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SIMULADO 3 2 Ciências o Curso Completo ATENÇÃO: PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores a seguir e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo- argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO FRACASSO ESCOLAR NO BRASIL apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1 O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10 colocados na prova de matemática. O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80. Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo menos 65 participantes. Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado- em-leitura.ghtml TEXTO 2 O desempenho dos estudantes brasileiros aferido por meio dos exames de avaliação do Ministério da Educação demonstra que a aprendizagem dos alunos ainda está abaixo de padrões adequados. Esse baixo desempenho dos alunos possui várias causas internas e externas à escola. Nesse cenário, aliado às questões sociais e econômicas, estruturais em um país continental como o Brasil, é necessário ressaltar os processos de organização e de gestão pedagógicas que interferem na produção do fracasso escolar, tais como: deficiência do processo ensino-aprendizagem, estrutura inadequada de parte dos sistemas educacionais para dar conta do aumento de demanda dos últimos anos, carência de professores qualificados, especialmente no Ensino Médio, oferta de recursos pedagógicos e bibliotecas adequados aos processos formativos emancipatórios. Todas essas questões se articulam às condições objetivas da população, em um país historicamente demarcado por forte desigualdade social, que se caracteriza pela apresentação de indicadores sociais preocupantes e, que nesse sentido, carece de amplas políticas públicas incluindo, nesse processo, a garantia de otimização nas políticas de acesso, permanência e gestão com qualidade social na educação básica. Fonte: file:///C:/Users/User/Downloads/sistema_nacional_formacion_profesores%20(1).pdf TEXTO 3 De acordo com o dicionário Aurélio ‘fracasso’ é definido por um mau êxito, uma ruína. Mas mau êxito em quê? Baseado em qua l parâmetro? E o que a sociedade define como sucesso? São questões que devem ficar bem esclarecidas. Sabemos que os seres humanos nascem com uma tendência hábil para a aprendizagem. A criança está pronta para aprender quando ela apresenta um conjunto de condições, capacidades, habilidades, e aptidões consideradas como pré-requisito para o início de qualquer aprendizagem. “Prontidão” para aprender significa o conjunto de habilidades que a criança deverá desenvolver de modo a tornar-se capaz de executar determinadas atividades. Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, são eles: saúde física e mental, motivação, prévio domínio, amadurecimento, inteligência, concentração ou atenção e memória. A falta de um desses fatores pode ser a causa de insucessos e das dificuldades de aprendizagem. O conceito de dificuldades de aprendizagem é abrangente e inclui problemas decorrentes do sistema educacional, de características próprias do indivíduo e de influências ambientais. Muitas são as crianças e os adolescentes que, hoje, no contexto sociocultural brasileiro, apresentam dificuldades no processo de aprendizagem. Tais dificuldades, nas classes sociais menos favorecidas, se agravam ainda mais, pois a criança carrega, desde muito cedo, o estigma de menos capaz ao contexto e às exigências escolares. Logo esse jovem estudante é rotulado como deficiente, determinado pelas condições precárias de sua vida. Fonte: https://agazetadoacre.com/2015/12/o-fracasso-escolar-brasileiro/ 1. Envie o texto para correcoesdetexto@gmail.com 2. Só serão aceitas redações enviadas até 19h30. 3. Ao final do texto, coloque seu nome completo. 4. ENVIE SEU TEXTO EM DOCUMENTO WORD. https://g1.globo.com/tudo-sobre/ocde/ https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml file:///C:/Users/User/Downloads/sistema_nacional_formacion_profesores%20(1).pdf https://agazetadoacre.com/2015/12/o-fracasso-escolar-brasileiro/ SIMULADO 3 3 Ciências o Curso Completo LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (INGLÊS) Questão 01 Leia a tirinha abaixo: De acordo com a tirinha: A) A garota consegue convencer Cascão a tomar banho. B) Cascão não tem planos de tomar banho tão cedo. C) Cascão tomará banho se a garota aceitar suas condições. D) Cascão termina o namoro, pois prefere ficar sem tomar banho. E) N.D.A Questão 02 Winter Driving Winter is dangerous because it’s so difcult to know what is going to happen and accidents take place so easily. Fog can be waiting to meet you over the top of a hill. Ice might be hiding beneath the melting snow, waiting to send you of the road. Te car coming towards you may suddenly slide across the road. Rule Number One for driving on icy roads is to drive smoothly. Uneven movements can make a car suddenly very difcult to control. So every time you either turn the wheel, touch the brakes or increase your speed, you must be as gentle and slow as possible. Imagine you are driving with a full cup of hot cofee on the seat next to you. Drive so that you wouldn’t spill it. Rule Number Two is to pay attention to what might happen. Te more ice there is, the further down the road you have to look. Test how long it takes to stop by gently braking. Remember that you may be driving more quickly than you think. In general, allow double your normal stopping distance when the road is wet, three times this distance on snow, and even more on ice. Try to stay in control of your car at all times and you will avoid trouble. (Disponível em: . Acesso em: 4 out. 2015.) Com que finalidade o autor do texto fala sobre café? A) Para explicar a importância de movimentos suaves. B) Para informar que bebida evita que os motoristas adormeçam ao volante. C) Para dizer que os motoristas ficam mais atentos ao ingerirem café. D) Para alertar que a bebida pode ser uma distração para o motorista e provocar acidentes. Questão 03 A personagem da charge acima defende que: A) Qualquer ato de violência reforça os discursos que eles tentam proferir; B) É Fato que a polícia sempre reage violentamente a mando do governo; C) Vandalismo é a única saída para a população; D) Muitas pessoas se encontrarão no Largo da Batata; E) As pessoas que tem opinião diferente acabam sendo violentas. Questão 04 Can email replace thank-you notes? Manners Matter in the Digital World Answered by Peggy Post Getty Images; Illustration by Alex Thebez for TIMEhttps://time.com/4029806/peggy-post-can-email-replace-thank-you- notes/.Acessado em 17/09/2015.Adaptado para fins educacionais. SIMULADO 3 4 Ciências o Curso Completo It used to be taboo to send thank-you notes by way of email. Now, you can even send them via text. But handwritten thank-you notes are still the way to go—for a wedding gift and after a job interview, for example. An initial, prompt emailed thanks is OK. But you should follow up with a paper version. An email just isn't as warm and special. There are bonuses for writing handwritten thank-you notes. It feels really good when you sit down and write your gratitude. It also makes the recipient feel appreciated. No texto acima, Peggy Post defende que notas de agradecimento A) Podem ser um tabu se não forem escritas a mão. B) Devem ser escritas a mão porque mostram a gratidão do autor e agradam a quem as recebe. C) Devem ser enviadas por mensagens eletrônicas porque são mais rápidas. D) Podem ser escritas via mensagem de texto porque são calorosas. Questão 05 No quadrinho ao lado, o médico está pedindo uma transfusão de sangue para A) Transformar o modo de dormir do paciente. B) Modificar o tipo sanguíneo do paciente. C) Tratar o quadro de anemia do paciente. D) Melhorar o humor do paciente. Questão 06 Qual a diferença entre publicidade e propaganda? Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é a atividade associada à divulgação de ideias (políticas, religiosas, partidárias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para “demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio militar da China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda são as campanhas políticas em período pré-eleitoral. Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma ferramenta de comunicação para convencer o público a consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de publicidade. VASCONCELOS, Y. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). A função sociocomunicativa desse texto é A) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada para incentivar jovens a se alistar no exército. B) explicar como é feita a publicidade na forma de anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas. C) convencer o público sobre a importância do consumo. D) esclarecer dois conceitos usados no senso comum. E) divulgar atividades associadas à disseminação de ideias. Questão 07 Conceitos e importância das lutas Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes marciais tiveram duas conotações principais: eram praticadas com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filosófico como concepção de vida bastante significativo. Atualmente, nos deparamos com a grande expansão das artes marciais em nível mundial. As raízes orientais foram se disseminando, ora pela necessidade de luta pela sobrevivência ou para a "defesa pessoal", ora pela possiblidade de ter as artes marcias como própria filosofia de vida. CARREIRO, E. A.Educação Física na escola: Implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (fragmento). Um dos problemas da violência que está presente principalmente nos grandes centros urbanos são as brigas e os enfrentamentos de torcidas organizadas, além da formação de gangues, que se apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas vezes, em fatalidades. Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos doi mal compreendido, afinal as lutas A) Se tornaram um esporte, mas eram praticadas com o objetivo guerreiro a fim de garantir a sobrevicência. B) Apresentam a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e a formação do caráter. C) Possuem como objetivo principal a "defesa pessoal"por meio de golpes agressivos sobre o adversário. D) Sofreram transformações em seus princípios filosóficos em razão de sua disseminação pelo mundo. E) Se disseminaram pela necessidade de luta pela sobrevivência ou como filosofia pessoal de vida. Questão 08 A mídia divulga à exaustão um padrão corporal determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da população mundial. Especialmente no Brasil, onde a diversidade é uma característica marcante, a mídia no geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo num padrão único de beleza tanto para mulheres quanto para homens. MALDONADO, G. A educação física e o adolescente: a imagem corporal e a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado). Em relação aos aspectos do padrão corporal dos brasileiros, compreende-se que esta população SIMULADO 3 5 Ciências o Curso Completo A) é caracterizada pela sua rica diversidade. B) possui, em sua maioria, mulheres obesas. C) está devidamente representada na grande mídia. D) tem padrão de beleza idêntico aos demais países. E) é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras. Questão 09 A porca e os sete leitões É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração infantil atual o desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”. Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz. ARAÚJO, A. M. Folclore nacional I: festas, bailados, mitos e lendas. São Paulo: Martins Fontes, 2004. Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na composição do imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com o patrimônio cultural brasileiro porque A) preserva uma história da tradição oral. B) confirma a veracidade dos fatos narrados. C) identifica a origem de uma história popular. D) apresenta as diferentes visões sobre a aparição. E) reforça a necessidade de registro das narrativas folclóricas. Questão 10 Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções “Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha infância foi música, música, música”, responde veementemente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor. Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol, com 13 composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira. BOMFIM, M. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado). Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicativas. Esse texto enquadra- se no gênero A) biografia, por fazer referência à vida da artista. B) relato, por trazer o depoimento da filha do artista. C) notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco. D) resenha, por apresentar as características dodisco. E) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista. Questão 11 A máquina extraviada Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante. Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma máquina imponente, que está entusiasmando todo o mundo. Desde que ela chegou — não me lembro quando, não sou muito bom em lembrar datas — quase não temos falado em outra coisa; e da maneira que o povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por causa dela, a não ser os políticos. [...] Já existe aqui um movimento para declarar a máquina monumento municipal. [...] Dizem que a máquina já tem feito até milagre, mas isso — aqui para nós — eu acho que é exagero de gente supersticiosa, e prefiro não ficar falando no assunto. Eu — e creio que também a grande maioria dos munícipes — não espero dela nada em particular; para mim basta que ela fique onde está, nos alegrando, nos inspirando, nos consolando. VEIGA, J. J. A máquina extraviada: contos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974. Qual procedimento composicional caracteriza a construção do texto? A) As intervenções explicativas do narrador. B) A descrição de uma situação hipotética. C) As referências à crendice popular. D) A objetividade irônica do relato. E) As marcas de interlocução. Questão 12 A discussão sobre "o fim do livro de papel" com a chegada da mídia eletrônica me lembra a discussão idêntica sobre a obsolescência do folheto de cordel folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuarão sendo publicados e lidos — em CD-ROM, em livro eletrônico, em "chips quânticos", sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto, "coffee-table book", cópia manuscrita, arquivo PDF... Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em outros) formatos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São Saruê, se é Macbeth ou O livro de piadas de Casseta Planeta. TAVARES, B. Disponível em: https://jornaldaparaiba.globo.com. Ao refletir sobre possível extinção do livro impresso e o surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que A) O cordel é um dos gêneros textuais, por exmplo,que será extinto com o avanço da tecnologia. B) O livro impresso permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões e de valores culturais. C) O surgimento da mídia eletrônica decretou o fim do prazer de se ler textos em livros e suportes impressos. D) Os textos continuarão vivos e passíveis de reprodução em novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam. E) Os livros impressos desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras literárias dos mais diversos gêneros. SIMULADO 3 6 Ciências o Curso Completo Questão 13 Se o dançarino já preparou toda a sensação antes, ele não está no vazio... já está acabado. Nesse momento (vazio) é o seu corpo que está dizendo algo, não é você. Quando o ator está nesse momento de desistir, é nesse momento que ele deve continuar; é nesse momento que chega algo para quem está assistindo. Não importa tanto a coreografia e todo esse trabalho. O mais importante é isso, o vazio, e como você continua com isso... COLLA, A. C. Caminhante, não há caminhos, só rastros. São Paulo: Perspectiva, 2013. O texto considera que um corpo vazio (de som, sentimento e pensamento) pode fazer qualquer coisa. Nessa concepção, a atuação do dançarino alcança o ápice de A) inércia em cena. B) transcendência de si. C) ignificação do preparo D) ausência de comunicação. E) consciência do movimento. Questão 14 Essa história em quadrinhos aborda a padronização da imagem corporal na contemporaneidade. O fator que pode ser identificado como influenciador do comportamento obsessivo retratado nos quadrinhos é o A) entendimento da aparência corporal relacionada à saúde. B) controle feminino sobre o ideal social de estética corporal. C) desejo pelo modelo de corpo ideal construído socialmente. D) questionamento crítico dos valores ligados ao sucesso social. E) posicionamento reflexivo da mulher frente às imposições estéticas. Questão 15 O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum a manifestações musicais na África e no Brasil. Nos textos, apesar de figurarem em contextos geográficos separados pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um século de distanciamento temporal, a semelhança do instrumento demonstra a A) vinculação desses instrumentos com a cultura dos negros escravizados. B) influência da cultura africana na construção da musicalidade brasileira. C) condição de colônia europeia comum ao Brasil e grande parte da África. D) escassez de variedade de instrumentos musicais relacionados à cultura africana. E) importância de registros artísticos na difusão e manutenção de uma tradição musical. Questão 16 Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recorrendo à estratégia argumentativa de A) mostrar que um bom trabalho como pai implica a valorização por parte do filho. B) apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser bem-visto pela família. C) explorar a preocupação do pai com a própria imagem e popularidade. D) atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar suas intenções. E) gerar um conflito entre a solicitação da mãe e os interesses do pai. SIMULADO 3 7 Ciências o Curso Completo Questão 17 Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é possível. Como não dar largas à imaginação, quando a realidade vai tomando proporções quase fantásticas, quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve? Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos uma coisa útil para o engrandecimento do país. ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2013. No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à) A) passado glorioso. B) progresso nacional. C) inteligência brasileira. D) imponência civilizatória. E) imaginação exacerbada. Questão 18 A arte de Luís Otávio Burnier O movimento natural do corpo segue as leis cotidianas: o menor esforço para o maior efeito. Etienne Decroux inverte a frase e cria o que, para ele, seria uma das mais importantes leis da arte: o maior esforço para o menor efeito. “Se eu pedir a um ator que me expresse alegria, ele me fará assim (fazia uma grande máscara de alegria com o rosto), mas se eu cobrir o seu rosto com um pano ou uma máscara neutra, amarrar seus braços para trás e lhe pedir que me expresse agora a alegria, ele precisará de anos de estudo”, dizia. CAFIERO, C. Revista do Lume, n. 5, jul. 2003. No texto, Carlota Cafiero expõe a concepção elaborada por Etienne Decroux, que desafia o ator a estabelecer uma comunicação com o público sem as expressões convencionais, por meio da A) estética facial. B) mímica corporal. C) amarra no corpo. D) função da máscara. E) imbologia do tecido. Questão 19 Superinteressante, n. 290, abr. 2011 (adaptado). No processo de criação da capa de uma revista, é parte importante não só destacar o tema principal da edição, mas também captar a atenção do leitor. Com essa capa sobre os desastres naturais, desperta-se o interesse do leitor ao se apresentar uma ilustração com impacto visual e uma parte verbal que agrega ao texto um caráter A) fantasioso, pois se cria a expectativa de uma matéria jornalística, com a natureza protagonizando ações espetaculares no futuro. B)instrucional, pois se cria a expectativa da apresentação de conselhos e orientações para a precaução contra os desastres naturais. C) alarmista, pois se reforça a imagem da natureza como um agressor e um inimigo temido pela sua avassaladora força de destruição. D) místico, pois se cria uma imagem do espaço brasileiro como ameaçado por uma natureza descontrolada, em meio a um cenário apocalíptico. E) intimista, pois se reforça a imagem de uma publicação organizada em torno das impressões e crenças do leitor preocupado com os desastres naturais. Questão 20 O exercício da crônica Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele, cabe ao cronista A) criar fatos com a imaginação. B) reproduzir as notícias dos jornais. C) escrever em linguagem coloquial. D) construir personagens verossímeis. E) ressignificar o cotidiano pela escrita. Questão 21 Este mês, a reportagem de capa veio do meu umbigo. Ou melhor, veio de um mal-estar que comecei a sentir na barriga. Sou meio italiano, pizzaiolo dos bons, herdei de minha avó uma daquelas velhas máquinas de macarrão a manivela. Cresci à base de farinha de trigo. Aí, do nada, comecei a ter alergias respiratórias que também pareciam estar ligadas à minha dieta. Comecei a peregrinar por médicos. Os exames diziam que não tinha nada errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei a resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, cervejinha. Notei também que as prateleiras dos mercados de repente Acaram cheias de produtos que pareciam ser feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, bolo, biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível é que esse setor do mercado parece ser o que está mais cheio de gente. E não é só no Brasil. Parece ser em todo Ocidente industrializado. Inclusive na Itália. SIMULADO 3 8 Ciências o Curso Completo O tal glúten está na boca do povo, mas não está fácil entender a real. De um lado, a imprensa popular faz um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. De outro, muitos médicos Acam na defensiva, insinuando que isso tudo não passa de modismo, sem fundamento científico. Mas eu sei muito bem que não é só modismo — eu sinto na barriga. O tema é um vespeiro — e por isso julgamos que era hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e dar respostas confiáveis às dúvidas que todo mundo tem. BURGIERMAN, D. R. Tem algo grande aí. Superinteressante, n. 335, jul. 2014 (adaptado). O gênero editorial de revista contém estratégias argumentativas para convencer o público sobre a relevância da matéria de capa. No texto, considerando a maneira como o autor se dirige aos leitores, constitui uma característica da argumentação desenvolvida o(a) A) relato pessoal, que especifica o debate do assunto abordado. B) exemplificação concreta, que desconstrói a generalidade dos fatos. C) referência intertextual, que recorre a termos da gastronomia. D) crítica direta, que denuncia o oportunismo das indústrias alimentícias. E) vocabulário coloquial, que representa o estilo da revista. Questão 22 TEXTO I Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do Carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o nome frevo. CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001 (adaptado). TEXTO II Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é do mundo. A música que hipnotiza milhões de foliões e dá o tom do Carnaval no estado foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O anúncio foi feito em Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br. Acesso em: 14 jun. 2015. Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos I e II diferenciam-se por pertencerem a gêneros que cumprem, respectivamente, a função social de A) resumir e avaliar. B) analisar e reportar. C) definir e informar. D) comentar e explanar. E) discutir e conscientizar. Questão 23 O tapete vermelho na porta é para você se sentir nas nuvens antes mesmo de tirar os pés do chão. (Campanha publicitária de empresa aérea.) Disponível em: https://quasepublicitarios.wordpress.com. Acesso em: 3 dez. 2012. Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações de especificidade, de forma e de conteúdo. Para atingir seu objetivo, esse texto publicitário vale-se do procedimento argumentativo de A) valorizar o cliente, oferecendo-lhe, além dos serviços de voo, um atendimento que o faça se sentir especial. B) persuadir o consumidor a escolher companhias aéreas que ofereçam regalias inclusas em seus serviços. C) destacar que a companhia aérea oferece luxo aos consumidores que utilizam seus serviços. D) enfatizar a importância de oferecer o melhor ao cliente ao ingressar em suas aeronaves. E) definir parâmetros para um bom atendimento do cliente durante a prestação de serviços. Questão 24 O cartum Miopia, de Chen Fang, foi apresentado em 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema a educação ambiental. Seu título e os elementos visuais fazem referência ao exame oftalmológico e a um tipo específico de dificuldade visual. Com o uso metafórico da miopia e a exploração de características da imagem, o cartu A) evidencia o papel secundário que animais e plantas desempenham no processo de produção de riquezas. B) expõe o alto custo para a manutenção da vida tanto dos seres humanos como de animais e plantas. C) denuncia a hierarquia de valores que supervaloriza o dinheiro em detrimento dos seres vivos. D) revela o distanciamento entre o homem e a natureza, resultante das atividades econômicas. E) questiona o antagonismo entre homens e mulheres, motivado por questões econômicas. SIMULADO 3 9 Ciências o Curso Completo Questão 25 Na tirinha, o leitor é conduzido a refletir sobre relacionamentos afetivos. A articulação dos recursos verbais e não verbais tem o objetivo de A) criticar a superficialidade com que as relações amorosas são expostas nas redes sociais. B) negar antigos conceitos ou experiências afetivas ligadas à vida amorosa dos adolescentes. C) enfatizar a importância de incorporar novas experiências na vida amorosa dos adolescentes. D) valorizar as manifestações nas redes sociais como medida do sucesso de uma relação amorosa. E) associar a popularidade de uma mensagem nas redes sociais à profundidade de uma relação amorosa. Questão 26 E fui mostrar ao ilustre hóspede [o governador do Estado] a serraria, o descaroçador e o estábulo. Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras e o banheiro carrapaticida. De repente supus que a escola poderia trazer a benevolência do governador para certos favores que eu tencionava solicitar. — Pois sim senhor. Quando V. Exa. vier aqui outra vez, encontrará essa gente aprendendo cartilha. RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1991. Ofragmento do romance de Graciliano Ramos dialoga com o contexto da Primeira República no Brasil, ao focalizar o(a) A) derrocada de práticas clientelistas. B) declínio do antigo atraso socioeconômico. C) liberalismo desapartado de favores do Estado. D) fortalecimento de políticas públicas educacionais. E) aliança entre a elite agrária e os dirigentes políticos. Questão 27 Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse e falou: — Repita o que você disse, Lóri. — Não sei mais. — Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa, mas seremos um só. — Sim. Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo. LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990. A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade em razão de determinadas soluções narrativas. No fragmento, o processo que leva a essa expressividade fundamenta-se no A) desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso. B) exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador. C) registro do processo de autoconhecimento da personagem. D) discurso fragmentado como reflexo de traumas psicológicos. E) afastamento da voz narrativa em relação aos dramas existenciais. Questão 28 Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca e engolem tudo. Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. — Minhas senhoras, Seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça. Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz. Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira. Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil réis. RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1990 O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo Honório, narrador-personagem, sobre a expansão de suas terras. De acordo com esse relato, o processo de prosperidade que o beneficiou evidencia que ele SIMULADO 3 10 Ciências o Curso Completo A) revela-se um empreendedor capitalista pragmático que busca o êxito em suas realizações a qualquer custo, ignorando princípios éticos e valores humanitários. B) procura adequar sua atividade produtiva e função de empresário às regras do Estado democrático de direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da sociedade. C) relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram em um passado distante, e enumera ações que põem em evidência as suas muitas virtudes de homem do campo. D) demonstra ser um homem honrado, patriota e audacioso, atributos ressaltados pela realização de ações que se ajustam ao princípio de que os fins justificam os meios. E) amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, contando com a sorte e a capacidade de iniciativa, sendo um exemplo de empreendedor com responsabilidade social. Questão 29 Chamou-me o bragantino e levou-me pelos corredores e pátios até ao hospício propriamente. Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça pode sobre a vida dos homens é mais formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-se em geral das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos, são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com educação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela geena social. BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos. São Paulo: Cosac& Naify, 2010. No relato de sua experiência no sanatório onde foi interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e humana marcada pela exclusão. Em seu testemunho, essa reclusão demarca uma A) medida necessária de intervenção terapêutica. B) forma de punição indireta aos hábitos desregrados. C) compensação para as desgraças dos indivíduos. D) oportunidade de ressocialização em um novo ambiente. E) conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos. Questão 30 A madrasta retalhava um tomate em fatias, assim finas, capaz de envenenara todos. Era possível entrever o arroz branco do outro lado do tomate, tamanha a sua transparência. Com a saudade evaporando pelos olhos, eu insistia em justificar a economia que administrava seus gestos. Afiando a faca no cimento frio da pia, ela cortava o tomate vermelho, sanguíneo, maduro, como se degolasse cada um de nós. Seis. O pai, amparado pela prateleira da cozinha, com o suor desinfetando o ar, tamanho o cheiro do álcool, reparava na fome dos filhos. Enxergava o manejo da faca desafiando o tomate e, por certo, nos pensava devorados pelo vento ou tempestade, segundo decretava a nova mulher. Todos os dias — cotidianamente — havia tomate para o almoço. Eles germinavam em todas as estações. Jabuticaba, manga, laranja, floresciam cada uma em seu tempo. Tomate, não. Ele frutificava, continuamente, sem demandar adubo além do ciúme. Eu desconhecia se era mais importante o tomate ou o ritual de cortá-lo. As fatias delgadas escreviam um ódio e só aqueles que se sentem intrusos ao amor podem tragar. QUEIRÓS, B. C. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac & Naify, 2011. Ao recuperar a memória da infância, o narrador destaca a importância do tomate nos almoços da família e a ação da madrasta ao prepará-lo. A insistência nessa imagem é um procedimento estético que evidencia a A) saudade do menino em relação à sua mãe. B) insegurança do pai diante da fome dos filhos. C) raiva da madrasta pela indiferença do marido. D) resistência das crianças quanto ao carinho da madrasta. E) convivência conflituosa entre o menino e a esposa do pai. Questão 31 Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros. E o contrassenso mais avultava, porque, já então, - e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todoslá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, “faísca”; nem dizer lepra; só o “mal”; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara; cachorro, bode e galo, pretos; [...] - porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois - noves fora, nada. ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado). João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar A) trechos de cantigas. B) rituais de mandingas. C) citações de preceitos. D) cerimônias religiosas. E) exemplos de superstições. Questão 32 No texto, a diversidade linguística é apresentada pela ótica de um observador que entra em contato com uma comunidade linguística diferente da sua. Esse observador é um SIMULADO 3 11 Ciências o Curso Completo A) falante do português brasileiro relatando o seu contato na Europa com o português lusitano. B) imigrante em Lisboa com domínio dos registros formal e informal do português europeu. C) turista europeu com domínio de duas variedades do português em visita a Lisboa. D) português com domínio da variedade coloquial da língua falada no Brasil. E) poeta brasileiro defensor do uso padrão da língua falada em Portugal. Questão 33 TEXTO I A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos agricultura para sempre. Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013. TEXTO II Os alimentos geneticamente modificados disponíveis no mercado internacional não representam um risco à saúde maior do que o apresentado por alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola. Essa é a posição de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO), o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e Ciência e várias das principais academias de ciência do mundo. A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de efeito sobre a saúde, resultante do consumo de alimento geneticamente modificado (GM) “entre a população dos países em que eles foram aprovados”. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013. Os textos tratam de uma temática bastante discutida na atualidade. No que se refere às posições defendidas, os dois textos A) revelam preocupações quanto ao cultivo de alimentos geneticamente modificados. B) destacam os riscos à saúde causados por alimentos geneticamente modificados. C) divergem sobre a segurança do consumo de alimentos geneticamente modificados. D) alertam para a necessidade de mais estudos sobre sementes modificadas geneticamente. E) discordam quanto à validade de pesquisas sobre a produção de alimentos geneticamente modificados. Questão 34 TEXTO I Onde está a honestidade? Você tem palacete reluzente Tem joias e criados à vontade Sem ter nenhuma herança ou parente Só anda de automóvel na cidade… E o povo pergunta com maldade: Onde está a honestidade? Onde está a honestidade? O seu dinheiro nasce de repente E embora não se saiba se é verdade Você acha nas ruas diariamente Anéis, dinheiro e felicidade… Vassoura dos salões da sociedade Que varre o que encontrar em sua frente Promove festivais de caridade Em nome de qualquer defunto ausente… ROSA, N. Disponível em: https://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010. TEXTO II Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no século XXI. Disponível em: https://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010. Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio A) Da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns. B) Da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança. C) Da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade. D) Do privilégio de alguns em clamar pela honestidade. E) Da insistência em promover eventos beneficentes. Questão 35 SIMULADO 3 12 Ciências o Curso Completo Na constituição do sujeito poético, o eu lírico A) Tem consciência de sua impotência diante dos males da vida. B) Rejeita a realidade e busca encontrar um novo caminho para sua vida. C) Identifica-se com a dor da ausência paterna e com a invisibilidade existencial. D) Nega seus atributos físicos em virtude do discurso pessimista de suas irmãs. E) Denuncia os maus-tratos físicos que sofria, revelando seu sentimento de revolta diante do contexto vivido Questão 36 Estou estudando gramática e fico pasmo com os milagres de raciocínio empregados para enquadrar em linguagem “objetiva” os fatos da língua. Alguns convencem, outros não. Estes podem constituir esforços meritórios, mas se trata de explicações que a gente sente serem meras aproximações de algo no fundo inexprimível, irrotulável, inclassificável, impossível de compreender integralmente. Meu consolo é que muitas das coisas que me afligem devem afligir vocês também. Ou pelo menos coisas parecidas. João Ubaldo Ribeiro Infere-se corretamente do texto que A) O autor estuda gramática com o propósito de revelar as contradições das análises linguísticas. B) A linguagem utilizada em textos de gramática reforça a ideia de que fatos da língua são sempre inclassificáveis. C) A gramática não pode oferecer um tratamento integral dos fenômenos linguísticos, mesmo que haja esforços válidos no registro gramatical de fatos da língua. D) A desconfiança do autor em relação à gramática é resultado de sua experiência como escritor, o que lhe impossibilita compartilhar sua percepção com o leitor. E) O autor lamenta o fato de ser obrigado, pelas evidências dos fatos linguísticos, a contestar a gramática. Questão 37 Talvez as primeiras formas de arte tenham sido entalhes na madeira e pinturas no corpo, mas não sabemos, pois nada se preservou. Os primeiros indícios preservados da arte humana foram um punhado de restos de flores encontrados em volta de esqueletos do homem de Neandertal e alguns ossos riscados de animais em sítios de assentamentos neandertalenses. Contudo, a interpretação de que foram arrumados ou riscados intencionalmente é posta em dúvida. Só até os Cro-Magnons, a partir de 40 mil anos atrás, temos a primeira evidência inequívoca de arte, que sobrevive na forma das famosas pinturas rupestres de Lascaux, estatuetas, colares, flautas e outros instrumentos musicais. Jared Diamond. O terceiro chimpanzé. De acordo com o texto A) O homem de Neandertal foi, sem dúvida, a primeira espécie humana a produzir arte. B)A arte é um dom inerente ao homem, independente da fase de sua evolução histórica. C) As primeiras formas de arte registradas foram entalhes na madeira e pinturas no corpo. D) Os homens de Cro-Magnon herdaram de seus ancestrais, os neandertalenses, as técnicas que lhes permitiram produzir arte. E) Pinturas rupestres, enfeites e instrumentos musicais provam que os ancestrais do homem conviviam com a arte muito antes do início da civilização. Questão 38 O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filosóficos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte do Envelhecimento. Cícero nota, primeiramente, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo. NOGUEIRA, P. Saúde Bem-Estar Antienvelhecimento. 28 abr. 2008. O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento, apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo é A) Esclarecer que a velhice é inevitável. B) Contar fatos sobre a arte de envelhecer. C) Defender a ideia de que a velhice é desagradável. D) Influenciar o leitor para que lute conta oenvelhecimento. E) Mostrar às pessoas que é possível aceitar, sem angústia, o envelhecimento. Questão 39 Assinale a alternativa CORRETA com relação ao uso dos elementos linguísticos no texto. A) O conector pois, em “pois plantar árvores ajuda a combater o aquecimento global” e em “pois o Canadá é o maior produtor e exportador mundial desse produto”, tem função conclusiva nas duas ocorrências. SIMULADO 3 13 Ciências o Curso Completo B) O segmento “Essa é a ideia” faz referência à construção do prédio do Centro de Design e Inovação em Madeira. C) Em “Vigas, colunas e até o fosso do elevador são feitos de bordo, amieiro vermelho e vidoeiro branco”, o elemento até estabelece uma delimitação temporal no texto. D) Em “Mas todo o resto é de madeira”, a conjunção mas estabelece uma ressalva em relação ao conteúdo do enunciado precedente e introduz o argumento que predomina na contraposição de ideias. E) No segmento “Se isso acontecer”, o pronome isso retoma o fragmento “estimular o uso da madeira”. Questão 40 No sexto parágrafo, os conectores “por um lado” e “por outro” introduzem A) Aspectos diferentes envolvidos na equação geral para a inteligência. B) As diferentes implicações da inteligência em relação às opções futuras. C) O envolvimento com equações traduzidas em uma simples frase. D) O comprometimento para tomada de decisões inteligentes. E) As gigantescas implicações decorrentes da divergência de opiniões Questão 41 Leia o texto a seguir e responda à questão. Nova reforma? Mal se implantam as regras do recente acordo ortográfico entre países lusófonos e já surge um movimento para fazer outra reforma, que simplificaria a ortografia. Ela seria mais uniforme (por exemplo, prescreve escrita uniforme para o fonema /s/, que sempre seria grafado com a letra ‘s’, o que resultaria em escritas como ‘sesta’ para as atuais ‘sexta’ / ‘cesta’ / ‘sesta’); e seriam eliminadas algumas “contradições” (‘estender’ e ‘extensão’, por exemplo). Ora, qualquer análise da escrita popular e da produzida nos primeiros anos de escola mostra que os erros de grafia se dividem em diversos tipos: a) erros como escrever ‘casa’ e ‘exemplo’ com ‘z’, ‘caça’ com ‘ss’, ‘jeito’ com ‘g’ etc.; b) erros ligados à pronúncia variável (‘mininu’ (= menino), ‘curuja’ (= coruja), ‘anzou’ (= anzol), sem contar a famosa troca entre ‘mal’ e ‘mau’); c) juntar palavras separadas (‘serhumano’, com ou sem ‘h’) e separar palavras (‘ante posto’); d) acrescentar (‘apito’ = apto) ou tirar (‘habto’ = hábito) letras; e) eliminar ditongos (‘vassora’, ‘otro’, ‘pexe’) ou criá-los (‘professoura’, ‘bandeija’) etc. Ou seja: uniformizar a grafia com base em análise fonológica não resolve o problema que se pretende resolver, porque se parte de duas hipóteses sem nenhum fundamento: a) que todos os falantes adotam a mesma pronúncia; b) que o único problema é a relação letra/fonema. Ora, como os poucos exemplos mostram, os problemas são mais numerosos e nenhuma reforma pode resolvê- los. Se projetos de reforma como o que tramita em Comissão do Senado forem levados adiante, pouquíssimos problemas de escrita que se encontram na escola e nas ruas serão solucionados. Simplesmente porque suas principais causas – a diversidade de pronúncias e as hipóteses dos escreventes – não podem ser controladas por lei. Se a solução é óbvia, os caminhos para chegar a ela são conhecidos dos especialistas. Mas, infelizmente, são completamente desconhecidos não só pela “sociedade”, mas mesmo por representantes das letras de alto gabarito. (Adaptado de: POSSENTI, S. O verdadeiro problema ortográfico. Ciência Hoje Virtual. 25 jul. 2014. Coluna Palavreado. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2015.) Diante da nova proposta de reforma ortográfica, o autor do texto posiciona-se A) A favor, pois a solução para o problema é óbvia e diminuiria a heterogeneidade ortográfica, bem como suas contradições. B) A favor, pois os problemas de base fonológica são muito numerosos e afetam, até mesmo, as pessoas de alto gabarito. C) Contra, pois a diversidade de pronúncias e grafias é uma realidade cultural nacional, devendo ser controlada por leis. D) Contra, pois reconhece que os desvios linguísticos vão além das relações entre letra e fonema, não podendo ser controlados por decretos de lei. E) Indiferentemente, pois os legisladores desconhecem os problemas da língua e não fazem consultas aos especialistas. Questão 42 Leia os textos e responda à questão. Texto 1 Capítulo III O zunzum chegava ao seu apogeu. A fábrica de massas italianas, ali mesmo da vizinhança, começou a trabalhar, engrossando o barulho com o seu arfar monótono de máquina a vapor. As corridas até à venda reproduziam-se, transformando-se num verminar constante de formigueiro assanhado. Agora, no lugar das bicas apinhavam-se latas de todos os feitios, sobressaindo as de querosene com um braço de madeira em cima; sentia-se o trapejar da água caindo na folha. Algumas lavadeiras enchiam já as suas tinas; outras estendiam nos coradouros a roupa que ficara de molho. Principiava o trabalho. Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas brasileiras. Um carroção de lixo entrou com grande SIMULADO 3 14 Ciências o Curso Completo barulho de rodas na pedra, seguido de uma algazarra medonha algaraviada pelo carroceiro contra o burro. Aluísio Azevedo, O cortiço, 1890. Texto 2 Sobre os textos, considere as afirmações e assinale a alternativa correta. I. O texto literário e a fotografia jornalística, que retrata a mendicância na cidade de São Paulo, pretendem fazer uma descrição objetiva da realidade cotidiana. II. O texto literário e a fotografia jornalística, que tem em primeiro plano o corpo de um mendigo dormindo na rua, tratam de uma parcela do ser humano de forma zoomorfizada. III. O texto literário e a fotografia jornalística, que concede destaque a um homem desprovido de moradia, retratam o choque social de modo descomprometido. A) Somente I e II estão corretas. B) Somente I e III estão corretas. C) Somente II e III estão corretas. D) I, II e III estão corretas. E) Somente II está correta. Questão 43 Leia o texto e responda à questão. Tiro pela culatra O que a publicidade visa é, sobretudo, vender produtos. Para cumprir seus propósitos, faz uso de estratégias e até de artimanhas, algumas explícitas, outras bastante sutis. Quanto mais sutis, mais poder de penetração elas alcançam até o cerne emocionaldo telespectador. [...] Além da pragmática do consumo, há outro aspecto da publicidade que, apesar de sua relevância, não costuma ser lembrado. A publicidade funciona como um termômetro que marca a temperatura dos valores culturais. Sem a sugestão, o apelo e o empréstimo de valores que estão impregnados na cultura de um povo, o discurso publicitário seria como carne sem tempero. [...] O que imediatamente provocou espanto nos pesquisadores alemães foram as publicidades de cerveja com gigantescas mulheres seminuas, em poses cheias de malícia. [...] Na Alemanha, em sintonia com o gosto minimalista de seu design, as publicidades colocam ênfase na origem natural de seus ingredientes ou no prazer socializador da bebida, o de beber junto com os amigos. [...] Moral da história: nossa aliança entre cerveja, mulheres e sexualidade (ou sensualidade, para fazer uso de um eufemismo) já é velha e não espanta mais nenhum brasileiro. A sensualidade, a beleza e a juventude são valores para a cultura deste país. SANTAELLA, Lúcia. In: Folha de S.Paulo, 7 mar. 2010. Segundo a autora, A) A publicidade, na Alemanha, atende a um gosto conservador dos designers de produtos, por isso o apelo para o consumo gira em torno dos ingredientes e do poder socializador da cerveja. B) O Brasil é um país sem valores culturais e, por isso, apela para o erotismo e a sensualidade. C) Os pesquisadores alemães sentiram-se desvalorizados culturalmente ao verem a propaganda brasileira. D) Sensualidade e sexualidade têm o mesmo efeito de sentido. E) Uma das estratégias publicitárias é o apelo ao erotismo. Questão 44 A ciência do palavrão Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem. Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá. E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na forma de palavras. Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável. Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então, pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum. Disponível em: www.super.abril.com.br/revista/>. Acesso em: out. 2018. Adaptado De acordo com o texto, SIMULADO 3 15 Ciências o Curso Completo A) O palavrão é uma expressão legítima do sentimento, estando associado à parte mais instintiva do cérebro. B) O sistema límbico difere da linguagem comum, pois sua força de expressão está associada à parte sofisticada do cérebro. C) A parte animal do cérebro traduz certas emoções com a mesma intensidade que o faz a linguagem comum. D) A linguagem comum, muitas vezes, passa por descontrole, já que é produzida pelo sistema límbico. E) O palavrão é proferido pelo fato de haver no cérebro humano regiões suscetíveis a lesões. Questão 45 A questão toma por base uma reportagem de Antônio Gois publicada em 3 fev. 2012, pelo jornal Folha de S.Paulo. Laptop de aluno de escola pública tem problemas Estudo feito pela UFRJ para o governo federal mostra que o programa UCA (Um Computador por Aluno), implementado em 2010, em seis municípios, esbarrou em problemas de coordenação, capacitação de professores e adequação de infraestrutura. O programa piloto do MEC forneceu 150 mil laptops de baixo custo a professores e alunos de cerca de 300 escolas públicas. Às cidades foram prometidas infraestrutura para acesso à internet e capacitação de gestores e professores. Uma das conclusões do estudo foi que a infraestrutura de rede foi inadequada. Em cinco cidades, os avaliadores identificaram que os sinais de internet eram fracos e instáveis tanto nas escolas quanto nas casas e locais públicos. A pesquisa mostra que os professores se mostravam entusiasmados no início, mas, um ano depois, 70% relataram não ter contado com apoio para resolver problemas técnicos e 42% disseram usar raramente ou nunca os laptops em tarefas pedagógicas. Em algumas cidades, os equipamentos que davam defeito ficaram guardados por falta de técnicos que soubessem consertá-los. Além disso, um quinto dos docentes ainda não havia recebido capacitação, e as escolas não tinham incorporado o programa em seus projetos pedagógicos. Um dos pontos positivos foi que os alunos passaram a ter mais domínio de informática. O programa foi mais eficiente quando as escolas que permitiram levar o laptop para casa. Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE), Santa Cecília do Pavão (PR), São João da Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG). Os autores do estudo não deram entrevista. Releia a frase. Os autores do estudo não deram entrevista. Considerando que é praxe, no jornalismo, entrevistar o autor ou os autores de livros ou artigos comentados, o jornalista, ao fechar a notícia com a frase mencionada, busca deixar claro que A) Os autores foram muito antipáticos ao não concederem entrevista. B) A análise feita não tem credibilidade, já que os autores não falam a respeito. C) A notícia apresentada resulta exclusivamente da leitura do estudo pelo jornalista. D) Não havia necessidade de os autores se manifestarem a respeito de seu trabalho. E) Os autores da pesquisa não foram realmente convidados a dar entrevista. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 Questão 46 Serviços de atendimento ao consumidor, call centers e serviços de transcrição médica foram só o começo. A possibilidade de terceirizar serviços graças às TICs (tecnologias de informação e comunicação) aumentou a cada dia a capacidade de administrar os equipamentos físicos e as redes de computadores de empresas e de manter e desenvolver programas de negócios; [...] o que começou como arbitragem de salários ou simples corte de custos mandando para o exterior alguns empregos menores se tornou um enorme sistema projetado para transformar uma empresa em uma eficiente operação global. Nayan Chanda. Sem Fronteira. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 409. Sobre as novas condições geográficas da economia global propiciadas pelas TICs, é correto afirmar: A) A terceirização baseada nas TICs se restringe às áreas mais deprimidas economicamente dos países desenvolvidos, pois, nos países pobres, não há estrutura para isso. B) O fenômeno do deslocamento desses serviços remotos, com base nas TICs, está restrito aos países do hemisfério norte, pois são incomuns em países como o Brasil. C) O deslocamento geográfico dos serviços remotos busca, antes de salários menores, produzir o desenvolvimento em regiões mais pobres, o que é um efeito desse sistema global. D) Call centers podem se localizar em áreas distantes dos usuários, por vezes noutrohemisfério, o que mostra como as TICs participam de uma nova geografia do mundo. E) As TICs são acessíveis apenas às grandes corporações transnacionais e suas potencialidades são empregadas somente no processo econômico, o que mostra como certos avanços são seletivos. Questão 47 A transposição das águas do Rio São Francisco é um projeto do Estado brasileiro. Esse tipo de intervenção estatal lembra os impérios teocráticos de Regadio, berço das primeiras civilizações. Sobre a presença do Estado na organização das primeiras civilizações, é correto afirmar: A) O chamado Crescente Fértil, localizado no oeste europeu, não se caracterizou por um Estado atuante na construção de obras de irrigação. B) O Estado mesopotâmico, face à ausência de rios, atuou no incentivo ao comércio de especiarias e na escravização dos povos dominados. C) O poder do Estado egípcio está relacionado às grandes construções estatais, a exemplo das obras hidráulicas no Rio Nilo. D) A ausência de um Estado centralizado, na região do Rio Tigre e Eufrates, é, ainda hoje, apontada como a causa da miséria naquela região. E) O Estado babilônico teve seu apogeu no período de construção de diques, dessalinização e utilização das águas do Mar Vermelho. SIMULADO 3 16 Ciências o Curso Completo Questão 48 Unicentro-PR No Brasil, as primeiras análises sociológicas, nas primeiras décadas do século XX, buscavam equacionar duas problemáticas centrais: a formação do Estado Nacional brasileiro e a questão da identidade nacional. Sobre essas análises sociológicas no Brasil e seus representantes, é correto afirmar: A) Plínio Salgado, na sua obra Nosso Brasil, retoma a tese de uma unidade nacional baseada em diferenças regionais, culturais e éticas. B) Euclides da Cunha, em Os sertões, afirmou que o brasileiro tem como fundamento social a cordialidade. C) Caio Prado Júnior, em Formação do Brasil contemporâneo, construiu um perfil psicológico do brasileiro baseado na força dos sertanejos. D) Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra Raízes do Brasil, de 1936, analisou a formação do Estado brasileiro. E) Gilberto Freyre, em Casa-grande senzala, enfatizou a miscigenação, novidade cultural da colonização portuguesa. Questão 49 Não plantam nem lavram; entre os quais tudo nasce, sem que a terra tenha recebido semente nem cultura: o trigo, a cevada e as vinhas que produzem o vinho dos pesados cachos, que para eles a chuva de Zeus intumesce. Não têm assembleias que julguem ou deliberem, nem leis. Não possuem navios aptos para todas as viagens marítimas, de cidade em cidade, como as naus que transportam por mar os homens que entre si trafegam. HOMERO. Odisseia, 2003. Adaptado. A Odisseia é um poema épico, que deve ter sido composto no final do século VIII a.C., e cuja autoria é atribuída ao poeta grego Homero. O excerto que narra a chegada de Ulisses, herói da Odisseia, à terra dos gigantes ciclopes, faz uma descrição da sociedade da antiga Grécia, referindo-se A) àS rivalidades entre as cidades gregas e à fraqueza política e militar do conjunto da pólis. B) à Oposição dos gregos às crenças religiosas dos povos estrangeiros e ao início da filosofia grega. C) àS atividades econômicas da agricultura e do comércio e à organização política da pólis grega. D) à Fertilidade do solo da península grega e à vida ociosa dos políticos e dos filósofos gregos. E) à Expansão da escravidão na Grécia e à conquista de territórios bárbaros ricos em mão de obra. Questão 50 Leia o texto a seguir. A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos compreender a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos. Disponível em: https://www.mundoeducacao.com.br/sociologia>. A Sociologia tem grande interesse pelo assunto discutido no texto, pois, na vida social, os indivíduos compartilham a mesma cultura, e isso os caracteriza como membros do grupo social. Sobre esse tema, assinale a alternativa incorreta. A) As discussões sobre desigualdade de gênero e diversidade sexual são importantes para se compreender a identidade cultural de um grupo social. B) A cultura tem um papel importante na compreensão das personalidades, nos padrões de conduta e nas características próprias de cada indivíduo ou grupo. C) A cultura como mercadoria é um elemento importante para a formação da identidade cultural de um indivíduo ou grupo, pois diferencia os que possuem e os que não possuem cultura por meio do acúmulo intelectual. D) A identidade cultural contribui para que o indivíduo possa se adaptar à organização de seu grupo social, e isso permite um equilíbrio entre o mundo sociocultural e os indivíduos que vivem nele. E) A capacidade de um indivíduo se identificar com sua cultura não pode ser compreendida como um fenômeno composto por valores morais fixos, pois estes devem ser associados às transformações históricas do grupo. Questão 51 Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante… CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: https://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012. Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na A) Composição de vegetação xerófila. B) Formação de florestas latifoliadas. C) Transição para mata de grande porte. D) Adaptação à elevada salinidade. E) Homogeneização da cobertura perenifólia. Questão 52 A tranquilidade dos súditos só se encontra na obediência. [...] Sempre é menos ruim para o público suportar do que controlar incluso o mau governo dos reis, do qual Deus é único juiz. Aquilo que os reis parecem fazer contra a lei comum funda-se, geralmente, na razão de Estado, que é a primeira das leis, por consentimento de todo mundo, mas que é, no entanto, a mais desconhecida e a mais obscura para todos aqueles que não governam. LUÍS XIV, Rei da França. Memorias. (Versão espanhola de Aurelio Garzón del Camino). México: Fondo de Cultura Económica, 1989. p. 28-37 (Adaptado). SIMULADO 3 17 Ciências o Curso Completo As palavras do rei Luís XIV exemplificam um complexo e longo processo sociopolítico, identificado com o que comumente chamamos de Idade Moderna e que podia ser caracterizado A) Por um crescente deslocamento do poder político da burguesia, que passou a ver a ascensão da nobreza feudal, cada vez mais próxima do poder e ocupando importantes cargos políticos. B) Pela centralização administrativa sobre os particularismos locais e pela crescente unificação territorial, ainda que os senhores de terra não perdessem inteiramente seus privilégios. C) Pelo fortalecimento do poder político da Igreja Católica, resultado de um processo de crescente mercantilização de suas terras e de sua consequente adequação ao mercado. D) Pelo processo de cercamento dos campos, com o consequente fortalecimento da nobreza feudal, a qual, com os altos impostos que pagava, contribuiu decisivamente para o fortalecimento do poder real. Questão 53 Leia a charge. A partir da charge de Mafaldailustrada acima e de seus conhecimentos sobre o mundo contemporâneo, é possível e plausível a correlação: A) Com a desigualdade social, realidade socioeconômica exclusiva dos países pobres localizados no hemisfério sul. B) Com a poluição atmosférica que, apesar da drástica e eficiente redução promovida pelo Protocolo de Kyoto, ainda mantém níveis alarmantes. C) Com o acesso restrito a uma educação de qualidade, apesar da presença de políticas educacionais eficientes em todos os países do globo. D) Com os conflitos inerentes às relações entre os países do globo e suas mais diversas consequências, decorrentes da geopolítica contemporânea. E) Com a violência restrita ao espaço geográfico urbano contemporâneo, pois os ambientes agrários da atualidade desconhecem as práticas de agressão entre as pessoas. Questão 54 Thomas Hobbes, em sua obra Leviatã, discute a origem da autoridade do soberano, negando sua origem divina, contrapondo a ideia de que o soberano nasce da vontade dos homens. Essa forma de governo que marcou a Idade Moderna foi A) Resultado do apoio da aristocracia que, defrontando-se com problemas de obtenção de rendas, encontrou na monarquia centralizada uma nova forma para manutenção de seus privilégios. B) Apoiada pelos camponeses e servos que, aspirando libertar-se dos grandes proprietários de terras, passaram a apoiar a política real de unificação e centralização administrativa e judicial. C) Incentivada pelos setores populares urbanos (artesãos e pequenos comerciantes), interessados em neutralizar o poder dos grandes comerciantes e banqueiros nas importantes cidades europeias. D) A solução para os problemas que a burguesia mercantil enfrentava, pois esta necessitava do poder real forte para efetivar uma política econômica que garantisse as suas possibilidades de expansão. E) Resultado de uma aliança entre o clero e a nobreza rural para apoiar a centralização do poder nas mãos do monarca e assim evitar a ascensão política da burguesia mercantil europeia. Questão 55 A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra integra o conjunto das “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Contemporânea. Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média. (A REVOLUÇÃO... 2016). A independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa são consideradas revoluções burguesas por A) Suprimir a sociedade estamental e estabelecer a ampla participação popular e democrática. B) Acabar com as diferenças sociais e implantar os princípios da liberdade política e da igualdade social. C) Consolidar a diplomacia como mecanismo de solução dos conflitos políticos, extinguindo os conflitos bélicos. D) Superar as restrições à liberdade de comércio e de produção, consolidando os princípios do liberalismo econômico. E) Estabelecer o fim dos privilégios de classe e apoiar militarmente os movimentos de independência das colônias ibero-americanas. SIMULADO 3 18 Ciências o Curso Completo Questão 56 Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este tom meio pedante) estão virtual e tacitamente obrigados a obedecer às leis formuladas por eles mesmos para a conveniência comum. Há, porém, leis que eles não impuseram, que acharam feitas, que precederam as sociedades, e que se hão de cumprir não por uma determinação de jurisprudência humana, mas por uma necessidade divina e eterna. Entre essas, e antes de todas, figura a da luta pela vida (...) (ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 432) A imposição, pelas metrópoles, de leis severas às populações de suas colônias, contribuiu para acirrar movimentos pela independência nas Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos o impacto A) Da aprovação da Reforma Bourbônica nas colônias hispânicas, instituindo leis que reforçavam o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da Companhia de Jesus, causando, assim, revoltas populares cujo alvo era a figura do Rei da Espanha. B) Da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colônias (atuais Estados Unidos), coroando uma sequência de leis consideradas intoleráveis pelos colonos por restringirem a liberdade de comércio e aumentarem a taxação de impostos. C) Da instituição de uma monarquia independente na Nova Espanha (atual México) por sua própria metrópole, a fim de manter elos coloniais sob nova roupagem e sem a interferência da Igreja, causando violenta reação popular. D) De medidas segregacionistas de cunho racista em Saint Domingue (atual Haiti) pela França, cujo governo censurou os ideais da Revolução Francesa nessa sua colônia caribenha. E) Da aplicação da Devassa no Brasil colonial, cobran- ça coletiva aplicada reiteradamente para completar a quota de ouro devida à Coroa portuguesa que despertou, na população colonial, fortes sentimentos antilusitanos. Questão 57 Quando se conquistam Estados habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, há três modos de manter a sua posse: primeiro, arruiná-los; segundo, ir habitá-los; terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos, que se conserve amigos. [...] Quem se torna senhor de uma cidade tradicionalmente livre e não a destrói será destruído por ela. Tais cidades têm sempre por bandeira, nas rebeliões, a liberdade e suas antigas leis, que não esquecem nunca, nem com o correr do tempo, nem por influência dos benefícios recebidos. Por muito que se faça, quaisquer que sejam as precauções tomadas, se não se promovem o dissídio e a desagregação dos habitantes, não deixam eles de se lembrar daqueles princípios e, em toda oportunidade, em qualquer situação, a eles recorrem [...]. Assim, para conservar uma república conquistada, o caminho mais seguro é destruí-la ou habitá- la pessoalmente. (MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21-22.) Com base nessa passagem, extraída da obra O Príncipe, de Maquiavel, assinale a alternativa correta. A) O poder emanado do príncipe deve ter a capacidade de não apenas levar a cabo os planos de expansão de seu próprio governo, mas sobretudo criar condições para que esse poder mantenha-se de forma plena e garanta a legitimidade da própria dominação. B) A passagem refere-se em especial às repúblicas que ainda não passaram por um processo de amadurecimento de suas instituições democráticas. Repúblicas que dependem de orientação externa e de outras nações na formação da sua própria identidade política, a fim de suplantar o ódio típico dessas repúblicas. C) Para Maquiavel, “habitar” a república conquistada é uma possibilidade mais condizente com a posição do Príncipe. Considerando que o autor tinha laços com o pensamento humanista, “destruir” uma república conquistada implicaria lançar mão da força militar, com a qual Maquiavel não concordava. D) No mundo moderno e contemporâneo, o Príncipe, garantidor da ordem e da segurança pública, pode e deve intervir com o argumento de preservar as instituições democráticas e republicanas, mesmo que para isso seja necessário o uso da força. E) O Príncipe pode, por meio de pleito eleitoral, plebiscito ou consulta popular, agir em nome do povo e garantir a soberania de seu Estado. Pode invadir as nações que coloquem em risco a sua própria liberdade. Pode combater o ódio das outras repúblicas, e que essa nação seja destruída
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