na procura não é proporcional à redução relativa dos preços. Assim, quando o valor obtido de elasticidade for maior do que 1,0, sem considerar o sinal da elasticidade (pois é sempre negativo), diz-se que a demanda é elástica. Quando o valor obtido for menor do que 1,0 (sem olhar o sinal, pois este sinal é sempre negativo), diz-se que a demanda é inelástica. Quando o resultado for igual a 1,0, a elasticidade é unitária, ou seja, a demanda responde reduzindo na mesma proporção do aumento no preço. Para uma grande parte dos produtos, uma variação nos preços, mesmo que leve, pode provocar uma alteração nas quanti- dades procuradas. Para outra parte deles, nem mesmo uma alteração acentuada de preços é capaz de provocar modificação nas quantidades demandadas. E há ou- tros casos em que as variações de preços e quantidades são muito proporcionais (DALLAGNOL, 2008). Esses graus de sensibilidade podemser mensurados a par- tir da elasticidade preço-demanda. Em geral, a elasticidade da demanda de um bem depende da disponibilidade de outras mercadorias que possam substituí- -lo. Quando existem substitutos à altura, um aumento de preço faz com que o con- A demanda sempre reduz quando o preço de um produto aumenta. Mas quanto ela reduz? 35ECONOMIA E MERCADO sumidor diminua o consumo desse bem e passe a consumir mais o substituto. Aí, a demanda é elástica. No caso de não haver substitutos à altura, o que ocorre mais para produtos básicos, o comportamento da demanda tende a ser mais inelástico. Como já se espera estar claro, a elasticidade da demanda de um produto está relacionada principalmente ao preço praticado e pela substitutibilidade desse produto. Contudo, em termos práticos, deve-se considerar que os fatores que refle- tem quanto ao grau de elasticidade-preço da procura são: • Essencialidade do produto. Bens básicos (essenciais ou de necessidade) ten- dem a ter uma curva de procura menos elástica do que aqueles bens considerados supérf luos. Com isso, entende-se que o consumo de produtos como alimentação ou outros itens necessários tendem a se manter mesmo com a alta de preços. Logo, quanto maior a essencialidade do produto, mais inelasticidade existe na sua demanda. Nisso, também, são inseridas as questões de hábitos ou vícios. • Substitutibilidade do produto: Produtos que se substituem mutuamente mantêm maiores coeficientes de elastici- dade-preço. Como já foi dito, a existência ou não de substitutos à altura é uma das principais determinantes da sua elastici- dade-preço. Em outro extremo, produtos sem substitutos tendem a apresentar uma curva de procura inelástica. • Periodicidade de aquisição e Im- portância no orçamento: Andando juntas, tem-se a periodicidade de aquisição de um produto e sua importância no orçamento familiar. Quanto mais periódica a aquisi- ção de um produto e quanto mais impor- tante no orçamento for um bem, menor será a sensibilidade à alteração de preços. Quanto mais o produto é frequentemente adquirido pela família, menos a família preocupa-se com o seu preço. Esse item também está relacionado aos hábitos de consumo. Para calcular a elasticidade da de- manda de determinado produto, pode- mos utilizar a seguinte fórmula: ELASTICIDADE PREÇO-OFERTA Como se viu, um aumento nos preços provoca uma alteração, para mais, nas quantidades ofertadas. No entanto, o conceito de elasticidade-preço também é aplicado à oferta. Também, no caso da oferta, há diferentes níveis de sensibilida- de, e esses níveis de sensibilidade podem ser mensurados, através da relação exis- tente entre as modificações percentuais nas quantidades ofertadas decorrentes das alterações percentuais nos preços (AIUB, 2009). A elasticidade preço-oferta é sempre positiva, tratando-se de curvas típicas de (Q2 – Q1) E = Q1 (P2 – P1) P1 Q1 = Quantidade Demandada inicial P1 = Preço inicial Q2 = Quantidade Demandada final P2= Preço final 36ECONOMIA E MERCADO oferta, os preços e as quantidades cami- nham sempre em direção direta. Assim, uma modificação percentual positiva nos preços (aumento) conduz a uma conse- quente modificação percentual positiva nas quantidades ofertadas. Ao mesmo passo em que, as reduções nos preços levam à redução nas quantidades ofertadas. Os principais fatores que inf luen- ciam a elasticidade preço-oferta são: a dis- ponibilidade dos fatores de produção; e a defasagem de resposta (tempo) exigido pelo processo produtivo. Para calcular a elasticidade da oferta de determinado produto, pode-se utilizar a seguinte fórmula: Da mesma maneira que na deman- da, caso a oferta aumentar 2 % para cada 1% de aumento nos preços de um deter- minado produto, dizemos que a elasticida- de–preço da oferta neste mercado é de 2,0. Caso a Oferta aumentasse 0,5% para cada 1% de aumento nos preços desse mer- cado, a elasticidade-preço da oferta seria de 0,5. Desse modo, quando o valor obtido de elasticidade for maior do que 1,0, diz-se que a oferta é elástica. Quando o valor obtido for menor do que 1,0, diz-se que a oferta é inelástica. Quando o resultado for igual a 1,0, a elasticidade é unitária, ou seja, a oferta responde aumentando na mesma propor- ção do aumento no preço. ESTRUTURAS DE MERCADO Agora que já vimos o comporta- mento de um mercado na formação de preços, veremos algumas particularidades dos mercados que os diferenciam entre si, na realidade. A formação de preços pela interação entre oferta e demanda, confor- me visto, anteriormente, ocorre mais nos mercados de concorrência pura ou perfeita. As várias formas ou estruturas de mercado diferem segundo três caracte- rísticas: • Número de empresas que com- põem esse mercado; • Tipo do produto (se as firmas fa- bricam produtos idênticos ou diferencia- dos); • Existência ou não de barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. (Q2 – Q1) E = Q1 (P2 – P1) P1 Q1 = Quantidade Oferta inicial P1 = Preço inicial Q2 = Quantidade Oferta final P2= Preço final 37ECONOMIA E MERCADO Para ser considerada concorrência perfeita, uma estrutura de mercado deveria preencher alguns pré-requisitos, dizem Pi- nho & Vasconcellos (2004). O que justifica o fato para esse modelo ser considerado um modelo ideal e não real. • Homogeneidade: todos os bens/ serviços produzidos são idênticos. Nenhu- ma firma apresentaria qualquer diferencia- ção no produto final, na produção ou nos fatores de produção. Assim, qualquer pro- duto substituiria adequadamente o outro. • Mobilidade: qualquer comprador ou vendedor transaciona os produtos de forma livre e independente. Não há ne- nhum acordo entre eles e os demais par- ticipantes no mercado. • Permeabilidade: não há nenhum tipo de barreira para entrar ou sair do mer- cado, os agentes podem transitar livres de barreiras técnicas, emocionais, legais, etc. • Preço limite: há um preço limite, dado pelo mercado (pelas forças da oferta e da procura), para além do qual nenhum agente pode negociar, ou seja, o mercado tem um preço estabelecido para os produ- tos, e ninguém pode praticar preço maior. Ao mesmo passo, em que nenhum vende- dor pode praticar preço baixo a ponto de comprometer o seu equilíbrio. • Atomização: esse item diz respeito à insignificância da atuação de vendedores e compradores em relação ao seu nível de inf luência no mercado, tendo ciência de que nenhum deles têm condições de inf luenciar o mercado, pois as transações e valores são dados pelas relações de mer- cado. • Transparência: o f luxo de in- formações é transparente e totalmente acessível. Todos os agentes possuem as mesmas informações, e nenhum deles tem privilégios ou informações privilegiadas. Entenda sobre Concorrência Pura ou Perfeita: 38ECONOMIA E MERCADO Há um elevado número de ofertantes e demandantes; Resumindo, neste mercado: As empresas, isoladamente, por serem insignificantes – em termos de tamanho - não afetam os níveis de oferta do mercado e são tomadoras de preço; Não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes, ou seja, os produtos são homogêneos; Não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado. 39ECONOMIA E MERCADO Na realidade, não há o mercado tipicamente de concorrência perfeita no mundo real, sendo talvez o mercado de produtos hortifrutigranjeiros o exemplo mais próximo que se poderia apontar. Nos mercados de concorrência perfeita, as empresas que buscam os maiores lucros devem recorrer ao máximo à tecnologia, ou seja, incorporar os últimos avanços em técnicas produtivas. MONOPÓLIOS O monopólio, por sua vez, é a si- tuação em que há apenas uma empresa produzindo um bem ou oferecendo deter- minado serviço. Esse modelo, contrastan- do com a concorrência perfeita, estáem outro patamar, tendo como características (AIUB, 2009): • Unicidade: como há apenas um único vendedor de um bem, logo, ele de- tém e domina toda a oferta desse bem; • Insubstitutibilidade: não é pos- sível substituir, ou tampouco, encontrar substituto, pois somente a empresa produz o bem demandado; • Barreira: a entrada de uma empre- sa concorrente no mercado é impossível. No entanto, são impedidas barreiras, o que pode ocorrer, por força da legislação, é a cessão de direitos de exploração pelo poder público a uma única empresa, pelo domínio de tecnologias ou pelas exigências da própria atividade exploratória. • Poder: o quesito poder de mono- pólio caracteriza a situação privilegiada, em que se encontra uma empresa monopo- lista, no que se refere à quantidade e preço. O monopolista tem poder de produzir e ofertar a quantidade e transacionar pelo preço que quiser. Em síntese, no monopólio: • Existe, de um lado, um único em- presário (empresa) dominando inteira- mente a oferta e, de outro, todos os con- sumidores; • Não há, portanto, concorrência, 40ECONOMIA E MERCADO nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se subme- tem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto; • Mas isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente; • Como exemplo, podemos citar o mercado de energia elétrica, uma vez que, existem várias empresas, mas cada consumidor só tem a sua disposição uma para consumir. Outro exemplo comum é o transporte publico em diversos municípios. OLIGOPÓLIOS É o mercado no qual há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então onde há um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como indústria de bebidas. Os oligopólios apresentam algu- mas características que se destacam: • Elevadas barreiras à entrada: nes- tes mercados, normalmente existem muitas barreiras, conhecidas como barreiras à entrada, que desestimulam ou impedem a entrada de novas empresas no mercado. Como exemplos de barreiras à entrada, está o alto investimento necessário para ingresso no mercado, o difícil acesso às fontes de matéria-prima, acesso dificultado à tecnologia necessária para produção no mercado, como patentes, entre outros; • Número de concorrentes: nor- malmente são poucos, ou poucos dominam uma grande parcela do mercado; • Diferenciação: como é um am- biente de competição, as empresas tentam usar da diferenciação nos seus produtos e nos seus sistemas de produção, apostando nessa diferenciação como forma de atrair consumidor e manter-se no mercado. No entanto, existem alguns oligopólios no qual não há diferenciação. Como exemplo, citamos o mercado do aço. São poucos ofertantes, mas não há muita diferenciação no produto. 41ECONOMIA E MERCADO • Rivalização: em ambiente com- petitivo, os concorrentes tendem a ser fortes rivais entre si, lutando bravamente para ganhar espaço no mercado ou para não perder aquele já conquistado. Essa rivalização, não raramente, fica notória em campanhas publicitárias que beiram à falta de ética. Em outro extremo, há casos em que as indústrias unem-se em acordos ou fusões para captarem maior número de consumidores. O setor produtivo brasileiro apresen- ta a característica de ser altamente oligopo- lizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria de bebidas, indústria química, indústria farmacêutica, entre outros. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA OU C. MONOPOLÍSTICA Explicamos essas por tratarem-se de uma estrutura mais próxima da nossa realidade, onde cada empresa tem, teorica- mente, poder de estabelecer seus próprios preços (PINHO & VACONCELLOS, 2004). Diz-se, em teoria, que na práti- ca, são muitos os fatores que inf luenciam na fixação de preços dos bens e serviços transacionados. Nesse modelo, o número de concorrentes é grande, por esse moti- vo os compradores encontram facilmente produtos substitutos. Então, esse modelo, caracteriza-se por: • Competitividade: o número de concorrentes é alto, e eles têm grande ca- pacidade de competição entre si; • Diferenciação: os concorrentes apresentam produtos diferenciados para tentarem se salientar dentre os demais em um mercado altamente competitivo; • Substitutibilidade: mesmo dife- renciados, os produtos podem ser substi- tuídos entre si; • Preço Prêmio: a capacidade de a empresa controlar o preço do produto está diretamente ligada ao grau de diferencia- 42ECONOMIA E MERCADO ção percebido pelo comprador, ou seja, o comprador está mais disposto a pagar quando sente que está pagando por algo único ou importante; • Baixas barreiras: as barreiras de entrada nesse mercado tendem a ser bai- xas, assim, há uma relativa facilidade para entrada de novos concorrentes. CONHEÇA OUTRAS ESTRUTURAS DE MERCADO: Ainda, considerando os diferentes modelos de mercado, conforme sua es- trutura, registram Pinho & Vasconcellos (2004). Entre eles, há o Monopsônio, caracterizado pela existência de muitos vendedores e um único comprador. Essa estrutura será melhor visualizada através do exemplo do mercado de trabalho, em que vários trabalhadores oferecem sua for- ça de trabalho a determinado comprador (empresa). E há o Monopólio Bilateral, em que se deparam um monopolista e um monopsonista. O monopolista quer vender determinada quantidade de produto ao preço mais alto, e o monopsonista quer comprar essa mesma quantidade ao preço mais baixo possível; dessa forma, somen- te uma negociação recíproca permitiria definir um preço que satisfizesse as duas partes. Portanto, o preço final dependeria exclusivamente do poder de negociação de cada um desses oponentes. Número de empresas Muito grande Grande Pequeno Uma empresa Barreiras à entrada Sem barreiras Sem barreiras, ou baixa barreiras Altas barreiras Muito altas Características do Produto Homogêneos Commodities Diferenciados Homôgeneos ou diferenciados É único Que para um Mercado estar em equilíbrio, nada deve faltar e nada deve sobrar, e isso significa que não haverá excesso nem escassez de produto no Mercado; Que o preço é o mecanismo de ajuste dos mercados, ou seja, é o preço que varia para fazer com que a oferta se iguale à demanda; De que forma os mercados se ajustam, quando existe mudanças na oferta e demanda, decorrentes de alterações em diversos fatores (renda, tecnologia, entre outros); Que existem diferentes tipos de configurações de Mercado, classificados em quatro tipos, conforme quadro comparativo a seguir: Aluno, ao ler esta unidade, deve estar claro para você: Concorrência perfeita Concorrência monopolica Oligopólio Monopólio 44ECONOMIA E MERCADO ATIVIDADES 1). Define-se oferta por: (A) a quantidade de um determinado bem que um pro- dutor deseja comprar no mercado, por unidade de tempo; (B) a quantidade de um determinado bem que um com- prador deseja comprar no mercado, por unidade de tempo; (C) a qualidade de um determinado bem que um ope- rário deseja comprar no mercado, por unidade de tempo; (D) a quantidade de um determinado bem que um for- necedor deseja comprar do mercado, por unidade de tempo; (E) a quantidade de um determinado bem que um produtor deseja vender no mercado, por unidade de tempo. 2). Sobre o conceito de demanda, podemos afirmar que se refere à: (A) quantidade de um determinado bem que o produtor está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo; (B) qualidade de um determinado bem que um con- sumidor está disposto e capacitado a vender, por unidade de tempo; (C) qualidade de um determinado bem que um produtor está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo; (D) quantidade de um determinado bem que um indi- víduo está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo; (E) quantidade de um determinado bem que um in- divíduo está disposto e capacitado a
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