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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Educação Disciplina: Trabalho, Educação e Desenvolvimento Profissional Docentes: Ana Karina Brenner, Guilherme Vargues e Marise Ramos Discente: Hosana Mendes de Mendonça Matrícula: 201810264911 Willis discorda que o capitalismo significa o domínio total e eficaz sobre as classes subordinadas, sugerindo a literatura do capitalismo o que envolve luta permanente. O que é considerado acomodação da cultura da classe operária pode ser uma maneira de resistir a ideologia capitalista. Estudos revelam a força da cultura operária, mostrando rupturas, lutas profundas, antagonismo, distâncias, no qual lutam por resultados diferentes dos que no momento satisfazem o sistema. Aprendemos ser trabalhadores nos colocando diante de um olhar marxista da educação, explorando o paradigma educacional, no qual está no centro da relação de ensino das escolas, criticando o aconselhamento vocacional, sugerindo sobre explicações para o fracasso da educação estatal no aumento das oportunidades de vida das crianças e jovens da classe operária. Sobre o caráter polifônico da etnografia, surge a indagação: Como jovens operários tornam-se operários em uma Inglaterra democrática liberal da década de 80? Paul Willis critica a orientação vocacional prática essa desenvolvida pelas escolas, reduzindo rapazes a características inatas ou internas à própria classe operária, cada vez mais cristalizando a ideia que uns são aptos para fazer enquanto que outros para pensar, no caso, divisão manual do trabalho e divisão intelectual. O livro aprendendo a ser trabalhador, permite descobrir que a interpretação etnográfica se faz presente em toda a sua extensão. A preocupação do autor tem relação ao conceito de força de trabalho de como é preparada na sociedade para que seja aplicada ao trabalho manual. De acordo com o autor, "força de trabalho é a capacidade humana para trabalhar sobre a natureza com o uso de instrumentos para produzir coisas para a satisfação de necessidades e para a reprodução da vida. O trabalho não é uma atividade humana universal, imutável e trans-histórica. Ele assume formas e significados específicos em diferentes tipos de sociedade. Os processos através dos quais a força de trabalho vem a ser entendida subjetivamente e objetivamente aplicada e, suas inter-relações são de profundo significado para o tipo de sociedade que é produzida e para a natureza da formação particular de suas classes. Em processos ajudam a construir as identidades de indivíduos particulares, assim como formas distintas de classe, tanto nos níveis cultural e simbólico, quanto nos níveis econômicos e estrutural.” (Willis, 1991, p.12). Paul Willis sustentava a ideia que a aplicação da força do trabalho manual é produzida em um lugar específico na cultura contra-escolar operária. No artigo de Marise Nogueira Ramos ela relata, que a sociedade é comandada pelo capital, trabalhamos para satisfazer as necessidades do capitalista, para gerar lucro e para apropriação do produto de nosso trabalho para acúmulo de riqueza. Ficando reduzidas as nossas necessidades aos bens e serviços que nos mantêm em condições de trabalhar e vivos, no qual utilizamos nosso salário para a aquisição de mercadorias. O trabalho pode ser compreendido como esforço mecânico ou físico, como energia consumida por animais, seres humanos, objetos ou máquinas. Sem o Trabalho o homem não pode ser entendido e o trabalho, em si mesmo, reflete a condição humana, os tornando pessoas sociais. Trabalho é a capacidade de evolução, de transformação, gerando constante aprendizado, ocupando a mente, fornecendo sustento, criando conexão com outras pessoas. O trabalho e o seu produto, são criadores de riqueza e produtos de vida humana tendo o trabalho humano uma determinação ontológica. Na sociedade capitalista, o trabalho possui duplo caráter: trabalho abstrato e trabalho concreto. O trabalho considerado na economia de troca, sob o ponto de vista do gasto de energia humana, é chamado de trabalho abstrato, o trabalho concreto é considerado sob o ponto de vista da forma como se gasta a energia. A sociedade capitalista é caracterizada pela força que o trabalho assume para o próprio trabalhador, assumindo a forma de trabalho assalariado, sendo assim a força do trabalho tornou-se mercadoria e tal mercadoria é originalmente pertencente unicamente ao trabalhador, a única que pertence ao trabalhador originalmente. Enquanto de um lado temos portadores de mercadorias e dinheiro, de outro lado temos possuidores de forças de trabalho. Tal como no vídeo “Se os tubarões fossem homens.” de Bertolt Brecht, o autor faz uma analogia entre os peixinhos (os fracos), o tubarão (os fortes) questionando o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, no qual se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão, onde os fracos são explorados pelos mais fortes. Acredito que assim como na canção Capitão da indústria dos Paralamas do sucesso, trabalhadores desejam ser livres sem longas jornadas de trabalho, o que contrasta fortemente com o mundo contemporâneo e capitalista, em que são obrigados a trabalhar para criar riqueza e aumentar o capital.