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Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/18583/projeto-de-robotica-transforma-vida-de-alunos-em-
sao-paulo
Publicado em NOVA ESCOLA 29 de Outubro | 2019
EU FIZ ASSIM
Projeto de robótica transforma vida
de alunos em São Paulo
Ao trabalhar com sucata, Débora Garofalo teve que vencer a resistência dos gestores
da escola e dos pais dos alunos. Projeto foi finalista do Global Teacher Prize
Camila Cecílio
Para iniciar o projeto de robótica com sucata, Débora teve que vencer a resistência dos pais e gestores 
Foto: Divulgação
Você consegue imaginar um carrinho construído com materiais recicláveis se mover sozinho, somente com a
“ajuda” de um balão de festa? Pois é. Esse é apenas um dos resultados de uma ideia que surgiu da vontade de
transformar a vida de crianças e jovens da Zona Sul de São Paulo. O projeto Robótica com Sucata promovendo
a sustentabilidade, da professora Débora Denise Dias Garofalo, há cerca de quatro anos vem cumprindo seu
papel. Os frutos dessa iniciativa colocaram a educadora como finalista do maior prêmio de Educação do mundo, o
Global Teacher Prize. Mas, antes de alcançar o reconhecimento internacional, Débora encarou um emaranhado
de desafios. 
LEIA MAIS Débora Garofalo: as lições de uma professora brasileira no Teacher Prize
Na escola pública em que dava aulas, a EMEF Ary Parreiras, em uma comunidade carente de serviços básicos,
como saneamento, 70% dos alunos disseram que o lixo era um problema real na vida deles. E era mesmo,
principalmente em dias chuvosos. “Além dos alagamentos, que faziam os alunos faltarem às aulas, o lixo também
provocava doenças, como dengue e leptospirose, de modo que falar sobre esse lixo se tornou uma necessidade”,
lembra. Professora de Tecnologia do 1º ao 9º ano do Fundamental, decidiu então ressignificar esse problema e
transformá-lo em oportunidade para ensinar e aprender. 
 
Vídeo: https://www.youtube.com/embed/5rMZtqwcsKI
https://novaescola.org.br/conteudo/18583/projeto-de-robotica-transforma-vida-de-alunos-em-sao-paulo
http://deboragarofalo.educapx.com/
/conteudo/16656/debora-garofalo-as-licoes-de-uma-professora-brasileira-no-teacher-prize
/conteudo/16656/debora-garofalo-as-licoes-de-uma-professora-brasileira-no-teacher-prize
https://www.youtube.com/embed/5rMZtqwcsKI
LEIA MAIS Robótica: como construir protótipos usando baixos recursos
Para ela, o projeto possibilita, além da robótica, uma intervenção na sociedade por meio do exercício da
cidadania e do protagonismo juvenil, o que tem mudado a forma que com esses estudantes se olham, segundo
Débora. “Meus alunos não tinham ideia de que podiam fazer robótica, eles achavam que isso era coisa de escola
particular. E o maior aprendizado disso tudo foi poder ter dado sonhos a essas crianças que sonhavam em
ganhar pacote de bolacha e bola de futebol no fim do ano e, de repente, se viram fazedores, protagonistas de
suas próprias vidas”, conta. 
Todo o projeto foi estruturado a partir das vozes dos próprios alunos, de acordo com Débora. “Sempre respeitei a
vontade do que eles queriam produzir, me tornando uma mediadora desse processo”, lembra. Além disso, a
professora reforça que o trabalho é, essencialmente, replicável em qualquer escola, o que é até mesmo uma
premissa do Global Teacher Prize. 
Débora explica que o professor não precisa sair às ruas procurando lixo e sucatas, como ela fez, e que o projeto
pode ser adaptado. Um caminho para isso é pedir aos alunos que levem para a escola materiais recicláveis e o
que não se utiliza mais em casa. A partir dos conceitos de sustentabilidade, o educador, por sua vez, pode levar
um novo problema, como uma questão importante para a comunidade e o entorno da escola. “São ‘n’
possibilidades que o professor pode explorar e pode, também, abrir isso para a comunidade escolar. O que é
muito importante porque dá voz e protagonismo aos alunos, desafiando eles a fazer o trabalho proposto”,
explica. 
Outro ponto importante é que o projeto é autossustentável. Isso porque, no começo, Débora e seus alunos
perceberam que muitos materiais que eram retirados da rua não eram aproveitados, como o vidro. Eles então
venderam o que não seria utilizado e, com o dinheiro, compravam materiais que eventualmente faltavam para a
produção dos protótipos. 
LEIA MAIS 7 benefícios para trabalhar com a robótica com sucata
Como posso desenvolver o projeto na minha escola? 
- Proporcione pesquisas e rodas de conversa;
- Dê asas à imaginação;
- Aulas de sensibilização sobre sustentabilidade, aulas públicas pelo bairro e conversa com os moradores e
comércios da região. 
- Trabalhe a linguagem de programação. Recomendo Scratch S4 e Ardublock, dois programas que utilizo com os
alunos. Ambos são softwares livres gratuitos e são bastante intuitivos;
- Comece simples, quando iniciei com as turmas, fiz uma oficina com o carrinho movido a balão de ar, explicando
na prática a 3ª lei de Newton, depois realizamos aulas para a explicação de circuito aberto e fechado, como
acender um led, como fazer o motor girar, com o tempo evoluímos e construímos diferentes protótipos,
utilizando a interdisciplinariedade e também materiais que encontramos; 
- Monte fichas de investigação e observação para anotações;
- Leve materiais recicláveis para a sala de aula, como tampinha, papelão, rolinho, caixas, garrafa pets, canudos,
palito de sorvete, palito de churrasco, entre outros;
- Oriente os alunos durante a criação dos protótipos e faça questões provocadoras;
- Envolva a comunidade escolar e dê aos alunos a oportunidade de apresentar os seus trabalhos dentro da escola
e fora dela também, como feiras e exposições;
- Deixe a criatividade e a inventividade invadir a sala de aula.
 
ROBÓTICA COM SUCATA PROMOVENDO A SUSTENTABILIDADE - DÉBORA
GAROFALO
/conteudo/14423/robotica-como-construir-prototipos-usando-baixos-recursos
/conteudo/9088/7-beneficios-para-trabalhar-com-a-robotica-com-sucata
http://s4a.cat/
https://sourceforge.net/projects/ardublock/
Foto: Acervo Pessoal/Débora Garofalo
Indicação: Ensino Fundamental
Disciplinas: Tecnologia, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Arte
Duração: tempo indeterminado
O que é o projeto?
O projeto Robótica com Sucata promovendo a sustentabilidade foi desenvolvido e
estruturado para transformar a vida de crianças e jovens da periferia de São Paulo e traz ao
palco a construção de utensílios reciclados do lixo retirados das ruas de São Paulo como
forma de mediar a construção de conhecimento de conteúdos curriculares, de eletrônica e
de robótica. O projeto tem atuado diretamente na transformação da vida de 2.000 jovens e
crianças da comunidade escolar da rede pública, que participam ou já participaram do
projeto. O trabalho é organizado para mobilizar uma prática pedagógica e formativa que
incentive a aprendizagem do aluno pela sua criatividade e o estimula a experimentação de
ideias e exploração de pesquisas para propor soluções locais à comunidade. Uma dessas
soluções que se destaca é a reciclagem feita pela coleta de recicláveis de São Paulo que dão
origem a construção de robôs e materiais de eletrônica. O projeto ainda propõe a
construção de carrinhos motorizados, robôs pessoais com placas programáveis como
arduinos e microbit, máquina de refrigerante, aspirador de pó, entre outros. Desta forma, o
Robótica com Sucata envolve diversas áreas do conhecimento, possibilitando uma
aprendizagem mais ativa e atuante ao aluno. Mais do que isso, o projeto tem ajudado a
pensar a escola que não só produza conhecimento, como também traga contribuições
locais, como: a retirada de lixo das ruas de São Paulo, 1 tonelada de materiais recicláveis,
transformando em protótipos com funcionalidades específicas, estimulando a
responsabilidade social e o pensamento científico.
Do que vou precisar? 
- Placas programáveis;
- Leds;
- Motores;
- Fios;
- Programas para trabalhar programação, como Scratch S4 e Ardublock (gratuitos);
- Referências na internet, como o canal no YouTube Manual do Mundo.
Quais os objetivos de aprendizagem trabalhados? (BNCC)As 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estão presentes em
todo o trabalho, uma vez que coloca a Tecnologia como uma delas. Além disso, as
habilidades socioemocionais também são trabalhadas, uma vez que o trabalho reforça o
http://s4a.cat/
https://sourceforge.net/projects/ardublock/
https://www.youtube.com/channel/UCKHhA5hN2UohhFDfNXB_cvQ
autocuidado, a autogestão e é uma premissa da Tecnologia desenvolver, por exemplo, a
empatia e a colaboração. 
E os desafios? Como encará-los? 
“Os primeiros desafios foram trazer os colegas para fazer parte do trabalho e, depois, mudar
o olhar da gestão. Lembro da minha primeira aula realizada fora do laboratório de
Tecnologia. Minha coordenadora falou para mim: ‘Eu nunca imaginei um trabalho de
Tecnologia fora da sala de aula’. Então foi preciso muita resiliência para poder mostrar
culturalmente para os atores da própria escola que era possível inovar. A outra etapa foi
fazer o mesmo, mas com os pais, que tinham certa resistência em relação às crianças com o
lixo, de olhar que pegar o lixo da rua não ia resolver o problema deles. Ao longo do tempo,
foi um trabalho de bastante convencimento, culturalmente, sempre mostrando que eles
podiam fazer a diferença. Foi tudo aos poucos, afinal, é um trabalho de 4 anos. Precisou ser
aos poucos para termos grandes resultados e para que se tornasse uma metodologia de
ensino como é hoje”, conta Débora. 
E no final? O que meus alunos vão aprender?
“O principal aprendizado é mostrar que é possível fazer muito com pouco. E, quebrar um
paradigma de ensino no Brasil. Os alunos colocam isso para mim de forma forte, que não
tinham ideia de que podiam fazer robótica, que era coisa de escola particular. A gente
quebra isso quando olhamos para aquilo que temos no nosso meio e transformamos isso
em protótipos. Vemos hoje o país influenciado por esse trabalho e também buscando
outras vertentes. Além disso tudo, foi dar novos sonhos a essas crianças e elevar os índices
escolares, como saltar de 4,2 para 5,2 no Ideb, diminuir 93% da evasão escolar, combate ao
trabalho infantil, e retirada de 1 tonelada de lixo das ruas de São Paulo”, explica a
educadora. 
Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de
Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo.
Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na
temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e uma das
dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.
 
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