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- -1 GESTÃO ESCOLAR UNIDADE 1 - A ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO DA ESCOLA: CONCEPÇÕES E ESCOLAS ADMINISTRATIVAS Autoria: Luiz Antonio da Silva dos Santos - Revisão técnica: André de Faria Thomáz - -2 Introdução Caro estudante, você está iniciando os estudos da disciplina Gestão Escolar. Nela, abordaremos um conjunto de reflexões que gravitam em torno das organizações educacionais. Dessa forma, você conhecerá as bases teóricas que sustentam a gestão educacional, estabelecendo uma articulação, sempre necessária, entre educação e a sociedade. Nessa unidade temática, especificamente, você será conduzido por um percurso teórico sobre alguns elementos introdutórios que subsidiarão a sua compreensão da amplitude da gestão escolar e do seu campo de atuação, e, consequentemente, como eles refletem na dinâmica da administração escolar. Podemos, assim, definir que a partir de uma visão administrativa a gestão da escola é uma importante função e deve atender às diferentes dimensões do trabalho escolar. Esse trabalho envolve tanto a gestão pedagógica, quanto a administrativa, considerando-se as relevantes vertentes presentes no âmbito dos recursos materiais, financeiros e da gestão de pessoas. Sempre orientados por princípios democráticos de uma gestão participativa, no contato com a sociedade e a escola. Esse percurso será norteado por algumas questões importantes, sendo elas: Como se deu a evolução paradigmática do conceito de administração para gestão escolar? Que conceitos e competências estão ligadas a gestão escolar? Qual o papel do planejamento na superação dos desafios da qualidade social nas instituições escolares? Quais os aportes jurídicos que respaldam legalmente a gestão escolar em território brasileiro? Para responder a essas e outras questões, vamos dialogar criticamente com a evolução paradigmática das concepções de administração, buscando identificar que essas compreensões são parciais e situadas historicamente, a partir de diferentes perspectivas e aportes teóricos. Nesse itinerário, você também terá a oportunidade de conhecer alguns pensadores importantes e entender como suas ideias influenciaram a temática em questão. Por fim, constataremos a relevância dessa disciplina, que por meio de uma abordagem integrada e globalizada da teoria e da prática, buscará contextualizar os conteúdos sistematizados e discutir questões problematizadoras, que favoreçam a tomada de decisão em consonância com o papel da gestão escolar na qualidade dos processos educacionais. Bons estudos! 1.1 Gestão escolar: conceitos introdutórios Neste tópico, você terá oportunidade de compreender que as instituições educativas necessitam de um sistema organizacional que garanta a efetividade de seus objetivos. Essa perspectiva de como gerir a escola não é estática, ela sofre influências dos condicionamentos sociopolíticos de cada tempo histórico, isto é, as transformações sociais, econômicas e culturais interferem diretamente nas concepções de educação, que por sua vez determinam como a escola deve ser organizada. Diante das transformações, da complexidade do espaço escolar e da multiplicidade de suas demandas, a escola precisa constantemente refletir sobre sua função social, suas finalidades educativas e seus objetivos enquanto organização. No entanto, para que a escola alcance os seus objetivos e as suas finalidades institucionais são necessários a adoção de certos procedimentos de gestão e organização, que devem ter caráter pedagógico, pois estão diretamente ligados com a função social exercida pela escola. Nesse horizonte, Di Palma (2012) afirma que o trabalho da escola é o de formar o sujeito em um sentido amplo. Isso é, educar os indivíduos para sua inserção e participação ativa na cidadania, por meio da produção de conhecimento. Para alcançar êxito nesse tarefa, a escola precisar conhecer, organizar e articular os diferentes departamentos e setores, distribuindo e capacitando cada um para realizar satisfatoriamente suas funções. Veremos, portanto, a evolução paradigmática sofrida pela noção de administração escolar e as principais - -3 Veremos, portanto, a evolução paradigmática sofrida pela noção de administração escolar e as principais contribuições teóricas da administração que influenciaram a organização escolar durante o século XX. É importante destacar, com cuidado, que as abordagens teóricas apresentadas contribuem para a matriz teórica e prática do campo epistêmico da administração escolar, atualmente designado de gestão educacional. 1.1.1 Administração ou gestão escolar: fundamentos conceituais e históricos Para iniciarmos as discussões sobre administração ou gestão escolar, iremos refletir sobre as diferentes concepções e as distintas abordagens da administração, bem como suas especificidades no tocante as instituições educacionais. Tudo o que ocorre na escola tem origem em diferentes concepções teóricas e metodológicas que permeiam a administração e a gestão educacional. Assim, discutir a administração ou gestão escolar nos leva à reflexão inicial sobre o conceito da administração e suas implicações para a organização escolar. A estrutura administrativa escolar é ordenada pelas regras e normas comuns a uma gama de instituições de ensino e o que a faz viva é a dinâmica do grupo que as pratica e que cria especificidades para cumpri-las. Essa estrutura também estabelece regras e formas específicas de se relacionar, o que pode fazer emergir diferenças significativas entre uma escola e outra, fato que as torna únicas entre si. 1.1.2 Conceito de administração e suas implicações para a instituição escolar Os atos e procedimentos administrativos fazem parte da própria evolução histórica da humanidade, embora suas sistematizações, em teorias administrativas, tenham transcorrido na passagem do século XIX para o XX. Diante disso, começaremos, então, pelo conceito de administração. Há muitas teorizações sobre o conceito de administração, sendo grande parte delas formuladas por autores das teorias administrativas. Todavia, escolhemos aqui uma conceituação teórica produzida por um pesquisador da gestão educacional brasileira, Vitor Paro. Ele nos esclarece que [...] a administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Assim pensada, ela se configura, inicialmente, como uma atividade exclusivamente humana, já que somente o homem é capaz de estabelecer livremente objetivos a serem cumpridos. (PARO, 2012, p. 25) Podemos perceber, portanto, que as funções da administração estão relacionadas aos fins e à natureza da organização social, determinados por uma dada sociedade. Vivemos em uma modalidade capitalista de produção, logo, tudo vira produto e pode ser vendido, ao mesmo tempo, reconhecemos que a escola produz conhecimento. Tendo em conta essas duas afirmações, devemos nos perguntar: conhecimento é produto? A escola é uma empresa? O que existe de administrativo no processo de formação de um sujeito histórico? Por mais que haja uma tentativa de derivar da ciência geral da administração, procedimentos, valores, encaminhamentos, que seriam, possivelmente, úteis, para a vida da escola, é preciso reconhecer que as escolas públicas não podem ser tratadas como produtivas, no sentido capitalista do termo, pois, a organização escolar é diferente das demais organizações sociais, em decorrência da natureza e especificidade do trabalho que produz. Administração ou gestão escolar? É importante perceber que a ressignificação do conceito de gestão não é apenas uma questão semântica. Ela representa uma mudança radical de postura, um novo foco organizacional e um novo paradigma de encaminhamentos das demandas escolares, ancorado nos princípios de participação e de autonomia. De acordo com Luck (2006, p. 99), “a gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de - -4 De acordo com Luck (2006, p. 99), “a gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender as exigências deuma realidade cada vez mais complexa e dinâmica”. Esse ideário de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do trabalho da escola, bem como à participação responsável de todos na busca de resultados educacionais cada vez mais significativos para toda a população. Nessa perspectiva, Grochoska (2011, p, 89) esclarece que Desse modo, precisamos compreender que temos aí duas perspectivas. Uma delas é a perspectiva que pensa a gestão escolar a partir da concepção de educação como um direito público subjetivo, como está previsto no texto constitucional (art. 208, VII, § 1º.), que preconiza que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. Nessa mesma racionalidade jurídica, temos as orientações da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da educação – Lei nº 9.394/96, em seu artigo 5º, bem como o ECA, em seu artigo 54, § 1º. A segunda perspectiva pensa a gestão escolar a partir de um concepção pautada na ideia de educação como um bem de mercado, sujeito a trocas de mercadoria, e, consequentemente, como algo disponível apenas para aqueles que dispõem de recursos para adquiri-la e/ou, eventualmente, para vendê-la. Nesse caso, a educação perderia o seu caráter de direito público subjetivo, ainda que esse caráter deva ser garantido pelo Estado brasileiro. Gestão envolve toda a comunidade que faz parte do espaço no qual se propõe a ação e pelo processo necessário, não se dando de maneira isolada, com encaminhamentos estáticos. Para que se efetive com um processo de constante melhoria dos espaços, é necessário que haja planejamento. Considerando essas diferentes perspectivas, o fundamento sobre o qual pode se construir uma certa elaboração teórica da gestão escolar, tem que ser posto como uma questão preliminar em nossos estudos. Por isso, nessa disciplina, nós nos orientamos pela perspectiva do direito à educação e temos com ponto de referência a escola pública. 1.1.3 Teorias da Administração: evolução histórica e características Durante o seu percurso histórico, a administração tem sido objeto de muitos debates, motivo pelo qual foram se apresentando diversas teorias na tentativa de explicá-la. A necessidade de renovação educacional, decorrente das transformações políticas, econômicas e sociais, ocorridas no país a partir de 1930, impulsionou parte da elite intelectual que se organizou para influenciar as decisões em relação à política educacional brasileira, de modo que a educação passasse a interferir na própria formação e organização da sociedade. Entre os intelectuais que participaram desse movimento figuram Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Afrânio Peixoto, Roquete Pinto e Cecília Meirelles. Portanto, para oferecer uma discussão útil, faremos um recorte das principais concepções de administração, as quais, em termos gerais, foram formuladas a partir de distintos paradigmas da ciência. Nesse contexto, uma pergunta se impõe: o que é um paradigma? Segundo Thomas Kuhn (1996, p.13), os paradigmas são “[...] as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência”. Para o autor, um paradigma pode ser entendido, portanto, como um modelo de racionalidade capaz de validar explicações e compreensões de certos aspectos da realidade. Logo, o aparecimento de um novo paradigma é resultado de um novo modelo teórico e interpretativo da realidade e de um determinado campo científico. VOCÊ QUER VER? Vamos continuar revisitando uma discussão sobre paradigmas? Para isso, é importante que - -5 Para facilitar seus estudos nesse percurso formativo, podemos sistematizar as teorias administrativas que contribuíram para a evolução da gestão educacional da seguinte maneira: 1) Escola clássica ou de Administração Científica; 2) Escola das Relações Humanas; 3) Escola Estruturalista. Vejamos detalhadamente cada uma delas. 1.1.4 Escola clássica ou de Administração Científica A Teoria da Administração Científica recebeu esta denominação pelo fato de basear-se na aplicação de métodos científicos e pela busca da eficiência das organizações. Esse modelo produtivo tem como referencial os estudos de Frederick W. Taylor (1856 – 1915), considerado o fundador da Administração Científica e Henri Fayol (1841 – 1925), considerado o fundador da Teoria Clássica. Apesar de tudo, a Teoria das Relações Humanas também não conseguiu suplantar todas as premissas da teoria da Administração Científica, nem se solidificar de forma inconteste, o que fez com que novos enfoques tentem articular elementos de diferentes teorias, ampliando seu escopo. Os estudos dessa escola de administração procuravam desenvolver técnicas que diminuíssem o desperdício e aperfeiçoassem a produtividade dos trabalhadores. Taylor se destacava em suas atividades, se formou em engenharia mecânica e ganhou renome pela organização das linhas de montagem. Ele desenvolveu aplicações científicas para a organização racional do trabalho, visando a uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. Seu modelo alcançou resultados que reduziram gastos e maximizaram os lucros. Em seu livro, Taylor apresenta a seguinte definição da Administração Científica: A administração é uma ciência que não encerra, necessariamente, invenção, nem descobertas de fatos novos ou surpreendentes. Consiste, entretanto, em certa combinação de elementos que não fora antes realizada, isto é, conhecimentos coletados, analisados, agrupados e classificados, para efeito de leis e normas que constituem uma ciência, seguida de completa mudança na atitude mental dos trabalhadores e da direção, quer reciprocamente, quer nas respectivas atribuições e responsabilidades [...]. (TAYLOR, 1963, p. 126) Taylor separou os procedimentos administrativos de planejamento e os de supervisão (administração) das atividades de execução (trabalhadores), defendendo uma “Organização Racional do Trabalho” (ORT). Conforme contribuição de Chiavenato (1993, p.77), a partir dos princípios de Taylor, a administração adquiriu novas atribuições e responsabilidades. Ao clicar nos itens da tabela seguinte, você verá como o autor resume cada um desses princípios: Princípio de planejamento Substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, por meio do planejamento do método. Princípio de preparo Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para Vamos continuar revisitando uma discussão sobre paradigmas? Para isso, é importante que você assista ao vídeo “Mudando paradigmas na educação”, uma animação adaptada de uma palestra dada na RSA por Sir Ken Robinson, disponível em: http://blog.brasilacademico.com /2011/09/mudando-paradigmas-na-educacao.html. - -6 Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra, prepara também as máquinas e equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais. Princípio do controle Controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores, para que a execução seja a melhor possível. Princípio da execução Distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada. Os princípios que norteiam o taylorismo podem se resumir ao enfoque das tarefas individuais a serem executadas pelos trabalhadores em busca da eficiência do sistema produtivo. Neste enfoque, a improvisação dá lugar ao planejamento sistemático e o empirismo é substituído pelo método científico. Baseado no pensamento dessa corrente, um bom administrador é aquele que planeja sistematicamente suas ações,que organiza esforços racionalmente para a execução das atividades de seus subordinados, liderando e desenvolvendo os controles necessários para a otimização dos resultados, e, por conseguinte, a obtenção de lucros. O ideário de homem preconizado pelos postulados da Administração Científica é o do , quehomo economicus pregava que os indivíduos são motivados exclusivamente por interesses materiais e salariais. Mesmo apresentando uma abordagem revolucionária, o modelo administrativo de Taylor sofreu fortes críticas. É importante que você conheça algumas delas, clicando em cada uma das faixas apresentadas na seguinte tabela: A d o ç ã o d a concepção do Homo economicus Concepção reducionista do homem como sendo motivado apenas por interesses econômicos e que precisava ser vigiado o tempo todo por uma supervisão gerencial. Ênfase mecanicista do homem A empresa é vista como uma máquina e o homem é reduzido apenas a uma peça dessa engrenagem. Exploração da classe trabalhadora Esse método contribuiu para a legitimação da exploração do trabalhador, enfocando decisivamente os interesses dos patrões. Superespecialização do trabalhador A divisão do trabalho reduzia a demanda por uma qualificação mais holística e global por parte dos trabalhadores. Abordagem fechada Desconsidera o contexto interno e externo da empresa e as suas influências sobre todo o sistema produtivo. Simultaneamente aos estudos que Taylor desenvolvia nos Estados Unidos sobre a Administração Científica, centrado nas tarefas individuais, visando a eficiência do sistema produtivo, o engenheiro francês Jules Henry Fayol (1841-1925) desenvolvia um modelo gerencial bastante semelhante, todavia com um enfoque significativo na estrutura do processo produtivo. VOCÊ O CONHECE? Jules Henry Fayol (1841–1925), graduou-se em Engenharia de Minas em St. Etienne, aos 19 - -7 Analisando os dois modelos gerencias, Chiavenato (1998, p. 87) afirma que, A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de estudo da Teoria Geral da Administração [com relação à abordagem Taylorista das tarefas]. Fayol, um engenheiro francês, partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural, que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. Muitos estudos foram aperfeiçoados sob o enfoque de Fayol, que enfatizava a importância da gerência administrativa e o papel que a estrutura organizacional tem para ser eficiente, ou seja, ele definiu responsabilidades em todos os níveis organizacionais. Ainda referenciados pelas contribuições de Chiavenato (1998), vejamos alguns dos princípios que sustentam a teoria da administração de Fayol. Com estudos que enfatizam a estrutura da empresa, Fayol inaugura um enfoque prescritivo e normativo para embasar como o administrador deve operacionalizar o seu trabalho, além de inaugurar uma nova perspectiva de gerência organizacional, em termos de estrutura e forma. Esses elementos, estão ainda presentes nos dias atuais. Dentro desta perspectiva, podemos citar inclusive a exigência de transformação da realidade social para atender cada um e a todos, de forma que suas peculiaridades ou necessidades específicas não sejam negligenciadas. A inclusão e o respeito às diferenças, desse modo, devem fazer parte do trabalho do gestor escolar, de forma que ele possa promover um ambiente na escola em que todos se sintam acolhidos e que tenham as suas necessidades, sejam elas quais forem, atendidas de modo digno e imparcial. No decorrer do tempo, muitas contestações foram sendo amadurecidas em relação à teoria clássica da administração. Para que você conheça melhor, destacamos a seguir algumas dessas críticas. Obsessão pelo comando O enfoque administrativo, pela perspectiva gerencial, levou a centralização no poder, na autoridade e na responsabilidade. Empresa como sistema fechado Crítica atribuída a Taylor, por se afastar do contexto interno e externo da empresa o planejamento estava inviabilizado. Manipulação dos trabalhadores O modelo administrativo baseava-se numa tendenciosidade favorável aos patrões. Realizando uma síntese reflexiva sobre essas duas escolas administrativas, Corrêa e Pimenta (2005), defendem que as ideias de Taylor e Fayol influenciaram significativamente os sistemas que configuram a gestão escolar. Esse paradigma organizacional predominou amplamente nas organizações ocidentais capitalistas até meados do século XX, inclusive na escola como organização educacional, na qual a direção era designada hierarquicamente e centralizava as decisões, e a sala de aula reproduzia esse sistema, com o processo de ensino-aprendizagem centrado na figura do professor, cujo papel era ensinar, Jules Henry Fayol (1841–1925), graduou-se em Engenharia de Minas em St. Etienne, aos 19 anos. Foi considerado o primeiro a refletir teoricamente sobre a gestão e considerado o pai da ideia de empresas organizadas por atribuições e responsabilidades. Aos 25 anos se tornou gerente de minas. - -8 o processo de ensino-aprendizagem centrado na figura do professor, cujo papel era ensinar, enquanto o do aluno era o de aprender, num processo de comunicação vertical, do professor em direção aos alunos. Como o ‘operário-massa’, os ‘alunos-massa’ cumpriam seus deveres e executavam suas tarefas, isolados em suas carteiras, da mesma forma que o trabalhador em seu posto de trabalho individualizado, mas sob o comando e o controle de um gerente-professor. (CORRÊA; PIMENTA, 2005, p. 27) A partir dessas considerações, podemos perceber, portanto, as dificuldades teóricas e práticas que a gestão escolar enfrenta quando se pauta por perspectivas que a aproximam de um enfoque administrativo empresarial. Ao apresentar, nesse item, os princípios teóricos da Escola clássica ou de Administração Científica, buscamos demonstrar a você que os princípios da organização, direção e controle, pensados para o campo específico da atividade produtiva, foram transportados e derivados acriticamente para o contexto escolar, desconsiderando as especificidades das instituições escolares e a singularidade da formação de sujeitos históricos. 1.1.5 Escola das Relações Humanas Por mais que as teorias da Administração Científica e da Teoria Clássica tenham sido responsivas a um determinado tempo histórico, elas também se mostraram ineficientes à medida que o sistema produtivo foi crescendo, pois, o foco no trabalho e na estrutura organizacional demonstrou-se inadequado, gerando muitos problemas, tais como: insatisfações dos trabalhadores, faltas, grande rotatividade, além de, hostilidade e clima de animosidade entre os próprios trabalhadores. Figura 1 - Representação das relações humanas Fonte: Fonte: CherriesJD, Mediapool, 2020. VOCÊ SABIA? Frederick Taylor (1856–1915) iniciou sua brilhante carreira profissional como aprendiz técnico de mecânica, graduou-se engenheiro mecânico estudando à noite. Sempre teve um olhar investigativo sobre a desorganização dos procedimentos administrativos, estudando a utilização do tempo dentro dos processos produtivos. - -9 Fonte: Fonte: CherriesJD, Mediapool, 2020. fotografia de bonecos de papel branco, de mãos dadas, em volta de um globo terrestre.#PraCegoVer: Com base em um novo paradigma e no desenvolvimento das ciências humanas, surge uma nova forma de pensar a administração. Em resposta a esse contexto, emerge a teoria da Escola das Relações Humanas, que defendia a necessidade de humanização das relações de trabalho. Essa teoria começa a ser sistematizada com base nos estudos e nas experiências realizadas por Elton Mayo e sua equipe na fábrica da Western Electric Company (Hawthorne, Chicago), marcando assim o início da preocupação com o fator humano dentro dos processos produtivos. Para estabelecer uma melhor compreensão dessa escola administrativa. Vejamos como Corrêa e Pimenta (2005) categorizaram os seus princípios básicos. 1) O homem carrega necessidades básicas de segurança,aprovação social, prestígio e autorealização. 2) A força do grupo é capaz de condicionar e influenciar comportamentos, estabelecer espaços e produzir identidade. 3) A necessidade de um trabalhador mais colaborativo. 4) Ênfase nos aspectos emocionais. 5) A participação dos trabalhadores nos processos decisórios. 6) Forte dominação psicológica sobre grupos e indivíduos. A Escola das Relações humanas, para fundamentar e justificar as condutas das pessoas na organização, estudou as interações sociais produzidas dentro da empresa e as suas implicações no processo produtivo. Segundo essa corrente, o entendimento dessas relações humanas possibilita ao administrador ajustar os trabalhadores as demandas organizacionais. Essa perspectiva de pensamento produziu, também, novos olhares dentro das instituições escolares, pois o fator humano ganhou notoriedade e relevo, passando a ser entendido como essencial na estrutura grupal e na humanização das relações dos agentes educativos. Logo, você já deve ter percebido que cada escola administrativa possui elementos positivos e negativos. No caso da teoria ora mencionada, reconhecemos que ela colaborou com a construção de novas formas de pensar e estudar as relações dos grupos dentro das organizações, considerando seus reflexos sobre a produtividade. Chiavenato (1993), chama atenção para o enfoque manipulativo da Teoria das Relações Humanas. Para o autor, essa teoria pode se constituir uma estratégia sutil para enganar os trabalhadores e fazê-los produzir mais e exigir menos. Essa tática exploradora visava modificar o comportamento do empregado em favor dos objetivos da administração. Essa teoria foi fortemente absorvida no campo educacional. É nesse sentido que a escola adquire nova função e mesmo novas cores. A ‘dimensão humana’ é recuperada, inserida numa outra vertente – a da produtividade. Grupos e estilos de liderança são explorados e investigados, tendo em vista, agora, um conceito diferenciado de eficácia e resultados. Relações de poder e de autoridade são ‘economicamente’ internalizadas, transformando a administração escolar em modelo de transição de uma metodologia centrada na tarefa para uma locação no indivíduo e em pequenos grupos. A interdependência, a integração e o equilíbrio asseguram a estabilidade e sobrevivência de longo prazo do sistema escolar e, consequentemente, do sistema organizacional. (CORRÊA; PIMENTA, 2005, p. 30) A partir dessas considerações, é importante ressaltar que várias teorias que racionalizam a organização do trabalho procuram atender aos interesses específicos do sistema produtivo, ancorados nos princípios de eficiência e eficácia, os quais são mais significativos no campo administrativo empresarial. - -10 1.1.6 Escola Estruturalista A Escola Estruturalista baseia-se no conceito do “homem funcional”, que assume um papel estratégico dentro das organizações, relacionando-se de forma integrada com outros indivíduos e outros espaços sociais. O funcionalismo estrutural absorveu várias influências de diferentes teorias, as quais baseiam os seus estudos organizacionais numa perspectiva puramente burocrática, isto é, normas, regulamentos, regras e procedimentos. Observe que quando analisamos com mais cuidado o percurso histórico das escolas que apresentamos até aqui, é possível perceber que enquanto a escola da Administração Cientifica convergiu todo o seu foco apenas para a produtividade, a Escola Clássica priorizou apenas a Estrutura. A teoria das Relações Humanas, por sua vez, priorizou somente o fator humano. Diferentemente dessas escolas, a Escola Estruturalista trouxe uma nova perspectiva para o enfoque administrativo. Seu modelo está pautado em uma visão sistêmica, compreendendo a totalidade e as partes, considera a dimensão interna e externa, a eficiência e a eficácia. Entre seus grandes expoentes temos o intelectual alemão, considerado um dos fundadores da Sociologia, o filósofo Max Weber (1864-1920). Ele foi um sociólogo, jurista, historiador e economista alemão, considerado um dos fundadores do estudo sociológico moderno. Seus estudos mais importantes estão nas áreas da sociologia da religião, sociologia política, administração pública e economia. Nessa linha de raciocínio, as organizações são concebidas como organismos subordinados à regulamentação e normativas específicas, as quais buscam uma funcionalidade equilibrada do sistema. Por meio desses regulamentos e normas, os indivíduos operam de maneira mais equilibrada e linear, evitando-se as tensões e os conflitos. Logo, a administração na perspectiva estruturalista, assume um posicionamento de neutralidade frente à tomada de decisões e conflitos. Você já deve ter percebido que, quando tratamos de Teorias da Administração, perguntar o que é burocracia é fundamental. Provavelmente nada revoltaria mais os defensores da verdadeira burocracia, do que prever que seus pressupostos seriam tão amplamente deturpados. Afinal, a defesa do desempenho das tarefas da forma mais poupadora possível de esforços não é muito compatível com a visão que se faz hoje de uma organização burocratizada. Afinal, os princípios da burocracia defendem o cumprimento dos objetivos organizacionais de forma não apenas eficaz, mas eficiente. (FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2000, p. 37) Você pode entender, portanto, porque o funcionalismo estrutural, ao ser transportado para o campo educacional, produziu uma ação burocratizada que prioriza as normas e a orientação jurídica. Veja o que as autoras Corrêa e Pimenta (2005, p. 32), esclarecem sobre a assimilação organização desses pressupostos. No que se refere à influência sobre a prática da administração escolar pode-se destacar a visão da escola como organização normativa na qual os órgãos diretivos utilizam controles normativos como primeira instância e coercitivos como fonte secundária. Um outro aspecto importante é o fato da organização burocrática e seus elementos se constituírem no centro da gestão das escolas, impactando diretamente a sua administração. A administração escolar enfatiza a dimensão sociotécnica, conferindo-lhe um caráter ‘neutro’. Começam a aparecer as associações de pais e mestres como sistemas de suporte à escola e à sua administração. O modelo burocrático de organização foi amplamente adotado pelo Estado brasileiro, o que influenciou sobremaneira a administração escolar. A utilização da burocracia de Weber foi justificada em contraposição ao patrimonialismo e como forma de evitar o nepotismo e a corrupção por meio do controle da gestão pública. - -11 Quando refletimos sobre as escolas administrativas, que traduzem a história das distintas compreensões da administração, elas evidenciam o seu caráter político. Tendo em conta que o nosso referencial analítico é a administração escolar, concluímos que falta uma concepção que leve em conta as particularidades das organizações educativas. 1.2 Concepções de organização e gestão escolar Após refletirmos sobre as várias escolas administrativas que influenciaram e influenciam os sistemas escolares, passaremos a discutir alguns elementos que subsidiarão a compreensão das principais concepções que influenciam a organização e a dinâmica da prática escolar. Para entender essa questão, cabe perguntar: qual é a concepção de gestão escolar que perpassa as ações das escolares públicas? Aqui, teremos a oportunidade de discutir criticamente as influências das concepções e gestão na estrutura organizacional da escola. É importante que se tenha claro que a concepção sobre gestão escolar existente no interior das escolas produz reflexos sobre o trabalho que é desenvolvido. Esse trabalho é, pois, constituído por diversos fatores, dentre eles: o entendimento sobre os modos de exercício do poder, o percurso histórico e a formação dos diferentes sujeitos, o sistema de valores compartilhados pelos seus membros, a realidade do mundo social, etc. Você já parou para refletir sobre isso? A seguir, você conhecerá as principais concepções de gestão existentes na realidade educacional brasileira, de acordocom a influência de seus processos históricos. Com base nos estudos de Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) podemos elencar duas ideias fundamentais no que diz respeito ao processo de construção de gestão escolar: e a a concepção técnico-científica concepção , sendo que a segunda pode abarcar diferentes posturas: autogestionária, e democrático-sociocrítica participativa. 1.2.1 Concepção técnico-científica Essa concepção é profundamente influenciada pela Administração Científica de Taylor e pela Teoria Clássica de Fayol, tem como ideia central a hierarquia organizacional, a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares. Tende a seguir princípios e métodos da administração empresarial. VOCÊ QUER VER? Para ampliar os conceitos já suscitadas nesta unidade, saiba mais assistindo ao filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. Ele traduz a vida dos trabalhadores na sociedade industrial, caracterizada pela produção baseada nas linhas de montagem e na divisão especializada do trabalho. Nesse filme é possível constatar a hierarquização das muitas funções e o poder existente dentro dos sistemas produtivos da época, o trabalho e a sua forma de controle. - -12 Figura 2 - Hierarquia organizacional: foco da concepção técnico-científica Fonte: Jirsak, Mediapool, 2020. f#PraCegoVer: otografia de homem com terno escuro, camisa azul e gravata listrada. Ele segura à sua frente uma parede de papel em formato de quebra-cabeça, na qual a peça do topo da pirâmide está destacada. Algumas características desse modelo são: a perspectiva burocrática e tecnicista de escola; o exercício do poder é centralizado, com ênfase nas decisões burocráticas. Nesse modelo, cabe aos profissionais, alunos e pais apenas cumprir as determinações administrativas em busca da eficiência. A escola e as pessoas que a compõem, não são chamadas para o momento da elaboração da proposta de trabalho. São chamadas apenas para o momento de execução desse projeto. Isto é, para operar as atividades propostas, e, por conta disso, elas acabam não assumindo um compromisso com essa referida proposição. De modo geral, esse modelo de gestão produz escolas recessivas e não contributivas em relação as políticas que lhes são impostas. 1.2.2 Concepção sociocrítica Essa concepção está ancorada no entendimento de que a escola é um sistema composto por sujeitos individuais, os quais devem agir de forma intencional em busca de objetivos comuns. Para a sistematização dos objetivos, há necessariamente um processo de compartilhamento do poder e da tomada de decisões. Assim, os modos como o poder é exercido estão centrados em formas de participação e fortalecimento da comunidade, subdividindo-se em diferentes formas de gestão democrática. A partir dessas perspectivas, esperamos que você tenha sido capaz de compreender essas duas ideias-forças acerca da gestão escolar. A seguir, iremos identificar e aprofundar as compreensões que fazem parte do espectro das posturas da perspectiva sociocrítica. Para isso, analisaremos a abordagem e eautogestionária democrático-participativa suas possibilidades de efetivação da gestão democrática. 1.2.3 Concepção autogestionária A concepção autogestionária "baseia-se na responsabilidade coletiva, ausência de direção centralizada e acentuação da participação direta e igual de todos os membros da instituição" (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI 2007, p. 325). O modelo autogestionário está ancorado em alguns princípios essenciais, tais como: Práticas administrativas compartilhadas. Ausência de centros de poder. Flexibilidade na gestão dos recursos financeiros. - -13 Flexibilidade na gestão dos recursos financeiros. Participação direta e igual da comunidade educativa. Contestação dos elementos instituídos, como normas, regulamentos e procedimentos. Valorização de elementos instituintes (capacidade do grupo de se autorregular administrativamente). Nessa concepção, em síntese, o processo decisório e a construção de soluções são realizados de forma coletiva. Assim, nesse modelo, inexiste a divisão técnica do trabalho, isto é, a distinção entre quem planeja e quem executa a atividade produtiva. Para o campo educacional, isso contribuiu muito para fortalecer um modelo de gestão que permite a socialização do controle organizacional, por meio do compartilhamento do poder decisório em questões ligadas à comunidade educativa. 1.2.4 Concepção democrático-participativa Conforme Libâneo (2002, p. 101), na concepção democrático-participativa, “o processo de tomada de decisão se dá coletivamente, participativamente”. Para ele, a organização e os processos de gestão estão ancorados numa cultura de envolvimento e participação popular. Apresenta, assim, as seguintes características: Fundamenta-se na relação orgânica entre direção e atores da comunidade educativa. Visa a construção de objetivos assumidos democraticamente. Incentiva a tomada de decisões coletivas, por meio de procedimentos administrativos compartilhados. Valoriza mecanismos ligados à organização da gestão escolar, tais como: o planejamento, a organização, a direção, a avaliação. Implica no compartilhamento de poder, espaços e informações. A partir dessas considerações, você deve estar refletindo sobre as várias formas de gestão e os seus reflexos sobre a organização escolar. Sobre esse ponto, vale ainda ressaltar que essas concepções possibilitam a análise da estrutura e da dinâmica organizativas de uma escola, mas raramente se apresentam de forma pura em situações concretas. Características de determinada concepção podem ser encontradas em outra, embora seja possível identificar um estilo mais dominante. Pode ocorrer, também, que a direção ou equipe escolar optem por uma concepção progressista, mas, na prática acabem sendo reproduzidas formas de organização e de gestão mais convencionais, geralmente de tipo técnico-científico (burocrático). (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2007, p. 328) Ao problematizar a realidade material, podemos inferir que ela é crivada de múltiplas contradições. Logo, não devemos descuidar do entendimento de que podemos encontrar atributos de duas ou mais concepções existindo de forma simultânea na mesma realidade escolar. As diferentes concepções de gestão, apresentadas nesse tópico, nos permite concluir, portanto, que quando VOCÊ QUER LER? O autor Vitor Henrique Paro, em seu livro , de 1995, investiga aPor dentro da escola pública escola pública “por dentro”. Nele, o pesquisador evidencia os traços constitutivos da organização da escola e suas várias dimensões: estrutura formal da escola; compartilhamento do poder e das responsabilidades; as instâncias da ação coletiva, entre eles a APM, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Conselho de Classe. Vale a pena ler! - -14 As diferentes concepções de gestão, apresentadas nesse tópico, nos permite concluir, portanto, que quando falamos de gestão estamos tratando de um conceito eivado de várias influências teóricas. 1.3 Planejamento e legislação educacional: conceitos e relações As teorias administrativas influenciaram o sistema organizacional das escolas, todavia, as assertivas expostas, até o presente momento, revelam que a gestão escolar deve considerar, ao mesmo tempo, as realidades global e local, bem como as especificidades que cada instituição escolar carrega. Nessa seção, discutiremos sobre administração, planejamento da educação e seus aportes legais. Você já parou para refletir sobre essas categorias? Sabe qual é a importância de articular essas três dimensões? É justamente sobre essa importância que trataremos nesse tópico. 1.3.1 Planejamento educacional: conceitos e características Até aqui você aprendeu sobre . A partir de agora, vamos discutir o .gestão escolar planejamento educacional Para refletirmos sobre o planejamento das instituições escolares, precisamos entender que o ato de planejar faz parte da evolução histórica do ser humano. Sempre nos deparamos com situações concretas que exigem de nós algum tipo de planejamento, ainda que nem sempre nossas ações diárias sejamsistematizadas em consonância com esse fim. Para equacionar demandas do cotidiano, fazemos uso de processos racionais para alcançar resultados. Logo, o planejamento pode ser compreendido como um processo de racionalização do emprego de recursos materiais e humanos para alcançar determinados objetivos. Para que você entende melhor, observe a seguinte definição desse conceito: O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo. (VASCONCELLOS, 2000, p. 79) O conceito de planejamento tem, portanto, um sentido amplo, conforme pode ser percebido na contribuição teórica do referido autor. Para ele, o planejamento escolar deve estar vinculado à problemática do contexto social e se pautar por uma perspectiva de educação transformadora. Ainda nessa linha de raciocínio, Libâneo (1994, p. 222) assevera a importância do planejamento e o define como “um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”. Dessa forma, os diferentes planos (nacionais, estaduais e municipais) representam os níveis do planejamento educacional, atividade que cabe ao Estado. As políticas públicas de educação envolvem além do conteúdo do plano, as diretrizes e normas para avaliação e financiamento, desde o macroplanejamento, passando pelo mesoplanejamento, relativo aos estados, Distrito Federal e municípios, até o que poderíamos chamar de microplanejamento no interior da escola. Ao elaborá-las, cabe ao gestor, então, conhecer o planejamento educacional nas esferas municipal, estadual e federal para que possa implantar ações na unidade escolar em que trabalha que se adequem às exigências de tais planejamentos. Agora que você já conheceu melhor o conceito de planejamento, vamos verificar como se dá o desdobramento desse planejamento em seus diferentes níveis. Com base nas contribuições de vários autores, o quadro a seguir expõe algumas definições e os níveis desse planejamento. Incorporando as políticas educacionais, o planejamento do sistema de educação é, - -15 Planejamento educacional Incorporando as políticas educacionais, o planejamento do sistema de educação é, portanto, “[...] o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal” (VASCONCELLOS, 1997, p. 13). Planejamento curricular É o “[...] processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno” (VASCONCELLOS, 1997, p. 56). Planejamento escolar É o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão e decisões sobre a sua organização, o funcionamento e a proposta pedagógica, ou seja, “é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social” (LIBÂNEO, 2002, p. 221). Planejamento de ensino É o “[...] processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constantes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos” (PADILHA, 2001, p. 33). Plano Configura-se como a sistematização do planejamento registrado no papel. Esses registros deverão contemplar os objetivos, que traduzem o que ser quer alcançar. Nesses registros devem constar elementos que auxiliem na tomada de decisão, a saber: o que se pensa fazer, como será feito, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Projeto Se constitui um documento, resultante de um planejamento, nele são apontadas o processo decisório no seu nível mais concreto de proposições. Evidencia uma propensão natural e ontológica do ser humano, tendo em vista sua necessidade de projetar-se no futuro. Programa Corresponde a um ou mais projetos de trabalho determinados por órgãos, ou áreas, com um período especificado. Além das várias tipologias, apresentadas no quadro como níveis de planejamento educacional, existe o Projeto Político-Pedagógico da escola, chamado também de PPP. Esse documento, bem como todos os documentos institucionais, deve ser construído de forma coletiva, explicitando ações e intencionalidades educativas em consonância com a realidade da escola. O PPP será objeto de discussões mais detalhadas, em unidades posteriores. Na elaboração de um planejamento educacional, esse processo decisório deve dialogar com vários elementos da realidade em que a escola está inserida, tais como: as políticas públicas educacionais e suas avaliações em um determinado período histórico; os contextos em âmbitos: mundial, nacional, regional e local; indicativo de matrícula, fracasso escolar, aprovação/repetência; gestão de recursos materiais e humanos nas redes de ensino. Considerando, também, a compreensão da existência da correlação de forças sociais e políticas existentes na formulação e na implantação de políticas públicas para a educação e os seus reflexos sobre o planejamento educacional. Para constituir comunidades de aprendizagem, a gestão da escola precisa investir para agregar pessoas, e isso deve ser feito com descentralização da gestão. No entanto, é preciso entender que não significa que, para isso, o gestor deverá abdicar de seu papel de organizar e fazer funcionar a escola, pois as contribuições dos demais setores faz apenas com que ele possa tomar decisões mais refletidas e debatidas, aumentando a legitimidade das ações da escola. Isso contribui para empreender todos os processos necessários à elaboração e execução dos diferentes planos sob sua responsabilidade. Você deve estar se interrogando, então, sobre quais as características de um planejamento educacional eficaz? Essas particularidades são várias e estão integradas nas finalidades, na realidade e na construção de um plano de - -16 Essas particularidades são várias e estão integradas nas finalidades, na realidade e na construção de um plano de ação que, em geral, deve algumas características básicas. Clique nos ícones para conhecer as principais delas. Participação São os envolvidos na construção do planejamento. Planejamentos coletivos tem mais chances de produzirem soluções integradas para realidade. Objetividade Os planejamentos devem ser objetivos, tocando concretamente nas necessidades da realidade, cujo propósito maior é a intervenção. Coerência Sinaliza para a relação lógica que deve existir entre os elementos que constituem os objetivos, os recursos, o tempo (cronograma) e a avaliação. Exequibilidade O planejamento deve ser pensado e sistematizado de acordo com a realidade para qual se propõe. Flexibilidade Concebe que o planejamento é dialógico com a realidade, e, consequentemente, poderá sofrer modificações durante o percurso de sua implementação, não podendo ser considerado como uma “camisa-de-força” que engessa os atores no processo. Contextualização O planejamento deve estar vinculado aos contextos históricos e geográficos no qual está inserido, devendo estar adequado aos desafios e demandas presentes na realidade concreta. Clareza A linguagem na formulação do planejamento deve ser simples, com indicativos precisos para não gerar interpretações dúbias. Diante dessas considerações, fica claro que o planejamento é a prática instrumentalizada na implantação das políticas constituídas. Sendo, portanto, um recurso técnico-operacional na perspectiva de converter normativos, objetivos e diretrizes em ações educacionais. 1.4 A administração escolar e a legislação O reconhecimento da educação como um direito público subjetivo não é obra do acaso, mas, principalmente, é produto de muitos embates e mobilização social. Os frutos dessas lutas pela educação vem sendo gradualmenteincorporados na legislação educacional brasileira, em seus mais variados níveis e modalidades. Ratificando essas lutas do campo educacional, Cury (1997, p. 199) assinala que “[...] não se pode dizer que a Constituição Federal [de 1988] não haja incorporado em seu texto os clamores dos educadores que, exigindo a democratização da sociedade e da escola pública brasileira, buscaram traduzi-los em preceitos legais”. A partir dessa perspectiva histórica, vamos estudar alguns marcos legais que orientam as ações da escola pública no território brasileiro. 1.4.1 Gestão democrática escolar e marcos legais Boas práticas de gestão dependem do conhecimento e da aplicação da legislação educacional no cotidiano da escola. Você sabia que o princípio da gestão democrática do ensino público nunca esteve formalizado em nenhuma outra Carta Magna. Nessa seção, discutiremos, mesmo que brevemente, os aportes legais que respaldam a gestão escolar em nosso país. Conforme você já percebeu, o sistema de educação brasileiro é respaldado por leis específicas que buscam viabilizar políticas que contribuam para a elevação dos indicadores educacionais no país. Essas leis estão expressas na LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996). De acordo com este texto legal, a gestão da - -17 Essas leis estão expressas na LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996). De acordo com este texto legal, a gestão da educação no Brasil está organizada em sistemas de ensino federal, municipal e estadual. Uma gestão democrática motiva a participação dos diferentes segmentos da escola por meio de seus representantes, assim temos a participação de docentes, funcionários, alunos e seus pais. Em alguns casos, há ainda inserção de membros da comunidade. No campo educacional, seguramente, um dos marcos legais mais significativos promulgados pela Constituição Federal de 1988 foi a garantia da gestão democrática do ensino público. O artigo 206 da nossa carta magna preconiza princípios inerentes a um modelo formativo nas redes escolares, respeitando a adoção de critérios para a participação da população dentro das unidades escolares. Percebe-se, desse modo, que a administração escolar, tendo em vista a legislação brasileira, tem como princípio ser democrática. A Constituição de 1988, em seu artigo 206, determina que: “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: gestão democrática do ensino público, na forma da lei”. Como podemos constatar, o princípio da gestão democrática do ensino público ganhou registro no texto legal mediante o inciso VI, do artigo 206, da Constituição nacional de 1988. Com efeito, foi um grande ganho ter na letra da Lei Maior – a Constituição Federal, o princípio da gestão democrática. Todavia, é necessário nos mantermos vigilantes, entendendo que “[...] a garantia de um artigo constitucional que estabelece a gestão democrática não é suficiente para sua efetivação” (OLIVEIRA, 2007, p.95). Figura 3 - Constituição Nacional de 1998 Fonte: Global_Pics, Mediapool, 2020. fotografia de uma mulher segurando a Constituição brasileira. A imagem está recortada do ombro até seu quadril, não aparece o seu rosto. Ela veste camisa social branca com colarinho e punhos pretos e saia social preta. Dessa maneira, o constitucional, conquistado pelo princípio de gestão democrática, é reforçado pela Lei destatus Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), anunciada em 20 de dezembro de 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, reiterando o que preconiza a constituição nacional. No artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) estão preconizados 11 incisos, dos - -18 No artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) estão preconizados 11 incisos, dos quais, oito deles são transcrições exatas do texto legal da nossa constituição. Destacamos o inciso 8, que trata sobre a gestão democrática. Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino. (BRASIL, 1996, destaque nosso) Conforme o fragmento legal, podemos inferir que igualmente como a carta magna de 1988, a LDB/96 garante que um dos princípios que deve orientar ação legal da escola pública no Brasil é o da gestão democrática, garantindo que a comunidade escolar possa ser administrada e a assumida democraticamente. Dessa forma, o gestor escolar não precisa sentir-se solitário em suas decisões, o que requer que ele mobilize as pessoas para a participação e que faça todos compreenderem o seu papel nos conselhos e a importância de representar um segmento e, ainda, compreender quais são as melhores ações para empreenderem o projeto defendido pela escola e a comunidade. Considerando as determinações legais sobre a gestão democrática, a LDB/96 instituiu, no seu artigo 14, os princípios que devem orientá-la: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996) Antes da inserção desse princípio democrático, defendido na constituição Federal de 1988, um gestor escolar até podia optar por não implementar uma gestão pautada nas relações democráticas. Hoje, isso não é mais possível, pois, a gestão democrática da educação se constitui um direito constitucional da sociedade e um dever do Poder Público. Dessa maneira, toda instituição de ensino tem o seu representante legal, no caso das instituições escolares, esse representante é o diretor. Ele é o responsável por todos os atos da instituição. Com o crescente avanço da legislação, também no âmbito da gestão escolar, isso tem trazido muitas implicações sobre as ações dos gestores no espaço escolar. Logo, é importante que algumas compreensões sejam incorporadas pela equipe de gestão desde o primeiro momento. A primeira delas é que, a legislação não existe para atrapalhar a vida do gestor, porém ela existe para respaldar os atos institucionais. Outro apontamento que se faz necessário é que a gestão escolar deve cada vez mais legitimar sua ação por meio de aporte legal e pelo processo decisório compartilhado. Para que a instituição de ensino garanta a materialização do princípio da gestão democrática, é essencial a existência e a implementação do projeto político pedagógico e do regimento escolar. Esse primeiro, conforme já mencionamos anteriormente, constitui a alma pedagógica da escola, carregando todas as intencionalidades educativas. Já o regimento escolar é o que valida o PPP da instituição, mas isso é um assunto que você estudará com mais atenção em outra unidade. Em suma, a nova estrutura de ensino brasileiro, de acordo a LDB, e também com a constituição nacional, pressupõe gestão democrática e participativa. A escola deve ser gerida de forma democrática e com mecanismos que favoreçam a descentralização do poder e o compartilhamento da tomada de decisões. Destacamos aqui a necessidade de uma aprendizagem sobre a gestão democrática para que possamos desenvolver as competências relacionadas à autonomia. CASO - -19 Conclusão Chegamos ao final desta unidade, que abordou os princípios básicos da gestão escolar, suas principais escolas teóricas. O planejamento educacional e, ainda, os documentos legais que sustentam a administração democrática da escola. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • estudar as principais escolas administrativas que evidenciam as formas de administração e os reflexos sobre a funcionalidade das instituições, sejam elas escolares ou não; • analisar as principais teorias na área da administração: a Escola Clássica e/ou da Administração Científica; a Escola de Relações Humanas e a Escola Estruturalista; • entender que a gestão da organização escolar difere das demais institui-ções e que,nessa perspectiva, administrar uma escola não se resume à transposição dos métodos e das técnicas derivadas das empresas; • compreender que a escola tem sua gestão pautada no princípio democráti-co e na participação de seus atores, o que realça o seu compromisso com os interesses da coletividade; • conhecer os marcos e os aportes legais derivados da Constituição federal de 1988 e a ratificação desse princípio na LDB de 1996, que trouxeram ganhos significativos para as instituições, traduzidos na aprovação do princípio da gestão democrática do ensino público, dentre outros; • entender que a nova estrutura de ensino brasileiro, apoiada no status constitucional do princípio Considere a seguinte proposta de avaliação de um exemplo de gestão, apresentado pela Revista Nova escola. O Jardim de Infância da 308 Sul é uma escola pequena, mas a estrutura administrativa é bem articulada. Tanto a diretora, Maria Valderez Moraes, como a vice, Andréia dos Santos Gomes, têm autonomia para assinar documentos e tomar decisões que dizem respeito ao planejamento escolar. "Nós duas temos responsabilidade sobre as ações em andamento", afirma Maria Valderez, que se ocupa mais do contato com a Secretaria de Educação, a Diretoria de Ensino e a comunidade, da atuação junto ao conselho e da elaboração e atualização do projeto político-pedagógico (PPP). Ambas puderam convidar outros profissionais para participar da equipe. Usaram critérios técnicos para escolher a supervisora administrativa, Gabriela de Oliveira Melo, que zela pelas instalações do prédio e cuida das finanças, e a chefe da secretaria da escola, Raquel Lucas da Silva, que responde pela organização dos documentos, pelas matrículas e pelo controle de transferências e faltas. Do pedagógico, aliás, Valderez também não cuida sozinha. Faz parte da equipe gestora a supervisora pedagógica Elisvânia Amaro da Silva, que responde pela formação continuada dos docentes. Ela monitora a implantação das diretrizes curriculares e acompanha o trabalho dos coordenadores pedagógicos - na rede, eles são escolhidos pelos professores para atuar diretamente na sala de aula como eventuais ou auxiliares. Observe neste modelo – As questões burocráticas e administrativas foram delegadas a dois profissionais que têm autonomia para resolvê-las, sem que se exima o diretor de orientar o trabalho e supervisionar as ações. Cuidados a serem tomados – compartilhar tarefas facilita a vida do líder, porém ele deve ter ferramentas para supervisionar as ações em andamento (como questionários, indicadores e relatórios) (MONROE, 2011). • • • • • • - -20 • entender que a nova estrutura de ensino brasileiro, apoiada no status constitucional do princípio democrático de gestão e pressupõe gestão democrática e participativa; • perceber que a escola deve ser gerida de forma democrática, o que pres-supõe de um lado a descentralização e, do outro lado, a construção da autonomia. Bibliografia BRASIL. . Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.Constituição da República Federativa do Brasil BRASIL. . Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional CHIAVENATTO, I. . 4 ed. São Paulo: Makron Books, 1993.Introdução à teoria geral da administração CHIAVENATO, I. . São Paulo: Mc Graw-Hill, 1994, 1998Teoria Geral da Administração CORRÊA, M. L.; PIMENTA; S. M. 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São Paulo: Libertad,Planejamento 1997. • • Introdução 1.1 Gestão escolar: conceitos introdutórios 1.1.1 Administração ou gestão escolar: fundamentos conceituais e históricos 1.1.2 Conceito de administração e suas implicações para a instituição escolar 1.1.3 Teorias da Administração: evolução histórica e características 1.1.4 Escola clássica ou de Administração Científica 1.1.5 Escola das Relações Humanas 1.1.6 Escola Estruturalista 1.2 Concepções de organização e gestão escolar 1.2.1 Concepção técnico-científica 1.2.2 Concepção sociocrítica 1.2.3 Concepção autogestionária 1.2.4 Concepção democrático-participativa 1.3 Planejamento e legislação educacional: conceitos e relações 1.3.1 Planejamento educacional: conceitos e características 1.4 A administração escolar e a legislação 1.4.1 Gestão democrática escolar e marcos legais Conclusão Bibliografia
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