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Taiane Viana Farmacologia - Conceitos Diferença fármaco e agente tóxico = dose Fármaco pode produzir toxicidade (mesmo não sendo objetivo), quando a dose ultrapassa a janela terapêutica (intervalo entre a concentração mínima geradora de efeito e a concentração considerada potencialmente tóxica). • Fármacos com janela terapêutica estreita = baixo índice terapêutico (diferença entre a dose terapêutica e a dose tóxica é muito pequena). Dose mínima para produzir efeito = dose ótima/usual. Dose máxima permitida = potencialmente tóxica. • Acima da máxima = excessiva (tóxica). • Abaixo da limiar = insuficiente (subdose) – sem efeitos. Morfina: analgésico opioide de ação central muito potente. Diminui a conscientização da dor → diminui a dor. • Dor: propagação do impulso nervoso doloroso (chega no SNC e precisa ser processado – precisa de neurotransmissores). • Dentro da janela: efeito de analgesia. • Pacientes em cuidados paliativos que utilizam morfina: cuidado para não ultrapassar janela terapêutica (droga pode acumular → produzir efeito tóxico). • Efeito tóxico da morfina = Depressão respiratória (age a nível central – inibe NT excitatórios). Maioria da vezes não atinge janela terapêutica em 1 única dosagem. • Gráfico: ➢ Aumento da concentração plasmática = absorção do fármaco (1ª etapa após administração). ➢ Administra e é eliminado. Ou seja, para atingir a faixa terapêutica (dose de manutenção), precisa de 3 a 4 tomadas/meia vida. ➢ Meia vida = tempo necessário para que metade do fármaco seja absorvido e metade eliminado. • Meia vida é fundamental para o cálculo da posologia: meias vidas acumulam para que toda vez que elimine o fármaco consegue repor em um tempo adequado. • Efeito desejado = dose correta e intervalos adequados = janela terapêutica. Atingir janela terapêutica de forma mais rápida: dosagem terapêutica com dose de ataque: • Com 1 única dosagem já entra na faixa terapêutica. • Nem todos os fármacos consegue. • Geralmente opta por esse modelo terapêutica quando a resposta ao fármaco deve ser mais rápida → situações emergência, surto psicótico, infecções bacterianas graves... • Depois controla com doses menores (usuais) → para manter o fármaco na faixa terapêutica → não pode administrar a dose sempre se não ultrapassa a janela terapêutica. Dosagem tóxica: • Dose utilizada acima da dosagem máxima. • Ao acumular meias vidas ultrapassa janela terapêutica. • Concentrações séricas/plasmáticas do fármaco ficam maiores que a desejáveis. Se sair da janela → mais fármaco livre (sem se ligar ao seu receptor) pronto para produzir efeito tóxico. Benzetacil: absorção lenta → meia vida longa → ação do fármaco por muito tempo no organismo → é liberado aos poucos (acumula no tecido adiposo) → efeito a longo prazo. A dose administrada que faz o fármaco ultrapassar a janela terapêutica. • Meia vida: tempo em que metade do fármaco foi absorvida e metade eliminado. • Fármaco acumula porque, como a dose é maior, não consegue eliminar a mesma quantidade que estou absorvendo (dose administrada é maior que necessária). • Frequência de administração facilita a ultrapassar a janela terapêutica, mas a dose que influencia mais. Dose segura: janela terapêutica não estreita (dose máxima longe da dose tóxica). Ex: corticoide. Dosagem subterapêutica: • Apesar de administrar em um intervalo correto, nunca atinge a janela terapêutica, pois a dosagem é inadequada (concentração do fármaco está baixa) → sem efeito terapêutico. Princípio ativo → resposta farmacológica. - Farmacogenética e farmacogenômica → entender as diferenças individuais, epigenéticas, para saber como o fármaco vai atuar. * Oncologia: tratamento individualizado, levando em consideração esses fatores epigenéticos, para que se tenha resposta melhor ao tratamento. - Farmacoepidemiologia → conhecer epidemiologia da população → doenças mais prevalentes, conhecer razão pela qual a população adoece mais e tentar produzir fármacos mais eficientes para tratar aquela população (epigenética da população). - Farmacoeconomia → o que a população pode receber de tratamento de acordo com as condições socioeconômicas. - FARMACODINÂMICA: compreender o mecanismo pelo qual uma substância química administrada afeta o funcionamento do organismo. - FARMACOTERAPIA: para se ter um sucesso terapêutico no tratamento da doença (farmacologia dos sistemas). - ESPECIFICIDADE: escolher o fármaco mais adequado para certas características fisiopatológicas. - FARMACOCINÉTICA: garantir que o fármaco atinja a concentração adequada. Qual caminho que ele faz para produzir efeito. Características do fármaco ideal (não existe): • Efetividade • Segurança • Seletividade • Reversibilidade • Fácil administração • Mínimas interações • Isenta de reações adversas Como prescrever? • Características da droga: ➢ Via de administração ➢ Efeito tóxico sobre órgão (ex: acumula no osso – uso contraindicado ou maior cautela) ➢ Tempo de eliminação da droga. ➢ Seletividade do fármaco (reações adversas - orientar). • Características do paciente que pode interferir na eficácia do tratamento: ➢ Situações fisiológicas: ▪ Idade (via de administração disponível pode não ser a melhor para a criança, exemplo sublingual); ▪ Sexo (homem é metabolizador mais potente – meia vida menor do que em mulher); ▪ Peso; ▪ Gestação (maioria das drogas são contraindicadas – consegue ultrapassar barreira placentária). ➢ Hábitos do paciente (drogas podem interagir com): ▪ Fumo ▪ Álcool ▪ Alimentação ▪ Utilização de outros fármacos ➢ Doenças ▪ Insuficiência renal ▪ Insuficiência hepática 1ª etapa da farmacocinética: ADMINISTRAÇÃO → ABSORÇÃO → CIRCULAÇÃO SISTÊMICA → TECIDO ALVO → RECEPTOR → PRODUZIR EFEITO. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA → DISTRIBUÍDO → TECIDO ALVO E NÃO (REAÇÃO ADVERSA OU TECIDO DE DEPÓSITO). Quando o fármaco é depositado no tecido adiposo não produz ação nenhuma, não se liga a receptor e produz efeito. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA → METABOLIZAÇÃO (FÍGADO) – PRIMEIRO PASSO PARA O FÁRMACO SER ELIMINADO (EXCREÇÃO -RIM). - Medicamento de referência: • Ex: novalgina. • 1º laboratório que desenvolveu recebe a patente por muito tempo (só esse laboratório pode produzir esse medicamento). Patente dura em torno de 10/20 anos. • Quando a patente é quebrada, outros laboratórios recebem a receita para produzir esse medicamento. • Medicamento de referência = primeiro a ser desenvolvido + passar por todos os testes. • Demora chegar ao comércio. Investimento grande. Por isso ganha patente (para ser interessante para laboratório desenvolver novo fármaco → retorno do investimento). • Mais caro. - Medicamento genético: • Dipirona sódica. • Cópia fiel do medicamento de referência (mesma forma farmacêutica, mesma concentração, tempo de meia vida, tempo de absorção, tempo de desintegrar). • Passa pelos testes de biodisponibilidade e biossegurança. • Recebe o “G”. • Testes realizados por laboratórios oficiais. • Podem ser intercambiáveis, pode trocar de referência pelo genérico. • Não tem nome comercial – o nome é o princípio ativo. - Medicamento similar: • Laboratório que produz pega a receita do medicamente de referência, mas os testes são feitos por laboratórios não oficiais da ANVISA (por isso é mais barato). • Grau de confiabilidade é menor que os medicamentos genéricos. • Pode ter nome comercial (assim como o de referência). • Maior margem de lucro das farmácias (mais baratos e testes mais baratos). • Mesma forma farmacêutica, mesma concentração... do de referência. Mas o teste que comprova essa cópia não são testes oficiais do laboratório da ANVISA. É outro laboratório de controle de qualidade. - Luftal (simeticona - princípio ativo) → medicamento similar.* Flagas é o medicamento de referência. Medicamento manipulados é tipo o medicamento similar, mas não tem grau de exigência para os teste, mas tem controle de qualidade. Medicamento de referência pode ser trocado por um genérico e por um similar equivalente. Medicamente de referência não pode ser substituído por similar, a não ser que o médico coloque na receita. Depois que a patente é quebrada, o medicamento similar e genérico não pagam nada para o de referência. SUS maioria das vezes são os similares. Conta pública é licitada. Posologia = dose x frequência de administração. Biodisponibilidade = é uma medida de extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação. Ex: comprimido de 25mg → administrado → chega ao estomago → desintegrado (dissolvido) → princípio ativo dissolvido na farinha atinge circulação sistêmica (precisa estar na sua forma ativa). • Forma ativa = forma livre = sem estar ligado a nada. • Para o fármaco ser transportado, muitas vezes, precisa de mecanismos transportadores (principal molécula transportadora utilizada pelo fármaco é a albumina). • Fármaco ligado a albumina para fazer transporte de membrana não produz ação nenhuma, não consegue ir para o tecido alvo. • Quando chega na circulação sistêmica (sangue), se estiver ligado a albumina, é uma parte inativa. • Molécula que desliga da albumina e fica livre na corrente sanguínea = porção ativa do fármaco. • Fármaco só consegue continuar seu caminho se estiver livre. • Biodisponibilidade = quantidade da droga que chega na forma ativa na circulação sistêmica pronta para seguir o seu caminho/atingir o alvo. • Diversos fatores interferem na biodisponibilidade. Ex: afinidade à molécula transportadora (principalmente), perdas no processo de absorção. • Droga administrada pela via intravenosa = 100% de biodisponibilidade = chega diretamente no sangue. Por isso medicamento intravenoso faz efeito mais rápido, pois ele pula a etapa de absorção. • Droga administrada por via oral nunca vai ter 100% de biodisponibilidade. Meia vida = é o tempo necessário para que metade de uma substância seja removida do organismo por um processo químico ou físico. • Tempo necessário para que metade da droga administrada seja eliminada. • A partir dela que calcula a posologia. Prescrição → uso racional de medicamentos (quando os pacientes recebem medicamentos apropriados a suas necessidades clínicas, em doses adequadas a suas particularidades individuais, por período de tempo necessário e com baixo custo para eles). • Não adianta ter medicamento com melhor efeito para a pessoa se ela não é capaz de comprar ele. • Não adianta prescrever anti-hipertensivo e não acompanhar utilização e o tempo. Quem renova receita na UBS normalmente não é o médico. • Há mortes e complicações por intoxicação por medicamentos.
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