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eBookdaUnidade4 economia mercado financeiro e capitais

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Unidade 4
Relações 
internacionais 
e balanço de 
pagamento
Rosilda do Rocio do Vale
Mercado 
Financeiro e de 
Capitais
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora 
ROSILDA DO ROCIO DO VALE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
 Rosilda do Rocio do Vale
Olá. Meu nome é Rosilda do Rocio do Vale. Sou mestre em 
Administração com ênfase em finanças pela PUCPR, especialista 
em finanças corporativas e gestão organizacional e graduada em 
administração. Possuo experiência na área financeira, adquiridas ao longo 
dos anos realizando operações financeiras em empresa de comércio 
exterior. Faz sete anos que atuo no ensino superior, em disciplinas 
nas áreas de finanças e comércio exterior. Sou apaixonada pelo que 
faço. É muito gratificante poder transmitir meu conhecimento e minha 
experiência com quem está buscando aprendizado para atingir os seus 
objetivos pessoais e/ou profissionais. Por isso fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito 
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Seja 
bem vindo e conte comigo!
A AUTORA
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Determinação da taxa de juros e do produto de equilíbrio ....11
Política macroeconômica em uma economia aberta ......................................11
Modelo IS-LM-BP ....................................................................................................12
IS-LM e política fiscal ............................................................................................13
IS-LM e política monetária ................................................................................14
Modelo Mundell-Fleming (IS-LM aplicado para uma economia 
aberta) ..............................................................................................................................15
Estratégias com opções de compra e venda e estratégias com 
futuros ............................................................................................................21
Estratégias com opções de compra e venda .......................................................21
Estratégias envolvendo opções de venda ..............................................................24
Estratégias com futuros ........................................................................................................25
 Participantes do Mercado futuro .................................................................27
Estratégias com futuro de índice Bovespa ...........................................28
Estratégias com futuro de câmbio ..............................................................29
Estratégias com commodities ........................................................................31
Comércio exterior e relações internacionais .................................33
Globalização e competitividade .....................................................................................33
O Processo de globalização ...........................................................................35
Comércio internacional ......................................................................................37
Motivos da internacionalização das empresas .................................39
Exportação ...................................................................................................................43
Importação ..................................................................................................................44
Balanço de pagamentos ........................................................................47
Conceito do balanço de pagamentos ........................................................................47
Estrutura do balanço de pagamentos ........................................................................48
Transações Correntes - TC ................................................................................49
Conta Financeira - CF ...........................................................................................53
Mercado Financeiro e de Capitais8
UNIDADE
04
RELAÇÕES INTERNACIONAIS E BALANÇO 
DE PAGAMENTO
Mercado Financeiro e de Capitais 9
Você sabia que o comércio internacional é importante para a 
economia dos países, pois assim é possível fazer a troca de produtos e de 
serviços, ou seja, a importação e a exportação de acordo com a oferta e 
a demanda de cada país. Sendo que por meio da importação é possível 
adquirir bens que o país não produz, bem como matéria-prima. Enquanto 
que a exportação contribui para a geração de empregos, bem como 
proporciona inúmeras vantagens para a empresa exportadora e para o 
país. Sendo todas as operações nacionais e internacionais medidas por 
meio do balanço de pagamento. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva 
você vai mergulhar neste universo! 
INTRODUÇÃO
Mercado Financeiro e de Capitais10
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4- Relações internacionais 
e balanço de pagamento. Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Entender como funciona o modelo Mundell-Fleming na 
macroeconomia;
2. Entender as estratégias com opções de compra e de venda e 
estratégias com futuros;
3. Compreender como funciona o comércio internacional e sua 
importância para o país;
4. Conhecer a estrutura e como funciona o balanço de pagamento.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Mercado Financeiro e de Capitais 11
Determinação da taxa de juros e do 
produto de equilíbrio
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
qual a relação dos três mercados (o de bens, o monetário e 
o externo) e por meio do modelo Mundell-Fleming ver qual 
é o impacto das políticas fiscal e monetária no balanço de 
pagamentos e, a integração e equilíbrio do setor interno e 
externo, e avaliar os impactos nas políticas macroeconômicas. 
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois 
as políticas fiscal e monetária estão presentes nas atividades 
das empresas e também em sua vida pessoal e, sem dúvida 
é importante você saber qual é o impacto no balanço de 
pagamento “no capítulo quatro você estudará sobre balanço 
de pagamentos”. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Política macroeconômica em uma economia 
aberta
De acordo com Carvalho e Silva (2017) é desejável que a economia 
esteja sempre em pleno emprego, com preços estáveis. Porém, para atingir 
esse objetivo, pode-se lançar mão de políticas monetária e fiscalde forma 
isolada ou de forma combinada, dependendo do caso. Pois o objetivo 
macroeconômico é de equilibrar as contas externas, com os efeitos da 
política fiscal e monetária no emprego e no balanço de pagamentos, 
sendo que para estudar esses fenômenos utiliza-se o modelo Mundell-
Fleming, o qual é eficaz na análise das interações entre os setores interno 
e externo de uma economia que apresente grande mobilidade de capitais 
e taxas de câmbio flexíveis. 
Mellagi Filho e Ishikawa (2007) dizem que o modelo IS-LM 
denominado de modelo Mundell-Fleming é utilizado para melhor 
entender a relação entre o mercado de bens e o mercado de moeda para 
Mercado Financeiro e de Capitais12
a determinação da taxa de juros e do produto ou renda nacional, pelo 
menos do ponto de vista da demanda agregada a curto prazo.
SAIBA MAIS:
Robert Mundell e J. Marcus Fleming perceberam que havia 
uma relação bastante estreita entre os mercados de capitais 
internacionais e as políticas monetárias domésticas, que 
poderia ser avaliada por meio do balanço de pagamentos.
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) o IS e LM são curvas 
traçadas em um gráfico que relaciona a taxa de juros (i) e o produto (y). 
Sendo que a curva IS reflete o equilíbrio no mercado de bens e a curva 
LM o equilíbrio no mercado monetário.
Modelo IS-LM-BP
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) o modelo parte 
inicialmente de uma economia sem transações internacionais. Assumida 
essa hipótese, pode-se dizer que a renda ou produto nacional (Y) que 
uma economia obtém em dado período de tempo é destinada para três 
tipos de despesas: despesas de consumo das famílias (C), despesas de 
investimento (I) e despesas do governo (G).
Porém de acordo com Carvalho e Silva (2017) numa economia 
aberta, temos três mercados: o de bens, o monetário e o externo. O 
mercado de bens é representado pela curva IS, que significa Investment 
(Investimento) e Saving (Poupança); o mercado monetário é formalizado 
por meio da função LM que se refere a Liquidy (Liquidez) e Money 
(Moeda); e o mercado externo se integra na análise com a função BP, que 
quer dizer simplesmente Balanço de Pagamentos. Sendo que o modelo 
clássico IS-LM-BP permite integrar os setores internos e externos de uma 
economia e avaliar os impactos das políticas macroeconômicas. 
Mercado Financeiro e de Capitais 13
IS-LM e política fiscal
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) suponhamos que 
ocorra um aumento dos gastos do governo ou uma diminuição dos 
impostos (política fiscal expansiva). Isso faz com que a IS se desloque 
para a direita. Portanto, se a inclinação da IS e a da LM não forem nem 
zero nem infinitas (se não forem nem horizontais e nem verticais), tem-se 
uma elevação da taxa de juros de equilíbrio (de iE para i’E) e do produto 
demandado (de YE para Y’E). Sendo que quando há elevação dos gastos 
do governo ou uma queda dos impostos, a renda disponível e o consumo 
tendem a aumentar. Entretanto, este aumento da renda faz com que a 
demanda por moeda também se eleve, o que pressiona para cima a taxa 
de juros, que por sua vez, a elevação da taxa de juros acaba implicando 
queda do investimento, o que amortece um pouco a elevação da renda. A 
Figura 1 mostra os efeitos da política fiscal sobre a taxa de juros e a renda.
Figura 1 - Efeitos da política fiscal sobre a taxa de juros e a renda
Fonte: Adaptado pela autora
A partir do que se apresentou na figura 1, pode-se observar que se 
a taxa de juros tivesse permanecido em iE, a renda poderia elevar-se até 
YZ. Contudo, o ponto Z embora reflita equilíbrio no mercado de bens, não 
reflete equilíbrio no mercado monetário. Pois, há um excesso de demanda 
de moeda que tende a ser traduzido por uma elevação da taxa de juros, o 
Mercado Financeiro e de Capitais14
que faz com que o investimento se reduza. O ponto de equilíbrio conjunto 
dos mercados de bens e de moeda é E’. A renda Y’E, embora maior que a 
renda inicial YE, é menor que a renda YZ.
De acordo com esse modelo, a elevação dos gastos do governo ou 
a diminuição dos impostos faz com que a demanda agregada se eleve, 
embora às custas de elevação de juros e da queda do investimento. 
IS-LM e política monetária
De acordo com Carvalho e Silva (2017) os agentes demandam 
moeda basicamente por dois motivos (transação e especulação). Sendo 
que a necessidade que as pessoas têm de reter moeda para realizar suas 
compras e seus pagamentos cotidianos, é o que se chama transação, que 
está diretamente relacionado ao nível de renda. Já a especulação leva 
em conta o nível da taxa de juros dos títulos, que pode ser considerado o 
custo de oportunidade de manter a moeda e, quanto maior for a taxa de 
juros, menor será a demanda.
Carvalho e Silva (2017) dizem que as mudanças no nível de renda 
provocam alterações na demanda por moeda, e assim, pode-se encontrar 
combinações de níveis de taxa de juros e renda que correspondem ao 
equilíbrio no mercado monetário. Portanto, essas combinações são pares 
de pontos que pertencem à função LM.
EXEMPLO: Suponha uma elevação da oferta de moeda, dado o nível 
de preços, de modo que a LM tenda a ir para a direita (política monetária 
expansiva), temos então, um deslocamento da LM até LM’. Portanto, se as 
inclinações da IS e da LM não forem nem zero nem infinitas, temos uma 
queda da taxa de juros de equilíbrio, de iE para i’E, e uma elevação da 
renda, de YE para Y’E. A Figura 2 mostra os efeitos da política monetária 
sobre a taxa de juros e renda.
Mercado Financeiro e de Capitais 15
Figura 2 - Efeitos da política monetária sobre a taxa de juros e renda
Fonte: Adaptado pela autora
De acordo com o que apresenta a figura 2, pode-se observar que 
a política monetária expansiva implica também maior consumo (devido 
à maior renda disponível) e maior investimento (devido à menor taxa de 
juros). Portanto, neste modelo, os gastos e tributos não são afetados por 
serem exógenas.
Quando a oferta de moeda é reduzida, há excesso de demanda por 
moeda, a taxa de juros se eleva, o investimento cai e, consequentemente, 
a renda diminui, ou seja, para que a demanda por moeda se reduza, a 
renda precisa ser menor.
Modelo Mundell-Fleming (IS-LM aplicado para 
uma economia aberta)
De acordo com Carvalho e Silva (2017) numa política aberta, 
as políticas destinadas ao equilíbrio do setor interno podem ser 
incompatíveis, como o objetivo de equilíbrio do balanço de pagamentos. 
Segundo Mellagi Filho e Ishikawa (2007) uma economia aberta é aquela 
com livre fluxo de capitais ou divisas para dentro e para fora do país, mas 
Mercado Financeiro e de Capitais16
relativamente pequena, ou seja, sua atividade econômica não influência 
a taxa de juros internacional. Sendo que a taxa de juros internacional é 
denominada de (ix), ela é uma variável exógena, e no equilíbrio a taxa de 
juros nacional (i) deve-se igualar à taxa de juros internacional ix, porém 
isso não pode acontecer na prática.
No Brasil as taxas de juros interna e internacional normalmente não 
se igualam, o que faz com que o balanço de pagamentos não encontre 
um equilíbrio nulo, o que faz com que apresente déficit ou superávit.
Caro estudante, no capítulo quatro desta unidade você estudará 
sobre balanço de pagamentos, porém vou apresentar uma breve 
definição. O balanço de pagamentos é um conjunto de contas que registra 
as transações do país que envolvam ativos externos, divisas ou moeda 
estrangeira em dado período de tempo, ele é dividido em contas, porém 
no momento enfatizaremos as Transações Correntes, que de acordo com 
Mellagi Filho e Ishikawa (2007) o saldo é denominado de Xm, ou seja, é a 
diferença entre as exportações de bens e de serviços e as importações 
de bens e de serviços.
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) o saldo de transações 
correntes Xm é função direta da taxa de câmbio nominal e. Quanto 
maior for a taxa de câmbio, maior tendem a seras Transações Correntes 
e; quanto menor a taxa de câmbio, menor tendem a ser as Transações 
Correntes. Sendo que a taxa de câmbio nominal pode ser definida como 
o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira.
EXEMPLO: R$2,00 por U$$1,00, quanto maior é a taxa de câmbio, 
maior é a desvalorização nominal da moeda nacional, se a taxa passa de 
R$2,00 para R$4,00 por U$$1,00 é necessária mais moeda nacional para 
obter o mesmo dólar dos Estados Unidos.
Carvalho e Silva (2017) dizem que o saldo das transações correntes, 
depende da taxa de juros real, da renda doméstica e da renda do resto 
do mundo.
Atenção para não confundir o saldo em Transações Correntes ou 
em conta corrente do Balanço de Pagamentos com o Saldo da Balança 
Comercial.
Mercado Financeiro e de Capitais 17
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) os movimentos da 
taxa de câmbio incentivam os agentes econômicos a alterarem o volume 
de transações com o resto do mundo. Se eventualmente houver uma 
elevação da taxa de câmbio, as exportações realizadas para o mercado 
internacional passam a valer mais em moeda nacional.
EXEMPLO: A partir das informações apresentadas no exemplo 
anterior, se uma saca de café é vendida a U$$10,00 para o restante do 
mundo, em vez de R$20,00 passará para R$40,00. Porém, por outro 
lado as importações passam a ser mais caras em moeda nacional. Uma 
garrafa de vinho alemão de U$$15,00 em vez de valer R$30,00 passa para 
R$60,00 para os consumidores nacionais.
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) em um segundo 
momento os agentes e econômicos tendem a reagir e ajustar as 
quantidades transacionadas em face à variação dos preços relativos.
A figura 3, por meio do modelo Mundell-Fleming mostra o equilíbrio 
geral entre os mercados interno e externo.
Figura 3 - Equilíbrio geral pelo modelo Mundell-Flemimg
Fonte: Adaptado pela autora
Conforme Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a hipótese de livre fluxo 
de capitais ou divisas mais a hipótese de determinação da taxa de câmbio 
Mercado Financeiro e de Capitais18
pelo mercado cambial, propicia um mecanismo de ajustamento para o 
equilíbrio. De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) suponha-se 
que a taxa de juros nacional, determinada pelo cruzamento da IS com a 
LM, fique acima da taxa de juros internacional, esse diferencial da taxa de 
juros faria com que a entrada de moeda estrangeira seja maior do que sua 
saída. Para entender veja o exemplo a seguir.
EXEMPLO: Se os aplicadores internacionais de capital financeiro 
julgarem mais atraente o rendimento dos títulos nacionais do que os 
rendimentos financeiros do restante do mundo. Ou então, porque o 
diferencial das taxas de juros incentiva as empresas nacionais a se 
endividarem em moeda estrangeira em vez de em moeda nacional.
A figura 4 mostra o ajustamento para o equilíbrio.
Figura 4 - Ajustamento para o equilíbrio
Fonte: Adaptado pela autora
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) com maior oferta de 
moeda estrangeira no mercado cambial do país tenderia a fazer com que, 
dada sua demanda, o preço em moeda nacional da moeda estrangeira 
se reduzisse, Dessa forma, a taxa de câmbio tenderia a cair e a moeda 
nacional a valorizar-se nominalmente.
Mercado Financeiro e de Capitais 19
Figura 5 - Equilíbrio
Fonte: Pixabay
Mellagi Filho e Ishikawa (2007) dizem que a queda da taxa de 
câmbio estimularia as importações de bens e de serviços e desestimularia 
as exportações de bens e de serviços e, haveria queda do saldo das 
Transações Correntes Xm, o que causaria um deslocamento para a 
esquerda da IS, conforme pode-se observar na figura 4. Sendo que com 
esse deslocamento de IS para a esquerda, a taxa de juros nacional reduz-
se até igualar-se a taxa de juros internacional, e assim cessando a elevação 
da taxa de câmbio e a redução do saldo das Transações Correntes e, 
consequentemente, ocorreu a redução do produto demandado, de YE 
para Y’E. 
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) caso o governo 
queira que a IS permaneça no mesmo lugar, ele pode compensar a 
diminuição do saldo em transações correntes com elevação dos gastos 
públicos; ou se o objetivo for de manter um diferencial positivo entre 
a taxa de juros nacional e internacional a fim de assegurar a oferta de 
moeda estrangeira por algum motivo estratégico, do que manter a renda, 
o governo pode reduzir a oferta de moeda nacional, fazendo acompanhar 
o deslocamento para a esquerda da IS com um deslocamento da LM na 
mesma direção. Em ambos os casos, a taxa de câmbio nominalmente 
seria mantida estável. Porém, não é interesse do governo permitir que 
aja esse movimento de ajuste. Caro estudante, a figura 5 é meramente 
ilustrativa e tem como objetivo representar que de acordo com o modelo 
Mundell-Fleming deve haver equilíbrio.
Mercado Financeiro e de Capitais20
A manutenção dessa situação de desequilíbrio, certamente exige 
algum custo, seja para as contas do governo, seja para a sociedade.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo 
o que vimos. Você deve ter aprendido que todas as variáveis 
relacionadas aos gastos e às receitas do governo fazem parte 
da política fiscal, a qual está relacionada com os níveis de 
renda e às taxas de juros que mantêm o mercado de bens em 
equilíbrio e, que a política fiscal implica no deslocamento da 
IS. Você também aprendeu que a política monetária consiste 
em determinar a oferta de moeda e consequentemente a 
taxa de juros e, é a LM que indica as combinações de níveis 
de renda e as taxas de juros que asseguram o equilíbrio no 
mercado monetário. Também aprendeu que a função BP 
expressa o equilíbrio externo.
Mercado Financeiro e de Capitais 21
Estratégias com opções de compra e 
venda e estratégias com futuros
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
como funcionam as estratégias com opções de compra 
e venda e estratégias com futuros. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão, pois é muito utilizado no 
mercado financeiro, se por exemplo, você for trabalhar no 
setor financeiro de uma cooperativa agrícola, dependendo 
da função que for exercer talvez tenha que realizar operações 
com futuro, visto que os produtos agrícolas como grãos, boi, 
etc, são comercializados a futuro. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Estratégias com opções de compra e venda 
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) para o mercado 
brasileiro, se uma ação-objeto, durante o período de vigência da opção, 
distribuir dividendos, juros sobre o capital próprio ou qualquer outro 
provento em dinheiro, o valor líquido recebido será deduzido do preço 
de exercício da série, a partir do primeiro dia de negociação. Porém, se 
ocorrerem distribuições que aumentem o número de ações da empresa 
emissora das ações-objeto; eleva-se, na mesma proporção, o número de 
ações-objeto cobertas pela opção, diminuindo-se proporcionalmente o 
preço pago por ação no exercício, de forma que o valor da ação, segundo 
Mellagi Filho e Ishikawa (2007), é considerado um lançamento coberto 
quando se deposita, em garantia, a mesma quantidade em ação-objeto 
da opção. O objetivo básico do lançamento coberto é obter um retorno 
maior do que o que seria conseguido com a simples posse ou venda 
imediata. Com o mercado em baixa, o lançador se protege até o ponto 
em que o preço à vista da ação-objeto for igual ao preço que ele pagou 
por ela, menos o valor do prêmio recebido. Neste caso, o lançador espera 
uma elevação nos preços à vista.
Mercado Financeiro e de Capitais22
De acordo com Assaf Neto (2014) a operação de venda a descoberto 
ocorre quando um investidor decide “tomar emprestado” uma certa quantia 
de títulos de uma corretora para vende-los, prevendo que o determinadotítulo irá sofrer uma forte desvalorização e a sua estratégia é recomprar 
por um preço inferior ao da venda realizada, apurando com isso um ganho 
financeiro. Mesmo o investidor não possuindo um título, ao vender a 
descoberto ele pode obter alguma vantagem financeira determinada pela 
queda no preço de mercado do título. Assaf Neto (2014) diz que a venda 
a descoberto é uma operação bastante usada no mercado dos EUA e 
pouco comum no Brasil. O vendedor realiza lucro somente em caso de 
desvalorização do preço de mercado da ação. Par você entender como 
ocorre uma operação de venda a descoberto segue um exemplo.
EXEMPLO: Admita que um investidor tenha tomado emprestadas 
10.000 ações ao preço de $20,00 cada ação. Vende todos os valores 
pelo preço atual de mercado, auferindo uma receita de $200.00,00. Em 
determinado momento futuro observa que o preço de mercado caiu para 
$16,00 cada ação, e avalia que esse é o preço ideal para compra. Em sua 
avaliação verifica que a ação dificilmente cairá mais e deverá oscilar em 
torno desse preço. Decide recomprar as 10.000 ações por $160.000,00, 
auferindo um ganho de capital de $40.000,00.
Diante do exemplo apresentado e de acordo com Assaf Neto (2014) 
a operação a descoberto incorre em riscos, portanto é importante uma 
cuidadosa avaliação prévia do investimento, pois o título pode valorizar-se 
no futuro, devendo o investidor readquirir o título por um preço acima do 
valor de venda.
No que refere-se ao mercado secundário e operações estruturadas 
(casadas), de acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) as principais 
opções têm suas negociações no mercado secundário e cabe à B3 a 
organização da liquidez de mercado. Enquanto que as outras são 
negociadas no mercado de balcão, sendo que o mercado de balcão 
organizado é aquele em que as ações são negociadas pela Sociedade 
Operadora de Mercado de Acesso (SOMA) que é um mercado organizado 
para negociação de papéis de menor liquidez, de empresas de capital 
reduzidos demais para serem negociados em bolsa. 
Mercado Financeiro e de Capitais 23
Conforme Mellagi Filho e Ishikawa (2007) é no mercado de balcão 
onde ocorrem as operações estruturadas ou casadas, autorizadas 
pela Bolsa de Valores. Essas operações visam as negociações entre os 
mercados à vista, a termo, de opções e de futuros.
Um mercado de balcão é entendido como não organizado quando 
os negócios de compra e venda de títulos e valores mobiliários são 
executados diretamente entre as partes, sem a interveniência de qualquer 
órgão controlador ou regulador do mercado.
De acordo com Assaf Neto (2014) o mercado de balcão é um 
segmento importante do mercado de capitais brasileiro, pois neste 
mercado são negociados ações e outros ativos financeiros atendendo 
à especificações determinadas pelos investidores e geralmente não 
atendidas nas negociações em Bolsas de Valores.
Estratégias com opções de compra e termo 
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a compra de opção 
de compra é uma operação simples, pois consiste basicamente em 
comprar uma opção de compra e de exercer ou não o direito. Sendo que 
a perda restringe-se ao valor do prêmio.
EXEMPLO: Vamos supor que determinado investidor resolva adquirir 
uma opção de compra com o objetivo de exercer seu direito. Esse direito 
só será realizado se o preço da ação-objeto no mercado à vista estiver 
acima do preço do exercício (preço da ação no mercado à vista na data 
de exercício $11,00; preço de exercício $9,00; prêmio $1,50; prazo 30 dias).
Com relação ao lançamento coberto de opções de compra, Mellagi 
Filho e Ishikawa (2007) dizem que essa operação consiste em lançar opções 
de compra sob uma posição física de ações. Tal operação é indicada 
quando o mercado está em alta, ou quando se iniciar um processo de 
baixa e se reduzir o custo da ação na carteira. Muitos investidores utilizam 
essa estratégia para reduzir o custo da ação na carteira em um período de 
baixa no mercado. Pois, essa operação consiste basicamente em lançar 
opções de compra para vários períodos.
Mercado Financeiro e de Capitais24
EXEMPLO: Um investidor espera uma baixa do mercado de ações e 
lança opções de compra sob sua posição física de ações.
Com relação a compra e a venda de opções de compra com 
preços de exercício diferentes, mas com o mesmo vencimento (spread 
com calls), de acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) nesse caso 
o investidor trabalha com duas séries de opção da mesma ação-objeto 
e com o mesmo vencimento. Essa operação é aconselhável quando o 
mercado está em alta, porque o investidor fica na dependência de ser 
exercido na opção com preço de exercício maior.
EXEMPLO: Compra da opção de compra com prêmio de $4,00 e 
preço de exercício $35,00; venda de opção de compra com prémio de 
$2,00 e preço de exercício de $38,00. Prazo 30 dias.
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a operação de 
compra de uma ação a termo e lançamento de uma opção de compra, 
permite ao investidor ter uma rentabilidade garantida, caso ocorra o 
exercício da opção, ou uma diminuição do custo da aquisição a termo se 
o mercado baixar.
Estratégias envolvendo opções de venda 
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a operação de 
compra da ação-objeto, compra de opção de venda e lançamento de 
opção de compra (Box de três pontas ou estratégia Putt-Call Parity) 
permite manter a rentabilidade do investimento, seja qual for o preço da 
ação-objeto no mercado à vista na data do vencimento das opções, ou 
seja, a rentabilidade da operação sempre é a mesma independentemente 
do nível de preço da ação-objeto no mercado à vista.
No que refere-se a operação envolvendo simultaneamente, a 
compra e a venda de operações de compra e de venda (Box de quatro 
pontas), de acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) essa operação 
transforma o mercado de renda variável em renda fixa, ela pode ser 
resumida como sendo, uma combinação entre uma trava de alta e uma 
trava de baixa. 
Mercado Financeiro e de Capitais 25
Mellagi Filho e Ishikawa (2007) dizem que no caso de compra de 
uma opção de compra e compra de uma opção de venda (Straddle), 
o investidor compra uma opção de compra e de venda com o mesmo 
preço de exercício e mesmo vencimento. Porém, o resultado da operação 
dependerá do comportamento da ação do mercado a vista.
Com relação à compra de uma opção de compra, e compra de 
uma opção de venda com preços de exercícios diferentes (Strangle), 
de acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) essa estratégia deve ser 
realizada quando o investidor espera uma grande oscilação no preço da 
ação, podendo ser de alta ou de baixa. Sendo que as opções compradas 
possuem o mesmo vencimento, mas com preços de exercício diferentes, 
sendo o preço de exercício da opção de venda menor do que o da opção 
de compra.
EXEMPLO: Compra de uma opção de compra (prêmio $1,00 e preço 
do exercício $13,00) e compra de uma opção de venda (prêmio $0,50 e 
preço de exercício $10,00).
Estratégias com futuros 
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) para atuar em 
mercados futuros exige-se total conhecimento operacional da Bolsa e de 
seus produtos, bem como de cálculo financeiro e do cenário econômico.
Conforme Assaf Neto (2014) nos mercados futuros as partes 
obrigam-se a negociar (comprar e vender) determinado ativo em certa 
data futura, sendo previamente fixado o preço objeto da negociação. Os 
principais produtos e instrumentos financeiros negociados a futuro são: 
produtos agropecuários, taxas de juros, taxas de câmbio, ouro, índice 
Bovespa, etc.
EXEMPLO: Um investidor pode desejar adquirir certa quantidade 
de uma ação específica para entrega no futuro. Na outra ponta dessa 
operação deve encontrar-se outro investidor, que, inversamente, deseja 
efetuar a venda desses ativos para entregar também no futuro. O preço é 
acertado entre as partes e o negócio é fechado como uma operação de 
mercado futuro.Mercado Financeiro e de Capitais26
A partir do exemplo apresentado e de acordo com Assaf Neto (2014) 
o investidor da ação aposta na elevação de sua cotação no mercado, 
adquirindo hoje para entrega futura por um preço acordado previamente. 
Enquanto que por outro lado o vendedor acredita na possibilidade de 
compra da ação no futuro a um preço inferior, o que permitiria realizar 
um lucro. Nas operações futuro, há um compromisso formalizado em 
contrato, de se comprar ou vender em certa data futura. A figura 6 mostra 
o boi que é um dos produtos negociados a futuro.
Figura 6 - Boi produto comercializado a futuro
Fonte: Pixabay
De acordo com Assaf Neto (2014) a Bolsa de Mercadorias e Futuros 
(BM&F) é o mercado formalmente estabelecido para negociar instrumentos 
futuros no Brasil. A qual cumpre suas funções de oferecer facilidades para 
a realização dos negócios e o controle das operações, para permitir a livre 
formação dos preços, das garantias às operações realizadas e oferecer 
mecanismos de custódia e de liquidação dos negócios.
Caro estudante, como você já estudou na unidade 3, você sabe 
que em março de 2017 a partir da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip 
foi criada a B3, portanto a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) agora 
integra a B3 e é lá que são negociados os futuros.
Mercado Financeiro e de Capitais 27
 Participantes do Mercado futuro
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) os participantes são 
os mesmos que atuam em outros mercados, são o hedge, o especulador, 
o arbitrador e o Market maker. Vamos saber um pouco mais sobre cada 
um?
Segundo Assaf Neto (2014) o hedge é um agente que participa 
do mercado com o intuito de desenvolver proteção diante de riscos de 
flutuações nos preços de diversos ativos (moedas, ações, commodoties, 
etc) e nas taxas de juros. Para tanto, tomam nos mercados futuros uma 
posição contrária àquela assumida no mercado à vista, minimizando o 
risco de perda financeira diante de uma eventual variação nos preços de 
mercado. Caro estudante, para você melhor entender como funciona no 
dia a dia, segue um exemplo.
EXEMPLO: Um importador brasileiro poderá ter que pagar U$$10 
milhões por mercadorias adquiridas dos EUA em certa data futura, com 
o intuito de se proteger-se do risco de desvalorização cambial da moeda 
nacional (R$), poderá adquirir um contrato futuro de dólar com vencimento 
na data da liquidação da dívida da importação, de maneira que garanta a 
cotação do dólar americano (moeda de referência para o pagamento da 
importação).
Assaf Neto (2014) diz que o especulador adquire o risco do hedge, 
motivado pela possibilidade de ganhos financeiros. Tem uma participação 
importante no mercado, assumindo o risco das variações de preços.
O especulador pode ser uma pessoa física ou jurídica que visa obter 
ganhos financeiros por meio das variações dos preços, eles procuram 
momentos de ineficiência do mercado para poderem tomar posições 
descobertas ou alavancadas, ou seja, com risco. As decisões são baseadas 
em análises técnicas e econômicas.
Conforme Assaf Neto (2014) o arbitrador é um participante que 
procura tirar vantagens financeiras quando percebe que os preços em 
dois ou mais mercados apresentam-se distorcidos. Opera geralmente 
Mercado Financeiro e de Capitais28
com baixo nível de risco, e sua importância para o mercado está na 
manutenção de certa relação entre os preços futuros e a vista.
De acordo com Assaf Neto (2014) o formador de mercado (market 
maker) é um agente que se compromete a promover uma liquidez mínima 
do mercado e contribuir para a formação justa dos preços dos ativos 
negociados. Os formadores de mercado se comprometem a manter, 
durante todo o tempo de funcionamento do pregão, ofertas de compra e 
de venda para ativos em que estiverem credenciados. O formador pode 
estar credenciado para representar uma ou mais ações ou debentures. 
O formador de mercado (market maker) ajuda a Bolsa a analisar os 
riscos das operações dos sistemas e na formação do preço do produto 
negociado.
Estratégias com futuro de índice Bovespa
De acordo com Assaf Neto (2014) os contratos futuros de índices 
são negociados em pontos do índice, não existindo um mercado físico. 
Na data do vencimento do contrato futuro, ocorre somente sua liquidação 
financeira apurada pela diferença de cotação. Cada ponto do índice é 
representado por um valor monetário, conforme estabelecido pela Bolsa. 
Sendo que da mesma forma que os demais contratos futuros, ao se abrir 
sua posição o investidor deve depositar uma margem de garantia, de 
acordo com o valor fixado pela BM&FBovespa. As posições em aberto 
são ajustadas todos os dias (ao final de cada pregão). Para lhe ajudar a 
entender melhor, segue um exemplo.
EXEMPLO: Admita que um investidor tenha adquirido, em 
determinada data, 10 contratos futuros de índice Bovespa (Bolsa de Valores 
de São Paulo) a 10.800 pontos cada. Ao abrir esta posição de compra 
o investidor está apostando em uma valorização do índice. Porém, em 
razão da valorização das cotações no mercado a vista, o investidor decide 
fechar sua posição (vender o contrato com vencimento futuro) no mesmo 
dia, a 11.300 numa operação denominada day trade. Sabe-se que o valor 
do ponto de cada contrato vale $5,00. Como o valor de um contrato futuro 
de índice é calculado pela multiplicação do valor monetário estabelecido 
e o número de pontos do índice, o investidor obteve o seguinte resultado 
Mercado Financeiro e de Capitais 29
(Venda de 10 contratos futuros: 11.300 – Compra dos 10 contratos futuros: 
10.800 = diferença de 500 pontos) o resultado financeiro é (500 pontos X 
$5,00 X 10 contratos = $25.000,00). Estratégias com futuro de taxa de juros
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a operação de 
transformar uma aplicação pré-fixada em pós-fixada é uma estratégia 
que tem como objetivo proteger o investidor em títulos pré-fixados contra 
uma possível elevação do nível de taxas de juros. Veja o exemplo dessa 
operação.
EXEMPLO: Um investidor aplica $1.000.000,00 em um CDB com 
prazo de 30 dias e uma taxa de 2,90% para o período. O risco desse 
investidor é que ocorra uma alta da taxa de juros durante o tempo que 
o dinheiro ficar aplicado. Porém, para se proteger ele resolve vender 
contratos futuros de taxa de juros.
Com relação a transformação de uma aplicação pós-fixada em pré-
fixada Mellagi Filho e Ishikawa (2007) dizem que essa operação protege o 
investidor contra uma possível queda na taxa de juros. 
Caro estudante, neste capítulo você viu que o arbitrador é um dos 
participantes do mercado futuro, então vamos ver como ele tira proveito 
em relação às estratégia com futuro de taxas de juros. De acordo com 
Assaf Neto (2014) o arbitrador de mercado, ao perceber que a taxa dos 
juros de aplicações de renda fixa está abaixo dos juros praticados nas 
negociações a futuro, assume a decisão de compra à vista e a venda 
simultânea no futuro. 
EXEMPLO: Suponhamos que a taxa de juros no mercado futuro é 
de 1,82% ao mês. Portanto, ao verificar que os rendimentos do mercado 
financeiro estão atingindo somente 1,5% ao mês, o arbitrador compra à 
vista e, ao mesmo tempo, vende no futuro o ativo objeto.
Estratégias com futuro de câmbio
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) a fixação da paridade 
cambial é uma estratégia com futuro de câmbio que permite fixar 
antecipadamente a variação cambial. Sendo que no mercado nacional, 
as negociações se dão por meio do Ptax. De acordo com Fortuna (2008) 
Mercado Financeiro e de Capitais30
a taxa Ptax do Banco Central, é a taxa média de venda (compra) do dólar 
comercial ponderada em valor, apurada pelo BC ao final de cada dia (às 
17h30min) de cada dia, e que serve como referência para os negócios 
com dólar.
EXEMPLO: Uma empresa realiza importação no valor de 
U$$5.000.000,00, para pagamento em 30 dias, e deseja proteger-se 
contra uma possível desvalorizaçãocambial, ou seja, que o dólar suba 
mais que o que está atualmente, com isso o Real se desvaloriza. Realiza-
se a fixação da paridade cambial e no vencimento o importador pagará o 
valor corresponde a paridade cambial da data da fixação.
De acordo com Assaf Neto (2014) a paridade cambial refere-se a 
uma relação de poder de compra entre as moedas emitidas por diferentes 
economias. Pela teoria econômica da paridade, admite-se que a taxa de 
câmbio entre duas moedas esteja em equilíbrio quando for equivalente à 
capacidade de compra interna de cada moeda, ou seja, a taxa de câmbio 
de duas moedas encontra-se em equilíbrio quando o poder aquisitivo das 
moedas forem equivalente à taxa de câmbio.
EXEMPLO: Se R$1,00 equivale a U$$2,00, conclui-se que as duas 
moedas se encontram em equilíbrio se os mesmos bens puderem ser 
comprados por R$2,00 no Brasil e por U$$1,00 nos EUA.
A figura 7 mostra a cédula de um dólar.
Figura 7 - Cédula de dólar
Fonte: Pixabay
Mercado Financeiro e de Capitais 31
Figura 8 - Soja uma das Commodities
Fonte: Freepik
Estratégias com commodities
De acordo com Mellagi Filho e Ishikawa (2007) com relação às 
estratégias de hedge para funciona da seguinte forma: se faz um hedge 
de compra quando o agente econômico necessita do produto e, se faz um 
hedge de venda quando o agente possui, ou produz o produto. Sendo que 
de acordo com Assaf Neto (2014) os hedgers de venda procuram proteção 
contra uma eventual redução nos preços de ativos que pretende negociar 
(vender) no futuro. Enquanto que os hedgers de compra, procuram maior 
segurança frente a uma possível alta de preços que poderá ocorrer no 
futuro em ativos que têm a intenção de adquirir. Para você entender 
melhor segue um exemplo de hedge de venda.
EXEMPLO: O risco de queda de preço de uma safra agrícola no 
momento da comercialização pode ser neutralizado caso o produto seja 
vendido no mercado futuro (produtor assume uma posição vendedora 
no mercado futuro). Se o preço do produto agrícola cair, estará protegido 
pela garantia do valor de venda contrato a futuro.
Caro estudante, a figura 8 mostra a soja, que é uma das commodities 
negociadas a futuro.
Mercado Financeiro e de Capitais32
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido em estratégias 
com opções de compra e de venda, o que é um lançamento 
coberto e um lançamento descoberto e como são realizadas 
as operações, bem como os riscos, o que é mercado 
secundário e como funciona. Nas estratégias com futuros 
você aprendeu quem são os participantes no mercado futuro 
e a função de que cada um exerce e com que finalidade. 
Também estudou as estratégias com o índice Bovespa, com 
taxas de juros, com câmbio e, com commodities. E que o 
investidor deve acompanhar com extremo cuidado todas 
as estratégias e as operações realizadas, pois as condições 
de mercado se alteram constantemente, bem como deve 
sempre comparar a taxa de retorno das operações com as 
taxas praticadas pelo mercado de renda fixa.
Mercado Financeiro e de Capitais 33
Comércio exterior e relações 
internacionais
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
que as atividades de comércio são de grande importância 
para as finanças do país, para a estabilidade dos níveis de 
emprego, de preços e para a economia do país, etc.. Isto 
será fundamental para o exercício de sua profissão, pois a 
cada dia as transações internacionais aumentam e tornam-se 
importantes para o desenvolvimento econômico mundial. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante! 
Globalização e competitividade 
De acordo com Padoveze (2016) são a globalização e a 
competitividade que movem as empresas a se tornarem internacionais, 
na busca do objetivo maior de finanças que é a criação de valor para os 
acionistas, sendo que a globalização e a competitividade se entrelaçam 
na gestão das operações internacionais.
Não existe um único conceito para definir globalização, porém de 
acordo com Carmo e Mariano (2016) o entendimento de globalização 
requer uma análise em múltiplas dimensões, pois envolve aspectos 
políticos, sociais, culturais, históricos etc. Carmo e Mariano (2016) dizem que 
para alguns autores o processo de globalização diz respeito ao aumento 
da interdependência entre os povos, o que resultaria no desaparecimento 
das fronteiras nacionais e na formação de uma economia globalizada. A 
figura 9 mostra o Mapa-múndi, que representa que com a globalização é 
possível realizar transações com qualquer país do mundo, desde que de 
acordo com a legislação vigente.
Mercado Financeiro e de Capitais34
Figura 9 - Mapa Mundi
Fonte: Pixabay
Padoveze (2016) diz que a globalização é um termo que designa 
o fim das economias nacionais e a integração cada vez maior dos 
mercados, dos meios de comunicação e dos transportes. De acordo 
com Padoveze (2016) a competitividade é a condição fundamental da 
empresa para manter-se no mercado frente a seus concorrentes. Sendo 
que as estratégias competitivas resultam em vantagens competitivas e 
têm como foco a condição da manutenção da empresa em atividade, 
cumprindo seus objetivos. 
Segundo Carvalho e Silva (2017) ao longo dos tempos, têm sido 
registrados com frequência deslocamentos de fatores de produção entre 
países. Com a globalização ocorreu o crescente ingresso de inúmeras 
empresas que exploram mundialmente atividades industriais, comerciais, 
financeiras, etc. 
VOCÊ SABIA?
Que graças à globalização, a expectativa de vida em todo 
mundo aumentou bastante, e o padrão de vida melhorou 
muito. Pois, a globalização reduziu a sensação de isolamento 
que muitas das nações em desenvolvimento sentiam um 
século atrás, e deu acesso a um conhecimento que estava 
além do alcance de muitas pessoas nesses países, até 
mesmo dos mais ricos em qualquer país.
Mercado Financeiro e de Capitais 35
O Processo de globalização 
De acordo com Carvalho e Silva (2017) acredita-se que o processo 
de globalização está em curso e que, no plano econômico, a cada dia, 
as políticas públicas perdem relevância, neutralizadas pelas forças 
incontroláveis do mercado. Sendo que as corporações transnacionais são 
vistas como os principais agentes do processo, uma vez que não devem 
lealdade a nenhum Estado-nação essas estabelecem em qualquer parte 
do mundo em que o mercado ofereça mais vantagens para expansão de 
seus negócios. Caro estudante, talvez você esteja se perguntando o que 
são corporações transnacionais, então segue uma ajudinha.
SAIBA MAIS:
São chamadas de empresas multinacionais as empresas 
que preservam base de origem nacional e estão sujeitas 
à regulação e ao controle procedentes do país de origem. 
Enquanto que uma organização transnacional, teria capital 
genuíno inteiramente livre, sem identificação nacional 
específica e com uma administração internacionalizada e, no 
mínimo, potencialmente inclinado a localizar-se e relocalizar-
se em qualquer lugar do mundo para obter retornos mais 
seguros ou mais altos.
Carvalho e Silva (2017) dizem que embora o caráter financeiro da 
globalização seja o mais evidente, o processo e as implicações podem 
ser analisadas por diversos ângulos, como por exemplo, questões sociais 
e culturais. Do ponto de vista econômico, destacam-se os enfoques 
financeiro, comercial, produtivo e institucional, que tem reflexos sobre a 
questão da governabilidade. Vamos saber um pouco mais a respeito de 
cada um desses enfoques.
De acordo com Carvalho e Silva (2017) a parte da economia com 
maior grau de internacionalização é o sistema financeiro, pois representa 
um aumento do volume e/ou da velocidade de circulação dos recursos 
entre as diversas economias. Carvalho e Silva (2017) dizem que o enfoque 
Mercado Financeiro e de Capitais36comercial, está relacionado à competição que passa a ocorrer em escala 
mundial e não mais dentro de cada país, a partir da globalização.
EXEMPLO: Uma montadora de automóveis não precisa mais 
produzir vários modelos em determinado país para atender ao mercado 
local. Pois como tem subsidiárias em vários países pode especializar cada 
uma delas em determinado modelo e as demandas pelos tipos diferentes 
de automóveis passa a ser atendidas por importações.
Com relação ao enfoque produtivo, Carvalho e Silva (2017) dizem que 
a globalização faz com que uma parcela crescente do valor adicionado 
seja gerada em estruturas de produção interligadas, localizadas em 
diversas partes do mundo. Caro estudante, existem inúmeras empresas 
que poderiam ser citadas aqui como exemplo, mas vou citar uma que 
tenho certeza que você conhece “ Renault”, a mesma está presente em 
128 países. Se você tiver interesse em saber um pouco mais acesse o link 
que estou lhe disponibilizando. https://bit.ly/30fHngy
No que refere-se ao enfoque institucional, Carvalho e Silva 
(2017) dizem que devido à globalização há uma tendência a maior 
homogeneidade dos sistemas de regulação da atividade econômica nos 
diferentes países. Isso significa que as relações entre os setores público e 
privado tendem a ser cada vez mais uniformes.
Com relação ao enfoque da governabilidade, de acordo com 
Carvalho e Silva (2017) a globalização retira graus de liberdade dos 
governos na condução das políticas fiscal, monetária, cambial, salarial, 
etc., com isso reduzindo a soberania econômica e a política das nações. 
Pode-se chegar a uma situação em que os efeitos dos instrumentos 
convencionais de política econômica sejam neutralizados pela dinâmica 
do mercado global.
De acordo com Carvalho e Silva (2017) uma das expressões mais 
marcantes do processo de globalização é o crescimento acelerado dos 
investimentos no exterior, é por intermédio desses investimentos que as 
empresas realizam sua inserção nos mercados estrangeiros, passando a 
competir em escala mundial.
Mercado Financeiro e de Capitais 37
Comércio internacional 
De acordo com Carmo e Mariano (2016) tradicionalmente o 
comércio entre países é considerado a base de sobrevivência e de 
satisfação das necessidades humanas. Portanto, o comércio internacional 
é o ramo da economia internacional que trata das transações econômicas, 
tecnológicas e de capitais entre dois ou mais países, com base em 
leis internacionais. O comércio exterior cuida das importações e das 
exportações de bens materiais de uma nação, com base na legislação. O 
comércio exterior é uma das principais fontes de rentabilidade dos países 
em busca de sustentabilidade econômica.
Maia (2014) diz que não só o comércio se tornou internacional, mas 
também outros atos humanos, relacionados com a atividade econômica, 
não respeitaram fronteiras nacionais e, assim formando um conjunto de 
atividades que constituem a Economia Internacional.
SAIBA MAIS:
 O comércio exterior promove a transferência de mercadorias 
entre os indivíduos, deslocando-os de regiões onde são mais 
abundantes para outras onde não existe em quantidade 
suficiente, para atender o consumo dos habitantes.
De acordo com Faro e Faro (2014) o comércio eletrônico, conhecido 
como e-commerce, que a partir da década de 90 ganhou força e 
tornou-se uma revolução que envolveu o mundo, provocando grandes 
transformações de ordem econômica, técnica, cultural e social, com alto 
grau de repercussões no relacionamento entre os povos. 
Segundo Faro e Faro (2014) com o surgimento da internet foi 
possível quebrar de vez o paradigma do contato direto (olho no olho), a 
necessidade da presença física entre os intervenientes de uma transação 
comercial, portanto, sendo possível, mediante o estabelecimento 
de bases adequadas para a condução de negócios suportados nem 
ambiente virtual, realizar as negociações. Caro estudante a figura 10, 
Mercado Financeiro e de Capitais38
mostra o crescimento do uso da internet a nível mundial no período de 
2005 a 2017, o que contribuiu para o comércio eletrônico, bem como para 
outras atividades dentro das empresas.
Figura 10 - Crescimento do uso da internet em nível mundial
Fonte: Adaptado pela autora
De acordo com Carmo e Mariano (2016) muitos fatores explicam 
como o comércio exterior favorece o desenvolvimento econômico e 
contribui com a elevação do nível de vida da humanidade. Entre as 
diversas vantagens do comércio entre países, Carmo e Mariano (2016, 
p.159) apontam as seguintes razões: aquisição de bens e serviços que 
não podem produzir em virtude dos fatores de produção; exportação 
de excedentes para a geração de recursos para o pagamento de 
importações; desenvolvimento socioeconômico; lançamento de uma 
marca em nível internacional; fuga do problema da sazonalidade; redução 
dos custos de produção; aumento das vendas e dos lucros; obtenção 
de prestígio e de credibilidade internacional; extensão do ciclo de vida 
dos produtos; possibilidade de preços mais rentáveis; novos parceiros e 
alianças estratégicas; aprimoramento da qualidade e do marketing.
Mercado Financeiro e de Capitais 39
Carmo e Mariano (2016) dizem que o comércio exterior não se 
limita apenas à movimentação de mercadorias, pois estão inclusos os 
serviços, as transferências de recursos e as técnicas de um país para 
outro. Porém, muitos problemas se tornam entraves para a concretização 
das operações. Nesse sentido, muitos países com economias frágeis 
e altamente dependentes sofrem as consequências da concorrência 
globalizada.
Carmo e Mariano (2016, p. 159) apontam alguns problemas e 
desafios do comércio entre países, que são: diferentes tipos de economia; 
diferentes estágios de desenvolvimento; cultura, comunicação, religião e 
legislação; crises mundiais; padrões de qualidade e concorrência; canais 
de distribuição; nível de risco dos países; diplomacia e laços de amizade; 
desastres ecológicos e ambientais; diferenças climáticas.
Caro estudante, acesse o link a seguir, leia a matéria e saberá, qual 
o impacto causado pelo Corona Vírus ao mercado internacional. 
https://bit.ly/38VuHzD.
Motivos da internacionalização das empresas 
De acordo com Faro e Faro (2014) inúmeros fatores podem 
influenciar a decisão de uma empresa internacionalizar suas atividades: 
pode advir da pressão natural das próprias leis que disciplinam e regulam 
o mercado doméstico, em virtude da redução dos seus respectivos níveis 
de demanda, ou mesmo devido a sua eventual saturação; e pode também 
ser resultado de uma ação estratégica, adotada com o firme propósito de 
expandir as suas áreas de atuação.
Tendo como referência a busca pela manutenção da competividade 
e dentro do ambiente globalizado, Padoveze (2016) diz que os principais 
motivos que levam as empresas a se internacionalizarem e a se 
tornarem corporações multinacionais são: retorno adicional; expansão 
de seus mercados; busca por maior eficiência na produção; garantia de 
matérias primas; busca de novas tecnologias; evitar barreiras políticas e 
regulatórias; diversificação e; questão cambial. A seguir veremos de forma 
mais especifica cada um desses motivos.
Mercado Financeiro e de Capitais40
De acordo com Padoveze (2016) o retorno adicional é a motivação 
básica do investimento em operações estrangeiras. Pois, as operações 
domésticas tendem a dar o retorno normal esperado do investimento. 
As diferenças entre as economias dos países permitem às empresas 
multinacionais obterem lucros maiores, o que permite um retorno 
adicional aos acionistas.
No que refere-se à expansão de seus mercados, Padoveze (2016) diz 
que a limitação do tamanho do mercado doméstico constitui um motivo 
de expansão das vendas em mercados estrangeiros onde há indicativos 
de demanda dos produtos da companhia.
De acordo com Padoveze (2016) a busca por maior eficiência na 
produção ocorre pois outros paísespodem oferecer menores custos de 
mão de obra, entre outros custos, e a companhia pode obter facilidades 
em instalar unidades de negócio no exterior, conseguindo menores 
valores operacionais.
EXEMPLO: Em determinados casos, o nível de capacitação da 
mão de obra, o sistema educacional do país, etc, permitem condições 
melhores de produtividade.
Padoveze (2016) diz que investimentos em outros países podem 
ser feitos para garantir um suprimento regular de matérias-primas para as 
demais unidades de negócios ou processos subsequentes.
De acordo com Padoveze (2016) a busca por novas tecnologias 
ocorre, pois alguns países em determinados segmentos têm 
especialização em alguma atividade ou produto, ficando mais fácil para a 
empresa fazer um investimento no estrangeiro do que trazer a tecnologia 
para a produção nacional.
Padoveze (2016) diz que a internacionalização ocorre para evitar 
barreiras políticas e regulatórias, pois em determinadas atividades ou 
processos são mais regulamentados em alguns países do que em outros, 
inclusive nas questões ambientais. 
De acordo com Padoveze (2016) a diversificação é uma estratégia 
válida desde que haja diferenças significativas entre os países onde os 
Mercado Financeiro e de Capitais 41
investimentos são feitos. Pois, caso haja correlação positiva forte entre os 
mercados de capitais desses países, em tese, o efeito da diversidade se 
anula.
Padoveze (2016) diz que a questão cambial, é o ponto central da 
administração financeira de empresas multinacionais, representada pelas 
taxas de câmbio entre moedas dos diversos países que comerciam entre 
si.
No que refere-se ao investimento em moeda estrangeira Padoveze 
(2016) diz que os investimentos são realizados em moeda estrangeira 
no país investido, por meio do seu banco central, pela taxa de câmbio 
vigente no dia do investimento. A unidade investida estrangeira no país 
recebe o dinheiro investido na moeda do país local, que é o produto do 
investimento em moeda estrangeira pela taxa de câmbio da data do 
investimento.
EXEMPLO: Vamos imaginar, que uma corporação norte americana 
decida investir U$$10.000.000,00 numa unidade de negócios no Brasil, 
como capital social, e que na data da internação a taxa de câmbio seja de 
U$$2,80 por dólar. Portanto, a empresa a ser constituída no Brasil receberá 
do Banco Central R$28.000.000,00 (U$$10.000.000,00 X U$$2,80) sendo 
que a quantidade de moeda estrangeira ficará retida pelo Banco Central. 
A partir daí, a empresa investida irá fazer transações apenas em reais, e 
não em dólares. A figura 11 mostra o exemplo apresentado.
Figura 11 - Operação de uma empresa investindo no Brasil
Fonte: Adaptado pela autora
Mercado Financeiro e de Capitais42
De acordo com Padoveze (2016) quando a empresa retorna o 
lucro do investimento ou o próprio investimento, parcial ou total, se faz o 
processo invertido. Sendo que os valores em reais a serem retornados à 
investidora passam novamente pelo Banco Central, e aplica-se a taxa de 
câmbio do dia e o Banco Central remete as divisas em moeda estrangeira.
EXEMPLO: Vamos imaginar que, após cinco anos de atividade, 
o valor do capital social mais os lucros obtidos no país pela investida 
somem R$42.000.000,00 e que a taxa de câmbio esteja em R$3,50. 
Portanto, o Banco Central retorna à investidora estrangeira o montante 
de U$$12.000.000,00 (R$42.000.000,00 / R$3,50). De acordo com 
os exemplos apresentados, em cinco anos a empresa apresentou 
um lucro acumulado de R$14.000.000,00, pois (R$42.000.000,00 - 
R$28.000.000,00). A figura 12, mostra o exemplo apresentado.
Figura 12 - Empresa investida devolvendo para investidora
Fonte: Adaptado pela autora
Porém, para fins de cálculo do retorno do investimento Padoveze 
(2016) diz que deve ser realizado à luz da empresa investidora, ou seja, 
em moeda estrangeira, que é a moeda de origem do investimento, ou 
seja, calcula-se o valor do retorno do investimento (U$$12.000.000,00) 
- o valor do investimento (U$$10.000.000,00) = (U$$2.000.000,00). A 
fórmula a seguir mostra o cálculo do retorno do investimento em moeda 
estrangeira.
ROI = Lucro do investimento / Valor do investimento 
Mercado Financeiro e de Capitais 43
ROI = U$$2.000.000,00 / U$$10.000.000,00 = 20%
Portanto, a rentabilidade em moeda estrangeira foi de 20%, 
decorrente do aumento da taxa de câmbio de R$2,80 para R$3,50, que 
significa uma desvalorização do real em relação ao dólar. Sendo que um 
dos principais fatores para a desvalorização de uma moeda é a inflação 
interna do país.
Exportação 
De acordo com Faro e Faro (2014), em um sentido mais amplo, 
exportar pode ser entendido como a transferência de riquezas de um 
país para outro, materializada pela remessa de bens, ou pelos efeitos 
gerados no exterior, em decorrência da execução de serviços. 
Segundo Faro e Faro (2014) a exportação permite que a empresa 
amplie a sua capacidade de geração de negócios e contribui para 
minimizar os efeitos da carga tributária incidente em suas atividades 
produtivas, haja vista a existência dos incentivos fiscais estabelecidos 
justamente para apoiar e para dinamizar a atuação mercantil de empresas 
nacionais no mercado externo. Também faz com que a empresa não 
se preocupe apenas com a elevação do seu nível de produtividade, 
mas também com a formação e com o treinamento dos seus recursos 
humanos, e ainda com a qualidade e a melhoria dos seus recursos 
gerenciais aplicáveis em suas atividades cotidianas.
A exportação, não deve em hipótese alguma ser vista como uma 
válvula de escape ou mesmo como uma alternativa transitória para 
combate às crises e/ou oscilações negativas que possam estar sendo 
observadas nas transações domésticas. Caso tal atividade venha ser 
encarada dessa forma, corre-se o risco muito sério de colocar a perder 
todo tempo, trabalho, suor, energia e recursos financeiros investidos 
nesta batalha comercial.
Segundo Ludovico (2012) o principal objetivo do plano de 
exportação é a maximização das vendas nos mercados externos e, como 
consequência direta, a maximização dos esperados lucros. Segundo 
Maia (2014) a exportação é a atividade que proporciona a abertura do 
Mercado Financeiro e de Capitais44
país para o mundo. A exportação é uma fonte geradora de empregos. 
Estou lhe disponibilizando no link a seguir, a notícia que aborda a respeito 
de apenas uma empresa de uma cidade do estado de São Paulo a qual 
tem expectativas para aumentar as oportunidades de empregos a partir 
do aumento das exportações. https://glo.bo/38Uxf0Q
Caro estudante, são muitas as informações a respeito de 
exportações, portanto, aqui lhe apresento apenas os conceitos básicos, 
porém, se você tiver interesse em aprofundar os seus conhecimentos a 
respeito, sugiro que veja os livros que estão disponíveis nas referências 
e se conseguir ter acesso aos mesmos, leia mais, são excelentes livros 
e que abordam todo o passo a passo de exportação. Também estou 
disponibilizando o link do Ministério da Economia, Indústria, Comércio 
Exterior e Serviços (MDIC) para que você possa acessar os dados 
referentes ao volume de exportação em 2019, terá acesso clicando em 
exportação brasileira, também se for de seu interesse mais informações 
atualizadas e confiáveis. https://bit.ly/2OoyOdM
Importação 
De acordo com Faro e Faro (2012) a importação pode ser definida 
como o ingresso no país de riquezas originárias do exterior, materializadas 
por bens ou ainda pelos efeitos da execução de serviços.
Importar ou produzir? De acordo com Maia (2014) se importamos, 
geraremos desemprego. Se produzirmos, geraremos emprego. Então, 
por que importar? Maia (2014) diz que a importação pode ser conveniente, 
quando o país comprador adquire uma mercadoria de alta tecnologia, 
obtida por meio de caríssima pesquisa e de muitos anos de experiência, 
é o caso dos produtos farmacêuticos, pois muitas vezes é mais barato 
comprar doque produzir.
De acordo com Ludovico (2012) embora a importação corresponda 
a uma das atividades mais importantes no mundo globalizado, vale 
indagar: quais são os benefícios que a importação traz à economia de um 
país? Pra lhe ajudar a refletir sobre a importância da importação, destaco 
algumas razões que são apontadas por Ludovico (2012, p.91):
Mercado Financeiro e de Capitais 45
 • Em relação às mercadorias: acesso a novas tecnologias; 
escassez no mercado; inexistência no mercado; qualidade; 
Vaidade; calamidade pública, etc.
 • Em relação às finanças: aprimoramento, conhecimento 
e prática de mecanismos e fontes de pagamentos 
internacionais; obtenção de recursos financeiros externos; 
resultado financeiro; instrumentos de garantia, etc.
 • Em relação ao mercado: acesso a preços de outros 
mercados ou concorrentes; acesso às tendências de 
mercado; contato com outras culturas e costumes; fusões, 
aquisições, participações; acesso às técnicas de vendas do 
exterior; informações e participações em feiras, simpósios 
e eventos do segmento de mercado.
 • Em relação aos serviços diretos e indiretos: ampliação 
e diversificação dos serviços atrelados; surgimento de 
novas empresas, aumentando a oferta; novas tecnologias 
de serviços à disposição de importadores; empresas para 
capacitar e para inserir no mercado novos importadores e 
profissionais qualificados.
 • Em relação a governos e organismos representativos: 
diálogo e aproximação com empresas de produção, 
comércio e serviços; defesa de interesses de empresas e 
da política de importação do país; participação em eventos 
comerciais, técnicos e de negociação internacionais; 
manifestação de ideias, críticas e sugestões sobre as 
diretrizes e normas de importação.
Ludovico (2012) diz que outro item importante que se aplica a 
todos os demais diz respeito às oportunidades profissionais de adquirir 
qualificações específicas para enfrentar cada etapa de desenvolvimento 
do setor.
Caro estudante, que o Brasil importa inúmeros produtos da China 
você já sabe. Mas você sabe que a China é um dos países que mais 
exporta para o Brasil, bem como importa do Brasil. Para que você possa 
Mercado Financeiro e de Capitais46
entender um pouco mais sobre importação estou lhe disponibilizando um 
link do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
(MDIC), no qual você poderá observar o volume de importações e 
exportações que o Brasil realizou com a China em 2019, bem como o 
saldo da Balança Comercial, observe que como o Brasil exportou mais 
que importou, apresentou um superávit, se fosse o contrário seria um 
déficit. Sempre que você tiver interesse em saber algo sobre comércio 
exterior poderá consultar o site do Ministério da Economia, Indústria, 
Comércio Exterior e Serviços (MDIC), pois você encontrará informações 
atualizadas e confiáveis sobre Comércio Exterior. Estou disponibilizando o 
link do MDIC para que você possa acessar os dados referentes o volume 
de importação em 2019, terá acesso clicando em importação brasileira, 
também se for de seu interesse encontrará mais informações atualizadas 
e confiáveis. https://bit.ly/2OoyOdM.
Caro estudante, são muitas as informações a respeito de 
importações, portanto, aqui lhe apresento apenas os conceitos básicos, 
porém, se você tiver interesse em aprofundar seus conhecimentos a 
respeito, sugiro que veja os livros que estão disponíveis nas referências 
e se conseguir ter acesso aos mesmos, leia mais, são excelentes livros e 
que abordam todo o passo a passo de importação. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
com a globalização o comércio exterior se fortaleceu, e ele 
é parte importante da economia e funciona como alavanca 
para o desenvolvimento econômico de um país. Também 
aprendeu que o comércio exterior cuida das importações e 
das exportações de bens materiais de uma nação com base 
na legislação, quais são os motivos que levam às empresas 
a internacionalização e que o comércio exterior favorece o 
desenvolvimento econômico dos países e contribui para a 
geração de emprego e, consequentemente, para a elevação 
do nível de vida da humanidade.
Mercado Financeiro e de Capitais 47
Balanço de pagamentos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
a dinâmica e a importância do balanço de pagamentos no 
que refere-se aos aspectos macroeconômicos das relações 
entre países, conhecerá a estrutura e os principais conceitos 
do balanço de pagamentos. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão, pois todas as operações realizadas 
entre países estão representadas no balanço de pagamento e, 
se você for trabalhar em uma empresa que realize operações 
internacionais deverá saber fazer a classificação correta de 
acordo com as contas do balanço de pagamentos. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos 
lá. Avante!
Conceito do balanço de pagamentos 
De acordo com Maia (2014) à medida que o comércio internacional 
começou a crescer, os países começaram a sentir a necessidade de 
medi-lo, para avaliar a importância de seu comportamento, e surgiu o 
balanço de pagamentos. 
IMPORTANTE:
Os principais conceitos e a estrutura básica do balanço de 
pagamentos obedecem à metodologia contida na 6ª edição 
do Manual de Balanço de Pagamentos (BPM6) do Fundo 
Monetário Internacional (FMI, 2009), que em 2015, passou 
a ser empregada pelo Banco Central do Brasil (BCB) para 
elaboração do balanço de pagamentos brasileiro.
Conforme Carvalho e Silva (2017) o Fundo Monetário Internacional 
FMI define balanço de pagamentos como o registro sistemático das 
transações econômicas entre residentes e não residentes de um país 
durante determinado período de tempo.
Mercado Financeiro e de Capitais48
A definição entre residentes e não residentes não se refere à 
nacionalidade ou a critério legal, e sim ao centro de interesse econômico. 
Considera-se que uma pessoa física ou jurídica, tem interesse econômico 
em determinado país quando está engajada em atividade econômica por 
pelo menos um ano nesse país. Portanto, são considerados residentes 
no Brasil todos os indivíduos que vivem aqui em caráter permanente; os 
que estão transitoriamente no exterior em viagem de negócios, estudos, 
turismo, etc.; todas as empresas aqui instaladas, bem como o corpo 
diplomático brasileiro em serviço no exterior. Já um brasileiro que viva 
por um ano ou mais no exterior é considerado não residente, mesmo que 
seja empregado de empresa nacional localizada no Brasil.
De acordo com Carmo e Mariano (2016), tem-se notado um 
crescente interesse do público em geral, e em especial de alguns 
agentes econômicos específicos (governos, exportadores, importadores, 
investidores e especuladores) no desempenho do balanço de 
pagamentos do Brasil, inclusive das mais variadas nações do mundo. 
Carmo e Mariano (2016) dizem que esse interesse advém do grande 
crescente intercâmbio existente entre as diferentes nações do mundo, 
adeptos ou não da globalização, os países tendem a buscar maior 
intercâmbio de bens, de serviços e de fluxo de capitais entre si, para 
suprir suas diferentes e crescentes necessidades humanas.
Estrutura do balanço de pagamentos 
De acordo com Carmo e Mariano (2016) as transações econômicas 
e financeiras são operações relacionadas aos fluxos de entradas e de 
saídas de bens e de serviços, ativos financeiros e monetários no país, ao 
longo de determinado período.
Conforme Damas (2017) o modelo para registro das transações 
no balanço de pagamentos tem a sua metodologia estabelecida pelo 
Fundo Monetário Internacional (FMI) e é regido pelo princípio contábil de 
partidas dobradas, segundo o qual para cada débito existe um crédito 
correspondente e vice-versa.De acordo com Carvalho e Silva (2017) 
Mercado Financeiro e de Capitais 49
os principais grupamentos, por seu volume e interesse analítico, são as 
transações correntes (TC) e a conta financeira (CF).
[[Nota]] Para avaliar as decisões e as respectivas implicações sobre 
as transações internacionais entre os países e, assim, poder responder 
às indagações que surgem diariamente, precisamos compreender como 
ocorre a contabilização do balanço de pagamentos. Vamos lá?
Transações Correntes - TC
De acordo com Carvalho e Silva (2017) as transações correntes do 
balanço de pagamentos são aquelas que produzem fluxos reais, ou seja, 
a movimentação de bens, de serviços e de rendas entre residentes e 
não residentes de um país. São subdivididas em: Balanço Comercial (BC), 
Balanço de Serviços (BS), Renda Primária (RP) e Renda Secundária (RS). 
Vamos ver adiante o que cada um representa no balanço de pagamentos.
Quando o resultado das Transações Correntes apresenta saldo 
positivo, significa que as receitas de divisas são maiores que as despesas 
de divisas. Isso impede as crises cambiais, pois mostra que o país 
pode pagar suas obrigações em moedas estrangeiras. Porém, quando 
apresenta saldo negativo deixa o país em condições vulneráveis a crises 
cambiais, pois o saldo negativo inspira desconfiança dos investidores e 
dos banqueiros e leva os organismos de crédito a darem notas muito 
baixas. Caro aluno, está lembrado que na unidade 3 você estudou sobre 
as empresas que realizam a análise de crédito dos países? A figura 13 
mostra a transações correntes no balanço de pagamentos.
Figura 13 - Transações correntes 
Mercado Financeiro e de Capitais50
Fonte: Adaptado pela autora
Balanço (ou balança) comercial, de acordo com Damas (2017), 
expressa o saldo da balança comercial e a diferença exportações e 
importações. 
Carmo e Mariano (2016) dizem que as (exportações e importações) 
são realizadas e contabilizadas pelo valor FOB (free on board), ou seja, 
não se incluem nessas operações os valores referentes a frete e a seguros 
pagos ou recebidos pelo país, os quais devem ser lançados na conta de 
serviços do balanço de pagamentos.
Se os valores das exportações foram superiores aos valores das 
importações, a balança comercial apresentou um Superávit Comercial; 
porém, se os valores das importações foram superiores aos valores 
das exportações, a balança comercial apresentou um Déficit Comercial. 
Estou disponibilizando o link do MDIC no qual você terá acesso à balança 
comercial brasileira, basta clicar em “Balança Comercial Brasileira”, 
https://bit.ly/2OoyOdM
A figura 14 mostra um gráfico da balança comercial.
Figura 14 - Balança Comercial
Fonte: Adaptado pela autora
Mercado Financeiro e de Capitais 51
Caro estudante, as barras em verde mostram o saldo da balança 
comercial referentes ao segundo trimestre dos anos de 2005 até 2015, e 
observa-se que nos anos de 2010 até 2015 o saldo foi negativo, ou seja, 
nesses anos o segundo trimestre apresentou um déficit.
De acordo com Carvalho e Silva (2017) o Balanço de Serviços 
(BS) registra o saldo do valor dos serviços prestados e recebidos pelos 
residentes de um país. 
Caro estudante, a seguir são apresentados os componentes 
da conta balanço de serviços, bem como são apresentadas de forma 
resumida algumas informações e/ou exemplos, de acordo com Carvalho 
e Silva (2017) os componentes são os seguintes: manufatura sobre 
insumos físicos pertencentes a outros (processamento, montagem, 
rotulagem, embalagem e outros serviços); manutenção e reparos (ex. 
manutenção e reparos de navios, aviões e outros equipamentos de 
transporte); transportes (frete de mercadorias, transporte de passageiros, 
serviços postais, serviços prestados nos portos e aeroportos, etc.); 
viagens (englobam bens e serviços para turismo e outros fins, pessoais 
ou profissionais, adquiridos no exterior em viagem de qualquer natureza); 
construção (engloba criação, renovação, reparo, ampliação, pintura, 
demolição e outros serviços executados em ativos fixos, como edifícios, 
pontes, estradas, barragens, etc.); seguros (seguro de frete de mercadorias 
importadas e exportadas, seguro de vida); serviço financeiros (ex. captação 
de depósitos e concessão de empréstimos, cartas de crédito, serviços de 
cartão de crédito. Comissões e encargos, factoring, serviços de consultoria, 
etc); serviços de propriedade intelectual (incluem taxas de utilização 
de direitos de propriedade, como patentes, marcas comerciais, direitos 
autorais, franquias, etc); telecomunicação, computação e informações 
(incluem difusão ou transmissão de som ou imagens, hardware, software, 
agências de notícias, etc); outros serviços de negócios; serviços pessoais, 
culturais e de recreação (serviços de saúde, educação e outros como 
atores, diretores, cantores, esportistas, etc); serviços governamentais 
(despesas de embaixadas, consulados, missões de ajuda, etc).
O balanço de renda primária, de acordo com Carvalho e Silva 
(2017) esta conta é composta por salários e ordenados, e por rendas 
Mercado Financeiro e de Capitais52
de investimentos. Sendo que salários e ordenados, correspondem aos 
pagamentos, em dinheiro ou outros benefícios, a trabalhadores sazonais, 
temporários e outros não residentes, como empregados de embaixadas 
e consulados. Enquanto que a renda de investimentos corresponde ao 
retorno dos investimentos diretos, dos investimentos em carteira, de 
outros investimentos e das reservas. A figura 15 mostra o gráfico com os 
referentes resultados do balanço de serviços renda primária.
Figura 15 - Serviços e renda primária
Fonte: Adaptado pela autora
A renda secundária (RS), de acordo com Carvalho e Silva (2017), 
consiste em transações que registram transferências correntes entre 
residentes e não residentes, que não envolvem obrigações em 
contrapartida.
EXEMPLO: Donativos em dinheiro para financiar gastos correntes, 
donativos de alimentos, roupas, medicamentos, prêmios de loteria e 
apostas, contribuições para organismos internacionais, organizações não 
governamentais, etc.
De acordo com Carvalho e Silva (2017) na conta capital, registram-se 
as transações relativas à aquisição/alienação de bens não financeiros não 
produzidos, e as transferências unilaterais de capital. Segundo Carvalho e 
Silva (2017) são ativos não financeiros não produzidos, as transações com 
Mercado Financeiro e de Capitais 53
Figura 16 - Conta financeira no balanço de pagamentos
recursos naturais (terra, direitos de mineração, direitos florestais, água, 
direitos de pesca, espaço aéreo e espectro eletromagnético), os contratos, 
as concessões e licenças, reconhecidos como ativos econômicos e os 
ativos de marketing (marcas, nomes de domínio, etc.).
Conta Financeira - CF
De acordo com Carvalho e Silva (2017) devido à importância que 
as transações financeiras assumiram na atualidade, a conta financeira 
foi estruturada de forma que evidencie as transações ativas e as 
transações passivas por tipo e por instrumento financeiro, está dividida 
em cinco categorias funcionais: investimentos diretos (ID), investimentos 
em carteira (IC), derivativos (DR), outros investimentos (OI) e ativos das 
reservas (AR). Na sequência vamos ver de forma resumida sobre cada 
uma dessas categorias. A figura 16 mostra a conta financeira no balanço 
de pagamentos.
Fonte: Adaptado pela autora
Mercado Financeiro e de Capitais54
Investimentos Diretos (ID), de acordo com Carvalho e Silva (2017), 
consistem nos investimentos em que o residente em um país detém 
o controle ou um grau significativo de influência na gestão de uma 
empresa em outro país, porém o investidor deve possuir 10% ou mais 
do poder de voto da empresa. A conta investimentos diretos subdivide-
se em: investimentos diretos no exterior, nessa conta são registrados os 
investimentos de brasileiros em outras economias e; investimentos diretos 
no país, na qual

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