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Aula 9 1 - Cloranfenicol

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1 
AV2 – Bases farmacológicas – Prof. Ney – Fernanda Pereira - 5º período – 2021.2 - @medicomfe 
14/10/2021 
 
Introdução 
Em termos de eficácia o cloranfenicol é um excelente 
antibiótico, de amplo espectro 
Em termos de toxicidade, é um dos antibióticos mais tóxicos 
que já se teve na história. 
Nenhuma infecção tem o cloranfenicol como primeira 
escolha. Assim, o cloranfenicol é uma alternativa de segunda 
escolha para o tratamento de infecções. 
Considerações 
1947: fungos do tipo Streptomyces venezuelae foi isolado do 
solo. 
1949: iniciou-se a produção sintética do cloranfenicol. 
Em geral, o cloranfenicol tem uma estrutura simples, o que 
facilita a sua entrada no interior da célula. Inicialmente, se 
usava o cloranfenicol associado ao tianfenicol. 
Farmacocinética cloranfenicol 
Boa absorção oral e IM e pode ser usada IV; 
Cheiro bastante desagradável. 
Meia vida de 4 h; 
Boa distribuição tecidual incluindo o SNC; 
Ligação protéica baixa: de 25 a 50%; 
A partir da ligação proteica da droga deve-se pensar 
nos seguintes aspectos: 
A droga que se liga muito a proteína plasmática 
significa que pouca quantidade de droga (apenas a 
droga que está sob a forma livre) estará 
desempenhando efeito. 
Então na hora de caclular a posologia deve-se 
considerar a perda por absorção oral e a ligação à 
proteína plasmática para se alcançar a MIC 
necessária para que o efeito seja alcançado. 
A droga que se está ligada a proteína é tóxica ou 
não? Se ela não tiver toxicidade nenhuma menos 
problemas, mas se ela tiver toxicidade existe um 
problema! A quantidade da droga que está ligada a 
proteína plasmática não causa problemas, agora 
caso seja usado um outro medicamento que tenha 
maior afinidade (avidez) a proteína que a droga 
inicialmente se ligou haverá o aumento da 
concentração livre da droga, gerando efeitos 
tóxicos. Então há risco de deslocamento da 
quantidade de droga ligada para formação de mais 
droga livre. 
Volume de distribuição: aproximadamente 100L; o que 
mostra que ele fica preso em alguns tecidos. 
O VD desrespeito ao volume de distribuição da 
droga livre nos tecidos. 
Droga com VD = 42 litros, significa que a droga tem 
uma distribuição próxima ao volume de água que o 
ser humano de 7kg e 1,70m tem, ou seja, a droga é 
bem distribuída e chega aos tecidos. 
Agora, quando o VD é maior que 42 litros isso indica 
que a droga fica presa em algum tecido, e nem 
sempre isso é bom. 
Ótima penetração tecidual, inclusive líquor e olhos; 
Cruza a barreira placentária, mas produz quantidades 
negligíveis no líquido amniótico. 
Rifampicina inibe a RNA polimerase, com isso inibe 
a síntese do RNA mensageiro. 
Farmacodinâmica é como o medicamento age!! 
Cloranfenicol é tradução! 
Rifampicina inibe a síntese de RNA, e a quinolona 
que inibe a DNA girase. 
Metabolismo hepático 
Hepático, por glicuronidação (90%); o cloranfenicol precisa 
de 90% da glicuronil transferase. 
Esse era o problema da atividade avaliativa 2 que 
fizemos. Contra indicação ao uso do cloranfenicol 
Cloranfenicol 
AULA 9 – Parte 1 
 
2 AV2 – Bases farmacológicas – Prof. Ney – Fernanda Pereira - 5º período – 2021.2 - @medicomfe 
porque o paciente usava um indutor de glicuronil 
transferase. O metabolismo do cloranfenicol foi 
desastroso quando usado em crianças. Quando o 
cloranfenicol foi usado em crianças o cloranfenicol 
ele gerou a síndrome do bebê cinzento. Isso 
aconteceu porque o RN tem baixa concentração de 
glicuronil transferase, por isso ele apresentam 
icterícia. O uso em excesso de cloranfenicol 
descolava o oxigênio da hemoglobina, então o 
paciente e começou a reter co2, gerando a 
síndrome do bebê cinzento. 
Excreção renal (recirculação enterohepática) e fecal dos 
monoglicuronídeos; Então, depois dos glicuronídeos serem 
metabolizados no hepatócitos, eles caem na circulação 
sanguínea e vão ser excretados. 
A recuperação real da droga ativa, embora baixa, é suficiente 
para o trat. de ITU. 
Não há necessidade de ajustes posológicos na insuficiência 
renal; porque a toxicidade do cloranfenicol está muito mais 
relacionada com o metabolismo hepático mesmo. 
Em caso de paciente com insuficiência renal importante a 
dose deve ser reduzida e/ou o intervalo de administração 
deve ser aumentado. 
Reduzido clearance por hemodiálise ou diálise peritoneal; 
Reduzir dose e tempo de tratamento na insuficiência 
hepática avançada. 
Mecanismo de ação 
Ligação à subunidade 50S, com inibição da peptidil 
transferase 
Em geral eles competem entre si, então não é recomendado 
o uso de cloranfenicol com macrolídeo. 
Em geral é bacteriostático; mas também pode ser 
bactericida para alguns tipos de bactérias (sem relação com 
dose) 
Resistência por inativação enzimática (acetiltransferase) 
OBS: Liga-se na subunidade 50S do ribossomo em sítio 
próximo ao dos macrolídeos – incompatibilidade no uso 
correlato (rotineiro) e inibe a síntese proteica 
 
 
 
 
Atividade microbiana 
Germes típicos 
 
Germes atípicos 
 
Obs1: Cepas resistentes de salmonella, N. meningitidis, H. 
influenzae e S. pneumoniae apresentam variações regionais. 
Então, em uma região da bactéria eles são sensíveis ao 
cloranfenicol e em outras regiões não há sensibilidade. 
Obs2: A princípio o cloranfenicol não deverá ser opção inicial 
para o tratamento de qualquer síndrome clínica, com a 
possível exceção da febre tifoide em países 
subdesenvolvidos (vantagem: preço baixo). 
Mecanismos de resistência: 
Redução da permeabilidade celular; não deixa o antibiótico 
entrar. 
Mutação ribossomal; 
Acetilação (acetil - transferase); 
Obs: Transmissão plasmidial. Em todos esses três casos a 
transferência de resistência é feito por plasmídeos. 
Usos Clínicos - uso restrito 
“Nos tempos modernos o cloranfenicol será sempre uma 
escolha alternativa em todas as suas indicações clínicas... 
Usos clínicos 
Febre tifoide 
Meningite por S. pneumoniae, N. meningitidis e S. 
pneumoniae; 
Riquetsioses; 
Infecções por clamídias e micoplasmas; 
 
3 AV2 – Bases farmacológicas – Prof. Ney – Fernanda Pereira - 5º período – 2021.2 - @medicomfe 
VRE (Enterococo resistente a vancomicina); 
Profilaxia e tratamento de bioterrorismo (peste, antraz, 
tularemia) 
Na américa latina, alguns países como Bolívia, Peru, usam 
ainda cloranfenicol em muitas indicações. Custo X benefício. 
Reações adversas 
Depressão medular reversível dose - dependente (inibição 
de síntese protéica mitocondrial), ocorrendo especialmente 
nos tratamentos prolongados com doses diárias superiores 
a 4g/dia, ou nos pacientes com insuficiência hepática 
avançada. 
Geralmente, a dose diária de cloranfenicol é 2 g/ 
dia. 500 mg de 6/6hrs. Em algumas infecções mais 
graves é necessário o aumento da dose, chegando 
a 6/8g diária. 
Anemia - aplásica idiossincrásica (1: 25 a 40.000 
tratamentos); índice 13 vezes superior ao risco da população 
geral, podendo ocorrer até meses após o término do 
tratamento, (Interação fisiopatológica complexa entre o 
hospedeiro e metabólitos intermediários tóxicos do 
cloranfenicol). 
Na anemia aplásica idiossincrásica, a maioria dos pacientes 
havia recebido drogas orais, enquanto a forma de colírio 
apresentava incidência muito menor (1: 442.000); 
Leucemia linfocítica aguda e leucemia não - linfocítica? 
Anemia hemolítica em deficientes de G6PD; 
Síndrome do bebê cinzento (distensão abdominal, vômitos, 
flacidez, cianose, choque e óbito); ocorre devido à 
dificuldade de excreção por glicuronidação hepática em 
recém - natos e prematuros). Acúmulo de cloranfenicol não 
conjugado pela falta de metabolismo por glicuronidação 
desse medicamento. 
Neurite óptica geralmente reversível, associa - e a 
tratamento prolongado); 
Manifestações neurológicas diversas (neurite periférica, 
depressão, oftalmoplegia, confusão mental); 
Reações de hipersensibilidade (RARAS); 
Reações GI (náuseas, vômitos, diarreia,glossite, estomatite); 
Hemorragias em terapias prolongadas (trombocitopenia, 
redução da síntese de vitamina K intestinal por alterações da 
flora); 
Indução de ataques de porfiria em alguns pacientes (raros) 
Interações 
o Fenobarbital: redução na concentração de cloranfenicol 
em 30 a 40% e a elevação no nível sérico de fenobarbital em 
50%; O fenobarbital induz a atividade enzimática das 
enzimas que metabolizam o cloranfenicol. 
o Fenitoína: redução ou elevação na concentração de 
cloranfenicol; poderá ocorrer elevação na concentração de 
fenitoína; 
o Ciclosporina: Elevação dos níveis de ciclosporina através do 
deslocamento da proteína plasmática. Ou seja, foi 
aumentada a concentração de cloranfenicol livre, 
aumentando o efeito e a chance de toxicidade. 
o Cimetidina: possível efeito aditivo ou sinérgico para 
supressão medular; 
o Ciclofosfamida: redução da produção do metabólito ativo 
da ciclofosfamida; 
o Rifampicina / rifabutina: redução dos níveis do 
cloranfenicol; 
o Tacrolimus: elevação das concentrações séricas de 
Tacrolimus. Pode provocar uma maior imunodepressão no 
indivíduo que está usando. 
Apresentação posologia 
Cloranfenicol - (Quemicetina®, Sintomicetina® , Vixmicina® e 
mais 60 ® que contém cloranfenicol) 
Uso oral: 
Succinato de cloranfenicol: (cap de 250 e 500mg); 
Palmitato de cloranfenicol: xarope com 125mg/5ml 
Uso endovenoso: 
Cloranfenicol: frasco – ampola com 1g. 
Uso tópico: 
Pomada contendo cloranfenicol + colagenase. 
Dose padrão: 25 a 50mg/kg/dia, dividido em 4 doses; 
Meningite: 100mg/kg/dia, dividido em 4 doses; 
Neonatos e insuficiência hepática: máximo de 25mg/kg/dia, 
dividido em 4 doses. 
Em neonatos o cuidado deve ser dobrado, antes do 
uso pode-se fazer uma dosagem de bilirrubina livre. 
Se houver excesso de bilirrubina livre interpreta-se 
como redução de glicuronil transferase, alerta para 
 
4 AV2 – Bases farmacológicas – Prof. Ney – Fernanda Pereira - 5º período – 2021.2 - @medicomfe 
a síndrome do bebê cinzento. 
Obs: Duração variável conforme a síndrome clínica.

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