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A Filosofia Bastter de Acumulo de Patrimônio Bastter Texto por Maurício Hissa (Bastter) © 2013 Todos os direitos reservados Sumário Sumário 1 - Trabalho e Poupança - Juros Simples X Juros Compostos - Porque se dedicar mais ao trabalho? - Dívidas - Amador no mercado? - Preço de Compra - Mais sobre Juros Compostos 2 – Investimentos e Patrimônio - Patrimônio - Capital Alocado a Risco (CAR) - Preço e Valor - O Empate - Administração de Patrimônio - Os Investimentos: 3 – Carteira de Ações - Introdução - Boas Empresas - Como Montar a sua Carteira de Ações? - Como montar a Carteira, Primeiros Passos: - A Divisão por Setores e Segmentos: - Categorias de Empresas: - IPOs, Pré-Operacionais e Turnarounds - Reavaliação Anual: - Caro ou Barato: 4 – Remuneração de Carteira e Venda Coberta - Dividendos e outros Proventos: - Aluguel - Trades - Venda Coberta de Opções - Tempo X Tamanho: - Outras Modalidades de Venda Coberta: - Outros tipos de Venda de VE Material Utilizado neste Capítulo: A Filosofia Bastter Resumida: 1 - Trabalho e Poupança Quer ficar rico? Dedique-se ao seu trabalho. Antes de tudo compreenda que não são investimentos maravilhosos que vão te deixar rico mas sim se dedicar ao seu trabalho, controlar os gastos desnecessários, não fazer dívidas, e poupar todo mês para se beneficiar dos juros compostos. Nada, repito, NADA, determina mais o seu enriquecimento do que o quanto você poupa por mês! Antes de entrar nesta questão do trabalho, vamos explicar de forma simples, os juros compostos, que é o caminho para o enriquecimento: “O juro composto é a maior invenção da humanidade, porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza.” - Albert Einstein. - Juros Simples X Juros Compostos Simplificando, juros simples seria a rentabilidade sobre um investimento no longo prazo e juros compostos considerariam a reaplicação do valor ganho sobre o capital investidor. Um exemplo bem tosco mas que serve para ilustrar, os juros simples seriam um imóvel que você compra e deixa com as portas fechadas durante 20 anos. Os juros compostos seria alugar o imóvel e reaplicar o valor do aluguel. Vamos ver esta diferença para um Imóvel de 300 mil reais em que consideramos um aluguel de 1500 reais. ValorInicial Aporte Valorização Anual Valor 20 anos Imóvel 300.000 0 8% 1.400.000 Imóvel + Aluguel 300.000 1500 8% 2.300.000 Quase 1 milhão a mais com os juros compostos! Para replicar os exemplos desta seção e estudar outros exemplos de rentabilidade no longo prazo, baixe a nossa planilha de cálculo de rentabilidade em http://www.bastter.com/Mercado/Planilhas/planilha-calculo- rentabilidade.aspx Assista ao Vídeo Enriquecer com Juros Compostos http://www.youtube.com/watch?v=cFR9SWogWH4 E considerando o aluguel como 0,5% do valor do imóvel e fixo, porque a tendência é que o aluguel va sendo reajustado e nos investimentos os juros tem sido maiores do que 0,5% ao mês. Mas este exemplo simples demonstra com facilidade a força dos juros compostos. Eles que podem te fazer rico aliado a sua capacidade de trabalhar e poupar todo mês. Mas há um problema: O efeito dos juros compostos é demorado e nos primeiros anos de acumulação quase que não se percebe. Vejam no gráfico acima que a curva vermelha corre quase que junta a azul nos primeiros anos e só vai se afastando depois de um tempo. Dá para ver isso bem no gráfico abaixo: Fonte: Mauro Halfeld, Jornal O Globo Portanto, é necessário se dedicar ao trabalho e a poupança e ter conhecimento de como se dá o efeito dos juros compostos para não desanimar no início e ir atrás de promessas de enriquecimento rápido que fazem com que a maioria nunca fique rica perdendo dinheiro a vida toda em investimentos “milagrosos”. - Porque se dedicar mais ao trabalho? Um exemplo simples: Se você tem um capital inicial de 10 mil reais e poupar 1000 reais por mês a uma taxa de 14% ao ano em 10 anos terá 290 mil reais e em 20 anos terá 1 milhão e quatrocentos mil reais. Uma bela economia. Agora vamos nos dedicar mais ao nosso trabalho e passar a poupar 2000 reais por mês mas como nos dedicamos mais ao trabalho, cuidamos um pouco menos dos investimentos e só conseguimos uma taxa anual de 11%. Em dez anos teremos 500 mil reais e em 20 anos 1 milhão e setecentos e cinquenta mil reais! Veja que em dez anos acumulamos quase o dobro trabalhando mais. Em 20 anos a diferença diminui em termos proporcionais mas até aumenta em termos absolutos. Investidores Cap Inicial PoupançaMensal Taxa de Juros 10 anos 20 anos Investidor A 10.000 1000 14% 290.000 1.400.000 Investidor B 10.000 2000 11% 500.000 1.750.000 Enquanto o Investidor A resolveu se dedicar ao mercado, o Investidor B foi se dedicar ao seu trabalho e com isso terminou mais rico, mesmo considerando (o que nem sempre é verdade) que o Investidor A teve uma rentabilidade significativamente melhor com suas estratégias. Normalmente quando amador começa a operar muito e inventar muita coisa no mercado ele perde até para poupança porque o mais comum é ter rentabilidade negativa. Não tou dizendo com isso que é para abandonar tudo, não estudar, não se dedicar a aprender a investir. Longe disso. Estou apenas mostrando que se dedicar ao mercado, mesmo nas raras vezes que produz um resultado melhor em termos de rentabilidade, não garante mais riqueza, que é no final, o objetivo, e que se dedicar ao seu trabalho e aumentar a poupança mensal são fatores muito mais importantes para o seu enriquecimento do que a rentabilidade anual (desde é claro que considerando rentabilidades numa faixa de normalidade que vai englobar a grande maioria dos investidores). Vamos demonstrar neste livro estratégias simples que possam potencializar seus ganhos, sem atrapalhar sua dedicação ao trabalho e que aliadas a sua poupança mensal podem te fazer enriquecer em um período de tempo razoável. E se você já tem alguma reserva, como se aproveitar dela. Mas antes de tudo é necessário se dedicar ao seu trabalho e construir uma rotina mensal de poupança, porque sem a poupança mensal será bem difícil chegar a um capital acumulado que te permita viver tranquilo. - Dívidas Nas dívidas os juros compostos agem contra você e o que pior, a taxas muito maiores, então com dívidas não há chance de ficar rico. A ideia é sim comprar o que se quer mas com dinheiro que tem para poder realmente se aproveitar daquilo e poder comprar mais coisas já que pagando a vista com dinheiro que se tem, tudo fica bem mais barato. Vamos ver as dívidas: Uma simples dívida de 2000 reais a uma taxa de 3% ao mês vai se tornar quase 3 mil reais em 1 ano e 12 mil reais em 5 anos! E se pegar dinheiro emprestado nas taxas abusivas do cheque especial ou cartão de crédito se torna 5 mil em um ano e em 5 anos, PASMEM, aproximadamente 200 mil reais! Dívida Inicial 1 Ano 5 Anos 3% ao mês 2.000 2.850 12.000 5% ao Mês 2.000 3.600 37.000 8% ao mês 2.000 5.000 200.000 Observem o efeito nefasto do tempo nas dívidas. PARE DE COMPRAR O QUE NÃO PRECISA COM DINHEIRO QUE NÃO TEM PARA IMPRESSIONAR PESSOAS QUE NÃO CONHECE. Os mesmos 2000 rendendo 12% ao ano seriam em torno de 3500 em 5 anos e com uma aplicação mensal de 500 reais 43 mil. Fica fácil de ver que não dá para correr atrás de dívidas. Dá para ver de forma simples que com dívidas é impossível ficar rico. - Amador no mercado? Uma das fantasias que se criou nos últimos anos é a figura do amador que faz dinheiro na bolsa, vive da bolsa, larga o emprego e vai ficar rico na bolsa. O amador que tenta fazer dinheiro no mercado, quase que na totalidade das vezes, apenas sustenta o mercado. Claroque muitos fazem por um tempo, especialmente em épocas de euforia e alta, mas no longo prazo serão apenas um instrumento de sustentação do mercado. Vamos mudar isso! O mercado então não é lugar para o pequeno investidor amador? É sim, só que não na ilusão de fazer dinheiro no mercado e nos investimentos, mas sim, usando o mercado como um instrumento de remuneração do capital adquirido no seu trabalho. Na ilusão de ficar rico rápido e fazer dinheiro no mercado, a grande maioria perde a chance de ficar rico com o mercado. As bases da riqueza e sem isso os outros três pilares deste plano (patrimônio e Investimentos, carteira de ações e venda coberta de opções) não vão funcionar, são o trabalho e a poupança mensal TRABALHO POUPANÇA MENSAL Você começa a vencer quando entende que a bolsa não é um lugar para fazer dinheiro, mas sim um lugar para remunerar e investir o dinheiro proveniente do trabalho. Para isso a bolsa é espetacular. - Preço de Compra Uma das maiores preocupações da maioria dos investidores é o preço de compra. Vamos demonstrar com um exemplo simples como isso é desprezível nos planos de investimentos de longo prazo: Cap Inicial Aporte Taxa de Juros 5 Anos 10 Anos 20 Anos 50.000 1000 11% 160.000 350.000 1.200.000 10.000 2000 11% 240.000 560.000 2.000.000 10.000 1000 14% 180.000 430.000 1.800.000 Considerando um capital inicial maior, ele é superado no longo prazo, seja com aportes mensais maiores ou com taxas de juros maiores. Isso demonstra que o preço de compra é o fator menos importante apesar de ser o que a maioria fica obcecada. Este exemplo demonstra mais uma vez a importância de se dedicar ao seu trabalho. Das três situações, o melhor resultado veio dos maiores aportes mensais. - Mais sobre Juros Compostos Uma das coisas que atrapalham os planos de poupança mensal é o desconhecimento do poder dos juros compostos. Como a ação deles no início é pequena, se tornando explosivos somente após alguns anos de poupança, muitos desistem pois acham que nunca vão ficar ricos. Mas a ação dos juros compostos é poderosa e, com exceção de episódios isolados ou sorte (com a qual não devemos brigar mas também não devemos contar), é a única forma que podemos realmente ficar ricos. Vamos a exemplos simples que demonstram o poder dos juros compostos: Partindo de apenas 1000 reais e poupando apenas 300 reais por mês a uma taxa razoável de 10% ao ano, chegamos a 250 mil reais em 20 anos e se a taxa for elevada para 12% ao ano quase a 300 mil reais! Isso com uma poupança mensal de apenas 300 reais! Agora vamos pegar o 13® salário, o extra das férias e algum ganho extra anual e somar a esta poupança (300 + 100 + 200 = 700 reais ao ano a mais = em torno de 60 reais/mês) o que eleva nossa poupança mensal a 360 reais: Taxa anual Aporte 5 Anos 10 Anos 20 Anos 10% 300 25.000 65.000 250.000 12% 300 27.000 75.000 300.000 10% 360 30.000 77.000 280.000 12% 360 33.000 85.000 350.000 Esta pequena preocupação de poupar extras teve um resultado substancial e os juros compostos mostram o seu poder. Apenas 60 reais a mais por mês resultou em 30 mil reais a mais no final a taxa de 10% ao ano e a 50 mil reais a mais a taxa de 12%. Isso com apenas o esforço de poupar apenas 60 reais a mais por mês. Uma coisa interessante que vamos aprender sobre juros compostos é que valores ou taxas que parecem insignificantes isoladamente quando se soma a uma poupança pré- estabelecida, podem produzir resultados significativos. Por exemplo, 4% ao ano é menos do que a poupança e uma rentabilidade inexpressiva. Mas 4% ao ano somado a 10% ao ano produzem resultados extraordinários: Vamos partir de 50 mil reais e poupar 1500 reais por mês: Taxa anual Cap Inicial Taxa 5 Anos 10 Anos 20 Anos 10% 50.000 10% 200.000 435.000 1.500.000 14% 50.000 14% 230.000 580.000 2.600.000 Os 4% ao ano que são uma rentabilidade insignificante quando isolada, produziram 1 milhão a mais em 20 anos quando somados aos 10%! Por isso o nome é Juros Compostos. O que pode ser insignificante isolado, quando combinado pode dar resultados extraordinários. Já demonstramos nos exemplos acima como que aumentar a poupança mensal também pode produzir resultados extraordinários. 60 reais por mês não é muita coisa, mas somados aos já existentes 300, produziram até 50 mil reais a mais no fim do período. Com estes exemplos e mostrando a magnitude dos juros compostos aprendemos logo que é essencial que eles só ajam a nosso favor. Dívidas compostas, pagar juros, empréstimos, não vão permitir que fiquemos ricos pois estas multiplicações serão nossas inimigas ao invés de aliadas. Nossa dívida vai crescer exponencialmente, mais rápido do que nossa capacidade de poupar e pagá-la. Além do mais quando vamos analisar investimentos consideramos menos de 1% ao mês e 8, 10, 12, 14% ao ano ou algo assim. Dívidas vem na base de 3,5,8% ao mês, as vezes até pior do que isso. Impossível pagar juros compostos de dívidas. Vamos a outro exemplo bem acessível a classe média que passa a vida pagando carnês ao invés de fazer uma reserva e comprar tudo a vista: Partindo de um capital inicial de 20 mil reais, e poupando 1000 reais por mês: A uma taxa de 12% ao ano, chegaremos a mais de 1 milhão em 20 anos. Fazendo pequenos ajustes, poupando alguns extras que aumentem a poupança mensal para 1500 reais e levando a taxa para 13% ao ano chegaremos ao primeiro milhão em aproximadamente 15 anos e com 20 anos já estaremos nos aproximando do segundo milhão. Isso com pequenos ajustes. Um poupador mais esforçado que se dedique mais ao seu trabalho, que parta de 50 mil e consiga poupar 2500 por mês chega perto do primeiro milhão em 10 anos e em 20 anos já passou do terceiro milhão! Ok, 2500 reais por mês pode ser fora da realidade de alguns, mas de qualquer forma mostra como os juros compostos são extraordinários pois passamos de 3 milhões com uma poupança mensal de apenas 0,08% deste valor, ou seja , menos de 0,1%! (2.500 dividido por 3 milhões) Este último exemplo demonstra bem a forma dos juros compostos em produzir riqueza. Com apenas 0,08% mensal se passou de 3 milhões acumulados! Vocês devem ter notado nos quadros e nos exemplos que os valores com 5 anos de poupança apesar de consistentes não são tão expressivos. Pois bem, os juros compostos precisam de tempo para agir e no início a poupança mensal parece não dar muito resultado. Temos de ser persistentes. Esta demora dos juros compostos em agirem leva a desistência de muitos que embarcam nos planos milagrosos de 5% ao mês garantido e coisas assim ou nos cursos que vendem Setups programados e sistemas de operações garantidos. Para terem ideia da ilusão que é isso vejamos o resultado de 5% ao mês: Partindo de apenas 30 mil reais e poupando 1500 reais por mês chegamos a 21 milhões em dez anos e 7 trilhões em 20 anos e em 30 anos teremos provavelmente todo o dinheiro do mundo! Pura fantasia! Não são planos milagrosos nem investimentos fantásticos que te farão rico mas o seu trabalho, a poupança mensal e o esforço de conseguir um pouco mais de dinheiro para poupar e talvez 1 ou 2% a mais ao ano cuidando bem dos seus investimentos. A regra então passa a ser poupar todo mês no mínimo 10% do que ganha, mas se quiser ter tranquilidade financeira, o ideal é levar este número para 20% do que ganha, além dos extras. Junte este dinheiro com a renda produzida pelo patrimônio (aluguel, juros, dividendos de ações, etc) e invista uma vez por mês. Veremos na próxima parte como investir este dinheiro. É importante poupar 10 a 20% do que ganha para chegar a acumular um patrimônio que te dê tranquilidade financeira. Para esta tranquilidade, numa conta aproximada, é necessário que o patrimônio produza em renda passiva, no mínimo o dobro dos seus gastos mensais para que partepossa ser sempre reaplicada. Se toda a renda do patrimônio for sendo gasta, a inflação irá fazer com que o principal valha cada vez menos e a renda mensal será cada vez menor até o ponto que o principal não conseguirá mais manter seus gastos, começará a diminuir e poderá desaparecer enquanto ainda te sobra muito tempo de vida. Uma coisa importante para finalizar é que poupar não significa que não vai se aproveitar a vida, muito pelo contrário. Só quem poupa aproveita a vida. Tendo uma reserva de poupança, você pode comprar o que quiser, viajar, etc sem se preocupar e sem se encher de dívidas que vão arrasar sua vida. O POUPADOR É FELIZ PORQUE ELE TEM UMA RESERVA E ESTA RESERVA DÁ A ELE LIBERDADE E SÓ QUEM É LIVRE PODE SER FELIZ. Grupo de Finanças Pessoais da Bastter.com: http://www.bastter.com/Mercado/Grupos/Grupo.aspx?g=220 2 – Investimentos e Patrimônio Quando vamos lidar com patrimônio nos investimentos as três regras principais são: 1 – Não confunda patrimônio com capital alocado a risco (CAR) 2 - Não confunda patrimônio com capital alocado a risco (CAR) 3 - Não confunda patrimônio com capital alocado a risco (CAR) Sabendo isso podemos continuar. Há outra regra muito importante também que não podemos esquecer: Não confunda patrimônio com capital alocado a risco (CAR) Patrimônio é o que se poupa em valor sem prazo Capital Alocado a Risco (CAR) é o que se gira para tentar ganhar na variação dos preços Acumula-se VALOR Gira-se PREÇO Para quem acumula o que importa é o valor e não o preço. Pois bem, porque tanta importância a isso? Porque infelizmente 99% dos pequenos investidores, dos analistas e até dos professores fazem esta confusão. Sem contar a maior parte da mídia que nunca teve a mínima ideia de que ao menos existisse esta diferença. E qual a diferença? - PATRIMÔNIO SE ACUMULA / CAPITAL ALOCADO A RISCO SE GIRA PATRIMÔNIO NÃO SE GIRA – NUNCA! - Patrimônio O que você poupa é patrimônio. O grande objetivo é acumular patrimônio para poder viver tranquilo da renda que ele produz. Não é necessário vender o patrimônio para ter lucro. Ter lucro na variação de preços se faz com o capital alocado a risco. Patrimônio não se busca lucro na variação de preços e sim acumulo em valor e renda. O que importa no acumulo de patrimônio é que o patrimônio acumulado tenha e mantenha valor, porque inevitavelmente no longo prazo os preços seguem o valor. Esta diferenciação tão cara é fundamental para se conseguir ficar efetivamente rico. Estas recomendações absurdas de entrar e sair da bolsa, agora é hora disso, agora é hora daquilo, fazem o incauto girar seu patrimônio e pagar custos e impostos enormes a vida toda que vão diminuindo o patrimônio ao invés de aumentar. Quando você vende o seu patrimônio ou uma parte dele a única coisa certa é que você perde, pois tem custos e impostos a pagar. Se com este giro vai conseguir pagar estes custos e ainda ter lucro consistente que aumente seu patrimônio é uma dúvida. Provavelmente não, pois a tendência do pequeno investidor é comprar na euforia (preços altos) e vender no pânico (preços baixos). Todo giro feito com CAR, tem como único objetivo alimentar o patrimônio, poupar mais. O giro ou o trade em si não são objetivos, mas para os que o usam, coadjuvantes do acumulo de patrimônio. CAR GIRA PARA ALIMENTAR O PATRIMÔNIO OS TRADES NÃO SÃO UM OBJETIVO EM SÍ Na parte do acumulo de patrimônio a variação de preços não importa, o que importa é o valor do patrimônio. Se um imóvel, por exemplo, está bem localizado, tem boa liquidez e aluga fácil, ele tem um bom valor. Esqueça o preço. Se ele deixar de ter valor porque construíram uma favela do lado ou qualquer outro problema grave, saia do investimento e transfira seu capital para um bom investimento. Tanto faz o preço. Não tem de sair no lucro, isso tanto faz, você está apenas transferindo seu capital de um investimento que tem perspectivas futuras ruins e ta perdendo valor para um de boas perspectivas futuras e bom valor. O objetivo não é acumular vitórias mas acumular capital. Nunca se deve ficar num investimento ruim aguardando empatar. Esta é uma atitude absurda que leva a prejuízos imensos. Se você tem 20 mil reais em um investimento e determinou que ele não tem mais valor, pegue os 20 mil reais e coloque em um bom investimento. Tanto faz se quando você entrou tinha 10 mil ou 40 mil reais. Agora você tem 20 mil e a chance deles virarem 40 mil é muito maior em um bom investimento com valor do que num investimento ruim esperando empatar. O OBJETIVO É ACUMULAR PATRIMÔNIO E NÃO VITÓRIAS! NO PATRIMÔNIO OS PREÇOS NÃO IMPORTAM, O QUE IMPORTA É VALOR O mesmo vale para ações de boas empresas, títulos do governo, ou qualquer investimento. O que importa é o valor e não o preço. Fique enquanto tiver valor e saia se não tiver mais valor. Quanto mais tempo você conseguir ficar em bons investimentos mais capital vai acumular porque os custos e impostos serão menores e os juros compostos maiores, alem do que com menos giro, diminui a margem para erros. Então o objetivo é simples: Ficar o maior tempo possível em bons investimentos e só sair de um investimento se as perspectivas futuras dele não forem mais boas. Opere valor e não preços. O ser humano tem cabeça de trader, só vê preços. A grande maioria dos analistas, professores e especialmente a mídia só fala em preços. O lugar comum é ganhar porque comprou por X e vendeu por 2X. O preço subiu, venda e realize lucro. Realizar lucro parece ser a roda que vai te fazer rico, mas é exatamente o contrário. O que vai te fazer rico é parar de realizar lucro e pensar em operar valor e acumular patrimônio. Nesta paranoia de realizar lucro o que a maioria faz é sair de um bom investimento que os preços estão refletindo o valor e ir para um investimento ruim (na ilusão que tá barato). E pior, pagando um custo imenso para fazer esta troca, o que diminui seu capital. Patrimônio não precisa e não deve realizar lucro. O objetivo do patrimônio não é ganhar na variação de preços mas acumular valor que produza renda. Quer ganhar na variação de preços, o que é extremamente difícil para amadores (apesar de que todos tem direito de tentar, o que não tem direito é de detonar seu patrimônio tentando), use CAR e controle bem risco pois o objetivo de ganhar na variação de preços é alimentar o patrimônio e não o contrário, ou seja, usar o patrimônio para pagar os prejuízos das tentativas de ganhar na variação de preços. Então, ficou faltando a última questão: PATRIMÔNIO NÃO SE GIRA! - Capital Alocado a Risco (CAR) Quem quiser operar preços, entrar e sair do mercado, comprar e vender, enfim, fazer trades, deve reservar uma pequena parte do seu capital (chamada de capital alocado a risco ou CAR) para estas estratégias. O CAR deve ser bem pequeno em relação ao capital total especialmente no início. O objetivo do CAR é alimentar o patrimônio. Se você for um bom trader pode ir aumentando progressivamente o CAR (por exemplo investindo uma parte dos lucros em patrimônio e outra parte aumentando o CAR) e com isso alimentar expressivamente os juros compostos do seu acumulo de patrimônio. O objetivo é ficar rico, acumular patrimônio e não fazer trades. Trades, ou operações que visam ganhar na variação dos preços, tem como único objetivo aumentar o patrimônio acumulado para se chegar mais rápido a tranquilidade financeira. O CAR deve ser uma pequena parte do seu patrimônio que para quem ta começando não deve passar de 5%, mas o ideal é que seja menos que isso. Para quem tem muita experiência pode chegar a 10%, mas não deve passar disso a não ser em casos especiais de indivíduos extremamente talentosos, com grande capital, muita experiência e uma história de lucros com trades consistente.Este CAR deve ser dividido em 50 a 100 partes. Para cada trade uma parte será utilizada para dar chance de errar bastante vezes e o CAR não acabar. Utilizando este método, para alguns, pode ser inviável fazer trades pois estas pessoas não tem reserva suficiente para fazer trades. Devem então se dedicar ao seu trabalho e a acumular patrimônio que lhes permita fazer trades. Fazer como a maioria que usa 50% ou mais do seu patrimônio em trades faz com que suas chances sejam quase nulas. É IMPOSSÍVEL GANHAR NOS TRADES QUANDO VOCÊ PRECISA GANHAR NOS TRADES! Para vencer nos trades, utilizando o CAR, é necessário que você se dê o tempo necessário para o aprendizado e para vencer as possíveis variações de curto prazo que podem ser contra você. Um trader pode fazer tudo certo durante um mês, dois meses e ainda assim terminar este período no prejuízo, portanto você precisa ter CAR suficiente para inúmeras tentativas e precisa ter reserva para poder ter um CAR decente mesmo sendo um pequeno percentual do seu patrimônio. Sem isso vai operar dinheiro, e vai ser pressionado pela necessidade de ganhar e assim suas chances diminuem expressivamente. Muitos traders talentosos ficaram pelo caminho por má administração de risco. É IMPOSSÍVEL VENCER NOS TRADES OPERANDO DINHEIRO. Assista ao Vídeo: Não Opere Dinheiro na Bolsa! http://www.youtube.com/watch?v=Yrd4LAmSfqY O Alan Vianna (Moderador do Grupo de Análise Técnica e Trades da Bastter.com) desenvolveu um método de controle de risco para CAR espetacular que pode ser visto neste link: http://www.bastter.com/mercado/grupos/Forum.aspx? g=227&t=642593 Há também uma planilha deste método em: http://www.bastter.com/Mercado/Arquivos/Grupos/Documento/946e1d75- bedf-4fff-98ec-f36b124e1145.xls Grupo Análise Técnica e Trades da Bastter.com: http://www.bastter.com/mercado/grupos/227/analise-tecnica-e- trades.aspx - Preço e Valor Este assunto e esta distinção é tão fundamental que vamos voltar a ela. Preço e o que se paga por um ativo. Valor é o que ele vale. Nem sempre é fácil diferenciar. As variações de preço são usualmente mais intensas que as de valor especialmente em ativos mais voláteis como ações. O mercado determina os preços enquanto que o valor é de difícil determinação. Definição de Preço na Wikipedia: Em economia, contabilidade, finanças e negócios, preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central para a microeconomia, onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços). http://pt.wikipedia.org/wiki/Pre%C3%A7o Já definir valor é bem mais complexo mas em última instância seria a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que é considerado um equivalente justo para alguma coisa. Lendo assim parece a mesma coisa e não é a toa que a maioria confunde os dois. E confundindo os dois confunde ou não sabe o que ta fazendo na hora de investir. Como esta confusão é feita também pela maioria dos analistas, professores, mídia, etc., fica difícil para o indivíduo normal fazer esta distinção. Veremos diversas vezes neste livro ideias que vão contra a maioria mas pense que a maioria não fica rica então para vencer é fundamental se afastar da manada e das tão difundidas ideias de manada. Um exemplo que define bem esta diferença é quando ocorre algum histerismo na Bolsa de Valores. Você é sócio de uma empresa sólida, com lucros consistentes e nada de grave aconteceu com a empresa, mas algum boato se espalha e os preços da ação desabam. Pois bem, o preço se afastou do valor e diz-se que a ação ta subavaliada, ou seja, o preço tá abaixo do valor. O mesmo acontece na outra direção diversas vezes, mas quando você vai ver uma comparação de longo prazo de preço X valor, sai algo assim: Esta é uma comparação da evolução do lucro com a cotação da AMBEV PN, num gráfico anual. Vejam como o preço (cotação) acompanha o valor (lucros). Claro que no curto prazo teve diversas vezes em que eles se afastaram, mas este gráfico demonstra bem porque o investidor deve focar em valor e não em preços. Vejam outro exemplo: Observem que enquanto a USIMINAS PN ganhava valor (lucros aumentando) os preços seguiam. Quando os lucros desabaram, os preços desabaram. Estes gráficos e muito mais podem ser vistos na nossa Área de Ações em: http://www.bastter.com/Mercado/Acao/default.aspx É fundamental pensar em valor quando for acumular patrimônio. Apesar da maioria ser obcecada pelo preço de compra não é isso que é fundamental no enriquecimento especialmente nos ativos como ações em que se compra uma pequena quantidade todo mês. Claro que quando vai se comprar um imóvel deve-se estar mais atento ao preço, mas mesmo nesta situação o mais importante é o valor desde que se tenha bom senso. O que interessa é se o imóvel é bem localizado, tem boa liquidez, é fácil de alugar, etc. Isso é sempre o mais importante. Não é preciso e nem se deve ficar olhando o preço todos os dias. Aliás Peter Lynch (grande gestor de fundos norte americano) recomenda que só se olhe a cotação das ações da sua carteira uma vez por ano e mesmo assim pode ser muito. - O Empate Dentro desta confusão de patrimônio com CAR vem outra que é o conceito absurdo do empate. Pessoas que ficam anos em um investimento ruim esperando para sair no empate. Como eu já disse antes, o objetivo é acumular capital e não vitórias. Assista ao Vídeo: Quando sair dos InvesƟmentos - O Conceito Absurdo do Empate http://www.youtube.com/watch?v=JfgJkiB- AZQ&list=UUsra3f6ogpXhIZbSUe2OoaA&index=7&feature=plcp Vamos dizer que você colocou 40 mil reais em um investimento ruim e agora tem 20 mil reais. Os 40 mil não existem mais e pensar neles só leva a atitudes erradas. O investidor fica carregando aquele investimento ruim na esperança que volte a 40 e na maior parte das vezes vai a 10 porque coisas ruins tendem a continuarem ruins e coisas boas tendem a continuarem boas. Ainda que o investimento volte a ficar bom ou haja uma época de expansão mundial que tudo sobe, quando aquele dinheiro volta a ser 40, num bom investimento seria 60 ou até 80. Então esta atitude absurda, e pior ensinada a torto e a direito, só leva seu capital a diminuir no longo prazo, que é justamente o oposto do que queremos. Lembre-se que o que aumenta o seu patrimônio é se manter o máximo de tempo em bons investimentos e não ficar anos em um investimento ruim esperando empatar. Há de se encontrar o meio termo entre girar patrimônio e insistir em investimentos ruins e isso se faz determinando parâmetros, gatilhos para permanecer ou sair dos investimentos mas sempre ligados a valor, nunca a preço. Preço = CAR. PATRIMÔNIO = VALOR CAR = PREÇOS Se critérios são determinados não decidimos baseado em emoções pois nossas emoções sempre vão nos levar a comprar no topo (caro) e vender no fundo (barato). Porque nos topos estamos sempre eufóricos e nos fundos em depressão. Vou permanecer neste investimento enquanto os critérios X, Y e Z (de valor) estiverem sendo atingidos. Se um deles ou dois não forem atingidos por um tempo, coloco o investimento de quarentena, ou seja, não aplico mais lá mas ainda não vendo. Se mais tempo passar e na minha próxima avaliação a situação tiver piorado, os gatilhos de saída forem atingidos, executo uma estratégia de saída que me permita pagar menos IR ou não pagar IR (dentro da lei) e aloco meu capital em um bom investimento. O preço que saiu, se foi no lucro ou no prejuízo não tem a menor importância. Importa é que o seu dinheiro esteja sempre onde tem valor. Se não tem mais valor é hora de transferir para valor. Se ainda tem valor, preços, notícias de jornal, opinião de analistas, nada disso importa. Mantenha o investimento e lembre-se,os grandes ganhos virão dos bons investimentos que conseguir ficar por muito tempo. Seja bastante rígido para entrar e sair dos investimentos pois o objetivo é ficar bastante tempo em um bom investimento por isso eles devem ser bem selecionados e para sair critérios de saída devem ter sido atingidos e em mais de um período. Entrada Critérios Estudar, Entrar ou Esquecer Manter, Estudar ou Quarentena Ficar, Quarentena ou Sair Permanência Critérios Quarentena Critérios Sair Critérios Sair A tabela acima mostra o processo que você sempre deve fazer em relação aos investimentos. Determine critérios para cada uma das quatro situações, sabendo que sempre uma parte da decisão deverá ser tomada por você, mas estabelecer critérios diminui a emoção expressivamente. Os estágios são: a) Entrar em investimentos: Determine critérios para estudar novos investimentos e mantenha eles sob estudo. Se um destes investimentos atingir seus critérios, determine um percentual desejado para ele em relação aos seu patrimônio e inclua ele na Planilha de Administração de Capital. (Veremos a seguir). Todos os investimentos que não atingem o critério de estudo devem ser esquecidos, não importa se você nunca olhou, se já estudou ou se já até teve este investimento. b) Permanência nos Investimentos: Os seus investimentos enquanto estiverem com bom valor devem ser reavaliados anualmente. Critérios devem ser atingidos para que um investimento permaneça na sua carteira com avaliações anuais. Se um investimento não preenche estes critérios, passe a estudá-lo com mais frequência, trimestralmente. Perdendo os critérios para permanência, deve ser colocado de quarentena. Em alguns casos mais graves pode- se sair do investimento sem passar pela quarentena. c) Quarentena Quando se coloca um investimento de quarentena significa que ele é retirado da sua Planilha de Administração de Capital, ou seja, você não vai mais comprar aquele investimento, mas também não vai vender. Ele está de quarentena! Nesta situação deve-se estudá-lo trimestralmente. Se ele continuar mostrando menos valor progressivamente e atingir os critérios de saída, faça um plano de saída para o investimento. Se ele volta a atingir os critérios de permanência recoloque na planilha mas num primeiro momento permaneça estudando trimestralmente até decidir que ele pode voltar para a reavaliação anual. Se tiver dúvida mantenha em quarentena. d) Saída Critérios devem ser determinados também para saída dos investimentos. Eles devem ser rígidos, para evitar o giro, mas se atingidos, não titubeie e saia. Saia porque não tem mais valor. Lucro ou prejuízo, preço, nada disso importa. Você deve sair porque não há mais valor e seu dinheiro está num investimento ruim. Seu enriquecimento virá de quanto mais tempo você conseguir permanecer em bons investimentos e não de quantas vitórias você tiver. A saída deve ser planejada e tranquila igual a entrada. Não é necessário sair de uma vez a não ser quando for um imóvel. Tome muito cuidado para não girar patrimônio baseado em preços. Patrimônio tem a ver com valor e não com preços. Faça um exercício. Lembre-se de coisas que você já teve como um imóvel ou uma ação por exemplo. Coisas que você teve há 10 ou 20 anos mas que sejam boas. Compare ter ficado quieto com o monte de rolo que muitos fizeram. Para a maioria, ficar quieto em investimentos mesmo que não tão bons é bem melhor do que ficar seguindo a mídia e os pseudo-analistas com o tal do agora é hora disso ou daquilo, sair da renda fixa e ir para as ações, sair das ações e ir para a renda fixa, até mesmo porque quando eles publicam é porque o momento bom já passou há muito tempo. - Administração de Patrimônio Os principais investimentos para iniciar a formação do patrimônio são: - Renda Fixa e Ações Principal também para quando tiver mais capital - Imóveis Auxiliares - Moedas e FIIs Há outros investimentos como quadros, gado, etc, mas estes são muito especializados então não trataremos aqui. A ideia inicial é dividir entre renda fixa e ações. A base seria dividir por igual, 50% para cada uma. De acordo com sua propensão a risco, sua idade, suas responsabilidades financeiras, etc. pode-se mudar a proporção inicial. Padrão Inicial Ações 50% Renda Fixa 50% Quanto mais conservador, maior o percentual em RF Quanto mais velho, maior o percentual em RF Quanto mais responsabilidades financeiras, maior o percentual em RF Enfim, um jovem que mora com os país, tem boas condições financeiras, não é casado, e tem boa aceitação de risco, pode começar com apenas um mínimo em RF, tipo uns 10% apenas e o resto em ações. Já uma pessoa de meia idade, casada, com filhos, e sem grande propensão a risco, pode ter 80% em renda fixa e apenas 20% em ações. Não há uma regra absoluta. Parta de 50% X 50% e analise se deve ajustar para um dos lados e determine seu perfil inicial. Vá aumentando ou diminuindo 10% de cada um dos lados de acordo com os critérios acima. Vá na Planilha de Administração de Capital online da Bastter.com em: http://www.bastter.com/mercado/vcblue/default.aspx - Aba Patrimônio ou estando na Bastter.com clique no Botão do Trading System do Bem: Neste endereço há links para vídeos ensinando a usar a planilha. Esta planilha vai ser a base dos seus investimentos e vai ser quem vai prevenir seu giro de patrimônio e as compras no topo e vendas no fundo. Coloque na Planilha os objetivos que determinou. Vamos usar como exemplo a base de 50%. RF = 50% Ações = 50% Como já vimos no capítulo anterior, uma vez por mês pegaremos o percentual direcionado aos investimentos do nosso trabalho e o rendimento produzido pelo patrimônio (aluguel, juros, dividendos, etc.) e investiremos. Abrimos a planilha e vamos investir no que tá para trás. Vamos dizer que a bolsa subiu neste mês e nossos investimentos estão assim: RF = 47% Ações = 53% Logo, este mês o dinheiro novo vai para a RF porque é o que ta atrás do percentual desejado. Após o investimento fica assim: RF = 48,5% Ações = 51,5% Não tem problema. Não precisa ajustar tudo em um mês, basta investir no que tá para trás. Não caia na tentação de ajustar com vendas do que está na frente. Já explicamos que patrimônio não se vende a não ser que o investimento passe a ser ruim e não se pretende ganhar com a variação de preços mas com a capitalização dos juros no longo prazo além do que não se investe em preços mas em valor. Sendo assim apenas investimos no que tá para trás e deixamos o mercado ir ajustando. Após alguns meses de alta da bolsa e investindo em RF, a bolsa cai com força por um período e quando chega a hora de investir, a planilha está assim: RF = 55% Ações = 45% Este mês vamos investir em ações. No próximo capítulo veremos como montar uma carteira de ações mas apenas para efeito da planilha, vamos usar o mesmo sistema para ações, determinando objetivos percentuais e investindo nas que estão para trás. Cuidado com a segunda metodologia para não ir investindo todo mês em uma empresa que está ruim e isso estar se refletindo nos preços dela. Claro que estaremos analisando os balanços e a ideia é investir em valor e não preços, mas se for frequente uma ação ficar para trás mesmo investindo nela seguidas vezes, verifique com atenção seus balanços e veja se realmente ainda tem valor. Se tiver, ótimo, está comprando valor a um preço baixo e terá mais ações no LP o que vai refletir em mais patrimônio. Se há dúvida quanto ao valor, coloque em quarentena (tire da planilha apesar de não vender) até reavaliar melhor. Uma das vantagens deste método simples é que ele impede compras de ações no topo (quando queremos comprar) e indica a compra de ações no fundo (quando não queremos comprar).Com um método simples você vence as emoções que tanto lhe prejudicam nos investimentos. Conforme nosso patrimônio for aumentando podemos um dia começar a separar uma parte do capital para uma futura compra de um imóvel. Como os imóveis tem um valor muito alto, só interessa colocá-los na planilha se não forem uma porção muito expressiva do nosso capital. De qualquer forma o balanço primário continua sendo feito Ações X RF porque não dá para comprar 500 reais de imóvel por mês. Mas pode sim incluir o imóvel na planilha como uma RF direcionada a comprar um imóvel, incluir seu percentual na planilha e colocar dinheiro lá quando a planilha indicar. Pode-se usar também financiamento para comprar o primeiro imóvel, talvez o único financiamento aceitável mas ainda assim analise bem e procure um com uma taxa aceitável. Só faça o que tem certeza que vai poder pagar e a entrada com o capital que estava guardando para compra do imóvel. FIIs (Fundos de investimento em imóveis) são uma modalidade diferente de investimento que podem ser incluídos na planilha. Não são imóveis. Imóvel é tijolo, FII é fundo. Não é melhor nem pior, apenas diferente. Informe-se bem antes de investir em FIIs e cuidado com as modinhas. Moedas não são propriamente investimento mas apenas uma reserva de valor para crises. 5% do capital em moedas já é mais do que suficiente normalmente e pode ser até menos se o patrimônio for maior. - Os Investimentos: Antes de tudo, os investimentos mudam. Estaremos colocando uma base aqui mas de tempos em tempos por mudanças na economia, regras, leis, taxa de juros, inflação, etc, os investimentos vão mudando. Acompanhe sempre na Bastter.com os grupos específicos dos investimentos para se manter atualizado. Os dados colocados aqui e as regras são de 2012/2013. Verifique sempre se ocorreram mudanças. Renda Fixa Grupo de Renda Fixa - http://www.bastter.com/mercado/grupos/Grupo.aspx?g=107 a) Caderneta de Poupança – Usada como reserva de emergência, pois o custo para retiradas é baixo e de fácil acesso. A despeito disso não é interessante normalmente para quantias maiores. Vantagens: - Aplicação inicial normalmente baixa - Liquidez imediata - Fácil entendimento - Não há prazo mas para haver rendimento é necessário deixar aplicado mais de um mês - Investimento conservador de baixo risco e garantido até 70 mil reais - Isenção de Imposto de Renda para Pessoas Físicas Desvantagens - Baixo rendimento, não é interessante para quantias grandes - Rendimento inicial apenas após um mês Rentabilidade - Cadernetas Antigas (até até 3 de maio de 2012) - TR (taxa referencial) da data de aniversario da aplicação + 0,5% ao mês. - Cadernetas Novas – sempre que a Selic (taxa básica de juros) ficar em 8,5% ao ano ou abaixo disso, o rendimento da poupança passa a ser de 70% da Selic mais a TR. b) Fundos de Renda Fixa Os fundos de renda fixa aplicam no mínimo 51% de seu patrimônio em títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Existem vários tipos de fundos de renda fixa: FIF (Fundos de Investimento Financeiro): investem diretamente em títulos do mercado, como papéis da dívida federal, CDBs e debêntures. O investimento em ações e em cotas de fundos de ações não pode ultrapassar 49% do patrimônio. Também não podem ter mais de 10% de papéis de uma mesma empresa e até 20%, de um mesmo banco. FAC (Fundos de Aplicação em Cotas): são fundos que têm cotas de outros fundos de investimento. Fundos DI: são fundos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Têm o objetivo de acompanhar os juros de mercado. É um bom investimento, de baixo risco, especialmente quando há uma expectativa de que os juros subam. Investem no mínimo 95% em papéis pós-fixados de renda fixa, com rendimento próximo ao CDI e aplica pelo menos 80% em papéis da dívida federal ou papéis de empresas com baixo risco. Fundos Cambiais: são fundos que buscam acompanhar a variação do dólar, por meio de títulos públicos cambiais e papéis que financiam as exportações. É indicado para quem tem dívidas em dólar, família no exterior, e quer se proteger de variações da moeda norte-americana. Fiex (Fundo de Investimento no Exterior): são fundos de investimento no exterior. Também acompanham a variação cambial, pois investem no mínimo 80% em papéis da dívida externa brasileira negociados em dólar. É uma alternativa aos fundos cambiais tradicionais pois sofrem menor pressão da variação do dólar no Brasil. Quando o dólar cai no país, os papéis da dívida externa geralmente sobem no exterior. Por outro lado, costumam render menos que os fundos cambiais, já que quando o dólar dispara no Brasil, a cotação dos papéis da dívida despencam no exterior. Fundos de Derivativos: aplicam em papéis de renda fixa e em contratos no mercado futuro. São geralmente de médio a alto risco, e podem inclusive ter perdas de patrimônio. Têm gestão altamente especializada e costumam cobrar taxas mais altas pela administração. Em longo prazo, no entanto, geralmente têm rendimentos superiores ao CDI. Fundos Multiportfólio: são fundos que têm carteira diversificada. Investem em papéis de renda fixa, variável e derivativos. Como não têm de seguir um único benchmark, costumam cobrar taxas de administração maiores devido à complexidade de gestão da carteira. Fonte: Folha Online - http://www1.folha.uol.com.br/folha/banking/fundos.shtml c) Certificado de Depósito Bancário (CDBs) Título emitido por bancos e repassados aos clientes na forma de empréstimos. Possuem prazo determinado podendo ser pré ou pós fixados. d) Títulos do Governo Nesta modalidade se compra os títulos diretamente do governo. Veja tudo sobre eles no site do Tesouro Direto: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto No Grupo Renda Fixa, Tesouro Direto e Previdência da Bastter.com em http://www.bastter.com/Mercado/Grupos/Grupo.aspx?g=107 Que verá esta Tabela atualizada com os títulos disponíveis para a venda: Os que podem ser adquiridos tem cotação de compra e são basicamente: NTNB – Títulos com uma parte pré-fixada e uma parte atrelada ao IPCA dando proteção a inflação. Obs: NTNB pagam juros semestrais, NTNB-P acumulam os juros até o fim do contrato. São considerados títulos de longo prazo pós fixados indexados ao IPCA LTN – Títulos pré-fixados de Curto Prazo. NTNF – Títulos pré-fixados de Longo Prazo LTF – Títulos pós-fixados indexados à Taxa Selic Há outros tipos de Renda Fixa mas estes são os principais. Ações Todo o Capítulo 3 deste livro é sobre a Formação de Carteira de Ações então veremos mais a fundo este assunto adiante. Nesta parte a ideia é apenas demonstrar as características de cada tipo de investimento. Para se aprofundar no assunto, vá no Grupo Quadro de Ações da Bastter.com em http://www.bastter.com/Mercado/Grupos/Grupo.aspx?g=226 Ou na área de Ações da Bastter.com em http://www.bastter.com/Mercado/Acao/Default.aspx Para aprender a selecionar empresas Assista ao Vídeo Uma Forma Fácil de Analisar Balanços para Comprar Ações http://www.youtube.com/watch?v=1ihUxi7xLwo É fundamental compreender que ações são Renda Variável e como tal não há garantia de nada. Pense em formar uma carteira de ações de boas empresas sendo sócio das empresas e se aproveitando dos seus lucros enquanto eles forem consistentes. Esqueça a variação de preços de curto prazo. Para administrar sua Carteira de Ações use a Planilha de Patrimônio do Trading System do Bem demonstrada acima. Imóveis Imóveis mais do que qualquer outro investimento não devem ser trocados a não ser que percam valor. Os custos da compra e venda de imóveis são enormes. Grupo Investindo em Imóveis da Bastter.com: http://www.bastter.com/Mercado/Grupos/Grupo.aspx?g=166 Se quiser se mudar sai bem mais barato alugar o seu imóvele morar em outro de aluguel do que vender o seu e comprar outro. É muito mais eficiente financeiramente falando morar de aluguel em um 3 quartos e ter três quarto e sala alugados do que comprar um 3 quartos Esqueça comparar Aluguel com Renda Fixa. Qualquer valor de aluguel é bom especialmente considerando que o inquilino para o condomínio e o IPTU. Como o imóvel se valoriza através dos tempos o aluguel é apenas um extra. O financiamento de imóveis, a taxas razoáveis, é a única dívida que se pode aceitar mas ainda assim, tem de ser dentro das suas condições de pagamento. A casa própria ou querer morar em casa própria, se a família se sente melhor é uma decisão que não entra no âmbito financeiro. Não é certo nem errado, mas não se discute isso financeiramente. Morar no seu imóvel ou de aluguel financeiramente é a mesma coisa, já que morando no seu está deixando de receber aluguel. Pare de ler notícias sobre imóveis, estão permanentemente anunciando uma bolha. Se ela vier, seu imóvel não vai perder um banheiro e as pessoas vão continuar precisando de morar em algum lugar. Moedas Não são propriamente investimento mas sim reserva de valor para crises. Basta acumular 3 a 5% do patrimônio em Dollar e/ou Euro e pronto. Coloque na Planilha e compre quando ficar abaixo do percentual desejado. Ouro é uma alternativa também mas mais complicada. Fundo de Investimento em Imóveis Grupo de FIIs na Bastter.com: http://www.bastter.com/Mercado/Grupos/Grupo.aspx?g=240 Área de FIIs da Bastter.com: http://www.bastter.com/Mercado/FII/Default.aspx Importante compreender que não são imóveis, são Fundos de Investimentos em Imóveis. O objetivo é ganhar um rendimento mensal dos alugueis e a valorização dos imóveis. São vendidos na bolsa como as ações. São divididos em Fundos de Tijolo (cotas de imóveis), Fundos de Papel (créditos recebíveis imobiliários) e FIIs de FIIs que compram cotas dos outros dois tipos. É importante estudar o prospecto do fundo antes de investir e saber as características e analisar o risco. Há desde fundos bastante sólidos como os de agência de grandes bancos a fundos de alto risco, especialmente os de Papel. Cuidado com as modinhas pois está havendo uma corrida para os FIIs. Não corra atrás e saia entrando em qualquer coisa. Estude. Há farto material sobre os FIIs nos links acima. E para quem pretende investir em imóveis, deve acrescentar também FIIs no patrimônio? FIIs não são imóveis, mas combinam algum risco. Se o seu patrimônio está muito exposto a imóveis, equilibre com mais ações e renda fixa até entrar em FIis. Pretendo comprar FIIs e não imóveis. Acredito que a partir de certo patrimônio e idade, acrescentar um imóvel ou se possível mais de um ao patrimônio seja interessante mesmo que tenha FIIs. Os imóveis de quarto e sala bem localizados seriam a primeira linha de investimento em imóveis. Nunca se esqueça que as três coisas mais importantes nos imóveis são localização, localização e localização porque quase todo o resto dá parta mudar mas localização não dá para mudar. Existem outros investimentos mas é necessário especialização. Estes são os mais comuns e basta eles para formar um belo patrimônio. 3 – Carteira de Ações Área de Ações da Bastter.com http://www.bastter.com/Mercado/Acao/Default.aspx Este gráfico que escolhi para iniciar esta seção demonstra o quanto você perde se estiver fora da bolsa nos melhores dias do mercado. A primeira coluna mostra o investidor que se manteve na bolsa. A segunda mostra o rendimento daquele que perdeu somente os 5 melhores dias. Depois 10 dias e assim por diante. Compre ações para ser sócio e se mantenha sócio enquanto for uma boa empresa. Vai se surpreender com a longevidade de boas empresas. Esqueça esta baboseira de ficar líquido. Ficar líquido termina nas colunas a direita do gráfico ou você acha que vai sair justo nos dias certos? Tá bom, então o que exatamente você está fazendo lendo este livro? - Introdução Na construção da carteira de ações se cometem diversos erros básicos. Há duas formas de comprar ações 1 – Para trade 2 – Para ser sócio Trader opera preços e pretende ganhar na variação dos preços. Sócio opera valor e pretende ganhar no crescimento e/ou distribuição de lucros da empresa. A confusão entre as duas coisas traz muitos prejuízos. Traders que não Stopam e se tornam sócio de empresas ruins esperando o maldito empate. Sócios que ficam perturbados por preços e notícias e vendem tudo no fundo em pânico quando as empresas continuam boas. Quando se compra ações para ser sócio, o que importa é o valor das empresas e não as cotações. O seu ganho virá do crescimento dos lucros da empresa e do crescimento da empresa, do patrimônio da empresa e não da variação da cotação que será uma consequência e não o fator principal como nos trades. Quanto menos olhar as cotações, melhor. Observem o seguinte estudo do livro Iludido pelo Acaso: Olhar as Cotações: Bolsa em Alta Bolsa em Queda A cada Minuto 50,17% 49,83% Todo Dia 54,00% 46,99% Toda Semana 59,00% 41,00% Todo Trimestre 67,00% 33,00% Todo Ano 93,00% 07,00% Quanto mais você olha as cotações, menos vai ver a bolsa em alta. Claro que para quem está tranquilo em ser sócio de empresa e não se preocupa com a queda das cotações, isso tanto faz. Mas a maioria, especialmente quem está começando, ainda pode ser muito influenciada pelas besteiras que falam sobre ser sócio de empresas e pela mistura sócio X trader tão comum na mídia e na maioria dos locais e se a bolsa desabar acabar vendendo suas ações em pânico no fundo o que faz com que seu plano de B&H vá por água abaixo. Então pare de olhar as cotações e vá trabalhar! PARE DE OLHAR AS COTAÇÕES E VÁ TRABALHAR! PARE DE OLHAR AS COTAÇÕES E VÁ TRABALHAR! PARE DE OLHAR AS COTAÇÕES E VÁ TRABALHAR! Sem olhar as cotações suas chances no B&H aumentam como pode ser visto na tabela acima, pois você vai ver a bolsa subindo e suas ações se valorizando mais vezes, diminuindo a chance de vender tudo no fundo em pânico e além do mais vai trabalhar mais e melhor, e poupar mais que como já vimos é a medida mais importante no seu enriquecimento. O problema é o ser humano que influenciado pelo sistema que quer que ele gire, acaba por vender tudo no fundo em pânico para depois recomprar quando as notícias são boas e os analistas estão indicando Bolsa, no topo. Aí não há carteira que aguente. Por que ser sócio de empresas boas com lucros consistentes no longo prazo tende a ser uma proposta vencedora? A coisa é bem simples: Lucros consistentes: Observem a coluna de lucros líquidos e vejam também a margem líquida e o ROE (retorno sobre os Investimentos) Esta empresa serve para demonstrar porque o acionista ganha como sócio de uma empresa com lucros consistentes. Bolsa não é banco imobiliário. Como já vimos nos capítulos anteriores para ficarmos ricos devemos acumular patrimônio. Se começamos a comprar ações desta empresa em 2002 por exemplo e fomos comprando aos poucos, nossas cotas valem cada vez mais e recebemos cada vez mais dividendos já que os lucros são cada vez maiores e com estes dividendos compramos cada vez mais ações passando a ser donos de uma parte maior da empresa, recebendo mais dividendos e comprando mais ações e este círculo virtuoso vai fazendo com que nosso patrimônio aumente pois temos cada vez mais ações a um valor maior e que distribuem cada vez mais dividendos e portanto nosso patrimônio cresce bem como a renda que ele produz que é exatamente o objetivo da poupança e do enriquecimento. Agora uma empresa sem Lucros consistentes: Observem como a empresa até eventualmente tem lucro alguns anos, mas tem anos de prejuízo e os lucros não crescem e a empresa não vai alugar algum. Vejam como a margem mesmo quando tem lucro é baixa. Aí quando você vai ver o que acontece com as cotações da primeira empresa: As cotações seguem os lucros no longo prazo E a segunda? As cotações seguem os lucros. Como eles não vão a lugar algum tão pouco vão as cotações. No longo prazo as cotações seguem os lucros e não poderia ser diferente já que a ação nada mais é do que um pedaço da empresa. Se a empresa vale cada vez mais (TEM MAIS VALOR) a cotação sobe. Se a empresa não acumula VALOR, a cotação não sai do lugar ou até cai no longo prazo. Assista o Vídeo Uma Forma Fácil de Analisar Balanços para Comprar Ações http://www.youtube.com/watch?v=1ihUxi7xLwo Vejam o Fluxo de Caixa da primeira empresa: Ela é uma maquina de fazer dinheiro, o Fluxo de Caixa Livre (FCL) é o dinheiro que sobra no fim do ano. (Caixa operacional – Investimentos). Agora vejam o FC da segunda empresa: É uma máquina de gastar dinheiro, não sobra nada. Assista o Vídeo: Introdução a Análise de Fluxo de Caixa http://www.youtube.com/watch?v=Jif44LJ- sJg&list=UUsra3f6ogpXhIZbSUe2OoaA&index=10 Como dinheiro não se produz do nada e não é mágica, o sócio da primeira empresa vai ganhar dinheiro e o da segunda vai perder, não interessa onde cada um compra. No logo prazo você vai acumular valor na primeira e não vai acumular nada na segunda. E isso é bem simples de entender quando se para de confundir trade com ser sócio, preço com valor. Você pode fazer um trade onde quiser, porque o seu objetivo é tão somente ganhar na variação dos preços no curto prazo e se der errado você Stopa, sai do trade e assume o prejuízo. Como no curto prazo bolsa é fluxo e qualquer coisa pode acontecer, ações de empresas ruins podem subir e ações de empresas boas podem cair. Mas no longo prazo já vimos o que acontece, portanto só seja sócio de empresas boas com lucros consistentes e.... Notícia não é lucro. Reestruturação não é lucro. Mudar de nome não é lucro. Ser comprada ou comprar outra não é lucro Trocar de presidente não é lucro Dizer que vai fazer isso ou aquilo não é lucro Analista dizer que o preço alvo é sei lá aonde não é lucro LUCRO É LUCRO E CONSISTENTE Nada disso tem a menor importância, só o que importa é que a empresa tenha lucros consistentes. A análise inicial de uma empresa para ser sócio ou não é facílima: Basta olhar a coluna Lucro Líquido nas tabelas acima que estão disponíveis para praticamente quase todas as empresas que tem ação na bolsa na Área de Ações da Bastter.com: http://www.bastter.com/Mercado/Acao/Default.aspx Se a coluna tem lucros consistentes ok, podemos analisar mais. Se não tem, próxima empresa. Não caia de amores pelo que não presta. Dá muito prejuízo. E não analise pelo que não interessa. Se não tem lucro consistente o sócio não ganha nada. Mas como saber se vai continuar tendo lucros consistentes? Não há como saber Mas eu aprendi que empresas boas tendem a continuar boas e empresas ruins tendem a continuar ruins. Que empresas boas tendem a sobreviver aos tempos difíceis e empresas ruins tendem a quebrar após um espirro. Claro que eventualmente uma empresa ruim fica boa e uma empresa boa fica ruim mas são exceções e para se proteger disso que se diversifica. Assista ao Vídeo Quando sair dos InvesƟmentos - O Conceito Absurdo do Empate http://www.youtube.com/watch?v=JfgJkiB-AZQ Para saber quando sair de empresas boas que ficaram ruins e Assista ao Vídeo O que Realmente te Protege da Queda das Ações http://www.youtube.com/watch?v=yaW4pkQHLFg Para compreender que o que te defende é a diversificação e não adivinhar o futuro. - Boas Empresas Então vamos ver o que é importante para ser sócio de uma empresa 1 – Lucros consistentes. 2 – Crescimento se for uma empresa de crescimento. Se for uma empresa de dividendos, não é necessário que cresça, mas é sempre bom crescer. 3 – Caixa e Dívida equilibrados. 4 – Boa governança. Os três primeiros são fáceis de verificar. O último precisa de verificar algumas coisas objetivas, e outras mais subjetivas. Lucros consistentes Já vimos acima como verificar rapidamente lucros consistentes. Dois marcadores de lucros são importantes também: Margem Líquida e ROE · Margem líquida é bem simples, é o quanto da receita que sobra como lucro após os gastos da empresa. Alguns setores que giram muito sobre o patrimônio e tem concorrência muito forte tem margem baixa como consumo cíclico por exemplo. Alguns como supermercados, farmácias, etc. tem margens muito baixas. Cabe a cada um decidir se aceita as margens baixas de cada setor ou não. De qualquer forma dentro do mesmo setor a margem mais alta do que os concorrentes demonstra uma vantagem competitiva. Para partir de algum lugar, parta de 20% de margem. Estude os diferentes setores e veja quais critérios vai usar para aceitar determinadas margens. Vejam uma empresa com lucros líquido crescente e margem crescente e acima de 20%. Já esta vem perdendo margem... Muito cuidado com as empresas com receita imensa e que não para de crescer mas sem acompanhamento dos lucros. São empresas que chamam muita atenção mas não interessam ao sócio já que o sócio minoritário não ganha nada da receita, somente dos lucros. Empresas sem cultura de lucros são péssimas para ser sócio: Empresa sem cultura de lucros: Vejam como a receita cresce sem parar mas os lucros não acompanham. Empresas assim estão sempre na mídia, chamam muita atenção, crescem sem parar, são as maiores do país e do mundo levando muitos pequenos investidores a se iludirem mas, sem lucros consistentes, não há o menor interesse de ser sócio. · O ROE ou Retorno sobre os Investimentos é o lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido da empresa ou seja, quanto se lucra em cima do patrimônio ou em última instância para o acionista, sobre o investimento dele. Claro que isso também varia de setor para setor mas ser acima de Taxa Selic com alguma sobra é um bom ponto para começar. Novamente há setores que distorcem este marcador como, por exemplo, o de consumo cíclico que por ter muitas vezes receita muito maior que o patrimônio, se for empresa boa, produzem lucros muito grandes em relação ao patrimônio. Há empresas também que trabalham com aluguel e são donas de muitos imóveis. Nestas ocorre o inverso, com distorção do ROE para baixo. De qualquer forma alguma sobra além da Selic é um bom ponto para começar. Vejamos exemplos: Notem o ROE elevadíssimo já que a empresa tem receita de mais que o dobro do patrimônio. A empresa é boa, tem lucros consistentes, mas há distorção no ROE para cima. Vamos ver uma com ROE baixo: Percebam como é fácil ver uma empresa sem lucros consistentes e passar para a próxima. Olhem que esta empresa gira bastante em cima do patrimônio com uma receita elevada quase que do tamanho do patrimônio mas ainda assim o ROE é baixo ou até inexistente porque os lucros são inconsistentes. Obs: Quando a empresa tem prejuízo não existe ROE porque não existe retorno. Receita Líquida – É um dado importante correspondendo as vendas da empresa. É claro que é bom quando a receita sobe, mas deve-se ficar atento a quanto sobra de lucro a partir da receita. O acionista não ganha nada da receita, só do lucro. Há períodos em que a empresa está investindo e tem gastos excessivos e a receita cresce sem puxar o lucro. Nada demais, mas é importante saber se esta é apenas uma fase e aquele crescimento de receita vai resultar posteriormente em mais lucros ou se é uma empresa sem cultura de lucros se alavancando toda apenas para fazer mais receita, enriquecer donos e diretores enquanto os acionistas minoritários ficam a vernavios. Ebitda – Lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Seria o lucro antes de descontar estes itens, o que leva a o Lucro Líquido. Muitos usam o Ebitda nas análises das empresas e vem algumas vantagens nisso. Cada um deve criar seus critérios. Eu prefiro utilizar o Lucro Líquido. Crescimento Uma empresa não precisa crescer para ser boa. A parte da sua carteira de dividendos pode ter empresas boas com lucros consistentes, caixa e dívida equilibrados e boa governança mas que quase não crescem pois distribuem praticamente todos os lucros na forma de dividendos e juros sobre o capital. Se ela distribui praticamente todo o lucro, não sobra quase nada para investir e não se espera crescimento. São empresas que normalmente não tem para onde crescer e não precisam crescer para se manterem rentáveis. Nas empresas de crescimento espera-se crescimento. Elas distribuem pouco lucro, o que pode ser observado pelo Payout baixo que é de forma simples o percentual dos lucros que é distribuído para os acionistas. Pode-se aceitar que durante um tempo a empresa não distribua muito lucro e não cresça muito se ela estiver em uma fase de investimentos grandes para resultado futuro. Mas fique de olho. Se o lucro não vai para você e a empresa não cresce por muito tempo, o dinheiro está sumindo! Uma taxa de crescimento dos lucros acima de 20% em 5 anos é um ponto para começar a estudar mas isso vai variar muito. Análise de empresas não é matemática, é arte! Vamos ver uma empresa de dividendos. Observem primeiro que o crescimento dos lucros em 5 anos não é expressivo. Observe agora no quadro evolutivo da empresa que não vemos grande crescimento do patrimônio líquido e nem do lucro líquido. Ainda assim vejam como a Margem e o ROE são exuberantes e a empresa é uma máquina de fazer dinheiro como se pode ver na coluna FCL do Fluxo de Caixa Livre que demonstra o dinheiro que tá sobrando. Como ela não tem muito no que investir (veja a coluna FCI que é o Fluxo de Caixa de Investimentos e a coluna FCI/LL que demonstra que o percentual dos lucros utilizados em investimentos é muito baixo), ela distribui quase todo o dinheiro para os acionistas tendo um Payout próximo de 100% (Percentual dos lucros distribuídos aos acionistas). A despeito de não haver grande crescimento da empresa, a quantidade enorme de dividendos distribuídos permite que se compre mais ações e isso tem um efeito cascata no longo prazo sobre os juros compostos. O crescimento menor da empresa é compensado pelo aumento mais expressivo da quantidade de ações. Esta empresa demonstra que não é obrigatório que haja crescimento para que seja um bom investimento numa empresa. Mas é importante saber no que está investindo e acompanhar. É interessante ter uma parte da sua carteira em empresas de dividendos que vão propiciar um equilíbrio maior da carteira pela grande reaplicação e compra de novas ações que elas propiciam. Importante notar que a despeito da obsessão de muitos com as empresas de crescimento lento, chamada de dividendos, não são estas que vão distribuir mais dividendos aos acionistas no longo prazo mas sim as de crescimento que apesar de terem um Payout mais baixo, através do seu crescimento expressivo, vão acabar distribuindo mais dividendos em reais apesar de menos em percentuais. Vamos ver agora uma empresa de crescimento e observem o crescimento expressivo dos lucros empresa em 5 anos. Vamos ver a evolução da empresa: Olhem como o patrimônio líquido e os lucros crescem muito. A empresa tem um Payout de apenas 22% pois ela está reinvestindo grande parte dos lucros o que proporciona todos este crescimento. Vejam o Fluxo de Caixa de uma empresa de crescimento rápido: Olhem como ela investe muito, sendo o FCI (Fluxo de Caixa de Investimentos) maior que o FCO (Fluxo de Caixa Operacional). Todo este investimento está fazendo o FCL (Fluxo de Caixa Livre) ficar negativo, ou seja, ela tá consumindo caixa e olhem como a proporção do investimento chega a mais de duas vezes que o lucro líquido. Esta situação de FCL negativo pode acontecer por um tempo na fase de crescimento rápido da empresa, mas em algum momento, quando os investimentos começarem a produzir lucro, isso deve reverter. Acompanhe a empresa, e veja se ela está se equilibrando. É importante acompanhar também as dívidas destas empresas pois algumas alavancam demais e se vem uma fase ruim, os lucros podem desaparecer. Vejam que não é difícil analisar empresas se entender a lógica dos lucros É importante observar que não basta crescer. O crescimento deve ser feito de forma ordenada e equilibrada e mantendo lucros consistentes. Vamos ver um exemplo de alavancagem excessiva que culminou com prejuízos imensos: Veja, que durante um período a empresa teve um crescimento expressivo de patrimônio líquido e lucros mas com alavancagem excessiva de dívidas e fluxo de caixa líquido negativo. Isso acaba tendo um preço se a empresa passa por uma fase mais difícil. A conta vai ser paga e culminou com prejuízos enormes. O investidor tinha que acompanhar o crescimento e verificar que ele não era operacional mas empurrado as custas de dívidas cada vez maiores. Vejam que o FC Operacional (FCO) é sempre negativo no período de crescimento e há uma entrada enorme de empréstimos (FCF ou de Financiamento) e o FCL sempre negativo e dinheiro saindo pelo ladrão. Como eu disse, um dia a conta vai ser paga. Um outro lado são empresas com Payout baixo que não crescem. Esta é uma empresa com Payout de 11%: Observem que o Patrimônio Líquido praticamente não cresceu em 5 anos e o Lucro Líquido a despeito de parecer ter crescido, na verdade não tem a menor consistência e não sai do lugar. Olha o que acontece com a cotação da empresa (linha preta) Não sai do lugar também. Se nada sai do lugar porque a cotação vai sair do lugar? A cotação no longo prazo reflete valor e a empresa não está acumulando valor. Se ela distribui apenas 11% dos lucros e não cresce, para onde está indo o dinheiro? Para o acionista não está indo. Precisamos ser sócios de empresas que distribuam muito lucro ou que cresçam para nosso patrimônio crescer. Claro que há as intermediárias, chamadas de crescimento moderado mas estas fazem uma média, crescendo moderadamente e distribuindo algo próximo de metade dos lucros. Portanto no que diz respeito a crescimento vamos selecionar empresas com lucros consistentes e dividir em duas categorias: - Dividendos: Com Payout próximo de 100% e pouco crescimento - Crescimento: Com Payout próximo ou abaixo de 25% e crescimento expressivo. Há empresas de crescimento moderado que ficam como uma intermediária entre as duas e há empresas sólidas, as chamadas Blue Chips que podem interessar exatamente pela solidez e “inquebrabilidade”. Não há garantia que não quebrem mas a chance é pequena. Algumas ainda apresentam alguma taxa de crescimento e outras distribuem quantidade razoável de dividendos. Temos também as empresas cíclicas como Petrobrás, Vale, e as siderúrgicas que passam por períodos de crescimento, períodos de grande distribuição de dividendos e períodos mais difíceis com queda dos lucros. Empresas cíclicas são cíclicas e o acionista tem de saber e aceitar isso. Veremos mais à frente a distribuição da Carteira nestas Categorias. Caixa e Dívida equilibrados A primeira coisa que se deve compreender é que dívida de empresa não é igual a dívida de pessoa física. Pessoa Física nunca deve fazer dívidas com a única possível exceção da compra da Casa Própria em algumas circunstâncias. Empresa pode fazer dívida e ter dívidas não significa que uma empresa é ruim ou tá sob risco. É bom não ter dívidas? Se for porque está sobrando dinheiro, sim. Se for por excesso de conservadorismoque impede a empresa de crescer, pode ser que sim ou que não. Então ter dívidas pode ser bom ou ruim. Não ter dívidas pode ser bom ou ruim. Mas para uma dívida ser boa ou ao menos equilibrada é necessário que ela não seja um peso para a empresa e de preferência que a empresa consiga com o dinheiro da dívida uma rentabilidade maior do que os juros que paga. Outra hipótese seria que a dívida está sendo utilizada para investimentos que podem trazer grandes benefícios no futuro. Cuidado para não ser sócio de uma empresa na fase que ela está investindo e sair na hora de colher os frutos do investimento que você também pagou. É muito comum dizerem que um papel está caro e que já é hora de sair, misturando trade com B&H e aí justo na hora de receber os lucros provenientes dos investimentos pagos com o seu dinheiro, segue-se uma destas análises doidas e abandona o papel. Se você é sócio de uma padaria que ajudou a reformar vai sair quando ela começa a dar lucro e valer mais? Não, claro, agora é a hora de recuperar os investimentos. Mas seguindo estas análises gira patrimônio muitos cometem este erro com ações. Bom, vamos dar uma olhada em dívidas. No Regime de Competência temos os seguintes parâmetros: · Dívida Bruta - Soma dos empréstimos e financiamentos adquiridos pela empresa. Podem ser divididos em curto e longo prazo; moeda local e estrangeira e pode-se estudar as taxas de juros e fazer uma média das mesmas para analisar o custo da dívida. Fique atento na margem! Divida cara come receita para pagar juros e faz a margem cair. · Disponibilidades e Caixa – Dinheiro em caixa (numerário) + investimentos de liquidez imediata como títulos, fundos de liquidez imediata, poupança, ações, etc. · Caixa – Dívida Bruta = Caixa Líquido (ou Dívida Bruta – Caixa = Dívida Líquida) · Dívida Bruta / Patrimônio Líquido – Quanto do patrimônio está comprometido como dívidas. Como um padrão inicial se usa um limite de 0,5 ou 50%. Mas tome cuidado com empresas de alto giro, especialmente da área de consumo cíclico que fazem uma receita muito maior que o patrimônio, ou seja, trabalham com um patrimônio pequeno. Nestas este marcador pode estar alto chegando a 1 ou até a 2 e a dívida não está necessariamente desequilibrada. · Dívida Líquida / lucro Líquido – Em outras palavras, quantos anos leva para pagar a dívida com os lucros. Como padrão se aceita 4 anos mas tem de analisar caso a caso. Para empresas que trabalham com patrimônio distorcido para baixo ou para cima, este dado é mais fidedigno para avaliar a dívida da empresa. Repito: Análise de empresas não é Matemática, é Arte. Alguns utilizam Ebitda/Lucro Líquido aceitando até dois anos como limite. Para análise de dívidas e não só para isso, deve-se acompanhar também o Regime de Caixa. Uma empresa alavancada em dívidas com FCL negativo tem uma situação mais grave do que uma que tem FCL positivo, mas mesmo na segunda deve-se observar até quando a empresa vai aguentar. O FCF demonstra o quanto a empresa está recebendo ou pagando de empréstimos. O pagamento de dividendos também sai do FCF. Se o FCF está positivo provavelmente a empresa está adquirindo novos empréstimos. (Lembre-se, no Regime de Caixa se analisa entrada e saída do caixa, quando se pega um empréstimo, seja bom ou ruim, entra dinheiro no caixa. Quando se paga um empréstimo ou dividendos, sai dinheiro do caixa). Vamos ver alguns exemplos: Há muita coisa a ser observada neste quadro da empresa. Em primeiro lugar vejam o fim das colunas da direita acima. A dívida dela é quase o dobro do patrimônio, o que sugere uma dívida desequilibrada. Mas vamos olhar na esquerda marcado com um círculo oval que a receita é muito maior que o patrimônio, é uma empresa de consumo que gira muito sobre o patrimônio então veremos uma distorção para cima dos dois marcadores que usam o patrimônio, o ROE e a DIV/PL. A análise do equilíbrio da dívida deve ser feita pelo marcador dívida liquida/lucro líquido ou DIV/LL e veremos que a dívida é paga com apenas 0,79 do lucro de um ano ou em apenas nove meses e meio, demonstrando neste aspecto que não há desequilíbrio. Veremos também no regime de caixa que a empresa mantem FCL positivo o que é mais um dado a favor do equilíbrio. Mas podemos observar também que a dívida bruta aumentou assim como o FCI (investimentos) e o FCF que vinha negativo passou a positivo. Vejam a direita que a relação FCI/LL ou quanto do lucro está sendo utilizado para investimentos foi de 30% para 112%. Isso é bom ou ruim? Não há como responder sem mais dados. A dívida e o caixa da empresa estão equilibrados, ela não está perdendo margem, os lucros permanecem consistentes mas ao que parece uma empresa que estava meio parada resolveu se mexer. Pode-se apenas observar a empresa, acompanhar os balanços e ver como ela se comporta ou pode-se questionar o RI sobre estes investimentos. Obs: Na Área de Ações da Bastter.com, no cabeçario de cada empresa, tem o link para o site da empresa onde usualmente tem os contatos do RI (Relação com os Investidores). Agora vamos ver uma empresa desequilibrada: Observem que a empresa vinha tendo algum crescimento de lucros mas sempre com margem baixa (Cultura de Receita). Observem que entre 2006 e 2009 a CX Liq (ou Dívida Líquida) explode. A Div/PL começa a subir e chegar ao tamanho do patrimônio e cada vez precisa de mais anos de lucros para pagar a dívida líquida chegando em 2008 a quase 9 anos. Em 2009 a dívida ultrapassa com folga o patrimônio e a margem não cresce a despeito do enorme crescimento da receita. Ao mesmo tempo no quadro de baixo o FCL de 2009 chega a 1,5B negativos com cada vez mais empréstimos entrando como pode-se ver na coluna FCF. Quem vai pagar esta conta? Acertou quem disse: Eu! (se você for acionista de uma empresa desequilibrada claro). Olhem o que acontece em 2011 e 2012: 1B de prejuízo! Vamos ver mais uma equilibrada: Observem as colunas marcadores de dívidas a direita e vejam que a dívida compreende uma pequena parte do patrimônio e praticamente não tem dívida líquida. É uma empresa que se pode dizer que praticamente não tem dívida. Ao mesmo tempo o FCL é sempre positivo e a quantidade de lucro utilizado em investimentos vem diminuindo. Observem no centro que os lucros são redondinhos, a empresa é uma maquininha de fazer dinheiro. Aí a dívida sobe nos últimos três anos de 23 milhões para 113 milhões e o FCF que sempre foi negativo, fica positivo e alguns ficam nervosos. Lá atrás eu disse: Empresa não é pessoa física. Esta empresa tem um ROE de quase 25%. Esta toda equilibrada e tem muita sobra. Se ela precisa investir um pouco mais, nenhum problema de pegar dinheiro emprestado que quase com certeza o dinheiro investido nela rende mais do que os juros do empréstimo. Além do mais muitas vezes estas empresas conseguem empréstimos baratos, as vezes até BNDES com taxas baixíssimas. Sendo assim o empréstimo pode beneficiar mais o acionista do que usar os próprios recursos da empresa. Tudo deve sempre ser avaliado com calma. Vamos ver outra: É uma empresa de crescimento e bastante agressiva neste crescimento. Vejam o crescimento dos lucros nos últimos 5 anos: Empresas de crescimento agressivo podem trazer mais retorno no longo prazo mas tem mais risco associado. Por isso combinamos crescimento, dividendos e blue chips na carteira. De qualquer forma o importante é saber com o que você está lidando. Esta empresa também está alavancando como a do exemplo acima que terminou com prejuízo de 1B, mas vejam que os lucros se mantém consistentes e a margem até está subindo. O ROE assim com a Div/PL são um pouco distorcidos para baixo pois esta empresa tem muitas propriedades e trabalha com aluguel, portanto o Patrimônio Líquido é alto em relação a receita,
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