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LÍNGUA PORTUGUESA E MORFOSSINTAXE Me. Ana Carolina Caetano Senger GUIA DA DISCIPLINA 2021 1 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. INTRODUÇÃO À MORFOSSINTAXE Objetivo: Entender a perspectiva morfossintática de estudos da Língua Portuguesa. Introdução: Nos estudos linguísticos, é importante saber as palavras têm uma significação especial. Assim, “saber o significado técnico que as palavras têm na área linguístico- gramatical é um compromisso de todo profissional que atua no ensino e na pesquisa de língua portuguesa.” (HENRIQUES, 2009, p. 11) A palavra pode ser analisada isoladamente, levando em consideração apenas sua classe gramatical, ou pode ser classificada a partir da função que estabelece dentro da oração. “Se o objeto de estudo é a palavra, tem-se a análise morfológica. Entretanto, se a busca é por sua função na oração, surge a análise sintática.” (PAVAN, 2019). A análise morfológica tem a palavra como objeto de estudo enquanto a análise sintática busca entender sua função dentro de uma oração. Quando a análise ocorre no âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe gramatical e função sintática, temos a Morfossintaxe. Embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe, forma e função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante. 1.1. Morfologia: morfemas, palavras e classificação A palavra morfologia é de origem grega e significa “estudo das formas”; ela é a área da gramática que estuda as estruturas internas das palavras. A análise morfológica classifica as palavras de maneira objetiva e individual, sem considerar qualquer tipo de relação entre elas. Existe uma dinâmica nas manifestações dos componentes morfológicos, por isso devemos entender as noções de morfema, palavra e de classe. 2 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Observe: Imagens retiradas da internet PATO PATOS PATINHOS As palavras citadas anteriormente podem ser decompostas em partes menores: PAT O PAT O S PAT INH O S Cada uma dessas partes é chamada de morfema ou unidade significativa, porque são as menores formas de significado. No exemplo: GAT- indica o significado da palavra (= certa espécie de animal) INH- indica o grau diminutivo (=tamanho pequeno) O- indica o gênero (= masculino) S- indica o número (=plural) Assim entendemos que “Morfema é a unidade mínima dotada de significado que integra o vocábulo. Essas estruturas são partes constituintes do campo gramatical e lexical das palavras.” (PACHECO, 2019) Já o termo palavra deve ser entendido como elemento “[...] que se usa para designar a unidade mínima autônoma (lexical ou gramatical) para a qual se espera, por exemplo, que exista uma entrada própria num dicionário ou que, numa gramática, exista um paradigma que a inclua.” (HENRIQUES, 2009, p. 15) O estudo morfológico da língua portuguesa indica que as palavras podem ser analisadas e catalogadas em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, 3 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância sendo elas: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Essas classes são divididas em palavras variáveis (aquelas que variam em gênero, número ou grau) e palavras invariáveis (as que não variam). Veja a seguir o que representa cada uma das classes gramaticais: • Substantivo: palavra variável que nomeia os seres em geral, podendo ser precedida por artigo, numeral, pronome e adjetivo. • Adjetivo: palavra variável que caracteriza; que atribui qualidades aos substantivos. • Artigo: palavra variável que antecede o substantivo, determinando-o ou indeterminando-o. • Numeral: palavra variável que indica a posição ou o número de elementos. • Pronome: palavra variável que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso. • Verbo: palavra variável que indica ações, estado ou fenômeno da natureza. • Advérbio: palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros. • Preposição: palavra invariável que liga dois elementos da oração. • Conjunção: palavra invariável que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical. • Interjeição: palavra invariável que exprime emoções e sentimentos. 1.2. Sintaxe: termos e períodos A sintaxe “é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.” (PACHECO, 2019) O emissor, ao emitir uma mensagem verbal, visa transmitir um significado completo e compreensível, e para isso, as palavras precisam estar relacionadas e combinadas entre si. Dessa forma, a sintaxe se torna um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações. Como ler ou escrever um texto vai muito além de uma mera compreensão ou organização de palavras, é preciso saber que os textos são compostos por palavras, 4 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância termos, orações e períodos. Todos esses elementos têm uma relação entre si, e é a análise sintática que estuda a função e a ligação de cada elemento que forma um período. 1.2.1. Termos da oração Toda oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita através de termos, os quais podem ser: essenciais, integrantes ou acessórios. • Termos essenciais da oração: também conhecidos como termos fundamentais, são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito e do predicado. Lembre-se que nem toda oração tem sujeito! • Termos integrantes da oração: são os termos que completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por: complemento verbal (objeto direto e indireto), complemento nominal e agente da passiva. • Termos acessórios da oração: são os termos dispensáveis e são utilizados para determinar, caracterizar, explicar ou intensificar. São eles o adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. 1.2.2. Períodos Os períodos são unidades sintáticas; são enunciados construídos por uma ou mais orações e possuem sentido completo. Os períodos podem ser simples ou compostos: • Período simples: é constituído por uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. É um enunciado com apenas um verbo e sentido completo. • Período composto: é constituído por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais verbos. 1.3. Morfossintaxe: palavras e sintagmas a serviço do texto Como visto anteriormente, a morfossintaxe diz respeito à análise em termos morfológicos e sintáticos com relação às orações, sendo importante frisar que: • Análise morfológica: analisa as palavras de uma forma individual, independentemente da ligação que ocorre com as demais. • Análise sintática: analisa de maneira conjunta a relação existente entre palavras de uma mesma oração, apontando a função que cada palavra exerce. 5 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Então, entendemos que o termo morfossintaxe consiste na combinação da análise morfológica e sintática das palavras. A sintaxe e a morfologia são assuntos interligados. Ter um bom conhecimento sobre as classes de palavras é fundamental para entender a estrutura de uma oração e de um período. Observe a análise morfossintática da frase abaixo: As meninas estavam preocupadas. Análise morfológica As = artigo definido Meninas = substantivo Estavam = verbo estar Preocupadas = adjetivo Análisesintática As meninas = sujeito simples Estavam preocupadas = predicado nominal Preocupadas = predicativo do sujeito É preciso entender a diferença entre classe e função para compreeender como se processa a morfossintaxe, pois uma palavra pode transitar entre uma posição e outra. 6 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. MECANISMOS SINTÁTICOS Objetivo: Conhecer a área da gramática que estuda a relação entre as palavras na oração. Introdução: A sintaxe é o campo da gramática que analisa a disposição das palavras na frase. Podemos afirmar que um texto está sintaticamente correto quando existe uma relação lógica entre as frases, ou seja, [...] quando os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba – ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja acessível e compreensível. (PEREZ, 2019) 2.1. Sintaxe de concordância A concordância é a sintonia existente entre as palavras que compõem uma frase; é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. A concordância nominal ocorre quando artigos, promomes, numerais e adjetivos concordam em gênero, pessoa e número com o substantivo a que se referem. E a concordância verbal ocorre quando o verbo concorda com o sujeito ou com o predicativo em número, modo, tempo e pessoa. Observe o exemplo a seguir: Nós chegamos. Nós = 1ª pessoa do plural -mos = (flexão de primeira pessoa do plural) No exemplo, há concordância verbal, pois o verbo concorda com o seu sujeito em pessoa e número. 2.1.1. Concordância nominal Segundo Pilastre (2019, p. 7), a concordância nominal ocorre quando há: • MAIS DE UM NÚCLEO SUBSTANTIVO: se forem do mesmo gênero, a palavra determinante irá para o plural e para o gênero comum. Também é 7 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância possível que a palavra determinante concorde com o gênero e número do núcleo mais próximo. • MAIS DE UM DETERMINANTE: a palavra determinada irá para o plural ou ficará no singular. • CASOS ESPECIAIS: a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com o substantivo em gênero e número; b) a olhos vistos: é locução com função adverbial, invariável, portanto. Exemplos: Adorava comida salgada e gordurosa. Pronúncia e vocabulário perfeitos. 2.1.2. Concordância verbal Segundo Pilastre (2019, p. 7), a concordância verbal ocorre quando há: • SUJEITO COMPOSTO: o verbo irá para o plural. • PRONOME DE TRATAMENTO: verbo sempre se flexiona na 3ª pessoa. • SÉRIE nem... nem: o verbo irá para o singular. • SUJEITO LIGADO POR ou: o verbo irá para o singular se a conjunção ou indicar exclusão, retificação e identidade/equivalência. • EXPRESSÕES PARTITIVAS: a maioria de/a maior parte: o verbo irá para o singular se o núcleo do sujeito não se referir à ideia de número. • EXPRESSÃO cada um de + plural: verbo sempre fica no singular. • EXPRESSÃO mais de um/uma: verbo tipicamente irá para o plural. • PORCENTAGEM: o verbo concorda com o termo preposicionado que especifica a porcentagem; na ausência desse termo, a concordância ocorre com o número presente na porcentagem. Exemplos: Maria e José conversaram até de madrugada. (SUJEITO COMPOSTO) Mais de uma professora se abraçaram. (EXPRESSÃO mais de um/uma) Nem chuva nem frio são bem recebidos. (SÉRIE nem... nem) 8 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.2. Sintaxe de regência Chamamos de regência verbal e regência nominal a relação de subordinação existente entre um verbo ou um nome e seus complementos. Chamamos de “termo regido” a palavra que depende de outra para obter sentido completo e de “termo regente” a palavra a que se subordina o termo regido. Veja o exemplo: Aquelas crianças gostam de cachorro-quente. gostam = verbo transitivo indireto = TERMO REGENTE de cachorro-quente = objeto indireto = TERMO REGIDO 2.2.1. Regência verbal Chamamos de regência verbal a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). Os verbos podem ser intransitivos e transitivos. Segundo Pilastre (2019, p. 9), a diferença entre verbos intransitivos e transitivos é a seguinte: • os verbos intransitivos não exigem um termo que os complete (e esse “completar” é semântico e categorial); • os verbos transitivos são aqueles que exigem um termo que os complete (e essa complementação é semântica e categorial). Na regência verbal, o termo regente é sempre um verbo. Observe: Empresas pagam dívidas do Estado. pagam (verbo) = TERMO REGENTE dívidas do Estado = TERMOS REGIDOS 2.2.2. Regência nominal Chamamos de regência nominal o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. 9 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Na regência nominal, o termo regente é sempre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Observe: O fortalecimento das cidades se observa com o crescimento das construções. “fortalecimento” e “crescimento” (nomes) = TERMOS REGENTES “das cidades” e “das construções” = TERMOS REGIDOS 2.3. Sintaxe de colocação De acordo com Perez (2019), a sintaxe de colocação mostra que os pronomes, embora possam ser dispostos de maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo. Existem três possíveis colocações para os pronomes: a próclise, a mesóclise e a ênclise. 2.3.1. Próclise Na próclise, o pronome será posicionado antes do verbo. Segundo Pilastre (2019, p. 20), o pronome pessoal oblíquo será atraído (deverá estar próximo) por: • advérbios (incluindo formas negativas não, nunca, jamais), desde que não haja pausa; • conjunções subordinativas; • pronomes (relativos, indefinidos, demonstrativos, interrogativos); • com o gerúndio precedido da preposição em. Exemplos: Não se esqueça de mim. Soube que me negariam ajuda. Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas. Em se tratando de casos graves, ele atende prontamente 2.3.2. Mesóclise Na mesóclise, o pronome surge intercalado ao verbo. Ela será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo (desde que não haja palavra atrativa). 10 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Exemplos: Desenhar-te-ei nos meus sonhos. Dir-lhe-ei isso! Contar-te-ia a verdade. 2.3.3. Ênclise Na ênclise, o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo- complemento. Segundo Pilastre (2019, p. 20), a ênclise ocorre: • em início de período ou após pausa intensa (com verbo no início tanto do período quanto após a pausa intensa); • no imperativo afirmativo; • verbo no infinitivo não flexionado ou no gerúndio (sem palavra atrativa). Exemplos: Telefonei-lhe na hora combinada. Prometo amar-te. Fez-me um favor. Só isso! 11 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Objetivo: Conhecer os termos essenciais da oração. Introdução: Toda oração é formada por termos chamados essenciais: o sujeito e o predicado. É em torno dessesdois elementos que as orações são estruturadas. Leia: João observa o pássaro. Na oração acima, João é o sujeito, pois constitui o ponto de partida da informação, é um termo sobre o qual se diz algo. As demais palavras “observa o pássaro” são o predicado, termo que declara algo sobre o sujeito. Sujeito e predicado são termos que, normalmente, aparecem em todas as orações. O sujeito pode estar ausente em algumas orações. Assim: Chove. Neta oração, temos apenas o predicado chove, porque o verbo chover não se refere a nenhum sujeito, é verbo impessoal. 3.1. O sujeito e o predicado Observe: Eu jogo bola. Nós ouvimos música. O cachorro está latindo. Uma maneira prática para encontrar o sujeito da oração é fazer perguntas antes do verbo: Quem é que joga bola? ---------- Eu Quem é que ouve música? ----- Nós Quem é que está latindo? ------- O cachorro 12 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Nas orações citadas anteriormente, retirando-se os sujeitos, sobram as palavras que pertencem ao predicado. Lembre-se que o verbo sempre pertence ao predicado. 3.2. Tipologia do sujeito 3.2.1. Núcleo do sujeito Observe: O azul do céu é lindo. sujeito No sujeito da oração acima, a palavra mais importante é azul (palavra substantivada). Ela é o núcleo do sujeito. “Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica.” (DIANA, 2017.) O núcleo do sujeito pode ser representado na oração por um substantivo ou palavra substantivada; ou por um pronome substantivo. 3.2.2. Classificação do sujeito O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou inexistente (oração sem sujeito). • Sujeito simples: Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só substantivo ou um só pronome. • Sujeito composto: Com mais de um núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a mais de uma palavra. • Sujeito oculto: Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo. • Sujeito indeterminado: ocorre quando o sujeito não se refere a um elemento identificado de maneira clara. • Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre quando a informação veiculada pelo predicado está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo. 13 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Observe: Todos os cantores foram aplaudidos. ------------------ sujeito simples Eu e Simone viajamos de férias. ------------------------- sujeito composto Ganhei o prêmio da loteria. -------------------------------- sujeito oculto (eu) Bateram `a porta. ---------------------------------------------- sujeito indeterminado Nevou no Sul durante o inverno. -------------------------- sujeito inexistente Em “Todos os cantores foram aplaudidos” temos um sujeito simples porque temos apenas um só núcleo (cantores). Em “Eu e Simone viajamos de férias” temos um sujeito composto porque temos mais de um núcleo (eu / Simone). Em “Ganhei o prêmio da loteria” temos um sujeito oculto, porque embora não esteja expresso na oração, é facilmente reconhecido pela terminação verbal (ganhei = eu). Em “Bateram `a porta” temos um sujeito indeterminado, porque não se pode saber quem bateu ̀ a porta, pois o verbo não se refere a uma pessoa determinada. Há duas formas de se identificar a indeterminação do sujeito: • quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito; • quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se). Em “Nevou no Sul durante o inverno” temos sujeito inexistente, porque o verbo nevar não se refere a nenhum sujeito. Nos casos de oração sem sujeito, os verbos são considerados impessoais e vem conjugados na 3ª pessoa do singular. 3.3. Tipologia do predicado O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal. 14 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.3.1. Predicado Verbal “O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.” (DIANA, 2017.) Observe: Gabriel caiu. ------------------ verbo intransitivo Samuel tem um carro. ------ verbo transitivo Em “Gabriel caiu”, “caiu” é um verbo intransitivo porque não exige a presença de um objeto, ou seja, um substantivo ou um pronome substantivo para completar-lhe o sentido. (quem cai, cai) Em “Samuel tem um carro”, “tem” é um verbo transitivo porque precisa de um objeto, ou seja, um substantivo ou um pronome substantivo para completar-lhe o sentido. (quem tem, tem alguma coisa) 3.3.2. Predicado Nominal O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito. Observe: O apartamento está sujo. ------------------ predicado nominal Na oração acima, temos um sujeito simples. O resto da oração - está sujo - é chamado de predicado nominal. Nesse caso, o adjetivo “sujo” que indica a característica do sujeito, é denominado predicativo do sujeito. O verbo “está” não indica ação; serve apenas para ligar o predicativo ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação. 3.3.3. Predicado Verbo-nominal O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou intransitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. Observe: Os turistas viajaram animados. ------------------ predicado verbo-nominal Na oração acima, temos um sujeito simples “Os turistas”. O resto da oração - viajaram animados - é chamado de predicado verbo-nominal, pois temos dois núcleos: 15 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Verbo intransitivo “viajaram” = 1º núcleo • Predicativo do sujeito “animados” = 2º núcleo No predicado verbo-nominal, o verbo de ligação não vem escrito, mas fica subebtendido. “Os turistas viajaram (e estavam) animados.” Nesse caso, o predicativo “animados” refere-se ao sujeito “os turistas”. Outro exemplo: Lucas encontrou seu cachorrinho feliz. ------------------ predicado verbo-nominal Na oração acima, temos um sujeito simples “Lucas”. O resto da oração - encontrou seu cachorrinho feliz - é chamado de predicado verbo-nominal, pois temos dois núcleos: • Verbo transitivo “encontrou” = 1º núcleo • Objeto = seu cachorrinho • Predicativo do objeto “feliz” = 2º núcleo Nesse caso, o predicativo “feliz” refere-se ao objeto “seu cachorrinho”. O predicado verbo-nominal pode apresentar as seguintes estruturas: • Verbo intransitivo + predicativo do sujeito; • Verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito; • Verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto. 16 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. TERMOS RELACIONADOS AO VERBO Objetivo: Conhecer os termos relacionados ao verbo. Introdução: Em Língua Portuguesa, os termos relacionados ao verbo são: objeto direto, objeto indireto, adjunto adverbial e agente da passiva. O verbo transitivo pode ser: transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto. No caso do verbo transitivo direto, ele é aquele que exige um complemento chamado objeto direto, ligado ao verbo sem preposição. Já o verbo transitivo indireto é aquele que exige um complemento chamado objeto indireto, ligado ao verbo por preposição (normalmente, a, de, em). E o verbo transitivo direto e indireto é aquele que exige doiscomplementos: um objeto direto – sem preposição – e um objeto indireto – com preposição. direto --------------------- exige objeto direto (sem preposição) Verbo transitivo indireto ------------------- exige objeto indireto (com preposição) direto e indireto -------- exige um objeto direto e um objeto indireto O objeto é o alvo, o destinatário/beneficiário ou o resultado do fato verbal. O adjunto adverbial é o termo que exprime circunstâncias de modo, lugar, tempo, intensidade..., modificando o verbo e, mais raramente, o adjetivo ou o advérbio. E o agente da passiva é o termo que indica o ser que pratica a ação verbal da oração na voz passiva, e vem regido pela preposição por ou, mais raramente, de. 4.1. Objeto direto O objeto direto – sem preposição, completa o verbo transitivo direto (VTD). Observe a análise sintática da frase a seguir: Eu li o romance. Sujeito simples: eu Predicado verbal: li o romance Verbo transitivo direto: li Objeto direto: o romance 17 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Perceba que após o verbo transitivo direto podemos fazer as perguntas “o quê?”, “quem?”, sem preposição. No exemplo: O quê eu li? – reposta: o romance (objeto direto). Veja outros exemplos em que o objeto direto foi destacado: Todos os alunos elogiaram a peça teatral. As plantas purificam o ar. Onde você achou isso? Eu as comprei na loja da esquina. 4.2. Objeto indireto O objeto indireto – com preposição, completa o verbo transitivo indireto (VTI). Observe a análise sintática da frase a seguir: Eles acreditam em fantasmas. Sujeito simples: eles Predicado verbal: acreditam em fantasmas Verbo transitivo indireto: acreditam Objeto indireto: em fantasmas Perceba que após o verbo transitivo indireto podemos fazer as perguntas “a quê?”, “a quem?”, de quê?”, “de quem?”, em quê?”, “em quem?”, com preposição (a, de, em). No exemplo: Em quê eles acreditam? – reposta: em fantasmas (objeto indireto). Veja outros exemplos em que o objeto indireto foi destacado: Assiti ao jogo. Não acredito em você. Lutava contra o inimigo. Gostamos de frutas e doces. 4.3. Adjunto adverbial O adjunto adverbial é um termo acessório da oração, cuja função é modificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância: tempo, lugar, modo, intensidade… O adjunto adverbial ser representado por um advérbio, por uma locução adverbial ou por uma oração subordinada adverbial. Pode aparecer no início, no meio ou no fim das frases, sendo separado por vírgulas em algumas situações. (NEVES, 2019) 18 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Observe a análise sintática da frase a seguir: O atleta corria rapidamente. Sujeito simples: o atleta Predicado verbal: corria rapidamente Verbo intransitivo: corria Adjunto adverbial de modo: rapidamente Repare que neste exemplo o adjunto adverbial é representado na oração por um advérbio de modo. Mas lembre-se que ele também pode ser representado por uma locução adverbial. Veja algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir: Lugar (onde?) Tempo (quando?) Modo (como?) Intensidade (quanto?) Companhia (com quem?) Causa (por quê?) Fim (para quê?) Afirmação Negação Dúvida Instrumento Meio Existem diversas classificações para os adjuntos adverbiais e alguns podem encaixar, simultaneamente, em várias classificações. Assim, é essencial que se faça a análise do adjunto adverbial mediante o contexto da frase. Lembre-se que o adjunto adverbial, quando referir-se ao verbo, é sempre invariável. 4.4. Agente da passiva Leia: Exemplo1 Exemplo 2 O gato pegará o rato. O rato foi pego pelo gato. 19 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância No exemplo 1, o gato é sujeito (sujeito agente) e pratica a ação verbal – voz ativa. Já no exemplo 2, o rato é sujeito, mas um sujeito paciente, porque sofre a ação verbal – voz passiva analítica. Na voz passiva analítica, embora o sujeito seja o rato, quem realmente pratica a ação verbal é o gato – ele é o agente da ação. Por isso o termo pelo gato recebe o nome de agente da passiva. O agente da passiva é o termo que indica quem pratica a ação de uma oração na voz passiva. É um termo preposicionado, sendo utilizada maioritariamente a preposição por ou as suas formas contraídas (pelo, pela, pelos, pelas). O agente da passiva corresponde ao sujeito de uma oração na voz ativa. Um verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal praticada pelo agente da passiva. (NEVES, 2019) Segundo Neves (2019), o agente da passiva é maioritariamente representado por um substantivo ou por um pronome. Em algumas situações, pode ser omitido. Veja: A documentação foi enviada pela diretora. (substantivo) A documentação foi enviada por mim. (pronome) O prédio foi vandalizado. (omissão do agente da passiva) A voz passiva analítica é formada pelo verbo auxiliar (ser, estar) seguido do particípio do verbo principal. O verbo no particípio concorda com o sujeito paciente em gênero e número. Observe os exemplos: Os erros foram corrigidos pelo revisor. Os aviões serão consertados por técnicos especialistas. Observe a passagem da voz ativa para a voz passiva analítica: Voz ativa: O leão domina a savana. Sujeito agente: o leão Verbo transitivo direto: domina Objeto direto: a savana Voz passiva analítica: A savana é dominada pelo leão. Sujeito paciente: a savana Verbo ser + particípio: é dominada Agente da passiva: pelo leão 20 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Quando passamos um verbo da voz ativa para a voz passiva analítica, repare que: • O verbo da voz ativa é sempre transitivo direto ou transitivo direto e indireto. • O objeto direto da voz ativa passará a ser sujeito paciente. • O verbo principal da voz ativa irá para o particípio com o verbo auxiliar (ser, estar). • O verbo auxiliar deverá ser conjugado no mesmo tempo e modo em que se encontra o verbo na voz ativa. • O agente da passiva liga-se ao verbo por meio de preposição (por, de, pelo, pela, do, da etc). 21 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. TERMOS RELACIONADOS AO NOME Objetivo: Conhecer os termos relacionados ao nome. Introdução: Existem alguns termos que se ligam aos nomes. São eles: predicativo, complemento nominal, adjunto adnominal e aposto. O predicativo é a apalavra que exprime a característica do sujeito (ou do objeto) e com ele concorda em gênero e número. O complemento nominal é o termo da oração exigido como complementação de alguns nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios) e geralmente é regido de preposição. O adjunto adnominal é o termo que se liga a um nome ou palavra substantivada para qualificá-lo ou determiná-lo. É expresso geralmente por um adjetivo, locução adjetiva, artigo, pronome ou numeral. O aposto é o termo da oração que resume, explica ou especifica um nome. 5.1. Predicativo Existem dois tipos de predicativo: o do sujeito e o do objeto. O predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal. Ele pode ser representado por: • Adjetivo • Locução adjetiva • Pronome substantivo • Substantivo (ou palavra substantivada) • Numeral Em geral, o predicativo do sujeito concorda com o sujeito a que se refere em gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural). Assim: 22 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O cachorro está magro e velho.Sujeito: cachorro (masculino singular) Predicativo do sujeito: magro e velho (masculino singular) As cadelas estão magras e velhas. Sujeito: cadelas (feminino plural) Predicativo do sujeito: magras e velhas (feminino plural) O predicativo do objeto, no predicado verbo-nominal, classifica ou expressa um estado do núcleo do objeto. Veja o exemplo a seguir: Fernando encontrou a amiga preocupada. Sujeito simples: Fernando Predicado verbo-nominal: encontrou a amiga preocupada Verbo transitivo direto: encontrou Obejto direto: a amiga Predicativo do objeto: preocupada 5.2. Complemento nominal Leia: A confiança em nós foi absoluta. O termo em nós liga-se ao nome confiança por meio da preposição em. Confiança é um substantivo que precisa de um complemento: confiança em quê?, em quem? O termo em nós que completa o sentido de um nome é chamado de complemento nominal. O complemento nominal pode completar o sentido do sujeito, do predicativo do objeto, do adjunto adverbial ou de qualquer outro termo da oração. Vem sempre ligado ao termo a que se refere por meio de uma preposição (de, a, com, em, por…), chamada em análise sintática de concetivo. Os substantivos, adjetivos e advérbios de sentido incompleto podem ser comparados aos verbos transitivos, que também necessitam de um termo que complete seu sentido: quem aumenta, aumenta alguma coisa e quando há aumento, há aumento de alguma coisa. Assim, podemos concluir que aumentar é um verbo transitivo que pede um objeto direto e aumento é um substantivo abstrato que pede um complemento nominal. (NEVES, 2019) 23 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Veja mais exemplos de frases com complemento nominal: • complemento nominal representado por um substantivo: A construção do prédio demorou dois anos. • complemento nominal representado por um adjetivo: Esperamos ansiosos por sua volta. • complemento nominal representado por um advérbio: Agiu favoravelmente ao chefe. 5.3. Adjunto adnominal O adjunto adnominal é o termo da oração que acompanha e modifica um substantivo, conferindo-lhe características e atributos. Acompanha sempre o substantivo nuclear de uma determinada função sintática, ou seja, acompanha o núcleo do sujeito, o núcleo do objeto direto etc. (NEVES, 2019) Como o junto adnominal apresenta uma função adjetiva, pode ser representado por um adjetivo, por uma locução adjetiva, por um pronome adjetivo, por um numeral ou por um artigo. Veja os exemplos a seguir: • Adjunto adnominal representado por adjetivo: Adoro música agitada. • Adjunto adnominal representado por locução adjetiva: Picadas de abelha doem muito. • Adjunto adnominal representado por pronome adjetivo: Meu carro está muito longe. • Adjunto adnominal representado por numeral: Vinte candidatos foram selecionados. • Adjunto adnominal representado por artigo: A menina era extremamente simpática. 24 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Na análise sintática, o adjunto adnominal deve ser analisado após cada núcleo que ele acompanha. É importante saber diferenciar o adjunto adnominal do complemento nominal, pois eles apresentam várias diferenças. Segundo Neves (2019): O adjunto adnominal… • é dispensável, apresentado uma informação acessória a um nome. • estabelece relação com um substantivo concreto. • pode ser ou não precedido de uma preposição. O complemento nominal… • é obrigatório, sendo utilizado para completar o sentido de um nome que apresenta uma significação incompleta. • estabelece relação com um adjetivo ou um advérbio. • é sempre precedido de uma preposição. Apesar disso, esses dois termos são facilmente confundidos quando estabelecem relação com um substantivo abstrato e quando o adjunto adnominal é representado por uma locução adjetiva, formada pela preposição de e por um substantivo. Nessas situações, é importante entender que o adjunto adnominal apresenta um valor agente e que o complemento nominal apresenta um valor paciente. 5.4. Aposto Leia: Júnior, meu primo, comprou um carro novo. Na oração acima, há entre virgulas uma expressão que explica quem é Júnior. Essa explicação recebe o nome de aposto. O aposto é um termo acessório da oração que, sintaticamente relacionado com outro termo da oração, serve para explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar, enumerar, especificar, resumir, comparar... esse outro termo. O aposto permite o enriquecimento textual, fornecendo informações novas sobre os termos da oração. (NEVES, 2019) 25 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere, bem como ser destacado ou não por sinais de pontuação, como vírgula, dois-pontos ou travessão. Pode ainda ser precedido ou não de preposições ou de expressões explicativas (isto é, como). Veja a seguir outros exemplos de aposto: Luís de Camões, importante poeta português, escreveu poemas sobre os descobrimentos portugueses. Aquelas duas meninas – a Camila e a Tatiana – ficaram ajudando no fim da festa. De acordo com Neves (2019) existem sete tipos distintos de aposto: • Aposto explicativo: serve para explicar ou esclarecer um termo da oração. Na frase, aparece destacado por vírgulas, parênteses ou travessões. • Aposto enumerativo: serve para enumerar partes constituintes de um termo da oração. Na frase, aparece separado por dois pontos ou travessão e vírgulas. • Aposto especificativo: serve para especificar ou individualizar um termo genérico da oração. Na frase, não se encontra destacado por sinais de pontuação, estando ligado diretamente ao termo que especifica ou através de uma preposição. Apostos especificativos são maioritariamente nomes próprios. • Aposto recapitulativo ou resumidor: serve para resumir numa só palavra vários termos da oração. • Aposto distributivo: serve para distribuir informações de forma separada de termos da oração. • Aposto comparativo: serve para comparar um termo da oração com alguma coisa. Na frase, aparece destacado entre vírgulas. • Aposto de oração: também chamado de oração subordinada substantiva apositiva, ocorre quando uma oração apresenta valor apositivo e se encontra sintaticamente dependente de outra. 26 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Objetivo: Entender o significado e a tipologia de frase, oração e período. Introdução: Frase, oração e período são três conceitos essenciais da sintaxe. “Uma frase é um enunciado que apresenta um sentido e uma estrutura completa.” (NEVES, 2019) A estruturação de palavras em uma frase tem um propósito comunicativo, de transmissão de um conteúdo. Existem frases simples e complexas, nominais e verbais, com diferentes intenções comunicativas. “Uma oração é uma unidade sintática que indica uma ação verbal.” (NEVES, 2019) Quando os enunciados apresentam um ou mais verbos ou locuções verbais, temos uma oração ou mais. Cada um desses verbos ou locuções verbais é uma oração. “Um período é uma frase onde há a junção de uma ou mais orações de sentido completo.” (NEVES, 2019) Podem ser simples ou compostos, conforme o número de orações que apresentam. 6.1. Frase De acordo com Neves (2019), frase é um conceito muito abrangente, compreendendo desde estruturas muito simples a estruturas muito complexas. Veja os exemplos a seguir: • Bom dia! • Para! • Cuidado com isso! • O menino não obedeceu ao pai. • Você quer saber o motivo da minha preocupação? • Embora tenha sido pedida a colaboração de todos, poucos funcionários dedicaram parte do seu tempo à elaboração de umalista de melhorias do processo de produção da fábrica. A frase, na fala, é marcada pela entonação, e na escrita, pela pontuação. 27 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Existem dois tipos de frase: a nominal e a verbal. • Frase nominal é toda comunicação linguística que não apresenta um verbo na sua constituição. • Frase verbal é toda comunicação linguística que apresenta um verbo na sua constituição. Exemplos: Frase verbal: Você leu o projeto com atenção? Frase nominal: Que maravilha! Conforme Chalegre (2011) a intencionalidade comunicativa que apresentam, as frases podem ser classificadas em diferentes tipos: • Frase declarativa: nesse tipo de frase o emissor constata um fato, informa ou declara alguma coisa. Exemplo: Gosto muito de ler. • Frase interrogativa: ocorrem quando são empregadas com o intuito de obter alguma informação através de pergunta. A interrogação pode ser direta ou indireta. Exemplo: Você gosta de ler? • Frase imperativa: dá-se esse nome às frases em que existe uma ordem, pedido ou conselho sendo dado pelo emissor. Podem ser negativas ou afirmativas. Exemplo: Leia mais! • Frase exclamativa: nesse tipo de frase o emissor externa um estado afetivo. Exemplo: Que bonita leitura! • Frase negativa: nesse tipo de frase o emissor indica uma negação. Exemplo: Ela não dança bem. 6.2. Oração Segundo Chalegre (2011), frases que possuem sentido completo e verbo (ou locução verbal) são consideradas orações. Uma frase pode conter uma ou mais orações, a depender do número de verbos que possua. Exemplos: a) Murilo brincou no parquinho. (um verbo = uma oração) b) Hoje levarei o Murilo ao parquinho, ele brincará bastante. (dois verbos = duas orações) 28 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância c) Amanhã levarei Murilo ao parquinho, ele brincará com a Carol, porém serei cuidadosa. (três verbos = três orações) 6.3. Período Segundo Chalegre (2011), trata-se de frases formadas por uma ou mais orações, tendo no seu todo um sentido completo. O período pode ser simples ou composto. • Período simples: é formado por apenas uma oração, chamada de oração absoluta. Exemplos: a) O almoço hoje será um assado. b) Crianças precisam de amor. c) Ele me presenteou com um lindo anel. • Período composto: é formado por duas ou mais orações. Exemplos: a) Quando o demitiram sua vida ficou sem sentido. b) Comprarei aquela bola para presentear meu filho. c) Eu quero que todos saibam o que aconteceu ontem quando cheguei aqui. Para separar orações de um período, devemos observar cada verbo ou locução verbal. Teremos tantas orações quantos forem os verbos e locuções verbais. As conjunções servem para ligar as orações do período composto. Em sintaxe, recebem a denominação de conectivos ou síndetos. 29 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Objetivo: Conhecer as principais características do período composto por coordenação. Introdução: Observe o exemplo a seguir: “Deram o braço e desceram a rua”. (Machado de Assis) Analisando a frase, é possível constatar que existem dois verbos: dar (deram) e descer (desceram). Logo, trata-se de um período composto, pois temos a presença de mais de um verbo. (DUARTE, 2019) Vamos agora desmembrar as orações que integram esse período: Deram o braço / Desceram a rua. Outro aspecto que merece ser analisado é que ambas as orações são independentes, ou seja, uma não depende da outra, em se tratando de termos sintáticos, para serem dotadas de sentido. Esta é a razão principal de serem conceituadas como orações coordenadas. Elas, por sua vez, podem aparecer sem a presença de um conectivo (conjunção), como podem também ser ligadas por ele, assim como nos mostra o exemplo original, ou seja: “Deram o braço e desceram a rua”. Assim podemos definir o período composto por coordenação como aquele que é formado por orações coordenadas, sintaticamente independentes, pois não exercem função sintática em realacao umas `as outras. Por serem independentes sintaticamente, as orações coordenadas podem se transformar em períodos simples, pois tem sentido completo. 30 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7.1. Classificação da oração coordenada Quando há ausência de conjunção (ou de conectivo/síndeto) as orações coordenadas são chamadas de assindéticas. Elas aparecem justapostas, separadas por vírgula. Veja: Os anos passavam, a responsabilidade crescia. Quando as orações vêm ligadas pelas conujncoes coordenativas, são classificadas como sindéticas. Além disso, elas recebem o nome da conjunção que as introduzem. 7.2. Oração coordenada sindética Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas: aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva e explicativa (RIGONATTO, 2019). • Oração coordenada sindética aditiva: é aquela que expressa uma ideia de sequência ou adição de fatos ou acontecimentos. Essas orações são articuladas por meio de uma conjunção aditiva (e, nem). Exemplo: Eu não vou comer salada, nem tomar suco. • Oração coordenada sindética adversativa: é aquela que se opõem àquilo que se declara na primeira oração. Elas são articuladas por meio de uma conjunção adversativa (porém, mas, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante). Exemplo: Eu queria ficar em casa, porém preciso ir ao banco. • Oração coordenada sindética alternativa: é aquela que exclui o conteúdo da outra. Essas orações são articuladas por meio de uma conjunção alternativa (ou) ou pelos pares quer... quer, já... já, ora... ora. Exemplo: Viajarei de avião ou pegarei um ônibus. • Oração coordenada sindética conclusiva: é aquela que expressa uma conclusão ou consequência lógica baseada na primeira oração. Elas são articuladas por 31 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância meio de uma conjunção conclusiva (logo, portanto, pois, assim, então, por isso, por conseguinte, de modo que, de forma que, em vista disso). Exemplo: Fez uma cirurgia, por isso não irá à aula. • Oração coordenada sindética explicativa: é aquela que expressa uma explicação para o que é dito na primeira oração. Elas são articuladas por meio de uma conjunção explicativa (porque, que, pois). Exemplo: Ela estava comemorando, porque foi aprovada. Fique atento a nomenclatura: A CONJUNÇÃO É COODENATIVA. A ORAÇÃO É COORDENADA. 32 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Objetivo: Conhecer as principais características do período composto por subordinação. Introdução: Segundo Duarte (2019), no período composto por subordinação existe pelo menos uma oração principal e uma subordinada. A oração principal é sempre incompleta, ou seja, alguma função sintática está faltando. As orações subordinadas desempenham a função sintática que falta na principal: objeto direto, indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal... Observe o exemplo a seguir: O rapaz gostava de que todos olhassem para ele. Neste exemplo temos: Oração principal: O rapaz gostava Oração subordinada: de que todos olhassem para ele. Repare que a oração principal está incompleta, pois falta objeto indireto para o verbo gostar (Quem gosta, gosta de alguma coisa). Sendo assim, a oração subordinada desempenha a função de objeto indireto da principal. 8.1. Classificação da oração subordinada De acordo com a função sintática que a oração subordinbada exerce em relaçãoa oração principal, ela pode ser classificada em: substantiva, adjetiva e adverbial. • Orações subordinadas substantivas: exercem funções específicas do substantivo (sujeito, objeto, predicativo...) e são introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes. • Orações subordinadas adjetivas: exercem funções específicas do adjetivo e são introduzidas pelos pronomes relativos. 33 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Orações subordinadas adverbiais: exercem funções específicas do adverbio ou locução adverbial ...) e são introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as integrantes). Fique atento a nomenclatura: A CONJUNÇÃO É SUBORDINATIVA. A ORAÇÃO É SUBORDINADA. 8.2. Oração subordinada substantiva As orações subordinadas substantivas podem ser classificadas em: • Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito da oração principal. • Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal. • Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas: exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal. • Orações subordinadas substantivas completivas nominais: exercem a função de complemento nominal da oração principal. • Orações subordinadas substantivas predicativas: exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal. • Orações subordinadas substantivas apositivas: exercem a função de aposto de algum nome da oração principal. Veja os exemplos a seguir: É difícil que ele venha. Oração principal: é difícil Oração subordinada substantiva subjetiva: que ele venha Eu quero que ele venha. Oração principal: eu quero Oração subordinada substantiva objetiva direta: que ele venha 34 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Eu preciso de sua ajuda. Oração principal: eu preciso Oração subordinada substantiva objetiva indireta: de sua ajuda Eu tenho necessidade de que você me ajude. Oração principal: eu tenho necessidade Oração subordinada substantiva completiva nominal: de que você me ajude Meu desejo é que ele venha. Oração principal: meu desejo é Oração subordinada substantiva predicativa: que ele venha Só que uma coisa: que ele venha. Oração principal: só quero uma coisa Oração subordinada substantiva apositiva: que ele venha 8.3. Oração subordinada adjetiva As orações subordinadas adjetivas podem ser classificadas em: • Orações subordinadas adjetivas restritivas: exercem a função de adjunto adnominal da oração principal, restringem o nome ao qual se referem e não são separadas por vírgulas. • Orações subordinadas adjetivas explicativas: explicam o nome ao qual se referem e são sempre separadas por vírgulas. Veja os exemplos a seguir: 35 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O computador, que é um meio rápido de comunicação, está conquistando todas as famílias. Oração principal: o computador está conquistando todas as famílias Oração subordinada adjetiva explicativa: que é um meio rápido de comunicação O trabalho que realizei ontem foi produtivo. Oração principal: o trabalho foi produtivo Oração subordinada adjetiva restritiva: que realizei ontem 8.4. Oração subordinada adverbial As orações subordinadas adverbiais podem ser classificadas em: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais. • Orações subordinadas adverbiais causais: expressam a causa do que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais comparativas: expressam uma comparação do que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais concessivas: expressam uma concessão do que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais condicionais: expressam condição para o fato que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais conformativas: expressam um acordo, uma conformidade do que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais consecutivas: expressam a consequência, o resultado da causa expressa na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais finais: expressam finalidade, objetivo do que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais proporcionais: expressam proporção para o fato que se declara na oração principal. • Orações subordinadas adverbiais temporais: expressam uma idea de tempo para o fato que se declara na oração principal. 36 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Veja os exemplos a seguir: Chegou atrasado ao encontro porque estava em uma reunião. Oração principal: chegou atrasado ao encontro Oração subordinada adverbial causal: porque estava em uma reunião Sua família é tão importante quanto seu trabalho. Oração principal: sua família é Oração subordinada adverbial comparativa: tão importante quanto seu trabalho Mesmo que trabalhe muito, não será recompensada. Oração principal: não será recompensada Oração subordinada adverbial concessiva: mesmo que trabalhe muito Se ele partir, o projeto será cancelado. Oração principal: o projeto será cancelado Oração subordinada adverbial condicional: se ele partir Segundo havíamos combinado, a viagem será cancelada. Oração principal: a viagem será cancelada Oração subordinada adverbial conformativa: segundo havíamos combinado A reunião atrasou tanto que ele se atrasou para o encontro. Oração principal: a reunião atrasou tanto Oração subordinada adverbial consecutiva: que ele se atrasou para o encontro 37 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Professores, tenham mais argumentos para pedir aumento salarial. Oração principal: professores, tenham mais argumentos Oração subordinada adverbial final: para pedir aumento salarial À medida que a reunião avançava, ele se atrasava para o encontro. Oração principal: ele se atrasava para o encontro. Oração subordinada adverbial proporcional: à medida que a reunião avançava Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos. Oração principal: arrumou os trabalhos Oração subordinada adverbial temporal: logo que ele chegou 38 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 9. SINAIS DE PONTUAÇÃO Objetivo: Conhecer os sinais de pontuação utilizados em Língua Portuguesa. Introdução: Os sinais de pontuação representam os recursos atribuídos à escrita. Dentre suas muitas finalidades, está a de reproduzir pausas e entonações da fala. Segundo Vilarinho e Duarte (2019), os sianis de pontuação servem, no geral, para representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. 9.1. Emprego da vírgula Segundo Vilarinho e Duarte (2019), a vírgula é usada para: • separar termos que possuem mesma função sintática na oração. Exemplo: O menino berrou, chorou, esperneou e enfim, dormiu. (Nessa oração, a vírgula separa os verbos.) • isolar o vocativo. Exemplo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer! • isolar o aposto. Exemplo: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião. • isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto. Exemplo: Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal) • separar expressões explicativas, conjunções e conectivos. Exemplo: isto é, ou seja, por exemplo, alémdisso, pois, porém, mas, no entanto, assim etc. • separar os nomes dos locais de datas. Exemplo: Brasília, 30 de janeiro de 2009. • isolar orações adjetivas explicativas. Exemplo: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que eu esperava. 39 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Não devemos usar a vírgula entre o sujeito e o predicado e entre o verbo e seus complementos (objetos). 9.2. Emprego de outros sinais de pontuação Os outros sinais de pontuação usados em Português são: ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação, parênteses, travessão, dois pontos, ponto e vírgula, reticências e aspas. De acordo com Vilarinho e Duarte (2019): • Ponto (.): é usado ao final de frases declarativas ou imperativas para indicar uma pausa prolongada e também em abreviaturas. Exemplos: ▪ Não quero dizer nada. ▪ Eu amo minha família. ▪ Abreviaturas: Sr., a. C., Ltda. • Ponto de Interrogação (?): é usado para: formular perguntas diretas e para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada situação. Exemplos: ▪ O quê? Você teve coragem de fazer isso? (atitude de indignação) ▪ Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa) ▪ Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa) • Ponto de Exclamação (!): é utilizado nas seguintes circunstâncias: depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto; depois de vocativos e algumas interjeições; nas frases que exprimem desejo. Exemplos: ▪ Iremos viajar! (entusiasmo) ▪ Foi ele o vencedor! (surpresa) ▪ Por favor, não me deixe aqui! (súplica) ▪ Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto) ▪ Seja rápido! (ordem) ▪ Ui! que susto você me deu. (interjeição) ▪ Foi você mesmo, garoto! (vocativo) ▪ Oh, Deus, ajude-me! 40 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Parênteses ( ): São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Exemplos: ▪ Existe dois tipos de orações coordenadas: as sindéticas (ligadas através de uma conjunção) e as assindéticas (ligadas através da vírgula). ▪ Ela disse que cumpriria sua parte do combinado. (Será?) • Travessão (–): é indicado para: indicar a mudança de interlocutor em um diálogo; separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses; colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra. Exemplos: ▪ – Quais ideias você tem para revelar? ▪ – Não sei se serão bem-vindas. ▪ – Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto. ▪ Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo. ▪ Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado. ▪ O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada. ▪ Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo. • Dois-pontos (:): é usado quando: se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala; se quer indicar uma enumeração. Exemplos: ▪ Ele respondeu: não, muito obrigado! ▪ Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à professora. • Reticências (...): são usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando. Exemplos: ▪ [...] Onde está ela, Amor, a nossa casa, ▪ O bem que neste mundo mais invejo? ▪ O brando ninho aonde o nosso beijo ▪ Será mais puro e doce que uma asa? [...] ▪ E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade... • Aspas (“”): são usadas para indicar: citação de alguém; expressões estrangeiras, neologismos, gírias; a fala de um personagem; realça título de obra. Exemplos: 41 Língua Portuguesa e Morfossintaxe Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ▪ “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09) ▪ Nada pode com a propaganda de “outdoor”. • Ponto e vírgula (;): é usado para: separar itens enumerados; separar um período que já se encontra dividido por vírgulas. Exemplos: ▪ A Matemática se divide em: geometria; álgebra; trigonometria; financeira. ▪ Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou-se por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão. BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Editoras Nova Fronteira e Lucerna, 2009. CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010. CHALEGRE, C. C. Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com.br Acesso em 22 set. 2019. DIANA, D. Toda matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br Acesso em 22 set. 2019. DUARTE, V. M. N. Período composto por coordenação. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br Acesso em: 01 out. 2019. HENRIQUES, C. C. Língua portuguesa: morfossintaxe. Curitiba: IESDE Brasil, 2009. NEVES, F. Norma Culta. Disponível em: https://www.normaculta.com.br Acesso em 22 set. 2019. PACHECO, M. C. O que é morfema?; Brasil Escola. 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