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_.._Resolvidos_Questão 04 (Resolvida) 19342

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Lara Martins

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Questões resolvidas

Leia com atenção o texto abaixo. Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria para comprar pães de queijo. Como estivesse em dificuldades financeiras, o comerciante cobrou-lhe trinta centavos a mais pela mercadoria, considerando que este dinheiro por certo não faria falta a uma criança de aparência tão saudável. No início da noite, o pai do menino voltou à padaria para comprar leite, e equivocou-se ao pagar o comerciante, dando-lhe cinqüenta centavos a mais. O comerciante, no entanto, prontamente, restituiu ao freguês os cinqüenta centavos pagos a mais, considerando que o pai do menino era fiscal da prefeitura e que, em qualquer caso, seria conveniente manter boas relações com as autoridades locais. Em conformidade com o pensamento kantiano, responda as três questões que se seguem.
C) De acordo com o pensamento de Kant, cite, para o caso 1 (relativo ao menino) e para o caso 2 (relativo ao pai do menino), uma regra que o comerciante poderia ter seguido para agir moralmente.

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Questões resolvidas

Leia com atenção o texto abaixo. Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria para comprar pães de queijo. Como estivesse em dificuldades financeiras, o comerciante cobrou-lhe trinta centavos a mais pela mercadoria, considerando que este dinheiro por certo não faria falta a uma criança de aparência tão saudável. No início da noite, o pai do menino voltou à padaria para comprar leite, e equivocou-se ao pagar o comerciante, dando-lhe cinqüenta centavos a mais. O comerciante, no entanto, prontamente, restituiu ao freguês os cinqüenta centavos pagos a mais, considerando que o pai do menino era fiscal da prefeitura e que, em qualquer caso, seria conveniente manter boas relações com as autoridades locais. Em conformidade com o pensamento kantiano, responda as três questões que se seguem.
C) De acordo com o pensamento de Kant, cite, para o caso 1 (relativo ao menino) e para o caso 2 (relativo ao pai do menino), uma regra que o comerciante poderia ter seguido para agir moralmente.

Prévia do material em texto

UFU - Fevereiro/2007
F
I
L
O
S
O
F
I
A
Leia com atenção o texto abaixo.
Um menino, a pedido de sua mãe, foi de ma-
nhã à padaria para comprar pães de queijo.
Como estivesse em dificuldades financeiras,
o comerciante cobrou-lhe trinta centavos a
mais pela mercadoria, considerando que este
dinheiro por certo não faria falta a uma crian-
ça de aparência tão saudável. No início da
noite, o pai do menino voltou à padaria para
comprar leite, e equivocou-se ao pagar o co-
merciante, dando-lhe cinqüenta centavos a
mais. O comerciante, no entanto, prontamen-
te, restituiu ao freguês os cinqüenta centa-
vos pagos a mais, considerando que o pai do
menino era fiscal da prefeitura e que, em qual-
quer caso, seria conveniente manter boas re-
lações com as autoridades locais.
Em conformidade com o pensamento kantiano,
responda as três questões que se seguem.
A) Por que a primeira atitude do comercian-
te (em relação ao menino) é contrária ao
dever e imoral?
B) Por que a segunda atitude do comercian-
te (em relação ao pai do menino) é con-
forme ao dever, mas mesmo assim é imo-
ral?
C) De acordo com o pensamento de Kant,
cite, para o caso 1 (relativo ao menino) e
para o caso 2 (relativo ao pai do meni-
no), uma regra que o comerciante poderia
ter seguido para agir moralmente.
RESOLUÇÃO
A) Kant, em sua obra ‘Fundamentação da
Metafísica dos Costumes’, afirma a exis-
tência de uma oposição entre agir por in-
clinação e por dever. A inclinação está
fundada na liberdade do mundo sensível e
é a dependência da faculdade de
apetições das sensações. Quando agimos
por inclinação, visamos apenas ao resul-
tado imediato de nossas ações, sem nos
preocuparmos se tais ações são ou não
as melhores possíveis, no que se refere à
conduta ética. Na situação apresentada
na questão, a atitude do comerciante é
contrária ao dever e imoral, pois o mesmo
não visa nada além de suas inclinações e
uma ação por inclinação, de acordo com
Kant, não tem, em si mesma, um valor
moral.
B) Kant distingue a ação que tem verdadeiro
valor moral, à qual ele denomina ‘ação por
dever’ da ação que, mesmo sendo correta
do ponto de vista externo, tem como fim o
interesse, à esta segunda ele denomina
‘ação conforme o dever’. Ou seja, não bas-
ta fazer o que é correto. No caso em ques-
tão, o comerciante devolveu o dinheiro ao
freguês, no entanto foi movido por interes-
se meramente pessoal e não simplesmen-
te pelo dever. O comerciante que atende
honestamente aos clientes, age em con-
formidade com o dever, mas não por de-
ver, se não tem em vista senão o seu inte-
resse bem definido de manter a clientela.
C) A regra que poderia ter seguido, para os
dois casos, de acordo com Kant, é deno-
minada ‘imperativo categórico’, que é a
ação que contém em si uma boa vontade,
que é a disposição para agir por dever e
não por inclinação ou em conformidade
com o dever. A formulação de tal regra,
para Kant, é a seguinte ‘Age somente se-
gundo uma máxima(lei) tal que possas,
ao mesmo tempo, querer que ela se tor-
ne lei universal’. Procedendo desta ma-
neira, o comerciante não estaria colocan-
do a seu interesse particular em primeiro
plano, mas sim submetendo a sua ação ao
crivo de uma necessidade maior, a de que
uma ação, para ser correta do ponto de
vista ético, deve poder ser universalizada.

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