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-Apostila- E2 M8 - ABORDAGEM SINDROMICA_231009_203346

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Etapa 2
Abordagem sindrômica
Módulo 8
Aula 38
Aula 36
SUMÁRIO
...... 03
...... 06
...... 08
Aula 37
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/joãopauloqueiroz/voceradiologista t.me/voceradiologista
Aula 39 ...... 10
Aula 40 ...... 12
Aula 41 ...... 14
Aula 42 ...... 16 O que procurar no
 trauma fechado
O que procurar na 
hipertensão pulmonar
O que procurar em um 
paciente com hemoptise
O que procurar em um 
paciente dispneico
O que procurar em um
paciente com dor torácica
O que procurar em um
paciente com tosse
O que procurar na 
crise asmática
Prazer, RXEtapa 2
Aula 36
Módulo 8
Abordagem sindrômica
O que procurar em um
paciente com tosse
O que procurar em um paciente com tosse
Aula 36
Esse módulo do Curso de Radiografia Você Radiologista é de abordagem sindrômica. Nele, vamos focar 
menos na imagem em si, e mais em alguns conceitos que devemos guardar para a hora de investigar um
paciente com determinada clínica. Nessa aula, vamos ver como lidar com um paciente com tosse crônica.
Se o paciente está com tosse, a primeira coisa a se fazer é afastar as causas principais: perguntamos se é
tabagista, se faz uso de IECAs e pesquisamos histórico de outras patologias. A partir disso, se o paciente não
corresponder a esses critérios, fazemos a radiografia. Se o raio-X vier normal, há algumas possibilidades
para se considerar, sendo a principal delas o gotejamento pós-nasal, seguida de asma, bronquite eosinofílica
não-asmática e refluxo gastroesofágico. Dá-se a suspeita dessas doenças porque elas podem ser 
oligossintomáticas, e representam a maioria dos casos de tosse.
A tosse crônica é aquela que persiste por mais de 8 semanas. Iremos falar da tosse crônica pois, muitas
vezes, é ela que leva o paciente até o médico, e, além disso, há diversas e variadas causas para tosse
aguda, o que não caberia neste curso. As causas mais comuns de tosse no adulto incluem: tabagismo; 
uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como o captopril; síndrome do
gotejamento pós-nasal, por uma sinusite, por exemplo; asma; refluxo gastroesofágico, podendo a tosse 
ser seu único sintoma; e bronquite eosinofílica não-asmática, que também pode apresentar somente a
tosse como sintoma. As outras causas de tosse nós podemos dividir em pulmonares, extrapulmonares e, 
claro, a tosse idiopática, quando se afastam as outras causas. Entre as causas pulmores, podemos citar 
algumas infecções, como a tuberculose e a pneumonia; bronquite crônica, como na DPOC; tosse pós-viral;
edema pulmonar por insuficiência ventricular esquerda; carcinoma brônquico; bronquiectasia, que pode 
ter história arrastada; doença pulmonar intersticial e sarcoidose. Já entre as causas extrapulmonares, é
válida a citação da compressão traqueal por bócio tireoidiano e dos abscessos subfrênicos. 
Contudo, se o raio-X estiver alterado, a partir do aspecto radiológico das alterações, faremos nossas suspeitas.
Se houver uma consolidação na radiografia, a principal suspeita é a pneumonia comunitária, e se o paciente
for jovem, podemos pensar também em tuberculose, ou outras infecções crônicas, principalmente se as
alterações estiverem com um aspecto reticulonodular. Se a radiografia apresentar uma atelectasia lobar, em 
adultos devemos suspeitar de tumores, além da aspiração de corpo estranho na via aérea, e casos severos de
asma. Já se forem vistas imagens anelares ou tubulares, a principal uspeita são bronquiectasias, como na
fibrose cística e na asma. Caso o raio-X apresente uma massa, devemos cogitar neoplasias. Esses tipos de 
lesão apresentadas são muito específicas para essas alterações, o que nos dá muita segurança em nossa suspeita. 
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Módulo 8 Abordagem 
sindrômica
ANOTAÇÕES
Aula 36
Por outro lado, na apresentação de cardiomegalia, opacidades intersticiais ou alveolares juntas, a primeira
suspeita é de edema pulmonar. Se a única alteração radiológica for um desvio traqueal isolado, devemos 
pensar no bócio tireoidiano, que pode descer pelo introito torácico e desviar a traqueia. Por fim, se houver
uma hérnia de hiato na radiografia, nos faz pensar em refluxo gastroesofágico. Esses achados não são tão 
específicos para essas doenças, então é válida uma investigação mais aprofundada.
O próximo passo é tranquilizar o paciente. Se for um paciente idoso, ou de meia idade, independente se é
tabagista ou não, mas que apresentou um raio-X normal, podemos tranquilizá-lo em relação à ausência de
evidencia de neoplasia. 
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sindrômica
Prazer, RXEtapa 2
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Módulo 8
Abordagem sindrômica
O que procurar em um
paciente com dor torácica
O que procurar em um paciente com dor torácica
Aula 37
Dando continuidade ao módulo de abordagem sindrômica do Curso de Radiografia Você Radiologista,
vamos falar do que procurar em um paciente com dor torácica.
Enquanto isso, há também as causas cardíacas e aórticas. Entre as causas muito comuns, temos a angina
pectoris e o infarto agudo do miocárdio. Já nas causas incomuns, podemos citar a dissecção aórtica, a
pericardite, a miocardite, a arritmia e o prolapso da valva mitral. Além dessas, há uma causa muito 
negligenciada clinicamente, que é o uso de cocaína, que pode induzir a um espasmo das artérias
coronarianas.
O papel do raio-X na dor torácica na maioria das vezes serve para excluir suspeitas da causa da dor. A
radiografia vai explicar o motivo da dor torácica em casos de pneumotórax, pneumonia, fratura de costela
e pneumoperitônio (por úlcera péptica perfurada, por exemplo). Ademais, há também casos em que o 
raio-X sugere a causa da dor, mas não a confirma completamente: edema pulmonar discreto no raio-X, 
sugere uma isquemia miocárdica ou insuficiência cardíaca; hérnia de hiato sugere refluxo gastroesofágico;
a presença de franca alteração degenerativa na coluna sugere dor musculoesquelética; um
pneumomediastino sugere asma aguda ou ruptura esofageana, ou até o uso de maconha ou cocaína; por
fim, alargamento mediastinal sugere dissecção aórtica.
A dor torácica tem três principais causas: cardíacas, não-cardíacas e aórticas. Podemos citar diversas
doenças nas causas não-cardíacas, e, entre elas, temos algumas que são muito comuns, como as
musculoesqueléticas e as gastrointestinais. Nas causas musculoesqueléticas podemos falar de costocondrite
(síndrome de Tietze, uma das principais causas de dor torácica, principalmente dor à palpação no local da
inflamação), lesão degenerativa do ombro ou da coluna, fratura de costela (por tosse, ou esforço),
laceração de músculo intercostal (também por tosse ou esforço excessivo) e o trauma propriamente dito. Já
nas causas não-cardíacas gastrointestinais podemos citar o refluxo gastroesofágico, a laceração esofágica 
e o espasmo esofágico, que pode ocorrer juntamente com disfagia. Ainda nas causas não-cardíacas, 
podemos falar de causas comuns que, entre elas, estão as pulmonares, como bronquite aguda, pneumonia,
derrame pleural, pneumotórax e asma. Já uma causa comum em jovens é a dor benigna da parede 
torácica por causa desconhecida. Além disso, existem causas não-cardíacas incomuns e muito incomuns.
Causas incomuns incluem infecção viral de músculos intercostais, como na pleurodínia, embolia pulmonar 
periférica e pneumomediastino. Já causas muito incomuns de dor torácica incluem: doença da vesícula 
biliar; doença ulcerosa péptica; pancreatite; herpes-zoster; ansiedade, transtorno do pânico e outros 
distúrbios psicológicos, que entram como diagnóstico de exclusão. Muitas dessas doenças causam dor, mas
 nem sempre no tórax.
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sindrômica
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O que procurarem um 
paciente dispneico
O que procurar em um paciente dispneico
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Dando continuidade ao módulo de abordagem sindrômica do Curso de Radiografia Você Radiologista, 
nessa aula falaremos das características que devemos procurar em um paciente dispneico.
Desse modo, uma radiografia normal é capaz de excluir como causa da dispneia o pneumotórax, as 
pneumonias, o derrame pleural e insuficiência cardíaca aguda, exceto, é claro, por infarto agudo do 
miocárdio. Por outro lado, o raio-X normal não é capaz de afastar outras causas, como: tromboembolismo
pulmonar, asma, bronquite aguda, infecção aguda sobreposta a DPOC, bronquiectasia, fase precoce da
pneumocistose e das doenças intersiticiais e as fases iniciais da fibrose pulmonar.
Ademais, é importante distinguirmos o conceito de dispneia aguda e dispneia crônica. A dispneia aguda é
aquela que teve início em menos de 48 horas, enquanto a dispneia crônica é aquela que se arrasta há
mais de um mês. Quando o paciente apresenta dispneia aguda, há três perguntas imprescindíveis que 
devem ser feitas: há pneumotórax? Há pneumonia? Há atelectasia? Olhe com cuidado, os pneumotórax 
podem ser discretos, a pneumonia pode se esconder na sombra cardíaca, e as atelectasias de lobo inferior
esquerdo dão o sinal do esquadro na sombra cardíaca. Já se o paciente apresentar dispneia crônica, 
existem outras perguntas que devem ser feitas: há bronquiectasias? Há sinais de fibrose pulmonar? 
Há sinais de congestão?
Em algumas situações a radiografia pode explicar a causa da dispneia, em outras pode apenas sugerir. 
Entre as causas explicadas pelo raio-X estão: pneumotórax, pneumonia, neoplasia com atelectasia, 
derrame pleural e edema pulmonar franco. Porém, algumas outras alterações podem sugerir um 
diagnóstico, como: se houver cardiomegalia e redistribuição da trama vascular, podemos pensar em
insuficiência cardíaca congestiva; se a alteração é uma retificação das cúpulas, pode-se pensar em asma ou
DPOC; caso a imagem apresente alterações reticulonodulares mal definidas, podemos pensar em algumas
causas de fibrose ou em tuberculose; caso a alteração seja um hilo aumentado, a suspeita é de hipertensão 
pulmonar; se virmos na radiografia uma hérnia de hiato fixa, a causa pode ser microaspirações recorrentes;
e, por fim, caso haja elevação de cúpula diafragmática, podemos suspeitar de uma paralisia do nervo
frênico ou até uma massa subdiafragmática.
Ao falarmos de dispneia há 4 regras de ouro que devemos ter em mente: (1) a valorização dos achados do
raio-X depende da história e do exame físico; (2) faça perguntas específicas ao raio-X, relacionadas com as
suspeitas baseadas na história e no exame; (3) você só reconhecerá o que procurar e só procurará o que 
conhecer; (4) seja sistemático para não deixar nada passar, ou seja, faça o ABCDE. Existem inúmeras causas
 de dispneia, e se não tivermos um olhar direcionado, será difícil chegarmos a um diagnóstico.
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O que procurar na 
crise asmática
O que procurar na crise asmática
Aula 39
Essa aula do módulo 8 da segunda etapa do Curso de Radiografia Você Radiologista tem como tema o 
que procurar na radiografia de um paciente com crise asmática.
Assim, devemos saber quando pedir a radiografia na crise asmática: (1) quando há dúvida se é asma, para
afastar a aspiração de corpos estranhos, por exemplo; (2) quando há dor pleurítica, para afastar 
complicações da asma como pneumotórax ou pneumomediastino; (3) quando há febre associada, o que
pode indicar uma pneumonia, que pode iniciar ou piorar os sintomas da asma; ou (4) quando há piora
clínica inesperada, pois, por exemplo, um tampão mucoso pode atelectasiar um lobo pulmonar no paciente
asmático. Dessa maneira, se pede raio-X na crise asmática quando o paciente Piorou (4), Esquentou (3), 
Inspirou (2), ou quando você Duvidou (1) = PEDI o raio-X.
Um diagnóstico diferencial de asma é a aspergilose broncopulmonar alérgica. É uma causa rara de
dispneia, com sinais e sintomas muito semelhantes à asma e, inclusive, pode estar associada a ela. Ocorre
por inalação de esporos do fungo Aspergillus fumigatus. Essa doença não responde bem aos 
broncodilatadores, diferentemente da asma, e o paciente pode relatar “moldes de muco” expelidos na 
tosse. É associada, ainda a uma reação cutânea imediata ao Aspergillus, no teste de reação alérgica, e 
apresenta eosinofilia sanguínea. Na radiografia podemos visualizar opacidades em “dedos de luva”, que 
são opacidades alongadas, por conta dos brônquios dilatados e preenchidos de muco, predominando nos
lobos superiores. Ademais, podem-se verificar também opacidades consolidativas migratórias.
A crise asmática também é chamada de asma aguda, que é o distúrbio marcado pela constrição súbita dos
brônquios já hiperreativos, gerando dispneia, sensação de opressão torácica e sibilos. O paciente asmático
normalmente responde bem ao uso de broncodilatadores, os β2-agonistas. Em 95% dos casos de crise
asmática, o raio-X é normal. Desse modo, geralmente não é necessário pedir radiografia, desde que o 
diagnóstico clínico seja inequívoco. Se há dúvidas, vale a pena pedir o raio-X. Por exemplo, crianças
pequenas frequentemente aspiram corpos estranhos, o que também pode causar sibilos.
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sindrômica
Radiografia de tórax de um paciente com aspergilose broncopulmonar asmática.
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O que procurar em um 
paciente com hemoptise
O que procurar em um paciente com hemoptise
Aula 40
Continuando o módulo de abordagem sindrômica do Curso de Radiografia Você Radiogista, falaremos do
que procurar nos pacientes com hemoptise.
Hemoptise é uma tosse com sangue ou escarro sanguinolento, oriundo das vias aéreas inferiores. Na maioria
das vezes, o que ocorre é uma hemoptise leve, em que há somente uma pequena quantidade de sangue no
escarro, mas, em algumas situações pode ocorrer uma hemoptise maciça, em que há a eliminação de mais 
de 200 mL de sangue em 24 horas, capaz de encher uma xícara. A hemoptise leve vem do sangramento de
vasos de baixa pressão, ou seja, de artérias pulmonares, enquanto a hemoptise maciça provém da 
hemorragia de vasos de alta pressão, que são as artérias brônquicas. Isso ocorre porque as artérias
pulmonares são derivadas do ventrículo direito, que tem baixa pressão, já as brônquicas são ramos da aorta,
que tem pressão alta. Mais comum ainda do que a hemoptise leve é a pseudo-hemoptise, que é o sangue no
escarro que não provém das vias aéreas superiores, podendo ser de uma gengivite ou de uma epistaxe.
Se o paciente apresenta hemoptise leve e raio-X normal, a maioria dos casos são doenças benignas. As 
principais causas de hemoptise leve são: bronquite aguda, pneumonia, bronquiectasias, embolia pulmonar e
carcinoma brônquico.
Contudo, se o raio-X está alterado, existem outras situações em que devemos pensar. Entre elas, podemos 
citar a tuberculose, pneumonia, edema pulmonar, carcinoma brônquico, metástases pulmonares, 
bronquiectasias e contusão/trauma pulmonar.
Dia-a-dia
Já se o caso do paciente for uma hemoptise maciça, podemos listar algumas causas que são mais comuns, e
outras que são incomuns. Entre as causas comuns temos a tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, 
abscesso pulmonar, aspergiloma e trauma/contusão pulmonar. Enquanto isso, as causas incomuns são a 
aspergilose invasiva, estenose mitral, malformação arteriovenosa pulmonar, fístula brônquio-arterial, diátese
hemorrágica e aspiração de corpo estranho.
A radiografia de tórax deve sempre fazer parte dainvestigação da hemoptise. A hemoptise maciça é uma
emergência médica, e deve ser investigada com o paciente internado. A hemoptise leve, por sua vez, pode ser
investigada ambulatorialmente. Se o paciente apresenta hemoptise leve como único sintoma e com raio-X
normal, a principal possibilidade é uma causa benigna, sendo as principais suspeitas bronquite aguda e
pseudo-hemoptise. As outras causas de hemoptise tendem a alterar o raio-X. Contudo, se o paciente ainda 
persistir com a hemoptise, pedimos uma tomografia e/ou broncoscopia. 
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O que procurar na 
hipertensão pulmonar
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O que procurar na hipertensão pulmonar
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Essa aula do Curso de Radiografia Você Radiologista vai abordar a hipertensão pulmonar, no contexto da
abordagem de um paciente com essa condição e o que devemos esperar de seu raio-X.
90% dos pacientes com hipertensão arterial pulmonar já apresentam alguma alteração radiológica ao
diagnóstico. Entre esses achados possíveis, temos: ápice cardíaco elevado, devido à hipertrofia ventricular
direito (coração “em bota”); aumento do átrio direito; alargamento do tronco pulmonar; aumento das
artérias pulmonares; desproporção do calibre entre as artérias pulmonares centrais, calibrosas, e as
periféricas, subitamente afiladas, com essa transição abrupta.
A hipertensão pulmonar é quando a pressão arterial em repouso é maior ou igual a 25 mmHg. Pressões de 20
mmHg ou menos são consideradas normais, e aquelas entre 21 e 24 mmHg necessitam investigação, pois são
anormais. A hipertensão arterial pulmonar ocorre quando a causa do aumento da pressão é pré-capilar, então
a pressão venosa pulmonar está preservada, o que significa que o problema não é no coração esquerdo.
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O paciente com hipertensão pulmonar apresenta-se com dispneia aos esforços e sintomas de insuficiência
cardíaca direita, como edema periférico, estase jugular, ascite, hepatomegalia. A hipertensão pulmonar
pode ser idiopática ou secundária a outras doenças. As causas secundárias podem ser divididas, de forma 
didática, em causas da parede torácica, causas de capilares pulmonares e do parênquima pulmonar e
causas das próprias artérias pulmonares. Entre as causas da parede torácica temos a cifoescoliose e a
síndrome da hipoventilação pulmonar. Já as causas capilares e do parênquima incluem o enfisema, a
asma, e a fibrose cística. Por fim, nas artérias pulmonares temos a embolia pulmonar crônica e as arterites, 
obstruindo a parede vascular.
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 O que procurar no
 trauma fechado
 O que procurar no trauma fechado
1.
Aula 42
A última aula desse módulo do Curso de Radiografia Você Radiologista vai abordar o que devemos saber
de um paciente vítima de trauma torácico.
No contexto do trauma torácico, existem 8 perguntas imperativas de serem feitas a todos os pacientes, 
destrinchadas a seguir:
Figuras mostrando possíveis complicações da fratura de costelas no trauma torácico.
Houve fratura? – é a lesão mais comum no trauma. Em casos de traumas torácicos leves, como queda da 
própria altura, não há indicação de solicitar radiografia, na maioria desses pacientes, porque uma fratura 
simples de costela na radiografia não muda a conduta, que é a analgesia. Devemos pedir o raio-X quando
 há suspeita de pneumotórax. Em traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos, tem mais riscos
de lesões severas, e devemos verificar duas vezes as três primeiras costelas, clavículas e escápulas. E se 
houver fratura desses ossos, devemos considerar outras lesões, como: ruptura de vasos subclávios, ruptura
de brônquio, lesão de plexo braquial. Além disso, devemos verificar duas vezes as 11ª e 12ª costelas, pois,
se fraturadas, podem causar laceração hepática, esplênica ou renal, e buscar tórax instável. Lembrando,
tórax instável é quando há duas fraturas na mesma costela, em duas ou mais costelas contíguas, formando
um segmento do arcabouço que está “solto” no tórax, o que provoca a respiração paradoxal. O paciente
com tórax instável na maioria das vezes necessita de ventilação mecânica, por conta da dor. Ademais, 
devemos ter um cuidado redobrado ao avaliar o esterno, pois, caso suspeite de fratura de esterno, deve-se
pedir um raio-X em incidência lateral. A fratura esternal pode ser grave, e levar a lesão cardíaca.
Dia-a-dia
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sindrômica
Aula 42
Figura demonstrando fraturas invisíveis que atingem a cartilagem esternocostal.
Radiografias de tórax mostrando alguns sinais de pneumotórax vistos no paciente em 
supino – na primeira imagem vemos o sinal do seio profundo à direita, na segunda a 
cúpula diafragmática bem definida, e na terceira, uma base pulmonar esquerda mais
escurecida.
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Fratura invisível é quando o paciente tem a fratura, mas ela não é visível ao raio-X, independente da incidência.
Esse tipo de fratura pode ocorrer por dois motivos: (1) quando a fratura é na parte cartilagionosa do arco; ou 
(2) quando é uma fratura alinhada, ou seja, continua colado osso a osso, sem desnivelamento.
Há pneumotórax? – um pneumotórax, mesmo pequeno, pode complicar, por exemplo, com a aplicação da
pressão positiva da ventilação, o transformando em um pneumotórax hipertensivo. Inclusive, na maioria das
vezes, o pneumotórax realmente é pequeno, e isso pode prejudicar sua visualização, já que o paciente
traumatizado geralmente faz a radiografia supinado. Dessa forma, devemos pensar em como visualizar o
pneumotórax com o paciente em supino. O ar, quando o paciente está em decúbito dorsal, tende a ir em
direção à parede anterior do tórax, fazendo seu contorno anterior. Assim, o ar terá suas propriedades de
tornar o raio-X nessa região mais hipodenso, e delimitando as estruturas ao seu redor. Quando isso ocorre,
alguns sinais podem ser detectados, como o sinal do seio profundo, que é o ar dissecando o seio costofrênico
do diafragma, o tornando fundo. Outro achado é uma melhor definição da margem diafragmática, também
causada pelo ar que está naquela região. Se você visualizar bases mais escuras que o normal, em um 
paciente vítima de trauma torácico, desconfie de pneumotórax.
2.
Aula 42
Radiografia de um paciente com pneumomediastino e, ainda, 
pneumotórax e enfisema subcutâneo.
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Há pneumomediastino? – caso esteja presente, devemos considerar outras lesões de onde esse ar está vindo,
como: laceração pulmonar, pneumotórax, ruptura da traqueia ou do brônquio (principalmente se o 
pneumomediastino – ou até pneumotórax – for persistente), ruptura esofágica, e ruptura de alça abdominal,
pois o ar pode migrar cranialmente.
3.
Houve ruptura aórtica? – 90% dos casos de ruptura aórtica morrem na cena, mas, o restante pode apresentar
sinais radiológicos típicos, como um mediastino ou contorno aórtico alargados, aorta de contorno lobulado e
desvio traqueal à direita. Ademais, devemos também estar atentos na presença de hemotórax, espessamento
pleuroapical (por hemorragia dissecante), mediastino > 8 cm a nível do arco aórtico (mesmo com o paciente 
em AP), e em fratura de primeira ou segunda costelas, pois podem indicar uma ruptura. 
4.
Houve lesão traqueobrônquica? – toda vez que houver pneumotórax ou pneumomediastino persistente, 
devemos cogitar lesão traqueobrônquica. Além disso, se houver atelectasia lobar, devemos também ligar
nosso sinal de alerta, pois o sangramento de uma lesão brônquica para dentro dos alvéolos pode levar à
atelectasia. A lesão de árvore traqueobrônquica tem alta mortalidade, e ainda pode levar a complicações
severas, como uma fístula broncopleural, que gera o pneumotórax persistente, eaté uma estenose brônquica.
5.
Aula 42
Dia-a-dia
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Há contusão pulmonar? – devemos sempre pensar em contusão pulmonar em um paciente traumatizado,
sendo bem mais frequente em um trauma de alta energia. Pode ocorrer por qualquer lesão contusa ou de 
desaceleração sob o tórax, e está especialmente associada a fratura de costelas e tórax instável. A contusão
costuma estar presente na primeira radiografia de tórax desse paciente, mas pode levar até 6 horas para
aparecer, manifestando-se como uma consolidação, reduzindo a transparência pulmonar. Essa lesão pode 
escavar, e ficar com um aspecto de caverna ou de pneumatocele. Além disso, pode levar de 4 a 6 semanas
para sumir. Contudo, consolidação nem sempre é sinônimo de contusão pulmonar no paciente traumatizado,
apesar de ser a principal suspeita. Outras possibilidades incluem pneumonia por aspiração, síndrome da
angústia respiratória do adulto (SARA), embolia gordurosa e combinações dessas situações.
6.
Houve trauma cardíaco? – devemos suspeitar em caso de fratura esternal e fratura de arcos costais anteriores.
O próximo passo após a suspeita é a solicitação de um ecocardiograma.
7.
Houve lesão de diafragma? – um trauma no abdome ou na parte inferior do tórax pode lesar as fibras do
diafragma, o que pode levar à passagem do conteúdo abdominal para o tórax. Esse tipo de situação é mais
comum no trauma contuso que no penetrante, e a cúpula esquerda é lesada quatro vezes mais que a direita.
Entretanto, nem sempre o conteúdo abdominal passará ao tórax de imediato, podendo levar alguns dias ou
meses, o que pode resultar em um raio-X normal na época do evento traumático. Para procurarmos essa
lesão devemos estar atentos a víscera contendo gás dentro do tórax, como as alças intestinais. Outro sinal é
um contorno ou forma anormal da cúpula diafragmática, que pode ser comparado com uma radiografia
anterior. Se o paciente utiliza uma sonda nasogástrica e o estômago hérnia, a sonda pode herniar junto, o
que aparece no raio-X como uma ponta de sonda alta demais. À direita, por sua vez, podemos ter uma 
cúpula anormalmente alta associada a um hemotórax. 
8.
Radiografia de tórax de um paciente com hérnia diafragmática à
esquerda, causada por trauma – observe a elevação da cúpula e
o estômago visto no tórax.
Um detalhe importante é que os pacientes intubados que fazem raio-X em supino, devem ter a sonda
endotraqueal a pelo menos 3,5 cm acima da carina (idealmente de 5-7 cm), e não pode estar abaixo
do nível do arco aórtico.

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