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ESCOLA DE FORMAÇÃO JURÍDICA – GRADUAÇÃO EM DIREITO Disciplina: Bases das Relações Privadas Professora: Maria Eduarda Gasparotto de A. Bastian Período: 2020-1 Turma: GL/801 Turno: N Data: 25/04/2020 Aluno(a): NOTA 1 - AVALIAÇÃO 3 ATIVIDADE: Elabore um MAPA MENTAL que trate acerca dos DIFERENTES PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA) E TAMBÉM, DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO, cujo conteúdo foi visto nas aulas 8, 9 e 10, indicando, sempre que possível, conceitos e fundamentos legais. O que é um Mapa Mental? O mapa mental é um diagrama sistematizado voltado para a gestão de informações, de conhecimento, da memorização do aprendizado. É utilizado para organizar visualmente informações de modo associativo, podendo incluir conceitos-chaves de uma área de conhecimento, ideias ou tarefas. O que é importante e quais os passos para criar um Mapa Mental? • Busque exemplos de mapas mentais na internet (Google, por exemplo); • Estruturar utilizando uma hierarquia radial (como ramos de árvores), organizando dos aspectos mais genéricos para os mais específicos; • Utilizar cores diferentes para tópicos diferentes e cores similares para tópicos similares; • Incluir figuras é um diferencial; • Existem softwares especiais para a elaboração de mapas mentais e alguns deles oferecem essa possibilidade de graça, quais sejam: http://mind42.com/ https://bubbl.us/ https://www.mindmeister.com/pt/ https://www.mindmup.com/ CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliação terá peso 10,00. Prazo fatal para entrega é dia 09/05/2020, às 23h59min. O trabalho deverá ser feito em dupla e anexado, via Blackboard, por AMBOS membros da dupla, de forma individual, cada qual com sua matrícula. Pode ser realizado digitalmente (em Word ou PDF) ou fisicamente (à mão). Caso o(a) aluno(a) opte por fazer à mão, a folha deverá ser digitalizada ou fotografada para entrega no Blackboard e a legibilidade do documento é de inteira responsabilidade do(a) mesmo(a). Então, cuidar a caligrafia e a qualidade da digitalização! Não será aceito NENHUM trabalho via e-mail, tão pouco fora do prazo. Deve constar no trabalho o nome dos dois participantes do mesmo. Negócio juridico 1. Elementos do Negócio Jurídico. 1.1. Elementos Essenciais Art 104 CC -Imprescindíveis à existência do ato negocial, pois formam sua substância. 1.1.1. Validade 1.1.2. Agente capaz - Capaz é aquela pessoa que pode exercer pessoalmente seus direitos e responder por suas obrigações. 1.1.3. Objeto lícito, determinado ou determinável e possível - Art. 123 do CC 1.1.4. Forma prescrita ou não defesa em lei 1.2. Elementos Acidentais - Estipulações ou clausulas acessórias que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo (Arts. 121, 131 e 136, CC). 1.2.1. Plano da Eficácia 1.2.2. Condição - Art. 121 CC 1.2.2.1. Resolutivas - o negócio vigorará até a ocorrência da condição, que acarretará a extinção do direito. 1.2.3. Encargo -Segundo o artigo 136 do Código Civil, encargo é “a determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior”. 1.2.4. Termo - Art 131 CC - É o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. 1.3. Elementos Estruturais 1.3.1. Plano de Existência 1.3.2. Partes 1.3.3. Vontade - Art. 107 CC - a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 1.3.4. Objeto 1.3.5. Forma - É o meio pelo qual se externa a manifestação da vontade nos negócios jurídicos, para que possam produzir efeitos jurídicos. 2. Planos do Negócio Jurídico. 2.1. Plano da Validade - (Se o negócio jurídico é valido de acordo com a norma). 2.1.1. Manifestação da vontande 2.1.1.1. Livre 2.1.1.2. De boa-fé - Art 422 CC - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,, como em sua execução, os principios de proibidade e boa-fé. 2.1.2. Agente - Art. 104,I,CC - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; 2.1.2.1. Capaz - O agente deve ter capacidade Jurídica para expressar sua vontade - Art 104, I, CC - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz. 2.1.3. Objeto - Art. 104,II, CC - A validade do negócio jurídico requer: II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 2.1.3.1. Lícito - Está de acordo com as normas jurídicas, a moral e os bons costumes. 2.1.3.1.1. Ex. compra e venda de um terreno. 2.1.3.2. Possível - É aquele que é exequível, realizável, praticável, viável. 2.1.3.2.1. Fisicamente 2.1.3.2.2. Juridiacemente 2.1.3.3. Determinado - É o objeto certo, que é descrito pela quantidade, gênero e qualidade. 2.1.3.4. Determinável - É o objeto incerto, que é descrito pela, quantidade, gênero, mas não sabemos a qualidade, a qualidade está incompleta. 2.1.4. Forma - Art. 104, III, CC - A validade do negócio jurídico requer: III - forma prescrita ou não defesa em lei. 2.1.4.1. Prescrita em lei - É a forma descrita, escrita, determinada na lei, também chamada de Forma Especial. 2.1.4.1.1. Se a Lei exigir Forma Especial - deve ser observada a forma especial. 2.1.4.2. Não defesa em lei - Forma não proibida, não vedada por lei. 2.1.4.2.1. Se a Lei vedar uma forma, o negócio não pode ser feito dessa forma. 2.1.4.3. Livre - Art. 107 do CC - A validade da declaração da vontade não depende de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 2.1.4.3.1. Se a Lei não exigir forma, a forma é livre. 2.2. Plano da Existência - (Se o negócio jurídico existe). 2.2.1. Manifestação da vontade 2.2.1.1. Expressa 2.2.1.1.1. Declaração escrita. 2.2.1.1.2. Declaração Verbal 2.2.1.2. Tácita 2.2.1.2.1. Comportamento do agente demonstra concordância. 2.2.2. Agente. 2.2.2.1. Agente emissor - A participação do sujeito de direito (pessoa física ou jurídica) é indispensável para realização do negócio jurídico. 2.2.3. Objeto. 2.2.3.1. É condição para existência do negócio jurídico, que haja um objeto com utilidade física ou ideal, em razão do qual geram os interesses das partes. 2.2.4. Forma 2.2.4.1. Exteriorização da manifestação da vontade. 2.3. Plano da Eficácia - (Se o negócio jurídico está produzindo efeitos). 2.3.1. Condição - Art 121 e SS, CC - é a clausula que tem o condão de postergar a eficácia do efeito juridico e um acontecimento futuro e não certo. 2.3.1.1. Quanto à maneira de atuação. 2.3.1.1.1. Suspensiva - Ex. doação de um bem até que a pessoa se case - Art 127 CC - Enquanto não se realizar a condição suspensiva não se terá adquirido o direito dela decorrente. 2.3.1.1.2. Resolutiva - Art 128 CC - Enquanto à condição não se implementr, o ato vigorará perfeitamente. 2.3.1.2. Quanto à fonte de onde deriva. 2.3.1.2.1. Casual - Ex. Não ocorrer uma tempestade. 2.3.1.2.2. Potestativa - Ex. realizar uma viagem. 2.3.1.2.3. Mista - Ex. doação que será efetuada se o destinátario se casar com ou determinada pessoa. 2.3.1.3. Quanto à possibilidade. 2.3.1.3.1. Possivel. 2.3.1.3.2. Impossível - Quando suspensiva a condição impossível física ou juridicamente invalidará o negócio jurídico, conforme art 123, I, CC. 2.3.1.3.2.1. Fisicamente. Ex. levar o mar para cidade. 2.3.1.3.2.2. Juridiacamente - Vedado pelo ordenamento jurídico. Ex. Proibido dispoiçaõ de herança de pessoa viva - art - 426 CC 2.3.1.4. Quanto à licitude. 2.3.1.4.1. A consequência da ilicitude é a invalidação do próprio negócio jurídico - Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 2.3.1.4.1.1. Lícita. Ex impedir alguém de casar. 2.3.1.4.1.2. ilícitas - art 122 (segunda parte). Ex doação de imóvel, com a condiçaõ que o dontário jamais se utilize do bem. 2.3.2. Termo - Art 131 e SS,, CC - Acontecimento futuro e certo que suspende a eficácia do ato negocial, semprejudicar a aquisiçaõ de direitos, fazendo cessar os efeitos decorrentes do próprio negócio. 2.3.2.1. Certeza - Se tem certeza que vai ocorrer. 2.3.2.1.1. Quanto à certeza 2.3.2.1.1.1. Determinado/Certo - Prazo de validade Específico. Ex. Contrato celebrado até dia 31/10/20. 2.3.2.1.1.2. Indeterminado/incerto - A morte de alguém. 2.3.2.2. Futuridade - Ainda não ocorreu. 2.3.2.2.1. Quanto ao marco temporal 2.3.2.2.1.1. Inicial - Evento futuro e inevitável, que suspende o inicio da eficácia do ato. Art 131 CC - É o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. 2.3.2.2.1.2. Final - A eficácia do negócio expira com o advento daqula data. - Art 131 CC - É o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. 2.3.3. Encargo ou Modo - É clausula que poderá incidir nos negócios jurídicos gratuitos, ex doação ou nas declarações unilaterais da vontade, ex. promessa de recompensa - Art. 136, CC - O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva 3. Defeitos do Negócio Jurídico 3.1. Vícios de consentimento- são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre. 3.1.1. Coação - Ameaça ou pressão psicológica injusta exercida sobre um individuo para força-lo, contra sua vontade, a praticar ou realizar um negócio jurídico. Tem como característica o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. A coação é o defeito mais grave que pode afetar ao negócio jurídio - Art 171,II, CC -Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 3.1.1.1. Espécies de Coação. 3.1.1.1.1. Coação Absoluta ou Física - Não ocorre consentimento ou manifestação de vontade, a vantagem pretendida pelo coator é obtida por meio de força física. 3.1.1.1.2. Coação Relativa ou moral - Existe o elemento psicológico influenciando. A coação trazida no art 171, II, CC é a relativa ou moral, quando se deixa uma opção ou escolha a vitima, trata-se de uma coação psicológica. Ou a vitima pratica o ato exigido pelo coator ou sofre as consequências - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 3.1.1.1.3. Coação Principal - A coação principal seria a causa determinante do negócio, constituindo causa de anulação do negócio jurídico. 3.1.1.1.4. Coação Acidental - A coação Acidental influenciaria apenas as condições da avença, sendo que sem ela o negócio se realizaria, porém em condições menos favoráveis, sendo que somente obriga o agente ao ressarcimento do prejuízo. 3.1.1.1.5. Coação exercida por terceiros - A coação exercida por terceiros vai viciar o negócio jurídico, caso a parte se aproveite tivesse ou devesse ter conhecimento,, sendo que a responsabilidade entre os agentes (terceiro e parte que se aproveitou) será solidária - Art. 154, CC - Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 3.1.1.2. Requisitos da Coação - Dea cordo com art 151 do CC -Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. No parágrafo único deste artigo também se admite a coação quando dirigida à uma pessoas ligada ao declarante. 3.1.1.2.1. Fundado temor - O Temor (medo) tem de ser justificado; grave; que faça a pessoa temer por sua vida ou honra; temer pela vida ou honra de alguém de sua família ou pela integridade de seus bens. 3.1.1.2.1.1. Temor de morte: uma arma de fogo apontada para pessoa. 3.1.1.2.1.2. Temor de perder a liberdade: ficar em cárcere privado; sequestro de um parente. 3.1.1.2.1.3. Temor de desonra: publicar fotografias intimas na internet. 3.1.1.2.1.4. Temor de incêndio: colocar fogo na residência da pessoa. 3.1.1.2.2. Dano iminente - O temor de Dano tem que ser iminente, ou seja tem que estar prestes a acontecer e também ser inevitável. 3.1.1.2.2.1. Ameaça futura. 3.1.1.2.2.2. Ameaça impossível. 3.1.1.2.2.3. Ameaça que pode ser evitada. 3.1.1.2.2.4. Ameaça singela (sem gravidade), etc 3.1.1.2.3. Dano considerável - O dano tem que ser considerável, tem que ser grave; importante. 3.1.1.2.3.1. Dano contra a vida. 3.1.1.2.3.2. Dano contra a integridade física. 3.1.1.2.3.3. Dano contra a honra e moral. 3.1.1.2.3.4. Dano contra a liberdade. 3.1.1.2.3.5. Dano contra o patrimônio. 3.1.1.2.4. Dano à própria pessoa; a sua família ou aos seus bens. 3.1.1.2.4.1. Contra a própria pessoa que realizou o negócio jurídico. 3.1.1.2.4.2. Contra a família da pessoa que realizou o negócio jurídico. 3.1.1.2.4.3. Contra os bens da pessoa que realizou o negócio jurídico. 3.1.1.2.4.4. Contra qualquer outra pessoa que não pertença a família da pessoa que realizou o negócio jurídico, neste caso o juiz decidirá se houve coação - Art 151, Parágrafo único, CC - Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.Ex.contra um amigo; um sócio; um vizinho; um afilhado, etc. 3.1.1.2.5. A coação deve ser determinante para a realização do negócio jurídico, ou seja a pessoa somente realizou o negócio jurídico porque estava sob coação. 3.1.1.2.5.1. Deverá estar presente o nexo de causalidade entre a coação e a realizaçaõ do negócio jurídico. 3.1.2. Estado de Perigo - quando alguém sofre forte necessidade de livrar-se de grave dano à pessoa, realiza negócio jurídico com outrem, sabedor dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas, nos termos do Art 156 e Parágrafo único do CC Art 156 - Configura-se o estado de perigo quando alguém premiado da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Prágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. 3.1.2.1. Das Consequências Jurídicas. 3.1.2.1.1. Anulação do Negócio Jurídico. 3.1.2.1.2. Revisão do contrato para adequação do valor, Enunciado 148, da III Jornada de Direito Civil, do CJF: Art 156, CC: Ao " estado de perigo" aplica-se por analogia, o disposto no § 2° do art 157 CC - Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 3.1.2.2. Requisitos do Estado de Perigo. 3.1.2.2.1. Necessidade de salvar-se ou alguém da família 3.1.2.2.1.1. Risco de morte. 3.1.2.2.1.2. Lesão à saúde. 3.1.2.2.1.3. Risco quanto à integridade física. 3.1.2.2.2. Dano grave - O Dano ser grave, e o perigo deve ter sido a razão determinante do negócio jurídico. 3.1.2.2.3. O perigo deve ter sido a razão determinante do negócio jurídico(nexo de causalidade entre o Perigo e o negócio Jurídico). 3.1.2.2.4. Conhecimento do perigo pela outa parte - É necessário que a outra parte do negócio jurídico tenha conhecimento do perigo que a pessoa estava sofrendo e, em virtude desse perigo, abuse da situação e tire proveito da fragilidade da pessoa. 3.1.2.2.5. Obrigação excessivamente onerosa - Art 156, CC - Configura-se o estado de perigo quando alguém premiado da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa 3.1.3. Dolo - Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a definir que "são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa"..,podemos então dizer que são artificios ou manobras de uma pessoa visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou para terceiro na realização do negócio jurídico. 3.1.3.1. Quanto à atuação do agente. 3.1.3.1.1. Positivo ou comissivo - afirmaçõesfalsas sobre a qualidade da coisa. 3.1.3.1.2. Negativo - omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes oculta alguma coisa que o contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio, conforme art 147 do CC - Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. 3.1.3.1.3. De terceiro - ocorre quando o artifício é praticado por uma terceira pessoas que não integra a relação jurídica, conforme art 148 do CC - Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 3.1.3.1.4. Do representante - É aquela pessoa (outorgante) que possui capacidade negocial e, portanto, age em nome do representado, conforme art 149 do CC - Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 3.1.3.1.5. Ambas as partes - Dolo Bilateral ou recproco: Se ambas as partes procederem com dolo, há empate, igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a anulaçaõ do ato, conforme art 150 do CC. 3.1.3.1.6. Dolus bônus - É o dolo tolerável, que não contêm a gravidade suficiente para viciar a manifestação da vontade. Acaba por não anular o negócio jurídico, porque se espera do agente a diligencia do homem médio. 3.1.3.1.7. Dolo de aproveitamento - (art 157, CC ) Ocorre quando alguém se aproveita da situação de necessidade ou da inexperiência do outro contratante para obter lucro exagerado, manifestamente desproporcional à natureza do negócio. 3.1.3.2. Quanto à extensão dos seus efeitos 3.1.3.2.1. Principal - O dolo principal vicia o negócio jurídico e faz que possa ser anulado, é aquele que foi a causa determinante do negócio jurídico, pois se não fosse o dolo a pessoa não teria realizado o negócio, conforme art. 145 do Código Civil - Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 3.1.3.2.2. Acidental - O dolo acidental não vicia o negócio jurídico, pois não foi a razão determinante da realização do negócio jurídico, mesmo que a pessoa soubesse do dolo, teria realizado o negócio jurídico só que em outras condições, em condições mais favoráveis a ela. A consequência do dolo acidental não é a anulação do negócio jurídico, mas sim a satisfação das perdas e danos, conforme art.146 do Código Civil - Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo 3.1.3.2.3. Dolus malus - É revestido de gravidade, acarretando a anulabilidaade do negócio ou a obrigação de fazer cumulada em perdas e danos, conforme o caso e a intensidade da gravidade que será analisada pelo juiz no caso concreto. 3.1.4. Erro - um engano fático, uma falsa noção da realidade Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 3.1.4.1. Erro Substancial ou Essencial - (Art. 138 e 139, CC). Art. 138, CC - São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.Segundo o art 139, CC, o erro substancial pode assumir diferentes feições - Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 3.1.4.1.1. Erro quanto à natureza do negócio (error in negatio). 3.1.4.1.2. Erro quanto ao objeto principal da declaração ( error in corpore). 3.1.4.1.3. Erro quanto alguma das qualidades essenciais do objeto principal. 3.1.4.1.4. Erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa ( error in persona) - A quem se refere a declaração de vontade, pode auferir tanto a identidade quanto as qualidades da pessoa, 3.1.4.1.5. Erro de direito - É o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável a situação. Não serve para alegar desconhecimento da lei, serve para justificar possível conduta não praticável. 3.1.4.2. Erro Acidental - Se refere as circunstâncias de menor importância e que não acarretam efetivo prejuízo, se conhecida a realidade, mesmo assim o negócio teria acontecido.Refere-se a qualidades secundárias do objeto ou da pessoa. Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 3.1.4.3. Erro Escusável - É o erro justificável, desculpável, que pode ser escusável dentro do padrão abstrato do "homem médio", de modo a comparar a conduta do agente, com a da média das pessoas. 3.1.4.4. Erro Real - É o erro causador de efetivo prejuízo ao interessado. 3.1.4.5. Falso Motivo - Art. 140, CC - O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. 3.1.4.6. Transmissão errônea da vontade - Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta; caso o declarante se utilize de interposta pessoa ou de meio de comunicação para transmissão de vontade e acabe por ocorrer divergência entre o querido e o que foi transmitido, ocorre o erro passível de anulação. 3.1.4.7. Convalescimento do erro - Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. Tal diploma legal das partes a oportunidade de executar e efetivar o negócio jurídico. 3.1.5. Lesão - obtenção de um lucro exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica da outra., conforme art 157 CC - Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 3.1.5.1. Objetivo - Diz respeito ao valor do negócio celebrado, que deve ser manifestamente desproporcional à contraprestação, ou seja, valores muito discrepantes. A avaliação das desproporções deve ser feita de acordo com o tempo que foi celebrado o negócio jurídico (§ 1° do art 157 CC) - Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 3.1.5.2. Subjetivo - Caracteriza-se pela premente necessidade ou pela inexperiência do lesado. 3.1.5.2.1. Premente necessidade - A premente necessidade está relacionada com a necessidade econômica que a pessoa tem em realizar o negócio jurídico. 3.1.5.2.1.1. Ex. Pessoa que vende um imóvel abaixo do valor de mercado, pois precisa urgente do dinheiro para pagar uma divida d pensão alimentícia sob pena de ser presa. 3.1.5.2.2. Inexperiência - A inexperiência está relacionada a falta de conhecimento técnico quanto ao negócio jurídico. 3.1.5.2.2.1. Ex. Um médico pode ser inexperiente em relação a umcontrato imobiliário; enquanto um corretor de imóveis pode ser inexperiente em relação a um contrato médico. 3.2. Vícios sociais - são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade a intenção pura e de boa-fé que enuncia.o Tópico 3.2.1. Fraude contra credores - É a prática de qualquer negócio jurídico pelo devedor insolvente ou na imin~encia de o ser que importe em diminuição de seu patrimônio, com a finalidade de frustrar o direito de seus credores ou represente violação da igualadade dos credores quirográfarios, ou seja os que tem prevalência no recebimento dos valores devidos, conforme Art. 158 do CC. 3.2.1.1. Requisitos da Fraude Contra Credores. 3.2.1.1.1. Anterioridade do Crédito - O crédito do Credor tem que ser anterior à realização dos atos fraudulentos cometidos pelo Devedor. Primeiro tem que haver o crédito, para depois haver o ato de fraude contra os credores. - Art 158, § 2° do CC - Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 3.2.1.1.2. Eventus damni - Fica caracterizado quando o ato fraudulento, que se pretende anular, causou a insolvência do Devedor e trouxe dano (prejuízo) ao recebimento do crédito do credor. 3.2.1.1.3. consilium fraudis - É a consciência, ou a previsibilidade, de que se está fraudando um credor. O Devedor age de má-fé transferindo seus bens e o adquirente desses bens também age de má-fé, pois tem ciência (ou deveria ter) da insolvência do devedor). As partes agem em concluio fraudulento, objetivando fraudar o credor. 3.2.2. Simulação. - É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Negócio Jurídico simulado, assim, é o que tem aparência contrária a realidade - Art. 167, CC - É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 3.2.2.1. Absoluta - Na simulação absoluta, os envolvidos declaram a prática de um negócio jurídico, quando na verdade, não tinham a intenção de celebrar nenhum negócio.Ex. Um cônjuge, no divórcio, transferir seus bens para o patrimônio de um amigo, para diminuir a participação do outro cônjuge na partilha de bens. 3.2.2.2. Relativa - Na simulação relativa, as partes declaram determinado negócio jurídico, mas ocultam a verdadeira intenção, que é a prática de negócio jurídico diverso daquele declarado ou, quando o mesmo, com termos diferentes. Ex. quando as partes para pagamento de imposto inferior, celebram um contrato de compra e venda de imóvel atribuindo um valor menor no contrato e o restante pago "por fora", é hipótese clara de simulação. 3.2.2.2.1. Objetiva - Quando a simulação diz respeito à natureza do negócio jurídico, a seu objeto ou algumas características. Art 167, §1°, II CC - Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira 3.2.2.2.1.1. Relativa Objetiva - Simulação por declaração não verdadeira. Tal modalidade pode dizer à própria natureza do contrato ou apenas a alguns de seus itens. 3.2.2.2.2. Subjetiva ou ad personam - Verifica-se quando a pessoa declarada no negócio não é real parte ou beneficiaria do mesmo. Trata-se do que a doutrina chama de interposta pessoa. Art. 167, CC - É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 3.2.2.2.2.1. Relativa subjetiva - Simulação por interposta pessoa, para realização de fins ilegais é comum o agente valer-se de concluio com outra pessoa, utilizando o negócio jurídico simulado.
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