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SITUAÇÕES-COMPLEXAS-EM-ATENDIMENTO-PRÉ-HOSPITALAR

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1 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO AO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR........................... 3 
2 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ................................. 4 
2.1 Da legislação à prática ......................................................................... 9 
2.2 Sistema desarticulado .......................................................................... 9 
2.3 Perspectivas ....................................................................................... 10 
2.4 Corpo de Bombeiros Militar ................................................................ 11 
2.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ......................... 12 
2.6 Bombeiros x SAMU ............................................................................ 13 
3 SITUAÇÕES QUE REQUER O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ..... 14 
4 ASPECTOS ÉTICOS RELACIONADOS AO ATENDIMENTO DA VÍTIMA ... 
 .................................................................................................................. 15 
4.1 Situações de atendimento de emergência pré-hospitalar................... 17 
5 HEMORRAGIAS ...................................................................................... 18 
5.1.1 Classificação Das Hemorragias ................................................... 18 
5.2 Consequências Da Hemorragia ......................................................... 19 
5.3 Reconhecimento Das Hemorragias .................................................... 20 
5.4 Conduta Pré-Hospitalar ...................................................................... 20 
5.5 Choque ............................................................................................... 22 
5.5.1 Causas ......................................................................................... 22 
5.5.2 Sinais e Sintomas ......................................................................... 22 
5.6 Condutas de suporte básico de vida no choque ................................. 22 
6 FERIDAS .................................................................................................. 23 
6.1 Ferida fechada - pele integra .............................................................. 23 
6.2 FERIDA ABERTA - pele aberta .......................................................... 23 
6.2.1 Escoriações - lesões corto-contusas – lacerações ....................... 23 
7 FRATURAS, LUXAÇÕES, ENTORSES.................................................... 27 
7.1 Complicações das fraturas e das luxações ........................................ 28 
7.2 Princípios básicos de imobilização ..................................................... 29 
7.3 Traumatismo crânio-encefálico (TCE) ................................................ 30 
7.4 Lesões de couro cabeludo ................................................................. 30 
7.4.1 Abordagem da vítima ................................................................... 30 
7.5 Trauma raqui-medular (TRM) ............................................................. 31 
 
2 
7.6 Equipamentos de imobilização cervical .............................................. 32 
7.6.1 Colar Cervical ............................................................................... 32 
7.7 Trauma ocular .................................................................................... 32 
7.8 Trauma de nariz ................................................................................. 33 
7.9 Trauma da boca ................................................................................. 33 
7.10 Trauma de orelha - pavilhão auditivo .............................................. 34 
7.11 TRAUMA DE TÓRAX ...................................................................... 34 
7.12 Trauma abdominal .......................................................................... 35 
7.13 Trauma no idoso ............................................................................. 36 
7.14 Trauma na grávida .......................................................................... 36 
7.15 TRAUMA EM CRIANÇA.................................................................. 36 
8 TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA .......................................................... 39 
8.1 Equipamentos de transporte .............................................................. 39 
8.2 Improvisação de equipamentos .......................................................... 39 
8.3 Seleção do método apropriado para transporte ................................. 40 
8.4 Posição do paciente durante o transporte .......................................... 40 
8.5 Transporte aéreo ................................................................................ 40 
9 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ...................................................................... 42 
10 ESTADOS DE MAL SÚBITO DOR TORÁCICA..................................... 43 
11 DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO ENFERMEIRO EM A.P.H .... 45 
11.1 Condições de trabalho nos serviços de APH móvel ........................ 47 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 50 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO AO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
O atendimento pré-hospitalar (APH) caracteriza-se como o conjunto de 
medidas e procedimentos técnicos que objetivam o suporte de vida à vítima, podendo 
ser básico ou avançado, estabelecendo-se padrão vital que mais se assemelhe à 
normalidade, tendo como conceito supremo não agravar lesões já existentes ou gerar 
lesões que não existiam, bem como transportar a vítima/paciente/cliente para o centro 
hospitalar terciário apropriado ou centro de trauma credenciado. 
Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento pré-hospitalar pode ser definido 
como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção aos portadores de 
quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora 
do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte. (Ramos 
– 2005). 
 
 
Fonte: etecnivel.com.br 
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH), conforme preconiza o Ministério da 
Saúde (BRASIL, 2003), por meio da Política Nacional de Atenção às Urgências, é 
definido como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores 
de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem 
fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte. 
 
4 
Os serviços de atendimento pré-hospitalar devem contar com a equipe de 
profissionais oriundos da área da saúde e não oriundos da área da saúde. A equipe 
de profissionais oriundos da área da saúde deve ser composta por coordenador do 
serviço, responsável técnico (médico), responsável de enfermagem, médicos 
reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros assistenciais, auxiliares e 
técnicos de enfermagem. 
O reconhecimento da efetividade da assistência precoce às pessoas em 
situação de emergência, seja por mal súbito, acidentes ou violência, resultou no 
surgimento de vários serviços de saúde públicos e privados, de atendimento pré -
hospitalar (APH) e de remoção inter-hospitalar. (Gentil – 2008). 
De acordo com a Portaria n.º 2048/GM, de 05 de novembro de 2002, e ampliada 
em 2006, a qual faz parte da Política Nacional de Atenção às Urgências, a área de 
Urgência e Emergência constitui-se em um importante elemento da assistência à 
saúde e normatiza o serviço de APH. Ainda, estabelece regras que vão desde a 
especialização da equipe até as características dos veículos e os equipamentos a 
serem utilizados nas ambulâncias (BRASIL, 2006). 
Para Ramos e Sanna (2005), o Atendimento Pré-Hospitalar, tem sido objeto de 
atenção da sociedade e sabe-se que os órgãos governamentais têm se preocupado 
em organizar melhor esse tipo de atenção à saúde, tornando esse modelo, um assunto 
de debate constante em diversos meios de comunicação. 
2 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALARConsideramos que o atendimento pré-hospitalar é toda e qualquer assistência 
realizada direta ou indiretamente fora do âmbito hospitalar através dos diversos meios 
e métodos disponíveis, com uma resposta adequada à solicitação a qual poderá variar 
de um simples conselho ou orientação médica ao envio de uma viatura de suporte 
básico ou avançado ao local da ocorrência, visando a manutenção da vida e/ou a 
minimização das sequelas (LOPES; FERNANDES, 1999). 
Ainda no século XVIII, os primórdios do atendimento a urgência e emergência 
foram durante as grandes guerras do período napoleônico, quando em 1792 o 
cirurgião da Grande Armada de Napoleão Bonaparte idealizou uma “ambulância” 
(uma carroça puxada por cavalos), Baron Dominique Jean Larrey, deu início aos 
cuidados dos soldados feridos, os quais eram transportados em carroças de tração 
 
5 
animal para lugares longe dos campos de batalha onde recebiam os primeiros 
atendimentos pelos militares médicos. Só durante as guerras do Vietnã e da Coréia é 
que aparece a figura do enfermeiro no Atendimento Pré-hospitalar - APH prestando 
atendimento aos feridos (MERLO, 2009). 
 
 
Fonte: www.ebah.com.br 
CAMPOS, (2005) afirma que um grande marco para a história mundial ocorreu 
na era napoleônica, na Prússia, no final do século XVIII, quando o barão Dominique-
Jean Larrey desenvolveu um sistema de cuidados médicos para o exército francês). 
A ideia, a princípio, era prestar cuidados aos feridos nos campos de guerra, com 
enfoque no transporte deles para os “hospitais de campanha”, onde seus ferimentos 
seriam tratados, para voltarem ao combate. 
Naquela época Dr. Dominique desenvolveu alguns princípios de atendimento 
de urgência usados até hoje como: rápido acesso ao paciente por profissional 
treinado, tratamento e estabilização no campo de batalha, rápido transporte aos 
hospitais de campanhas com apropriados cuidados médicos durante o transporte. 
Essa experiência desenvolvida pelo cirurgião alastrou-se para as outras guerras que 
serviram de alavanca para o desenvolvimento do atendimento ao traumatizado. 
(RETKA-2005). 
 
6 
 
Fonte: www.fen.ufg.br 
Em 1955 na França, surgiram as primeiras equipes móveis de APH, somente 
em 1968 nasceu o SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), já nos 
moldes do funcionamento que ocorre hoje. Em 1989, São Paulo foi a primeira cidade 
em implantar o serviço no Brasil com o Projeto Resgate, no Rio de Janeiro, na mesma 
época nasceu o Grupo de Emergência do Corpo de Bombeiros, em Porto Alegre, a 
implantação do SAMU se deu em 1995, através de um termo de cooperação técnica 
com a França. Estados Unidos da América (EUA) e França até hoje são as referências 
mundiais em APH, uma vez que possuem um sistema mais desenvolvido nos quais 
os enfermeiros tem sua função consolidada e reconhecida em seus sistemas de 
atendimento (RAMOS; SANNA, 2005). 
No mesmo ano, foi criada a primeira equipe de reanimação móvel francesa 
(SAMU PARIS, 2011). No ano seguinte, foi criando oficialmente o Serviço Móvel de 
Urgência e Reanimação (SMUR) francês com Unidades Móveis Hospitalares (UMH), 
denominadas Hospital Móbile Intensive Care Units (H-MICU). Três anos depois, 
nasceu o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências francês (SAMU), cuja finalidade 
era coordenar as atividades dos SMUR a partir de um centro de regulação médica 
(FERNANDES, 2004). 
 
7 
No Brasil o surgimento dos serviços de emergência pré-hospitalar foi 
influenciado pelos modelos americano e francês. A França destaca-se no cenário 
mundial pelo seu serviço APH, por construir um modelo bastante eficiente, com 15 
órgãos permanentes e temporários, obedecendo a uma orientação centralizada, 
amparada por legislação pertinente, bem como recursos humanos e materiais de 
acordo com as necessidades levantadas por planejamento. (FERRARI, 2006). 
 
 
Fonte: www.comunidadesocorrista.com.br 
O modelo francês é centralizado numa rede de comunicações e baseado na 
regulação médica. Todas as chamadas são avaliadas por um médico, que define a 
resposta mais eficiente, maximizando os recursos disponíveis. Essa experiência vem 
sendo avaliada há anos, mostrando ser importante instrumento para as ações em 
saúde, uma vez que permite o conhecimento das necessidades reais da vítima e dos 
recursos disponíveis à prestação da assistência, dentre outras informações, 
possibilitando o gerenciamento da demanda (FERNANDES, 2004). 
O serviço de APH no Brasil tem um histórico ligado à instituição militar. O 
primeiro registro pode ser observado em 1899, quando o Corpo de Bombeiros do Rio 
de Janeiro (CBMRJ), capital do país na época, colocou em ação a primeira ambulância 
de tração animal, para realizar atendimento no ambiente fora do hospital (SESSC, 
2006). 
O contexto histórico do atendimento de emergência tem como base a descrição 
de um evento Brasileiro, a criação do Socorro Médico de Urgência. O início das 
 
8 
atividades de organização desse serviço aconteceu no Rio de janeiro, com iniciativa 
tanto do poder público quanto das instituições privadas preocupadas com os acidentes 
nas ruas. A primeira lei vetada data de 1893 pelo prefeito Pereira Passos do então 
Distrito Federal e aprovada pelo Senado somente em 1902, iniciando as atividades 
finalmente em 1904. (Guerra, 2001). 
Ao retroceder no tempo, identificamos serviço pioneiro de APH no Brasil 
datando de fins do século XIX. Martins e Prado (2003), resgataram que em 1893, o 
Senado da República aprovara a lei que estabelecia a presença do socorro médico de 
urgência em via pública, na capital do país, então Rio de Janeiro. Através do Decreto 
nº 395/1893 do Estado de São Paulo, estabeleceu a responsabilidade do Serviço 
Legal da Polícia Civil do Estado para atender as ocorrências. A partir de 1910, com o 
Decreto nº 1392, tornou-se obrigatório a presença de profissionais médicos em 
acidentes e incêndios. (AZEVEDO-2002). 
O Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), oferece atendimento imediato 
às pessoas em risco iminente de morte, principalmente nos acidentes traumáticos, 
com o objetivo de reduzir o impacto do trauma na morbidade e mortalidade da 
população acometida. O Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU) se 
caracteriza por oferecer atendimento às pessoas em situações de urgência ou 
emergência, no próprio local de ocorrência do evento, garantindo um atendimento 
precoce. Tais serviços são acionados por telefonia de discagem rápida por meio do 
número 192, padronizado em todo o território brasileiro. (FIGUEIREDO-2009). 
 
Fonte: keywordsuggest.org/gallery/920654.html 
 
9 
2.1 Da legislação à prática 
Após duas arrastadas1 décadas de evolução legislativa na área de urgência e 
emergência, principalmente, em sua fase pré-hospitalar, o Brasil tem uma legislação 
ampla, contudo, longe de ser completa. Adicionando-se a isso, não há uma 
padronização de todos os serviços de atendimento pré-hospitalar (APH) brasileiros, 
poucos se adequaram às normas da Portaria n.º 2048/GM. Segundo Mir/2004, 
“Atualmente, as estruturas dos serviços de atendimento pré-hospitalar do Brasil são 
diferenciadas, com várias identificações, atuações, atividades, competências, 
dificultando a implantação de um método nacional”. 
2.2 Sistema desarticulado 
A desarticulação acontece, primeiramente, na porta de entrada das 
emergências, ou seja, nas centrais telefônicas, estas recebem ligações da população 
solicitando assistência. No Brasil temos diversas organizações responsáveis pelo 
atendimento de emergência, as principais e públicas, são: Corpo de Bombeiros; 
SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); Defesa Civil e Polícia Militar. 
Com os números: 193, 192, 199 e 190, respectivamente. 
Apenas em poucos lugares há a comunicação direta entres os serviços. Em 
Araras/SP, por exemplo, há certa integração entre o Corpo de Bombeiros e o SAMU, 
os dois são coordenados por uma central telefônica,a qual distribui as ocorrências, 
porém outras instituições não participam. 
O vasto território brasileiro clama por uma central única, como o 911 dos EUA 
ou o 000 da Austrália, os quais o circunstante liga e informa sua emergência, ao 
receber a chamada, o atendente (com treinamento específico) avalia a natureza do 
evento e despacha a ocorrência para os órgãos mais próximos e competentes para o 
atendimento (Paramédicos, Bombeiros ou Polícia). 
Além disso, em caso de emergência médica, o atendente instrui o solicitante a 
realizar os primeiros socorros, aumentando a possibilidade de sobrevida da vítima. A 
centralização das chamadas de emergência em apenas um número, permitiria, no 
Brasil, à integração entre os setores e, consequentemente, uma melhor e mais rápida 
 
1 Paulo Pepulim;2010 http://aphbrasil.blogspot.com.br 
 
10 
resposta às emergências. Vale ressaltar que a memorização de um único número 
seria mais fácil para toda a população. 
Nossa coaptação entre os setores vai além. A falta de um canal de 
comunicação entre as unidades de APH e o hospital, provoca um grave retardo no 
atendimento da vítima no centro de tratamento definitivo. Por exemplo, se uma 
unidade de suporte avançado atende um paciente com traumatismo penetrante 
cardíaco, mas não tem como se comunicar com o hospital de referência, ao chegar à 
sala de emergência, a equipe cirúrgica não estará imediatamente pronta para a 
intervenção. O sistema de comunicação, de preferência direta (via rádio), entre APH 
e pronto socorro (PS) é imprescindível para um melhor prognóstico das vítimas de 
trauma. 
Outra divergência é a falta de inter-relacionamento das equipes do PS com a 
do APH. O elo entre os dois segmentos do atendimento é o médico regulador, o qual 
deve, ao início de cada plantão, entrar em contato com os coordenadores dos 
hospitais de referência para inquirir a capacidade de atendimento de cada centro (esta 
é umas das funções obrigatórias do médico regulador). Tal medida evitaria grande 
parte do atrito entre as equipes. 
2.3 Perspectivas 
O Brasil tem um longo caminho pela frente. As dificuldades são diversas, não 
há uma intersetorialidade concreta entre os responsáveis pelo atendimento de 
emergência. Não obstante, há esforços sendo feitos. Muitos serviços, por conta 
própria, criam seus canais de comunicação e articulação com os demais setores, 
assim como, muitos tripulantes das unidades de resgate se comunicam via telefone 
(muitas vezes particular) com o hospital de destino. 
A articulação entre os setores tem sido o foco de muitas discussões, demos um 
grande salto com a regulamentação do APH, mas no que tange a formação acadêmica 
dos profissionais envolvidos com a emergência evoluímos pouco. Acredito que o Brasil 
tenha um futuro promissor no APH, só que para isso é necessário um diálogo extenso 
entre as secretarias de saúde e os serviços de APH existentes no país. 
 
11 
2.4 Corpo de Bombeiros Militar 
Criado em 1856 por Dom Pedro II, o Corpo de Bombeiros dispõe de diversos 
grupamentos, entre eles, o GSE (Grupamento de Socorro e Emergência) que é 
responsável pelo atendimento pré-hospitalar (APH). 
 
 
Fonte: www.osul.com.br 
Desenvolvido a partir de 1981, foi o pioneiro no resgate de vítimas feridas e 
atualmente funciona sob um modelo fora das normas do anexo da Portaria nº 
2048/GM, desprovido de regulação médica, integração com o Sistema Único de 
Saúde (SUS) e formação, dos profissionais tripulantes de ambulâncias, por meio dos 
Núcleos de Educação em Urgências (NEUs). Por outro lado, é o órgão público 
responsável pela maioria dos atendimentos às vítimas de trauma. 
A estrutura do GSE, no que tange o atendimento pré-hospitalar, é formada por 
unidades básicas, tripuladas por condutores e técnicos em emergências médicas 
(TEM), e por unidades avançadas, tripuladas por condutores, médicos (militares ou 
não) e TEMs. Algumas unidades dos Corpos de Bombeiros possuem motocicletas, 
conduzidas por bombeiros socorristas e equipadas com materiais de suporte básico 
de vida. Aeronaves de asa rotativa são utilizadas no atendimento às vítimas graves. 
O Corpo de Bombeiros possui uma central telefônica, 193, a qual direciona as 
ocorrências para o quartel mais próximo do evento. Contudo, não há regulação médica 
integrada a outros serviços e as vítimas são quase sempre removidas para os 
 
12 
hospitais de referência. Além disso, os bombeiros não atendem no domicílio. As 
emergências nestes locais somente receberam atenção após 2003, com a 
implantação do serviço de atendimento móvel de urgência. 
2.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 
O SAMU é o principal resultado da Política Nacional de Atenção às Urgências. 
Ele reflete a opção, do Ministério da Saúde (MS), pelo modelo franco-alemão de 
atendimento pré-hospitalar, tendo como principais características a regulação médica 
e integração total com o SUS, assim como, monitorização e regulação total das vagas 
disponíveis em todos os hospitais credenciados pelo MS, sejam públicos ou 
particulares. Segundo o MS, atualmente, o SAMU atende 926 municípios, conta com 
114 serviços e cobre 92.7 milhões de brasileiros. 
A estrutura do SAMU, no que se refere às ambulâncias, é composta de seis 
tipos: A; B; C; D; E; F, respectivamente, transporte, suporte básico, resgate, suporte 
avançado, aeronave de transporte médico e embarcação de transporte médico. As 
unidades de suporte básico são tripuladas por um condutor e um técnico de 
enfermagem, nas unidades avançadas a tripulação é composta por condutor, médico 
e um enfermeiro. 
 
Fonte: www.nossametropole.com.br 
A rede nacional SAMU 192 é a regulação médica das urgências e emergências 
pré-hospitalares. Isso confere um atendimento médico direto e indireto a todas as 
chamadas, permitindo uma resposta mais bem adaptada, assegurando a 
 
13 
disponibilidade de hospitalização, além de organizar o transporte e preparar a 
admissão do paciente no hospital. 
2.6 Bombeiros x SAMU 
A integração entre o SAMU e Bombeiros não é expressiva. Os pioneiros não 
abrem mão do seu sistema de atendimento e sua hierarquia, enquanto o SAMU, 
regulamentado de acordo com todas as portarias vigentes, se propaga como modelo 
nacional. “Mais que um choque de competências, é um embate de diálogo e 
treinamento. O prazo cedido pela Portaria nº 814/GM de 2001 foi de três anos para 
que todos os serviços de APH se adequassem as suas normas, entretanto, a 
padronização nacional ainda não é uma realidade. 
Na maioria das cidades os dois serviços não são integrados e sequer possuem 
comunicação entre si, isso implica, muitas vezes, no acionamento dos dois órgãos 
para a mesma ocorrência, aumentando o gasto público, atrito entre os profissionais e, 
principalmente, deslocando desnecessariamente uma ambulância. Vale ressaltar que 
em algumas cidades, como por exemplo, Araras/SP e Rio de Janeiro/RJ, o Bombeiro 
e o SAMU são integrados, no Rio de Janeiro, especialmente, o Corpo de Bombeiros 
é quem coordena o SAMU, despachando algumas vezes viaturas do 192 para 
ocorrências acionadas pelo 193, inclusive. Isso ocorre porque algumas ambulâncias 
ficam alocadas em quartéis dos bombeiros. 
 
 
Fonte: www.perfilnews.com.br 
 
14 
O conflito entre as duas entidades está longe de ser simples. O diálogo deve 
ser intensificado e direcionado para um ponto comum: Melhor resposta e atendimento. 
No ponto de vista da maioria dos especialistas, mais importante do que discutir a 
padronização dos sistemas é criarem uma regulação médica única e articulada. Talvez 
esse seja o primeiro passo para melhorar o sistema. 
3 SITUAÇÕES QUE REQUER O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
O serviço de atendimento pré-hospitalar é um serviço dinâmico, atende 24 
horas diárias em diversas ocorrências, acidentes de trânsito, quedas, queimaduras, 
agressões e etc. Dentre todas essas situações,algumas, apresentam desafios ético-
legais aos profissionais envolvidos no atendimento. Os dilemas éticos surgem 
geralmente em situações onde há conflitos entre princípios ou valores, mais podem 
ser resolvidos de maneiras diversas, a partir de pesquisas e discussões sobre o tema. 
Entretanto nas situações de emergência quase nunca se dispõe do tempo a estas 
condutas. (Segre Grimberg e Accorsi – 2007). 
A tomada de decisão ética tem duas correntes: a Teleológica e a Deontológica. 
Na Teleológica ou ética das consequências ou dos resultados, o alvo é avaliado 
eticamente pelos resultados da ação, a partir de um paradigma na busca do maior 
bem-estar ao maior número de pessoas, (decisão com mais benefícios); a corrente 
Deontológica, ou ética das intenções ou deveres, que buscam nas ações racionais 
derivadas de princípios universais que devem ser aplicadas em todo o tempo e lugar, 
obedecendo a um imperativo categórico, ou seja, não admite exceções, e “trata cada 
indivíduo sempre como um fim em si mesmo, não somente como um meio”.(Fortes – 
1998). 
 
15 
 
Fonte: centeg.com.br 
No resgate às vítimas encarceradas, é recomendada a capacitação dos 
profissionais por meio de cursos especializados, treinamentos em serviços, e o 
aprimoramento profissional da equipe como parte desse processo de capacitação. 
Atualmente, nas situações de emergência, o consenso internacional recomenda o uso 
de protocolos do Advanced Trauma Life Support (ATLS), também conhecido como 
Suporte Avançado de Vida no Trauma (SAVIT). Portanto, a melhoria deste serviço na 
adoção destes protocolos é de responsabilidade da instituição no qual emprega o 
atendimento pré-hospitalar, a qual deverá facilitar a acessibilidade dos membros da 
equipe aos cursos de atualização periodicamente. (Lima – 2010). 
4 ASPECTOS ÉTICOS RELACIONADOS AO ATENDIMENTO DA VÍTIMA 
Para Fernandes (2008), as questões éticas em relação ao modo de cuidar 
podem ser analisadas de diferentes perspectivas. Os profissionais que atuam no APH 
podem apresentar diferentes pressupostos para decidir se uma ação é certa ou 
errada, muitas vezes, devido ao caráter de urgência. A ética leva o indivíduo a refletir, 
fundamentado em princípios que nortearão suas condutas e tomadas de decisões, 
sendo diferente da moral que se define pela necessidade do homem de instituir regras 
de como se deve viver, as quais provém da própria sociedade. 
 
16 
 
Fonte: www.cqcs.com.br 
Cabe à ética 2problematizar e perguntar o porquê das ações e dos juízos 
morais. Ao fazermos uma reflexão ética, nos perguntamos criticamente sobre a 
consistência e coerência dos valores que norteiam nossas ações, buscamos sua 
fundamentação, para que elas tenham significado autêntico em nossas relações 
sociais. 
As proposições da Ética devem ter o mesmo rigor e a mesma coerência e 
fundamentação das proposições científicas. 
Cuidar de modo ético também reflete respeitar os direitos das vítimas, 
considerando a iminência dos riscos diante de cada caso e de sua gravidade. Nesse 
sentido não descartamos a possibilidade de respeitar a autonomia da vítima, quando 
a mesma se encontrar em condições de decidir. A beneficência também é importante, 
bem como a informação e a veracidade dos fatos e do estado da pessoa. 
No atendimento pré-hospitalar de urgência a equipe deve zelar pela proteção 
da vítima, considerando que o profissional deve ter competência não somente técnica, 
mas também humana, apresentando sensibilidade para tomar decisões de forma 
ética, a fim de manter a integridade da pessoa, buscando quais as melhores e mais 
disponíveis soluções que se têm, diante das reais circunstâncias que a vítima se 
encontra. 
 
2 Fernandes MFP. Conflitos éticos da enfermeira: uma abordagem heideggeriana. São Paulo: Escola de Enfermagem 
da USP; 2008. 172p. 
 
17 
Entre os aspectos éticos e legais que devem ser observados durante a 
prestação de atendimento pré-hospitalar, encontra-se a questão do Consentimento 
Informado. Quando a vítima se encontra vulnerável a equipe de socorro deve prover 
avaliação quanto às condições da mesma e, quando julgadas críticas ou com risco de 
morte, o consentimento informado poderia ser dispensado. Pode-se solicitar a 
participação do responsável pela vítima em relação ao consentimento informado. 
O enfermeiro deve respeitar as leis que regulamentam o exercício de sua 
profissão, como o Código dos Profissionais de Enfermagem, a Lei do Exercício dos 
Profissionais de Enfermagem e outros instrumentos éticos e legais. Ainda enfatizamos 
que existem muitas resoluções específicas em enfermagem e, nesse particular, 
citamos a Decisão COREN-SP-DIR/01/2001 que dispõe sobre a regulamentação da 
Assistência de Enfermagem em Atendimento Pré-Hospitalar. 
A Resolução nº 2048 do Gabinete do Ministro (GM), de 5 de novembro de 2002, 
denomina quem são os profissionais da saúde que atuam no APH e o que compete a 
cada um deles, ressaltando que cabe aos bombeiros o atendimento específico de 
Resgate. 
4.1 Situações de atendimento de emergência pré-hospitalar 
Traumatismo é a lesão corporal resultado da exposição à energia (mecânica, 
térmica, elétrica, química ou radiação) que interagiu com o corpo em quantidades 
acima da suportada fisiologicamente. Pode ainda em alguns casos ser resultado da 
insuficiência de algum elemento vital (afogamento, estrangulamento, congelamento). 
O tempo de exposição e o surgimento da lesão devem ser curtos (alguns minutos) 
(OMS - ano 2000). O trauma pode ser intencional ou não intencional e varia de leve a 
grave. 
 
18 
 
Fonte: www.portaldenoticias.net 
5 HEMORRAGIAS 3 
Um indivíduo com 70 Kg possui aproximadamente 4.900 ml de sangue. O 
volume de sangue varia conforme a idade e pode ser estimado utilizando-se o valor 
médio de 80 ml / Kg de peso. Em crianças, o volume sangüíneo é maior, estando entre 
8 e 9% do peso corporal. 
• Hemorragia é a perda de sangue circulante para fora dos vasos sangüíneos. 
• Hemostasia é o controle da hemorragia. 
• Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são: 
1) Contração da parede dos vasos sanguíneos (vasoconstricção) 
2) Coagulação do sangue (plaquetas e fatores da coagulação) 
 
5.1.1 Classificação Das Hemorragias 
 
1 - Tipo de Vaso Sanguíneo - tipo de hemorragias 
 
3 David Szpilman http://www.szpilman.com/biblioteca/medicina/traumas.htm 
 
19 
 Arterial: sangramento em jato. Geralmente coloração vermelho-vivo - 
sangramento grave que pode levar a morte em poucos minutos. 
 Venosa: sangramento contínuo, geralmente de coloração escura - raramente 
fatal. 
 Capilar: sangramento contínuo discreto - pequena importância. 
2 - Profundidade - tipo de hemorragias 
 Externa: sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do 
sangramento. Podem geralmente ser controladas utilizando técnicas básicas 
de primeiros socorros. 
 Interna: sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou se 
exteriorizar. As medidas pré-hospitalares básicas de hemostasia geralmente 
não funcionam. 
3 - Velocidade 
 Quanto mais rápida a hemorragia menos o organismo tolera a perda de sangue 
e mais rápido deve ser o socorro à vítima para o hospital. 
5.2 Consequências Da Hemorragia 
 Hemorragias não tratadas podem provocar o desenvolvimento do Choque. 
Quadro Clínico - varia com o volume da perda de sangue 
 
Hemorragias Classe I: Perdas de até 15% do sangue - 750 ml em adultos 
 Não causam sintomas ou sinais no exame. 
 
Hemorragias Classe II: Perdas entre 15% e 25% do sangue - 750 a 1.500 ml. 
 Ansiedade e queixas de sede 
 Taquicardia - FC entre 100 e 120 bpm. 
 Pulso radial fino - PA normal com o paciente deitado. 
 Taquipnéia (respiração rápida) com FR > 20 por minuto. 
 Pele com suor frio e pálido. 
 
 
20 
Hemorragias Classe III: Perdas entre 25%e 40% do sangue - 1.500 a 2.000 ml. 
 Ansiedade e às vezes agitação e sede intensa. 
 Pele com suor frio e pálido. 
 Taquicardia superior a 120 bpm. 
 Pulso radial fino ou impalpável. PA baixa mesmo deitado ou choque. 
 Taquipnéia importante - FR > 30 p/min. 
 
Hemorragias Classe IV: Perdas superiores a 40% do sangue - >2.000 ml – 
Choque. 
 Nível de consciência alterado, variando entre agitação, confusão mental e 
inconsciência. 
 Pela fria e pálida. 
 Taquipnéia com frequência respiratória > 35 p/min. 
 Taquicardia importante - FC >140 bpm. Vítimas agônicas podem 
apresentar bradicardia. 
 Pulso radial impalpável com pulso arterial carotídeo presente – Choque 
 A perda de mais de 50% do volume sanguíneo causa a morte. 
5.3 Reconhecimento Das Hemorragias 
 A hemorragia pode ser estimada grosseiramente através do sangue 
perdido no local. 
 Pacientes com sinais de choque e lesões externas pouco importantes 
devem apresentar hemorragia interna oculta. Algumas fraturas como as de 
bacia e fêmur podem produzir hemorragias internas graves e choque. 
 Os locais mais frequentes de hemorragia interna são o tórax e abdome. 
Observe presença de lesões perfurantes, equimoses ou contusões na pele 
do tórax e abdome. 
5.4 Conduta Pré-Hospitalar 
1) Exame Primário - ABC da vida 
2) Controle de hemorragias externas: 
 
21 
 Coloque suas luvas ou utilize um pano para manipular a vítima. 
 Coloque compressa limpa sobre o ferimento e efetue a compressão direta 
da lesão. 
 Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque outra compressa 
sem retirar a 1a. 
 Eleve se possível o local do sangramento acima do nível do coração com 
a vítima deitada. 
Na persistência da hemorragia, inicie a compressão direta da artéria que irriga 
a região. Os principais pontos arteriais são os braquiais, femorais e temporais 
superficial. Não utilize torniquete. 
3) Em caso de choque - posicione o paciente com as extremidades 
inferiores elevada. 
4) Imobilize as fraturas exceto naqueles que apresentem sinais de choque. 
5) Em caso de choque transporte o paciente imediatamente para o hospital. 
 
 
Fonte: bombeiroswaldo.blogspot.com.br 
 
22 
5.5 Choque 
 É o estado que resulta da incapacidade em prover sangue suficiente para os 
órgãos. 
 Pressão Arterial sistólica < 60 mmHg. 
 A causa mais comum de choque é a hemorragia. A perda de 1,5 litro ou mais 
de sangue pode produzir choque. 
 
5.5.1 Causas 
 
 Perda líquida (desidratação) ou sangramento (Trauma - hemorragia) 
importante - são as causas mais freqüentes. 
 Infarto agudo do miocárdio em adultos > 40 anos é causa mais freqüente de 
choque. 
 Infecção severa (sepse) 
 Queimadura grave e outros 
 
5.5.2 Sinais e Sintomas 
 
 Confusão, ansiedade até a inconsciência. 
 Pele pálida, úmida com sudorese fria e Sede intensa. 
 Pulso arterial rápido e fraco 
 Respiração rápida 
5.6 Condutas de suporte básico de vida no choque 
1. Exame primário - ABC da vida: administrar 15 litros de oxigênio sob máscara 
em todos os casos. 
2. Controle imediatamente hemorragias externas e imobilize somente grandes 
fraturas. 
3. Posicione a vítima de acordo com a causa do choque. 
 Decúbito dorsal com os membros inferiores elevados na maioria dos casos. 
 
23 
 No caso de infarto do coração a melhor posição é a semi-sentada. 
4. Não administre líquidos ou medicamentos pela boca. 
5. Aqueça o paciente com cobertores. 
6. Transporte imediatamente ao hospital - aumenta as chances de 
sobrevivência. 
6 FERIDAS 
• São as lesões de tecidos corporais produzidos por trauma. 
• Os ferimentos podem ser: 
6.1 Ferida fechada - pele integra 
Contusões 
• A presença de lesões superficial não ameaça a vida, porém alertam para 
lesões de órgãos internos. 
• Equimose - Pele lisa com uma coloração preta ou azulada. 
• Hematoma - Tumoração preta ou azulada visível sob a pele. 
Sucção - Não puxe o membro preso pela sucção, desligue o aparelho (ex: 
bomba de piscina). Com a sucção ocorre trauma local e edema (inchaço). Caso o 
membro não saia do local de sucção deve-se quebrar o local ao redor do orifício de 
sucção. 
6.2 FERIDA ABERTA - pele aberta 
6.2.1 Escoriações - lesões corto-contusas – lacerações 
 
• Escoriações: Lesões superficiais da pele ou mucosas, que apresentam 
sangramento leve e costumam ser extremamente dolorosas. Não representam risco 
ao paciente quando isoladas. 
• Lesões corto-contusas: Lesões produzidas por objetos cortantes. Podem 
causar sangramento de variados graus e danos a tendões, músculos, nervos e vasos 
sanguíneos. 
 
24 
• Lacerações: Grandes lesões corto-contusas, geralmente com lesões de 
músculos, tendões, nervos e sangramento que pode ser moderado a intenso. Grandes 
traumas como ex: acidentes automobilísticos. 
• O socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação 
de curativo e bandagens. Imobilize extremidades com ferimentos profundos. 
• Em pacientes com PA normal efetue a limpeza das lesões de forma rápida. 
No trauma grave este procedimento é omitido para reduzir o tempo de chegada ao 
hospital. 
FERIMENTOS PERFURANTES - perfuração da pele e tecidos por um objeto. 
• O orifício de entrada pode não corresponder a profundidade da lesão. 
• Tratar as condições que causem risco iminente de vida - ABC e Hemorragias. 
• As lesões penetrantes de tórax e abdome devem ser ocluídas o mais rápido 
possível. 
• Lesões perfurantes de tronco e abdome devem ir para o hospital 
imediatamente. 
AVULSÕES - descolamento da pele que pode se manter ligado ao tecido ou 
não. 
• Apresentam graus variados de sangramento, geralmente de difícil controle. 
• A localização mais comum é em membros superiores e inferiores. 
• Coloque o retalho em posição normal e efetue a compressão direta da área 
para controlar o sangramento. Caso seja possível lave o retalho com água corrente 
antes. 
• Caso a avulsão seja completa - lave o retalho com água corrente ou soro 
fisiológico, envolve-lo em pano limpo molhado, coloque-o dentro de um saco plástico 
lacrado dentro de vasilhame com água gelada para o transporte ao hospital. Evite o 
uso de gelo direto sobre o tecido. 
AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS - Separação de um membro ou de uma 
estrutura do corpo. 
a) Exame primário - ABC da vida. 
b) Controle a hemorragia - O controle da hemorragia é crucial na primeira fase 
do tratamento. 
c) Trate o choque se presente. 
d) Cuide do segmento amputado (separado do corpo): 
• Limpe com solução salina ou água corrente, sem imersão em líquido. 
 
25 
• Envolva-o em gaze estéril úmida ou compressa limpa molhada. 
• Proteja o membro amputado com dois sacos plásticos. 
• Coloque o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada. 
• Jamais coloque a extremidade em contato direto com gelo. 
e) Não deve-se demorar no cuidado ao segmento amputado, já que a vítima é 
considerada de alto risco para o choque hipovolêmico. O paciente deve ser removido 
o mais rapidamente para o hospital. 
EMPALAMENTO - perfuração na qual o objeto penetrante está parcialmente 
exteriorizado. 
a) Exponha a lesão retirando a roupa. 
b) Nunca remova objetos empalados, sem que o paciente esteja no ambiente 
hospitalar. 
c) Estabilize o objeto no local encontrado com curativo apropriado. 
d) Não tente partir ou mobilizar o objeto, exceto se isto for essencial para o 
transporte. 
EVISCERAÇÃO - exteriorização de vísceras. 
a) Não tente reintroduzir os órgãos eviscerados. 
b) Cubra as vísceras com pano limpo umedecido em solução salina ou água 
limpa. 
c) Envolva o curativo com bandagem. 
d) Transporte o paciente em posição com o ventre para cima, com os joelhos 
fletidos. 
ESMAGAMENTO - acidentes automobilísticos, desabamentos e acidentes 
industriais. 
• Pode resultar em ferimentos abertos ou fechados. O dano tecidual é extenso 
(músculos, tendões, ossos). Os esmagamentos de tórax e abdome causamgraves 
distúrbios circulatórios e respiratórios, sendo muitas vezes incompatíveis com a vida. 
• No caso de extremidade presa a maquinaria industrial, desligar a energia da 
máquina, e em seguida fazer a lenta reversão manual das engrenagens e retirada do 
membro. Caso não seja possível liberar a extremidade a máquina deverá ser 
desmontada e transportada juntamente com a vítima ao hospital. 
QUEDAS 
• Avaliar; a - Altura, b - Área anatômica do impacto, c - superfície da queda 
(água, asfalto, etc.). 
 
26 
• Relacione os ferimentos na vítima em relação a área anatômica de impacto - 
cuidado com outras leões que não são visíveis como ex; queda em pé - lesão da 
coluna cervical. 
PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO (PAF) 
• Considere o calibre, a velocidade, o tipo de munição e a forma do projétil. 
• Além da perfuração ocorre queima dos tecidos ao redor. 
• Sempre procure o orifício de saída. O orifício de entrada é sempre menor e 
mais discreto que o de saída. 
• Um mesmo projétil pode lesar vários tecidos internamente e o sangramento 
ser volumoso, mesmo com orifício de penetração pequeno. 
LESÕES DECORRENTES DE EXPLOSÕES 
• Vários fragmentos e várias lesões. 
• Avaliar profundidade de penetração e queimaduras. 
MORDEDURAS E PICADAS 
a) Mordida de cão ou gato 
• Lave a ferida com água e sabão de côco. 
• Não feche a ferida com curativos. 
• Encaminhe a vítima ao hospital para avaliação da necessidade de vacinação 
anti-rábica e antitetânica. 
• Mordidas em extremidades do corpo (pés, mãos, orelhas) são consideradas 
mais perigosas para o contágio do vírus da raiva humana. 
• As lambeduras por cães e/ou gatos doentes em tecidos abertos é considerado de 
risco. 
• Mantenha a posse do animal durante 10 dias após o acidente, para avaliação clínica 
do mesmo. Procure o veterinário para isto. 
• O morcego pode também ser portador do vírus da raiva. 
b) Picadas de insetos, aranha, escorpião e cobra. 
• Lavar com água e sabão o local 
• Tentar capturar o animal com segurança para identificar o animal. 
• Não tentar retirar o veneno do local, chupando, cortando, espremendo ou 
garroteando o membro. 
• Conduzir o paciente o mais rápido possível ao hospital pois há risco potencial 
de choque anafilático e ação direta do veneno. 
RESUMO - tratamento das feridas: 
 
27 
• Expor a ferida (retirar roupas). 
• Controlar a hemorragia. 
• Limpar a superfície da ferida (se houver tempo). 
• Curativo com gaze ou pano limpo. 
• Imobilizar o segmento ferido. 
• Estabilizar objetos empalados. 
• Segmentos amputados devem ter cuidados a parte. 
• Utilize sempre luvas 
CURATIVOS E BANDAGENS 
CURATIVO cobre uma ferida protegendo-a de contaminação e auxilia no 
controle de sangramento. O curativo deve ser feito de preferência com material estéril 
ou limpo. 
BANDAGEM fixa um curativo sobre a ferida. Deve ser justa para reduzir 
sangramentos, mas deve permitir a circulação sanguínea. 
Bandagem tipo Atadura: Técnicas de aplicação: 
• Cubra a ferida com o curativo e aplique a atadura. 
• Desenrole pouco a pouco, mantendo pressão uniforme e sobrepondo 50% a 
cada volta. 
• Evite excesso de compressão que possa causar interrupção da circulação. 
Bandagens Triangulares: 
• São as mais versáteis, pois têm múltiplas aplicações e podem ser 
improvisadas com qualquer pedaço de pano (guardanapos, lenços, fraldas, toalhas, 
roupas). 
• Podem ser utilizadas também como imobilizadores. 
• Deve medir 1 metro na base e ter pelo menos 60 cm de altura. 
• Antes de utilizar a bandagem cubra o ferimento com um curativo. 
• Podem ser abertas, dobradas como gravata, ou combinando as duas formas. 
• Inicie na região distal para a proximal do membro e não cubra os dedos. 
7 FRATURAS, LUXAÇÕES, ENTORSES 
Fraturas: interrupção na continuidade do osso. 
• Abertas - ferida na pele sobre a lesão que pode ser produzida pelo osso ou 
por objeto penetrante. 
 
28 
• Fechadas - a pele sobre a fratura está intacta. 
• As fraturas são encontradas em traumas. As fechadas são de pouca 
gravidade, mas em alguns casos causam choque hemorrágico, danos vasculares e 
neurológicos. 
• Dor local e deformidade anatômica. 
• Edema, e hematoma. 
Luxações: lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõe uma 
articulação é deslocada de seu lugar. A lesão dos tecidos pode ser muito grave, 
afetando vasos sanguíneos, nervos e a cápsula articular. Ocorre com maior frequência 
em dedos e ombro. 
Entorses: São lesões nos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou complexo 
com ruptura completa do ligamento. Ocorre com maior frequência nos tornozelos, 
joelhos e punhos. 
Distensões: Lesões aos músculos ou seus tendões. Geralmente são causadas 
por hiperextensão ou por contrações violentas. Pode ocorrer ruptura do tendão. 
7.1 Complicações das fraturas e das luxações 
Lesão Vascular: Algumas fraturas como as de fêmur e bacia, podem produzir 
hemorragias graves levando ao choque hemorrágico. 
Lesão Nervosa: Podem complicar as fraturas e as luxações. Os sintomas são: 
dor, sensação anormal, perda da sensibilidade (anestesia) e/ou dos movimentos 
(paralisia) que pode ser completa. 
Infecção: O socorrista não deve tentar efetuar a limpeza da superfície de ossos 
expostos. 
CONDUTA 
• Exame primário - ABC da vida. 
• Em pacientes com risco de vida iminente não imobilize as extremidades. 
• Transporte o paciente alinhado sobre prancha longa ou objeto similar (prancha 
de surf). 
• A prioridade no tratamento de fraturas é: Coluna vertebral / face, arcos costais 
e esterno / crânio / pelve / pernas / braços. 
• A maioria das lesões ósteo-articulares não causa riscos imediatos de vida, 
sendo avaliadas durante o exame secundário. No entanto, freqüentemente são as 
 
29 
lesões mais evidentes no politraumatizado, desviando a atenção do socorrista de 
lesões ocultas mais graves. 
• Toda lesão de extremidades deve ser imobilizada antes do paciente ser 
movimentado, a menos que as condições locais ofereçam risco de vida para o 
socorrista ou para a vítima. 
• Muitas vezes é impossível diferenciar entre os diversos tipos de lesões no 
ambiente pré-hospitalar. Na dúvida, imobilize. 
7.2 Princípios básicos de imobilização 
1. Descubra a lesão cortando a roupa e inspecione o segmento afetado 
observando feridas abertas, deformidades, edema e hematomas. Sempre compare 
uma extremidade com a outra. 
2. Remova anéis e braceletes que podem comprometer a vascularização. Em 
extremidades edemaciadas (inchadas) é necessário cortá-los com instrumento 
apropriado. Em caso de lesões em membros inferiores deve-se retirar sapatos e 
meias. 
3. Cubra lesões abertas com bandagens estéreis ou panos limpo antes de 
aplicar a tala. 
4. Coloque as extremidades em posição anatômica e alinhada. Se houver 
resistência imobilize na posição encontrada. Aplique a tala imobilizando com as mãos 
o segmento lesado de modo a minimizar movimentos do membro, até que a tala esteja 
colocada. 
5. Verifique o pulso arterial distal a fratura e teste a sensibilidade e 
movimentação de dedos antes e depois da imobilização. Caso os pulsos desapareçam 
depois da imobilização retire o imobilizador, realinhe e reimobilize. No membro inferior 
palpe o pulso pedioso, no superior o pulso radial. 
6. Imobilize o membro cobrindo uma articulação acima e abaixo da lesão. A 
imobilização alivia a dor, produz hemostasia (controle da hemorragia) e diminui a lesão 
tecidual. 
7. Acolchoar imobilizadores rígidos para evitar ferimentos em pontos de 
pressão. 
8. Não reduza fraturas ou luxações no ambiente pré-hospitalar. 
 
30 
9. Aplique bolsa de gelo somente em lesão sem fratura - reduz a dor e o edema. 
Não permita que o paciente ande com lesões em membros inferiores. 
10. Se possível eleve a extremidade após o procedimento. 
7.3 Traumatismo crânio-encefálico (TCE) 
 O TCE é causa importante de morte nos traumas. 
 O Traumatismo Raqui-Medular (TRM) ocorre em 5 a 10% dos casosde 
TCE. 
 70% das vítimas de acidentes automobilísticos apresentam TCE. 
 Os traumatismos da cabeça podem envolver o couro cabeludo, crânio e 
encéfalo, isoladamente ou em qualquer combinação. 
 Trauma com sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta 
ou longa duração pensar em TCE. 
7.4 Lesões de couro cabeludo 
 Podem causar hemorragia devido a sua intensa quantidade de vasos. 
 
7.4.1 Abordagem da vítima 
 
1. Exame Primário - ABC da vida. 
2. Observar cuidados com a coluna cervical: Estabilizar manualmente a cabeça 
e o pescoço. 
3. Controlar hemorragias 
4. Exame Secundário: consciência - AVDI 
• Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE. 
5. Sangramentos via nasal (rinorragia) e pelo ouvido (otorragia) geralmente é 
sinônimo de TCE. 
6. Nos casos onde ocorra vômitos, a vítima deve ser virada em bloco para o 
decúbito lateral de forma a preservar a imobilização da coluna cervical. 
 
31 
7.5 Trauma raqui-medular (TRM) 
 Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal. 
 A coluna cervical é o local mais comum de TRM. 
 As causas mais comuns de TRM são: 
 Quedas. 
 Mergulho em água rasa. 
 Acidentes de motocicleta e automóvel. 
 Esportes. 
 Acidentes por arma de fogo. 
 Mecanismos possíveis de lesão raqui-medular - hiperextensão, 
hiperflexão, compressão, rotação, torção lateral, tração. 
 A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a 
medula espinhal, que liga o cérebro aos órgãos através de nervos. 
 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das 
vítimas de trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado. 
 Lembre-se que 17% dos pacientes com lesões de coluna foram 
encontrados andando na cena do trauma ou foram ao hospital por seus 
próprios meios - sempre imobilize. 
 
Suspeitar de TRM nos seguintes casos: 
• Mecanismo de lesão sugestivo (causas de TRM), mesmo sem sintomas. 
• Vítimas inconscientes que sofreram algum tipo de trauma. 
• Dor em qualquer região da coluna vertebral. 
• Traumatismo facial grave ou traumatismo de crânio fechado. 
• "Formigamento" (anestesia) ou paralizia de qualquer parte do corpo abaixo do 
pescoço. 
• Priapismo (enrijecimento do pênis de forma involuntária). 
• Mergulho em água rasa 
 
Cuidados no TRM 
• Exame primário - ABC da vida 
• Imobilize a cabeça/pescoço em posição neutra com colar cervical ou com as 
mãos. 
 
32 
• Remova o capacete em caso de PCR ou insuficiência respiratória. 
• Não mova o paciente a menos que seja necessário. Caso tenha que movê-lo 
utilize a técnica em monobloco. 
• Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE 
• A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do tratamento 
pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida iminente. 
7.6 Equipamentos de imobilização cervical 
7.6.1 Colar Cervical 
 
Técnica de aplicação: 
 Alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e 
mantenha a estabilização manual. 
 O outro guarda-vidas aplica o colar ao pescoço da vítima. 
 O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se. 
 Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado. 
Improvisação: cobertor ou camisa e cintos 
Imobilizador de cabeça - dispositivo para impedir os movimentos laterais da 
coluna. São dois anteparos de espuma que são fixados a prancha longa através de 
um velcro. 
Improvisação: sacos de areia, tijolos ou anteparos que impeçam os movimentos 
laterais da cabeça. 
7.7 Trauma ocular 
• Causas: corpos estranhos; queimaduras, luminosidade excessiva, agente 
químico, lacerações e contusões. Em traumatismos pode haver exteriorização do 
globo ocular. 
• Sinais e sintomas: Dor, irritação, ardência, visão turva, feridas abertas, objetos 
estranhos. 
 
Conduta pré-hospitalar 
1. Exame primário - ABC da vida 
 
33 
2. Irrigação ocular com soro fisiológico ou água durante vários minutos em caso 
de lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos. 
3. Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem prescrição. 
4. Não remova objetos empalados. Estabilize-os com curativo apropriado não-
compressivo. 
5. Oclua os dois olhos com gaze umedecida, mesmo em lesões de um olho. 
6. Em caso de exteriorização do globo ocular, não tente recolocá-lo. Efetue a 
oclusão ocular bilateral. 
7. Não remova lentes de contato. 
7.8 Trauma de nariz 
Os traumas do nariz levam geralmente a um sangramento leve. 
1. Coloque a vítima sentada com a cabeça para frente. 
2. Comprima ambas as narinas no ponto de inserção das asas do nariz. 
Em caso do sangramento não parar: 
3. Aplique gelo no local de compressão, ou; 
4. Comprima o lábio superior imediatamente abaixo do nariz. 
Ao cessar o sangramento, peça a vítima para: 
• Não assoar o nariz ou espirrar. 
• Após algumas horas, colocar gentilmente um pouco de vaselina no nariz 
afetado. 
Você deve levar a vítima ao hospital se: 
• O sangramento recomeçar. 
• Houver inconsciência - Coloque a vítima em posição lateral de segurança e 
leve-a ao hospital. 
Se houver um objeto estranho (inseto e outros): 
• Retire somente se estiver ao seu alcance. 
• Se não estiver, não introduza pinças ou dedos - Leve a vítima ao hospital. 
7.9 Trauma da boca 
Os traumas na boca levam geralmente a um sangramento. 
 
34 
• Coloque a vítima sentada com a cabeça ligeiramente para frente se não 
houver suspeita de trauma de crânio ou coluna. Isto permitirá que o sangue saia da 
boca. 
1. Lábio - coloque uma gase enrolada ou pano limpo entre o lábio e a gengiva. 
2. Língua - Aplique pressão direta ou coloque gelo. 
3. Dentes 
• Coloque uma gaze enrolada ou pano limpo no local do dente, e peça a vítima 
para morder gentilmente. 
• Coloque o dente em leite ou água. 
• O dente só deve ser colocado no local de onde saiu, se a vítima não for criança 
ou se não houver sangramento importante. 
• A vítima então é levada para o dentista reimplantar o dente, somente nos 
casos onde não houver outras prioridades. O dente deve ser reimplantado em menos 
de 1 hora. 
• Se a vítima estiver inconsciente, coloque-a em posição lateral de segurança. 
• Solicite a vítima que evite engolir o sangue, já que ele produz náuseas. 
7.10 Trauma de orelha - pavilhão auditivo 
• Se houver sangramento, realizar compressão local e avaliar se o sangramento 
é interno (TCE?) - ABC da vida. 
• Se houver objetos estranhos (insetos e outros) retirar somente se estiver ao 
seu alcance, se não estiver não introduza pinças ou dedo, leve a vítima ao hospital. 
7.11 TRAUMA DE TÓRAX 
O tórax contém estruturas vitais como coração, pulmões e vários vasos 
sanguíneos importantes. 
• As lesões mais comuns são as contusões, fraturas de costelas e esterno e as 
feridas penetrantes. 
• Os fatores críticos são: hemorragias graves, distúrbios respiratório e cardíaco. 
Conduta 
• Exame primário - ABC da vida. 
 
35 
• Imobilizar o braço correspondente ao lado da lesão sobre as costelas 
fraturadas. 
• Feridas abertas devem ser cobertas com curativo oclusivo impermeável de 
modo a deixar três bordas vedadas e uma livre permitindo a saída e impossibilitando 
a entrada de ar. 
• Não retire objetos empalados e sim os estabilize na situação em que forem 
encontrados. 
• Trate o choque se houver. 
• Administre oxigênio sob máscara a 15 litros/min. 
• Tome cuidado para que curativos e imobilizações não restrinjam a expansão 
do tórax. 
• Transportar o paciente, se possível, em posição lateral sobre o tórax lesado. 
7.12 Trauma abdominal 
• Podem apresentar hemorragia interna severa. 
• Os traumas abdominais podem ser: 
- o Fechado - causam danos às vísceras sem que haja penetração da cavidade 
abdominal. 
- o Aberto ou penetrante - expõe vísceras ou sangramentos externos. 
• A complicação mais temida é a hemorragia interna, que pode produzir o 
choque, em curtoespaço de tempo. 
 
Tratamento pré-hospitalar 
• Exame primário - ABC da vida. 
• Posicionar a vítima deitada, com pernas flexionadas. 
• Aplicar curativo impermeável e oclusivo umedecido em soro fisiológico nas 
feridas abertas com alças evisceradas (para fora). 
• Nunca tentar recolocar as alças intestinais para dentro do abdome. 
• Aqueça a vítima com cobertores. 
• Não retire objetos empalados. Estabilize-os na situação encontrada. 
• Paciente politraumatizado evoluindo com choque, suspeitar sempre de 
hemorragia interna por lesão de órgãos abdominais. 
• Não forneça líquido ou alimentos a pacientes com trauma abdominal. 
 
36 
• Transporte o paciente ao hospital para avaliação médica o mais breve 
possível. 
7.13 Trauma no idoso 
• ABC da vida 
• Pequenas quedas ou traumas podem causar grandes fraturas 
• A fratura mais comum - colo de fêmur - verifique o membro inferior que estará 
encurtado e com rotação lateral - Imobilize a perna junto com o quadril e o outro 
membro não fraturado, não tente reduzir ou alinhar o membro. 
7.14 Trauma na grávida 
• ABC da vida 
• Não tentar avaliar se o feto está vivo - não perca tempo neste momento. 
• Se o mecanismo de trauma foi frontal - o primeiro trauma foi com feto. 
• A hemorragia vaginal pode ser causa de choque se importante - tratar como 
choque. 
• Cuidado na extricação. 
• Oferecer sempre oxig6enio a 15 litros/min. sob máscara se possível. 
• O transporte de grávida maiores de 6 meses de gestação deve ser feito em 
decúbito lateral esquerdo salvo em casos de suspeita de TRM ou TCE, que deve ser 
em posição neutra. 
• Não oferecer água ou alimentos e cuidado com os vômitos. 
7.15 TRAUMA EM CRIANÇA 
• É um trauma grave e de difícil diagnóstico pois a comunicação e a extricação 
são mais difíceis. 
• Acione sempre um segundo socorrista para lhe auxiliar. 
• Observe que crianças sonolentas ou muito quietas na cena do acidente pode 
significar gravidade. 
• Sempre aqueça a criança e ofereça se possível O2 sob máscara a 10 
litros/min. 
 
37 
• A frequências cardíaca e respiratória são normalmente ligeiramente maiores 
do que o adulto. 
IDADE / Frequência cardíaca / Frequência respiratória 
Recém Nato / 140 - 180 / 45 - 60 
1 ano / 120 - 150 / 40 
6 a 10 anos / 80 - 110/ 25 
> 10 anos / 60 - 90 / 20 
• Na imobilização e no transporte as únicas diferenças para o adulto são: 
 1. A tira do imobilizador de cabeça em vez de passar no queixo passa embaixo 
do nariz. 
2. O recém-nato deve ser manipulado como um todo (sempre em bloco). 
 
Extricação 
• É a retirada da vítima de um local, de onde ela não pode sair por seus próprios 
meios. 
• No caso de confinamento, retire as ferragens e escombros da vítima e não a 
vítima das ferragens. 
Sequência da Extricação 
1. Reconheça a cena. 
2. Obtenha acesso ao paciente 
3. Realize exame primário e ABC da vida 
4. Imobilize o paciente dando prioridade a coluna cervical 
5. Afaste os obstáculos físicos 
6. Remova a vítima 
7. Reimobilize o paciente caso necessário 
8. Transporte a vítima 
 
Extricação de veículos 
1 - Chave de Rauteck: retira rapidamente e sem equipamento, vítima de 
acidente automobilístico do banco dianteiro. Está indicada em situações de risco de 
incêndio ou explosão. 
2 - Retirada de Capacete: As vítimas por acidentes de motocicleta, devem ter 
o capacete retirado antes da chegada da ambulância somente se houver 
inconsciência. 
 
38 
• Fixe a cabeça, solte a jugular do capacete, mantenha a fixação enquanto tira 
o capacete. 
• Após retirar o capacete mantenha a fixação da cabeça e coloque o colar 
cervical 
 
Situações pegue/remova rápido 
• São situação onde o exame primário (ABC) mostra que a vítima está em risco 
iminente de morte e deve ser removido imediatamente para atendimento de Suporte 
Avançado de vida por ambulância ou levado ao hospital. 
• PCR sem resposta. 
•Obstrução de vias aéreas que não pode ser removida de forma mecânica 
• Condições que impeçam de respirar como: Tórax aberto, tórax instável, 
pneumotórax hipertensivo e sangramento pulmonar volumoso. 
• Choque. 
 
Resgate e transporte 
• Se possível não transporte à vítima e aguarde o socorro médico. 
• Em situações de risco iminente para o socorrista ou para a vítima transporte-
o rapidamente para lugar seguro. 
• Os métodos de transporte são precários e podem agravar lesões existentes, 
devendo ser reservados para situações especiais e transportes de curta distância. 
• A presença de riscos no local, n° de pessoas disponíveis, diagnóstico do 
paciente e o local do acidente influenciam o tipo de transporte. 
• A vítima deve ser estabilizada e imobilizada antes do transporte, 
preferivelmente por equipe especializada para não provocar lesões adicionais ao 
paciente. 
• Os movimentos devem ser sempre em conjunto com o outro socorrista. 
Transporte rapidamente quando: 
• Houver perigo de incêndio, explosão ou desabamento. 
• Houver presença de ameaça ambiental ou materiais perigosos. 
• Há impossibilidade de proteger a cena do acidente. 
• Há impossibilidade de obter acesso ao paciente que necessita cuidados de 
emergência. 
• Situação pegue e remova rápido a vítima - situação "load and go". 
 
39 
8 TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA 
1 - Técnicas com Um Socorrista: 
Pacientes capazes de andar 
a - Apoio Lateral Simples 
Pacientes que não podem andar 
a - Arrastamento pela Roupa 
b - Arrastamento por Cobertor 
c - Transporte tipo Bombeiro 
2 - Técnicas com 2 ou mais Socorristas: 
Vítima que pode andar 
Apoio Lateral Simples 
Vítima que não pode andar 
Consciente 
a - Transporte pelas Extremidades 
b - Transporte em cadeirinha 
Vítimas Inconscientes 
a - Elevação em braço 
b - Elevação Manual Direta 
8.1 Equipamentos de transporte 
 Padiola 
 Prancha Longa: É o equipamento indicado para remover pacientes 
politraumatizados. 
 Rolamento de 90 graus: Utilizado para vítimas em decúbito dorsal. 
 Rolamento de 180 graus: Empregado para vítimas encontradas em decúbito 
ventral. 
 Elevação a Cavaleiro: Indicada em vítimas encontradas em decúbito dorsal. 
8.2 Improvisação de equipamentos 
a - Improvisação de prancha longa: porta, prancha de surf, ou uma tábua longa 
e resistente. 
 
40 
b - Improvisação de maca ou padiola: cabos de vassoura, cobertores, paletós, 
camisas, cordas, lonas, sacos de pano. 
8.3 Seleção do método apropriado para transporte 
• Transporte por equipe especializada sempre que possível em ambulância. 
• Nos casos especiais em que não houver ambulância disponível: utilizar 
veículos grandes como caminhonetes, ônibus ou caminhões para que se possa deitar 
a vítima. 
• Dirija com segurança para evitar acidentes. 
8.4 Posição do paciente durante o transporte 
a - Pacientes Não Traumáticos 
Choque com falta de ar: Semi-sentados. 
Choque: Decúbito dorsal com as extremidades inferiores elevadas. 
Inconsciente: Decúbito lateral esquerdo para prevenir a aspiração. 
Gestantes: Decúbito lateral esquerdo em posição de permitir assistência ao 
parto. 
b - Pacientes traumatizados 
Decúbito dorsal sobre a prancha longa. 
8.5 Transporte aéreo 
O guarda-vidas/socorrista deve ter conhecimento da necessidade de transporte 
aeromédico sabendo indicar ou não este tipo de transporte. 
 
41 
 
Fonte: pt.wikipedia.org 
Indicações 
 Vítimas graves em locais de difícil acesso por veículos terrestre. 
 Vítimas graves em locais distantes onde o transporte terrestre atrasar o socorro 
da vítima. 
Acesso ao pouso da aeronave 
 Espaços amplos, planos, livres de obstáculos suspensos (fios elétricos e galhos 
de árvores), com o solo firme e não arenoso. 
 A área mínima para o pouso de uma aeronave é de 20 m2 durante o dia e 30 
m2 à noite. 
Aproximação da aeronave 
 Pela frente ou laterais da aeronave e sempre após autorização do piloto. 
 Evitar o rotor de cauda. 
 Não se aproxime correndo. 
 Nunca se aproxime vindo de um planoelevado. 
 Observar cuidados com objetos altos, tais como suporte de soro, para evitar 
colisões com o rotor principal. 
 Fixar cobertores e outros objetos para evitar ser desprendido com o 
deslocamento de ar gerado pelo rotor. 
 Aproxime-se da aeronave curvado. 
 
42 
9 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 
As doenças4 cardiovasculares ocupam a primeira causa geral de mortalidade 
em nosso meio. Grande número de pessoas morrem no Brasil por ano, decorrente 
principalmente do IAM (Infarto Agudo do Miocárdio). 
Cinquenta por cento das vítimas morrem antes de chegar ao hospital ou nas 
primeiras duas horas após começar a sentir os sintomas. Sendo assim, a morte por 
PCR (Parada Cárdio Respiratória) é a emergência clínica mais importante no 
atendimento pré-hospitalar. 
É fundamental saber reconhecer os sinais e sintomas que possam sugerir uma 
emergência clínica e as medidas a serem tomadas. 
 Algumas pessoas com problemas cardíacos ou diabéticos usam uma pulseira, 
corrente ou carteirinha, identificando o tipo de doença e qual medicamento ou conduta 
a seguir. 
Se a vítima estiver consciente, pergunte se ela tem algum destes dispositivos 
de aviso, se estiver inconsciente procure por estes dispositivos. 
 
 
Fonte: www.isaudebahia.com.br 
 
4 FERGUSON, Sondra G.; HUDDLESTON, Sandra SMITH. Emergências Clínicas. 3. ed.. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2006. 
 
43 
10 ESTADOS DE MAL SÚBITO DOR TORÁCICA 
Pode ser causada por várias situações, menos grave como o stress, ou muito 
grave como um infarto agudo do miocárdio. 
A dor torácica, ou desconforto, pode estar associada a doença pulmonar, 
cardíaca ou ainda por outras causas. 
É a manifestação mais comum entre os pacientes com cardiopatia. As outras 
queixas são a falta de ar, palpitações, fraqueza ou fadiga e tonteira ou síncope. Tal 
como todas as dores súbitas e inexplicáveis, a dor no tórax pode ser um sinal de alerta, 
o indivíduo deve procurar ajuda médica imediatamente. 
 
 
Fonte: seligasaude.com 
CARACTERÍSTICAS 
1-Natureza e intensidade: 
a) Pedir ao paciente que descreva em suas próprias palavras como parece a 
dor – maciça, aguda, contusa, em queimação, opressiva, dolorida, pressão? 
b) Pedir que o paciente quantifique a dor em relação à dor sentida no passado, 
usando uma escala de 1 a 10 (sendo 10 a dor mais grave e 1 a menor dor possível). 
2-Início e duração: 
a) Quando a dor começou? 
 
44 
b) Quanto tempo durou o último episódio de dor? 
3- Localização e irradiação: 
a) Pedir que o paciente aponte a área onde dói mais. (Sinal de Levine positivo: 
pulso cerrado colocado sobre o tórax do paciente; indicativo de dor visceral difusa 
associada à cardiopatia instável). 
b) Perguntar ao paciente se a dor parece movimentar-se (irradiar-se mais 
comumente para o braço esquerdo, mandíbula, costas e região abdominal). 
4- Fatores precipitantes e que aliviam: 
a) Qual atividade o paciente estava realizando exatamente antes da dor 
(caminhando rapidamente, tendo exposição ao frio, ingerindo uma refeição 
condimentada, sentado calmamente, acordado)? 
b) O que alivia a dor (repouso, medicamentos, alteração da posição)? 
5-Sinais e sintomas associados: 
a) observar para náusea, sudorese, dispnéia, fadiga, palpitações, 
desorientação. 
A isquemia causada por um aumento na demanda do fluxo sanguíneo coronário 
e suprimento de oxigênio, o qual excede o suprimento sanguíneo disponível; devido à 
doença da artéria coronária, ou uma diminuição do aporte sem uma demanda 
aumentada decorrente do espasmo da artéria coronária ou trombo. A dor “cortante” e 
intensa que se irradia para as costas e flancos pode indicar aneurisma dissecante 
agudo da aorta. 
Dor precordial aguda (sobre a área cardíaca) que se irradia para o ombro 
esquerdo e parte superior das costas, agravada pelas respirações – indica pericardite 
aguda. 
TRATAMENTO INICIAL 
Assegurar vias aéreas pérvias; 
Afrouxar as roupas; 
Tranquilizar a vítima, com uma abordagem calma e segura; 
Colocar a vítima em uma posição confortável; 
Instalar oxigênio conforme prescrição médica (CPM); 
Verificar sinais vitais (SSVV); 
Administrar medicamentos conforme prescrição médica (CPM); 
Se a vítima estiver inconsciente e PCR (parada cárdio respiratória), inicie RCP 
(reanimação cardiopulmonar). 
 
45 
11 DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO ENFERMEIRO EM A.P.H 
Não só em APH, 5mas também em muitas outras áreas médicas, a dificuldades 
são bem comuns no dia a dia do profissional. As atribuições deste profissional nas 
atividades de urgência/emergência são passíveis refletir sobre a ampla atuação 
multiprofissional na área, respeitando os limites de atuação de cada profissional ou 
instituição. 
 
Fonte: www.portalenf.com 
Dentre as várias atribuições, a importância revelada à educação profissional 
voltada nos procedimentos, o perigo encontrado em muitos locais de atendimento e 
as dificuldades encontradas no acesso ao emprego é marcante em relatos. 
O conhecimento específico historicamente produzido pela Enfermagem está 
voltado para o atendimento das necessidades de cuidado do objeto de sua práxis e 
por isso se consolidou como práticas específicas. 
Desviar a produção e socialização deste conhecimento para o atendimento pré-
hospitalar onde envolver outras responsabilidades assim como dificuldades, pode 
alterar os procedimentos dispensados, através do atendimento inicial, significará uma 
profunda alteração na essência da práxis de enfermagem. 
Ainda que a utilização de protocolos para padronizar a assistência tenha a 
conotação de regulação médicas a serem realizadas por enfermeiros, este 
 
5 Fernando Costa Júnior Atuação Da Enfermagem No Atendimento Pré-Hospitalar; 2014 
 
46 
instrumento pode também ser utilizado para padronizar a assistência exclusivamente 
de Enfermagem, que com todos estes obstáculos, ainda não tem um acesso aos 
serviços. 
 
 
Fonte: top10adversetingseobr2017-01.jelastic.regruhosting.ru 
A partir das reflexões acima, afirma-se que no serviço de emergência pré-
hospitalar, para que o enfermeiro possa prestar um cuidado individualizado, deve estar 
pautado numa metodologia da assistência de Enfermagem, sistematizada que dê 
conta das peculiaridades deste serviço. 
 Por conseguinte, tal metodologia deve estrutura-se no método científico e 
fundamentado num referencial teórico condizente não apenas com a modalidade 
assistencial, mas, também ao contexto em que se insere a assistência. 
As dificuldades fazem parte da vida pessoal e profissional, mesmo que não 
ocorram diariamente, aparecem com bastante frequência, muitas vezes maior que a 
desejável. 
No atendimento pré-hospitalar, onde recursos limitados têm que ser ajustados 
para dar resposta a necessidades de cuidados de saúde nem sempre previsíveis e 
em constante mudança, é realmente um desafio. 
Ao iniciar o atendimento ao cliente, o conhecimento, as atitudes, as habilidades 
e o comportamento a ser adotado devem estar prontamente de acordo com as 
necessidades de cada um a ser socorrido. 
 
47 
Por isso a educação permanente é indispensável e constitui-se como 
ferramenta necessária para manter atualizadas as tecnologias e os avanços 
científicos em relação à administração e o atendimento ao cliente. 
Conforme, Warner (2002), em relação às atividades assistências exercidas pelo 
enfermeiro: 
 Presta o cuidado ao paciente juntamente com o médico; 
 Prepara e ministra medicamentos; 
 Viabiliza a execução de exames especiais procedendo a coleta; 
 Instala sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes; 
 Realiza troca de traqueostomia e punção venosa com cateter; 
 Efetua curativos de maior complexidade; 
 Prepara instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco 
e desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos 
procedimentos diversos; Realiza o controle dos sinais vitais; 
 Executa a evolução do pacientes e anota no prontuário. 
 Dentre as atividades administrativas efetuadas pelo enfermeiro, destaca-
se: 
 Realiza a estatística dos atendimentos ocorridos na unidade; 
 Lidera a equipe de enfermagem no atendimento dos pacientes críticos e 
não críticos; 
 Coordena as atividades do pessoal de recepção, limpeza e portaria; 
 Soluciona problemas decorrentes com o atendimento médicoambulatorial; 
 Aloca pessoal e recursos materiais necessários; 
 Realiza a escala diária e mensal da equipe de enfermagem; 
 Controla estoque de material; 
 Verifica a necessidade de manutenção dos equipamentos do setor. 
11.1 Condições de trabalho nos serviços de APH móvel 
O atendimento pré-hospitalar móvel é a assistência prestada a um primeiro 
nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, 
 
48 
traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo 
acarretar sequelas ou até mesmo a morte. 
 
Fonte: www.primervida.com.br 
Quanto às condições 6 de trabalho, os resultados que versam sobre 
remuneração, carga horária e vínculo de trabalho revelam que os serviços de APH 
móvel não estão imunes aos desafios impostos pelas demandas do trabalho 
contemporâneo, as quais envolvem intensificação do trabalho, com exigência de 
ritmos acelerados de produção, sobrecarga e precariedade nas relações trabalhistas. 
Essas condições impróprias têm agregado aos riscos tradicionais do exercício 
laboral, riscos ocupacionais emergentes, que também impõem novas repercussões 
sobre a saúde dos trabalhadores, bem como sobre a permanência dos profissionais 
nos empregos. 
Contudo, os resultados que atribuem destaque às doenças psíquicas e 
osteomusculares não são novidade no que tange ao trabalho em saúde. Há evidências 
sugerindo que a prevalência das doenças musculoesqueléticas representa um grave 
problema de saúde ocupacional para profissionais de atendimento pré-hospitalar e 
paramédicos, exigindo medidas preventivas eficazes. 
 
6 Dal Pai D, Lima MADS, Abreu KP, Zucatti PB, Lautert L. Rev. Eletr. Enf. 2015 out./dez.;17(4). Disponível em: 
http://dx.doi.org/10.5216/ree.v17i4.31522. 
 
49 
Esses agravos têm sido frequentemente associados ao labor da enfermagem, 
sendo justificado pelo exercício de atividades que exigem força física e postura 
corporal peculiar para a movimentação dos pacientes e, ainda, sob a inadequação do 
espaço físico e com múltiplos desafios à saúde psíquica. 
Esses fatores também estão presentes na atividade dos socorristas, que são 
potencialmente agravados pelo uso do espaço público como cenário de execução das 
tarefas profissionais. Esses riscos ocupacionais já tiveram destaque em estudo 
brasileiro, no qual a exposição à violência foi o risco ocupacional prevalente entre os 
trabalhadores de APH. 
 
 
Fonte: samublu.blogspot.com.br 
 
 
50 
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