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HEMATOPOESE, ERITROPOESE E HEMOGRAMA

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Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
 
 
 
 
Processo pelo qual são formadas as células do sangue. 
Abrange todos os fenômenos relacionados com a 
origem, multiplicação e maturação de células 
primordiais ou precursoras das células sanguíneas. 
A porção celular do sangue é composta de eritrócitos, 
leucócitos e plaquetas. Essas 3 linhagens celulares, 
apesar de serem distintas umas das outras, são oriundas 
de uma célula-mãe única, denominada célula 
pluripotente, toipotente, stem–cell ou célula-tronco. 
Período Intra-uterino: As primeiras células sanguíneas 
surgem no período embrionário (pré-hepático), por 
volta da 7ª ou 8ª semana de vida no mesoderma do 
saco vitelínico. É chamada de fase mesoblástica e é 
caracterizada pelo desenvolvimento de eritoblastos 
primitivos e geralmente, ocorre no interior dos vasos 
sanguíneos em desenvolvimento. 
Posteriormente, o fígado funciona temporariamente 
como órgão hematopoiético – fase hepática – e é 
caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos 
granulócitos e monócitos. É muito importante durante a 
vida fetal, e tem um pico de atividade ao redor de 3 a 
4 meses de gestação, declinando gradualmente até o 
nascimento. 
Outros órgãos também vão contribuir para essa função, 
como o baço, timo e linfonodos, especialmente para 
produção de linfa. 
No 2º mês de vida intra-uterina, a clavícula já começou 
a se ossificar e tem inicio a formação de medula óssea 
vermelha em seu interior, dando início a fase medular. 
À medida que a produção hepática declina, a 
produção medular aumenta. 
A medula óssea é o sítio hematopoiético mais 
importante a partir de 6 a 7 meses de vida fetal e, 
durante a infância e a vida adulta, é a única fonte de 
novas células sanguíneas. 
Período Extra-uterino: Até os 5 anos de idade, a medula 
de todos os ossos do corpo participa desse processo. À 
medida que os anos avançam, ocorre uma substituição 
gordurosa na medula dos ossos longos, até que, na 
idade adulta, somente os ossos da pelve, esterno, ossos 
do crânio, arcos costais, vértebras e as epífises femorais 
e umerais são capazes de gerar células sanguíneas. 
A medula óssea com atividade hematopoiética é 
denominada medula óssea vermelha, devido à 
presença de grande quantidade de hemácias e 
precursores eritroides. O restante dos ossos contém a 
medula óssea amarela, preenchida por tecido adiposo, 
porém com potencial para voltar a produzir células 
sanguíneas sob determinados estímulos. 
 
 
 
 
 
Inicialmente, a célula-tronco se diferencia em 2 tipos: 
• Linhagem mieloide: hemácias, plaquetas, 
granulócitos e monócitos 
• Linhagem linfoide: linfócitos 
 
A célula progenitora mieloide se diferencia 2 tipos: um 
comprometido com a linhagem eritroide-
megacariocítica (formação de hemácias e plaquetas) 
e a outra comprometida com a linhagem granulocítica-
monocítica (formação dos granulócitos e monócitos). 
O precursor eritroide-megacariocítico se diferencia, 
dando origem aos progenitores eritroides (eritroblastos) 
e aos progenitores da linhagem megacariocítica 
(megacarioblastos). Cada eritroblasto sofre um 
processo de maturação, transformando-se no final em 
uma hemácia. 
Cada megacarioblasto origina um megacariócito, 
célula grande (maior da medula óssea), multinucleada, 
de cujo citoplasma se desprenderão várias plaquetas. 
O precursor granulocítico-monocítico se diferencia nos 
progenitores granulocíticos (mieloblastos) e 
monocíticos (monoblastos). Existem 3 tipos de 
mieloblasto, cada um originando um dos 3 tipos de 
granulócito: neutrófilo, eosinófilo ou basófilo. O 
monoblasto dá origem ao monócito. Esta célula 
transforma-se em macrófago (histiócito) quando 
penetra no tecido conjuntivo dos diversos órgãos. 
Problema 1 - Hemograma 
HEMATOPOESE 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
A célula progenitora linfoide se diferencia em 2 tipos 
celulares: um comprometido com a formação dos 
linfócitos B e outro comprometido com a formação dos 
linfócitos T. 
O precursor B origina o linfócito B maduro na própria 
medula óssea, enquanto o precursor T caminha através 
da corrente sanguínea até o timo, onde termina a sua 
maturação em linfócito T maduro. Os linfócitos maduros 
(tanto B quanto T) irão se concentrar nos tecidos 
linfoides do organismo (linfonodos, baço e MALT). 
À medida que os precursores vão se diferenciando, dão 
origem a células comprometidas com a formação de 
uma determinada linhagem hematológica. Essas 
células recebem o nome de “Unidades Formadoras de 
Colônia” (CFU). EX. CFU-E/Mega é da célula progenitora 
eritroide-megacariocítica, e a CFU-G/M é a célula 
progenitora granulocítica-monocítica. 
Os elementos maduros do sangue possuem uma vida 
limitada, devendo ser constantemente repostos. A vida 
média de uma hemácia gira em torno de 120 dias. As 
plaquetas vivem cerca de 7-10 dias, e os granulócitos, 
6-8 horas. Os linfócitos possuem uma vida média 
prolongada, comumente de muitos anos. 
A produção de cada linhagem celular hematológica é 
regulada de forma independente, de acordo com a 
necessidade fisiológica do organismo. As IL e os fatores 
de crescimento – CSF (Fatores Estimuladores de Colônia) 
são os principais mediadores da hematopoiese, 
existindo, para cada linhagem celular, IL ou fatores 
específicos, como a eritropoietina e o GM-CSF. 
A eritropoietina é uma substância peptídica produzida 
no parênquima renal, pelas células tubulares proximais, 
em reposta à hipóxia tecidual. Funciona como um 
hormônio regulador da produção de hemácias, 
estimulando os progenitores eritroides a formar mais 
eritroblastos na medula óssea. 
O GM-CSF é o fator estimulador de colônia de 
granulócitos e monócitos, produzido pelos macrófagos, 
fibroblastos e células endoteliais dos diversos tecidos do 
corpo, em reposta à inflamação. Ele estimula a 
formação de mieloblastos e monoblastos, culminando 
numa maior produção de neutrófilos e monócitos. 
➲ A formação dos indutores de crescimento e de 
diferenciação é controlada por fatores externos à 
medula óssea. Ex. No caso de hemácias, a exposição 
do sangue a baixas concentrações de O2, por longo 
período, resulta na indução do crescimento, da 
diferenciação e da produção de número muito 
aumentado de hemácias. No caso de alguns 
leucócitos, as doenças infecciosas causam 
crescimento, diferenciação e formação final de tipos 
específicos de leucócitos necessários ao combate de 
cada infecção. 
 
 
A principal função das hemácias, consiste no transporte 
de Hb, que leva O2 dos pulmões para os tecidos. 
Quando a Hb fica livre no plasma, cerca de 3% do total 
dela se extravasa, através da membrana capilar para o 
espaço intersticial, ou através da membrana glomerular 
do rim para o filtrado glomerular, a cada vez que o 
sangue passa pelos capilares. Sendo assim, ela deve 
permanecer dentro dos glóbulos vermelhos para 
executar eficazmente as suas funções. 
As hemácias desempenham outras funções, além do 
transporte da Hb. Por exemplo, contêm grande 
quantidade de anidrase carbônica – enzima que 
catalisa a reação reversível entre o CO2 e a água para 
formar H2CO3 – aumentando a velocidade dessa 
reação. E essa rapidez, possibilita que a água do 
sangue transporte quantidade enorme de CO2 na 
forma de íon bicarbonato, dos tecidos para os pulmões, 
onde é reconvertido em CO2 e eliminado para a 
atmosfera como produto do metabolismo corporal. A 
Hb nas células é excelente tampão ácido-base (como 
é o caso da maioria das proteínas); devido a isso, a 
hemácia é responsável pela maior parte da 
capacidade do tamponamento ácido-base de todo o 
sangue. 
No homem saudável, o número médio de hemácias por 
milímetro cúbico é de 5.200.000 (±300.000); e, na mulher, 
é de 4.700.000 (±300.000). Pessoas que vivem em 
grandes altitudes apresentam número maior de 
hemácias. 
PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS 
A medula óssea de quase todos os ossos produz 
hemácias até que apessoa atinja a idade de 5 anos. A 
medula óssea dos ossos longos, exceto pelas porções 
proximais do úmero e da tíbia, fica muito gordurosa, 
deixando de produzir hemácias aproximadamente aos 
20 anos de idade. Após essa idade, a maioria das 
hemácias continua a ser produzida na medula óssea 
dos ossos membranosos, como vértebras, esterno, 
costelas e íleo. Mesmo nesses ossos, a medula passa a 
ser menos produtiva com o avanço da idade. 
ESTÁGIO DE DIFERENCIAÇÃO DAS HEMÁCIAS 
Esse processo dura certa de 8 dias. 
A primeira célula que pode ser identificada como 
pertencente à linhagem vermelha é o Pró-Eritroblasto – 
seu núcleo se encontra 4x maior que o do citoplasma. 
Na 2ª fase, com a célula um pouco menor, é visto o 
Eritroblasto Basófilo com o citoplasma mais azulado e 
em igualdade com o núcleo. 
Na 3ª fase, é visto o Eritroblasto Policromático com o 
núcleo 4x < que o citoplasma. Nesse momento, a 
produção de Hb já se faz presente de forma 
significativa, garantindo um tom lilás ao citoplasma. 
O aumento da síntese de hemoglobina faz a célula 
chegar à forma de Eritroblasto Ortocromático. Seu 
tamanho está bem reduzido, com o citoplasma 
acidófilo e com o núcleo menor 8x comparado ao 
citoplasma, além de bem centralizado e condensado. 
ERITROPOESE 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
Após essa fase, acontece o processo de Extrusão 
Nuclear, que vai “jogar fora” o núcleo. 
Com a perda do núcleo, encerra a produção de novos 
RNAs para produção de Hb e as poucas organelas e 
RNAs que sobraram, existirão por volta de 3 dias. 
Essas estruturas podem ser observadas em uma 
coloração específica em forma de retículos. Essa nova 
forma celular é conhecida como Reticulócito – forma 
bicôncava. 
Por fim, já liberada na corrente sanguínea, preenchido 
de Hb, esta o Eritrócito, que viverá por cerca de 120 dias. 
A principal regulação desse processo, ocorre pela ação 
hormonal da eritropoetina, a qual atua ate a fase de 
eritroblasto basófilo. Sua regulação é para que: 
• Um número adequado de hemácias sempre 
esteja disponível para o transporte adequado 
de O2 dos pulmões para os tecidos; 
• As células não sejam tão numerosas a ponto de 
impedir o fluxo sanguíneo. 
 
A nutrição também é fundamental – ferro, folato, B12 – 
pois são essenciais para uma eritropoese eficiente, o 
que proporciona proliferações mitóticas até a fase 
policromática, ou seja, várias divisões celulares, levando 
a diminuição do tamanho da célula e garantindo mais 
eritrócitos ao termino desse processo. 
 
FATORES QUE AUMENTAM A PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS 
As condições que causem diminuição da quantidade 
de O2 transportado para os tecidos normalmente 
aumentam a intensidade da produção de hemácias. 
Assim, quando a pessoa fica extremamente anêmica, 
como consequência de hemorragia ou de outra 
condição, a medula óssea, de imediato, inicia a 
produção de grande quantidade de hemácias. 
Além disso, a destruição de grandes porções de medula 
óssea, em especial por Rx, acarreta hiperplasia da 
medula óssea em uma tentativa de suprir a demanda 
por hemácias pelo organismo. 
Nas grandes altitudes, onde a quantidade de O2 no ar 
está bastante diminuída, o O2 é transportado para os 
tecidos em quantidade insuficiente e ocorre aumento 
significativo da produção de hemácias. Nesse caso, 
não é a concentração de hemácias no sangue que 
controla sua produção, mas, sim, a quantidade de O2 
transportado para os tecidos, em relação à demanda 
tecidual por O2. 
Diversas patologias circulatórias que causam a redução 
do fluxo sanguíneo tecidual e particularmente as que 
promovem redução da absorção de O2 pelo sangue, 
quando passa pelos pulmões, podem também 
aumentar a intensidade de produção de hemácias. 
Esse resultado é especialmente aparente na 
insuficiência cardíaca crônica e em muitas doenças 
pulmonares, nas quais a hipoxia tecidual, resultante 
dessas condições, aumenta a produção das hemácias, 
com o consequente aumento do hematócrito e em 
geral do volume total de sangue. 
O principal estímulo para a produção de hemácias nos 
estados de baixa oxigenação é a eritropoetina. Em sua 
ausência, a hipoxia tem pouco ou nenhum efeito sobre 
a estimulação da produção eritrocitária. Entretanto, 
quando o sistema da eritropoetina está funcional, a 
hipoxia promove aumento importante da produção de 
eritropoetina e ela vai aumentar a produção 
eritrocitária até o desaparecimento da hipoxia. 
FORMAÇÃO DA ERITROPOETINA 
Normalmente, cerca de 90% de toda eritropoetina é 
produzida pelos rins, sendo a restante formada, em sua 
maior parte, no fígado. 
A hipoxia do tecido renal leva ao aumento dos níveis 
teciduais do fator induzível por hipoxia 1 (HIF-1), que 
serve como fator de transcrição para grande número 
de genes induzíveis por hipoxia, incluindo o gene da 
eritropoetina. O HIF-1 se liga a elemento de resposta a 
hipoxia, residente no gene da eritropoetina, induzindo a 
transcrição de RNA mensageiro e, por último, 
aumentando a síntese de eritropoetina. 
Algumas vezes, a hipoxia, em outras partes do 
organismo, mas não nos rins, também estimula a 
secreção renal de eritropoetina, o que sugere a 
existência de algum tipo de sensor não renal que envia 
sinal adicional para os rins, para a produção desse 
hormônio. Em particular, tanto a norepinefrina quanto a 
epinefrina, além de diversas prostaglandinas, estimulam 
a produção de eritropoetina. 
Quando os 2 rins são removidos ou destruídos por 
doença renal, a pessoa fica muito anêmica, visto que 
os 10% de eritropoetina normal produzidos em outros 
tecidos (sobretudo no fígado) só são suficientes para 
estimular de 33% a 50% da produção eritrocitária 
necessária ao organismo. 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
 
ESTIMUALAÇÃO DA ERITROPOETINA SOBRE AS HEMÁCIAS 
O efeito principal da eritropoetina consiste na 
estimulação da produção de proeritroblastos a partir 
das células-tronco hematopoéticas na medula óssea. 
Após a formação dos proeritroblastos, ela também 
estimula a diferenciação mais rápida dessas células 
pelos diferentes estágios eritroblásticos, em relação ao 
processo normal, acelerando ainda mais a produção 
de novas hemácias. A rápida produção de células 
continua, contanto que a pessoa permaneça no 
estado de baixo teor de O2 ou até que hemácias 
suficientes tenham sido produzidas para transportar 
quantidades adequadas de O2 para os tecidos, apesar 
da baixa concentração de O2; nesse momento, a 
intensidade da produção de eritropoetina diminui para 
o nível adequado para manter a quantidade 
necessária de hemácias sem nenhum excesso. 
Na ausência de eritropoetina, ocorre formação de 
poucas hemácias pela medula óssea. 
NUTRIENTES NA MATURAÇÃO DAS HEMÁCIAS 
As células eritropoéticas estão entre as mais rápidas no 
crescimento e reprodução devido a sua necessidade 
de reposição de hemácias. Com isso, sua maturação e 
intensidade de produção são afetadas pelo estado 
nutricional da pessoa. 
A vitamina B12 e o ácido fólico, são muito importantes 
para a maturação final dessas células. São essenciais à 
síntese de DNA, visto que, por modos diferentes, são 
necessárias para a formação de trifosfato de timidina. 
Com isso, a deficiência de B12 ou de ácido fólico resulta 
em diminuição do DNA e, consequentemente, na falha 
da maturação nuclear e da divisão celular. Além disso, 
as células eritroblásticas, além de não conseguirem se 
proliferar com rapidez, produzem hemácias maiores 
que as normais – macrócitos – com membrana frágil, 
irregular, grande e ovalada em vez do disco bicôncavo. 
Essas células recém-formadas, após entrarem na 
circulação sanguínea, são capazes de transportar 
normalmente O2, porém sua fragilidade faz com que 
tenham sobrevida curta, de metade a 1/3 da normal. 
Assim, a deficiência provoca falha de maturação 
durante o processo da eritropoese. 
FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA 
A síntese de Hb começa nos proeritroblastose 
prossegue até mesmo no estágio de reticulócitos. 
Portanto, quando os reticulócitos deixam a medula 
óssea e penetram na corrente sanguínea, continuam 
formando quantidades diminutas de Hb, até que após 
1 dia ou + se transformem em hemácias maduras. 
Em primeiro lugar, a succinil-CoA, que se forma no ciclo 
de Krebs, se liga à glicina para formar a molécula de 
pirrol. Com isso, 4 pirróis se combinam para formar 
protoporfirina IX que se combina com o ferro, para 
formar a molécula do heme. 
Por fim, cada molécula de heme se combina com a 
globina, sintetizada pelos ribossomos, formando a 
subunidade da hemoglobina referida como cadeia de 
hemoglobina. E então, 4 dessas cadeias se ligam 
frouxamente para formar a molécula completa de 
hemoglobina. 
 
A característica mais importante da molécula de Hb 
consiste em sua capacidade de combinação, frouxa e 
reversível, com o O2. Em relação à respiração, a função 
primária da Hb no organismo reside em sua 
capacidade de se combinar com o O2 nos pulmões e 
depois liberá-lo, imediatamente, nos capilares teciduais 
periféricos, onde a tensão gasosa do O2 é muito mais 
baixa que nos pulmões. 
METABOLISMO DO FERRO 
A quantidade total de ferro no corpo é, em média, de 
4 a 5g, com cerca de 65% na forma de Hb. Cerca de 4% 
estão na forma de mioglobina, 1% na forma de vários 
compostos heme que promovem a oxidação 
intracelular, 0,1% está combinado com a proteína 
transferrina no plasma sanguíneo, e 15-30% estão 
armazenados para uso futuro, em sua maior parte no 
sistema reticuloendotelial e nas células 
parenquimatosas do fígado, sobretudo na forma de 
ferritina. 
Quando o ferro é absorvido pelo intestino delgado, ele 
imediatamente se combina, no plasma sanguíneo, com 
a beta globulina apotransferrina para formar 
transferrina, que é, em seguida, transportada pelo 
plasma. O ferro, na transferrina, está ligado frouxamente 
e, por isso, pode ser liberado para qualquer célula, em 
qualquer ponto do corpo. O excesso de ferro no sangue 
é depositado, de modo especial, nos hepatócitos, e, 
em menor quantidade, nas células reticuloendoteliais 
da medula óssea. 
No citoplasma das células, o ferro se combina 
principalmente com a proteína apoferritina, formando 
ferritina, que pode conter de pequenas a grandes 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
quantidades de ferro. Esse ferro armazenado, sob a 
forma de ferritina, é referido como ferro de depósito. 
Pequenas quantidades de ferro no reservatório de 
depósito são armazenadas sob forma extremamente 
insolúvel, denominada hemossiderina. Isso ocorre, de 
modo particular, quando a quantidade total de ferro no 
organismo é superior à que pode ser acomodada no 
reservatório de depósito da apoferritina. 
Quando a quantidade de ferro no plasma diminui, 
parte do ferro no depósito de ferritina é mobilizada com 
facilidade e transportada sob forma de transferrina pelo 
plasma para as áreas do corpo onde é necessária. A 
característica singular da molécula de transferrina 
consiste em sua forte ligação aos receptores das 
membranas celulares das hemácias na medula óssea. 
Em seguida, juntamente com o ferro ligado, ela é 
ingerida pelo eritroblasto por endocitose. Nos 
eritroblastos, ela libera diretamente o ferro para as 
mitocôndrias, onde o heme é sintetizado. 
Nas pessoas que não têm quantidade adequada de 
transferrina no sangue, a deficiência do transporte de 
ferro para os eritroblastos pode provocar anemia 
hipocrômica grave (ex. hemácias contendo 
quantidade de Hb muito menor que a normal). 
Quando as hemácias completam seu tempo de vida de 
120 dias e são destruídas, a Hb liberada pelas células é 
fagocitada pelas células do sistema de monócitos-
macrófagos. O ferro é liberado e em sua maior parte 
armazenado no reservatório de ferritina para ser usado 
conforme seja necessário, para formação de nova 
molécula de Hb. 
Perda Diária de Ferro – O homem excreta 0,6 mg de 
ferro/dia, principalmente nas fezes. Na mulher, a perda 
adicional sanguínea menstrual leva, a longo prazo, à 
média de 1,3 mg/dia. 
ABSORÇÃO DO FERRO NO TRATO INTESTINAL – 
O fígado secreta quantidades moderadas de 
apotransferrina na bile, que flui pelo ducto biliar até o 
duodeno. No intestino delgado, a apotransferrina se liga 
ao ferro livre e também a certos compostos férricos, 
como a Hb e a mioglobina da carne, que constituem as 
2 fontes + importantes de ferro da dieta. Essa 
combinação é referida como transferrina, que é atraída 
e se liga a receptores na membrana das células 
epiteliais intestinais. Em seguida, pelo processo de 
pinocitose, a molécula de transferrina, com seu 
armazenamento de ferro, é absorvida pelas células 
epiteliais e liberada para os capilares sanguíneos 
situados abaixo dessas células, sob a forma de 
transferrina plasmática. 
A absorção de ferro no intestino é extremamente lenta, 
com máximo de apenas alguns mg/dia. Essa 
velocidade lenta de absorção significa que, mesmo 
quando grande quantidade de ferro está presente na 
dieta, somente pequena proporção pode ser 
absorvida. 
ROMPIMENTO DAS HEMÁCIAS 
Quando a membrana das hemácias fica frágil, a célula 
se rompe durante sua passagem por algum ponto 
estreito da circulação. Muitas das hemácias se 
autodestroem no baço, onde os espaços entre as 
trabéculas estruturais da polpa vermelha, pelos quais 
deve passar a maioria das hemácias medem apenas 3 
micrômetros de largura, em comparação ao diâmetro 
de 8 micrômetros das hemácias. Quando o baço é 
removido, o número de hemácias anormais e de células 
senis circulantes no sangue aumenta. 
DESTRUIÇÃO DA HEMOGLOBINA POR MACRÓFAGOS 
Quando as hemácias se rompem e liberam Hb, ela é 
fagocitada, praticamente de imediato, pelos 
macrófagos em muitas partes do organismo, mas de 
modo especial pelas células de Kupffer, no fígado, e 
pelos macrófagos, no baço e na medula óssea. No 
decorrer das próximas horas a dias, os macrófagos 
liberam o ferro da Hb de volta para o sangue, para ser 
transportado pela transferrina até a medula óssea, para 
produção de novas hemácias, ou para o fígado e 
outros tecidos, para armazenamento sob a forma de 
ferritina. A porção porfirina da molécula de Hb é 
convertida pelos macrófagos por meio de diversas 
etapas no pigmento biliar bilirrubina, que em seguida é 
secretada pelo fígado na bile. 
 
 
Exame utilizado para avaliar as 3 linhagens sanguíneas: 
hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos 
brancos) e plaquetas. 
O jejum para coleta deve ser de no mínimo 4 horas, com 
exceção para bebês que pode ser de 1 a 2 horas no 
mínimo. A coleta deve ser feita de sangue venoso. 
Paras realizar o hemograma se tem 2 meios de fazer a 
contagem e avaliação de células, sendo da forma 
automatizada através de computador e equipamentos 
eletrônicos ou através da forma manual pela contagem 
através de microscópio. 
Na análise não automatizada, são usados 3 
equipamentos: microscópio, centrífuga ou 
microcentrífuga e espectrofotômetro ou 
fotocolorímetro. Através do microscópio são feitas as 
contagens de eritrócitos, leucócitos (total e diferencial) 
e de plaquetas, usando câmara de Neubauer e lâmina 
corada. A centrífuga fornece o valor do hematócrito, 
enquanto que o espectrofotômetro ou fotocolorímetro 
permite a leitura da Hb. 
Na análise automatizada, os aparelhos mais simples têm 
por base o princípio da impedância, ou seja, a 
formação de corrente elétrica entre 2 eletrodos; 
quando uma célula atravessa a corrente elétrica é 
gerado um impulso elétrico que é quantificado, 
conforme o diâmetro que se dá especificamente para 
eritrócitos, leucócitos ou plaquetas. Porém, alguns 
aparelhos não contam células imaturas e podem levar 
a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O 
esfregaço deve ser avaliado por pessoal experiente. 
HEMOGRAMA 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadasbaseando-se em seu tamanho ou através de suas 
características. Quando a contagem é baseada no 
tamanho das células, o aparelho as diferencia por 3 
tipos: células pequenas (linfócitos), células médias 
(neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células grandes 
(monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma 
contagem manual de células pois não diferencia as 
células de tamanho médio, podendo omitir uma 
eosinofilia por exemplo. Os que utilizam o método de 
características das células são mais precisos. 
Em relação a série vermelha, o aparelho mede a 
quantidade de Hb, o número de hemácias e o tamanho 
das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao 
valor do hematócrito, e os outros índices 
hematimétricos. 
Análise do esfregaço – O esfregaço sanguíneo bem 
feito é composto por 3 partes: espessa, medial e fina. A 
coloração é feita com corantes que tem em sua 
composição o azul de metileno, a eosina e o metanol. 
Há vários tipos de métodos: Leishman, Giemsa, etc. A 
melhor análise se consegue na porção média do 
esfregaço, enquanto que na porção fina os eritrócitos e 
leucócitos aparecem geralmente com deformações 
artefatuais. As morfologias de eritrócitos, leucócitos e 
plaquetas devem ser mentalizadas na seguinte 
sequência de considerações: a) tamanho; b) forma; c) 
coloração celular; d) inclusões. 
 
ERITROGRAMA 
Exame que avalia a serie vermelha do sangue pela 
quantificação de valores de hematócrito (Ht), 
hemoglobina (Hb), volume corpuscular médio (VCM), 
concentração de hemoglobina corpuscular média 
(CHCM), e red cell distribution width (RDW). É usado 
para identificação e avaliação de anemias. 
- Hematimetria: é a contagem de eritrócitos. 
Valores de referência: 
• Homens: 5 – 5,5 milhões/mm³ 
• Mulheres: 4,5 – 5 milhões/mm³ 
Residentes em áreas muito acima do nível do mar, pelo 
estímulo à síntese de Eritropoietina causado pela baixa 
tensão de oxigênio têm elevação da ordem de 0,15 a 
0,25 M/mm³ por Km de altitude. 
A diferença entre os sexos é de causa hormonal. 
➔ Ht: índice definido pelo volume de todas as hemácias 
de uma amostra sobre o volume total desta amostra. 
Obedece a regra de ter seu valor equivalente a: 3x Hb. 
Valores de referência: Homens: 40 – 50% / Mulheres: 
36 – 45% 
➔ Hb: faz o transporte de O2 para as células. 
Caracteriza a existência de Anemia – “Estado em que a 
concentração de Hb se encontra abaixo dos valores 
normais, frequentemente acompanhada da queda do 
Ht e da contagem de hemácias”. 
Valores de referência: 
• Homens: 13,5-17 g/dl 
• Mulheres: 12-15 g/dl 
• Crianças de 1 a 2 anos: Limite < 9,5 g/dl 
(Anemia fisiológica da infância) 
➔ VCM: é o índice que ajuda na observação do 
tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se 
pequenas são consideradas microcíticas, se grandes 
consideradas macrocíticas e se são normais, 
normocíticas. 
Auxilia no diagnóstico das Anemias, demonstrando o 
tamanho das hemácias: 
Valores de referência: 80 – 100 Fl 
• VCM < 80 – pequenas: MICROCÍTICAS 
• VCM < 100 – grandes: MACROCÍTICAS 
• VCM 80-100 – NORMOCÍTICAS 
➔ HCM: medida da quantidade média de Hb por 
eritrócito. 
Auxilia no diagnóstico das Anemias, demonstrando a 
coloração das hemácias pela Hb: 
Valores de referência: 28 – 32 pG 
• HCM < 28 – HIPOCRÔMICA 
• HCM > 32 – HIPERCRÔMICA 
• HCM 28-32 – NORMOCRÔMICA 
➔ CHCM: concentração média (massa/volume) da Hb 
dentro de uma hemácia. Calculada pelo quociente do 
HCM pelo VCM. 
 
Valores de referência: 32-35 g/dl 
• < Hipocrômia – talassemia beta maior, anemia 
ferropriva grave 
• > Hipercrômia – esferocitose 
➔ RDW: índice que indica a anisocitose (variação de 
tamanho das hemácias). 
Valores de referência: 10 – 14% 
Tem relevância para realizar o diagnóstico diferencial 
das anemias por diferentes sínteses de hemoglobina. 
Quando um paciente com anemia (Hb abaixo do valor 
padrão) se apresenta com o VCM e HCM diminuídos, 
denomina-se anemia microcítica e hipocrômica; se o 
VCM e HCM estiverem dentro dos valores da faixa de 
normalidade, é a anemia normocítica e normocrômica; 
e se o VCM estiver elevado sem elevação do HCM é 
anemia macrocítica. 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
O índice CHCM nem sempre está diminuído nas 
anemias, entretanto observa-se sua diminuição em 
casos graves de hipocromia (ex.: talassemia beta maior, 
anemia ferropriva grave). Por outro lado, sua elevação 
quase sempre está relacionada com elevado número 
de eritrócitos esferócitos (ex.: esferocitose hereditária). 
O índice RDW tem importância quando está 
aumentado acima do padrão e é indicativo de 
anisocitose. 
A avaliação qualitativa dos eritrócitos complementa o 
eritrograma e sua análise obedece a uma sequência 
analítica: tamanho (anisocitose), forma (poiquilocitose), 
coloração (hipocromia e hipercromia) e inclusões. 
 
- Contagem de Reticulócitos: 
Reticulócitos são células precursoras das hemácias 
representando cerca de 0,5-2% do total de células 
vermelhas circundantes. 
Sua contagem pode ser pedida quando há diminuição 
do número de hemácias, da Hb e do hematócrito, e o 
médico quer avaliar a função da medula óssea. 
A presença de reticulocitose indica 2 grandes grupos de 
anemia: 
→ Anemias hemolíticas 
→ Anemia por hemorragia aguda 
Originam-se por perda periférica de hemácias sem 
comprometimento da medula, na tentativa de corrigir 
a anemia, ocorre intensa proliferação medular da 
linhagem vermelha, com consequente aumento de 
hemácias jovens. Medula hiperproliferativa. 
Classifica as anemias em: 
• HIPOPROLIFERATIVAS – Não há reticulocitose 
• HIPERPROLIFERATIVAS – Há reticulocitose 
A contagem de reticulócitos em valor absoluto 
(reticulócitos/μL de sangue), é a que deve ser 
considerada e interpretada. 
A contagem de reticulócitos é relevante para 
classificação fisiopatológica da anemia e permite 
avaliar a capacidade de eritropoiese da medula óssea. 
Valores de referência: 
• Criança – relativo de 0,5 a 3,1% e absoluto de 
50.000 – 310.000/ul 
• Mulheres adultas: relativo de 0,5 a 2,5% e 
absoluto de 50.000 – 250.000/ul. 
• Homens adultos; relativo de 0,5 a 1,5% e 
absoluto de 50.000 – 150.000/ul. 
LEUCOGRAMA 
Avalia os leucócitos. Quantifica o número de neutrófilos, 
bastões ou segmentados, linfócitos, monócitos, 
eosinófilos e basófilos encontrados no sangue. 
CONTAGEM TOTAL DE LEUCÓCITOS – Valores de 
referência: 5000 -1000 leucócitos. 
Quando os valores dos leucócitos estão aumentados, se 
chama leucocitose e, pode ser causada por uma 
infecção e até leucemia. Quando os leucócitos estão 
diminuídos, chama-se leucopenia, que pode ser 
causada pelo uso de medicamentos ou quimioterapia. 
Especialmente a leucocitose deve ser adjetivada em 
discreta (ou leve), moderada e acentuada, de acordo 
com os valores do leucograma. Ela pode ocorrer 
basicamente em 3 situações: 
→ Leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é 
comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios 
físicos e na febre. 
→ Leucocitose reativa – relacionada com o aumento 
de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, 
inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; 
→ Leucocitose patológica – relacionada a doenças 
mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia 
vera, mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias 
linfóides e alguns linfomas). 
Fumo e obesidade causam aumento de +- 1.000 
leucócitos/µL (neutrófilos) na contagem; contagens > 
10.000/µL são comuns. O café, em doses elevadas, 
causa leucocitose. A contagem não varia com o ciclo 
menstrual. 
CONTAGEM TOTAL DE NEUTRÓFILOS – valores de 
referência: 1.500 a 7.000/ul divididos em segmentados e 
bastonetes. 
Descargas adrenérgicas mobilizam o pool marginal e 
causam neutrocitose (ou neutrofilia) (exercício físico, 
pânico e choro da criança, corticoides). 
Neutropenia (ou neutrocitopenia) persistentemente 
<1.000/μL, como regra, representam problema 
hematológico; >1.000/μL, geralmente não. Nunca levar 
em consideração uma neutropenia isolada (com 
eritrócitos e plaquetas normais) sem antes confirmá-la 
em hemogramas repetidos. 
Bastonetes: relativo <5 ou <7%, absoluto até 400-600/uL 
para adultos. Nos primeiros dias de vida os relativos vão 
até 10-15% e os absolutos de 1.500-3.000/uL. 
Segmentados: 1.800 a 7.500/uL e de 45 a 75%. 
CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS – valores de 
referência: 1000 a 4000/ul e de 20 a 40%. 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
Nos primeiros anos de vida pode ocorrer entre 10.000-
18.000. Entre 3 e 8 anos, até 8.000; dessa idade em 
diante os linfócitos diminuem até os 15-16 anos, quando 
se estabelecem os limites de referência próprios do 
adulto. 
Linfocitose ocorre em infecções virais, leucemia 
linfocítica crônica, esplenectomia e em raras infecções 
bacterianas. 
Linfopenia é uma resposta passageira à ativação do 
eixo hipófise/suprarrenal, daí ocorre no estresse de 
qualquer origem, junto com eosinopenia. Há também 3 
a 4 semanas após a vacinação para a gripe. É também 
acompanhante da neutrofilia das doenças 
inflamatórias/infecciosas graves; nas agudas (abdômen 
agudo, pneumonia), nota-se após 48 horas de 
evolução. Em casos de sepse, parece correlacionar-se 
negativamente com o prognóstico. Ocorre também na 
radioterapia, lúpus, medicamentos imunossupressores, 
idosos etc. 
CONTAGEM TOTAL DE EOSINÓFILOS – valores de 
referência: entre 40 a 500/uL e de 1 a 5%. 
Há eosinofilia quando > 500, ocorrendo em processos 
alérgicos e parasitoses, radioterapia, leucemias. 
Há eosinopenia nos casos em que há estimulo do eixo 
hipófise/suprarrenal (desde estresse diário até começo 
de doenças infeccionas). O tratamento com doses 
farmacológicas de corticoides causa eosinopenia. 
CONTAGEM TOTAL DE BASÓFILOS – valores de 
referência: entre 0-200/uL e de 0-2%. Aumenta em 
reações alérgicas. 
CONTAGEM TOTAL DE MONÓCITOS – valores de 
referência: entre 120-1.000/uL e de 3-10%. 
Aumento pode indicar infecções virais, leucemia e após 
quimioterapia. Monocitose acompanha neutrofilia nos 
processos inflamatórios. 
Monocitopenia é um achado incomum. Deve ser 
confirmado prorrogando-se a observação até 200-300 
leucócitos, já que o limite de referência inferior é baixo. 
Na anemia aplástica, há monocitopenia junto com a 
neutropenia, daí a maior gravidade das infecções. 
 
PLAQUETOGRAMA 
São células sanguíneas formadas na medula óssea 
derivadas da fragmentação dos megacariócitos. 
Possuem forma discóide, são anucleadas e tem um 
tempo de vida médio de 9-12 dias. 
É fundamental no processo inicial da hemostasia com 
participação na coagulação sanguínea, ou seja, 
funcionam como tampões formando os coágulos 
sanguíneos. Por isso a contagem de plaquetas e sua 
análise morfológica são muito importantes. Outra coisa 
importante também é a sua qualidade. Algumas 
doenças relacionadas à má qualidade das plaquetas 
no sangue são: Doença de Von Willebrand; Síndrome 
de Scott; Trombastenia de Glanzmann e a Síndrome de 
Bernard-Soulier. 
As plaquetas são observadas em relação a quantidade 
e ao seu tamanho. 
Valores de referência:150.000 – 400.000 
• Elevação: Trombocitose 
• Diminuição: Trobocitopenia 
 
INTERFERÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS E FISILÓGICOS 
Sexo – Nos homens, os andrógenos aumentam a 
sensibilidade do tecido do eritroblasto a eritropoietina, 
a castração leva a anemia. Nas mulheres, os estrógenos 
causam uma desestimulação da eritropoiese, após a 
menopausa ocorre uma elevação no nível de 
eritropoiese 
Idade – Na criança, é normal a ocorrência de 
leucocitose fisiológica quando comparado aos níveis 
dos adultos, com predomínio de células mononucleares 
Nos idosos, é comum observar uma diminuição de Hb 
em homens. 
Ambiente e Comorbidades – 
Altitude: pelo estímulo a síntese de eritropoietina, causa 
uma elevação dos níveis dos eritrócitos 
Doença Renal Crônica: devido a perda de produção 
de massa renal, sítio principal de produção 
eritropoietina. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO PELA BIOMETRIA DO ERITRÓCITO – 
Anemia Microcítica Hipocrômica: 
• Microcitose – VCM < 80 Fl 
• Hipocromia – HCM < 28 pg e/ou CHCM < 32g/dl. 
Causas: anemia ferropriva; talassemia; anemia da 
doença crônica de longa duração (VCM não chega 
abaixo de 75 fL); anemia sideroblástica (forma 
hereditária); anemia do hipotireoidismo. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS 
Lúria Niemic – MED UNIC 34 
 
Anemia Macrocítica: 
• VCM > 100 fL 
Causas: a clássica é a anemia megaloblástica 
(carência de folato e/ou B12) – nela se observa os 
maiores níveis de VCM, na faixa de 110-140 fL. Pode 
estar presente também nas síndromes mielodisplásicas, 
incluindo forma adquirida da anemia sideroblástica; 
anemia aplasica; etilismo; drogas do tipo AZT e 
metotrexate; anemia da hepatopatia crônica; anemia 
do hipotireoidismo; anemias hemolíticas (excutando-se 
as talassemias); anemia da hemorragia aguda. As 2 
ultimas cursam com reticulocitose importante. Pode ser 
confundida com macrocítica pelos reticulócitos serem 
hemácias de tamanho maior. 
Anemia Normocítica Normocrômica: 
Causas: anemia ferropriva, fase inicial; anemia de 
doença crônica; anemia da IRC; anemia da 
hepatopatia crônica; anemia das endocrinopatias – 
hipotireoidismo, hipoadrenalismo; anemia aplasica; 
mielodisplasias; ocupação medular – mielofibrose 
idiopática, leucemias, câncer metastático, infecção 
disseminada; anemias hemolíticas; anemia por 
sangramento agudo; anemia multicarencial – ferropriva 
e megaloblástica. 
CLASSIFICAÇÃO PELA PATOGÊNESE – 
- Hiper-regenerativas: quando têm uma causa 
periférica, e o Hb mostra sinais de resposta eritropoética 
medular apropriada no sentido compensador. São as 
anemias decorrentes de: 
• Hemorragia recente (anemia 
cronologicamente limitada); 
• Encurtamento da sobrevida eritroide (hemólise) 
– anemias hemolíticas: geralmente crônicas, 
reticulócitos constante e acentuada. 
- Hiporregenerativas: quando são decorrentes de 
insuficiência da proliferação eritroide ou da síntese 
hemoglobínica. Não há sinais de regeneração 
compensadora. São anemias decorrentes de: 
• Síntese hemoglobínica insuficiente (falta de 
ferro); 
• Síntese inapropriada de DNA (falta de b12 e/ou 
ácido fólico); 
• Eritropoese ineficaz por neoplasia/displasia; 
• Falta de tecido eritropoético; 
• Síntese insuficiente de eritropoetina; 
• Combinac ̧ões dos mecanismos acima. 
A chave da distinção entre hiper e hiporregenerativas é 
a presença ou ausência de 
policromatocitose/reticulocitose. Atualmente, no 
pressuposto de dispor-se da tecnologia, recomenda-se 
de modo irrestrito que, no diagnóstico diferencial de 
anemia, solicite-se hemograma e reticulócitos. 
CLASSIFICAÇÃO PELO TEMPO – 
Aguda: perda súbita de sangue, falta de volume de 
sangue é superior a falta de hemoglobina. 
• Perda < 10%: tolerável (doação de sangue); 
• Perda 11-20%: tonturas, desmaios e hipotensão 
postural; 
• Perda > 20%: taquicardia, extremidades frias, 
palidez extrema, hipotensão e choque; 
• Perda > 30%: se não reverter, choque irreversível 
e morte. 
Crônica: não há diminuição do volume sanguíneo e sim 
instalação insidiosa da anemia, o organismo se adapta 
aos níveis baixos de hemoglobina. 
 
 
 
Cada um dos mecanismos propostos origina uma 
anemia com alterações e características no Hb, 
A síntese deficiente de Hb, tanto por falta de oferta de 
ferro e eritropoese como por defeito genético da síntese 
da globina, dá origem a eritrócitos com falta de 
conteúdo; por isso, há microcitose. 
Há uma raríssima anemia microcítica por bloqueio 
genético na síntese do heme. 
A síntese inapropriada de DNA, tanto por falta de 
vitamina B12 ou ácido fólico como pelo uso de 
fármacos antiblásticos e antivirais, causa macrocitose. 
A proliferação ineficaz e o exagero apoptótico na 
leucemia eritroide aguda e nas mielodisplasias 
acompanham-se de alteraçõesmorfológicas da série 
eritroide do sangue (que podem incluir macrocitose) e 
da medula, geralmente compartilhadas por alterações 
nas séries granulocítica e megacariocítica. 
Há raríssimas anemias diseritropoéticas congênitas com 
anemia por eritropoese ineficaz. 
A falta de tecido eritropoético costuma fazer parte dos 
quadros de insuficiência global da medula óssea 
(aplasia, infiltração tumoral, etc.), daí haver 
pancitopenia. Na rara aplasia eritroide pura (ou eri-
troblastopenia pura), a falta seletiva da série eritroide 
expressa-se por extrema reticulocitopenia, com as 
demais séries normais. 
A síntese deficiente de eritropoetina dá origem a uma 
anemia normocítica, com hemograma não 
esclarecedor, salvo pela falta persistente de sinais 
regenerativos. 
Há, ainda, anemias de patogênese mista ou variável 
passíveis de enquadramento simultâneo em +1 desses 
mecanismos; é o caso da anemia da maioria das 
doenc ̧as crônicas, que podem ser normo ou 
microcíticas. E há́ pseudoanemias, decorrentes de 
variações volêmicas. 
 
 
 
HEMOGRAMA NO DIAGNÓSTICO 
DIFERENCIAL

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