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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX Patologia I – Prof. Silvio – Aula 12 Neoplasias: aspectos genéticos e epigenéticos As neoplasias fazem a alteração pontual das células Elas começam com clones da célula alterada Seleção natural persiste – os mais aptos sobrevivem, vivem mais tempo e se reproduzem mais • Células cancerígenas seguem essa seleção, pois possuem a capacidade de sobrevivência para o tumor – o tumor é autônomo, não se restringe aos mecanismos de controles do corpo humano Pode-se atuar de maneira preventiva na epigenética As células que sofrem mutações proporcionam as vantagens de crescimento ou sobrevivência, passando para trás as células vizinhas e dominando a população A seleção darwiniana tem um papel na progressão e recorrência do câncer TODOS os tumores são clonais, pois, as vantagens seletivas são conferidas a uma única célula que acaba dando origem ao tumor Epigenética – alterações reversíveis que são introduzidas nos cromossomos e replicadas estavelmente durante as divisões celulares, mas não modificam as sequências de nucleotídeos e dessa forma alteram o fenótipo sem mudar o genótipo A maior parte das neoplasias estão nas células lábeis (epiteliais), pois possuem maior atividade multiplicativa • Adenocarcinoma são tumores de origem glandulares (epitélio de revestimento do intestino) Pontos de checagem do ciclo celular – se houver alguma anomalia ou dano no DNA, o ciclo celular é interrompido até que o defeito seja reparado e o ciclo possa continuar. Caso contrário, a célula é conduzida à apoptose • Apoptose como mecanismo de controle, pois quando ela falha pode levar ao surgimento da neoplasia CÂNCER O câncer é uma desordem genética causada por mutações do DNA que são adquiriras espontaneamente ou induzidas por agressões do ambiente Os cânceres geralmente mostram alterações epigenéticas, como aumento focal da metilação de DNA e alterações nas modificações da histona, as quais por sua vez se originam de mutações adquiridas em genes que regulam essas modificações As alterações genéticas e epigenéticas alteram a expressão ou função de genes-chaves que regulam os processos celulares fundamentais, como crescimento, sobrevida e senescência O aparecimento de tumores está associado à um acúmulo de fatores que alteram o DNA (fatores carcinogênicos), que culminam em falhas na 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX expressão de diferentes proteínas importantes para supressão tumoral, reparo do DNA e regulação do ciclo celular, conhecidas como pronto-oncogenes, genes de supressão tumoral e genes de reparo do DNA Alterações genéticas que predispõem o desenvolvimento de câncer podem ser geradas dos pais ou adquiridas ao longo da vida Variáveis epigenéticas (ex: sobrepeso, álcool, sedentarismo) são possíveis causas que estão intimamente relacionadas com o aparecimento de neoplasias • Inflamação – incentivo a replicação de células Genes – arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo DNA – informação genética Mutação genética – alterações no DNA dos genes Proto-oncogenes – genes especiais, inativos em células normais Oncogenes – proto-oncogenes ativados, responsáveis pela cancerização das células normais • Codificam proteínas superexpressadas que desviarão a cascata de eventos que controlam a proliferação celular, no sentido de uma proliferação incontrolada, que leve às neoplasias • Quando uma célula produz o seu próprio fator de crescimento, ela adquire autonomia Genes supressores de tumores – encontrados em células danificadas por mutações que não codificam proteínas que irão controlar os processos de divisão celular • Quando esses genes estão anormalmente reprimidos, a sobrevivência prolongada e aberrante facilitará o acúmulo de mutações e irá contribuir para a ongonênese Genes da mobilidade celular – quando expressos nos oncócitos, permite que estes produzam substâncias que irão dissolver as barreias tissulares e permitir invasão de outros tecidos e vasos sanguíneos (invasibilidade) Célula normal sofre transformação maligna e forma a célula pré-cancerosa, onde ocorre a seleção de clones atípicos, para a formação do oncócito (célula transformada), com proliferação local. A proliferação local forma o carcinoma in situ, que sofre a invasibilidade e forma o câncer FASES DA ONCOGÊNESE Iniciação/transformação maligna/cancerização celular – processo rápido ou lento, dependendo da potência do iniciador. É irreversível e hereditária, que determina desdiferenciação celular, ainda que desacompanhada de proliferação e invasividade • Diminuição da velocidade do ciclo mitótico • Aumento da fração de crescimento • Aumento do grau de perda celular Latência – seleção de clones atípicos que apresentem vantagem de crescimento e maior resistência. Após a seleção, ocorre proliferação clonal que conduzirá ao aparecimento de brotos sólidos, respeitando (na fase de latência) a membrana basal Promoção/ proliferação neoplásica/ cancerização tissular – ação continuada de substância irritantes, cujo efeito não depende da dose ou potência e sim do tempo de ação e da intensidade das reações que determinam • Promotores que induzem proliferação celular e diminui o período de latência, ainda podem diminuir a dose necessária da substância iniciadora quando a exposição é simultânea • Processo lento, prolongado, caracterizado por reação inflamatória hiperplásica e posteriormente por autonomia proliferativa da célula transformada 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX O acúmulo de mutações dá origem a uma série de propriedades, as chamadas características do câncer: • Autossuficiência nos sinais de crescimento • Ausência de resposta aos sinais inibidores de crescimento • Evasão da morte celular • Potencial replicativo ilimitado • Desenvolvimento da angiogênese para sustentar o crescimento das células cancerosas • Capacidade de invadir tecidos locais e disseminar-se para locais distantes • Reprogramação das vias metabólicas • Capacidade de escapar do sistema imune CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DAS CÉLULAS MALIGNAS Função celular – perda da diferenciação relacionada a perda da função • Perda total ou parcial da função Para que os genes possam ser expressos, a molécula de DNA precisa ser parcialmente desempacotada, para que os genes fiquem acessíveis à ação de proteínas • Partes da molécula de DNA são constantemente desenroladas e enroladas O constante remodelamento do DNA se dá por mudanças epigenéticas, ou seja, mudanças químicas que ocorrem tanto na molécula de DNA, como nas proteínas histonas Hábitos de vida e o ambiente social podem modificar o funcionamento dos genes 3 principais alterações epigenéticas: 1. Metilação do DNA 2. Modificações de histonas 3. Ação de RNAs não codificadores Mudanças no genoma são vagarosas, através de mutações randômicas (ao acaso). Já o epigenoma pode mudar rapidamente em resposta aos diversos sinais que a célula pode receber • Experiências vividas pelos pais podem ser transmitidas para gerações futuras Serotonina – capaz de ativar cascatas de sinalização, que resultam na remodelação da cromatina, um dos principais mecanismos de herança epigenética TNM T – extensão do tumor primário N – ausência ou presença e a extensão da metástase em linfonodos regionais M – ausência ou presença de metástase à distância Classificação clínica = cTNM e classificação patológica = pTNM O estádio clínico é essencial para selecionar e avaliar o tratamento, enquanto que oestádio histopatológico fornece dados mais precisos para avaliar o prognóstico e calcular os resultados finais TX – tumor primário não pode ser avaliado T0 – não há evidencia de tumor primário Tis – carcinoma in situ T1, 2, 3, 4 – tamanho crescente e/ou extensão local do tumor primário NX – linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 – ausência de metástase em linfonodos regionais N1, 2, 3 – comprometimento crescente dos linfonodos regionais MX – presença de metástase à distância não pode ser avaliada M0 – ausência de metástase a distância M1 – metástase a distância
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