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1 CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – CRCRJ PROFESSOR: ANDERSON FUMAUX MENDES DE OLIVEIRA REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS - IMPAIRMENT RIO DE JANEIRO - RJ Rio de Janeiro, 16 de junho de 2020. 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITO DE VALOR RECUPERÁVEL 3. EVIDÊNCIAS DE PROBLEMAS DE RECUPERAÇÃO EM ATIVOS 4. RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE VALOR RECUPERÁVEL 5. VALOR LÍQUIDO DE VENDA 6. VALOR EM USO 7. ATIVOS INTANGÍVEIS 8. GOODWILL 9. UNIDADE GERADORA DE CAIXA 10. REVERSÃO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO DO ATIVO 11. CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL 12. ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA PERDA POR IMPAIRMENT 13. DIVULGAÇÃO 14. EXEMPLOS DE DIVULGAÇÃO DO IMPAIRMENT EM DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3 1. INTRODUÇÃO De acordo com a NBC TG 00 (Estrutura Conceitual) um ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade. Pode também ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de processo industrial alternativo que reduza os custos de produção. Dessa forma, nenhum ativo poderá estar mensurado contabilmente por um valor superior ao seu potencial de geração de benefícios, seja pela sua venda ou pelo seu uso. Nesse contexto, caso o ativo esteja contabilizado por um valor excedente ao seu valor de recuperação, será necessário reconhecer uma perda pela redução ao valor recuperável ou simplesmente “Perda por Impairment”, objetivo central da NBC TG 01 (Redução ao Valor Recuperável de Ativos). 4 2. CONCEITO DE VALOR RECUPERÁVEL A NBC TG 01 (CPC 01) define valor recuperável como o maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu valor em uso. Além disso, a norma estabelece as exigências para mensuração do valor recuperável. Essas exigências usam o termo “um ativo”, muito embora se apliquem igualmente a um ativo individual ou a uma unidade geradora de caixa. Ressalte-se que nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo e seu valor em uso. Se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não tem desvalorização e, portanto, não é necessário estimar o outro valor. Além disso, se houver indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, isso pode indicar que a vida útil remanescente, o método de depreciação, amortização e exaustão ou o valor residual para o ativo necessitem ser revisados e ajustados em consonância com as normas aplicáveis ao ativo, mesmo que nenhuma perda por desvalorização seja reconhecida para o ativo. 2.1. ALCANCE Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização de todos os ativos, exceto: (a) estoques (ver NBC TG 16 – Estoques) (b) ativos advindos de contratos de construção (ver NBC TG 17 – Contratos de Construção) 5 (c) ativos fiscais diferidos (ver NBC TG 32 – Tributos sobre o Lucro) (d) ativos advindos de planos de benefícios a empregados (ver NBC TG 33 – Benefícios a Empregados) (e) ativos financeiros que estejam dentro do alcance das normas do CFC que disciplinam instrumentos financeiros (f) propriedade para investimento que seja mensurada ao valor justo (ver NBC TG 28 – Propriedade para Investimento) (g) ativos biológicos relacionados à atividade agrícola dentro do alcance da NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola que sejam mensurados ao valor justo líquido de despesas de vender (h) custos de aquisição diferidos advindos de direitos contratuais de companhia de seguros contidos em contrato de seguro dentro do alcance da NBC TG 11 – Contratos de Seguro; e (i) ativos não circulantes (ou grupos de ativos disponíveis para venda) classificados como mantidos para venda em consonância com a NBC TG 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada. RESUMO: Embora a norma permita o teste em determinados ativos financeiros e investimentos avaliados pelo custo, o impairment é realizado em regra geral nos ativos imobilizados e intangíveis. 6 3. EVIDÊNCIAS DE PROBLEMAS DE RECUPERAÇÃO EM ATIVOS A entidade deve avaliar, a cada final de período contábil, se existem indicadores de que o valor recuperável do ativo esteja abaixo de seu valor contábil. A norma sugere indicadores Externos e Internos INDICADORES EXTERNOS: Queda significativa do valor de mercado do ativo (acima do que seria esperado como resultado da passagem do tempo ou sua utilização normal) Mudanças adversas relacionadas a aspectos tecnológicos, econômicos ou legais Aumento significativo das taxas de juros e Os “ativos líquidos” excedem o valor de mercado da empresa. INDICADORES INTERNOS: Evidência disponível sobre obsolescência ou dano físico; Decisões estratégicas ou operacionais que podem trazer efeitos adversos sobre o valor recuperável do ativo (Planos de descontinuar o ativo ou reestruturações operacionais) e Evidência disponível revelando que a performance do ativo está abaixo do que foi inicialmente projetado. 7 4. RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE VALOR RECUPERÁVEL O valor recuperável de um ativo corresponde ao MAIOR montante entre: O valor líquido de venda ou Seu valor em uso Após análise do maior montante (entre valor líquido de venda e valor em uso), este será comparado ao valor contábil, onde teremos duas situações: 1) Caso este montante seja superior ao valor contábil, nenhum ajuste precisará ser realizado. 2) Caso este montante seja inferior ao valor contábil, será necessário reconhecer uma perda por “impairment”, no qual seu valor contábil deverá ser reduzido ao valor recuperável. Exemplo 1: Seguem informações de um ativo imobilizado: Valor contábil: R$ 150.000,00 Valor líquido de venda: R$ 130.000,00 Valor em uso: R$ 160.000,00 Maior valor recuperável entre valor líquido de venda e valor em uso: R$ 160.000,00 Resultado: Valor recuperável maior que o valor contábil Conclusão: Não será necessário reconhecer perda por impairment. 8 Exemplo 2: Seguem informações de um ativo imobilizado: Valor contábil: R$ 180.000,00 Valor líquido de venda: R$ 130.000,00 Valor em uso: R$ 160.000,00 Maior valor recuperável entre valor líquido de venda e valor em uso: R$ 160.000,00 Resultado: Valor recuperável menor que o valor contábil em R$ 20.000,00 Conclusão: Será necessário reconhecer perda por impairment no valor de R$ 20.000,00 4.1. CONTABILIZAÇÃO A perda deverá ser reconhecida diretamente no resultado, conforme registro contábil abaixo: LANÇAMENTO CONTÁBIL: D Perda por Impairment (Despesa) C Ajuste para redução ao valor recuperável (Redutora do Ativo) Caso o ativo tenha sido reavaliado, tal perda por impairment não impactará o resultado, devendo ser tratada como redução da reserva de reavaliação. 9 LANÇAMENTO CONTÁBIL: D Reserva de Reavaliação (Redutora do PL) C Ajuste para redução ao valor recuperável (Redutora do Ativo) 4.2. DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO Após o reconhecimentoda perda, a entidade deverá recalcular a depreciação ou a amortização para os anos remanescentes de sua vida útil. Exemplo: Máquina adquirida por R$ 100.000,00 que possui uma vida útil de 10 anos e não há valor residual. NO FINAL DO 4º ANO: Máquina R$ 100.000,00 -> Valor contábil bruto Depreciação acumulada: (R$ 40.000,00) -> Depreciação durante 4 anos Saldo R$ 60.000,00 -> Valor contábil líquido Caso a empresa reconheça uma perda por impairment de R$ 30.000,00 no final do 4º ano: LANÇAMENTO CONTÁBIL: D Perda por Impairment (Despesa) R$ 30.000,00 C Ajuste para redução ao valor recuperável (Máquina) R$ 30.000,00 10 NOVO VALOR CONTÁBIL DA MÁQUINA: Máquina R$ 60.000,00 Ajuste para redução ao valor recuperável (Máquina) (R$ 30.000,00) Novo valor líquido contábil R$ 30.000,00 OBS: Como faltam 6 anos para o fim da vida útil, cada ano a máquina será depreciada em R$ 5.000,00 (R$ 30.000,00/6 anos) 4.3. PERIODICIDADE DO TESTE O teste deverá ser realizado quando houver alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Nesse caso, a entidade deve estimar o valor recuperável do ativo. Nos ativos intangíveis com vida útil indefinida, que ainda não estejam em uso ou que contenham “goodwill” o teste deverá ser realizado anualmente, independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável. 4.4. OBRIGATORIEDADE Atualmente, o teste de “impairment” ou de recuperabilidade dos ativos, é uma obrigação acessória para 100% das empresas, sejam elas grandes, médias, pequenas e micro, optantes pelo Lucro Real, Presumido ou Simples. Nesse sentido, as empresas deverão elaborar e deixar à disposição dos órgãos de fiscalização um laudo específico, atestando se os Investimentos feitos pela empresa serão recuperados ou não. 11 5. VALOR LÍQUIDO DE VENDA O Valor líquido de venda consiste na diferença entre o valor justo e as despesas de venda. Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. As despesas “de venda” referem-se a todas aquelas despesas diretamente alocáveis à transação de venda, não abrangendo os custos já incorridos e reconhecidos como passivo. Geralmente, as despesas de venda incluem todas aquelas que diretamente atribuíveis à transação e que não ocorreriam caso ela não fosse efetivada. Podem ser consideradas despesas de vendas: as despesas legais, tributos, despesas com a remoção do ativo e gastos diretos incrementais para deixar o ativo em condição de venda. Entretanto, as despesas com tributos sobre o ganho de capital da venda de determinado ativo, demissão de empregados e as associadas à redução ou reorganização de um negócio em seguida à baixa de um ativo não são despesas incrementais para baixa do ativo. Exemplo: Valor justo do bem 100.000 (-) Tributos sobre venda (10.000) (-) Comissão (2.000) (-) Remoção do ativo (8.000) Valor realizável líquido 80.000 12 6. VALOR EM USO É a estimativa dos fluxos futuros de caixa que a entidade espera obter com o ativo considerando o valor do dinheiro no tempo, representada por uma taxa de desconto, inflação, fator de risco, custo médio ponderado de capital, etc. Exemplo: Espera-se que determinado bem produza entradas de caixa líquidas de R$ 50.000,00. R$ 60.000,00 e R$ 70.000,00, respectivamente, durante os próximos 03 anos. Considerando que a inflação média no período será de 12%, seguem os fluxos de caixa trazidos a valor presente: Ano 1: 50.000/(1,12) = 44.642,86 Ano 2: 60.000/(1,12)2 = 47.831,63 Ano 3: 70.000/(1,12)3 = 49.824,62 Valor em uso: 142.299,11 6.1. TAXA DE DESCONTO A taxa de desconto deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de mercado acerca: (a) do valor do dinheiro no tempo; e (b) dos riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham sido ajustadas. Quando uma taxa específica de um ativo não estiver diretamente disponível no mercado, a entidade deve usar substitutos para estimar a taxa de desconto. 13 6.2. FLUXO DE CAIXA COM PROBABILIDADES Essa abordagem leva em consideração todas as expectativas sobre fluxos de caixa possíveis em vez de um único fluxo de caixa mais provável. Por exemplo, o fluxo de caixa pode ser de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300 com probabilidades de 10%, 60% e 30%, respectivamente. Logo, o fluxo de caixa esperado é de R$ 220 = (0,10 x 100) + (0,60 x 200) + (0,30 x 300) Imagine agora um ativo que tenha a expectativa de gerar um benefício econômico futuro de R$ 1.000, porém o período de ocorrência de fluxos de caixa é incerto. Nesse caso, pode ser recebido em um, dois ou três anos com probabilidades de 10%, 60% e 30%, respectivamente. As taxas de desconto seriam de 5%, 5,25% e 5,50%, respectivamente. Nesse caso, o valor em uso desse ativo será calculado da seguinte forma: Ano 1: 1.000/(1,05) = 952,38 x 10% = 95,24 Ano 2: 1.000/(1,0525)2 = 902,73 x 60% = 541,64 Ano 3: 1.000/(1,055)3 = 851,61 x 30% = 255,48 Valor em uso: 892,36 14 7. ATIVOS INTANGÍVEIS Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a entidade deve testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer momento no período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no mesmo período. Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos diferentes. Entretanto, se tais ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano corrente, devem ter a redução ao valor recuperável testada antes do fim do ano corrente. O procedimento acima é adotado porque a capacidade de um ativo intangível gerar benefícios econômicos futuros suficientes para recuperar seu valor contábil é usualmente sujeita a maior incerteza na fase em que o ativo ainda não está disponível para uso do que na fase em que ele já se encontra disponível para uso. Isso posto, esta Norma requer que a entidade proceda ao teste por desvalorização, no mínimo anualmente, de ativo intangível que ainda não esteja disponível para uso. 15 8. GOODWILL O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros advindos de outros ativos adquiridos na combinação de negócios que não são identificados individualmente e não são reconhecidos separadamente. Cálculo do Goodwill: Contraprestação Transferida (+) Participação dos Não Controladores (-) Valor Justo dos Ativos Líquidos (Ativos Adquiridos – Passivos Assumidos) (=) Goodwill Exemplo: A Cia. Investidora adquiriu 90% das ações da Cia. Gama por R$ 5.000.000,00. Na data da aquisição, o patrimônio líquido da Cia. Gama era de R$ 3.500.000,00 e o valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da Cia. era de R$ 4.500.000,00. A participação dos não controladores é avaliada pela parte que lhes cabe no valor justo dos ativos líquidos. Logo, o goodwill será de: Contraprestação transferida 5.000.000 Participação dos não controladores (10% s/ 4.500.000) 450.000 Soma 5.450.000 Valor justo dos ativos líquidos (4.500.000) Ágio por rentabilidade futura 950.000 16 Logo,o goodwill não gera fluxos de caixa independentemente de outros ativos ou grupos de ativos, e frequentemente contribui para os fluxos de caixa de múltiplas unidades geradoras de caixa Para o propósito do teste de redução ao valor recuperável, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de negócios deve, a partir da data da operação, deve ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa do adquirente, ou a grupos de unidades geradoras de caixa, que devem se beneficiar das sinergias da operação, independentemente de os outros ativos ou passivos da entidade adquirida serem, ou não, atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades. A norma sugere que a entidade teste, no mínimo anualmente, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em combinação de negócios. IMPORTANTE De acordo com a norma, caso a entidade aliene ou termine uma operação dentro da unidade geradora de caixa na qual o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) foi alocado, esse ágio deve ser: - Incluído no valor contábil da operação quando da determinação dos ganhos ou perdas na baixa; e - Mensurado com base nos valores relativos da operação baixada e na parcela da unidade geradora de caixa mantida em operação (retida), a menos que a entidade consiga demonstrar que algum outro método reflita melhor o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) associado à operação baixada. 17 Exemplo: Uma entidade vende por R$ 100.000,00 uma operação que fazia parte de unidade geradora de caixa na qual houve alocação de ágio pago por expectativa de resultado futuro (goodwill). O ágio alocado à unidade não pode ser identificado ou associado, exceto arbitrariamente, a um grupo de ativos em nível mais baixo do que aquela unidade. O valor recuperável da parcela remanescente da unidade geradora de caixa retido é de R$ 300.000,00. Valor da Venda da Operação (parte da Unidade Geradora de Caixa) 100.000,00 Valor Recuperável da Parcela Remanescente 300.000,00 Valor Recuperável da Unidade Geradora de Caixa (antes da venda) 400.000,00 Percentual Vendido = Valor da Venda/Valor Recuperável Total é: Percentual Vendido = 100/400 = 25% Como o ágio alocado à unidade geradora de caixa não pôde ser identificado ou associado, de forma não arbitrária, a um grupo de ativos em nível mais baixo do que aquela unidade, o ágio associado à operação alienada é medido com base nos valores relativos da operação alienada e na parcela da unidade remanescente. Portanto, 25% do ágio alocado à unidade geradora de caixa são incluídos no valor contábil da operação que é vendida. 18 9. UNIDADE GERADORA DE CAIXA Se não for possível estimar o valor recuperável para o ativo individualmente, a entidade deverá estimar o valor recuperável da Unidade Geradora de Caixa (UGC). Unidade Geradora de Caixa (UGC) é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa, entradas essas que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou outros grupos de ativos. O valor recuperável do ativo individualmente não pode ser mensurado quando: O valor em uso não puder ser estimado como sendo próximo do valor líquido de venda; e O ativo não gera entradas de caixa “amplamente” independentes das entradas de caixa de outros ativos. Nesses casos, o valor em uso e, portanto, o valor recuperável, somente pode ser determinado para a unidade geradora de caixa do ativo. Exemplo: Uma entidade de mineração tem uma estrada de ferro particular para dar suporte às suas atividades de mineração. Essa estrada pode ser vendida somente pelo valor de sucata e ela não gera entradas de caixa que são, em grande parte, independentes das entradas de caixa provenientes de outros ativos da mina. Não é possível estimar o valor recuperável da estrada de ferro privada porque seu valor em uso não pode ser determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Portanto, a entidade deve estimar o valor recuperável da unidade geradora de caixa à qual a estrada de ferro particular pertence, isto é, a mina como um todo. 19 9.1. RECONHECIMENTO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO EM UMA UGC Uma perda por desvalorização deve ser reconhecida para uma unidade geradora de caixa se, e somente se, o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for menor do que o valor contábil da unidade (grupo de unidades). Nesse contexto, a perda por desvalorização deve ser alocada para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade (grupo de unidades) na seguinte ordem: (a) primeiramente, para reduzir o valor contábil de qualquer ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), alocado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades) e (b) a seguir, aos outros ativos da unidade (grupo de unidades) proporcionalmente ao valor contábil de cada ativo da unidade (grupo de unidades). IMPORTANTE: Ao alocar a perda por desvalorização de acordo com o item anterior, a entidade não deve reduzir o valor contábil de um ativo abaixo do valor mais alto na comparação entre: a) Valor líquido de venda b) Valor em uso e c) Zero, respectivamente. 20 Exemplo 1: Teste de Impairment para Unidade Geradora de Caixa: Valor contábil: UGC A R$ 50.000 (50%) UGC B R$ 40.000 (40%) UGC C R$ 10.000 (10%) Total R$ 100.000 (100%) Supondo que o Valor Recuperável seja de R$ 80.000, deverá realizar uma perda de R$ 20.000. Como? Proporcional ao valor contábil de cada ativo Valor contábil líquido: A – Perda de R$ 10.000,00 (50% de R$ 20.000) UGC A R$ 40.000 B – Perda de R$ 8.000,00 (40% de R$ 20.000) UGC B R$ 32.000 C – Perda de R$ 2.000,00 (10% de R$ 20.000) UGC C R$ 8.000 Total R$ 20.000 Total R$ 80.000 21 Exemplo 2: Teste de Impairment para Unidade Geradora de Caixa: Valor contábil: Ativo A R$ 120.000 Ativo B R$ 80.000 Goodwill R$ 40.000 Total R$ 240.000 Neste caso a UGC possui “goodwill” e considerando o valor recuperável de R$ 160.000, a perda será de R$ 80.000,00. Primeiramente, será baixado totalmente o goodwill (40.000) e os outros 40.000 divididos por A e B proporcionalmente. Ativo A R$ 120.000 (60%) Ativo B R$ 80.000 (40%) Proporcional ao valor contábil de cada ativo Valor contábil líquido: A 24.000 (60% de 40.000) Ativo A R$ 96.000 B 16.000 (40% de 40.000) Ativo B R$ 64.000 Total 40.000 + 40.000 do Godwill = 80.000 Total R$ 160.000 22 Exemplo 3: Teste de Impairment para Unidade Geradora de Caixa: Valor contábil: Valor líquido de venda: Ativo A R$ 120.000 Ativo A R$ 100.000 Ativo B R$ 80.000 Ativo B R$ 50.000 Goodwill R$ 40.000 Total R$ 240.000 Neste caso a UGC possui “goodwill” e considerando o valor recuperável de R$ 160.000, a perda será de R$ 80.000,00. Primeiramente, será baixado totalmente o goodwill (40.000) e os outros 40.000 divididos por A e B proporcionalmente. Ativo A R$ 120.000 (60%) Ativo B R$ 80.000 (40%) Proporcional ao valor contábil de cada ativo Valor contábil líquido: A 24.000 (60% de 40.000) Ativo A R$ 96.000 (*) B 16.000 (40% de 40.000) Ativo B R$ 64.000 Total 40.000 + 40.000 do Godwill = 80.000 Total R$ 160.000 (*) O ativo A está com valor contábil maior do que o valor líquido de venda. Seu valor contábil não pode ser menor do que o seu valor líquido de venda (100). Logo, o ATIVO B absorve a diferença (60). 23 10. REVERSÃO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO DO ATIVO A entidade deverá avaliar, ao términode cada período de reporte, se há alguma indicação de que a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), possa não mais existir ou ter diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável desse ativo. Caso esse valor recuperável seja maior do que o contabilizado, a entidade poderá reverter a perda anteriormente reconhecida. Essa perda só poderá ser revertida se, e somente se, tiver havido mudança nas estimativas utilizadas para determinar o valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização que foi reconhecida. A reversão da perda por desvalorização pode ocorrer devido aos seguintes fatores: Fontes externas de informação: (a) Indicações observáveis de que o valor do ativo tenha aumentado significativamente durante o período (b) Mudanças significativas, com efeito favorável sobre a entidade, tenham ocorrido durante o período, ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal no qual ela opera ou no mercado para o qual o ativo é destinado (c) Taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos tenham diminuído durante o período, e essas diminuições possivelmente tenham afetado a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor em uso do ativo e aumentado seu valor recuperável materialmente; 24 Fontes internas de informação: (d) Mudanças significativas, com efeito favorável sobre a entidade, tenham ocorrido durante o período, ou se espera que ocorram em futuro próximo, na extensão ou na maneira por meio da qual o ativo é utilizado ou se espera que seja utilizado. Essas mudanças incluem custos incorridos durante o período para melhorar ou aprimorar o desempenho do ativo ou para reestruturar a operação à qual o ativo pertence (e) Evidência disponível advinda dos relatórios internos que indica que o desempenho econômico do ativo é ou será melhor do que o esperado. 10.1. CONTABILIZAÇÃO DA REVERSÃO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO No lançamento da reversão da perda por desvalorização será registrado um débito na conta de ativo (aumentando seu valor contábil) e um lançamento a crédito (aumentando o resultado do período). Lançamento Contábil: D Ajuste para redução ao valor recuperável C Reversão da Perda por Impairment 10.2. AJUSTE DE DEPRECIAÇÃO APÓS O LANÇAMENTO DE REVERSÃO Depois que a reversão de perda por desvalorização é reconhecida, a despesa de depreciação, amortização ou exaustão para o ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo menos seu valor residual (se houver) em base sistemática sobre sua vida útil remanescente. 25 10.3. LIMITE DA REVERSÃO É o valor contábil que teria sido determinado (líquido de depreciação, amortização ou exaustão), caso nenhuma perda por desvalorização tivesse sido reconhecida para o ativo em anos anteriores. Exemplo: Ano X0: Máquina 1.000 Valor Recuperável 800 Máquina 1.000 (-) Perda (200) Valor contábil líquido 800 Ano X1: Máquina 800 (-) Depreciação (80) Valor contábil líquido 720 Ano X2: Máquina 800 (-) Depreciação (160) Valor contábil líquido 640 Valor recuperável: 900 Reversão? A reversão será de 160 (volta a 800, pois o valor não pode ser superior ao valor contábil à época desconsiderando a perda). 26 10.4. REVERSÃO DA PERDA PARA UNIDADE GERADORA DE CAIXA A reversão de perda por desvalorização para uma unidade geradora de caixa deve ser alocada aos ativos da unidade, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), proporcionalmente ao valor contábil desses ativos. 10.5. REVERSÃO DA PERDA POR DESVALORIZAÇÃO PARA GOODWILL A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente. 27 11. CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL Diversas empresas utilizam o CMPC (WACC) para calcular o valor em uso de seus ativos. O custo médio ponderado de capital é a taxa de retorno exigida pelo mix de financiamento da empresa. Nesse método é levada em consideração a participação relativa de cada fonte de financiamento (capital de terceiros e capital próprio) Cálculo do CMPC: WACC = (Kd x D/V) x (1- t) + (Ke x E/V) Onde: Kd = Custo da dívida antes do IR (Capital de terceiros) Ke = Custo do patrimônio líquido (Capital próprio) D = Valor de mercado da dívida E = Valor de mercado do PL V = D + E t = Alíquota do imposto de renda Imagine que determinada empresa apresente as seguintes informações: Valor de mercado da dívida (D) = R$ 600.000,00 Valor de mercado do PL (E) = R$ 400.000,00 Total de capital obtido (V) = R$ 1.000.000,00 Custo da dívida antes do IR (Kd) = 9% a.a Custo do capital próprio (Ke) = 15% a.a Alíquota de IR = 34% 28 Logo, teremos: CMPC = (0,09 x 600.000/1.000.000) x (1- 0,34) + (0,15 x 400.000/1.000.000) CMPC = (0,09 x 0,60) x (0,66) + (0,15 x 0,40) CMPC = 0,03564 + 0,06 = 0,09564 (9,564%) CONCLUSÃO: O custo médio ponderado da empresa é de 9,564% a.a. Esse percentual poderá ser utilizado como taxa de desconto para trazer seus fluxos de caixa a valor presente. 29 11.1. CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS É o retorno exigido pelos financiadores da empresa que corresponde a taxa de juros paga pelas dívidas da empresa com terceiros. Os dados são obtidos do Balanço Patrimonial (Empréstimos e Financiamentos) e da Demonstração do Resultado do Exercício (Juros ou Despesas Financeiras). Tendo em vista que os juros são despesas dedutíveis para fins de Imposto de Renda, paga-se menos IR (Benefício Fiscal) e esse montante deverá ser levado em consideração no cálculo do custo através da seguinte fórmula: Kdliq = Kd x (1 – IR) Exemplo: Se uma empresa contrai um empréstimo de R$ 300.000,00 e paga juros de R$ 24.000,00. Com IR de 34%, qual será o custo da dívida líquido? Kd = 24.000,00 / 300.000,00 = 0,08 (8%) Kd = Custo bruto Kd x (1 – IR) = 0,08 x (1 – 0,34) = 0,0528 (5,28%) Kdliq = Custo líquido Benefício fiscal: R$ 24.000,00 x 0,34 = R$ 8.160,00 Custo Efetivo: R$ 24.000,00 – R$ 8.160,00 = R$ 15.840,00 R$ 15.840,00 / R$ 300.000,00 = 0,0528 (5,28%) 30 11.2. CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO O Capital Asset Pricing Model (CAPM) é a metodologia mais utilizada para fins de cálculo do custo de capital próprio em avaliações de empresas. Esse modelo determina a taxa de retorno teórica apropriada de um determinado ativo em relação a uma carteira de mercado, representa a taxa de rentabilidade exigida pelos investidores como compensação pelo risco de mercado a que estão expostos. É obtido através da seguinte fórmula: Ke = Rf + [β x (Rm - Rf)] Onde: Ke = Retorno exigido pelos acionistas Rf = Taxa de retorno de ativos livre de riscos β = Coeficiente beta ou indicador de risco não identificável do ativo Rm = Retorno do mercado (Rm - Rf) = Prêmio por risco de mercado A remuneração mínima estabelecida pelos acionistas tem a seguinte composição: Taxa livre de risco: 5% a.a Beta da empresa: 1,2 Retorno de mercado: 12% a.a Ke = 0,05 + [1,2 x (0,12 – 0,05)] => Ke = 0,05 + (1,2 x 0,07) Ke = 0,134 (13,40%) IMPORTANTE: Para empresas brasileiras, é adicionado o risco país no cálculo. 31 11.2. Coeficiente Beta É uma medida do risco sistemático (não diversificável), utilizada para se calcular o custo do capitalpróprio. Estuda o comportamento de um determinado título em relação ao mercado, representando a medida de volatilidade de seus retornos equiparados aos retornos do mercado como um todo. Para sua identificação, busca-se no mercado uma amostra de empresas do mesmo setor e com características, tanto operacionais, como financeiras semelhantes à da empresa avaliada. Quanto maior o beta de uma ação, maior será o risco e o seu retorno ao mercado sendo compreendido da seguinte forma: β = 1,0 (A ação está na mesma direção do retorno esperado do mercado) β > 1,0 (O risco da ação é mais elevado que o risco do retorno de mercado) β < 1,0 (O risco da ação é menor que o risco do retorno de mercado) A fórmula para encontrar o beta é: β = Cov(ra , rp) Var(rp) ra = Taxa de retorno do ativo rp = Taxa de retorno do portfólio em que se insere o ativo ou taxa de retorno de mercado (Rm) 32 Exemplo: Dados da ação de determinada empresa Data Cotação Ação Variação Cotação Mercado Variação 27/mar R$ 27,34 R$ 28,00 28/mar R$ 26,55 -2,89% R$ 27,20 -2,86% 29/mar R$ 27,34 2,98% R$ 26,50 -2,57% 30/mar R$ 27,00 -1,24% R$ 26,20 -1,13% 31/mar R$ 26,90 -0,37% R$ 25,80 -1,53% 01/abr R$ 25,89 -3,75% R$ 26,90 4,26% 02/abr R$ 26,20 1,20% R$ 26,80 -0,37% 03/abr R$ 24,30 -7,25% R$ 25,00 -6,72% 04/abr R$ 26,20 7,82% R$ 27,10 8,40% 05/abr R$ 27,30 4,20% R$ 26,90 -0,74% Beta 0,58 Pesquisa de Beta da ação da Petrobrás em 27/06/2019: 33 12. ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA PERDA POR IMPAIRMENT Segundo a Lei nº 12.973/2014, as despesas reconhecidas de Perdas por Ajustes ao Valor Recuperável de Ativos não são dedutíveis para fins de cálculo de IR/CSLL. Nesse sentido, o contribuinte poderá reconhecer na apuração do lucro real somente os valores contabilizados como redução ao valor recuperável de ativos que não tenham sido objeto de reversão, quando ocorrer a alienação ou baixa do bem correspondente. Exemplo: A empresa Delta S.A é optante pela modalidade Lucro Real e realizou o teste de recuperabilidade do seu ativo imobilizado, no exercício de X1, onde foi constatada perda de valor recuperável na importância de R$ 2.000,00, conforme demonstrado abaixo: Valor original do bem R$ 100.000,00 (-) Depreciação acumulada (R$ 40.000,00) (-) Perda por redução ao valor recuperável (R$ 2.000,00) Valor contábil do ativo R$ 58.000,00 Após registrar a perda do valor recuperável do ativo, a contabilidade procedeu a determinação do Lucro Real, com o objetivo de apurar o IR, adicionando no e-Lalur a perda por redução ao valor recuperável: PARTE “A” Lucro do Exercício R$ 100.000,00 (+) Adições (Perda por redução ao valor recuperável) R$ 2.000,00 Lucro Real R$ 102.000,00 34 No exercício X2, a empresa Delta S.A, registrou depreciação, no valor de R$ 10.000,00 e na data de R$ 31.12.X2, realizou a venda do ativo imobilizado pelo valor de R$ 80.000,00, sendo apurado na contabilidade o seguinte resultado: Venda do imobilizado R$ 80.000,00 (-) Custo Contábil (100.000 – 40.000,00 – 10.000 – 2.000,00) (R$ 48.000,00) Resultado Contábil R$ 32.000,00 Após registrar a venda do ativo imobilizado, a contabilidade procederá com a determinação do Lucro Real, com o objetivo de apurar o IR, excluindo no e-Lalur a perda por redução ao valor recuperável adicionada no período anterior, como segue: PARTE “A” Lucro do Exercício (R$ 120.000,00 + 32.000,00) R$ 152.000,00 (-) Exclusões (Perda por redução ao valor recuperável) (R$ 2.000,00) Lucro Real R$ 150.000,00 IMPORTANTE: No caso de alienação ou baixa de um ativo que compõe uma unidade geradora de caixa, o valor a ser reconhecido na apuração do lucro real deve ser proporcional à relação entre o valor contábil desse ativo e o total da unidade geradora de caixa a data em que foi realizado o teste de recuperabilidade. 35 13. DIVULGAÇÃO A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos: (a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas (b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas (c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período; e (d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados abrangentes durante o período. Além disso, a entidade deve divulgar os eventos e as circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou à reversão da perda por desvalorização durante o período para: O ativo individual, incluindo ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), ou A unidade geradora de caixa. 36 14. EXEMPLOS DE DIVULGAÇÃO DO IMPAIRMENT EM DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PETROBRÁS DETALHAMENTO DAS PERDAS POR DESVALORIZAÇÃO DOS ATIVOS 37 VALE 38 EXERCÍCIOS 1 - Em 31/12/X1, ao efetuar a elaboração das Demonstrações Contábeis, o contador de uma determinada empresa verificou que no Balanço Patrimonial constavam as seguintes informações: CONTAS Saldo em 31/12/X1 Saldo em 31/12/X0 ATIVO NÃO CIRCULANTE Imobilizado 1.570.000,00 1.452.000,00 Móveis e utensílios 150.000,00 120.000,00 (-) Depreciação Acumulada s/ móveis e utensílios (60.000,00) (48.000,00) Terrenos 500.000,00 500.000,00 Edificações 1.000.000,00 1.000.000,00 (-) Depreciação Acumulada s/ edificações (250.000,00) (200.000,00) Veículos 600.000,00 400.000,00 (-) Depreciação Acumulada s/ veículos (380.000,00) (320.000,00) Em 31/12/X1, antes do encerramento do Balanço Patrimonial, o contador verificou que o valor realizável líquido dos Terrenos e Edificações era de, R$ 200.000,00 e R$ 720.000,00, respectivamente, e o valor em uso de R$ 600.000,00 e R$ 580.000,00, respectivamente. Nesse contexto, qual decisão a empresa deveria tomar? 39 2 - Em 31/12/X1, uma entidade adquiriu um equipamento por R$ 120.000,00, à vista, para ser utilizado em suas operações. No momento da aquisição, a vida útil estimada do equipamento era de 10 anos e o seu valor residual de R$ 20.000,00. Em 31/12/X2, após o reconhecimento da depreciação referente ao exercício financeiro de X2, a entidade realizou o teste de “impairment” do ativo e verificou que, naquele momento, o seu valor em uso era de R$ 105.000,00 e o seu valor realizável líquido era de R$ 100.000,00. Com base nessas informações e sabendo que foi utilizado o método das quotas constantes para calcular a depreciação do equipamento, avalie se é necessário reconhecer a perda por “impairment” ou não. Caso seja, informe qual valor deveria ser reconhecido. 40 3 - O Balanço Patrimonial da Cia. Conservadora, apurado em 31/12/X2, após o reconhecimento da depreciação do exercício social de X2 e antes de proceder aos testes de recuperabilidade de seus ativos, apresentou: Ativo Imobilizado R$ Máquina 45.000,00 Depreciação Acumulada (25.000,00) Para realizar o teste de recuperabilidade da máquina, foram identificados: Valor justo da máquina em 31/12/X2: R$19.000,00 Gastos estimados para a retirada e venda da máquina (despesa de venda) em 31/12/X2: R$ 2.000,00 Tempo de vida útil remanescente estimado para a máquina em 31/12/X2: 3 anos Valor em uso em 31/12/X2: R$ 18.000,00 Valor de venda estimado da máquina, no final de sua vida útil: R$ 1.500,00 Gastos estimados para a retirada e venda da máquina (despesa de venda), no final de sua vida útil: R$ 500,00. Nessas condições, qual o valor registrado como perda por redução ao valor recuperável em 31/12/X2? 41 4 – Considere os dados abaixo de uma empresa no ano de X5: Aquisição de equipamento R$ 1.500.000,00 Depreciação acumulada do equipamento R$ 200.000,00 Saldo Reserva de Reavaliação R$ 180.000,00 Perda de valor recuperável reconhecida R$ 130.000,00 Nova perda de valor recuperável reconhecida em 2016 R$ 100.000,00 Realize os lançamentos contábeis e apure o saldo em cada conta registrada. 42 5 - Qual ajuste deverá sofrer o patrimônio de uma Empresa Industrial ao efetuar adequadamente, o lançamento contábil relativo ao teste de “recuperabilidade” de um equipamento em 31.12.X0, sabendo-se que: O valor do registro original do equipamento é R$ 100.000,00 A depreciação acumulada do equipamento, até a data do balanço, é de R$ 40.000,00 O valor de mercado do equipamento, na data do teste, é de R$ 62.000,00 Caso a Empresa vendesse o equipamento, na data do teste, incorreria em gastos associados a tal transação no montante de R$ 13.000,00 Caso a Empresa não vendesse o equipamento e o continuasse utilizando no processo produtivo, seria capaz de produzir 10.000 unidades de um produto por ano, pelos próximos 3 anos O preço de venda do produto é R$ 10,00 por unidade Os gastos médios incorridos na produção e venda de uma unidade do produto é R$ 8,00 O custo de capital da Empresa é 10% ao ano Desconsidere a incidência de tributos. 43 6 – O balanço patrimonial da entidade apurado em 31/12/X1 foi apresentado com os dados abaixo: Ativo Circulante 20.000,00 Passivo Circulante 25.000,00 Ativo Não Circulante 80.000,00 Passivo Não Circulante 35.000,00 Imobilizado 75.000,00 Patrimônio Líquido 40.000,00 (-) Depreciação acumulada do imobilizado (55.000,00) Outros ativos não circulantes 60.000,00 A empresa detectou alguns indicadores para realização de teste de valor recuperável de ativos. O valor de mercado do imobilizado na data do teste: R$ 23.000,00 (Caso ele fosse vendido, haveria gastos de R$ 5.000,00 associados à alienação). Se o imobilizado não fosse vendido e continuasse em uso, produziria as seguintes quantidades nos 5 próximos anos: 4.000, 3.000, 2.000, 1.000 e 500 unidades, respectivamente. Ao final desse período, o imobilizado poderia ser comercializado por R$ 2.000,00 e a entidade incorreria em gastos associados a tal transação no montante de R$ 400,00. Considerando o preço de venda do produto de R$ 12,00 e o gasto médio incorrido em cada unidade produzida de R$ 9,50 e custo de capital de 20% ao ano, avalie se há necessidade de reconhecer a perda por impairment. 44 7 - A Cia. Storm possui duas unidades geradoras de caixa (UGCs). Em 31.12.X2, a Cia. Realizou um teste de recuperabilidade para cada UGC, conforme a NBC TG 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Com base nas informações abaixo, responda se haverá reconhecimento de perda por redução ao valor recuperável, indicando o valor total da perda para cada UGC e também para cada ativo individual que compõe a UGC (obs: note que um dos ativos que compões a UGC 2 é o ágio por expectativa de rentabilidade futura – goodwill): UGC 1 (Valores Contábeis) UGC 1 (Valores líquidos de venda) Ativo A: R$ 100 Ativo A: R$ 80 Ativo B: R$ 200 Ativo B: R$ 140 Ativo C: R$ 300 Ativo C: R$ 260 Ativo D: R$ 400 Ativo D: R$ 320 Valor em uso da UGC 1: R$ 900 UGC 2 (Valores Contábeis) UGC 2 (Valores líquidos de venda) Ativo E: R$ 1.000 Ativo E: R$ 950 Ativo F: R$ 2.000 Ativo F: R$ 1.000 Goodwill: R$ 400 OBS: Não há valor líquido de venda para o goodwill. Portanto, o valor líquido de venda total da UGC 2 contemplará somente os ativos E e F. Valor em uso da UGC 2: R$ 2.700 45 8 - Uma empresa está efetuando um teste para avaliar se suas Unidades Geradoras de Caixa (UGCs) apresentam ou não perda por redução ao valor recuperável (impairment loss). Baseando-se nas informações abaixo e seguindo a orientação da norma relativa a Redução ao Valor Recuperável de Ativos, responda aos itens solicitados: Ativos que compõem cada UGC e seus respectivos valores contábeis: UGC 1: Máquinas (R$ 40.000); Equipamentos (R$ 60.000). UGC 2: Máquinas (R$ 20.000); Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill) (R$ 20.000); Equipamentos (R$ 60.000). UGC 3: Máquinas (R$ 55.000); Equipamentos (R$ 45.000). Valor recuperável de cada Unidade Geradora de Caixa (UGC): UGC 1: R$ 70.000 UGC 2: R$ 50.000 UGC 3: R$ 105.000 Com base nas informações anteriores, respondam as seguintes perguntas: a) Haverá perda por redução ao valor recuperável em alguma(s) UGC(s)? Justifique sua resposta. b) Caso alguma UGC apresente perda por redução ao valor recuperável, qual montante de perda será alocado para cada ativo de compõe a UGC? Justifique sua resposta. 46 9 - A empresa Intangível S.A. possuía, em 31.12.X8, um ativo intangível com vida útil indefinida, no valor de R$ 130.000,00, o qual é composto por: – Valor de custo: R$ 150.000,00 – Perda por desvalorização reconhecida (em X8): R$ 20.000,00 Em 31.12.X9, a empresa realizou o Teste de Recuperabilidade do Ativo e obteve as seguintes informações: – Valor em uso: R$ 120.000,00 – Valor líquido de venda: R$ 160.000,00 Com base nessas informações, em 31.12.X9, o quê a empresa deve fazer? 47 10 - Ao final do ano X6, a empresa X realiza um teste de impairment (suponha que pelo menos um dos “indicadores” tenha sido identificados). O ativo foi adquirido no início de X3 por R$ 1.000.000,00 e sua vida útil econômica estimada em 10 anos. No cálculo do valor recuperável, a empresa estima o valor justo menos custos para vendê-lo e o valor em uso (baseando-se no valor presente dos fluxos de caixa esperados). Valor justo: R$ 570.000,00 Custos para vendê-lo: R$ 40.000,00 Fluxos de caixa esperados já descontados a valor presente: Há uma possibilidade de a entidade receber um fluxo de caixa de R$ 480.000,00 (com 10% de probabilidade), R$ 550.000,00 (com 60% de probabilidade) e R$ 540.000,00 (com 30% de probabilidade). Qual é o valor recuperável do ativo? Houve perda por impairment? De quanto? Quanto será a nova despesa de depreciação a partir de X7? 48 11 - Com base nos dados do exercício anterior, suponha que ao final de X8 as condições existentes ao final de X6 que originaram a perda por impairment não mais existam. Neste caso, a empresa calculou o “novo” valor recuperável, chegando ao montante de R$ 430.000,00. Haverá reversão da perda por impairment? De quanto? 49 12 - Uma marca foi adquirida por uma empresa pelo valor de R$ 7.000.000,00. A aquisição ocorreu em Janeiro de X2 e, em 31/12/X2, a empresa contabilizou uma perda por desvalorização (“impairment”) no valor de R$ 2.000.000,00 para esta marca. Em 31/12/X3 a empresa obteve as seguintes informaçõespara a realização do teste de recuperabilidade (“impairment”): Valor em uso da marca R$ 5.400.000,00 Valor justo da marca R$ 4.700.000,00 Tendo em vista que a marca apresenta vida útil indefinida, o quê a empresa deverá fazer? 50 13 – Determinada empresa deseja apurar o valor em uso de seus ativos para realizar teste de impairment utilizando o método do custo médio ponderado de capital. Ela possui as seguintes características: As dívidas da empresa com terceiros são de R$ 300.000,00 A taxa de juros cobrada nas dívidas com terceiros é de 10% ao ano A empresa é composta por 6.000 ações ordinárias e 4.000 ações preferenciais As ações ordinárias estão cotadas a R$ 20,00 As ações preferenciais estão cotadas a R$ 15,00 O coeficiente de volatilidade das suas ações (beta) é de 1,5 A taxa livre de risco é de 14% a.a O retorno médio da carteira no mercado é de 18% a.a A alíquota de Imposto de Renda é de 34% Com base nas informações acima, calcule o seu WACC.
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