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 Plano de Aula: ESTADO LIBERAL DE DIREITO CIÊNCIA POLÃ�TICA TÃtulo ESTADO LIBERAL DE DIREITO Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema ESTADO LIBERAL DE DIREITO Objetivos ·       Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurÃdico-polÃtico. ·       Analisar as estruturas e as articulações do discurso polÃtico pela lógica da sociedade polÃtica Estado, do poder polÃtico e suas limitações. Estimular a utilização de raciocÃnio jurÃdico-polÃtico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crÃtica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito. Estrutura do Conteúdo Liberalismo.  "Deve-se o fracasso do Estado liberal ao fato de ter ele atuado estritamente no plano polÃtico-jurÃdico, sem disciplinar a ordem sócio-econômica. Essencialmente individualista, desconheceu os direitos da sociedade. Falhou até mesmo no seu individualismo por desconhecer o homem-operário, materialmente fraco e premido no meio social por insuperáveis dificuldades de ordem econômica. Profundamente libertário igualitário, declarou que todos os indivÃduos possuem os mesmo direitos e as mesmas possibilidadeds, de sorte que ao Estado competia apenas policiar a ordem jurÃdica. A vida social e econômica deveria desenvolver-se naturalmente, à mercê das iniciativas individuais, de conformidade com as leis do liberalismo econômico, a lei da oferta e procura, a da livre concorrência etc., as quais conduziriam a sociedade, fatalmente, a uma ordem ideal desejada por todos. Tinha o Estado por lema o postulado clássico do liberalismo econômico: Laissez-faire, laissez-passer, et le monde va la lui-même..." MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 315.  O Estado de Direito está adstrito a limitação do poder polÃtico arbitrário através da instituição de leis que protejam juridicamente os direitos dos cidadãos. Neste sentido de Norberto BOBBIO afirma:  A expressão ‘estado de direito’, com a qual os juristas da segunda metade do século passado designaram o estado constitucional moderno, pode ser entendida de diferentes maneiras, mas dois são os significados principais: 1) estado de direito é o estado limitado pelo direito, ou seja, o Estado cujo poder é exercido nas formas do direito e com as garantias pré-estabelecidas; (...) 2) estado de direito é o Estado que tem como função principal e especÃfica a instituição de um estado jurÃdico, ou seja, de um estado no qual, segundo a definição kantiana do direito, cada um possa coexistir com os outros segundo uma lei universal. (Norberto BOBBIO, 1995:135).        A limitação do poder tem seu ápice na Constituição, que, como estruturante do Estado de Direito, requisita o exercÃcio do poder por um sistema normativo limitador. Sua idéia matriz está na competição da luta do poder entre os grupos sociais, tendo como caracterÃstica a transmutação dos fenômenos do poder em Direito, submetendo a atividade polÃtica à forma jurÃdica. O denominador comum do valor normativo da Constituição confere o status de fonte da produção normativa e sua própria aplicabilidade como lei suprema, ou seja, tem a supremacia por imposição sobre todas as normas do sistema[1]. Já o Estado Democrático de Direito[2] é uma fusão do ideal do governo da maioria como limitação do poder estatal, garantindo os direitos fundamentais constitucionalizados e a preservação da separação dos poderes. Neste modelo não se despreza o respeito inclusive as minorias, equiparando todos perante a lei e responsabilizando o governante, que passa a ter temporalidade e eletividade. Ao Estado de Direito tradicional foram incorporados gradativamente instrumentos vinculadores da democracia ao poder estatal, até o ponto em que a legitimidade estatal não se restrinja à legitimidade legal[3], uma mera imposição normativa, e sim construa o consenso social baseado na pluralidade democrática. Ainda sobre o Estado Democrático de Direito, interessante a passagem de Lier Pires FERREIRA, Ricardo GUANABARA e Vladimyr Lombardo JORGE (2009:122-123):  A difÃcil conciliação entre as tradições democráticas e liberais (Estado de direito) fez aflorar de forma explÃcita o elemento polÃtico-ideológico como orientador de valores, princÃpios das concepções polÃticas diversas. A concepção liberal tende a tratar as declarações de direitos que tutelam as liberdades fundamentais como postulados de racionalidade impostos acima de tudo e de todos, especialmente de maiorias parlamentares, garantindo o direito à vida, à propriedade, à livre iniciativa, à s liberdades em geral. O processo polÃtico, através do Estado de direito, em especial do texto constitucional rÃgido, subordina-se aos princÃpios liberais presentes na Constituição, confirmando a limitação do poder soberano ao exercÃcio temporal de um poder constituinte originário. Inicialmente legitimada pela soberania, a Constituição legitimaria a limitação do próprio poder que a constitui. O principal argumento da concepção liberal contra a soberania popular concentra-se no risco de uma democracia, através da vontade da maioria, converter-se em regime autoritário, pondo fim à própria democracia. Contra a democracia, então, seriam necessários instrumentos que garantissem sua própria preservação, devendo estes limites figurar na forma de direitos em um texto ordenador da polÃtica. Em contraposição à s teorias liberais, as concepções democráticas acentuam a titularidade do poder do povo, valorizando a soberania popular e, conseqüentemente, opondo-se a formas oligárquicas ou tecnocráticas de organização polÃtica, ambas admitidas implicitamente pelo Estado democrático de direito em sua matriz liberal. Ao limitar o poder do povo o Estado de direito torna-se obstáculo ao Estado totalitário, mas se impõe, também, como obstáculo à s mudanças desejadas pela maioria, pelo povo. A difÃcil ou impossÃvel conciliação entre as concepções democráticas e liberais encontra na idéia contemporânea de democracia deliberativa sua mais expressiva tentativa de acordo. [1] Quanto a questão da supremacia constitucional, é interessante consultar Fernanda DUARTE e José Ribas VIEIRA (2005:50-59). [2] Menelick CARVALHO NETTO (2000:482), comentando o paradigma do Estado Democrático de Direito, elabora o seguinte raciocÃnio: "(...) no paradigma do Estado Democrático de Direito, é de se requerer do Judiciário que tome decisões que, ao retrabalharem construtivamente os princÃpios e regras constitutivos do Direito vigente, satisfaçam, a um só tempo, a exigência de dar curso e reforçar a crença tanto na legalidade, entendida como segurança jurÃdica, como certeza do Direito, quanto ao sentimento de justiça realizada, que deflui da adequabilidade da decisão à s particularidades do caso concreto". [3] Quanto a esta distinção, interessante observar a seguinte passagem de Pierre BOURDIEU: “Legitimidade não é legalidade: se os indivÃduos das classes mais desfavorecidas em matéria de cultura reconhecem quase sempre, ao menos da boca para fora, a legitimidade das regras estáticas propostas pela cultura erudita, isso não exclui que eles possam passar toda sua vida, de facto, fora do campo de aplicação dessas regras sem que estas por isso percam sua legitimidade, isto é, sua pretensão a serem universalmente reconhecidas. A regra legÃtima pode não determinar em nada as condutas que se situam em sua área de influência, ela pode mesmo só ter exceções, nem por isso define modalidade da experiência que acompanha essas condutas e não pode deixar de ser pensada e reconhecida, sobretudo quando é transgredida, como regra das condutas culturais quese pretendem legÃtimas. Em suma, a existência daquilo que chamo legitimidade cultural consiste em que todo indivÃduo, queira ele ou não, admita ou não, está colocado no campo de aplicação de um sistema de regras que permitem qualificar e hierarquizar seu comportamento do ponto de vista da cultura.â€� (Pierre BOURDIEU, 1968:128). Aplicação Prática Teórica Caso concreto 1            Tema: Estado de Direito  Relacione o fenômeno do constitucionalismo moderno com a categoria Estado de Direito.
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