Buscar

PIM V_ Ariane Faquinete

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP 
 
 
 
 
 
 
Ariane Faquinete 
1922277 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO MULTIDISCIPLINAR V: Aspectos relacionados à Higiene 
Operacional, Hierarquia de Proteção / Gestão de Mudanças, e Segurança e 
Saúde no Trabalho em Serviços e Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOGI GUAÇU 
 
 
2021 
RESUMO 
 
A Segurança e Medicina do Trabalho, tem se tornado pautas amplamente 
discutidas, por um lado as organizações compreenderam a importância dos 
colaboradores para o desenvolvimento das atividades operacionais, passando a 
trata-los como indivíduos fundamentais, e não mais como apenas mão de obra, por 
outro lado, o Estado ao lado do Ministério do Trabalho, também faz sua parte, 
criando normativas que visam preservar a integridade física e psicológica do 
colaborador, assegurando assim minimização e prevenção dos riscos de acidentes 
de trabalho e o desenvolvimento de doenças ocupacionais. O presente trabalho é 
uma análise descritiva dos procedimentos de segurança e medicina do trabalho 
desenvolvido em uma Unidade de Alimentação e Nutrição – UAN, localizada em 
Mogi Mirim São Paulo, com objetivo discorrer sobre os aspectos relacionados à 
Higiene Ocupacional, a Hierarquia de Proteção/Gestão de Mudanças e a Segurança 
e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. A análise possibilitou a verificação 
prática da aplicabilidade da teoria em um ambiente pouco explorado na literatura 
pela Medicina e Segurança do Trabalho, demonstrando que a segurança do trabalho 
pode ser aplicada em qualquer tipo e porte de empresa, além de destacar a 
importância da atuação do profissional para assegurar a integridade da saúde dos 
colaboradores. 
 
Palavra-chave: Medicina e Segurança do Trabalho; Higiene Operacional; Hierarquia 
de Proteção, Segurança e Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1 
2. HIGIENE OCUPACIONAL .......................................................................................................... 3 
2. Hierarquia das Proteções e Gestão de Mudanças ............................................................ 8 
3. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ......................... 10 
4. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 12 
5. REFERENCIAS .......................................................................................................................... 13 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Chiavento (2014), traz em seu livro, a percepção atual da gestão 
organizacional em relação aos recursos humanos, ou seja, a visão sobre os 
colaboradores. Durante muito tempo, os colaboradores foram vistos como mão de 
obra, trazendo uma percepção de algo que poderia ser descartado ou facilmente 
substituível. Hoje, a gestão de pessoas trata o colaborador com um recurso 
essencial para a organização, passou-se a pensar no colaborador com indivíduo, e a 
compreender como o ambiente de trabalho afeta o desempenho do desenvolvimento 
da atividade laboral desenvolvida pelo trabalhador. 
Em paralelo, o Estado atuando pelo Ministério do Trabalho, busca assegurar 
os direitos sociais dos cidadãos, ao qual a Constituição Federal de 1988 assegura 
como direito do indivíduo o acesso ao trabalho e a saúde, bem como preconiza o 
direito à vida. Neste contexto surge a Medicina e Segurança do Trabalho, que visa 
assegurar aos trabalhadores a integridade da sua saúde física e mental ao 
desenvolver uma atividade laboral (BRASIL, 1988; BRASIL, 1943). 
A preocupação com da saúde do trabalhador, já é uma pauta discutida há um 
tempo, não apenas voltadas à integridade física e mental, mas também nutricional. 
No ano de 1976, foi sancionada a Lei nº 3.321/76 que discorre sobre a criação do 
Programa de Alimentação ao Trabalhador – PAT, que foi devidamente 
regulamentada a partir do Decreto nº 5 de 1991, cujo objetivo visa melhorar as 
condições nutricionais do trabalhador brasileiro (BRASIL, 1976; BRASIL, 1991). 
Com a criação do PAT, muitas empresas passaram a contratar terceirizadas, 
fornecedora de alimentação coletiva, ou seja, uma empresa responsável por 
produzir as refeições que serão ofertadas aos seus colaboradores (MENDONÇA, 
2010). Na visão da autora, tais empresas são conhecidas como Unidades de 
Alimentação e Nutrição (UANs), e que apresentam como objetivo fornecer refeições 
que atendam as necessidades nutricionais de seus clientes, devendo assegurar a 
quantidade, a qualidade, o equilíbrio nutricional e a segurança alimentar. 
No contexto de segurança e medicina do trabalho, é de comum pensamento 
enfatizar a atuação apenas em indústrias e acabar esquecendo e/ou 
menosprezando sua atuação dentro de empresas de portes menores ou cujo ramo 
2 
 
não seja produção em larga escala. Entretanto, o risco à saúde do colaborador 
encontra-se em qualquer tipo de ocupação/atividade laboral desenvolvida. 
A Higiene Ocupacional é uma ciência que visa identificar possíveis focos de 
riscos à saúde do colaborador, e com base nesta avaliar e elaborar estratégias pra 
minimizar os impactos que o ambiente pode vir a ocasionar ao colaborador, dado à 
exposição prolongada ao desenvolver uma atividade laboral (GOELZER, s.a). 
Por sua vez, a Hierarquia de Proteção trás como enfoque as medidas 
protetivas aplicadas ao ambiente de trabalho insalubre (NR-15) e as atividades de 
operações perigosas (NR-16), que devem ser colocadas em práticas quando as 
atividades laborais forneçam tais condições, assegurando assim a integridade física 
e mental do colaborador assim como a Higiene ocupacional (BRASIL, 1978a; 
BRASIL, 1978b). 
Por fim, a Segurança e Saúde no Trabalho em Saúde, visa especificar que 
cada setor organizacional, apresenta peculiaridades, o que possibilita diferentes 
riscos aos colaboradores, neste contexto a UAN presente em uma empresa é bem 
específica quanto aos riscos aos seus funcionários exigindo treinamento, e 
adequações das normativas para assegurar à saúde do colaborador (GOELZER, 
s.a; MENDONÇA, 2010). 
Deste modo, o presente trabalho é um relato de caso desenvolvido em uma 
das UANs da empresa Sapore, que atua como terceirizada em Mogi Mirim – SP, 
com objetivo de compreender aspectos relacionados à Higiene Operacional, à 
Hierarquia de Proteção/Gestão de Mudanças, e a Segurança e Saúde no Trabalho 
em Serviço de Saúde. 
A Sapore® é uma empresa fundada em 1992 por Daniel Menezes, sendo uma 
rede de origem brasileira, originada na cidade de Campinas – SP, pioneira no 
fornecimento de refeições coletivas coorporativa. Preocupada sempre com a 
qualidade do produto oferecido e em manter bons relacionamentos com 
colaboradores clientes, a empresa constantemente se renova em quesitos 
tecnológicos, equipamentos, maquinários e de gestão com intuito de sempre 
oferecer o melhor aos seus clientes. 
 
3 
 
2. HIGIENE OCUPACIONAL 
 
As doenças ocupacionais são aquelas desenvolvidas, adquiridas e/ou 
desencadeadas pelo trabalhador ao desenvolver rotineiramente sua atividade laboral 
(ANAMT, s.a.). A preocupação com relação às doenças ocupacionais, não é 
recente, visando minimizar os impactos negativos na vida do trabalhador foram 
criadas Normas Regulamentadoras (NRs), ao todo, hoje, tem-se 37 normas que 
consistem em obrigações, direitos e deveres a serem desenvolvidos pelos 
empregadores e trabalhadores, para que a atividade laboral tenha o mínimo de 
segurança, minimizando assim os riscos de doenças e acidentes de trabalho 
(MT,2020). 
A higiene ocupacional é uma ciência que tem por finalidade, reconhecer, 
avaliar e controlar, antecipadamente, riscos ambientais que podem vir a promover 
doenças ocupacionais, devido à exposição prolongada e repetitiva, em decorrência 
ao desenvolvimentoda atividade laboral do trabalhador (GOELZER, s.a). 
A NR-9 estabelece diretrizes para um programa de prevenção aos riscos 
ambientais, que visa o reconhecimento, avaliação e controle dos fatores do 
ambiente ao qual o empregador está sujeito e que podem vir a ocasionar 
futuramente problemas à saúde do colaborador (BRASIL, 1978c). 
Tal norma enfatiza a importância não apenas de reconhecer os riscos, mas 
também de criar mecanismos para minimizar os impactos na vida do trabalhador, 
levando em conta os agentes fiscos (calor, frio, ruídos, etc.); agentes químicos 
(gases, vapores, produtos químicos, etc.) e agentes biológicos (bactérias, fundos, 
vírus) (BRASIL, 1994). 
Na empresa em estudo, é necessário compreender alguns pontos 
importantes, como: 
• A Sapore® atua como terceirizada dentro de outras organizações, por 
este modito, todos os aspectos relacionados à Segurança e Medicina do Trabalho, é 
desenvolvidas pela organização contratante, o que deixa uma falha para que 
acidentes de trabalho bem como doenças ocupacionais aconteçam. 
• A Sapore® conta com um programa de treinamento do olaborador, a 
fim de orientar e minimizar as chances de riscos de acidente de trabalho e 
desenvolvimento de doenças ocupacionais. 
4 
 
• A Sapore® apresenta uma Comissão Interna de Acidentes de trabalho 
– CIPA, que é responsável pela elaboração de uma manual base para as UANS, 
não sendo portando específico para cada unidade. 
• Como cada unidade é adaptada ao espaço fornecido pela empresa 
contratante, há a necessidade de adaptação do chamado Manual de Boas Práticas 
de Manipulação, tal documento contem orientações aos colaboradores de como 
desenvolver as atividades de forma segura, visando à integridade da saúde tanto do 
colaborador como dos comensalistas (trabalhadores que vão se alimentar no local). 
Para melhor compreensão dos riscos vivenciados pelos colaboradores da 
UAN estudada, utilizou-se do mapa de risco, anteriormente criado pela autora, neste 
material dispõe os riscos presentes no desenvolvimento das atividades laborais e as 
medidas corretivas desenvolvidas pelo Manual de Boas Práticas de Manipulação da 
organização. 
A figura 1 demonstra a planta base da UAN, note que foi enfatizado cada 
área, pois para cada setor da cozinha um risco diferente pode ser observado. 
Embora os aspectos relacionados, não sejam tão graves quanto o vivenciado dentro 
de uma área de produção (indústria), os riscos ainda estão presentes. 
A Figura 1 demonstra as seguintes áreas: 
• Área de recebimento, onde as mercadorias são recebidas; 
• Estoque para armazenamento de produtos secos e câmara fria (produtos 
refrigerados e congelados); 
• Área de pré-preparo, onde é realizado a higienização dos alimentos para 
produção; 
• Cozinha onde se realiza o preparo; 
• Refeitório onde se desenvolve o porcionamento ao cliente da refeição, e 
onde os mesmo realizam suas refeições; 
• Lavatório, local destinado à limpeza dos utensílios utilizados na cozinha e 
para refeição; 
• Sala da nutricionista que realiza a fiscalização da produção e as demais 
atividades; 
• Banheiro (WC) onde os colaboradores assim que chegam devem se trocar 
para ir à produção. 
 
5 
 
Figura 1: Planta Base da UAN 
 
Fonte: Autoria Própria 
 
Verifica-se também a existência de várias portas de acesso. A porta mais 
próxima ao banheiro é a porta destinada a entrada do colaborador, pois antes de 
adentrar a produção deve trocar de roupa, suas bolsas são armazenadas nos 
armários mais próximos ao banheiro. Tal processo é desenvolvido a fim de 
minimizar os riscos de contaminação, note que no ambiente externo, diversos 
agentes biológicos e químicos podem estar presentes, e através das roupas dos 
colaboradores podem adentrar na cozinha, gerando contaminação com alimentos, e 
consequentemente, pode gerar problemas à saúde dos comensais e dos próprios 
colaboradores, que também se alimentam no local. 
O lavatório é composto por máquina de lavar louça, uma pia e uma prateleira 
para escorrer a louça. Os utensílios utilizados pelo refeitório tem acesso a esse setor 
pela janela de acesso, os provenientes da cozinha são conduzidos pelo corredor, 
após término de produção. Esses utensílios e equipamentos são lavados 
primeiramente nas pias e posteriores passadas para a lava louça, para finalizar a 
higienização em alta temperatura (água quente), depois esses equipamentos e 
6 
 
utensílios são colocados nas prateleiras para finalizar secagem, visto que não se 
pode secar a louça na cozinha industrial. 
O mecanismo utilizado da área de lavatório evita que pessoas estranhas 
adentrem na cozinha, podendo levar agente biológicos ou químicos para o ambiente 
de preparação, por esse motivo os utensílios utilizados são colocados em uma 
janela de acesso direto ao lavatório. Há uma pré-higienização, para posterior ocorrer 
à higienização em alta temperatura, visando erradicar qualquer fonte de agente 
biológico ou químico. 
O fogão e o forno onde se realiza as produções, o local onde tem passagem 
de alimento da área de preparação para a área de servir denomina-se Pastru 
térmico (similar a um armário, porém é térmico para manter a temperatura do 
alimento, seja frio ou quente, possui 2 portas para que ocorra menor risco de 
contaminação). 
No pré-preparo, a existência de pias para a higienização de frutas e 
hortaliças, e uma bancada para auxiliar na higienização. No recebimento, existe uma 
pia, para higienização de produtos recebidos (quando necessário). Frutas e 
hortaliças, por sem consumidas em temperatura ambiente tornam-se um grande foco 
de agentes biológicos, exigindo um pré-higienização, antes do armazenamento, para 
não ocorrer contaminação cruzada, bem como devem ser novamnete higienizadas 
antes de serem oferecidas aos comensais. 
Os produtos são destinados ao armazenamento de acordo com tipo, os secos 
ficam na prateleira do estoque seco, os produtos refrigerados ou congelados são 
destinados a câmera fria, destaca-se que para adentrar neste espaço é necessário 
comunicar outro colaborador, para evitar o risco de ficar preso no local, bem como é 
obrigatório o uso do blusão térmico. 
O refeitório as bancadas onde os alimentos são colocados são térmicas 
assegurando a qualidade dos alimentos oferecidos, e reduzindo as chances de 
proliferação e propagação de agentes biológicos. 
A área de pré-preparo e recebimento, apresenta como principais riscos ao 
colaborador, os riscos ergonômicos devidos à má postura para desenvolver as 
atribuições; os riscos físicos como prensas das mãos ou pés em equipamentos ou 
ao manusear os produtos, o problema em relação à temperatura, pois a maioria dos 
alimentos são armazenado na câmara fria (geladeira) ou no freezer, portanto o 
colaborador quando organiza ou armazena esses produtos, fica exposto por uma 
7 
 
período considerável a baixas temperatura, neste caso é obrigatório o uso de um 
blusão térmico, que fica disponibilizado logo na entrada da câmara fria. 
Na área de estoque, os riscos, em geral, são ergonômicos envolvem má 
postura, já os riscos mais graves, envolvem o setor de estoque; neste há risco de 
queda no equipamento (freezer), e na câmara refrigerada e congelada há o risco de 
ficar preso dentro do recinto, além de risco de desmoronamento do material 
armazenado incorretamente. 
Na área de preparação, além do ergonômico por má postura, ainda há risco 
como queimaduras no fogão e forno, sendo obrigatório o uso de luvas e manguitos 
térmicos, risco de corte, para tal recomenda-se o uso de luva de aço, e risco de 
queda sendo obrigatório o uso de sapatos antiderrapantes. 
Por fim, embora não destacado no mapa de risco há a existência de risco 
Biológicos leves na área do lavatório, pois é uma área de contado com 
equipamentos manipulados por várias pessoas. Há também o risco químico no uso 
de produtos químicos para a higienização do local. 
Com base neste materialverifica-se que os principais riscos encontrados são: 
• Riscos Físicos: prensas, má postura, variação de temperatura (calor na 
área de preparação/fogão; e frio na área de estoque/Câmara fria e 
freezer). 
• Riscos Biológicos: a manipulação de alimentos trás por si só riscos aos 
colaboradores, agrotóxicos, bactérias, vírus, etc. podem ser transmitidos 
pelo alimento, ademais é de responsabilidade da unidade cuidar da 
limpeza do local e dos utensílios utilizados no processo de refeição, o que 
favorece que os colaboradores fiquem expostos a diversos agentes 
biológicos. 
 
 
 
 
8 
 
2. Hierarquia das Proteções e Gestão de Mudanças 
 
A gestão da segurança do trabalho (SST) envolve a identificação de potencias 
riscos a saúde do colaborador, a elaboração de uma plano de ação corretiva, da 
orientação sobre novas medidas de segurança e da fiscalização de que essas 
medidas sejam aplicadas (AYRES e CORRÊA, 2017). 
Quando o assunto é segurança e medicina do trabalho, é inevitável não 
pensar em medidas preventivas a acidentes e doenças ocupacionais, que podem 
ser decorrentes do desenvolvimento das atividades do trabalho. Sendo assim, a SST 
deve promover um ambiente propício para o desenvolvimento da atividade, de forma 
que este na interfira na saúde do colaborador, ou seja, não ofereça riscos à 
integridade física e mental do colaborador (AYRES e CORRÊA, 2017). 
A NR-15 estabelece as atividades que devem ser consideradas insalubres, 
gerando direito ao adicional de insalubridade aos trabalhadores, como por exemplo, 
locais com muito barulho, presença de radiação, exposição ao calor ou ao frio, 
exposição a agentes químicos e/ou biológicos (BRASIL, 1978a). Já a NR-16, 
discorre sobre as atividades de operações perigosas (BRASIL, 1978b). 
Sobre este aspecto de insalubridade e de atividade col alta índice de 
periculosidade a empresa em estudo não enquadra, pois não exposição prolongada 
considerável sobre agentes biológico, químicos e físicos. 
Mesmo assim, há alguns procedimentos de segurança a serem seguidos 
pelos colaboradores a fim de minimizar os riscos de acidentes de trabalho ou 
doenças ocupacionais. 
• No armazenamento: 
o Os produtos devem ser acondicionado em prateleiras em 
quantidade adequada para evitar desmoronamento. 
• Alimentos congelados/refrigerados 
o Por serem armazenados em temperaturas mais baixas, é exigido do 
colaborador que antes de adentrara a câmara fria comunique outro 
colaborador, para evitar ficar trancado no local, bem como é 
obrigatório o uso do blusão térmico. 
• Preparações: 
o É exigido que na parte de cortes (pré-preparo) o colaborador utilize 
9 
 
uma luva de aço, visando evitar acidentes de trabalho. 
o Na área do fogão e forno é exigido o uso de alvental especifico para 
evitar incêndios, e de luva e manguito térmicos, para evitar 
queimaduras. 
 
Quanto aos cuidados aos colaboradores, ressalta-se que os maiores riscos 
envolvem acidentes como queimaduras, cortes, prensas e congelamento; além dos 
riscos ergonômicos. Como medidas adotadas, temos: 
• Evitar quedas: uso de sapato de proteção antiderrapante; 
• Evitar queimaduras: uso do chamado manguito térmico para proteção dos 
braços e luvas térmicas para a proteção das mãos; 
• Evitar cortes: uso de luvas protetivas (luva de aço_; 
• Evitar congelamento: comunicação com colaboradores e uso de blusão 
térmico; 
• Evitar prensas: acondicionamento correto dos alimentos, e sempre que 
necessário pedir auxílio para remover algum produto ou equipamento. 
• Evitar riscos ergonômicos: os colaboradores devem trabalhar em conjunto, 
uma vez que, pelo fato da produção ser grande os equipamentos 
utilizados também são sendo necessário auxílios para deslocar 
equipamentos. É realizado treinamentos quanto a postura e cuidados para 
evitar outros tipos de lesão. 
 
 
 
 
10 
 
3. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE 
 
Neste aspecto, quanto tange UAN, a normativa RDC nº 216 é bem específica 
quanta a saúde e higiene do colaborador, essa normativa rege todo o funcionamento 
da cozinha (ANVISA, 2013). 
A RDC nº 216 evidencia aspectos quanto à higiene do colaborador, tanto no 
que tange ações para minimizar as chances de contaminação dos alimentos 
produzidos, quanto para preservar a saúde do colaborador. Como exemplo, a 
normativa é bem clara da importância da higienização da mão por parte dos 
colaboradores, esta deve ser realizada antes e após desenvolvimento de cada 
atividade, isso minimiza as chances de contaminação cruzada, bem como as 
chances de contaminação do colaborador por algum agente patogênico, que pode 
ser oriundo do alimento ou de contato com outras pessoas (ANVISA, 2013). 
No que tange a cuidados de saúde, a RDC nº 216 diz que é de 
responsabilidade da nutricionista responsável, avaliar a qualidade de saúde e 
higiene de seus colaboradores, devendo ser anotado em planilha os aspectos 
observados quanto à higiene pessoal e em casos onde o colaborador apresenta-se 
com sintomas de gripe ou resfriado, deve ser afastado de qualquer atividade de 
manipulação de alimentos (ANVISA, 2013). 
Dada à normativa da RDC nº 216 que regem a maioria das atividades da 
cozinha industrial, a empresa segue rígidos padrões quanto à higiene e saúde do 
colaborador. Como exemplo, temos: 
• Check-list: Quanto à higiene pessoal: A empresa consta com um check-
list de higiene pessoal a ser seguido pelo colaborador, ao qual a 
nutricionista ou a trainee devem preencher diariamente, esse documento 
consta questão como ausência de barba (pelo facial), corte de cabelo, 
unhas cortadas, não utilização de esmaltes, não remoção total da cutícula, 
etc. Esses pontos auxiliam a minimizar o risco de contaminação do 
colaborador com a comida. 
• Pias em todas as áreas de manipulação: Existe uma pia que fica logo 
na entrada de mercadorias, uma no corredor que liga vestiário, cozinha e 
refeitório, uma logo a frente do fogão e que também se conecta com a 
área de pré-preparo e uma na área de higienização dos alimentos. Essa 
11 
 
disposição facilita com que o colaborador constantemente higienize suas 
mãos evitando contaminação cruzada. 
• Treinamento: É fornecido semestralmente, ou ao funcionário que inicia 
suas atividades na cozinha um treinamento quanto á higienização das 
mãos, uma vez que essa é a parte com maior contato com o alimento e 
consequentemente que oferece maior risco de contaminação. 
Treinamentos também são fornecidos como uso de EPI na cozinha 
(mascaras e luvas). 
• Doenças: Colaboradores que apresentam qualquer sintoma gripe, 
infecção, virose, resfriados, etc., são afastados das atividades 
relacionadas à manipulação de alimentos, exige-se que esse colaborador 
utilize mascaras e luvas durante qualquer operação que seja realizado por 
este. Essa recomendação visa minimizar o risco não apenas de 
contaminação com alimentos, mas também evitar que outros 
colaboradores se contaminem. 
• Comunicação: Todo colaborador que tenha qualquer sintoma de alguma 
doença deve imediatamente comunicar a gestão (nutricionista), para que 
essa realize a realocação do colaborador em outra atividade. 
• Vacinação: A empresa fornece anualmente a vacina da gripe aos 
funcionários, assim como qualquer outra campanha que seja desenvolvida 
pelo governo, com intuito de prevenir o colaborador de que seja afetado 
por alguma dessas patologias que podem ser imunizadas pelas vacinas. 
• Pandemia 2020: Dado ao acontecimento decorrente pandemia de 2020, a 
empresa adotou todas as medidas de segurança aos colaboradores, 
também nos horário cabíveis a empresa reduziu o número de funcionários 
para evitar aglomeração. No refeitório, as refeições passaram a ser 
fornecidas em marmitas, evitando que o colaborador possa contaminar 
outro colaborador ao manusear os utensílios. 
 
 
 
12 
 
4. CONCLUSÃO 
 
Na atualidade a preocupação em relação a assegurar a integridade dasaúde 
do colaborador é cada vez mais discutida. O trabalho trouxe a aplicabilidade da 
Medicina e Segurança do trabalho em uma UAN, tema este escasso na literatura. 
A escolha pelo local foi proporcionar um novo desafio a autora, uma vez que 
seria necessário adaptar todo o material disponível, para uma UAN, demonstrado 
assim que a segurança no trabalho pode aplicada em qualquer setor, independente 
do porte da empresa e do ramo de atuação. 
Por fim destaca-se que os riscos de acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais podem estar presentes em qualquer atividade laboral, cabe aos 
profissionais de segurança no trabalho, conhecer e observar as atividades, 
identificar e avaliar os ricos e criar medidas protetivas visando assegurar a saúde do 
colaborador. 
 
 
 
 
13 
 
5. REFERENCIAS 
 
AYRES, Dennis Oliveira; CORRÊA, Fernando. Manual de prevenção de acidentes 
do trabalho: aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001. 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 216, de 28 de Março 
de 2013. 2013. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0016_28_03_2013.pdf. 
Acesso em agosto de 2021. 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO – ANAMT. Ministério do 
Trabalho: como previnir doenças ocupacionais. s.a. Disponível em: 
https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-as-
doencas-ocupacionais/. Acesso em agosto de 2021. 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a 
dedução, do lucro tributável para fins de imposto sobre a renda de pessoas jurídicas, 
do dobro das despesas realizadas em programa de alimentação do trabalhador. 
1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm. Acesso em 
agosto de 2021. 
BRASIL. Congresso Nacional. Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991. 
Regulamenta a Lei N° 6.321, de 14 de abril de 1976, que trata do Programa de 
Alimentação do Trabalhador, revoga o Decreto n° 78.676, de 8 de novembro de 
1976 e dá outras providências. 1991. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0005.htm. Acesso em 
agosto de 2021. 
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR-15 – Atividades e operações insalubres. 
1978a. Regulamenta a Lei N° Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-
no-15-nr-15. Acesso em agosto de 2021. 
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR-16 – Atividades e operações perigosas. 
1978b. Regulamenta a Lei N° Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-
no-16-nr-16. Acesso em agosto de 2021. 
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR-9 - Avaliação e controle das exposições 
ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. 1978c. Regulamenta a 
Lei N° Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-9-nr-9. Acesso em agosto de 
2021. 
BRASIL. Planalto. Decreto-Lei nº 5.52, de 01 de maio de 1943. Aprova a 
Consolidação das Leis do Trabalho. 1943. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em agosto de 
2021 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0016_28_03_2013.pdf
https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-as-doencas-ocupacionais/
https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-as-doencas-ocupacionais/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0005.htm
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-9-nr-9
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-9-nr-9
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-9-nr-9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
14 
 
BRASIL. Planalto. Constituição da República Federativa do Brasil. Emendas 
Constitucionasi de Revisão. 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em agosto 
de 2021 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão Pessoas. 9º ed. São Paulo: Manole, 2014. 
GOELZER, Berenice I.F. Higiene Ocupacional: Importância, Reconhecimento e 
Desenvolvimento. s.a. Disponível em: https://www.abho.org.br/wp-
content/uploads/2014/02/higieneocupacional_berenice.pdf. Acesso em agosto de 
2021. 
MENDONÇA. Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, 
práticas de higiene, cardápio, doenças, dieta e gestão. 1º ed. Dão Paulo: Rideel, 
2010. 447p. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDENCIA – MT. Normas Regulamentadoras 
– NR. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs. Acesso em agosto de 
2021. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.abho.org.br/wp-content/uploads/2014/02/higieneocupacional_berenice.pdf
https://www.abho.org.br/wp-content/uploads/2014/02/higieneocupacional_berenice.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs

Continue navegando

Outros materiais