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CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR Fabiana Tramontin Bonho Associações, fundações e entidades de interesse social Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir a natureza jurídica das organizações do terceiro setor. Explicar o conceito, os passos para constituição e dissolução e os demais aspectos relacionados às associações. Reconhecer o conceito, os passos para constituição e dissolução e os demais aspectos relacionados às fundações. Introdução O terceiro setor é formado por entidades não governamentais, as quais têm gestão própria, são consideradas voluntárias e não possuem fins lucrativos, destacam-se por serem legalmente constituídas. No terceiro setor, durante a constituição do negócio, as personalida- des jurídicas poderão ser associações e fundações. As associações são compostas por um grupo ou número de pessoas que se reúnem com um único objetivo para determinado fim. Estas entidades não visam ao lucro e, portanto, não ocorre a divisão dos resultados financeiros delas entre os participantes. Têm como foco principal atender as áreas assistencial, ambiental, social, dentre outros, que consideram necessitadas, sendo dirigidas por um estatuto social. Já as fundações são organizações de direito privado com fins filantrópicos e também com personalidade jurídica, sendo conduzidas de acordo com os objetivos e os princípios do seu instituidor, o qual poderá ser uma pessoa física ou jurídica capacitado a indicar um patrimônio para a sua constituição. Neste capítulo, você vai estudar o terceiro setor, a natureza jurídica das entidades, a diferença dos conceitos das associações e fundações, assim como todas as etapas para a constituição, dissolução e extinção destas organizações. Natureza jurídica das organizações do terceiro setor O terceiro setor é constituído por um conjunto de organismos, organizações ou instituições sem fi ns lucrativos provido de autonomia e administração própria que apresentam como papel e propósito primordial atuar voluntariamente juntos à sociedade civil (OLIVEIRA, 2015). A forma ou pessoa jurídica designa uma organização social: [...] instituída para permitir a aglutinação de bens e idéias comuns aos seres humanos, a qual, preenchidos os pressupostos em lei estabelecidos, o governo declara como um ente sujeito de direitos e obrigações, independentemente das pessoas físicas que a compõem ou a instituem (RESENDE, 2006, p. 17). Oliveira (2015) relata que existem leis principais que regem o terceiro setor brasileiro, estes regulamentos foram necessários devido ao grande número de organizações deste setor. A Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998 (BRASIL, 1998), a qual regulamenta o setor e também é conhecida como Lei das Organi- zações Sociais, tem o objetivo de instituir as primeiras diretrizes a fim de que essas organizações recebam autorização por parte do executivo. O artigo 2º, parágrafo 1º, alíneas a, b, f e g da respectiva lei apresenta os seguintes requi- sitos específicos para que as entidades privadas referidas licenciem quanto à qualificação de organização social: I — Comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: natureza social de seus objetivos à respectiva área de atuação; finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimentos de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; (...) f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos rela- tórios financeiros e do relatório de execução de contrato de gestão; g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto (BRASIL, 1998, documento on-line). A Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999 (BRASIL, 1999), conhecida como Lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), traz uma regulamentação voltada à parceria entre organizações de pessoas jurídicas de direito privado que prestam atividades públicas com recursos financeiros do Estado, a qual sofreu alterações que revogaram algumas leis, e hoje vigora a Lei nº. 13.204, de 14 de dezembro de 2015 (BRASIL, 2015). Associações, fundações e entidades de interesse social2 Tratando da ausência de Lei nº. 9.532, de 10 de dezembro de 1997 (legislação tributária), art. 12. (...), §3º “Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desen- volvimento dos seus objetivos sociais” (BRASIL, 1997, documento on-line). Destaca-se também a Lei nº. 13.019, de 31 de julho de 2014 (Lei das Parcerias Voluntárias), art. 2º, para fins desta lei considera-se: I — organização da sociedade civil: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isen- ções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na conse- cução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva (BRASIL, 2014, documento on-line). Algumas entidades, ainda que prestem atividades sem fins lucrativos, não estão am- paradas por essa regulamentação, conforme as descritas no artigo 2º. Art. 2º: Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no Art. 3º desta Lei: I — as sociedades comerciais; II — os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III — as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultor, práticas e visões devocionais e confessionais; IV — as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V — as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI — as entidades e empresas que comercializam plano de saúde e assemelhados; VII — as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas man- tenedoras; VIII — as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX — as organizações sociais; 3Associações, fundações e entidades de interesse social A outra lei que trata da natureza jurídica das entidades do terceiro setor é a Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (BRASIL, 2002) (que instituiu o Código Civil), ela relaciona as pessoas jurídicas de direito privado, classificando-as da seguinte forma: I — as associações; II — as sociedades; III — as fundações; IV — as organizações religiosa (incluído pela lei nº. 10.825, de 22/12/2003); V — os partidos políticos (incluídos pela lei nº. 10.825, de 22/12/2003); VI — as empresas individuais de responsabilidade limitada (incluído pela lei nº. 12.441 de 2011) (BRASIL, 2002, documento on-line). Fonte: Adaptado de Silva et al. (2011, p. 48). Forma Jurídica Exemplo Associação Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) Instituto Ethos Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Fundação Fundação Institutos de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD) Fundação Roberto Marinho Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente Sociedade civil sem fins econômicos Sociedade Brasileira de Finanças (SBFin) Sociedade São Vicente de Paulo Santa Casa de Misericórdia Quadro 1. Exemplos de formas jurídicas de algumas reconhecidas organizações do ter- ceiro setor brasileiro X — as cooperativas; XI — as fundações públicas; XII — as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII — as organizações creditícias que tenham qualquer tipo de vin- culaçãocom o sistema financeiros nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal (BRASIL, 1999, documento on-line). Associações, fundações e entidades de interesse social4 Dessa forma, quando se realiza a análise sobre a natureza jurídica das entidades do terceiro setor, notam-se algumas diferenças cruciais em relação ao primeiro setor, o Estado, e o segundo setor (privado/empresas). Há casos que a organização não consegue orientar todas as suas práticas de acordo com a lei, existindo a necessidade de constante fiscalização do setor por parte do poder público. Devido a isso, a exigência dessas entidades de fazer a publicação anual de suas contas no Diário Oficial da União, pois assim, a sociedade em geral poderá acompanhar a aplicação dos recursos destinados a elas, além de proporcionar uma transparência e a legalidade no uso dos recursos públicos (OLIVEIRA, 2015). Conforme Resende (2006), existem diferenças básicas entre associações e fundações relacionadas com a origem das formas jurídicas, as quais serão estudadas a seguir. Conceito, passos para constituição e dissolução e demais aspectos relacionados às associações Uma associação tem seu conceito defi nido como uma pessoa jurídica criada a partir da união de ideias e esforços de pessoas em torno de um propósito que não tenha fi nalidade lucrativa. Mas o fato de criar-se uma associação não implica necessariamente a criação de uma entidade de cunho social, pois alguns propósitos podem não visar ao lucro, porém, mesmo assim, não servir de proveito de todos. Como, por exemplo, os clubes recreativos, de acesso restrito aos sócios, e eventualmente com critérios rígidos de admissão, e as associações que visam divulgar interesses particulares de seus associados, como os clubes colecionadores de selos, dentre outros. Daí a importância de se distinguir as associações de cunho associativo do cunho social; a de cunho associativo ou de benefício mútuo são as que dedicam suas ações a benefícios de seus quadros sociais. As associações de cunho social ou benefício público atuam a favor daqueles que estão fora de seus quadros sociais (SZAZI, 2006). Scheunemann e Rheinheimer (2013) destacam que as associações poderão ter alguns perfis como: Associativismo: são aquelas associações como clubes recreativos, de futebol, associação de moradores, de empregados de determinada empresa, associação de funcionários, dentre outros. 5Associações, fundações e entidades de interesse social Beneficentes: são associações ligadas à educação, saúde e de assistência social. Estas entidades eram conhecidas como filantropias. Elas pos- suem o objetivo de conseguir diplomas e titulações para a obtenção de recursos públicos e também beneficiam os doadores com renúncia fiscal. OSCIP: estas associações têm a possibilidade de firmar termos de parceria com o Poder Público e de remunerar os seus dirigentes de acordo com o mercado. A constituição assegura, dentre as garantias fundamentais do cidadão, a liberdade de associação para fins lícitos, sendo vedada a interferência estatal nas associações. Para conhecer na íntegra o que é vedado, acesse os links a seguir. https://goo.gl/wUgZP https://goo.gl/z6mPPN Szazi (2006) fala que para a constituição de uma associação basta reunir em assembleia no mínimo duas pessoas com maioridade civil que tenham a finalidade de associar-se para um propósito lícito e não lucrativo, podendo ser realizado em qualquer lugar que se preste a tal fim, sem necessidade de convocação pela imprensa ou mesmo escrita. Assim que estiverem reunidos todos os convidados, deverá ser exposto o objetivo da reunião e quais as intenções com a criação da associação por uma pessoa indicada ou anfitrião. Deverá ser formada a mesa diretora, com o objetivo de conduzir com maior eficiência o processo de troca de ideias e apreciação de propostas, devendo ser composta por no mínimo um presidente e por um secretário, o qual lavrará a ata. É importante que durante a reunião seja entregue aos convidados uma minuta previamente preparada do estatuto social, com as seguintes previsões: a denominação, os fins, a sede e o tempo de duração da associação; as considerações para admissão, demissão e exclusão do quadro social e, eventualmente, as categorias de associados; os direitos e deveres dos associados, que poderão ser diferenciados; as fontes de recursos financeiros para a manutenção de entidade e seus objetivos, que poderão contemplar mensalidades; Associações, fundações e entidades de interesse social6 as atribuições e a forma de composição e funcionamento dos órgãos de direção, com a recomendação de números ímpares de participantes, a deliberação em voto unitário e a eleição para mandatos de no máximo três anos; a representação ativa e passiva da entidade em juízo e fora dele, em geral exercida pelo presidente; a (não) responsabilidade subsidiária dos associados pelas obrigações assumidas pela associação; as condições para alteração do estatuto; as causas para dissolução da entidade e o destino a ser dado ao patri- mônio social; pode contemplar as certificações pretendidas; As associações podem ter fins educacionais, lúdicos, religiosos, culturais, científicos, dentre outros, isto é, será uma consequência da união de pessoas, geralmente é de um grande número de associados, na forma estabelecida em seu ato constitutivo ou estatuto (OLIVEIRA; ROMÃO, 2014). Após ter aprovação do estatuto social, ocorrerá a eleição dos dirigentes da entidade para que cumpram o primeiro mandato; não havendo mais assuntos, deverá ser redigida a ata da assembleia de constituição, devendo conter a identificação de todos os presentes e a transcrição dos fatos ocorridos, assim como o texto integral do estatuto aprovado e a relação dos dirigentes eleitos, com o relato da posse. Salienta-se que a existência jurídica da associação somente iniciará com o registro dos atos constitutivos em Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas da comarca da sede da organização. O requerimento deve ser acompanhado de no mínimo duas vias da ata da assembleia de constituição da entidade, visadas por um advogado com registro na OAB. Assim que obtiver o registro, deve-se providenciar a inscrição no CNPJ e também na prefeitura, secretaria da saúde, isto é, de acordo com a natureza da entidade. Mas também por deliberação dos associados, as associações poderão ser extintas, na forma do estatuto social, ordinariamente em assembleia espe- cialmente convocada para esse fim e instala com quorum qualificado, isto é, metade mais um dos seus associados. Lembrando que a mesma assembleia que deliberar a extinção poderá eleger um liquidante, que irá fazer a apuração dos bens e dívidas da entidade, caso o levantamento já tenha sido realizado antecipadamente, a assembleia deverá determinar a destinação do patrimô- nio, e depois de realizado o pagamento da dívida, deverá se observar para as eventuais restrições impostas pelos títulos e qualificações desfrutadas pela 7Associações, fundações e entidades de interesse social organização. Existe também como forma de extinção a decisão via judicial quando transitada em julgado, conforme está previsto no art. 5, XIX, da Constituição Federal de 1988 (SZAZI, 2006). Conceitos, passos para a constituição e dissolução e demais aspectos relacionados às fundações As fundações são conceituadas como um tipo especial de pessoa jurídica, podendo ser constituída a partir da decisão de uma única pessoa. Assim, um patrimônio destinado a servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público determinada, que adquire personifi cação jurídica por iniciativa de seu instituidor. Elas também poderão ser criadas pelo Estado, assumindo natureza de pessoa jurídica de direito público, ou por indivíduos ou empresas, quando assumem natureza de direito privada. Para se constituir uma fundação é necessária a manifestação inequívoca de vontade do fundador, feitamediante escritura pública ou testamento, e que constem dentre outros quesitos a dotação inicial do patrimônio livre de qualquer ônus ou embargo legal, podendo ser feita em dinheiro ou outros bens tangíveis, ou até mesmo intangíveis desde que possuam o mesmo valor econômico. A demonstração de vontade do instituidor deverá também conter de maneira clara e bem especifi cada os fi ns aos quais a fundação se destina, os quais deverão ser lícitos, não lucrativos e de interesse coletivo (SZAZI, 2006). De acordo com Camargo et al. (2001), fundação é um patrimônio que, asso- ciado a uma ideia do instituidor, é colocado a serviço de um fim determinado. A existência de um patrimônio é a premissa fundamental para a formação de uma fundação. E terá que existir o interesse de destinar esse bem ao interesse de utilidade pública. Albuquerque (2006) corrobora dizendo que a fundação é a constituição especial de pessoa jurídica, pois pode ser criada pela vontade de um único indivíduo, sendo constituída pela união de bens como uma finalidade deter- minada pelo seu instituidor. Como há dois casos de criação da fundação, sendo elas em vida ou via testamento, em caso de criação em vida, o esboço do estatuto e a indicação dos nomes dos primeiros dirigentes deverão ser apresentados ao Ministério Público, o qual irá avaliá-los em quinze dias, podendo realizar a aprovação, apresentando as modificações que julgar necessário ou até mesmo negá-la. Caso Associações, fundações e entidades de interesse social8 o estatuto seja aprovado, será autorizada a lavratura da escritura definitiva de instituição da fundação em cartório de notas de livre escolha do instituidor, e ao ato o curador deverá comparecer para intervir como anuente. Após, será realizado o registro dos atos constitutivos da entidade no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, no qual representará a aquisição da personalidade jurídica pelo patrimônio destinado à fundação (SZAZI, 2006). De acordo com Szazi (2006), assim que obtido o registro deverá ser pro- videnciada a inscrição da entidade no CNPJ e também na prefeitura, como nos demais órgãos de controle de acordo com a natureza da fundação. Se for preciso, as alterações estatutárias deverão ser procedidas mediante deliberação do conselho curador. A organização deverá enviar ao Ministério Público, no prazo e na forma determinada pela Procuradoria Geral da Justiça da unidade da federação onde se encontra sediada a fundação, um relatório detalhado de suas atividades no ano anterior, juntamente das demonstrações financeiras, e caso possua, os relatórios dos auditores independentes. Destaca-se que as fundações poderão ser extintas caso seu objeto se torne ilícito, impossível ou inútil, ou vença seu prazo de existência, este por iniciativa do Ministério Público ou de qualquer interessado. Podendo ser extintas também pelo seu conselho curador, na forma do estatuto social, frequentemente em reunião que será convocada somente para este fim e instalada como quórum qualificado, isto é, metade mais um dos conselheiros, com voto favorável de dois terços dos presentes e aprovação do Ministério Público. A extinção precisará ser declarada judicialmente, com obrigação de citação do seu eventual administrador, esclarecendo no curso do processo os bens e dívidas da entidade e assim realizando ao pagamento das últimas e relacionadas os primeiros. Assim, a sentença que decretar a extinção deverá dispor sobre a destinação do patrimônio líquido, tendo que atentar para eventuais restrições impostas por títulos e qualificações usufruídas pela entidade (SZAZI, 2006). Uma fundação torna-se inútil quando não existir movimentação por mais de cinco anos (BOCCHI, 2013). 9Associações, fundações e entidades de interesse social Bocchi (2013) dá como exemplo das fundações privadas inseridas pelo poder público as fundações de apoio às universidades públicas, as quais devem possuir as seguintes características: inexigibilidade de concurso público para admissão de pessoal, embora possa ser instituído processo seletivo regimental; reconhecimento como instituição de ensino e assistência social; benefício da imunidade tributária do art. 150, VI, “c”, da CF/1988; prestação de serviços reconhecida ao autônomo e inexistência de vínculo empregatício com os bolsistas (art. 4ª, parágrafo 1º, da Lei nº. 8.958/1994) (BRASIL, 1994). Caso forem utilizados recursos públicos para a instituição da fundação ela sempre será considerada pública para todos os efeitos, porém se os recursos utilizados forem integralmente privados, esta será considerada privada para todos os fins. Acesse o link ou código a seguir para conhecer a con- ceituação de fundação pública, que é disposta no art. 5º, IV do Decreto-Lei nº. 200/67, com redação dada pela Lei nº. 7.596/87. https://goo.gl/iXb2zw Dessa forma, destacamos que a responsabilidade pelos serviços prestados e pelas obrigações assumidas perante terceiros é da pessoa jurídica tanto na associação quanto na fundação. As fundações por lei somente poderão ter fins morais, culturais, de assistência ou religiosos, e esta finalidade insti- tucional deverá ser permanente; já nas associações, poderá haver alteração com o decorrer do tempo. As fundações têm como órgão responsável, o qual realiza o acompanhamento das atividades desenvolvidas, o Ministério Público, o controle é mais rígido, e nas associações já são mais flexíveis nesse sentido. Associações, fundações e entidades de interesse social10 ALBUQUERQUE, A. C. C. Terceiro setor: história e gestão de organizações. São Paulo: Summus, 2006. BOCCHI, O. H. O 3º setor: uma visão estratégica para projetos de interesse público. Curitiba: InterSaberes, 2013. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 8.958, de 20 de dezembro de 1994. Dispõe sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio e dá outras providências. Brasília, DF: 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8958compilado.htm. Acesso em: 12 mar. 2019. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Altera a legislação tributária federal e dá outras providências. Brasília, DF: 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9532.htm. Acesso em: 12 mar. 2019. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998. 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