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1º Texto de Apoio de HPE-1º Ano de C&A

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1 
 
UNIVERSIDADE ROVUMA - EXTENSÃO DE NIASSA 
Campus Universitário de Chiuaula, Rua da Minicahora, Km3, Telefax:27121520, 
Caixa postal nº4-Lichinga 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS 
CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE COM HABILITAÇÕES 
EM AUDITORIA-1º ANO 
DISCIPLINA DE HISTÓRIA DE PENSAMENTO ECONÓMICO (HPE) 
TEXTO DE APOIO DE AULAS DE HPE 
 
1. A Noção de História do Pensamento 
A ciência econômica se organiza como um sistema complexo de regiões de conhecimento 
(macroeconomia, microeconomia, crescimento econômico, economia industrial, etc) a partir de um 
núcleo teórico que lhe garante a consistência, a finalidade, o sentido geral e a hierarquia de 
estruturação. 
 
O núcleo central é definido como o conjunto de proposições rigorosas que entram directa ou 
indirectamente na formação de todas as proposições pertinentes as regiões de conhecimento da 
ciência econômica. 
 
A teoria do valor e distribuição da renda é o núcleo. 
Esse sistema de regiões não é estático, mas evolui ao longo do tempo: novas regiões são 
incluídas e eventualmente certas regiões podem ser canceladas. 
Eventualmente, o núcleo central da ciência econômica é questionado pelos economistas em razão 
do acúmulo de “questões não respondidas” pelo mesmo. 
 
Nesse momento ocorrem as “mudanças paradigmáticas” na ciência econômica, as quais são 
denominadas de “Revoluções”. 
 
Ao longo da história da ciência econômica podemos identificar ao menos duas mudanças de 
paradigma: as “Revolução marginalista”, ocorrida por volta de 1870, e a “Revolução Keynesiana”, 
ocorrida em 1936. 
 
 
 
2 
1.1. Áreas de estudo e interesse da Economia 
A Economia apresenta áreas distintas de interesse no seu estudo, é possível dividi-la da seguinte 
forma: 
a) Microeconomia: Sua preocupação está voltada para a determinação dos preços e quantidades 
em mercados específicos, assim ela estuda o comportamento de consumidores e produtores e o 
mercado no qual interagem. 
 
b) Macroeconomia: Com o objectivo de delinear uma política econômica, seu foco de estudo é a 
determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB, consumo nacional, 
investimento agregado, exportação, nível geral dos preços, etc.. Seu enfoque é conjuntural, isto é, 
preocupa-se em resolver questões como inflação e desemprego, no curto prazo. 
 
c) Desenvolvimento Econômico: Tem o objectivo de estudar modelos de desenvolvimento que 
permitam à elevação do padrão de vida (bem-estar) para a coletividade. Questões estruturais, de 
longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica) são 
seu foco de preocupação. 
 
d) Economia Internacional: A determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior e das 
relações financeiras internacionais são estudadas por essa área de interesse, que tem objectivo 
estudar as relações de troca entre países (transacções de bens e serviços e transacções 
monetárias). 
 
1.2. EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO (PARTE I) 
Nos últimos séculos, a teoria econômica tem apresentado um dinamismo singular. Para Gastaldi 
(2005), o pensamento econômico evoluiu par a passo com os períodos da história da humanidade. 
Desde a fase da agricultura primitiva que permitiu o surgimento de núcleos humanos sedentários, 
em substituição ao nomadismo dos povos caçadores, os actos, factos e fenômenos foram sendo 
gradativamente objecto de análises de causas e efeitos, até a definitiva constituição da economia 
como ciência, com seus precursores no século XVIII e seu fundador, Adam Smith, na era clássica. 
 
Suas ferramentas de análise têm evoluído de forma marcante, e muitos de seus conceitos são 
utilizados em outras áreas. Seu escopo tem-se ampliado cada vez mais, dispondo actualmente de 
recursos que permitem processar uma quantidade de informações e situações inimagináveis há 
algum tempo atrás. A ciência econômica, dessa forma, serve- se de argumentos positivos 
(economia positiva) e argumentos normativos (economia normativa). 
 
3 
 
1.2.1. Definição de Teoria, Modelo e Métodos de investigacao científica 
Teoria – a teoria pode ser entendida como um conjunto de idéias sobre a realidade, sempre 
analisadas de forma interdependente. 
Modelos – os modelos são a representação das principais características dos componentes de 
uma teoria. 
Teoria Economica - Leis que explicam o comportamento humano e fazem parte do cojunto de 
conhecimentos. 
 
1.2.2. Precursores da Teoria Econômica 
Existe um “certo” consenso de que o início da teoria econômica, de forma estruturada, foi em 1776, 
com a obra de Adam Smith, A riqueza das nações. No período anterior, encontram-se apenas 
referências, ou aspectos parciais de embriões da teoria econômica, embora a preocupação com 
a economia esteja sempre presente desde tempos remotos. Por exemplo, na Grécia Antiga, há 
algumas referências à economia, como o trabalho de Xenofonte (440-335 a.C.) que, 
aparentemente, foi quem cunhou o termo ECONOMIA (“oiko nomos”), em seus trabalhos sobre 
aspectos de administração privada e finanças públicas, com entendimento que a Economia é o 
estudo das finanças da casa, e por extensão, de uma Nação. 
 
Naquela época, a moeda metálica já circulava e a sociedade grega já apresentava preocupações 
políticas e morais relativamente avançadas. Os escritos de Platão (427-347 a.C.) e seu discípulo 
Aristóteles (84-322 a.C.), são os dois maiores legados que se tem daquela época, os quais 
apontavam alegações de ordem econômica. 
 
Até a época dos descobrimentos, nos séculos seguintes, encontramos raros trabalhos que se 
destacaram, porém, sem um padrão homogêneo, dando grande importância às questões morais. 
Um tema antigo que pode ser aqui posto como exemplo, é a questão da “usura”, onde se discute 
a moralidade dos juros altos, e seria de facto, um lucro justo. 
 
A partir do Século XVI, observamos o nascimento da primeira escola econômica: o 
MERCANTILISMO. 
 
O mercatilismo foi um regime de nacionalismo econômico. Fazia da riqueza o principal fim do 
Estado. Assinalou, na história econômica da humanidade, o início da evolução dos Estados 
 
4 
modernos e das novas concepções sobre os fatos econômicos, notadamente sobre a riqueza. 
(GASTALDI, 2005, P 27) 
 
Apesar de não representar um conjunto homogêneo, o MERCANTILISMO apresentava nítidas 
preocupações sobre a acumulação de riquezas de uma Nação. Trazia princípios fomentadores do 
comércio exterior e entesouramento de riquezas. 
 
A fase mercantilista decorreu do crescimento do capitalismo comercial, representando ao lado do 
capitalismo industrial do início do século XVIII, a economia política pré-clássica. 
 
Uma escola de pensamento francesa, a FISIOCRACIA, surgiu no século XVIII. 
 
1.2.3. Carácter histórico da ciência 
O objecto da ciência econômica é elástico, tanto na sua abrangência, como na sua estrutura 
interna. A história do pensamento econômico tem por objectivo responder as seguintes 
questões: 
o Quais os problemas que se colocam para o desenvolvimento da ciência e quais as 
formas de elucidá-los? 
o Que exigências levaram à inclusão desta ou daquela região em particular? 
o Que desenvolvimento lógico-teórico culminou na invenção deste ou daquele conceito? 
 
Os cientistas em geral (e os economistas em particular) possuem pouca liberdade crítica com 
respeito ao que é encarado como dogma teórico de sua própria ciência. 
Nesse contexto, o passado da ciência passa a ser visto apenas como um momento imperfeito do 
presente. Passa a imperar a idéia de acumulo de conhecimento e de progresso contínuo na 
direcção do conhecimento presente. 
 
Segundo essa acepção, a História do Pensamento Econômico é um relato de como os erros foram 
gradativamente sendo superados por um conjunto de intuições geniais, constituindo-se assim a 
verdade do pensamento científico. Na sua função de “memória dos erros do passado” a HPE será 
tão mais perfeita quanto maiscomplexa e exaustiva for a mesma. 
 
Dessa forma, a HPE deverá atingir um conteúdo enciclopédico para coroar a sua missão. 
A HPE deve ser presidida por uma “arqueologia econômica”, a qual consiste em tomar os discursos 
econômicos fora de sua “série temporal”, ou seja, devemos buscar a unidade, temática que 
 
5 
constitui a sua série lógica. Em outras palavras, devemos usar a HPE para identificar os diversos 
núcleos teóricos que compõe o corpo de conhecimento da ciência econômica, de forma a apontar 
o pluralismo teórico- metodológico existente na mesma. 
 
1.3. Os Diferentes Sistemas Económicos 
Há duas formas principais de organização econômica: 
 Economia de mercado (ou descentralizada, tipo capitalista); 
 Economia planificada (ou centralizada, tipo socialista); 
 
As nações organizam-se em uma dessas duas formas ou possuem algum sistema intermediário 
entre elas. 
 
1.3.1. Economia de Mercado 
Nas economias de mercado há o sistema de concorrência pura, que não há interferência do 
Governo, e o sistema de economia mista, com a interferência Governamental. 
 
1.3.2. Ascensão, crises e transformações da economia de mercado: 1750-1990 
A Idade Média (500 a 1000 d.c) abriu uma nova era para a humanidade. Uma outra concepção de 
vida deu a largada com o cristianismo, que floresceu com a queda do Império Romano. Seus 
ensinamentos, a partir da legalização por um decreto do ano 311, assinado pelo Imperador 
Constantino, passaram a ser disseminados por toda a Europa. 
 
Foi nessa época, segundo Gastaldi (1999), que as igrejas e os mosteiros tornaram-se poderosos. 
A igreja tornou-se o maior agente de perpetuação da cultura de disseminação do saber e de 
desenvolvimento administrativo. Como o pensamento cristão condenava a acumulação de capital 
(riqueza) e a exploração do trabalho, a opção da igreja, então, foi pelo retorno à actividade rural. 
Diante dessa situação o que de facto aconteceu foi que a igreja, através de seus conventos e 
mosteiros, acabou tornando-se proprietária de grandes áreas de terra. 
 
A terra transformou-se na riqueza por excelência. Nasceu, assim, o regime feudal, caracterizado 
por propriedades nas quais os senhores e os trabalhadores viveram do produto da terra ou do 
solo. 
 
 
6 
Neste período embora fosse o rei quem dirigia o Estado, ele não possuía influência ou poder de 
decisão nos feudos, onde a autoridade máxima era a do senhor da gleba (os proprietários ou 
arrendatários) e onde labutavam os servos (os trabalhadores). 
 
1.3.3. A emergência da economia de mercado: 1750-1850 
Entende-se por economia de mercado um sistema econômico marcado pelo predomínio da 
iniciativa privada na economia. Nesse modelo, admite-se a existência de empresas públicas ou 
estatais na economia, porém essas devem estar em menor número e não devem ditar o ritmo do 
comércio. 
 
Sabe-se que, no capitalismo, o principal objectivo das actividades é a geração de lucro e do 
acúmulo de riquezas. Para propiciar esse objectivo, a actividade comercial foi dinamizada com a 
realização de trocas monetárias, prática iniciada e difundida a partir do século XVI. Dessa forma, 
a economia de mercado é uma estratégia econômica elaborada com o intuito de intensificar essa 
lógica. 
 
Esse modelo esteve acompanhado, primeiramente, pelo liberalismo econômico, que preconizava 
a mínima intervenção do Estado na economia. Posteriormente, após a década de 1970, esse 
modelo foi retomado em associação ao neoliberalismo, que novamente pregava a mínima 
intervenção do Estado na economia, salvo em tempos de crise e de instabilidades social e 
econômica. Actualmente, praticamente todos os países do mundo adoptam esse modelo. 
 
Portanto, percebe-se que na economia de mercado toda a economia está centrada no sector 
terciário da economia, ou seja, no comércio. Além disso, é comum nesse modelo a difusão do 
processo de terceirização da economia, que consiste na ampliação do sector de prestação de 
serviços. Funciona assim: as empresas não necessariamente cuidam de todo o processo 
produtivo, sendo parte dele contratado para ser realizado por outra empresa especializada 
(terceirizada), tais serviços podem incluir a limpeza, a segurança e até a fabricação de peças e 
produtos. 
 
Esse modelo econômico recebe muitas críticas de sectores e militantes de esquerda. Eles 
argumentam que a predominância do livre comércio proporciona a precarização do trabalho e o 
aumento das desigualdades sociais e econômicas, pois o objectivo da iniciativa privada é apenas 
o lucro e não há preocupação com os valores humanos e sociais. 
 
 
7 
1.3.4. A afirmação do predomínio do mercado 
Uma das bases para a consolidação da economia de mercado é o predomínio da propriedade 
privada, ou seja, a existência do menor número possível de empresas estatais. Desse modo, caso 
o Estado possua um grande número de companhias, deverá vendê-las ou repassá-las à iniciativa 
privada, em um processo denominado por privatização. 
 
Para regular a economia, segundo as orientações da Economia de Mercado, não há necessidade 
de intervenção do Estado, pois o mercado se autorregula. Tal regulação acontece com base nos 
princípios da livre concorrência e da lei da oferta e da procura. 
 
A livre concorrência é a ideia de que, quando existem várias empresas no mercado em um mesmo 
sector, produzindo ou vendendo um mesmo produto, os preços deverão ser os menores possíveis, 
pois a concorrência impede que cada negociante estabeleça o valor de suas mercadorias em um 
patamar que os clientes se recusem a comprar. 
 
Já a lei da oferta e da procura, apesar do nome, não é uma lei, ou seja, não está prevista na 
legislação. Trata-se de uma espécie de “regra informal” que está na base da sustentação do 
mercado. Ela preconiza a ideia de que um produto em grande quantidade no mercado e com baixa 
procura tende a diminuir os seus preços. Por outro lado, quando há uma grande procura e uma 
baixa disponibilidade, os preços tendem a aumentar. 
OFERTA maior que a PROCURA = REDUÇÃO DOS PREÇOS 
OFERTA menor que a PROCURA = ELEVAÇÃO DOS PREÇOS 
No entanto, essa estruturação básica da Economia de Mercado apresenta alguns problemas 
estruturais, o que dá força aos seus opositores e o fortalecimento a suas críticas. A primeira grande 
falha está na fragilidade das premissas da livre concorrência e da lei da oferta e da procura. Em 
muitos casos, empresas de um mesmo sector ou produto organizam-se na formação de cartéis, 
que, na prática, ocasionam a padronização dos preços a fim de evitar grandes perdas durante a 
concorrência. Apesar de ser considerada irregular, essa prática é bastante comum em todo o 
mundo. Às vezes, não há um cartel organizado, mas uma regulação média dos preços, que variam 
em pouquíssimos centavos entre uma ou outra empresa. 
 
Um segundo problema refere-se a outras estratégias existentes para burlar a livre concorrência, 
que se tornaram muito recorrentes desde o surgimento e consolidação do Capitalismo Financeiro 
(que passou a ser chamado, também, de Capitalismo Monopolista), o que propiciou o surgimento 
de grandes empresas, muitas delas multinacionais. 
 
8 
 
Quando uma empresa de menor porte ou poder começa a ganhar mercado em uma determinada 
área ou região, as multinacionais (assim como as grandes empresas locais) investem acções 
nessas companhias menores ou compram-nas integralmente, assumindo o monopólio ou o 
oligopólio da economia, tanto em âmbito local quanto em âmbito regional. Em outros casos, 
empresas de um mesmo segmento unem-se para evitar os prejuízos de uma concorrência feroz, 
em uma prática denominada por trustes. Apesar de haver diferenças de preços entre as marcas, 
não se nota (excepto em promoções ocasionais) grandes distinções entre os seus respectivos 
preços. 
 
Assim, segundo as principais críticas direccionadas à Economia de Mercado, torna-se 
praticamente impossível concorrer com grandesempresas multinacionais em determinados 
sectores. Muitas vezes, essas empresas aproveitam-se de sua grandeza econômica para colocar 
os preços de seus produtos abaixo do custo de sua produção em uma determinada região apenas 
para controlar o mercado e destruir seus concorrentes. Uma vez concluído esse objectivo, elas 
voltam a elevar os valores. Em outros casos, as grandes marcas utilizam-se de seus poderes 
políticos para influenciar decisões do Estado que as beneficiem. 
 
Por fim, um terceiro problema da Economia de Mercado está nos excessos cometidos pelas 
empresas contra seus trabalhadores. Para não ficar atrás na disputa por um mercado, algumas 
empresas buscam diminuir ao máximo os seus custos, incluindo aqueles destinados à mão de 
obra. Dessa forma, torna-se comum o pagamento de baixíssimos salários, além da máxima 
exploração dos trabalhadores que, muitas vezes, possuem múltiplas funções e acabam fazendo a 
função que, em tese, deveria ser exercida por várias pessoas. 
 
Apesar de todas as críticas e contestações, a Economia de Mercado é predominante na economia 
global contemporânea. O Estado, nesse caso, passa a controlar o mínimo possível a economia, 
operando apenas para conter os excessos do mercado e para garantir a não ocorrência de crises 
que afectem, assim, a dinâmica econômica. 
 
1.3.5. A afirmação da tendência para o crescimento económico 
A concepção do capitalismo como sistema mundial de acumulação e de crescimento assimétrico 
de formações sociais estruturadas e hierarquizadas à escala internacional tem assumido crescente 
relevo nas análises do desenvolvimento e subdesenvolvimento. As «leis» ou tendências da 
transformação desse sistema parecem mais significantes e profundas que as regularidades 
 
9 
apenas identificáveis dentro dos espaços nacionais, sobretudo se trata de compreender a lógica 
de evolução das formações sociais ditas periféricas ou subdesenvolvidas. 
 
É notória a assimetria do crescimento mundial, considerando o grupo dos «países em 
desenvolvimento». Sabe-se também da acentuação dos desníveis em termos de produto por 
habitante (geralmente considerado como indicador de níveis de vida). É, todavia, no domínio das 
relações económicas internacionais que nos interessa destacar as facetas mais salientes desta 
evolução. Nos períodos considerados regista-se a aceleração do crescimento das exportações, a 
maior «abertura» recíproca das economias capitalistas, enfim, o que poderá designar-se por 
acentuação da divisão internacional do trabalho. Esta abertura, todavia bem estruturada e 
regionalizada, rompe até com o fechamento relativo do mundo socialista. Salientem-se os efeitos 
da integração económica europeia, nos dois espaços organizados com esse propósito. 
 
1.3.6. A afirmação da economia política e do estado liberal 
O liberalismo económico é uma ideologia baseada na organização da economia em 
linhas individualistas, rejeitando intervencionismo estatal, o que significa que o maior número 
possível de decisões econômicas são tomadas pelas empresas e indivíduos e não pelo Estado ou 
por organizações colectivas. As teses do liberalismo econômico foram criadas no século XVI com 
a clara intenção de combater o mercantilismo, cujas práticas já não atendiam às novas 
necessidades do capitalismo, sendo seu pressuposto básico a emancipação da economia de 
qualquer dogma externo a ela mesma. 
 
Os economistas do final do século XVIII eram contrários a intervenção do Estado na economia. 
Para eles o Estado deveria apenas dar condições para que o mercado seguisse de forma natural 
seu curso. Um dos principais pensadores da época foi François Quesnay, que apesar de médico 
na corte de Luis XV teve contato com as ideologias econômicas. Em sua teoria afirmava que a 
verdadeira actividade produtiva estava inserida na agricultura. Para Vincent de Gournay as 
atividades comerciais e industriais deveriam usufruir de liberdade para o melhor prosseguimento 
em seus processos produtivos, para alcançar assim uma acumulação de capitais. 
 
O criador da teoria mais aceita na economia moderna foi Adam Smith, economista britânico, 
apontando como as nações iriam prosperar sob tal sistema. Nela ele confrontou as ideias de 
Quesnay e Gournay, afirmando que a desejada prosperidade econômica e a acumulação de 
riquezas não são concebidas pela actividade rural e nem comercial. Para Smith o elemento de 
geração de riqueza está no potencial de trabalho sem ter o estado como regulador e interventor. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Individualismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_Quesnay
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_XV
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_de_Gournay
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith
 
10 
Outro ponto fundamental é o facto de que todos os agentes econômicos são movidos por um 
impulso de crescimento e desenvolvimento econômico, que poderia ser entendido como uma 
ambição ou ganância individual, que no contexto macro traria benefícios para toda a sociedade, 
uma vez que a soma desses interesses particulares promoveria a evolução generalizada, um 
equilíbrio perfeito. 
 
Adam Smith teve também grande influência na derrubada da teoria mercantilista. Desmitificou a 
importância do ouro e da prata, equiparando esses metais às demais mercadorias. 
 
Enquanto o liberalismo econômico favorece os mercados sem restrições por parte do governo, 
afirma também que o Estado tem um papel legítimo no fornecimento de bens públicos, segundo 
Smith. O liberalismo econômico é também geralmente considerado contrário às ordens não-
capitalistas, como o socialismo, socialismo de mercado e economias planificadas. 
 
A ligação entre as esferas da política e da economia é feita, nesse sistema de poder que induz o 
aumento da produtividade, através da cobrança dos tributos. O tributo pago pela população 
estabelece uma divisão clara entre os que produzem excedentes e os que se apropriam deles. 
Logo, a existência de Estado implica a existência de classes. E essa ligação implica ainda que o 
Estado, como meio de apropriação de excedentes, acaba actuando também, de uma forma ou de 
outra, como um meio de distribuição da riqueza. 
 
1.3.7. Referência Bibliográfica Usada 
1. LION, Pierre (1983), História Económica e social do Mundo, Lisboa: S. da Costa 
2. MARSHALL, Alfred (1988) Princípios de Economia. 3a ed. Sao Paulo Marshall: Nova 
Cultural. 
3. NUNES, Ana Bela, VALÉRIO, Nuno(1997).História Económica Mundial Contemporânea, 
Lisboa: Presença, Fundamentos 
4. STOFFAES, Christian (1991). A Crise Económica Mundial, Lisboa: Colecção Nova 
Enciclopédia, D. Quixote. 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bens_p%C3%BAblicos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_de_mercado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economias_planificadas
 
11 
 
UNIVERSIDADE ROVUMA - EXTENSÃO DE NIASSA 
Campus Universitário de Chiuaula, Rua da Minicahora, Km3, Telefax:27121520, 
Caixa postal nº4-Lichinga 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS 
CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE COM HABILITAÇÕES 
EM AUDITORIA-1º ANO 
DISCIPLINA DE HISTÓRIA DE PENSAMENTO ECONÓMICO (HPE) 
TEXTO DE APOIO DE AULAS DE HPE 
2. A emergência e consolidação da economia de mercado: 1750-1850/1814-1914 
2.1. Introdução 
O surgimento do Estado está muitas vezes associado ao tema do surgimento do capitalismo. De 
“principal indutor” a “condição necessária” ao capitalismo, o Estado nacional centralizado ocupa 
papel relevante na compreensão do sistema político-econômico que passou a predominar a partir 
Era Moderna. 
 
A emergência do Estado nacional como padrão político dominante à emergência da economia de 
mercado capitalista como a forma mais eficiente para a concentração de poder e extração de 
riqueza. 
 
2.2. Aconsolidação da economia de mercado: 1850-1914 
A economia de mercado é uma estrutura institucional que nunca esteve presente a não ser em 
nosso tempo. Nesse padrão social, toda renda deve derivar da venda de alguma coisa e a 
produção pelo lucro toma o lugar da produção para subsistência. O aprofundamento das relações 
capitalistas acaba por submeter toda a sociedade ao padrão de mercado, colocando as relações 
sociais submetidas às relações econômicas. “Em vez de a economia estar embutida nas relações 
sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico”. 
 
Como dito, economia de mercado é um sistema no qual as empresas privadas controlam a 
economia e tem autonomia para definir seu funcionamento e suas estratégias. Ou seja, o Estado 
intervém buscando o respeito às leis de livre mercado e fiscalizando o cumprimento das regras de 
competição. 
 
https://andrebona.com.br/conheca-os-principais-impostos-pagos-por-empresas-no-brasil/
 
12 
A economia de mercado tem como base os princípios do liberalismo econômico, que defende a 
liberdade de produção e comércio, a propriedade privada, o estado mínimo e a livre concorrência. 
 
O oposto da economia de mercado é a economia planificada. Confira a seguir um pouco mais 
sobre esse sistema de mercado. 
 
2.2.1. Economia planificada 
Neste sistema, é o Estado que define como as empresas deverão funcionar e como será a 
estratégia financeira delas, definindo o que será produzido e quanto será produzido. Ou seja, na 
economia de mercado, o controle é privado, e na economia planificada, esse controle é estatal. 
 
Por esse motivo, a economia planificada também é chamada de economia centralizada. Esse 
sistema esteve presente em momentos da história no qual o Estado era muito forte e buscava 
impôr as soluções. Foi o sistema adotado pela União Soviética (URSS) e pela Alemanha Nazista. 
Hoje em dia, a Coreia do Norte adopta esse sistema. 
 
Apesar de ter sido um sistema usado inicialmente pela URSS, não significa que esse sistema é 
utilizado somente por países com governos desse espectro político. Podemos dizer, porém, que a 
economia planificada é típica de governos socialistas ou de extrema direita, enquanto a economia 
de mercado é um sistema típico do capitalismo. 
 
Vale ressaltar que praticamente todos os países hoje em dia adoptam a economia de mercado. 
Sabendo a diferença entre os dois, voltamos ao assunto principal, que é a economia de mercado, 
também conhecida como economia descentralizada. 
 
2.2.3. Algumas considerações sobre a Economia Planificada 
Naquelas chamadas de economias centralizadas, os três problemas básicos – o que e quanto, 
como e para quem produzir – são determinados pelos órgãos planejadores centrais e não pelo 
sistema de preços como nas economias de mercado. 
 
O planejamento é formulado da seguinte maneira: 
 
Primeiro: faz-se um inventário das necessidades a serem atendidas; 
Segundo: faz-se um inventário dos recursos e das técnicas disponíveis para a produção; 
https://www.todamateria.com.br/economia-de-mercado/
https://andrebona.com.br/onde-surgiu-a-expressao-direita-e-esquerda/
 
13 
Terceiro: com base nessas disponibilidades, faz-se uma selecção das necessidades prioritárias 
e fixam-se as quantidades de cada bem a serem produzidas – são as chamadas metas de 
produção-consumo. 
 
Em uma Economia Centralizada o sistema de preços nao funciona como mecanismo 
orientador, mas sim para facilitar a consecução dos objectivos de produção estabelecidos 
pelo Estado. 
 
2.2.4. Principais características da economia de mercado 
A economia de mercado tem diversas características. A primeira delas é justamente a liberdade 
de decisão e funcionamento das empresas privadas, sejam elas companhias, bancos, 
construtoras ou outros tipos de negócios. 
o autonomia para definir preços dos seus serviços e mercadorias; 
o quem regula os preços é o mercado, baseado na livre concorrência; 
o produção de bens e serviços é regulado pelas leis da oferta e demanda; 
o maioria dos produtos são feitos pela iniciativa privada; 
o autonomia para definir seu funcionamento ou abertura de outras empresas, com pouca 
interferência do Estado; 
o comércio com empresas no exterior de forma facilitada; 
o pouca actuação do Banco Central no controle do câmbio. A maioria dos países com 
economia de mercado operam com câmbio flutuante; 
o protecção da propriedade privada por lei; 
o o Estado actua como regulador e fiscalizador da economia, coibindo práticas ilegais e que 
prejudiquem o mercado; 
o mercado funciona pela interação entre produtor e consumidor. 
 
Ou seja, de forma geral, o sistema de economia de mercado é capitalista e funciona principalmente 
– e com força – nas economias liberais e neoliberais. 
 
2.2.5. Algumas considerações sobre a Economia de Mercado 
O sistema privado de preços. Livre iniciativa. 
São algumas características da Economia Privada de Livre Iniciativa: 
 Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou 
empresa) se preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do 
sistema de preços; 
https://www.suapesquisa.com/economia/economia_mercado.htm
https://www.suapesquisa.com/economia/economia_mercado.htm
https://www.suapesquisa.com/economia/economia_mercado.htm
https://andrebona.com.br/bacen-o-que-e-e-o-que-faz-o-banco-central-do-brasil/
https://andrebona.com.br/regime-cambial-diferencas-entre-cambio-fixo-banda-cambial-e-cambio-flutuante/
https://andrebona.com.br/11-direitos-do-consumidor-que-voce-precisa-conhecer/
 
14 
 Preocupam-se em resolver isoladamente seus próprios negócios; 
 Procuram apenas sobreviver na concorrência imposta pelos mercados, tanto na venda e 
compra de produtos finais como na dos factores de produção; 
 
A acção conjunta dos indivíduos e empresas permite que centenas de milhares de mercadorias 
sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos voluntariamente, sem uma direcção 
central; 
 
Tudo é realizado sem a coação ou direcção centralizada de qualquer organismo consciente. 
 
O mercado econômico nesse sistema tem falhas e também benefícios. Vale lembrar que a 
economia é complexa e não há um sistema perfeito, que evite prejuízos e que atenda as 
necessidades de todos equitativamente. 
 
2.2.5.1. Vantagens 
A vantagem desse sistema está justamente na liberdade das empresas decidirem suas directrizes 
e seu funcionamento. Ter essa independência é excelente para o empreendedor, que pode decidir 
o quanto produz, o quanto dispõe a vender e, assim, facturar mais. 
 
Ainda, são as empresas que decidem quais serão seus produtos ou serviços, baseando-se na lei 
da oferta e demanda e nas necessidades do mercado, estimulando a inovação e a criatividade. 
Como segue os princípios do liberalismo, a intervenção Estatal é pequena, mas não se pode 
esquecer que ele actua como fiscal da lei. 
 
2.2.5.2. Desvantagens 
O sistema contribui para o aumento das desigualdades e também para a precarização do trabalho. 
Isso porque é justamente nesse sistema que ocorre a terceirização – que é quando empresas 
contratam outras empresas para prestar outros tipos de serviços, como os de limpeza, segurança 
ou produção de algum produto. 
 
Na prática, diversas empresas que prestam esses tipos de serviços terceirizados 
acabam priorizando apenas o lucro, estabelecendo metas inatingíveis e condições ruins de 
trabalho. 
 
https://andrebona.com.br/indice-de-gini-o-que-e-e-para-que-serve-descubra/
https://andrebona.com.br/vida-para-consumo-quando-o-produto-mais-disponivel-no-mercado-e-voce/
 
15 
Outro problema diz respeito à formação de cartéis. O sistema de economia de mercado facilita 
muito isso. Os cartéis ocorrem quando empresas concorrentes se juntam para ajustar para cima 
o preço de suas mercadorias visando aumentar a margem de lucro. Isso vai contra a livre 
concorrência e acaba com as disputas de mercado. 
 
O últimoproblema que pode ser mencionado são os trustes, que são a união entre duas ou mais 
empresas, autoridades em um ramo, para exercer o domínio total nesta área. 
Isso prejudica as pequenas empresas a entrarem no mercado e exercer concorrência. Por isso, 
essa prática não é uma das mais agradáveis, apesar de ocorrer com frequência. 
 
2.3. A Participação Econômica do Estado: Sistema de Mercado Misto 
Um sistema de mercado muito próximo da concorrência pura, devido, a praticamente, inexistência 
da força dos sindicatos e dos oligopólios se fez presente até o início do século XX 
predominantemente. A partir de 1930, sobretudo, quando tais forças prevaleciam, associadas a 
outros factores, a economia se tornou mais complexa, “impondo” ao sector público a actuação de 
forma mais activa nas metas da actividade econômica. 
 
Basicamente, a actuação do governo se justifica com o objectivo de eliminar as distorções 
alocativas e distributivas, bem como tentar promover a melhoria do padrão de vida da 
colectividade. Isso pode dar-se das seguintes formas: 
 Actuação sobre a formação de preços, via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação de 
salário mínimo, preços mínimos, taxa de câmbio; 
 Complementação da iniciativa privada (principalmente em investimentos em infra-
estrutura básica, que o sector privado não tem condições de assumir); 
 Fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico, etc.; 
 Fornecimento de bens públicos, que não são “vendidos” no mercado: educação, justiça, 
segurança. 
 Compra de bens e serviços do sector privado (o governo é, isoladamente, o maior 
comprador do sistema). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://andrebona.com.br/como-criar-um-planejamento-de-marketing-para-pequenas-empresas/
 
16 
 
 
 
Podemos assim sistematizar os sistemas de mercado e centralizado 
 
 
 
 
2.4. Crises e flutuações da actividade económica 
Como flutuações significativas na actividade econômica são normalmente associadas a baixas 
taxas de crescimento econômico e baixos níveis de investimento directo (doméstico e estrangeiro), 
determinar as causas da volatilidade dos ciclos econômicos é de grande importância. Reformas 
institucionais que reduzam o custo para as empresas operarem no mercado formal são essenciais 
para reduzir o tamanho da economia informal e, consequentemente, diminuir a volatilidade dos 
ciclos econômicos. 
 
2.5. Contestação socialista 
Socialismo é uma doutrina econômica e política que nasceu no final do século XVIII, na Europa, 
em contraposição às iniquidades sociais produzidas em larga escala pelo fenômeno da Revolução 
Industrial. Defende a reformulação da sociedade capitalista, transformando-a numa sociedade 
justa e igualitária. 
 
2.5.1. Características do socialismo 
As características do socialismo variam conforme a vertente de pensamento. O ponto em comum 
é a busca da igualdade, mas os caminhos propostos para alcançá-la são distintos. 
No socialismo utópico, podemos destacar: 
o combate à desigualdade por meio da reforma do capitalismo; 
o conciliação entre as classes; 
Mercado 
 
 
 
 
 
 
Centralizado 
 
 
 
 
 
 
Propriedade Privada X Propriedade Pública 
 
 
 
 
 
 
Problemas Económicos Fundamentais Resolvidos 
 
 
 
 
 
Pelo Orgão Centralizado 
 
 
 
 
 
 
Pelo Mercado 
 
 
 
 
 
 
 
Maior Eficiência Alocativa 
 
 
 
 
 
 
Maior Eficiência Distributiva 
 
 
 
 
 
 
 
17 
o cooperação nas relações de trabalho e distribuição da riqueza produzida. 
O socialismo científico, vertente revolucionária desse pensamento, tem características 
substancialmente diferentes da primeira vertente. Ele propõe: 
o combate à desigualdade por meio da extinção do capitalismo; 
o uma sociedade sem classes; 
o abolição da propriedade privada e socialização dos meios de produção. 
 
2.6. Internacionalização do padrão-ouro 
No âmbito do Sistema Monetário Internacional, o paradigma do Estado Liberal é marcado pelo 
chamado “padrão-ouro”, o padrão-ouro internacional, que representava a integração do sistema 
econômico mundial. O nascimento do sistema internacional de taxas de câmbio fixas lastreado no 
ouro – o padrão-ouro – pode ser atribuído a um acidente histórico, decorrente: (1) de uma medida 
inglesa, de 1717, que fixou um valor, em ouro, excessivamente baixo para a prata, o que 
proporcionou o desaparecimento da circulação da prata e a soberania do ouro naquele país; e (2) 
da comodidade, para os outros países, de adopção de um padrão monetário similar ao britânico, 
considerando a condição da Inglaterra como maior potência financeira e comercial do mundo (p. 
29-30). 
 
A essência do modelo estava na possibilidade de conversão – numa taxa fixa estabelecida por 
cada Estado-Nação – das moedas nacionais em ouro e vice-versa. 
 
O padrão-ouro não era simplesmente um conjunto de equações. Em verdade, era uma instituição 
socialmente construída e de grande prestígio. De facto, os Estados tinham como prioridade 
absoluta em suas políticas econômicas a manutenção da conversibilidade típica do padrão-ouro. 
Esse era o único objectivo ao qual os governos deveriam subordinar sua política econômica. 
 
2.7. A afirmação da tendência para a globalização 
As marcas e companhias globais dominam muitos mercados hoje. Ao longo das duas últimas 
décadas, houve uma forte tendência para o marketing mundial de produtos sob o guarda-chuva 
de grandes marcas como Coca-cola, Nike, IBM ou Toyota. Não somente as marcas são comuns 
nos mercados de cada país individualmente, mas também os produtos sofreram uma 
padronização. Ao mesmo tempo, a companhia global fez uma revisão de seu enfoque antigo, 
regional, e agora procura recursos numa base mundial. 
A lógica da companhia global é clara: ela procura ampliar seus negócios através da expansão dos 
mercados, procurando, ao mesmo tempo, a redução dos custos, através de economias de escala 
na compra e na produção por meio de operações concentradas de manufactura. 
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/socialismo-cientifico.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/socialismo-cientifico.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/socialismo-cientifico.htm
 
18 
 
Contudo, apesar da lógica, por trás da globalização, ser forte, deve-se reconhecer que se 
apresentam certos desafios. Primeiro, os mercados mundiais não são homogêneos, ainda 
requerem variações locais em muitas categorias de produtos. Segundo, há um alto nível de 
complexidade logística para Supply Chain Management (SCM) globais, o que pode resultar em 
altos custos e prazos excessivamente altos para os lead times de entregas. 
 
Na realidade, o custo de transporte de fontes de fornecimento distantes podem-se sobrepor à 
possíveis reduções de custo obtidas pela economia de escala. A tendência para a utilização da 
manufatura e marketing em escala global está evidenciando a logística e a SCM como factores 
críticos de sucesso. A complexidade da tarefa logística cresce influenciada por factores como 
número crescente de produtos, curtos ciclos de vida do produto, crescimento do mercado e do 
número de canais de fornecimento. 
 
2.7.1. Mercados sensíveis ao tempo 
Os clientes em todos os mercados, sejam eles de consumo ou industriais, estão cada vez mais 
sensíveis ao tempo. Em outras palavras, eles o valorizam, e isto reflecte em seus comportamentos 
de compras. Por exemplo, nos mercados industriais, os compradores procuram adquirir de 
fornecedores que ofereçam menores prazos e que atendam a seus requisitos de qualidade. Nos 
mercados de consumo, os clientes decidem sua escolha entre as marcas que estiverem 
disponíveis naquele momento. Portanto, se a marca preferida não estiver no estoque, é bem 
provável que seja adquirida uma outra substituta. 
Destacam-se 3 factores de pressãonos mercados sensíveis ao tempo. São eles: 
o Redução dos ciclos de vida dos produtos; 
o Esforço para manter estoques reduzidos; 
o Mercados voláteis baseados em previsões poucos confiáveis. 
 
A redução do ciclo de vida dos produtos faz com que se diminua o tempo disponível para o 
desenvolvimento e lançamento de novos produtos. Daí, a capacidade de rastrear rapidamente o 
desenvolvimento, a fabricação e a logística dos produtos, tornam-se elementos chaves na 
estratégia competitiva de uma empresa. 
 
O esforço para manter estoques reduzidos é um dos fenômenos mais pronunciados nos últimos 
anos. Sejam estoques de matérias-primas, produção em andamento, componentes ou produtos 
 
19 
acabados, a pressão tem sido para a liberação do capital neles aplicado e, consequentemente, 
reduzindo seus custos de manutenção. 
 
Um problema constante que aflige a maioria das organizações é a incerteza das previsões. Não 
importa quão sofisticadas sejam as técnicas empregadas, a volatilidade dos mercados eleva os 
erros das previsões e a medida que os erros de previsão aumentam, aumentam também os lead 
times. 
 
2.8. As alterações na estrutura do mercado e da empresa 
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais: número de 
firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto; existência de barreiras à entrada de 
novas empresas. 
 
No mercado de bens e serviços, as formas e mercado, segundo essas três características, são as 
seguintes: concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística (ou imperfeita) e 
oligopólio. 
 
No mercado de factores de produção, é definido as formas de mercado em concorrência perfeita, 
concorrência imperfeita, monopólio e oligopólio no fornecimento de insumos. 
Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na formação de preços de 
seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada ao objectivo ao qual a 
firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de 
rentabilidade sobre os cursos, etc. 
 
Quanto aos seus objectivos, as empresas defrontam-se com duas possibilidades principais: 
maximizar lucro e maximizar mark-up (margem sobre os custos directos). Dentro da teoria 
neoclássica ou marginalista, o objectivo da firma é sempre maximizar o lucro total. 
 
Se a empresa aumenta a produção e a recita adicional for maior que o custo adicional, o lucro 
estará aumentando e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal de equilíbrio. Se a 
receita adicional for menor que o custo adicional, o lucro estará caindo e o prejuízo aumentando. 
A receita marginal deve ser igualada ao custo marginal. 
 
 
 
 
https://www.coladaweb.com/geografia/monopolio

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