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Código_de_Processo_Penal_Legislação_bizurada_2020_

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@DeltaCaveira10 
 
LEGISLAÇÃO BIZURADA 
 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
DECRETO-LEI 3.689/41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª Edição 
 
2020.2
2 
 
LIVRO I 
DO PROCESSO EM GERAL 
 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
SISTEMAS PROCESSUAIS 
INQUISITIVO ACUSATÓRIO 
Funções 
Reunidas nas mãos do Juiz 
(acusar, defender e julgar) 
Há separação de funções 
(acusar, defender e julgar) 
Réu Objeto da investigação Sujeito de direitos 
Atos Sigilosos Públicos, salvo exceções legais 
Gestão da Prova 
Juiz é gestor da prova, podendo atuar de 
ofício, seja na investigação, seja no processo 
criminal. 
Partes são gestoras da prova. O juiz só 
atua quando provocado e 
excepcionalmente de ofício nos casos 
previstos em lei. 
Sistema da Prova 
Sistema da Prova Tarifada 
(confissão como rainha das provas) 
Sistema do Livre Convencimento 
Motivado ou da Persuasão Racional 
Presunção 
De Culpabilidade, podendo utilizar-se de 
tortura e meios cruéis para obter a confissão. 
Da Não Culpabilidade ou Inocência 
Julgador Parcial Imparcial e Equidistante 
Garantias 
Processuais 
Não há contraditório, ampla defesa ou 
devido processo legal. 
Todas as garantias constitucionais inerentes 
ao julgamento. 
 
Art. 1o O processo penal REGER-SE-Á, em todo o território brasileiro, por este Código, RESSALVADOS: 
(PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE, “LEX FORI” OU “LOCUS REGIT ACTUS”) 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos 
com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
- inciso sem aplicabilidade, tendo em vista que o Tribunal Especial estava previsto na Constituição de 1937 (Tribunal 
de Segurança Nacional) e já foi extinto. 
V - os processos por crimes de imprensa. 
- inciso sem aplicabilidade, tendo em vista que a Lei de imprensa (Lei nº 5.250/67) não foi recepcionada pelo STF 
(ADPF 130/DF). 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis 
especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
- Em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta territorialidade da lei processual penal. 
Enquanto à lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (CP, art. 5º) e da extraterritorialidade 
incondicionada e condicionada (CP, art. 7º), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, 
que significa “A lei do local é aplicada no país”. Portanto, o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex 
fori, uma vez que a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida 
além das fronteiras do respectivo Estado. 
Na visão da doutrina, todavia, há situações excepcionais em que a lei processual penal de um Estado pode ser 
aplicada fora de seus limites territoriais, a saber: 
a) aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius (ex.: Antártida); 
b) quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual (Brasil já negou cooperação 
com a Argentina que pediu para ouvir testemunhas no Brasil segundo as leis argentinas. No caso, não houve 
autorização do Brasil); 
c) em caso de guerra, em território ocupado (ex.: ocupação militar no Haiti). 
 
3 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a 
vigência da lei anterior. (PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU “TEMPUS REGIT ACTUS”) 
- Consagra-se a adoção, entre nós, do princípio da aplicação imediata (ou princípio do efeito imediato) da lei 
processual. Portanto, no processo penal, vigora a regra do tempus regit actum, de onde podemos extrair duas 
consequências: 
a) a lei processual penal aplica-se imediatamente; 
b) os atos processuais já realizados são considerados válidos. Assim, se, por exemplo, a lei processual estabelece 
novas regras para a citação do acusado, as citações já efetuadas são válidas e a nova regra deverá ser aplicada às 
citações ulteriormente realizadas. 
- O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei 
processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será imediatamente aplicada, sem prejuízo dos 
atos já realizados sob a vigência da lei anterior. 
- Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual penal e, antes 
de se completar, outra for promulgada, modificando-o, devem ser obedecidas as normas da lei antiga. 
- As normas previstas no CPP de natureza híbrida, ou seja, com conteúdo de direito processual e de direito 
material, devem respeitar o princípio que veda a aplicação retroativa da lei penal, quando seu conteúdo for 
prejudicial ao réu. 
- Alterada a lei processual, a nova deve ser aplicada, sem prejuízo do que já ocorreu no processo. No entanto, a 
doutrina vem entendendo que, no que tange às normas a respeito de medidas cautelares pessoais privativas 
ou restritivas de liberdade, por possuírem conteúdo misto, ou seja, penal e processual, deve-se seguir a regra 
do art. 5º, LV, da CF/88, que proíbe a retroação de norma penal, salvo para beneficiar o réu. 
 
SISTEMAS SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
Sistema da unidade 
processual 
O processo só pode ser regulado por uma única lei, razão pela qual a lei nova não se 
aplica ao rito já iniciado, evitando-se efeito retroativo da lei nova e conferindo efeito 
ultrativo à lei anterior; 
Sistema das fases 
processuais 
As fases processuais de um mesmo processo podem ser reguladas por lei distintas 
promulgadas sucessivamente no tempo. Foi o sistema adotado, excepcionalmente, 
pela Lei de Introdução ao Código de Processo Penal, na norma de transição do seu 
art. 6º, que rezava que “as ações penais, em que já se tenha iniciado a produção de 
prova testemunhal, prosseguirão, até a sentença de primeira instância, com o rito 
estabelecido na lei anterior”; 
Sistema do isolamento 
dos atos processuais 
Adotado expressamente pelo sistema processual penal brasileiro (art. 2º, do CPP), 
consubstancia o princípio do tempus regit actum, razão pela qual, de um lado, os 
atos praticados sob a vigência da lei anterior são perfeitos, enquanto os atos ainda 
não praticados devem ser editados consoante a lei nova, de forma integral. 
 
Lei Processual no TEMPO Lei Processual no ESPAÇO 
A lei processual penal, de regra, tem aplicação 
imediata, atingindo inclusive os processos que já 
estão em curso (tempus regit actum). 
A lei processual penal é informada pelo princípio da 
territorialidade absoluta. Tem aplicação a todos os 
processos em trâmite no território nacional (locus regit 
actum). 
 
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
Regra: lei estritamente processual Exceção: lei mista/híbrida/material 
Noção 
É a lei que contém apenas preceitos de 
direito processual. 
É a lei que traz preceitos de direito processual 
e de direito penal. 
Como se aplica 
Aplicação imediata com preservação dos 
atos anteriores. 
Princípio do efeito imediato ou da 
aplicação imediata. 
Não pode haver cisão. 
Prevalece o aspecto penal: se este for 
benéfico, a lei retroage por completo, se for 
maléfico, a lei não retroage. 
 
4 
 
#NÃOCONFUNDA: 
NORMAS HETEROTÓPICAS NORMAS MISTAS/HÍBRIDAS/MATERIAIS 
São normas que possuem uma determinada 
natureza (material ou processual), em que pesem 
estar incorporadas em diploma de caráter diverso. 
São normas que possuem dupla natureza, ou seja, 
material em determinada parte e processual em outra. 
- Única natureza; 
- Incorporada em diploma diverso. 
- Dupla natureza; 
- Não há incorporação emdiploma diverso. 
Aplicação: 
- Se de direito penal em diploma processual: 
retroage; 
Se de direito processual em diploma penal: 
aplicação imediata. 
Aplicação: 
Não pode haver cisão. Prevalece o aspecto material: 
- se for benéfico: a lei retroage por completo; 
- se for maléfico: a lei não retroage. 
Ex.: norma de direito material incorporada no CPP, e 
vice-versa. 
Ex.: norma que apresenta metade direito material e 
metade direito processual. 
Ex. prático1: direito ao silêncio assegurado ao 
acusado em seu interrogatório, o qual, apesar de 
previsto no CPP (art. 186), possui caráter nitidamente 
assecuratório de direitos (material); 
Ex. prático2: normas gerais que trataram da 
competência da Justiça Federal, que, conquanto 
previstas no art. 109 da Carta Magna, que é um 
diploma material, são dotadas de natureza 
evidentemente processual. 
Ex. prático: art. 366 do CPP: "Se o acusado, citado por 
edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão 
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, 
podendo o juiz determinar a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar 
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312." 
Sua composição é híbrida, pois o dispositivo contempla 
regras de direito processual (suspensão do processo) e de 
direito material (suspensão da prescrição). Depois de 
muita discussão doutrinária e jurisprudencial sobre a 
possibilidade de retraogir do dispositivo, firmou-se 
entendimento de ser mais grave a norma que manda 
suspender a prescrição (novatio legis in pejus), não 
poderia retroagir, e, por isso, o artigo não poderia incidir 
sobre fatos anteriores. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito. 
A lei processual penal admitirá 
 Interpretação extensiva; 
 Analogia; 
 Princípios gerais de direito. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
ATENÇÃO: DISPOSITIVO SUSPENSO PELO STF 
Juiz das Garantias 
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura ACUSATÓRIA, VEDADAS a iniciativa do juiz na fase de investigação 
e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
Obs.: Com o pacote anticrime, o CPP passou a adotar expressamente o sistema ACUSATÓRIO. 
 
Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela 
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário, COMPETINDO-LHE ESPECIALMENTE: 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 
310 deste Código; 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a 
qualquer tempo; 
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; 
5 
 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º 
deste artigo; 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no 
primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em 
legislação especial pertinente; 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, 
assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas 
pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; 
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração 
ou prosseguimento; 
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; 
XI - decidir sobre os requerimentos de: 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas 
de comunicação; 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
c) busca e apreensão domiciliar; 
d) acesso a informações sigilosas; 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de 
acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que 
concerne, estritamente, às diligências em andamento; 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando 
formalizados durante a investigação; 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial 
e ouvido o Ministério Público, PRORROGAR, uma única vez, a DURAÇÃO DO INQUÉRITO por ATÉ 15 (quinze) 
dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 
Art. 3º-C. A COMPETÊNCIA do juiz das garantias ABRANGE todas as infrações penais, EXCETO as de menor 
potencial ofensivo, e CESSA com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e 
julgamento. 
§ 2º As DECISÕES proferidas pelo juiz das garantias NÃO VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, 
após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em 
curso, no prazo MÁXIMO de 10 (dez) dias. 
§ 3º Os AUTOS que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na 
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e NÃO SERÃO apensados aos autos do 
processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, RESSALVADOS os documentos relativos às provas 
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para 
apensamento em apartado. 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. 
 
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 
5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio 
de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados 
e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. 
6 
 
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, 
impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da 
pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. 
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, 
o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo 
padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, 
assegurados a efetividade da persecução penal, o direitoà informação e a dignidade da pessoa submetida à 
prisão. 
 
JUIZ DAS GARANTIAS (características gerais) 
Responsável pelo (a) 
* controle da LEGALIDADE da investigação criminal; e 
* salvaguarda dos DIREITOS INDIVIDUAIS cuja franquia tenha sido reservada 
à autorização prévia do Poder Judiciário. 
Competência 
* ABRANGE todas as infrações penais. 
EXCETO as de menor potencial ofensivo; 
* CESSA com o recebimento da denúncia ou queixa. 
Decisões 
* NÃO VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento 
da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas 
cautelares em curso, no prazo MÁXIMO de 10 (dez) dias. 
Impedimento 
*O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas 
competências dos arts. 4º e 5º FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no processo. 
 
TÍTULO II 
DO INQUÉRITO POLICIAL 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas 
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por 
lei seja cometida a mesma função. 
Art. 144º, § 4º, CF - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a 
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
A presidência de investigação de natureza criminal não é privativa da polícia judiciária. Outras autoridades 
administrativas podem presidir investigação, como ocorre nos seguintes exemplos: 
a) inquéritos parlamentares presididos pelas CPI's (art. 58, § 3°, da CF). Tais investigações serão remetidas ao 
Ministério Público; 
b) atuação das polícias legislativas, cuja possibilidade de instituição foi consagrada pelos arts. 27, § 3°, 51, inc. IV 
e art. 52, inc. XIII, da CF. 
- Súmula n° 397, STF: "o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime 
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o Regimento, a prisão em flagrante do acusado e a 
realização do inquérito"; 
c) inquéritos militares, presididos por oficiais de carreira, e que terão por objeto as infrações militares (art. 9°, do 
CPPM); 
d) investigação dos crimes praticados por membros do Ministério Público, que será conduzida por um membro 
do próprio MP (art. 18, p. único, da LC n° 75/93 e art. 41, p. único, da Lei nº 8.625/93); 
e) investigação dos crimes praticados por magistrados, que será conduzida pelo próprio Poder Judiciário (art. 
33, p. único, da LC nº 35/79); 
f) investigação de delitos praticados nas dependências do Tribunal. A investigação dos delitos ocorridos na 
sede do Tribunal ficará a cargo do seu Presidente ou de um membro designado (art. 43, caput e § 1°, do 
Regimento Interno do STF); 
g) investigações presididas pelo Ministério Público (inquérito ministerial ou PIC – procedimento 
investigativo criminal). A matéria já gerou bastante polêmica, mas o STF já pacificou o tema: 
 
7 
 
#INFO 
- Investigação criminal pelo ministério público. 
O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, 
investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado 
ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva 
constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, 
os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da 
possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos 
atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos membros dessa 
Instituição.” 
STF. Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado 
em 14/5/2015 (repercussão geral) (Info 785). 
 
- Legitimidade do MP para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal. 
O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, 
investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado 
ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. 
STF. 1ª Turma. HC 85011/RS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em 26/5/2015 (Info 787). 
 
- Súmula nº 234, STJ: “A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta 
o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.” 
 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para representá-lo. 
- A requisição do Magistrado ou do Ministério Público obriga a instauração do inquérito; 
- Não há vínculo hierárquico do delegado e o cumprimento é devido por imposição da lei; 
- Ressalva-se a hipótese da ordem ser manifestamente ilegal, onde a recusa é legítima. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá SEMPRE QUE POSSÍVEL: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de 
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2o Do despacho que INDEFERIR o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de 
Polícia. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública 
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. (delatio criminis simples) 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE DENÚNCIA ANÔNIMA 
- Denúncias anônimas. 
As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, 
na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação 
telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de provas que não 
podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder Judiciário. 
Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de “denúncia anônima”: 
1) Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 
2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito 
policial; 
3) Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação 
telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar 
imprescindível para provar o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado. 
8 
 
STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819). 
 
- É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima. 
É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima. 
Caso concreto: a diretora da unidade prisional recebeu uma ligação anônima dizendo que Rafaela, que iria visitar 
seu marido João, tentaria entrar no presídio com droga. Diante disso, a diretora ordenou que a agente penitenciária 
fizesse uma revista minuciosa em Rafaela. Na revista íntima efetuada, a agente penitenciária encontrou droga 
escondida na vagina da visitante. Rafaela confessou que estava levando a droga para seu marido. A prova colhida 
é ilícita. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,julgado em 08/10/2019 (Info 659). 
 
- Não é possível decretar medida de busca e apreensão com base unicamente em “denúncia anônima”. 
A medida de busca e apreensão representa uma restrição ao direito à intimidade. Logo, para ser decretada, é 
necessário que haja indícios mais robustos que uma simples notícia anônima. 
STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819). 
 
- Não é possível decretar interceptação telefônica com base unicamente em "denúncia anônima". 
A Lei nº 9.296/96 exige, para que seja proferida decisão judicial autorizando interceptação telefônica, que haja 
indícios razoáveis de autoria criminosa. Singela delação não pode gerar, só por si, a quebra do sigilo das 
comunicações. 
STJ. 6ª Turma. HC 204.778/SP. Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/10/2012. 
 
- Ingresso em domicílio sem autorização. 
Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e ele ter 
fugido da polícia. 
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a 
autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018 (Info 623). 
 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser 
iniciado. (delatio criminis postulatória – condição de procedibilidade) 
Obs.: A representação em comento não exige formalidade específica, bastando que expresse a vontade do 
legitimado na apuração do fato criminoso (STJ, RHC 26049). 
 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial SOMENTE poderá proceder a inquérito a requerimento 
de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
INÍCIO DO INQUÉRITO 
Ação Penal Pública Incondicionada 
(Art. 5º, caput) 
- de ofício, pela autoridade policial, que elabora portaria inaugural; 
- por requisição do juiz; 
- por requisição do MP; 
- por requerimento do ofendido ou seu representante legal; ou 
- por auto de prisão em flagrante - APF. 
Ação Penal Pública Condicionada a 
Representação (Art. 5º, § 4o) 
- por representação do ofendido ou seu procurador; ou 
- por requisição do Ministro da Justiça, quando cabível. 
Ação Penal Privada (Art. 5º, § 5º) - por requerimento do ofendido. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial DEVERÁ: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, 
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, SE POSSÍVEL, e fazer juntar aos autos sua 
folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição 
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial 
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. (reconstituição do crime) 
Obs.: O investigado poderá́ ser conduzido coercitivamente à reprodução, mas não poderá ser obrigado a 
participar. A participação do indiciado é facultada à sua vontade, afinal não está obrigado a se autoincriminar 
(princípio do nemo tenetur se detegere). 
 
Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II (Da prisão em flagrante) do Título 
IX deste Livro. 
 
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, 
neste caso, rubricadas pela autoridade. (IP É ESCRITO) 
 
Art. 10. O inquérito DEVERÁ TERMINAR no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Previsão Legal Preso Solto 
CPP (Regra Geral) 
10 dias, prorrogáveis por até 15 
#PACOTEANTICRIME 
Obs.: Suspenso pelo STF 
30 dias, prorrogáveis 
Polícia Federal 15 dias + (15) 30 dias 
Crimes contra a Economia Popular 10 dias 10 dias 
Lei de Drogas 30 dias + (30) 90 dias + (90) 
Inquérito Militar 20 dias 40 dias + (20) 
 
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2o No relatório PODERÁ a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o 
lugar onde possam ser encontradas. 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a 
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
10 
 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do 
inquérito. 
 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
 
Art. 13. INCUMBIRÁ ainda à autoridade policial: 
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva. (citar na peça-prática p/ DELEGADO) 
 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto 
da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de 
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da 
VÍTIMA ou de SUSPEITOS. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. 
 
Art. 13-A do CPP 
Visa a obtenção de dados e informações cadastrais de vítimas ou de suspeitos sobre determinados crimes, 
SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, de quaisquer órgãos do poder público ou empresa de iniciativa privada. 
Crimes Cabíveis 
CP ECA 
Sequestro (art. 148); 
Redução a Condição Análoga à de Escravo 
(art. 149); 
Tráfico de Pessoas (art. 149-A); 
Sequestro Relâmpago (art. 158, § 3º); e 
Extorsão Mediante Sequestro (art. 159). 
Tráfico de Criança ou Adolescente 
para o Exterior (art. 239). 
Legitimados Ministério Público ou Delegado de Polícia 
Autorização Judicial Não 
Pra quem? Quaisquer órgãos do poder público ou Empresa de iniciativa privada 
O que? Dados e informações cadastraisDe quem? Vítimas ou Suspeitos 
Prazo p/ atendimento 
da Requisição 
24 horas 
Requisição conterá 
a) nome da autoridade requisitante; 
b) número do IP; 
c) Identificação da Unidade de Polícia Judiciaria responsável pela Investigação. 
 
Art. 13-B. Se necessário à PREVENÇÃO e à REPRESSÃO dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o 
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, 
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem 
IMEDIATAMENTE os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a 
localização da VÍTIMA ou dos SUSPEITOS do delito em curso. 
§ 1o Para os efeitos deste artigo, SINAL significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e 
intensidade de radiofrequência. 
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização 
judicial, conforme disposto em lei (Lei nº 9.292/96); 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período NÃO SUPERIOR a 30 (trinta) 
dias, renovável por uma única vez, por igual período; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art148
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art158§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
11 
 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. 
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial DEVERÁ ser instaurado no PRAZO MÁXIMO de 72 
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. 
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem IMEDIATAMENTE 
os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (cláusula de reserva de jurisdição temporária) 
 
Art. 13-B do CPP 
Quando necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, visa a obtenção de 
meios técnicos adequados - sinais, informações e outros - que permitem a localização da vítima ou de 
suspeitos do delito em curso, mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, das empresas prestadoras de serviço de 
telecomunicações e/ou telemáticas. 
Crimes Cabíveis Necessário a prevenção ou repressão dos crimes relacionados ao Tráfico de Pessoas. 
Legitimados Ministério Público ou Delegado de Polícia 
Autorização Judicial 
Sim 
(Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 horas, a autoridade competente 
requisitará imediatamente às Empresas de Telecomunicações, com imediata 
comunicação ao juiz – cláusula de reserva de jurisdição temporária). 
Pra quem? 
Empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou Telemáticas, que 
disponibilizem imediatamente os.. 
O que? 
Meios técnicos adequados - sinais, informações e outros - que permitem a localização 
da.. 
De quem? Vítima ou Suspeitos do delito em curso. 
Significado de Sinal Posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. 
Prazo p/ 
fornecimento do 
Sinal 
Período não superior a 30 dias, renovável por uma única vez, por igual período. 
(Para períodos superiores, será necessária a apresentação de ordem judicial). 
Prazo p/ início do IP 
72 horas (prazo máximo) 
Contado do registro da respectiva ocorrência. 
 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade. (IP É DISCRICIONÁRIO) 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
Obs.: Para a doutrina, o dispositivo foi tacitamente revogado pelo CC. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição 
Federal (PF, PRF, PFF, PC, PM e BM) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais 
militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso 
da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações 
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado PODERÁ 
constituir defensor. 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do 
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de ATÉ 48 (quarenta e oito) horas a 
contar do recebimento da citação. 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, 
a autoridade responsável pela investigação DEVERÁ intimar a instituição a que estava vinculado o 
investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique 
defensor para a representação do investigado. 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se APLICAM aos servidores militares vinculados às instituições 
dispostas no art. 142 da Constituição Federal (Exército, Marinha e Aeronáutica), DESDE QUE os fatos 
investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
12 
 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para 
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
 
Art. 17. A autoridade policial NÃO PODERÁ mandar arquivar autos de inquérito. (IP É INDISPONÍVEL) 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial PODERÁ proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
- Súmula nº 524, STF: “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de 
justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”. 
 
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL E COISA JULGADA 
Motivo do Arquivamento É Possível Desarquivar? Coisa Julgada 
Insuficiência de provas SIM (Súmula nº 524, STF) Formal 
Ausência de pressuposto processual ou de condições 
da ação 
SIM Formal 
Falta de justa causa para a ação 
(não há indícios de autoria ou prova da materialidade) 
SIM Formal 
Fato Atípico NÃO Material 
Excludente de Ilicitude 
STJ: NÃO Material 
STF: SIM Formal 
Excludente da Culpabilidade NÃO Material 
Causa Extintiva da Punibilidade 
NÃO 
Exceção: Certidão de óbito falsa 
Material 
 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, 
onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se 
o pedir, mediante traslado. 
 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse 
da sociedade. (IP É SIGILOSO) 
- Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercíciodo direito de defesa.” 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial NÃO PODERÁ 
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. 
 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida 
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado 
do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, 
o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 
1963) 
Obs.: Para a maioria da doutrina, tal dispositivo não foi recepcionado pela CF, tendo em vista que esta não admite 
a incomunicabilidade nem mesmo durante o estado de defesa. 
 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com 
exercício em uma delas PODERÁ, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de 
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a 
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. 
 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os 
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
13 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
Conceito e 
Finalidade 
O inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar, presidido pela 
autoridade policial, que tem por objetivo a apuração da autoria, da materialidade 
(existência) e das circunstâncias da infração (art. 2°, § 1° da Lei nº 12.830/13), e a sua 
finalidade é contribuir na formação do convencimento (opinião delitiva) do titular da ação 
penal, que em regra é o Ministério Público, e excepcionalmente, a vítima (querelante). 
Natureza Jurídica 
O inquérito policial é um procedimento de índole eminentemente administrativa, de 
caráter informativo, preparatório da ação penal. Rege-se pelas regras do ato 
administrativo em geral. 
Caracteristicas 
Sigiloso 
O inquérito não comporta publicidade, sendo procedimento 
essencialmente sigiloso. O advogado do indiciado pode consultar 
os autos do inquérito policial (art. 7°, XIII a XV e XXI, e §§ 1°, 10, 11 
e 12, da Lei n° 8.906/1994 - Estatuto da OAB e Súmula Vinculante 
nº 14, STF). 
Dispensável 
O inquérito não é imprescindível para a propositura da ação penal. 
Contudo, se o inquérito policial for a base para a propositura da 
ação, este vai acompanhar a inicial acusatória apresentada (art. 12, 
do CPP). 
Escrito 
O inquérito, por exigência legal, deve ser escrito (art. 9° do CPP). Os 
atos produzidos oralmente serão reduzidos a termo. Outras formas 
podem ser usadas complementarmente para imprimir maior 
fidelidade ao ato. 
Inquisitorial 
As atividades persecutórias ficam concentradas nas mãos de uma 
única autoridade e não há oportunidade para o exercício do 
contraditório ou da ampla defesa. 
Excepcionalmente, existem inquéritos extrapoliciais onde a defesa 
é de rigor (inquérito para a decretação da expulsão de estrangeiro). 
Tem-se que assegurar ao indiciado a realização efetiva da defesa 
necessária no próprio inquérito, além da produção de elementos 
que terão força probatória ao longo da persecução penal. 
Oficial 
O delegado de polícia de carreira, autoridade que preside o 
inquérito policial, constitui-se em órgão oficial do Estado (art. 144, 
§ 4°, da CF). 
Oficioso 
Na ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve 
atuar de ofício. 
Na ação penal pública condicionada e ação penal privada (inclusive 
em casos de delação anônima), a autoridade policial depende da 
permissão da vítima para poder atuar. 
Indisponível 
A persecução criminal é de ordem pública, e uma vez iniciado o 
inquérito, 
não pode o delegado de polícia dispor do mesmo. 
Discricionário 
O delegado de polícia conduz as investigações da forma que 
melhor lhe aprouver. Só não poderá indeferir a realização do exame 
de corpo de delito, quando a infração praticada deixar vestígios. 
Tem que atender às requisições do Juiz e do MP. 
Prazos 
CPP (Regra Geral 
Preso: 10 dias, prorrogáveis por até 15 #PACOTEANTICRIME 
Obs.: Suspenso pelo STF 
Solto: 30 dias, prorrogáveis 
Polícia Federal 
Preso: 15 dias + (15) 
Solto: 30 dias 
Crimes contra a 
Economia Popupar 
Preso: 10 dias 
Solto: 10 dias 
Lei de Drogas 
Preso: 30 dias + (30) 
Solto: 90 dias + (90) 
14 
 
CPPM 
Preso: 20 dias 
Solto: 40 dias + (20) 
Início do IP 
AP Pública 
Incondicionada 
(Art. 5º, caput) 
- de ofício, pela autoridade policial, que elabora portaria inaugural; 
- por requisição do juiz; 
- por requisição do MP; 
- por requerimento do ofendido ou seu representante legal; ou 
- por auto de prisão em flagrante - APF. 
AP Pública 
Condicionada a 
Representação 
(Art. 5º, § 4o) 
- por representação do ofendido ou seu procurador; ou 
- por requisição do Ministro da Justiça, quando cabível. 
 AP Privada 
(Art. 5º, § 5º) 
- por requerimento do ofendido. 
Notitia Criminis 
Espontâneo ou de 
Cognição Imediata 
ou Direta 
Ocorre quando a própria autoridade policial toma conhecimento 
do fato criminoso de forma direta, por meio de suas atividades 
rotineiras. 
Ex.: quando se toma ciência da infração penal pela imprensa, pela 
vítima, pelos comparsas do criminoso, pela ronda policial, pela 
denúncia anônima (notitia criminis inqualificada) ou pela delatio 
criminis (comunicação feita por qualquer pessoa do povo, e não 
pela vítima ou seu representante legal). 
Provocada ou de 
Cognição Mediata 
ou Indireta 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
criminoso de forma indireta, por meio de algum ato jurídico de 
comunicação formal. 
Ex.: requerimento ou representação da vítima ou seu representante 
legal, requisição do MP ou da autoridade judiciária. 
Coercitiva 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
criminoso por meio de uma prisão em flagrante. 
Pode representar hipótese de notícia crime espontânea, quando 
quem realizada a prisão é a própria autoridade policial ou seus 
agentes, ou provocada, quando quem realiza a prisão é um 
particular (art. 301 do CPP). 
Inqualificada, 
Delação Apócrifa ou 
Denúncia Anônima 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
criminoso através de uma denúncia anônima. 
STF e STJ têm admitido a denúncia anônima apenas quando 
precedida de diligências preliminares que atestem a 
verossimilhança dos fatos noticiados. 
Delatio Criminis 
Simples 
É a comunicação do crime feita por terceira/qualquer pessoa. Está 
prevista do art. 5°, § 3°, do CPP. 
Postulatória 
É a comunicação do crime feita pela vítima ou por seu 
representante legal, nos crimes de ação penal pública 
condicionada a representação, funcionando como verdadeira 
condição de procedibilidade. Está prevista no art. 5°, § 4°, do CPP. 
Indiciamento 
Conceito 
É o ato privativo do Delegado de Polícia, consistente em atribuir a 
provável autoria ou a participação de uma infração penal à alguém, 
ou seja, é apontar como provável autor ou partícipe de um delito. 
Com o indiciamento, passa-se de um juízo de possibilidade para 
probabilidade de autoria. 
Momento 
Pode ocorrer já no auto de prisão em flagrante ou até mesmo no 
relatório final da autoridade de polícia judiciária, mas deve ser 
durante o inquérito. 
Não pode ocorrer o indiciamento quando o processo já está em 
andamento. 
Legitimidade É ato privativo do Delegado de Polícia. 
15 
 
Não pode o Juiz ou Promotor obrigar o delegado a indiciaralguém. 
Espécies 
Direto: Ocorre quando o indiciado está presente; 
Indireto: Ocorre quando o indiciado está ausente (foragido). 
Desindiciamento 
Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso 
das investigações, que a pessoa indiciada não está vinculada ao 
fato, promova o desindiciamento, seja na evolução do inquérito, ou 
no relatório de encerramento do procedimento. De qualquer sorte, 
tudo deve ser descrito no relatório, de forma a permitir a pronta 
análise pelo titular da ação penal. 
#SELIGANOCONCEITO: 
Desindiciamento Coacto: é o desindiciamento determinado 
judicialmente em habeas corpus impetrado contra indiciamento 
menifestamente ilegal. 
Não podem ser 
indiciados 
1) Magistrados (art. 33, p. único, LC nº 35/79); 
2) Membros do MP (art. 18, p. único, LC nº 75/93; art. 41, p. único, 
Lei n° 8.625/93) 
 
SÚMULAS SOBRE INQUÉRITO 
STF STJ 
- Súmula Vinculante nº 11: “Só é lícito o uso de algemas 
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte 
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade 
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil 
e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo 
da responsabilidade civil do Estado.” 
 
- Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no 
interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao 
exercício do direito de defesa.” 
 
- Súmula nº 524: “Arquivado o Inquérito Policial, por 
despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, 
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.” 
 
Súmula n° 397: "o poder de polícia da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, em caso de crime 
cometido nas suas dependências, compreende, 
consoante o Regimento, a prisão em flagrante do 
acusado e a realização do inquérito." 
- Súmula nº 234: “A participação de membro do 
Ministério Público na fase investigatória criminal não 
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o 
oferecimento da denúncia.” 
 
- Súmula nº 444: “É vedada a utilização de inquéritos 
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.” 
 
- Súmula nº 522: “A conduta de atribuir-se falsa 
identidade perante autoridade policial é típica, ainda 
que em situação de alegada autodefesa.” 
 
#ATENÇÃONOVASÚMULA 
- Súmula nº 636, STJ: “A folha de antecedentes 
criminais é documento suficiente a comprovar os 
maus antecedentes e a reincidência.” 
 
#NÃOCONFUNDA: 
Inquéritos policiais e/ou ações penais em cursos podem ser utilizados no processo penal? 
Para agravar a pena-base 
(1ª fase da dosimetria) 
NÃO (Súmula nº 444, STJ) 
Para decretação da prisão preventiva como garantia da ordem 
pública 
SIM (RHC 70.698, STJ) 
Para afastar a causa de diminuição de pena do art. 33, § 4º (tráfico 
privilegiado), da Lei de Drogas 
STJ  SIM (Info 596) 
STF  NÃO (Info 967) 
 
16 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE INQUÉRITO 
- Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito 
policial que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se 
enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
Caso concreto: a Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público estadual e do Juízo de Direito, conduziu 
inquérito policial destinado a apurar crimes de competência da Justiça Estadual. Entendeu-se que a Polícia Federal 
não tinha atribuição para apurar tais delitos considerando que não se enquadravam nas hipóteses do art. 144, § 
1º da CF/88 e do art. 1º da Lei nº 10.446/2002. 
A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade na ação penal instaurada com base nos elementos 
informativos colhidos. 
O fato de os crimes de competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela Polícia Federal não geram 
nulidade. Isso porque esse procedimento investigatório, presidido por autoridade de Polícia Federal, foi 
supervisionado pelo Juízo estadual (juízo competente) e por membro do Ministério Público estadual (que tinha a 
atribuição para a causa). 
O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório à 
regular instauração do processo-crime, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada 
pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de processo-
crime. 
O art. 5º, LIII, da Constituição Federal, afirma que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente”. Esse dispositivo contempla o chamado “princípio do juiz natural”, princípio esse que não 
se estende para autoridades policiais, considerando que estas não possuem competência para julgar. 
Logo, não é possível anular provas ou processos em tramitação com base no argumento de que a Polícia Federal 
não teria atribuição para investigar os crimes apurados. 
A desconformidade da atuação da Polícia Federal com as disposições da Lei nº 10.446/2002 e eventuais abusos 
cometidos por autoridade policial, embora possam implicar responsabilidade no âmbito administrativo ou criminal 
dos agentes, não podem gerar a nulidade do inquérito ou do processo penal. 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 (Info 964). 
 
- Não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados 
sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa. 
Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado tenha acesso 
amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se 
negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça. 
Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o acesso de um dos investigados a 
informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. 
STF. 1ª Turma. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019 (Info 964). 
 
- É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira da UIF e 
do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público. 
1. É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do 
procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil (RFB), que define o lançamento do tributo, com os órgãos 
de persecução penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de prévia autorização judicial, devendo ser 
resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle 
jurisdicional. 
2. O compartilhamento pela UIF e pela RFB, referente ao item anterior, deve ser feito unicamente por meio de 
comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento de instrumentos 
efetivos de apuração e correção de eventuais desvios. 
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990) 
(Info 962). 
 
 
 
 
17 
 
- Não há violação da SV 14 se os elementos de prova estão disponíveis nos autos para as partes. 
Não há violação da súmula vinculante 14 no caso em que, ao contrário do que alega a defesa, os áudios 
interceptados foram juntados ao inquérito policial e sempre estiveram disponíveis para as partes, inclusive na 
forma digitalizada depois de deflagrada a investigação. 
Súmula vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos 
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado porórgão com competência de polícia 
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Caso concreto: defesa ingressou com reclamação no STF alegando que o magistrado não permitiu que ela tivesse 
acesso ao procedimento de interceptação telefônica que serviu de base ao oferecimento da denúncia. Ficou 
provado, no entanto, que o procedimento estava disponível para a defesa, de forma que não houve violação à SV 
14. 
STF. 1ª Turma. Rcl 27919 AgR/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/8/2019 (Info 949). 
 
- É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. 
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. 
STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652). 
 
- É nulo o interrogatório travestido de entrevista realizado pela autoridade policial com o investigado, 
durante a busca e apreensão em sua residência, sem assistência de advogado e sem a comunicação de seus 
direitos. 
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o investigado, durante a busca e apreensão em sua 
residência, sem que tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia consulta a seu advogado e sem que 
ele tenha sido comunicado sobre seu direito ao silêncio e de não produzir provas contra si mesmo. 
Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”, havendo violação do direito ao silêncio e à não 
autoincriminação. 
STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2019 (Info 944). 
 
- Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação prévia da defesa técnica do investigado 
para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. 
Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de depoimentos orais na fase 
de inquérito policial. Não haverá nulidade dos atos processuais caso essa intimação não ocorra. 
O inquérito policial é um procedimento informativo, de natureza inquisitorial, destinado precipuamente à 
formação da opinio delicti do órgão acusatório. 
Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa. 
Esse entendimento justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se prestam, por si 
sós, a fundamentar uma condenação criminal. 
A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem, contudo, conferir ao advogado 
o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de inquirições a ser definido pela autoridade 
policial. 
STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933). 
 
- STF, ao receber pedido da PGR para remessa de investigação contra Senador para a 1ª instância, 
determinou o retorno dos autos ao MP a fim de que apresente os indícios contra o investigado. 
Em 2016, foi instaurado inquérito no STF para apurar crimes de corrupção passiva (art. 317 do CP) e de lavagem 
de dinheiro (art. 1º, V, da Lei nº 9.613/98) que teriam sido praticados por Aécio Neves. 
O Delegado de Polícia Federal concluiu as investigações, opinando, no relatório policial, pelo arquivamento do 
inquérito sob a alegação de que não foram reunidos indícios contra o investigado. 
A Procuradoria-Geral da República afirmou que, após a manifestação do Delegado, surgiram novos indícios e que, 
portanto, as investigações deveriam continuar. Afirmou, contudo, que o STF deveria remeter os autos à 1ª instância 
para que as investigações continuassem lá, tendo em vista que os delitos praticados por Aécio Neves teriam sido 
praticados fora do cargo de parlamentar federal, não havendo competência do STF. 
O STF determinou o retorno dos autos à PGR para que ela conclua as diligências ainda pendentes de execução, 
no prazo de 60 dias, e que depois apresente manifestação conclusiva nos autos, apontando concretamente os 
novos elementos de prova a serem considerados. 
18 
 
De posse de manifestação mais objetiva da PGR, com provas suficientes para eventual continuidade das 
investigações, o STF poderá avaliar se é mesmo o caso de arquivamento ou se a investigação deve prosseguir e 
em que condições. 
STF. 2ª Turma. Inq 4244/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
20/11/2018 (Info 924). 
 
- O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando, mesmo esgotados os prazos para a conclusão das 
diligências, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou materialidade. 
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem sido feitas diligências de 
investigação e terem sido descumpridos os prazos para a instrução do inquérito, não foram reunidos indícios 
mínimos de autoria ou materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF). 
A pendência de investigação, por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à 
razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88). 
Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar suposto delito praticado por Deputado Federal. O 
Ministro Relator já havia autorizado a realização de diversas diligências investigatórias, além de ter aceitado a 
prorrogação do prazo de conclusão das investigações. Apesar disso, não foram reunidos indícios mínimos de 
autoria e materialidade. Com o fim do foro por prerrogativa de função para este Deputado, a PGR requereu a 
remessa dos autos à 1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de ofício, alegando que 
já foram tentadas diversas diligências investigatórias e, mesmo assim, sem êxito. Logo, a declinação de 
competência para a 1ª instância a fim de que lá sejam continuadas as investigações seria uma medida fadada ao 
insucesso e representaria apenas protelar o inevitável. 
STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto Barroso, Dje 12/06/2018. 
 
- É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verificada em inquérito 
policial. 
A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito é mera peça informativa, 
de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. 
Assim, é inviável a anulação do processo penal por alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo 
jurisprudência firmada no STF, as nulidades processuais estão relacionadas apenas a defeitos de ordem jurídica 
pelos quais são afetados os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. 
STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824). 
 
- Tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o MPF. 
Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a tramitação direta 
de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. 
STJ. 5ª Turma. RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015 (Info 574). 
 
- Tramitação direta do IP entre Polícia e MP. 
É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e o 
Ministério Público. 
É CONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a possibilidade de o MP requisitar informações quando o inquérito 
policial não for encerrado em 30 dias, tratando-se de indiciado solto. 
STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, julgado em 3/4/2014 (Info 741). 
 
- O MP, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso às OMPs. 
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão 
policial (OMP). 
Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, decorrente de 
cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordode sigilo, o acesso do Ministério 
Público não será vedado, mas realizado a posteriori. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, Rel. Min. Humberto Martins. Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell 
Marques. julgado em 05/04/2016 (lnfo 590). 
 
19 
 
- MPF não tem acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de 
Inteligência da Polícia Federal. 
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito 
a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia Federal, 
mas somente aos de natureza persecutório-penal. 
O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à atividade de polícia 
judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de 
inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação criminal. 
O poder fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de 
inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a aparelhar 
procedimentos investigatórios criminais formalizados. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016 (Info 587). 
 
- Indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial, não podendo ser determinado por magistrado. 
O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui 
atribuição exclusiva da autoridade policial. 
É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta determinada pessoa como a autora do ilícito em 
apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por meio da qual o delegado de polícia externa o 
seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou determinada pelo 
magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que determinado indivíduo 
seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado pelo ordenamento 
jurídico pátrio. 
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato 
inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. 
STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552). 
TF. 2ª Turma. HC 115015/SP. Rel. Min Teari Zavascki. julgado em 27/8/2013 (lnfo 717). 
 
- Indiciamento envolvendo autoridades com foro por prerrogativa de função. 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. 
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, 
parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, 
parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). 
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa 
de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal 
competente para julgar esta autoridade. 
Ex.: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o 
Delegado de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. 
Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar 
o indiciamento do referido Governador. 
Chama-se atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo 
da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. 
STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825). 
 
- Investigação criminal envolvendo autoridades com foro privativo no STF. 
As investigações envolvendo autoridades com foro privativo no STF somente podem ser iniciadas após autorização 
formal do STF. 
De igual modo, as diligências investigatórias envolvendo autoridades com foro privativo no STF precisam ser 
previamente requeridas e autorizadas pelo STF. 
Diante disso, indaga-se: depois de o PGR requerer alguma diligência investigatória, antes de o Ministro-Relator 
decidir, é necessário que a defesa do investigado seja ouvida e se manifeste sobre o pedido? 
NÃO. As diligências requeridas pelo Ministério Público Federal e deferidas pelo Ministro-Relator são meramente 
informativas, não suscetíveis ao princípio do contraditório. 
Desse modo, não cabe à defesa controlar, “ex ante”, a investigação, o que acabaria por restringir os poderes 
instrutórios do Relator. 
20 
 
Assim, o Ministro poderá deferir, mesmo sem ouvir a defesa, as diligências requeridas pelo MP que entender 
pertinentes e relevantes para o esclarecimento dos fatos. 
STF. 2ª Turma. Inq 3387 AgR/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2015 (Info 812). 
 
- É necessário que o Ministério Público requeira ao TJ autorização para investigar a autoridade com foro 
privativo naquele Tribunal? 
NÃO. Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a instauração de inquérito ou procedimento 
investigatório criminal contra investigado com foro por prerrogativa de função. Isso porque não existe norma 
exigindo essa autorização, seja na Constituição Federal, seja na legislação infraconstitucional. 
Logo, não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a 
prévia autorização judicial. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1563962/RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/11/2016. 
 
Em Resumo: 
- Investigação envolvendo autoridades com foro privativo no STF: é necessária prévia autorização judicial 
(STF Inq 2411 QO). 
- Investigação envolvendo autoridades com foro privativo em outros tribunais: não é necessária prévia 
autorização judicial (REsp 1563962/RN). 
 
TÍTULO III 
DA AÇÃO PENAL 
 
AÇÃO PENAL 
PRINCÍPIOS 
COMUNS À 
AÇÃO PENAL 
PÚBLICA E 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
Ne procedat 
iudex ex officio 
(princípio da 
inércia da 
jurisdição) 
Ao juiz não é permitido instaurar de ofício um processo penal condenatório. 
Caso atue de ofício, o juiz, estará violando o sistema acusatório e o princípio 
da garantia imparcialidade. 
 
- Exceção: Salienta-se que se o processo não for condenatório o juiz 
poderá instaurar de ofício. Ex.: habeas corpus (art. 664, § 2º do CPP) e a 
execução penal. 
CPP, art. 654: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, 
em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
(...) 
§ 2º: Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem 
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre 
ou está na iminência de sofrer coação ilegal.” 
 
Obs.: O processo judicialiforme (ação penal de ofício) era um processo que 
se iniciava por meio de portaria do juiz, quando se tratava de contravenção 
penal, nos termos do art. 26 do CPP. Obviamente, o art. 26 do CPP não foi 
recepcionado pela CF. 
Ne bis in idem 
processual 
Trata-se da inadmissibilidade da persecução penal múltipla. 
 
Para o Direito Penal, o ne bis in idem traz a ideia de que uma mesma 
circunstância não pode ser sopesada duas vezes. Por exemplo, homicídio 
qualificado por motivo fútil não pode ser utilizado a agravante do motivo 
fútil na dosimetria da pena, já que este qualifica o crime. 
No Processo Penal significa que ninguém poderá ser processado duas ou 
mais vezes pela mesma imputação. 
Perceba que está diretamente relacionado com a ideia de segurança 
jurídica. 
 
- Previsão: art. 8º, 4 da CADH (possui status normativo supralegal): 
21 
 
CADH, art. 8º: “Garantias judiciais. 
(...) 
4. O acusadoabsolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser 
submetido a novo processo pelos mesmos fatos.” 
 
Obs.: Decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, mesmo 
que com vício de incompetência absoluta, é capaz de transitar em julgado 
e produzir seus efeitos, dentre eles, o de impedir que o agente seja 
novamente processado pela mesma imputação. Não existe revisão criminal 
em favor da sociedade (STF HC 86.606, HC 92.912). 
Intranscedência 
Também chamado de Princípio da Personalidade ou Pessoalidade da 
Pena. 
 
- Previsão: art. 5º, XLV da CF: 
CF, art. 5º, XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo 
a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos 
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite 
do valor do patrimônio transferido.” 
 
A ação penal só pode ser proposta contra o provável autor ou partícipe do 
delito penal. 
AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
Obrigatoriedade 
Também chamado de Princípio da Legalidade Processual. 
 
- Previsão: art. 24 do CPP: 
CPP, art. 24: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia 
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do 
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo.” 
 
Significa que presentes as condições da ação penal e havendo justa causa, 
o MP está obrigado a oferecer denúncia. Desta forma, não se reserva ao MP 
qualquer juízo de discricionariedade quando constatada a presença de 
conduta delituosa e das condições da ação penal. 
 
- Exceções: 
* Transação Penal - conhecido como obrigatoriedade mitigada ou 
discricionariedade regrada (art. 76, da Lei nº 9.099/95); 
* Acordo de Leniência - acordo de brandura ou acordo de doçura (arts. 86 
e 87, da Lei nº 12.259/11) 
* Parcelamento do crédito tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96); 
* Termo de ajustamento de conduta em crimes ambientais - TAC; 
* Colaboração premiada na Lei de Organizações Criminosa - se a proposta 
de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha 
prévio conhecimento e o colaborador for o primeiro a colaborar, e não for 
o líder da organização criminosa (art. art. 4º, § 1º, da Lei nº 12.850/13); 
- Acordo de Não Persecução Penal (art. 28-A, CP). #PAC 
Indisponibilidade 
Também chamado de Princípio da Indesistibilidade. 
 
- Previsão: art.s 42 e 576 do CPP. 
CPP, art. 42. “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.” 
CPP, art. 576. “O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja 
interposto.” 
 
22 
 
O MP não pode desistir da ação penal proposta (art. 42 CPP) e nem do 
recurso que haja interposto (art. 576 CPP). 
 
- Exceções: 
* Suspensão condicional do processo (art. 89, da Lei nº 9.099/95) que cabe 
em crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano (não só nos 
juizados); 
* Transação penal mesmo após o oferecimento da denúncia, no caso de 
IMPO (art. 79, da Lei nº 9.099/95). 
Divisibilidade 
(majoritária) 
Há controvérsia sobre o caráter (in)divisível da ação penal pública: 
- 1ª Corrente (minoritária): entende que, na ação penal pública, vigora o 
princípio da indivisibilidade. Havendo elementos de informação o MP é 
obrigado a oferecer denúncia contra todos os acusados. Se precisar 
aprofundar investigações, não existem elementos suficientes para oferecer 
denúncia, portanto esta não deve ser oferecida ainda; 
- 2ª Corrente (majoritária): na ação penal pública vige o princípio da 
divisibilidade, podendo o MP oferecer denúncia contra alguns suspeitos, 
sem prejuízo do aprofundamento das investigações em relação aos demais. 
 
A doutrina ainda diverge, mas prevalece a divisibilidade nos Tribunais 
Superiores. Isto é, havendo dois supostos autores, nada impede que o MP 
ofereça denúncia em face de um autor e não ofereça em relação a outros, 
pois estaria ele angariando mais informações para tanto. 
Oficialidade Quem dá início à ação penal pública é o MP, que é órgão oficial do Estado. 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
Conveniência ou 
Oportunidade 
Significa que, mediante critérios próprios de oportunidade e conveniência, 
cabe ao ofendido deliberar se irá ou não exercer seu direito de queixa ou 
seu direito de representação. 
 
Caso o ofendido não tenha interesse em exercer o seu direito de queixa, há 
duas opções: 
* DECADÊNCIA pelo decurso do prazo (6 meses, em regra); ou 
* RENÚNCIA ao direito de queixa. 
Disponibilidade 
Trata-se de desdobramento do princípio da oportunidade. Fala-se em 
oportunidade e conveniência antes do exercício do direito de queixa. A 
partir do momento em que o direito de queixa foi exercido, fala-se em 
disponibilidade. 
Assim, ainda que o ofendido tenha oferecido queixa-crime, poderá dispor 
do processo. 
 
O querelante pode dispor da ação penal privada mediante: 
* PERDÃO do ofendido, que depende de aceitação; 
* PEREMPÇÃO, que é a desídia processual, com consequente extinção da 
punibilidade; 
* DESISTÊNCIA da ação, que depende de concordância do acusado. 
Indivisibilidade 
- Previsão: art. 48 do CPP: 
CPP, art. 48. “A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao 
processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.” 
O processo de um obriga ao processo de todos. Ou seja, ou processa-se 
todos ou não se processa ninguém. 
A renúncia e o perdão concedidos a um dos coautores estendem-se ao 
demais (no perdão, caso um dos coautores não aceite, continuará correndo 
contra ele o processo). 
A indivisibilidade se refere aos envolvidos na prática delituosa e não nos 
crimes que tenham sido praticados. Ou seja, pode o querelante, se assim 
23 
 
quiser, ajuizar o processo contra o querelado no que diz respeito a um 
único crime, mesmo tendo este cometido outros contra aquele. 
 
Obs.: O que acontece se a ação penal privada não for proposta contra 
todos? O que ocorre se um dos autores ou partícipes, podendo ser 
processado pelo querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do 
desrespeito ao princípio da indivisibilidade? 
Em se tratando de omissão voluntária (deliberada) do querelante, ou seja, 
se o querelante deixou de incluir algum corréu, subentende-se que houve 
renúncia tácita, estendendo-se aos demais réus. 
Em se tratando de omissão involuntária do querelante, ou seja, não tendo 
consciência do envolvimento de outras pessoas, deverá ser instado pelo MP 
a fazer o aditamento, sob pena de, não o fazendo, subentender-se que 
houve renúncia tácita. 
STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 
12/5/2015 (Info 562). 
CLASSIFICAÇÕES 
Ação de 
PREVENÇÃO PENAL 
É aquela iniciada com o objetivo de obter a absolvição imprópria, aplicando medida de 
segurança aos absolutamente inimputáveis. 
Ação penal 
POPULAR 
Seria aquela exercitável por qualquer do povo. A Lei nº 1.079/50 permite que qualquer 
do povo ofereça "denúncia" nos crimes de responsabilidade praticados pelo Presidente 
da República, Ministros de Estado, Ministros do STF, Procurador Geral da República, 
Governadores de Estado e seus secretários. Todavia, o ato deve ser encarado como 
mera notícia crime, e não como efetivo direito de ação, já que a ação pública é privativa 
do MP. A legitimidade popular subsiste na ação de habeas corpus, que é uma ação penal 
popular de natureza não condenatória. 
Ação penal 
PÚBLICA 
SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA 
Prevê o Decreto-lei nº 201/67, em seu art. 2°, § 2°, que nos crimes praticados por 
prefeitos, a inércia do Ministério Público estadual (atuação do Procurador Geral de 
Justiça) em promover a persecução levaria à provocação do Ministério Público Federal 
(na figura do Procurador Geral da República), suprindo-se a omissão, numa verdadeira 
ação pública subsidiária da pública. O instituto não foi recepcionado pela 
Constituição Federal, sendo cabível, na espécie, ação privada subsidiária

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