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1 3 Titulações e-ou certificações das organizações do terceiro setor

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CONTABILIDADE 
DO TERCEIRO 
SETOR
Fabiana Tramontin Bonho
Titulações e/ou certificações 
das organizações 
do terceiro setor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as titulações e/ou certificações para as organizações do 
terceiro setor.
  Descrever as legislações e documentações exigidas nas titulações e/
ou certificações para as organizações do terceiro setor. 
  Apontar as diferenças entre termos de parceria e contratos de gestão.
Introdução
O terceiro setor consiste em organizações cujos objetivos principais são 
sociais. A essência do setor engloba instituições de caridade, organizações 
religiosas, entidades voltadas para as artes, organizações comunitárias, 
sindicatos, associações profissionais e outras organizações voluntárias. O 
traço comum que une todas essas organizações é o fato de serem orien-
tadas por valores: são criadas e mantidas por pessoas que acreditam em 
mudanças necessárias e que desejam, elas mesmas, tomar providências 
nesse sentido, pessoas providas de responsabilidade social. 
No que se refere à legislação do setor, uma série de leis foi sancionada 
ao longo dos anos, permitindo que novos contornos e posturas quanto à 
organização, gestão e relacionamento das instituições chamadas de inte-
resse social se adequem a novas realidades e exigências contemporâneas. 
Nesse contexto, estão disponíveis títulos e certificações que podem ser 
conferidos às organizações da sociedade civil, à luz da legislação vigente, 
para que tenham a possibilidade jurídica de remunerar a sua direção 
executiva e contar com uma gestão profissionalizada. 
C2_Contabilidade_do_Terceiro_Setor.indd 1 28/02/2019 13:49:44
Neste capítulo, você vai estudar aspectos inerentes às titulações e/
ou certificações para as organizações do terceiro setor, vai conhecer 
legislações e documentações exigidas nas titulações e/ou certificações, 
além de aprender as partes constituintes para se redigir um termo de 
parceria e um contrato de gestão.
Titulações e certificações necessárias
O terceiro setor é a denominação utilizada para as entidades não estatais sem 
fi ns lucrativos que desenvolvem atividades de interesse público. O Estado é 
considerado como o primeiro setor e o mercado como o segundo, sendo o 
terceiro setor aquele que apresenta características de ambos.
Cruz (2014) enfatiza que com o crescimento cada vez mais significativo da 
população aumenta a necessidade dos serviços básicos prestados pelo Estado; 
porém, com a deficiência do Estado no cumprimento das questões sociais em vá-
rias áreas — culturais, recreativas, científicas, de preservação do meio ambiente 
e outras — fez surgir o terceiro setor, que é constituído por organizações sem 
finalidades lucrativas, não governamentais, gerando serviços de caráter público. 
Em 1995, aconteceu a segunda Reforma da Gestão Pública do Brasil, com 
o objetivo de contribuir para a formação de um aparelho de Estado forte e 
eficiente, com foco na descentralização da estrutura organizacional através 
da criação de novos formatos organizacionais (BRESSER-PEREIRA, 2019). 
O autor destaca a criação de um programa de destinação de serviços não 
exclusivos do Estado para entidades sem fins lucrativos — prevista no Plano 
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado — qualificadas como organizações 
do terceiro setor e que assinassem a documentação requerida para formalização 
de parceria com o Poder Público. O programa tinha como objetivo permitir a 
descentralização de atividades no setor de prestação de serviços não exclusivos, 
para realização no setor público não estatal, que corresponde às entidades do 
terceiro setor (BRASIL, 1995).
Contudo, o arcabouço jurídico que trata do terceiro setor vem se modi-
ficando ano após ano, permitindo que novos contornos e posturas quanto à 
organização, gestão e relacionamento das instituições chamadas de interesse 
social se adequem a novas realidades e exigências contemporâneas. Nesse 
sentido, criam-se certificações e/ou titulações concedidas às associações e 
fundações, as quais podem ser tituladas como Organizações Sociais (OS), 
Organizações da Sociedade Civil do Interesse Público (OSCIP) e outras pre-
vistas na Legislação Brasileira. Todas elas serão apresentadas a seguir. 
Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor2
C2_Contabilidade_do_Terceiro_Setor.indd 2 28/02/2019 13:49:44
É importante entender que associações e fundações são organizações do terceiro setor, ou 
seja, possuem personalidade jurídica, enquanto OS e OSCIP são titulações concedidas para 
essas associações e fundações, e não uma nova forma de organização do terceiro setor. 
Organizações Sociais
As OSs foram criadas pela Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998 (BRASIL, 1998), 
a qual dispõe sobre a qualifi cação de entidades como organizações sociais. Em 
seu artigo 1º, o Poder Executivo poderá qualifi car como organizações sociais 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fi ns lucrativos, cujas atividades sejam 
dirigidas ao ensino, à pesquisa científi ca, ao desenvolvimento tecnológico, à 
proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos 
requisitos previstos nesta Lei (BRASIL, 1998). 
Para Olak e Nascimento (2010), a implementação das OSs foi uma estratégia 
central do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, objetivando, prin-
cipalmente, a permissão e o incentivo à “publicização”, ou seja, a produção não 
lucrativa pela sociedade de bens e serviços não exclusivos do Estado. O instru-
mento que regulamenta as relações das OSs com o Poder Público é o Contrato 
de Gestão, com gestão de certo patrimônio público. Sua existência é atrelada à 
concessão de título público (Título Organização Social, que é concedido pelo 
Estado mediante o cumprimento de condições impostas por ele). Portanto, não 
se constitui em uma nova categoria de organizações do terceiro setor. Além 
disso, uma pessoa jurídica não nasce com a qualificação de OS, mas, sim, como 
uma associação ou uma fundação de direito privado. Preenchendo os requisitos 
legais, ela poderá requerer a qualificação.
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
A qualifi cação de OSCIP será conferida a uma pessoa jurídica de direito 
privado, sem fi ns lucrativos, instituída por particulares, que desempenhe 
serviços não exclusivos do Estado. A qualifi cação é regulada pela Lei nº. 9.790, 
de 23 de março de 1999 (BRASIL, 1999a), e regulamentada pelo Decreto 
nº. 3.100, de 27 de junho do mesmo ano (BRASIL, 1999b), em âmbito nacional.
Grazzioli (2016) enfatiza que a OSCIP é uma certificação concedida pelo 
Ministério da Justiça, uma vez que era preciso fortalecer as entidades da 
sociedade civil que prestavam serviços de utilidade pública, criando meios 
3Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor
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mais favoráveis, eficazes e transparentes de relacionamento entre elas e o 
Poder Público. Além disso, é importante destacar que as alterações realizadas 
na lei no decorrer dos anos alteraram em parte a redação então vigente da Lei 
nº. 9.790; porém, aquelas organizações que já ostentavam o título de OSCIP, 
antes da vigência das inovações legislativas, em face do princípio do direito 
adquirido, continuam certificadas da titulação em questão.
Juntamente com a Lei das OSCIPs tem-se um novo documento jurídico: o 
Termo de Parceria. O instrumento visa à formação do vínculo de cooperação 
entre o Poder Público e as entidades qualificadas para o fomento e a execução 
das atividades de interesse público. O Quadro 1 mostra as principais caracte-
rísticas das OSs e OSCIPs.
 Fonte: Adaptado de Revista Filantropia (2008); Prado (2017). 
OSs OSCIPs
Criadas pela Lei nº. 9.637/98. Criadas pela Lei nº. 9.790/99.
Não têm fins lucrativos, são de direito 
privado, com objetivos similares. 
Não têm fins lucrativos, são de direito 
privado, com objetivos similares.Podem se beneficiar de 
recursos públicos. 
Podem se beneficiar de 
recursos públicos.
Não significam uma nova forma 
ou um novo tipo de organização 
do terceiro setor, mas um título 
conferido por um ato formal de 
reconhecimento do Poder Público. 
São organizações do terceiro 
setor que, por intermédio da lei, 
relacionam-se com o Estado por meio 
de termo de parceria, ou seja, são 
organizações parceiras do Estado. 
O Contrato de Gestão é o que 
regulamenta as relações com o 
Poder Público. As OSs têm a gestão 
de certo patrimônio público 
que é cedido pelo Estado. 
O Termo de Parceria é o instrumento 
firmado com o Poder Público. Indica que 
recursos públicos podem ser destinados a 
uma entidade, mas a gestão do patrimônio 
não deve ter ingerência do Poder Público. 
 Quadro 1. Características das OSs e OSCIPs
Logo, pode se perceber que os nomes são muito parecidos, ambas não têm 
fins lucrativos, são de direito privado, possuem objetivos similares, atuam 
praticamente no mesmo campo e podem se beneficiar de recursos públicos. 
Entretanto, não se confundem; aliás, a lei que trata das OSCIPs é clara ao 
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dizer que “[...] as organizações sociais não são passíveis de qualificação como 
OSCIPs” (BRASIL, 1999a, documento on-line). 
Outras certificações e titulações previstas 
na legislação brasileira 
Existem outras certifi cações e titulações previstas na legislação brasileira, 
tais como: Organização de Utilidade Pública (UP) e Certifi cado de Entidade 
Benefi cente de Assistência Social (CEBAS). 
O título de Organização de Utilidade Pública é vinculado ao exercício predo-
minante de atividades de educação, pesquisa científica, culturais e filantrópicas. 
Em nível federal, era regulamentada pela Lei nº. 91, de 28 de agosto de 1935 
(BRASIL, 1935), contudo, revogada a utilidade pública federal com a Lei nº. 
13.204/15 (art. 9º, I) (BRASIL, 2015). No entanto, remanesce no ordenamento 
jurídico a utilidade pública estadual e a utilidade pública municipal, sob os 
critérios de regência do modelo de utilidade pública federal (GRAZZIOLI, 2016). 
O Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social é disciplinado 
na Lei nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009 (BRASIL, 2009), e é concedido 
pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). De acordo com seu 
art. 1º, a certificação das entidades beneficentes de assistência social e a 
isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades 
beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços 
nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto 
nesta Lei (BRASIL, 2009). A conceituação e abrangência destas áreas são 
apresentadas na Constituição Federal Brasileira.
Exigências para a obtenção das titulações 
e certificações 
Para se requerer a obtenção de cada título ou certifi cação são necessários atender a 
alguns requisitos, apresentados a seguir em conformidade com a legislação vigente. 
Organizações Sociais
Em consonância com o art. 2º da Lei nº. 9.637/98, são requisitos específi cos para 
que as entidades privadas habilitem-se à qualifi cação como organização social:
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I — comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus 
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior 
e de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos 
termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas 
e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de 
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória 
capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos rela-
tórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma 
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em 
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento 
de associado ou membro da entidade;
 i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações 
que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes 
de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de 
outra organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de 
atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;
II — haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação 
como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador 
da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da 
Administração Federal e Reforma do Estado (BRASIL, 1998, documento on-line).
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
O art. 3º da Lei nº. 9.790/99 estabelece que qualifi cação instituída somente será 
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fi ns lucrativos, cujos 
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes fi nalidades:
I — promoção da assistência social;
 II — promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
 III — promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar 
de participação das organizações de que trata esta Lei;
 IV — promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei;
 V — promoção da segurança alimentar e nutricional;
 VI — defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável;
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 VII — promoção do voluntariado;
 VIII — promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
 IX — experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
 X — promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
 XI — promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais;
 XII — estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos 
que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
 XIII — estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a 
implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer 
meio de transporte (Incluído pela Lei nº. 13.019, de 2014, vigente) (BRASIL, 
1999a, documento on-line). 
Organização de utilidade pública
Em conformidade com legislação vigente, Lei nº. 13.204/15 (art. 9º, I) (BRASIL, 
2015), as sociedades civis, as associações e fundações podem ser declaradas 
de utilidade pública desde que apresentem os seguintes requisitos:
Personalidade jurídica;
Constituição no Brasil;
Efetivo funcionamento há mais de 03 (três) anos com exata observância do estatuto;
Desempenho de atividade social, notadamente promoção da educação, exer-
cício de atividades científicas, de cultura ou filantrópicas;
Os cargos de sua diretoria (os diretores devem possuir moralidade comprova-
da), conselhosfiscais, deliberativos ou consultivos não fossem remunerados 
(tal vedação não se aplicava ao caso de associações ou fundações, sem fins 
lucrativos, caso no qual os dirigentes poderiam ser remunerados se atuassem 
na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores praticados 
pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu 
valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado 
em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações);
No caso de receberem subvenção por parte da União, se obrigasse a publicar 
anualmente a demonstração da receita e despesa realizada no período anterior 
(GRAZZIOLI, 2016, p. 1).
Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social
Atualmente e segundo a Lei nº. 12.101/09 (BRASIL, 2009), são requisitos 
para a obtenção do título:
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I – Demonstrar, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado 
o período mínimo de 12 (doze) meses de constituição da entidade, o cum-
primento do disposto nos Arts. 4º a 20 da Lei em referência, com a ressalva 
disposta no parágrafo único do art. 3º, ou seja, a redução do período mínimo 
de cumprimento dos requisitos se a entidade for prestadora de serviços por 
meio de convênio ou instrumento congênere com o Sistema Único de Saúde 
(SUS) ou com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em caso de 
necessidade local atestada pelo gestor do respectivo sistema;
II – Ser pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos;
III – prever, em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou extinção, 
a destinação do eventual patrimônio remanescente a entidades sem fins 
lucrativos congêneres ou a entidades públicas (GRAZZIOLI, 2016, p. 1). 
Termos de parceria e contrato de gestão 
Como já mencionado anteriormente, no caso das OSs, o instrumento que 
regulamenta as relações com o Poder Público é o Contrato de Gestão. Já no 
caso das OSCIPs, a formação do vínculo entre as partes se dá pelo Termo 
de Parceria. 
Para Olak e Nascimento (2010), na prática, o Contrato de Gestão é destinado 
às OSs devido ao fato destas terem a gestão de certo patrimônio público, que é 
cedido a ela pelo Estado. O termo de parceria expressa que os recursos públicos 
podem ser destinados a uma entidade, mas a gestão do patrimônio não deve 
ter intermédio do Poder Público. Além disso, uma das cláusulas essenciais do 
Termo de Parceria é a que trata de previsão expressa dos critérios objetivos de 
avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado. 
A seguir, apresenta-se um modelo-síntese de Termo de Parceria e de Con-
trato de Gestão com suas devidas partes constituintes. 
MODELO TERMO DE PARCERIA
Art. 9º da Lei nº. 9.790, de 23.3.99, e art. 8º do Decreto nº. 3.100, de 30.06.99. 
TERMO DE PARCERIA QUE ENTRE SI CELEBRAM A UNIÃO, ATRAVÉS DO 
____________ (ORGÃO/ENTIDADE ESTATAL), E A _____________ (NOME DA 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO).
Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor8
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A UNIÃO, representada pelo __________ (ÓRGÃO/ENTIDADE ESTATAL), doravante 
denominado PARCEIRO PÚBLICO, com sede à _____________ (endereço com-
pleto), neste ato representado por seu titular, _______________, (brasileiro), CPF 
nº. _________, RG nº. _________, residente e domiciliado na ________ (cidade/
estado) e a ___________________ (NOME DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE 
CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO), doravante denominada OSCIP, pessoa jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, CNPJ nº. _________, qualificada como Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público, conforme consta do processo MJ nº. _______ 
e do Despacho da Secretaria Nacional de Justiça, de __/__/__, publicado no Diário 
Oficial da União de __/__/__, neste ato representada na forma de seu estatuto por 
_______________, (brasileiro), CPF nº. _________, RG nº. ________, residente e 
domiciliado na ___________(cidade/estado) com fundamento no que dispõem a 
Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999, e o Decreto nº. 3.100, de 30 de junho de 1999, 
resolvem firmar o presente TERMO DE PARCERIA, que será regido pelas cláusulas e 
condições que seguem: 
CLÁUSULA PRIMEIRA — DO OBJETO 
O presente TERMO DE PARCERIA tem por objeto _______________________________ 
(descrição sucinta do objeto constante no Programa de Trabalho), que se realizará por 
meio do estabelecimento de vínculo de cooperação entre as partes.
CLÁUSULA SEGUNDA – DO PROGRAMA DE TRABALHO, DAS METAS, DOS INDI-
CADORES DE DESEMPENHO E DA PREVISÃO DE RECEITAS E DESPESAS
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS RESPONSABILIDADES E OBRIGAÇÕES 
I - Da OSCIP 
II - Do PARCEIRO PÚBLICO 
CLÁUSULA QUARTA – DOS RECURSOS FINANCEIROS 
CLÁUSULA QUINTA – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 
CLÁUSULA SEXTA – DA AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 
CLÁUSULA SÉTIMA – DA VIGÊNCIA E DA PRORROGAÇÃO 
CLÁUSULA OITAVA – DA RESCISÃO 
CLÁUSULA NONA – DA MODIFICAÇÃO 
CLÁUSULA DÉCIMA – DO FORO 
MODELO CONTRATO DE GESTÃO
Contrato de Gestão Modelo para serviços hospitalares, exclusivamente ambula-
toriais e outros tipos de serviços — excluindo-se laboratórios — aprovado pela 
CJ Processo n°. 001/0100/000.366/2006, por intermédio do Parecer nº. 21/2009. 
9Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor
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CONTRATO DE GESTÃO
CONTRATO QUE ENTRE SI CELEBRAM O ESTADO DE SÃO PAULO, POR INTERMÉDIO 
DA SECRETARIA DA SAÚDE,E O(A) ________ QUALIFICADO (A) COMO ORGANIZA-
ÇÃO SOCIAL DE SAÚDE, PARA REGULAMENTAR O DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES E 
SERVIÇOS DE SAÚDE, NO(A) ________ 
Pelo presente instrumento, de um lado o Estado de São Paulo, por intermédio da 
Secretaria de Estado da Saúde, com sede nesta cidade, na Av. Dr. Enéas de Carvalho 
Aguiar, nº. 188, neste ato representada pelo seu Secretário de Estado da Saúde, Dr. 
________, portador da Cédula de Identidade R.G. nº. ________, CPF nº. ________, 
doravante denominada CONTRATANTE, e de outro lado o(a) ________, com CNPJ/MF 
nº. ________, inscrito no CREMESP sob nº. ________, com endereço à Rua ________ 
e com estatuto arquivado no ..... Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob nº. 
________, do Registro Civil de Pessoas Jurídicas de São Paulo, neste ato representada 
por seu ________, Sr. ________, R.G. nº. ________, C.P.F. nº. ________, doravante 
denominada CONTRATADA, tendo em vista o que dispõe a Lei Complementar nº. 
846, de 4 de junho de 1998, e considerando a declaração de dispensa de licitação 
inserida nos autos do Processo nº. ________, fundamentada no § 1º, do artigo 6º, da 
Lei Complementar nº. 846/98, combinado com o artigo 26, da Lei Federal nº. 8.666, 
de 21 de junho de 1993 e alterações posteriores, e ainda em conformidade com os 
princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecidos na Leis Federais 
nº. 8.080/90 e nº. 8.142/90 , com fundamento na Constituição Federal, em especial 
no seu artigo 196 e seguintes, e na Constituição do Estado de São Paulo, em especial 
o seu artigo 218 e seguintes, RESOLVEM celebrar o presente CONTRATO DE GESTÃO 
referente ao gerenciamento e execução de atividades e serviços de saúde a serem 
desenvolvidos no(a) ________ cujo uso fica permitido pelo período de vigência do 
presente contrato, mediante as seguintes cláusulas e condições:
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
CLÁUSULA SEGUNDA – OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES DA CONTRATADA
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE
CLÁUSULA QUARTA – DA AVALIAÇÃO
CLÁUSULA QUINTA – DO ACOMPANHAMENTO
CLÁUSULA SEXTA – DO PRAZO DE VIGÊNCIA
CLÁUSULA SÉTIMA – DOS RECURSOS FINANCEIROS
CLÁUSULA OITAVA – CONDIÇÕES DE PAGAMENTO
CLÁUSULA NONA – DA ALTERAÇÃO CONTRATUAL
CLÁUSULA DÉCIMA – DA RESCISÃO
CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA – DAS PENALIDADES
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA – DISPOSIÇÕES FINAIS
CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA – DA PUBLICAÇÃOCLÁUSULA DÉCIMA QUARTA – DO FORO
Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor10
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BRASIL. Presidência da República. Câmara da Reforma do Estado. Plano Diretor da 
Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, DF: Presidência da República, 1995. Disponí-
vel em: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/
plano-diretor-da-reforma-do-aparelho-do-estado-1995.pdf. Acesso em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº. 3.100, de 30 de junho de 1999. 
Regulamenta a Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe sobre a qualificação 
de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá 
outras providências. Brasília, DF: 1999b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/D3100.htm. Acesso em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 91, de 28 de agosto de 1935. Determina 
regras pelas quais são as sociedade declaradas de utilidade pública. Brasília, DF: 1935. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/L0091impressao.
htm. Acesso em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe 
sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do programa 
Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a ab-
sorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras providências. Brasília, 
DF: 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9637.htm. Acesso 
em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe 
sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo 
de Parceria, e dá outras providências. Brasília, DF: 1999a. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9790.htm. Acesso em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009. 
Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; regula os 
procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social; altera a Lei nº. 
8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivos... Brasília, DF: 2009. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12101.htm. Acesso 
em: 21 fev. 2019.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº. 13.204, de 14 de dezembro de 2015. 
Altera a Lei nº. 13.019, de 31 de julho de 2014, que estabelece o regime jurídico das 
parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre 
a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua 
cooperação, para a consecução de finalidade de interesse público... Brasília, DF: 2015. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.
htm. Acesso em: 21 fev. 2019.
11Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor
C2_Contabilidade_do_Terceiro_Setor.indd 11 28/02/2019 13:49:45
BRESSER-PEREIRA. Reforma Gerencial de 1995. Disponível em: http://www.bresserpereira.
org.br/RGP.asp. Acesso em: 21 fev. 2019.
CRUZ, S. F. O terceiro setor e as organizações não governamentais. 2014. Disponível em: ht-
tps://jus.com.br/artigos/34522/o-terceiro-setor-e-as-organizacoes-nao-governamentais. 
Acesso em: 21 fev. 2019.
GRAZZIOLI, A. Titulações das Associações e Fundações em face das recentes inovações 
legislativas. 2016. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/colunas/airton-gra-
zzioli-curador-de-fundacoes-de-sao-paulo/titulacoes-das-associacoes-e-fundacoes-
-em-face-das-recentes-inovacoes-legislativas/. Acesso em: 21 fev. 2019.
OLAK, P. A.; NASCIMENTO, D. T. Contabilidade para entidades sem fins lucrativos (terceiro 
setor). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PRADO, C. Veja 10 diferenças entre Oscips e OSs. 2017. Disponível em: <https://camiloprado.
com/2017/09/11/veja-10-diferencas-entre-oscips-e-oss/>. Acesso em: 27 fev. 2019.
REVISTA FILANTROPIA. Qual a diferença entre OS e Oscip? 2008. Disponível em: <https://
www.filantropia.ong/informacao/qual_a_diferenca_entre_os_e_oscip>. Acesso em: 
27 fev. 2019.
Leituras recomendadas
CAVALCANTI, M. (org.). Gestão social, estratégias e parcerias: redescobrindo a essência da 
administração brasileira de comunidades para o terceiro setor. São Paulo: Saraiva, 2006.
VOLTOLINI, R. (org.). Terceiro setor: planejamento e gestão. São Paulo: Senac, 2004.
Titulações e/ou certificações das organizações do terceiro setor12
C2_Contabilidade_do_Terceiro_Setor.indd 12 28/02/2019 13:49:45

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