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Capitanias Hereditárias 2 ano

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Capitanias Hereditárias 
As Capitanias Hereditárias foram um sistema implantado no Brasil a partir de 1534. Essa decisão tomada pela Coroa Portuguesa objetivava melhorar a administração do território recém descoberto. Sua principal característica foi a divisão do território da América Portuguesa em faixas de terra, comandadas individualmente.
O sistema de capitanias já havia sido implementado pelos portugueses em outros lugares, como na Ilha da Madeira, nos Arquipélagos dos Açores e em Cabo Verde.
Os séculos XV e XVI (1400-1500) foram marcados pelas Grandes Navegações e descobertas de novos territórios. Espanhóis e portugueses foram os primeiros a chegarem na América. Eles criaram o Tratado de Tordesilhas (uma linha imaginária que dividia os territórios a Leste para portugueses e os a Oeste para espanhóis).
Durante os primeiros anos do descobrimento do Brasil, vivemos o Período Pré-Colonial, com atividades econômicas livres (pau-brasil e escambo). 
Como primeira medida para reverter essa situação, o rei de Portugal, D. João III, enviou uma expedição colonizadora por Martim Afonso de Sousa em 1530.
Martim Afonso tomou uma série de providências: 
· Explorou o litoral
· Combateu contrabandistas  
· Criou a primeira vila em 1532. 
Seu sucesso deu ideia à Coroa: no ano de 1534, o território a leste de Tordesilhas (brasileiro) foi dividido em capitanias.
As capitanias hereditárias surgiram por ordem do rei português D. João III, no ano de 1534, sendo a primeira divisão territorial e administrativa implantada pelos portugueses na América Portuguesa.
Basicamente, o território da América Portuguesa foi dividido em 15 grandes faixas de terra, que tiveram sua administração entregue a interessados. A vida das capitanias como única forma de divisão e administração teve vida curta, uma vez que, em 1548, surgiu o Governo-Geral.
Capitanias hereditárias e contexto histórico
Os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, durante a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral. Apesar de a chegada portuguesa ao Brasil ter sido uma grande novidade em Portugal, não atraía tanto a atenção dos portugueses naquele momento, uma vez que o comércio com a Índia representava uma possibilidade de maiores lucros.
Durante os primeiros trinta anos da colonização portuguesa no Brasil, a única grande atividade econômica desenvolvida foi a exploração do pau-brasil, árvore localizada nas regiões litorâneas e conhecida por possuir uma cor vermelha muito forte. A presença portuguesa concentrava-se nas feitorias, localizadas no litoral.
A princípio, os portugueses estavam bastante confiantes na posse da nova terra por conta do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 pelo papa Alexandre VI. Esse acordo estabelecia a divisão das terras do novo continente entre Portugal e Espanha. Apesar de dar uma certa segurança aos portugueses, esse tratado não garantia que outras nações não tentariam roubar as terras dadas a Portugal.
No começo da década de 1530, o comércio com a Índia estava em declínio, e as terras dos portugueses na América estavam ameaçadas por franceses, que invadiam com frequência o território, aliando-se com nações indígenas inimigas de Portugal. Com essa situação, Portugal percebeu que era necessário ampliar os esforços de colonização do Brasil, caso contrário correria o risco de perder as terras.
A saída encontrada por Portugal foi bem simples: em vez de a Coroa financiar todo o processo de colonização do Brasil, resolveu passar o ônus para terceiros. Com isso, o rei português decidiu dividir o território em 15 lotes,que foram distribuídos em 14 capitanias diferentes, cuja administração ficou sob responsabilidade dos capitães-donatários.
Veja a lista abaixo com o nome de cada capitania e de seus donatários:
· Capitania do Maranhão: João de Barros e Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade;
· Capitania do Ceará: Antônio Cardoso de Barros;
· Capitania do Rio Grande: João de Barros e Aires da Cunha
· Capitania de Itamaracá: Pero Lopes de Sousa;
· Capitania de Pernambuco: Duarte Coelho Pereira;
· Capitania da Baía de Todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho;
· Capitania de Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia;
· Capitania de Porto Seguro: Pero do Campo Tourinho;
· Capitania do Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho;
· Capitania de São Tomé: Pero de Góis da Silveira;
· Capitania de São Vicente: Martim Afonso de Sousa;
· Capitania de Santo Amaro: Pero Lopes de Sousa;
· Capitania de Santana: Pero Lopes de Sousa.
Em geral, os donatários eram comerciantes ou pessoas que pertenciam à pequena nobreza de Portugal. A responsabilidade de desenvolver a capitania era exclusiva do donatário, que recebia o direito sobre o lote de terra a partir da Carta de Doação. Os direitos e deveres que o donatário deveria cumprir foram fixadas na CartaForal.
Os donatários não tinham a posse da terra, que continuava pertencendo ao rei português. Portanto, tinham apenas o direito de fixar-se e administrar a terra da melhor forma possível. Dentro de sua capitania, o donatário era a maior autoridade administrativa e jurídica e respondia apenas ao rei de Portugal.
Os donatários eram obrigados a investir ou atrair investimentos, criando toda infraestrutura para garantir o desenvolvimento e a segurança de sua capitania. Além disso, deveriam atrair pessoas para morar em sua capitania, distribuindo terras (sesmarias) e cobrando impostos de quem fixasse morada nelas.
No que diz respeito à segurança, os donatários deveriam construir fortificações a fim de impedir invasões estrangeiras, além de combater os povos indígenas que fossem hostis à presença dos portugueses.
O sistema de capitanias foi abolido alguns anos depois, apenas 2 territórios, dos 15 existentes, foram bem sucedidos. São eles:
· Capitania de Pernambuco: comandada por Duarte Coelho, introduziu o cultivo da cana de açúcar.
· Capitania de São Vicente: comandada por Martim Afonso de Sousa, foi a primeira vila marcada por ser um ponto comercial, incluindo tráfico indígena.
O sistema não vingou devido aos diversos ataques de grupos indígenas e à falta de recursos (dinheiro, financiamento) para investir nas terras. 
Algumas foram abandonadas e outras jamais conheceram seus donatários, pois eles sequer saíram de Portugal. 
Assim sendo, anos depois, as capitanias foram substituídas pelo Governo Geral.
Governo Geral 
O governo-geral foi estabelecido no Brasil pela Coroa Portuguesa em 1548 como forma de centralizar a administração e promover o desenvolvimento da colônia.
Com o fracasso do sistema de capitanias hereditárias, a Coroa Portuguesa optou por centralizar o poder na colônia, ou seja, foi criada uma autoridade sobre toda a colônia chamada governador-geral. A determinação para a criação desse cargo partiu do próprio rei de Portugal, D. João III.
Essa medida foi tomada com o objetivo de transformar a colônia em um negócio mais lucrativo em vista do enfraquecimento do comércio na Índia. Além disso, o historiador Boris Fausto sugere que o fechamento do entreposto comercial dos portugueses em Flandres e as derrotas militares sofridas no Marrocos ajudam a entender a necessidade de tornar o Brasil um território mais vantajoso para Portugal.
A constante ameaça estrangeira, sobretudo dos franceses, também era um fator que tornava o desenvolvimento da colônia extremamente importante para Portugal. Assim, para ocupar o cargo de governador-geral, a Coroa Portuguesa enviou Tomé de Sousa ao Brasil em 1549.
Governo-geral de Tomé de Sousa
Tomé de Sousa foi enviado ao Brasil em 1549 com instruções específicas dadas pela Coroa Portuguesa. Os objetivos, em geral, eram promover o desenvolvimento populacional e econômico (principalmente pela produção de açúcar) da colônia e garantir a expulsão de invasores.
A expedição de Tomé de Sousa chegou à região da Baía de Todos os Santos com aproximadamente mil homens. As instruções dadas a ele foram estipuladas pela Coroa em um regimento de 17 de dezembro de 1548. Entre essas ordens a Tomé de Sousa, também estavam manter os nativos sob controle e a garantia da conversãodeles ao cristianismo.
A primeira ação do governador-geral foi promover a construção de Salvador em 1549. Essa cidade foi instituída como capital do Brasil, status que ocupou durante mais de 200 anos. Sua localização geográfica era estratégica pela posição centralizada na colônia, o que facilitaria o contato com as diferentes capitanias.
Para auxiliar o governador-geral na administração da colônia, foram criados cargos administrativos com atribuições diferentes. Os cargos de maior destaque foram:
· Ouvidor-mor: responsável pelos assuntos de justiça e pela imposição das leis na colônia;
· Provedor-mor: responsável pela arrecadação e administração das finanças;
· Capitão-mor: responsável pela defesa da colônia contra invasores e contra-ataques de indígenas.
A política de Tomé de Sousa quanto aos nativos era, naquele contexto, pacífica. Ele impôs a escravidão contra as tribos indígenas rebeldes que não aceitavam a presença portuguesa. Com as tribos pacificadas, foi instituída a mesma relação que havia sido usada na exploração do pau-brasil: o escambo.
O maior empecilho para o governo-geral de Tomé de Sousa foi a dificuldade de comunicação existente com outras capitanias da colônia. Seu governo estendeu-se até 1553, quando foi substituído por Duarte da Costa.
Jesuítas
Junto da expedição que trouxe Tomé de Sousa estavam Manuel de Nóbrega e outros cinco companheiros pertencentes à Companhia de Jesus, também conhecidos como jesuítas. A missão dos jesuítas aqui era, primeiramente, estabelecer relações pacíficas com os nativos para iniciar um processo de catequização, ou seja, a conversão dos índios ao catolicismo.
Além disso, era atribuição desses religiosos promover a disciplina no clero existente na capitania e, à medida que catequizavam os nativos, os jesuítas procuravam adequá-los a um padrão de vida nos moldes europeus. Eles ainda cumpriram importante papel na defesa dos nativos contra a escravização. Ao longo da colonização, os conflitos entre jesuítas e os colonos que queriam escravizar os indígenas foram comuns.

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