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X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 LOGÍSTICA REVERSA NO DESCARTE DE LIXO HOSPITALAR GABRIELLE DE BRITO CAVALCANTE(FATEC AMERICANA)gabriellecavalcante1609@gmail.com PROFº ADALBERTO ZORZO(FATEC AMERICANA)adalbertozorzo@yahoo.com.br RESUMO O descarte de lixo hospitalar é um assunto relevante, principalmente tratando de saúde pública, pois se não for feito de maneira correta, existem sérios riscos de contaminação, pública ou ambiental, dependendo do grau de toxidade dos mesmos. Este artigo representa um estudo sobre os processos que estão envolvidos na Logística Reversa no que tange no descarte de resíduos hospitalares e os que estão envolvidos nesses processos. O objetivo desse estudo é investigar e compreender os processos envolvidos no descarte desses resíduos, pressupondo que existem hospitais que não fazem a correta gestão desses resíduos, o que resulta em sérios problemas ambientais e públicos. A metodologia baseia-se na leitura de livros, artigos e documentos com informações relevantes para a composição deste artigo. Os resultados demonstraram que alguns processos que envolvem o descarte dos resíduos hospitalares são caros para alguns hospitais estarem arcando com os custos, dificultando o descarte correto desses resíduos, concluindo que essa é uma das razões pela qual o descarte e a logística reversa desses resíduos não é feita adequadamente. PALAVRAS-CHAVE: Logística Reversa; Resíduos Hospitalares; Descarte. A B S T R A C T The biomedical waste disposal is a relevant subject, mainly treat of public health, because if it will not done of the correct way, there are serious contamination danger, public or environmental, depending on degree of toxicity. This article represents a study about the processes that is involved in the Reverse Logistics in relation to disposal of biomedical waste and the people who are involved in this processes. Thus the aim of this study is to investigate and understand the processes involved on biomedical waste disposal, presupposing that there are hospitals that doesn’t do the correct management of this waste, it results on serious environmental and public problems. The methodology of this article is based on the reading of books, articles and documents with relevant informations for the article composition. The Results demonstrated that some processes involved on biomedical waste disposal are expensive for some hospitals be paying these cost, difficulting the correct waste disposal, concluding that this is some of the reasons because the disposal waste and the reverse logistics is not appropriately done. Keywords: Reverse Logistics; Biomedical Waste; Disposal. . X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 1. INTRODUÇÃO Os resíduos hospitalares devem conter máxima atenção quando se trata de seu manuseio durante o descarte. Esse lixo é composto por restos humanos, sangue contaminado, medicamentos, produtos para desinfecção e higienização de ferimentos, seringas contaminadas, antibióticos e outros materiais contaminantes ou não. Para que não haja risco de contaminação, esses lixos são descartados e armazenados em lugares chamados de “abrigo de resíduos”, onde são mantidos até que uma empresa terceirizada e especialista neste tipo de descarte retire do local. A coleta e transporte desses resíduos consistem na remoção dos mesmos do seu armazenamento externo até uma unidade especializada nesse tratamento de lixo, utilizando as técnicas necessárias para preservar a saúde dos colaboradores, pública e do meio ambiente, seguindo as normas dos órgãos de limpeza urbana (ANVISA, 2004). A norma da ABNT NBR 12810:2016 “especifica os requisitos aplicáveis às atividades de gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) realizadas fora do estabelecimento gerador”, ou seja, esta norma compõe os processos e cuidados que deverão ser seguidos durante descarte desses resíduos hospitalares. Nesses sentido a logística reversa está fortemente envolvida em todos os processos que seguem após a utilização dos produtos hospitalares, garantindo que o pós-uso desses produtos seja feito da melhor forma possível. A logística reversa está cada vez mais presente, ganhando força no que tange em empresas especializadas em logística reversa. Este artigo tem o objetivo de identificar e compreender os processos envolvidos no descarte de lixo hospitalar e seus problemas envolvidos, de forma a evidenciar a importância dos mesmos e dos órgãos regulamentadores desse tipo de serviço. O objetivo específico do presente estudo é: quais são os processos e como seus envolvidos são afetados durantes os mesmos se haver erros durante esses processos. Um objetivo deste estudo foi investigar como é feito cada etapa de cada processo e como funcionam. Diante disso, o problema de pesquisa levantado é: Quais as consequências da má gestão dos processos que envolvem a logística reversa do descarte dos resíduos hospitalares? É pressuposto que em alguns hospitais não é dado a devida importância para o descarte de seus resíduos o que faz com que a logística reversa desse descarte não seja devidamente efetuada, causando sérios riscos a saúde, não somente dos colaboradores, mas de pacientes, funcionários desses hospitais e no meio ambiente. Os dados para este estudo foram coletados por meio de leitura de artigos publicados em períodos de até cinco anos, livros de autores como LEITE, PIRES e MUSETTI com períodos de até treze anos de publicação e pesquisas online em sites acadêmicos e científicos recentes, tendo como base os artigos acadêmicos. Os artigos usados como base são, principalmente: Gerenciamento ambiental e descarte do lixo hospitalar, de POZZETI e MONTEVERDE e A logística reversa como ferramenta competitiva e de sustentabilidade ambiental, de MATTOS e SANTOS. 2. EMBASAMENTO TEÓRICO Segundo PIRES e MUSETTI (2000) logística reversa está dentro da Logística, e é formada pelos processos de retorno de materiais, embalagens e produtos após seu fim de vida útil. Apesar de ser relativamente nova, não é de agora que a logística reversa vem sido estudada e aplicada nas empresas, ela evolui a cada dia, seja nos processos que ela possui ou na tecnologia X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 utilizada para tal. Algumas empresas tem se especializado neste tipo de serviço e outras tem estado cada vez mais consciente em relação ao descarte de seus produtos. Isso fez com que o Brasil se tornasse um dos países que mais reciclam no mundo. Em relação aos resíduos hospitalares, tem se dado cada vez mais atenção diante dos riscos à saúde que eles oferecem. Mas para entender o que são exatamente esses resíduos e como devem ser manuseados, é preciso saber que eles são divididos em grupos de acordo com seu grau de contaminação, toxidade, radiação e resíduos orgânicos. Segundo a ANVISA (2018), são eles: Grupo A (potencialmente infectantes), com seus subgrupos, sendo eles: A1, A2, A3 A4 E A5; Grupo B (químicos); Grupo C (rejeitos radioativos); Grupo D (resíduos comuns) e Grupo E (perfurocortantes). Cada um dsses resíduosdemanda um tipo diferente de identificação e recipiente a ser transportado durante o processo de descarte. A ANVISA também descreve como cada um dos grupos deve ser identificado na hora de armazenar até o transporte dos mesmos. O Grupo A deve ser identificado com o símbolo do risco biológico, o Grupo B com o símbolo e frase de risco associado à periculosidade do resíduo químico ou com outros símbolos e frases do GHS(traduzido do inglês como Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos), o Grupo C com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante, o Grupo D deve ser identificado de acordo como é definido pelo órgão de limpeza urbana e o Grupo E com o símbolo de risco biológico. Ainda não se pode dizer que 100% desses resíduos hospitalares são devidamente descartados, existem alguns hospitais que, por falta de verba ou por causa de como o governo local de dispõe para auxiliar e incentivar o descarte correto, optam por descartar esses lixos de maneira como são descartados os lixos comuns, sem o devido cuidado que se é necessário. Muitos hospitais não tomam a devida providência em relação as quantidades de resíduos gerados por dia em diversas áreas de atividades dos mesmos. Grande parte dos hospitais tendem a limitar-se somente em encaminhar todo seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando existentes, ou jogam esses resíduos em lixões a céu aberto ou, ainda, queimam. (BRASIL AMBIENTAL, 2013) A BRASIL AMBIENTAL(2013), cita que a incineração do lixo hospitalar é incorreta a queima do lixo infectante e que essa é uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos que acabam sendo lançados na atmosfera em razão dessa queima, como dioxinas e metais pesados, que tem grande risco de contaminação. Ela cita também que existe outro processos de tratamento de lixo hospitalar que é conhecido como Auto-Clave, que consiste em esterilização dos produtos infectantes, mas que, por ser muito caro, não é utilizado e como alternativa os lixos infectantes podem ser colocados em valas assépticas, mas o espaço em disponível em relção à quantidade de lixo produzido ainda pode ser um problema em algumas cidades. Existem leis e instituições que são responsáveis pela legislação que envolvem os processos de descarte do lixo hospitalar e que também são responsáveis por fazer a fiscalização durante esses processos. Mas isso não significa que a fiscalização e o cumprimento dessas leis são devidamente feitas, e isso é o motivo pelo qual alguns municípios estão em situações potencialmente perigosas devido a má gestão desses resíduos hospitalares. Para manusear esses tipos de resíduos, é necessário que os colaboradores sejam treinados para tal e isso é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e que ela oferecerá subsídios para prestadores de serviços à saúde elaborem planos de gerenciamento desses resíduos, cujo objetivo é otimizar as estruturas dessas unidades para que haja o correto descarte desses resíduos. Como não são todos os colaboradores que tem o devido acesso a esses treinamentos, não seguem os requisitos necessários para fazer o manuseio desses resíduos e acabam sendo, muitas vezes, contaminados por esses resíduos hospitalares. X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 2.1 AGÊNCIAS REGULAMENTADORAS - ANVISA A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é uma agência regulamentadora do Ministério da Saúde (MS) cuja função é regulamentar as leis de boas práticas que envolvem todos os processos e cuidados que devem ser restritamente seguidos no que tange o descarte Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e dá outras providencias. A ANVISA (2018, Cap. II, Art. 5°) descreve que “todo serviço gerador deve dispor de um Plano de Gerenciamento de RSS (PGRSS), observando as regulamentações federais, estaduais, municipais ou do Distrito Federal”. Essa é umas de suas exigências para que os hospitais ou qualquer tipo de unidade prestadora de serviços a saúde tenha uma garantia de que todos esses resíduos hospitalares tenham o destino correto. No Capítulo II, Art. 6 do I ao XII e no Parágrafo Único, estão descritas quais são as informações e condições que devem estar contidas no PGRSS, sendo, algumas delas, as quantidades geradas de RSS de acordo com o grupo, descrição dos procedimentos no gerenciamento desses resíduos desde a geração até a disposição final, conformidade com as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e com meio ambiente, estar de acordo com a regulamentação sanitária e ambiental em relação as normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana, conter os procedimentos definidos pelo processo de logística reversa para os RSS, descrever as ações que serão executadas em situações de emergência e acidentes durante o gerenciamento dos RSS, descrever os programas de capacitação desenvolvidos e implantados pelo serviço gerador abrangendo todas as unidades geradoras de RSS e o setor de limpeza e conservação e outras documentações exigidas pela ANVISA. No Parágrafo Único deste mesmo artigo, descreve que esses documentos citados devem ser arquivados, seja fisicamente ou eletronicamente por, no mínimo, cinco anos, a fins de inspeções sanitárias. Sobre as etapas do manuseio desses resíduos, o Capítulo III, Seção 1 descreve detalhadamente todos os processos e cuidados que devem ser tomados ao manusear os lixo hospitalares, desde produtos que devem ser usados para acondicionar esses lixos (sacos especiais e coletores), como devem ser identificados e por quanto tempo podem ser mantidos nesses produtos durante sua segregação e acondicionamento. Na Seção 2 deste mesmo Capítulo, está descrito sobre como deve ser feita a coleta e transporte interno desses resíduos. Essas atividades devem ser feitas das seguintes maneiras: o coletor identificado de acordo com o tipo de RSS dever ser transportado em rotas e horários previamente planejadas, atendendo o prazo; o coletor dever ser de material liso, resistente, impermeável, rígido de lavável, contendo, ainda, uma tampa articulada ao corpo dos coletores com cantos e bordas arredondadas, e, por fim, os coletores com capacidades acima de quatrocentos litros devem conter uma válvula de dentro no fundo. Na Seção V, estão contidas as informações para fazer a destinação final dos RSS de acordo com cada grupo classificado. Esses processos são: todos os RSS que não apresentam risco de nenhum tipo de contaminação devem ser encaminhados para a reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveito energético ou logística reversa; os rejeitos que não contém risco de contaminação devem ser encaminhados para o destino final ambientalmente correto; as embalagens primárias de medicamentos farmacêuticos não necessitam de tratamento prévio à sua disposição; o tratamento dos RSS podem ser feitos dentro ou fora do gerador, quando não indicados especificamente; os RSS tratados são considerados rejeitos; uma sequência específica deve ser seguida quando o tratamento dos RSS apresentam múltiplos riscos, sendo esta sequência: 1- quando houver risco radiológico, deve-se armazenar X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 para diminuir a atividade do radionuclídeo até que o nível adequado para a dispensa seja atingido, 2- quando houver risco biológico possuindoagente biológico de classe de risco 4, este deve ser encaminhado para tratamento e 3- se houver riscos biológico e químico o tratamento deve ser feito de forma compatível com ambos; ao fim do tratamento a identificação de risco do resíduo tratado deve ser retirada; os medicamentos recolhidos, apreendidos ou de objetos de fiscalização sanitária devem ser destinados a unidades de tratamento ou encaminhados para aterro de resíduos perigosos - Classe I e por fim é determinado que a responsabilidade de disponibilizar esses tratamento é do serviço. Essas são algumas das leis da ANVISA que são responsáveis por regulamentar os processos de descarte e gerenciamento dos RSS, mas que muitas vezes acabam deixadas de lado, seja pelas condições financeiras do gerador de estar fazendo o descarte correto ou simplesmente por optarem não segui-las, colocando em risco os seus colaboradores, a saúde e o meio ambiente. 2.2 LOGÍSTICA REVERSA A logística reversa é definida como o retorno e a recuperação de produtos no seu fim de vida útil. Nela estão envolvidos todos os processos que são necessários para que a recuperação dos produtos ou de resíduos seja feita da melhor maneira. Segundo LEITE (2009), os primeiros estudos sobre a logística reversa surgiram em meados dos anos 1970 e 1980, e possuía como principal objetivo o retorno de bens a serem processados para sua reciclagem de materiais, depois denominados e analisados como canais de distribuição reversa. E nos anos de 1990, esse tema se tornou ainda mais visível no setor empresarial. Desde então vários outros autores e especialistas na área Logística, tem estudado cada vez mais a logística reversa, como ela evolui e como ela está cada vez mais importante para a questão socioambiental do nosso cotidiano. A logística reversa ocorre devido a existência de bens e serviços que já se findaram e que já foram destinados ao consumidor final, mas que necessitam de retorno ao processo produtivo devida a falhas durante esse processo ou em razão de formas de reaproveitamento encontradas pelas empresas (LEITE, 2009). Para os autores FIGUEREDO, FLEURY e WANKE (2006), na concepção da logística reversa, a vida útil de um produto não se encerra na entrega para o cliente final, pois em um certo momento esse produto poderá retornar ao seu ponto de origem para poder ser reaproveitado, reparado ou descartado. Existem diversas definições do que seria a logística reversa em si, mas, de maneira geral, a logística reversa é definida como a gestão de produtos no seu pós uso. E essa gestão é composta por colaboradores, gestores, técnicos especializados no tipo de produto em que se está lidando, órgãos regulamentadores, fiscalização, governo local e muitos outros fatores que compõe a logística reversa. 2.3 PROCESSOS NO DESCARTE DE LIXO HOSPITALAR Os processos que estão envolvidos no descarte de lixo hospitalar começam a partir do momento em que esses resíduos chegam ao fim de sua vida útil, acrescentando a necessidade de prover a destinação final correta. Após serem separados de acordo com o grupo classificado e devidamente identificados, esses resíduos são acondicionados em vasilhames especiais que não possuem o risco de X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 vazamento ou de perfuração, onde são encaminhados pelos colaboradores internos do gerador desses resíduos para um local temporário e nesse local é feito o tratamento necessário para a diminuição dos riscos de contaminação. Após esse tratamento, esses resíduos são coletados e enviados para o armazém externo e depois recolhidos e levados para a destinação final por veículos adequados para o transporte desses resíduos, com as exigências dadas por lei. Os resíduos do Grupo A, como restos partes de corpo humano, são enterradas. Resíduos do orgânicos vão para a compostagem. Os materiais recicláveis, como plástico, vidro, papel, madeira e metal, vão para a reciclagem. Tecidos humanos ou de animais que possuam risco de contaminação, passam para o tratamento externo por processos térmicos, irradiação, químico ou outro específico. Esses processos são fundamentais para que se possa obter a melhor gestão possível durante o descarte e a logística reversa desses resíduos e, assim, não poupando esforços para que a disposição final desses resíduos esteja de acordo com as exigências de instituições e das leis que se tratam dos RSS. 2.4 TABELAS E ILUSTRAÇÕES Classificação de RSS Grupo A Potencialmente infectantes Ex. bolsas de sangue, membros, etc. Grupo B Químicos Ex.produtos farmacêuticos, resíduos de saneantes, etc. Grupo C Rejeitos radioativos Ex.resíduos provenientes de laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, etc. Grupo D Resíduos comuns Ex. Peças de vestuário, gorros e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, etc. Grupo E Perfurocortantes Ex.lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, etc. Fonte: ANVISA, 2018. A tabela acima traz exemplos do que seriam esses resíduos que são classificados de acordo com cada grupo, determinado pela ANVISA, tendo como base os níveis de contaminação, toxidade, radiação e resíduos orgânicos, sendo eles recicláveis ou não, isso faz com que haja uma eficácia maior no que se trata do gerenciamento desses resíduos para que, assim, a logística reversa dos mesmo feita da melhor forma possível, obtendo resultados satisfatórios na disposição final desses lixos hospitalares. Essas classificações apresentadas são fundamentais para que a segurança dos colaboradores envolvidos nos processos que envolvem a logística reversa dos RSS e a saúde pública seja preservada, através de todas as proteções e cuidados necessários para o manuseio desses resíduos. 3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 O presente estudo classifica-se como pesquisa explicativa por meio de pesquisa bibliográfica. Para a verificação da relevância do tema escolhido, foi necessário realizar um estudo minucioso dos resíduos dos serviços a saúde, buscando fontes com a delimitação de um período de cinco anos até treze anos de publicação, baseando-se, principalmente, na ANVISA. Diante disso foram levantados dados a fim de demonstrar os efeitos da má gestão no descarte de RSS no que se trata de logística reversa. Como procedimentos técnicos, foram reunidos conjuntos de documentos, artigos e livros para que assim fosse levantado uma série de informações que compõe este estudo. De início, houve a necessidade de buscar as fontes de acordo com prioridades, sendo elas, respectivamente, artigos, livros e sites acadêmicos. Não houve dificuldades em levantar as informações necessárias para compor este artigo, foi necessário estudar detalhadamente e resumir os assuntos que foram abordados durante o artigo para que pudéssemos obter argumentos para a comprovação da hipótese. Durante o desenvolvimento deste artigo, análises das informações foram feitas para ter a confiança de que essas informações fossem verídicas. Essas análises foram baseadas em livros de autores especialistas nos assunto tratados, compondo o assunto principal ou seja, logística reversa no descarte de lixo hospitalar. Nota-se que diante dos inúmeros riscos que esses resíduos oferecem, sendo de forma contaminante para a saúde pública, dos colaboradorese do meio ambiente, é possível determinar que existem sérias consequências se não feitos os devidos procedimentos durantes os processos no pós uso desses resíduos hospitalares. Sendo assim, todos os requisitos para a segurança desses resíduos e colaboradores envolvidos, devem ser minuciosamente seguidos para que assim tenham o correto destino final. Então, a necessidade de compreender que processos são esses fez com que questões fossem levantadas e assim os autores pudessem procurar responder essas questões e descrever que processos estão envolvidos na logística reversa no descarte de lixo hospitalar. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO É evidente que existem substâncias presentes nesses lixos hospitalares que são potencialmente perigosas se lançadas em lugares inadequados para tal. É possível perceber que devido as muitas maneiras de se manusear esses lixos, armazenar, transportar e processar faz com que não seja uma questão de se ignorar e é por isso que questões relacionadas a como são feitos os processos de logística reversa dos lixos hospitalares e como as pessoas que fazem parte desse todo foram levantadas para a realização desta pesquisa. A próxima seção da pesquisa preocupou-se em identificar que processos são esses, como são feitos e que ordem devem seguir, resultando em descrições detalhadas dos mesmos. Sabendo que alguns desses processos deixam de ser feitos, devido ao auto custo da tecnologia utilizada. Esses resultados sugerem que em alguns municípios, que não existam órgãos especializados em logística reversa, que não possuam a fiscalização adequada ou que não tenham a verba necessária proveniente do governo local, esses resíduos acabam parando em locais inadequados para seu descarte aumentando o risco de contaminação da população e do meio ambiente local. Em geral, estes resultados indicam que, apesar da existência de leis regulamentadoras, ainda existe a necessidade de conscientização maior de uma população como um todo e disposição do governo para auxiliar essas cidades, para que, assim, esses resíduos de serviços a saúde venham a ser corretamente encaminhados para sua disposição final. X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 XFATECLOG LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das referências compostas por informações técnicas e definições, é possível considerar que alguns hospitais não se comprometem com a logística reversa no descarte de lixo hospitalar, tendo várias razões, financeiras ou não. Um objetivo inicial foi compreender e identificar os processos que compõe o descarte dos RSS e os envolvidos nos mesmos. A primeira pergunta neste estudo foi determinar quais seriam as consequências da má efetuação dos processos de logística reversa no descarte desses resíduos. Em geral, podemos perceber que os componentes desses resíduos hospitalares oferecem grandes riscos se não manuseados de forma correta, podendo causar sérias contaminações em quem está envolvido, seja diretamente ou indiretamente, resultando em doenças, contaminação do solo e do ar e, até mesmo, a morte. Nesta investigação, o objetivo principal do presente estudo foi determinar quais são os processos que devem ser feitos durante o descarte de lixo hospitalar e como os colaboradores são afetados durante esses processos. Retornando para a hipótese feita no início deste estudo, agora é possível afirmar que existem inúmeras consequências quando se trata da má execução do descarte de RSS e que essas consequências atingem a todos, não somente os colaboradores. Os resultados deste estudo indicam que cada processos envolvido desde o descarte do lixo hospitalar até a última etapa da logística reversa são fundamentais para a colaboração coma saúde pública e ambiental, através da descrição da classificação desses produto e cuidados a serem tomados ao manuseá-los. Esta pesquisa amplia nosso conhecimento dos processos de descarte dos RSS e de como a logística reversa tem um papel fundamental para contribuir com a destinação final desses resíduos e também com a saúde pública e ambiental. Podemos entender o quanto é necessário que seja dada a devida importância e atenção no que se trata de logística reversa no descarte de lixo hospitalar e assim podermos nos tornar mais conscientes diante disso e pode estar contribuindo para que mais hospitais ou qualquer prestadores de serviços saúde possam se tornar cada vez mais conscientes também. REFERÊNCIAS ABNT. Associação de Normas Técnicas Brasileiras. Norma NBR 12810:2016 (Resíduos de serviços de saúde “RSS” – Gerenciamento extraestabelecimento – Requisitos). Disponível em:<http://www.abnt.org.br/noticias/4729-residuos-de-servicos-de-saude- gerenciamento-extraestabelecimento-requisitos>. Acesso em: 06 mar. 2019 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Lixo hospitalar. 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