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Dm tipo 1 na infância: foco em aspectos psicossociais Henrique Ortiz-Medicina UNIPLAC “VOCÊ PODE FAZER AS COISAS IGUAL A TODO MUNDO” Diamante Negro Leônidas da Silva (Jogador de Futebol) O inventor da bicicleta tinha diabetes. Conhecido popularmente como “Diamante Negro”, atuou no Vasco, Botafogo e Flamengo assim como na Seleção Brasileira na qual fez 37 gols em 37 jogos oficiais. Faleceu aos 91 anos em decorrência de Alzheimer... Sugar ray robinson (Boxeador) O boxeador americano, integrante do “Hall of Fame” da modalidade e considerado pela ESPN como o maior pugilista de todos os tempos, também convivia com a doença. Usava insulina como tratamento mesmo nos anos ativos como lutador. Com um cartel invejável de 128 vitórias e apenas uma derrota, morreu aos 67 anos de Alzheimer. Nacho fernández Quando tinha 12 anos, o jogador José Ignacio Fernández Iglesias, conhecido como Nacho Fernández, foi diagnosticado com diabetes tipo 1. O baque na época foi o aviso do médico, que ele não poderia mais jogar futebol. Inconformado com a notícia, ele foi a outro médico, recebeu a autorização para jogar e hoje, aos 28 anos, não só joga pelo Real Madrid (um dos maiores clubes do mundo) como atua na seleção da Espanha. Inclusive, toda a disciplina que ele precisa ter para cuidar do diabetes o ajuda a ser um atleta melhor. EPIDEMIOLOGIA Segundo SBP: 90% dos casos diagnosticados na infância. Aproximadamente 96.100 crianças menores de 15 anos desenvolvem DM1 por ano. Estima-se a existência de 586.000 crianças e adolescentes portadores da doença no mundo. Cerca de 1 milhão de pessoas morre por ano em consequência da Diabetes Educação em saúde Todos os encontros entre o profissional de saúde e o paciente são momentos importantes para o estabelecimento de processos de educação em saúde! Sugestão do “Protocolo de Atendimento Clínico da Secretaria de Saúde de Campinas”: 3 momentos: 1)levantamento dos conhecimentos prévios do paciente sobre a doença(reconhecimento das necessidades) 2)apresentação de conteúdos técnicos, relacionando-os com os conhecimentos do paciente 3)verificar compreensão dos conteúdos abordados Educação em saúde Os principais tópicos a serem abordados são: aspectos técnicos relacionados à monitorização e aplicação, conservação e cuidados com a insulina; hipoglicemia – sinais, sintomas, causas, riscos, formas de identificação e tratamento; nutrição balanceada, adequada às necessidades de crescimento e desenvolvimento; ajuste de dose de insulina durante infecções, muito comuns nesta faixa etária; integração social em locais de convívio com outras crianças; manejo de situações, nas quais a criança rejeite o tratamento, como aplicações de insulina ou glicemia capilar; alerta em relação à atenção aos irmãos não-diabéticos; suporte às mães por causa da demanda exagerada comum nessa situação. Educação alimentar O plano alimentar deve: a) visar o controle metabólico b) ser nutricionalmente adequado- alimentação saudável e equilibrada que todo indivíduo deveria seguir c) ser individualizado d) fornecer valor calórico total condizente com a necessidade de obtenção ou manutenção de peso corpóreo e) observar as necessidades básicas diárias Educação alimentar A alimentação básica da criança com menos de cinco anos não difere muito das outras crianças da mesma idade.* Nos pacientes menores de dois anos não deve haver a restrição de gordura, nos maiores se necessário efetuar troca do leite integral pelo semidesnatado. A divisão do total em 6 refeições é comum nessa faixa etária a fim de evitar períodos de jejum prolongado. O diagnóstico costuma estimular mudanças dos hábitos alimentares da família como um todo, propiciando hábitos saudáveis que se mantém ao longo da vida do paciente. A alimentação das crianças deve ter aporte calórico e nutricional adequado às necessidades individuais, permitindo crescimento e desenvolvimento normais. Educação em atividade física Por que fazer exercícios? -Crianças e adolescentes com DM1 tem maior risco de desenvolver complicações microvasculares (J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010) -Atividades físicas aeróbicas utilizam glicogênio muscular e hepático, glicose sanguínea e ácidos graxos livres para manter os níveis de energia, variando de acordo com a duração e intensidade da atividade. A literatura recomenda atividades entre os domínios moderado e severo de intensidade(VO2máx; Escala de Borg; Potência Crítica;), 3 vezes por semana de 20 a 60 min Educação em atividade física Medo da Hipoglicemia: episódios hipoglicêmicos pós atividade física podem desencorajar a adesão a um exercício regular. Como evitar? -reposição de carboidrato; redução da dose de insulina; Com o adequado regime de insulina e dieta personalizada, as crianças com DM1 podem usufruir dos benefícios físicos e psicossociais da atividade física. A glicose sanguínea muda com a atividade física(variando com o tipo de exercício desenvolvido) DM1 E SUA RELAÇÃO COM O EMOCIONAL DM1 E SUA RELAÇÃO COM O EMOCIONAL A DM é considerada por muitos estudiosos tanto uma doença somatopsíquica quanto psicossomática, o que justifica o acompanhamento psicológico para seus portadores. Para Silva (1994) os pacientes diabéticos têm sentimentos de inferioridade devido aos cuidados constantes exigidos para controlar a doença. Graça e colaboradores (2000, p. 221) cita a fala de uma das participantes de um grupo de diabéticos que confirma esta posição "...'se não controlar a emoção, não controla a doença'...“ Graça e colaboradores (2000, p. 226) citam o depoimento de dois pré-adolescentes durante sessões de grupo: "Minha mãe diz que sou chata, mas eu nem ligo, reclamo mesmo. Dieta é muito ruim. Sabe o que eu falo? Que quero morrer e nem precisa caixão para me enterrar. É só embrulhar no jornal..."; "Seria bom se eu morresse. Aí, eu nascia de novo e podia comer de tudo, enquanto rabisca um papel com um lápis vermelho." DM1 E SUA RELAÇÃO COM O EMOCIONAL A família do diabético também enfrenta a ansiedade da perda frente a enfermidade que é dramática e exige cuidados, e por isso o diabetes deve ser tratado no grupo familiar, com um membro apoiando outro, pois através do suporte emocional os familiares tornam-se significativos no monitoramento do diabetes e na implementação das intervenções (Delamater, 2001; Soifer, 1982). Joode (1976) e Anjos (1982) acreditam que a superproteção dos pais pode ajudar no controle da glicemia com sucesso, mas esmaga a personalidade da criança. DM1 E SUA RELAÇÃO COM O EMOCIONAL Segundo Pinkus (1988), o modo como o indivíduo enfrenta o diagnóstico da doença depende de três fatores: 1) o modo como soube da doença 2) as experiências pessoais anteriores que teve em relação à doença 3) o modo como a família e os amigos reagiram frente ao diagnóstico. Abordagem ao diagnóstico O diagnóstico está associado a um impacto emocional muito grande, no paciente e em sua família. A abordagem inicial visa preparar a família para cuidar do paciente no ambiente domiciliar, incluindo dar apoio emocional, passar informações básicas sobre diabetes e suas consequências (complicações agudas e crônicas), desenvolver plano alimentar e iniciar o treinamento prático. Este último inclui aplicação, monitorização, cuidados com insulina, higiene ao manipular o material... É ideal também que haja suporte psicológico especializado durante a adaptação. Isso, pois a boa aceitação do diagnóstico e a disposição para desenvolver os cuidados necessários são fundamentais para o sucesso do tratamento. Crianças pequenas dependem totalmente da atuação da família, sendo ela o foco da atuação da equipe multidisciplinar, O treinamento dos cuidados relacionados ao diabetes deve ser feito para mais de uma pessoa da família Tudo isso para: PROPICIAR QUALIDADE DE VIDA AO PACIENTE Como avaliar a qvrs Os instrumentos de avaliação da QVRS são questionários padronizados que procuram detectar e dimensionar o impacto de preocupações físicas e psíquicas associadas a doenças pelaperspectiva tanto das crianças quanto de seus cuidadores. Os mais usados no Brasil: Diabetes Quality of Life for Youth (DQOLY) e PedsQL™ 3.0 Diabetes Module Scales A adolescência Adolescência é período de grandes transformações físicas, psíquicas, sexuais e sociais, momento do desenvolvimento da autoestima e autoconfiança. Estas mudanças podem resultar em revoltas e conflitos com alterações do projeto de vida de adolescentes na população em geral. Assim, o que não dizer sobre adolescentes que apresentam doenças crônicas? A transição não adequada da infância para a fase adulta compromete a adesão às consultas e ao tratamento, aumentando a taxa de hospitalização, incluindo em cuidados intensivos, principalmente nos casos de cardiopatias, diabetes mellitus tipo 1, entre outras... Mecanismos de apoio referências Diabetes Mellitus Tipo 1 e qualidade de vida relacionada à saúde-Documento científico Departamento de Endocrinologia SBP Reflexões sobre o Diabetes Tipo 1 e sua Relação com o Emocional-Universidade Estadual de Maringá Abordagens do Diabete Mellitus na primeira infância-Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/diabetes-tipo-1-artigo/ Physical Activity in Children with Type 1 Diabetes-Review Article Jornal de Pediatria Diabetes Mellitus - Protocolo de Atendimento Clínico da Secretaria de Saúde de Campinas Manual de Orientação(SBP)-Adolescência: doença crônicas e ambulatórios de transição Obrigado!
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