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1 @DeltaCaveira10 LEGISLAÇÃO BIZURADA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 1ª Edição 2 CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO SocioLógico (Fernand Lassalle) A Constituição é a soma dos fatores reias de poder que emanam da sociedade. A Constituição é um reflexo das relações de poder vigentes em determindade comunidade política. PolíTico (Carl SchmiTt) A Constituição decorre de uma decisão política fundamental, e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. Faz distinção entre Constituição, que são normas vinculadas à decisão política fundamental e Leis Constitucionais, que são normas, que embora intregem o texto constitucional, são dispensáveis por não comporem a decisão política fundamental do Estado. Jurídico (Hans Kelsen) A Constituição é enfocada em dois sentidos: a) Lógico-jurídico: é a norma fundamental hipotética pura, cuja função é servir de fundamento lógico de validade da Constituição jurídico-positivo (plano lógico); b) Jurídico-positivo: é a norma posta, norma positiva suprema, conjunto de normas que serve para regular a criação de outras normas (plano positivo). Culturalista (Meirelles Teixeira) A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir. É uma formação objetiva de cultura. Relaciona-se com o conceito de constituição total, que apresenta, na sua complexidade intríseca, aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu o conceito em uma perspectiva unitária. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO - JOSÉ AFONSO DA SILVA Elementos Orgânicos São as normas que tratam da estrutura do Estado, dispondo sobre a sua organização e funcionamento. Exs.: Título III (Da Organização do Estado); e Título IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo). Elementos Socioideológicos São as normas que revelam o compromisso da ordem constitucional. Exs.: Título II, Capítulo II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira); e Título VIII (Da Ordem Social). Elementos de Estabilização Constitucional São as normas destinadas a garantir a solução dos conflitos constitucionais para assegurar a supremacia constitucional e a manutenção do próprio Estado. Exs.: Título V, Capítulo I (Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio); Art. 34 a 36 (Intervenção nos Estados e Municípios); Emendas à Constituição; e Controle de Constitucionalidade. Elementos Limitativos São as normas que tratam dos limites de atuação do Estado, restringindo o poder de atuação de seus agentes para resguardar direitos indispensáveis à pessoa humana. Exs.: Título II, Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos). Elementos Formais de Aplicabilidade São as normas destinadas a possibilitar a aplicação dos dispositivos constitucionais. Exs.: Preâmbulo; ADCT; e Art. 5º, §1º (normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata). Macete O SELF 3 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - JOSÉ AFONSO DA SILVA Normas Constitucionais de Eficácia Plena São auto-aplicáveis e não podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. - Autoaplicáveis; - Não restringíveis; - Aplicabilidade Direta, Imediata e Integral. Ex.: Art. 2°, CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário; Remédios constitucionais. Normas Constitucionais de Eficácia Contida São auto-aplicáveis, mas podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. - Autoaplicáveis; - Restringíveis; - Aplicabilidade Direta, Imediata e Não Integral. Ex.: Art. 5º, XIII, CF: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Não auto-aplicáveis, dependendo de ato infraconstitucional ou de EC posterior para inteira aplicabilidade. - Não-autoaplicáveis; - Aplicabilidade Indireta, Mediata e Reduzida. Ex.: Art. 88, CF: A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; Direito de greve do servidor público. Podem ser: Normas de Princípio Instituído São aquelas que dependem de lei para dar corpo, dar estrutura às instituições, pessoas e órgãos previstos na CF. Ex.: Art. 134, § 1º, CF: Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. Normas de Princípio Programático São aquelas que veiculam programas a serem implementados pelo Estado visando a realização de fins sociais. Ex.: Art. 205, CF: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 4 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL MÉTODO/EXPOENTE CONCEITO MACETE Método Jurídico ou Hermenêutico Clássico (Ernst Forsthoff) Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético. - Elemento literal: analisa o texto da norma em sua literalidade; - Elemento lógico: avalia a relação de cada norma com o restante da Constituição; - Elemento histórico: avalia o momento de elaboração da norma (ideologia então vigente); - Elemento teleológico: busca a sua finalidade; e - Elemento genético: investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição. Regras de hermenêutica tradicional: Gramatical; Histórico; Teleológico; Sistemático; Genético. Método Tópico- problemático ou da Tópida (Theodor Viehweg) Neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema). Prevalência do problema sobre a norma. Método Hermenêutico- concretizador (Konrad Hesse) A leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). Prevalência da norma sobre o problema. Método Integrativo, Interpretativo Evolutivo ou Científico-espiritual (Rudolf Smend) A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado. Considera-se o “espírito da constituição”, o sistema de valores subjacente ao texto constitucional. Método Normativo- estruturante ou Concretista (Friedrich Müller) Este método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: aquela é mais ampla que este, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da jurisdicionale da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social (contexto). A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto. Texto da norma x Norma jurídica. A norma jurídica deve ser interpretada de acordo com o contexto. Método Comparativo ou da Comparação Constitucional (Peter Häberle) Para este método a interpretação dos institutos se implementa mediante comparação nos vários ordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as várias Constituições. Partindo dos 4 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico, histórico e sistemático), Peter Haberle sustenta a canonização da comparação constitucional como um quinto método de interpretação. Comparação entre Constituições. 5 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Princípio da Unidade da Constituição Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenas aparentes. Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada. Princípio da Máxima Efetividade, da Eficiência ou da Interpretação Efetiva Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais. Princípio da Justeza, da Conformidade Funcional, da Correção Funcional ou da Exatidão Funcional Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte. Assim, este órgão não poderia alterar, pela interpretação, as competências estabelecidas pela Constituição para a União, por exemplo. Princípio da Concordância Prática ou da Harmonização Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente. Princípio do Efeito Integrador ou Eficácia Integradora Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente por ter como objetivo reforçar a unidade política. Princípio da Força Normativa da Constituição Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência. 6 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à Origem Outorgadas, Impostas, Ditadoriais ou Autocráticas São aquelas impostas pelo detentor do poder político. Exs.: CF’s brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/69. Democráticas, Promulgadas, Votadas ou Populares São aquelas produzidas com a participação popular em regime de democracia (seja direta ou representativa). Normalmente, são fruto do trabalho de uma Assembléia Constituinte. Exs.: CF’s brasileira de 1891, 1934, 1946 e 1988. Cesaristas ou Bonapartistas São aquelas produzidas pelo detentor do poder político, mas dependem de ratificação popular por meio de referendo. Não há constituições brasileiras. Dualistas ou Pactuadas São aquelas fruto de um compromisso instável de duas forças políticas rivais antagônicas. Governo/monarquia enfraquecido x Burguesia fortalecida. Não há constituições brasileiras. Quanto à Forma Escritas, Legais ou Instrumentais São aquelas produzidas em documentos formais/escritos e solenes. Não Escritas, Históricas, Costumeiras ou Consuetudinárias São aquelas pautadas em costumes, tradições, leis esparsas e jurisprudência. Cuidado: as constituições não escritas também são formadas por leis e convenções. Ex.: Constituição inglesa. Quanto à Sistemática Codificadas São aquelas cujas normas se encontram inteiramente contidas em um só texto, formando um único corpo de lei. Não Codificadas São aquelas escritas formadas por normas esparsas ou fragmentadas em vários textos. Quanto ao Modo de Elaboração Dogmáticas ou Sistemáticas São aquelas que são sempre escritas e elaboradas por um órgão constituinte, segundo os dogmas e valores em voga. Históricas ou Costumeiras São aquelas que são não escritas e concebidas historicamente pela sociedade, produto de um processo social lento. São mais estáveis que as dogmáticas. Ex.: Constituição inglesa. Quanto ao Conteúdo Materiais São aquelas identificadas por consagrarem um conjunto de normas estruturais da sociedade. São consideradas normas materialmente constitucionais as que contêm matérias típicas de uma constituição, quais sejam, estrutura do Estado, organização dos poderes e direitos e garantias fundamentais. Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. Formais São aquelas que podem ser definidas como o conjunto de normas jurídicas produzidas por um processo mais árduo e mais solene que o ordinário, com o propósito de tornar mais difícil a sua alteração. Esta espécie pressupõe uma constituição escrita. 7 Quanto à Extensão Analíticas, Prolixas, Extensas ou Longas São aquelas que versam sobre determinadas matérias de forma detalhada e específica. São necessariamente escritas e fruto do Constitucionalismo Conteporâneo. Sintéticas, Concisas, Sumárias ou Curtas São aquelas que possuem conteúdo abreviado e versam tão somente sobre princípios gerais e regras básicas sobre organização e funcionamento do Estado. Ex.: Constituição do EUA, que possui apenas sete artigos. Quanto à Estabilidade Imutáveis, Graníticas, Intocáveis ou Permanetes São as Leis Fundamentais antigas (Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas), que surgiram com a pretensão de eternidade e que, por isso, não podiam ser modificadas sob pena de maldição dos deuses. Fixas ou Silenciosas São aquelas que só podem ser modificadas pelo mesmo poder constituinte que as elaborou, quando convocado. Ex.: Constituições francesas da época de Napoleão I. Rígidas São aquelas que somente podem ser modificadas mediante procedimentos mais solenes e complexos que o processo legislativo ordinário. São sempre escritas, mas as escritas nem sempre são rígicas. Exs.: CF’s brasileiras de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Super-rígidas Classificação trazida por Alexandre de Moraes. São aquelas constituições rígidas dotadas de normas imutáveis (clausúlas pétreas). Para o autor, a CF é um exemplo desta classificação. Semirrígidas ou Semiflexíveis São aquelas que contêm uma parte rígida e outra flexível. Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. Flexíveis ou Pláticas São aquelas que permitem a modificação de suas normas por um processo idêntico ao de lei ordinária. As normas de uma Constituição flexívelreduzem-se a normas legais, não possuindo nenhuma supremacia sobre as demais. Quanto à Ideologia Ecléticas ou Compromissórias São aquelas que procuram conciliar ideologias políticas opostas. Ortodoxas São aquelas que adotam apenas uma ideologia política. Ex.: Constituição Soviética de 1977 (Comunismo). Quanto à Origem de Decretação Autoconstituições São aquelas elaboradas por órgãos do próprio Estado, como a Assembléia Constituinte. Heteroconstituições São aquelas elaboradas por órgãos de fora do Estado, seja por Organização Internacional ou por outros Estados. Quanto ao Sistema Principiológicas São aquelas em que predominam os princípios. Preceituais São aquelas em que predominam as regras. Quanto à Finalidade Constituições-garantia Constituições-quadro São aquelas que se concentram nas limitações do poder do Estatal junto aos cidadãos (liberdade negativa). Constituições-balanço Constituições-registro São aquelas que descrevem e registram, periodicamente, o grau de organização política e relações reais de poder. Fazem, de tempos em tempos, um balanço do estágio em que se encontra a evolução social. Constituições-dirigente Constituições-programática São aquelas de texto extenso, que definem programas, planos e diretrizes para a atuação estatal. Quanto à Correspondência com a Realidade Normativas São aquelas que estão em consonância com a realidade social e política do Estado e são utilizadas pela população. Exs.: Constituições brasileiras de 1891, 1934 e 1946. 8 (Critério Ontológico de Karl Loewenstein) Nominativas ou Nominais São aquelas que não conseguiram ficar em consonância com a realidade social, mas que anseiam chegar a este estágio e alcançar a simetria entre a Constituição e a realidade. São constituições prospectivas. Semânticas São aquelas que além de não estarem em consonância com a realidade social, são feitas para beneficiar os detentores do poder, sendo os interesses sociais relegados a segundo plano. Exs.: CF’s brasileiras de 1937, 1967 e 1969. Quanto ao Papel da Constituição ou Função Desempenhada Pela Constituição Constituições-lei São aqueles em que suas normas são equiparadas às demais leis do ordenamento, desprovidas de status hierárquico diferenciado. Nesse sentido, não são capazes de moldar a atuação do legislador e funcionam, apenas, como diretrizes não vinculantes. Constituições-moldura São aqueles que são só a moldura de um quadro vazio, funcionando como limite à atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora dos limites previamente estabelecidos. Constituições-fundamento Constituições-total São aqueles que diferenciam as normas constitucionais das demais, na medida em que as situa num plano de superioridade valorativo que as torna cogentes para legisladores. Quanto ao Conteúdo Ideológico Liberais São aquelas visam delimitar o exercício do poder estatal, assegurar liberdades individuais, oponíveis ao Estado. Exs.: Constituições do EUA e da França de 1787. Sociais Típicas de um constitucionalismo pós liberal, são aquelas que passam a consagrar em seus textos não só direitos relacionados à liberdade, mas também prerrogativas de cunho social, cultural e econômico. A atuação do Estado deixa de ser meramente negativa, como era nas Constituições liberais, para se tornar positiva. CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 Quanto à Origem Promulgada Quanto à Forma Escrita Quanto à Sistemática Codificada Quanto ao Modo de Elaboração Dogmática Quanto ao Conteúdo Formal Quanto à Extensão Analítica Quanto à Estabilidade Rígida Quanto à Ideologia Eclética Quanto à Origem de Decretação Autoconstituição Quanto ao Sistema Principiológica Quanto à Finalidade Dirigente Quanto à Correspondência com a Realidade Normativa (prevalece) Quanto ao Papel da Constituição Moldura Quanto ao Conteúdo Ideológico Social 9 PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. PREÂMBULO CONSTITUCIONAL - O preâmbulo é um elemento formal de aplicabilidade. - O preâmbulo não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma. - O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. - Em termos estritamente formais, o Preâmbulo é uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. - O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. - A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força normativa, não sendo de reprodução obrigatória pelos Estados. - Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade. TEORIAS QUANTO À NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO Teoria da Irrelevância Jurídica O preâmbulo está no âmbito da política, portanto, não possui relevância jurídica. Adotada! Teoria da Plena Eficácia O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais. Teoria da Relevância Jurídica Indireta O preâmbulo faz parte das características jurídicas da Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta. . TEORIA DOS STATUS DE JELLINEK Desenvolvida por Georg Jellinek na segunda métade do séxulo XIX e apresentada por Robert Alexy em seu livro “Teoria dos Direitos Fundamentais”, a Teoria dos Status de Jellinek busca explicar o papel dos Direitos Fundamentais nas relações entre o Estado e o particular. Status Passivo ou Subjectionis O individuo em posição de subordinação aos Poderes Públicos, vinculando-se ao Estado por mandamentos e proibições. O indivíduo aparece como detentor de deveres perante o Estado. Sujeição do particular frente ao Estado. Status Negativo ou Libertatis O indivído, por possuir personalidade, goz de um espaço de liberdade diante das ingerências do Poder Público. Direito de garantir uma abstenção do Estado, de negar uma intervenção. Defesa do particular frente ao Estado. Status Ativo ou Activus O indivíduo tem direito de participar ativamente da vida do Estado, de se inserir na tomada de decisão do Estado. Ex.: voto. Participação do particular na tomada de decisões. Status Positivo ou Civitatis O indivíduo tem direito de exigir do Estado uma atuação positiva, uma intervenção prestacional. Prestação do Estado ao particular. 10 TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, formada pela união indissolúveldos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e tem como FUNDAMENTOS: (mnemônico: “SO.CI.DI.VA.PLU”) I - a SOberania; II - a CIdadania III - a DIgnidade da pessoa humana; IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o PLUralismo político. República Federativa do Brasil Forma de Estado Federado As duas iniciais formam FE de Federação Forma de Governo Republicano FOGO na República Sistema de Governo Presidencialista SIGO o Presidente Regime de Governo Democrático REGO Democrático Parágrafo único. TODO O PODER emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Poder Função Típica Função Atípica Legislativo - Legislar; - Fiscalização contábil, financeira, orcarmentária e patrimonial do Poder Executivo. Nat. Executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias e licenças a servidores; Nat. Jurisdicional: Senado, quando julga o PR nos crimes de responsabilidade (art. 52, I, CF). Executivo - Administrar; - Pratica de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos administrativos. Nat. Legislativa: PR, quando adota Medida Provisória, com força de lei (art. 62, CF); Nat. Jurisdicional: Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos. Judiciário - Julgar. Nat. Executiva: quando concede férias e licenças aos magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”, CF); Nat. Legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96, I, “a”, CF). Art. 3º Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil: (mnemônico: “CO.GA.ER.PRO”; Macete: REGRA DO VERBO) I - COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; II - GArantir o desenvolvimento nacional; III - ERradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes PRINCÍPIOS: (mnemônico: A.IND.NÃO.COM.PRE.I.DE.RE.CO.S) I - INDependência nacional; II - PREvalência dos direitos humanos; III - Autodeterminação dos povos; IV - NÃO-intervenção; V - Igualdade entre os Estados; VI - DEfesa da paz; VII - Solução pacífica dos conflitos; VIII - REpúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - COoperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - CONcessão de asilo político. 11 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. FUNDAMENTOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Soberania; Cidadania; Dignidade da pessoa humana; Valores sociais do trabalho e da libre iniciativa; Pluralismo político. Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional; Erradicar a probleza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Promover o bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça,sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Autodeterminação dos povos; Independência nacional; Não-intervenção; Concessão de asilo político; Prevalência dos direitos humanos; Igualdade entre os Estados; Defesa da paz; Repúdio ao terrorismo e ao racismo; Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; Solução pacífica dos conflitos. Macete: “SoCiDiVaPlu” Macete1: “ConGaErPro”; Macete2: Regra do verbo. Macete: “AIndNãoConPreIDeReCoS” TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Historicidade Possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais. Universalidade Destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres humanos. Limitabilidade ou Relatividade Os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesses, o que é resolvido por um juízo de ponderação ou pelo princípio da proporcionalidade. Concorrência Podem ser exercidos cumulativamente uns com os outros. Irrenunciabilidade Eles podem ser nunca exercidos, mas nunca poderão ser renunciados. Inalienabilidade Como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se pode aliená-los por não terem conteúdo econômico-patrimonial. Imprescritibilidade Não são perdidos se não forem usados. DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 1ª DIMENSÃO 2ª DIMENSÃO 3ª DIMENSÃO Valor-Fonte Liberdade Igualdade Fraternidade Tipo de Estado Liberal Social Coletivo Direitos Civis e Políticos Sociais, Econômicos e Culturais Difusos e Coletivos Prestações Estatais Direitos Negativos (Abstenção Estatal) Direitos Positivos (Prestação Estatal) Dever de toda a Comunidade Exemplos Liberdade de reunião e locomoção Saúde e previdência social Meio ambiente e consumidor A doutrina cita ainda mais duas dimensões: 4ª Dimensão: - Engrenharia Genética (Norberto Bobbio) - Direito à Informação, Democracia Direta e Pluralismo (Paulo Bonavides) 5ª Dimensão: - Direito à Paz (Paulo Bonavides) 12 Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, SEM DISTINÇÃO de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade, nos termos seguintes: (mnemônico: “V.I.L.P.S”) Obs.: Abrange os estrangeiros não residentes e as pessoas jurídicas (STF e Doutrina Majoritária). I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE) Exceções ao Princípio da Legalidade - Medidas Provisórias (art. 62, CF); - Estado de Defesa (art. 136, CF); - Estado de Sítio (art. 137, CF). III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (norma constitucional de eficácia PLENA) IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; #INFO - É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz africana. É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935). VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (escusa de consciência) Obs.: O direito de escusa de consciência não se restringe ao serviço militar obrigatório, quando se trata de crença religiosa, convicção filosófica ou religiosa, pois ele pode atingir, por exemplo, indivíduos que não aceitam trabalhar ou realizar prova aos sábados. IX - é livre a expressãoda atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a CASA é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO - EXCEÇÕES Durante o DIA - com o consentimento do morador; - flagrante delito; - desastre; - prestar socorro; - determinação judicial. Durante a NOITE - com o consentimento do morador; - flagrante delito; - desastre; - prestar socorro; 13 #INFO - Parâmetros para a validade da entrada forçada em domicílio sem mandado judicial. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori", que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado 4-5/11/2015 (repercussão geral) (lnfo 806). - Ingresso em domicílio sem autorização. Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e ele ter fugido da polícia. A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro. Julgado em 06/03/2018 (Info 623). - Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do morador. O ingresso regular da polícia no domicilio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1.574.681-RS. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz. Julgado em 20/4/2017 (Info 606). XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, SALVO, no último caso (comunicações telefônicas), por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei (Lei nº 9.296/96) estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; SIGILO BANCÁRIO Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras? POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial. MP NÃO. É necessária autorização judicial (STJ. HC 160.646/SP). Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. HC 308.493/CE). TCU NÃO. É necessária autorização judicial (STF. MS 22934/DF). Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF). Receira Federal SIM (art. 6º da LC 105/2001). O repasse das informações dos bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário". Receita Estadual, Distrital, Municinal SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001. CPI CPI federal ou estadual/distrital SIM (art. 4º, § 1º da LC 105/2001); CPI municipal NÃO (prevalece). #INFO - Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente em site oficial. Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 14 - É possível que a Receita Federal compartilhe, com a Polícia e o MP, os dados bancários que ela obteve em procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal. Os dados do contribuinte que a Receita Federal obteve das instituições bancárias mediante requisição direta (sem intervenção do Poder Judiciário, com base nos arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também sem autorização judicial, com o Ministério Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo penal. Isso porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita Federal à movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016. Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. É lícito o compartilhamento promovido pela Receita Federal dos dados bancários por ela obtidos a partir de permissivo legal, com a Polícia e com o Ministério Público, ao término do procedimento administrativo fiscal, quando verificada a prática, em tese, de infração penal. STF. 1ª Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017. STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.601.127-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em 20/09/2018 (Info 634). STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623). - Possibilidade de utilizar os dados da Receita Federal para instruir processo penal. Os dados do contribuinte que a Receita Federal obteve das instituições bancárias mediante requisição direta (sem intervenção do Poder Judiciário, com base nos arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também sem autorização judicial, com o Ministério Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo penal. Isso porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita Federal à movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016. Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. Assim, é possível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal. STF. 1ª Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017. STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623). - Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública. Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a Administração Pública. É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário. O sigilo de informações necessário à preservação da intimidadeé relativizado quando há interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos. Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios (art.129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos aos recursos movimentados a partir de conta-corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende, por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos. STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em 20/10/2015 (Info 572). STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 26/9/2017 (Info 879). XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; (norma constitucional de eficácia CONTIDA) XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; (restringível pelo Estado de Sítio – art. 139, III, CF) XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; (restringível pelo Estado de Sítio – art. 139, I e II, CF) XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 15 DIREITO DE REUNIÃO - deve ser pacífica; - não pode ter uso de armas, inclusive as brancas; - não precisa da autorização da Administração Pública; - precisa de um prévio aviso a Administração Pública; - não pode atrapalhar uma outra Reunião. Ex.: ser no mesmo lugar; - tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar; XVIII - a CRIAÇÃO de associações e, na forma da lei, a de cooperativas INDEPENDEM de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso (compulsoriamente dissolvidas), o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; ASSOCIAÇÕES Objetivos Exigências Criação - Não depende de autorização do poder público; - É vedada a criação de associações de caráter paramilitar. Suspensão das atividades - Somente por decisão judicial. Dissolução - Somente por decisão judicial com trânsito em julgado. XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, RESSALVADOS os casos previstos nesta Constituição; (Desapropriação: competência para legislar: privativa da União - art. 22, II) XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente PODERÁ USAR de propriedade particular, ASSEGURADA ao proprietário indenização ULTERIOR, se houver dano; (Requisição Administrativa: competência para legislar: privativa da União - art. 22, III) DESAPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO Bens Bens e Serviços Aquisição da propriedade Uso da propriedade Necessidades permanentes Necessidades transitórias Necessidade pública; Utilidade pública; Interesse social. Iminente perigo público. Indenização: - justa; - prévia; e - em dinheiro. Indenização: - ulterior, se houver dano. XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei (Estatuto da Terra), desde que trabalhada pela família, NÃO SERÁ OBJETO de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 16 XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Obs.: O direito de petição pode ser exercido por qualquer pessoa, não havendo a necessidade de assistência de advogado. b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei NÃO EXCLUIRÁ da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL) XXXVI - a lei NÃO PREJUDICARÁ o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Obs.1: A ação rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio. Obs.2: O STF já consolidou o entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos é “modalidade qualificada” de “direito adquirido” (STF, RE 105.137). XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL) XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; TRIBUNAL DO JÚRI - plenitude de defesa; - sigilo das votações; - soberania dos veredictos; - competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; - Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.” XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PENAL) XL - a lei penal NÃO RETROAGIRÁ, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (Lei nº 7.716/89); (mandado de criminalização) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveisde graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (mandado de criminalização) XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (mandado de criminalização) Crimes Inafiançável Imprescritível Insuscetíveis de graça ou anistia Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático Sim Sim – Racismo Sim Sim – Hediondos e TTT’s Sim – Sim 17 MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO Expressos os mandados de criminalização indicam matérias sobre as quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados bens ou interesses de forma adequada e, dentro do possível, integral. Ex.: art. 5º, incs. XLI, XLII, XLIII e XLIV e art. 225, § 3º. Implícitos É pressuposto lógico que o legislador deve criminalizar condutas que lesem bens e interesses exaustivamente protegidos pela Constituição, ainda que ela assim não determine de forma expressa. Ex.: o combate à corrupção. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - NÃO HAVERÁ PENAS: a) de morte, SALVO em caso de guerra declarada (modalidade fuzilamento), nos termos do art. 84, XIX; Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, OU de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; - Súmula nº 421, STF: “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro.” - Súmula nº 1, STF: “É vedada a expulsão de estrangeiro casado com Brasileira, ou que tenha filho Brasileiro, dependente da economia paterna.” Obs.: O reconhecimento da situação de refugiado pelo Poder Executivo não impede a extradição, se o estrangeiro estiver sendo acusado de crime comum que não tenha qualquer pertinência com os fatos considerados para a concessão do refúgio (STF, Ext. 1.008 de 2008). LII - NÃO SERÁ CONCEDIDA extradição de estrangeiro por crime político OU de opinião; EXTRADIÇÃO Crime Comum Crime Político ou de Opnião Brasileiro Nato Não Não Brasileiro Naturalizado Sim, desde que seja por: - crime comum praticado antes da naturalização; - comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (a qualquer tempo). Não Estrangeiro Sim Não http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 18 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; (PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; - Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; (PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPABILIDADE) #INFO - STF mantém seu entendimento de que é possível a execução provisória da pena. O STF, ao julgar habeas corpus impetrado pelo ex-Presidente Lula, decidiu manter o seu entendimento e reafirmar que é possível a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário. A execução provisória da pena não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88). STF. Plenário. HC 152752/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 4/4/2018 (Info 896). - Não é possível a execução provisória de penas restritivas de direito. Não é possível a execução da pena RESTRITIVA DE DIREITOS antes do trânsito em julgado da condenação. Assim, é cabível execução provisória de penas privativas de liberdade, mas não de penas restritivas de direito. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609). Em Resumo: EXECUÇÃO PROVISÓRIA Penas Privativas de Liberdade Penas Restritivas de Direito Pode Não Pode . LVIII - o civilmente identificado NÃO SERÁ SUBMETIDO a identificação criminal, SALVO nas hipóteses previstas em lei (lei 12.037/09); LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; (PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE RESTRITA) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados IMEDIATAMENTE ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será IMEDIATAMENTE relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - NÃO HAVERÁ prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; - Súmula Vinculante nº 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.” 19 LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; HABEAS CORPUS - Pessoa jurídica não pode ser paciente de HC; - Pessoa jurídica pode impetrar HC em favor de pessoa física; - Não admite dilação probatória, mas exige prova pré-constituída (assim como no MS); - A via do habeas corpus é adequada para pleitear a interrupção de gravidez fora das hipóteses previstas no Código Penal (art.28, incs. Ie II), tendo em vista a real ameaça a constrição à liberdade ambulatorial, caso a gestante venha a interromper a gravidez sem autorização judicial (STJ, HC 56572/SP) – DPC/PA-FUNCAB-2016. - O habeas corpus é a via adequada para o devedor e pensão alimentícia pedir o afastamento de sua prisão, contudo não pode alegar incapacidade de arcar com o pagamentos dos valores executados. Em outras palavras, não é possível analisar o binônimo necessidade/possibilidade em HC (STJ, HC 224769/DF) – DPF-CESPE-2013. - Na apreciação do habeas corpus, o órgão jurisdicional não está vinculado à causa de pedir e ao pedido, podendo ser a ordem concedida, em sentido diverso ou mais amplo do que fo pleiteado ou mencionado pelo impretante (STJ, HC 69421/SP) – DPC/TP-CESPE-2008. SÚMULAS SOBRE HC - Súmula nº 208, STF: “O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus.” - Súmula nº 299, STF: “O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de mandado de segurança, ou de habeas corpus, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Pleno.” - Súmula nº 319, STF: “O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de segurança, é de cinco dias.” - Súmula nº 344, STF: “Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, está sujeita a recurso ex officio.” - Súmula nº 395, STF: “Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sôbre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.” - Súmula nº 431, STF: “É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.” - Súmula nº 606, STF: “Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.” - Súmula nº 691, STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.” Obs.: Essa súmula não é rigorosamente aplicada pelo STF, nos casos de flagrante ilegalidade ou decisões teratológicas, o Tribunal, excepcionalmente poderá conhecer de HC impetrado contra HC já impetrado perante Tribunal Superior. - Súmula nº 692, STF: “Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.” - Súmula nº 693, STF: “Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” - Súmula nº 694, STF: “Não cabe o HC contra a pena de exclusão de militar ou perda de patente ou de função pública.” - Súmula nº 695, STF: “Não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.” 20 JURISPRUDÊNCIA RESUMIDA SOBRE HABEAS CORPUS CABE - Cabe HC Coletivo (Info 891, STF); - Cabe HC para questionar a imposição de medidas cautelares diversas da prisão (Info 888, STF); - Cabe HC para impugnar decisão judicial que determinou a retenção de passaporte (Info 631, STJ); - Cabe HC para questionar medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha, consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar (Info 574, STJ); - Cabe HC contra pena pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade (HC 122.563/MG); - Cabe HC para questionamento da razoável duração do processo; - Cabe HC para análise de legalidade de prisão em punições disciplinares militares; - Cabe HC contra instauração de IP ou indiciamento, sem que haja justa causa para estes atos (HC trancativo); - Cabe HC contra o indeferimento de prova de interesse do investigado ou acusado; - Cabe HC contra o deferimento de prova ilícita ou deferimento inválido de prova lícita; - Cabe HC contra a autorização judicial de quebra de sigilos – bancário, fiscal, telefônico, etc – em procedimento penal. NÃO CABE - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar (Súmula nº 691, STF); - Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Súmula nº 692, STF); - Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula nº 693, STF); - Não cabe o HC contra a pena de exclusão de militar ou perda de patente ou de função pública (Súmula nº 694, STF); - Não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula nº 695, STF); - Não cabe HC (em regra – salvo ilegalidade flagrante) contra decisão transitada em julgado (Info 892, STF); - Não cabe HC para discurtir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas (Info, 887, STF); - Não cabe HC para obter direito à visita íntima (Info 887, STF); - Não cabe habeas corpus de decisão de Ministro Relator que, motivadamente, defere ou indefere liminar em HC (Info 914, STF); - Não cabe habeas corpus de decisão monocrática de Ministro do STF (Info 865, STF); - Não cabe HC para trancar processo de impeachment (Info 830, STF); - HC não é meio processual adequado para se discutir direito de visita a preso (Info 827, STF); - Não cabe HC para reexame dos pressupostos de admissibilidade dos recursos (Info 810, STF); - Não cabe HC contra decisão judicial que determinou a suspensão de CNH (Info 631, STJ); - Não cabe habeas corpus contra decisão monocrática de Ministro do STJ; - Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal; - O STF decidiu que não tem competência para julgar habeas corpus cuja autoridade apontada como coatora seja delegado federal chefe da Interpol no Brasil; - Não cabe HC em favor de PJ, nem mesmo para trancamento de IP sem justa causa no qual se investiga crime ambiental; - Não cabe HC contra o efeito extrapenal de perda do cargo advindo de sentença condenatória transitada em julgado; - Não cabe HC contra a apreensão de veículos; - Não cabe HC para eventual pedido de reabilitação do paciente; - Não cabe HC para assegurar a preservação da relação de confidencialidade entre cliente e advogado; - Não cabe HC para pleitear a extração gratuita de cópias de processo criminal; - Não cabe HC para requerimento de aditamento da denúncia a fim de incluir outro acusado; - Não cabe HC contra a perda de direitos políticos; - Não cabe HC para discutir a reparação civil fixada na sentença condenatória criminal; - Não cabe HC para discussão de mérito administrativo de prisão em punições disciplinares militares. 21 LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, NÃO AMPARADO por habeas corpus ou habeas data (caráter residual), quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; #INFO - O ato praticado sem motivação pode ser corrigido se a fundamentação for feita pela autoridade nas informações prestadas no mandado de segurança. O ato de remoção de servidorpúblico por interesse da Administração Pública deve ser motivado. Caso não o seja, haverá nulidade. No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento posterior à edição dos atos administrativos impugnados. Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informações no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, o vício que existia foi corrigido. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 (Info 529). SÚMULAS SOBRE MS (as mais importantes) - Súmula nº 101, STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular.” - Súmula nº 266, STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.” - Súmula nº 267, STF: “Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.” Exceção: o STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver, no caso concreto, uma situação teratológica, abusiva, que possa gerar dano irreparável e desde que o recurso previsto não tenha ou não possa obter efeito suspensivo (STJ AgRg no MS 18.995/DF). - Súmula nº 268, STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.” - Súmula nº 269, STF: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.” - Súmula nº 430, STF: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.” - Súmula nº 430, STF: “Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.” - Súmula nº 510, STF: “Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.” - Súmula nº 512, STF: “Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.” - Súmula nº 624, STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.” - Súmula nº 625, STF: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.” - Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.” - Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.” - Súmula nº 105, STJ: “Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.” - Súmula nº 213, STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.” - Súmula nº 333, STJ: “Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.” - Súmula nº 376, STJ: “Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial.” - Súmula nº 460, STJ: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.” - Súmula nº 604, STJ: “O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.” 22 LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; (norma constitucional de eficácia LIMITADA) MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO – ADO Previsão Art. 5º, LXXI, CF e Lei nº 13.300/16 Art. 103, § 2º, CF e Lei nº 9.868/99 Natureza do Processo Subjetivo (em defesa de direito do impetrante) Objetivo (em defesa do ordenamento jurídico) Finalidade A finalidade é viabilizar o exercício de um direito. Há controle concreto. A finalidade é declarar que há uma omissão, já que não existe determinada medida necessária para tornar efetiva uma norma constitucional. Há controle abstrato. Cabimento Cabível quando faltar norma regulamentadora de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Cabível quando faltar norma regulamentadora relacionada com qualquer norma constitucional de eficácia limitada. Legitimados Ativos MI individual: pessoas físicas ou jurídicas; Legitimados do art. 103 da CF/88. (mesmos da ADI/ADC) MI coletivo: Art. 12 da Lei nº 13.300/16. Legitimados Passivos Autoridade ou órgãos responsáveis pela edição da medida ou da norma regulamentadora. Autoridade ou órgãos responsáveis pela edição da medida ou da norma regulamentadora. Competência Dependerá da autoridade que possua atribuição para editar a norma. Se relacionada com norma da CF: STF; Se relacionada com norma da CE: TJ. Nat. do Controle Concreto Abstrato Efeitos da decisão Em regra, inter partes (art. 9º - Lei 13.300/16) Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. § 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. § 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. § 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios. Em regra, erga omnes Prazos Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Art. 103, § 2º, CF. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o Judiciário dará ciência ao Poder competente para que este adote as providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. - Se for órgão administrativo: trinta dias ou prazo razoável; - Se for o Poder Legislativo: não há prazo. 23 Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, SALVO comprovada má-fé, ISENTO de custas judiciais e do ônus da sucumbência; SÚMULAS SOBRE AÇÃO POPULAR - Súmula nº 101, STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular.” - Súmula nº 365, STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” HC HD MS MI AP Base Const. Art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF Art. 5º, LXXII, CF Art. 5º, LXIX e LXX, CF Art. 5º, LXXI, CF Art. 5º, LXXIII, CF Base Legal Arts. 647 a 667, CPP Lei 9.507/97 Lei 12.016/09 Lei 13.300/16 Lei 4.717/65 Histórico CF de 1891 CF de 1988 CF de 1934 CF de 1988 CF de 1934 (ausente na CF de 37) Ação Penal Civil Civil Civil Civil LiminarSim – Sim Não Sim Advogado Não Sim Sim Sim – Gratuito Sim Sim Não Não Não Prazo Não Há Não Há 120 Dias (Decadencial) Não Há 05 Anos (Prescricional) Obs.: – – – No que couber, adota o rito do MS Isento de custas e ônus, salvo má-fé LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são GRATUITOS para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são GRATUITAS as ações de HABEAS CORPUS e HABEAS DATA, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Previsão constitucional de isenção de custas - Habeas Corpus; - Habeas Data; - Ação Popular (salvo se comprovada má fé do autor); - Exercício da cidadania; - Direito de petição; - Obtenção de certidões. 24 LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação IMEDIATA. Obs.: Exemplo de elemento formal de aplicabilidade. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição NÃO EXCLUEM outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Obs.: O rol dos direitos fundamentais previsto na CF é exemplificativo, a teor de seu art. 5º, § 2º. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do congresso nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, SERÃO EQUIVALENTES às emendas constitucionais. Tratatos Internacionais de DH com hierarquia CONSTITUCIONAL (STF) 1) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo - Convenção de Nova Iorque; e 2) Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso. TRATADO STATUS PARÂMETRO P/ CONTROLE Tratado internacional de direitos humanos aprovado em procedimento especial – 2 turnos de aprovação em cada casa e quórum de 3/5. Emenda Constitucional Sim Tratado internacional de direitos humanos aprovado em procedimento simples. Norma Supralegal Não (Parâmetro de Convencionalidade ou Supralegalidade) Tratado internacional sobre outros assuntos. Lei Ordinária Não (Parâmetro de Legalidade) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo VEDADA sua vinculação para qualquer fim; - Súmula Vinculante nº 4: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.” V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, NUNCA INFERIOR ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno SUPERIOR à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 25 XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, EXCEPCIONALMENTE, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (norma constitucional de eficácia LIMITADA) XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal NÃO SUPERIOR a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, SALVO negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, PREFERENCIALMENTE aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário SUPERIOR, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; (norma constitucional de eficácia LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO) XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; (norma constitucional de eficácia LIMITADA) XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, ATÉ O LIMITE de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a MENORES de dezoito e de qualquer trabalho a MENORES de dezesseis anos, SALVO na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; PROIBIÇÃO Trabalho noturno, perigoso ou insalubre Menores de 18 anos Qualquer trabalho Menores 16 anos Salvo: aprendiz A partir de 14 anos XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. SÃO ASSEGURADOS à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
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