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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP Ariane Faquinete 1922277 PROJETO MULTIDISCIPLINAR V: Aspectos relacionados à Higiene Operacional, Hierarquia de Proteção / Gestão de Mudanças, e Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços e Saúde MOGI GUAÇU 2021 RESUMO A Segurança e Medicina do Trabalho, tem se tornado pautas amplamente discutidas, por um lado as organizações compreenderam a importância dos colaboradores para o desenvolvimento das atividades operacionais, passando a trata-los como indivíduos fundamentais, e não mais como apenas mão de obra, por outro lado, o Estado ao lado do Ministério do Trabalho, também faz sua parte, criando normativas que visam preservar a integridade física e psicológica do colaborador, assegurando assim minimização e prevenção dos riscos de acidentes de trabalho e o desenvolvimento de doenças ocupacionais. O presente trabalho é uma análise descritiva dos procedimentos de segurança e medicina do trabalho desenvolvido em uma Unidade de Alimentação e Nutrição – UAN, localizada em Mogi Mirim São Paulo, com objetivo discorrer sobre os aspectos relacionados à Higiene Ocupacional, a Hierarquia de Proteção/Gestão de Mudanças e a Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. A análise possibilitou a verificação prática da aplicabilidade da teoria em um ambiente pouco explorado na literatura pela Medicina e Segurança do Trabalho, demonstrando que a segurança do trabalho pode ser aplicada em qualquer tipo e porte de empresa, além de destacar a importância da atuação do profissional para assegurar a integridade da saúde dos colaboradores. Palavra-chave: Medicina e Segurança do Trabalho; Higiene Operacional; Hierarquia de Proteção, Segurança e Saúde. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1 2. HIGIENE OCUPACIONAL .......................................................................................................... 3 2. Hierarquia das Proteções e Gestão de Mudanças ............................................................ 8 3. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ......................... 10 4. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 12 5. REFERENCIAS .......................................................................................................................... 13 1 1. INTRODUÇÃO Chiavento (2014), traz em seu livro, a percepção atual da gestão organizacional em relação aos recursos humanos, ou seja, a visão sobre os colaboradores. Durante muito tempo, os colaboradores foram vistos como mão de obra, trazendo uma percepção de algo que poderia ser descartado ou facilmente substituível. Hoje, a gestão de pessoas trata o colaborador com um recurso essencial para a organização, passou-se a pensar no colaborador com indivíduo, e a compreender como o ambiente de trabalho afeta o desempenho do desenvolvimento da atividade laboral desenvolvida pelo trabalhador. Em paralelo, o Estado atuando pelo Ministério do Trabalho, busca assegurar os direitos sociais dos cidadãos, ao qual a Constituição Federal de 1988 assegura como direito do indivíduo o acesso ao trabalho e a saúde, bem como preconiza o direito à vida. Neste contexto surge a Medicina e Segurança do Trabalho, que visa assegurar aos trabalhadores a integridade da sua saúde física e mental ao desenvolver uma atividade laboral (BRASIL, 1988; BRASIL, 1943). A preocupação com da saúde do trabalhador, já é uma pauta discutida há um tempo, não apenas voltadas à integridade física e mental, mas também nutricional. No ano de 1976, foi sancionada a Lei nº 3.321/76 que discorre sobre a criação do Programa de Alimentação ao Trabalhador – PAT, que foi devidamente regulamentada a partir do Decreto nº 5 de 1991, cujo objetivo visa melhorar as condições nutricionais do trabalhador brasileiro (BRASIL, 1976; BRASIL, 1991). Com a criação do PAT, muitas empresas passaram a contratar terceirizadas, fornecedora de alimentação coletiva, ou seja, uma empresa responsável por produzir as refeições que serão ofertadas aos seus colaboradores (MENDONÇA, 2010). Na visão da autora, tais empresas são conhecidas como Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs), e que apresentam como objetivo fornecer refeições que atendam as necessidades nutricionais de seus clientes, devendo assegurar a quantidade, a qualidade, o equilíbrio nutricional e a segurança alimentar. No contexto de segurança e medicina do trabalho, é de comum pensamento enfatizar a atuação apenas em indústrias e acabar esquecendo e/ou menosprezando sua atuação dentro de empresas de portes menores ou cujo ramo 2 não seja produção em larga escala. Entretanto, o risco à saúde do colaborador encontra-se em qualquer tipo de ocupação/atividade laboral desenvolvida. A Higiene Ocupacional é uma ciência que visa identificar possíveis focos de riscos à saúde do colaborador, e com base nesta avaliar e elaborar estratégias pra minimizar os impactos que o ambiente pode vir a ocasionar ao colaborador, dado à exposição prolongada ao desenvolver uma atividade laboral (GOELZER, s.a). Por sua vez, a Hierarquia de Proteção trás como enfoque as medidas protetivas aplicadas ao ambiente de trabalho insalubre (NR-15) e as atividades de operações perigosas (NR-16), que devem ser colocadas em práticas quando as atividades laborais forneçam tais condições, assegurando assim a integridade física e mental do colaborador assim como a Higiene ocupacional (BRASIL, 1978a; BRASIL, 1978b). Por fim, a Segurança e Saúde no Trabalho em Saúde, visa especificar que cada setor organizacional, apresenta peculiaridades, o que possibilita diferentes riscos aos colaboradores, neste contexto a UAN presente em uma empresa é bem específica quanto aos riscos aos seus funcionários exigindo treinamento, e adequações das normativas para assegurar à saúde do colaborador (GOELZER, s.a; MENDONÇA, 2010). Deste modo, o presente trabalho é um relato de caso desenvolvido em uma das UANs da empresa Sapore, que atua como terceirizada em Mogi Mirim – SP, com objetivo de compreender aspectos relacionados à Higiene Operacional, à Hierarquia de Proteção/Gestão de Mudanças, e a Segurança e Saúde no Trabalho em Serviço de Saúde. A Sapore® é uma empresa fundada em 1992 por Daniel Menezes, sendo uma rede de origem brasileira, originada na cidade de Campinas – SP, pioneira no fornecimento de refeições coletivas coorporativa. Preocupada sempre com a qualidade do produto oferecido e em manter bons relacionamentos com colaboradores clientes, a empresa constantemente se renova em quesitos tecnológicos, equipamentos, maquinários e de gestão com intuito de sempre oferecer o melhor aos seus clientes. 3 2. HIGIENE OCUPACIONAL As doenças ocupacionais são aquelas desenvolvidas, adquiridas e/ou desencadeadas pelo trabalhador ao desenvolver rotineiramente sua atividade laboral (ANAMT, s.a.). A preocupação com relação às doenças ocupacionais, não é recente, visando minimizar os impactos negativos na vida do trabalhador foram criadas Normas Regulamentadoras (NRs), ao todo, hoje, tem-se 37 normas que consistem em obrigações, direitos e deveres a serem desenvolvidos pelos empregadores e trabalhadores, para que a atividade laboral tenha o mínimo de segurança, minimizando assim os riscos de doenças e acidentes de trabalho (MT,2020). A higiene ocupacional é uma ciência que tem por finalidade, reconhecer, avaliar e controlar, antecipadamente, riscos ambientais que podem vir a promover doenças ocupacionais, devido à exposição prolongada e repetitiva, em decorrência ao desenvolvimentoda atividade laboral do trabalhador (GOELZER, s.a). A NR-9 estabelece diretrizes para um programa de prevenção aos riscos ambientais, que visa o reconhecimento, avaliação e controle dos fatores do ambiente ao qual o empregador está sujeito e que podem vir a ocasionar futuramente problemas à saúde do colaborador (BRASIL, 1978c). Tal norma enfatiza a importância não apenas de reconhecer os riscos, mas também de criar mecanismos para minimizar os impactos na vida do trabalhador, levando em conta os agentes fiscos (calor, frio, ruídos, etc.); agentes químicos (gases, vapores, produtos químicos, etc.) e agentes biológicos (bactérias, fundos, vírus) (BRASIL, 1994). Na empresa em estudo, é necessário compreender alguns pontos importantes, como: • A Sapore® atua como terceirizada dentro de outras organizações, por este modito, todos os aspectos relacionados à Segurança e Medicina do Trabalho, é desenvolvidas pela organização contratante, o que deixa uma falha para que acidentes de trabalho bem como doenças ocupacionais aconteçam. • A Sapore® conta com um programa de treinamento do olaborador, a fim de orientar e minimizar as chances de riscos de acidente de trabalho e desenvolvimento de doenças ocupacionais. 4 • A Sapore® apresenta uma Comissão Interna de Acidentes de trabalho – CIPA, que é responsável pela elaboração de uma manual base para as UANS, não sendo portando específico para cada unidade. • Como cada unidade é adaptada ao espaço fornecido pela empresa contratante, há a necessidade de adaptação do chamado Manual de Boas Práticas de Manipulação, tal documento contem orientações aos colaboradores de como desenvolver as atividades de forma segura, visando à integridade da saúde tanto do colaborador como dos comensalistas (trabalhadores que vão se alimentar no local). Para melhor compreensão dos riscos vivenciados pelos colaboradores da UAN estudada, utilizou-se do mapa de risco, anteriormente criado pela autora, neste material dispõe os riscos presentes no desenvolvimento das atividades laborais e as medidas corretivas desenvolvidas pelo Manual de Boas Práticas de Manipulação da organização. A figura 1 demonstra a planta base da UAN, note que foi enfatizado cada área, pois para cada setor da cozinha um risco diferente pode ser observado. Embora os aspectos relacionados, não sejam tão graves quanto o vivenciado dentro de uma área de produção (indústria), os riscos ainda estão presentes. A Figura 1 demonstra as seguintes áreas: • Área de recebimento, onde as mercadorias são recebidas; • Estoque para armazenamento de produtos secos e câmara fria (produtos refrigerados e congelados); • Área de pré-preparo, onde é realizado a higienização dos alimentos para produção; • Cozinha onde se realiza o preparo; • Refeitório onde se desenvolve o porcionamento ao cliente da refeição, e onde os mesmo realizam suas refeições; • Lavatório, local destinado à limpeza dos utensílios utilizados na cozinha e para refeição; • Sala da nutricionista que realiza a fiscalização da produção e as demais atividades; • Banheiro (WC) onde os colaboradores assim que chegam devem se trocar para ir à produção. 5 Figura 1: Planta Base da UAN Fonte: Autoria Própria Verifica-se também a existência de várias portas de acesso. A porta mais próxima ao banheiro é a porta destinada a entrada do colaborador, pois antes de adentrar a produção deve trocar de roupa, suas bolsas são armazenadas nos armários mais próximos ao banheiro. Tal processo é desenvolvido a fim de minimizar os riscos de contaminação, note que no ambiente externo, diversos agentes biológicos e químicos podem estar presentes, e através das roupas dos colaboradores podem adentrar na cozinha, gerando contaminação com alimentos, e consequentemente, pode gerar problemas à saúde dos comensais e dos próprios colaboradores, que também se alimentam no local. O lavatório é composto por máquina de lavar louça, uma pia e uma prateleira para escorrer a louça. Os utensílios utilizados pelo refeitório tem acesso a esse setor pela janela de acesso, os provenientes da cozinha são conduzidos pelo corredor, após término de produção. Esses utensílios e equipamentos são lavados primeiramente nas pias e posteriores passadas para a lava louça, para finalizar a higienização em alta temperatura (água quente), depois esses equipamentos e 6 utensílios são colocados nas prateleiras para finalizar secagem, visto que não se pode secar a louça na cozinha industrial. O mecanismo utilizado da área de lavatório evita que pessoas estranhas adentrem na cozinha, podendo levar agente biológicos ou químicos para o ambiente de preparação, por esse motivo os utensílios utilizados são colocados em uma janela de acesso direto ao lavatório. Há uma pré-higienização, para posterior ocorrer à higienização em alta temperatura, visando erradicar qualquer fonte de agente biológico ou químico. O fogão e o forno onde se realiza as produções, o local onde tem passagem de alimento da área de preparação para a área de servir denomina-se Pastru térmico (similar a um armário, porém é térmico para manter a temperatura do alimento, seja frio ou quente, possui 2 portas para que ocorra menor risco de contaminação). No pré-preparo, a existência de pias para a higienização de frutas e hortaliças, e uma bancada para auxiliar na higienização. No recebimento, existe uma pia, para higienização de produtos recebidos (quando necessário). Frutas e hortaliças, por sem consumidas em temperatura ambiente tornam-se um grande foco de agentes biológicos, exigindo um pré-higienização, antes do armazenamento, para não ocorrer contaminação cruzada, bem como devem ser novamnete higienizadas antes de serem oferecidas aos comensais. Os produtos são destinados ao armazenamento de acordo com tipo, os secos ficam na prateleira do estoque seco, os produtos refrigerados ou congelados são destinados a câmera fria, destaca-se que para adentrar neste espaço é necessário comunicar outro colaborador, para evitar o risco de ficar preso no local, bem como é obrigatório o uso do blusão térmico. O refeitório as bancadas onde os alimentos são colocados são térmicas assegurando a qualidade dos alimentos oferecidos, e reduzindo as chances de proliferação e propagação de agentes biológicos. A área de pré-preparo e recebimento, apresenta como principais riscos ao colaborador, os riscos ergonômicos devidos à má postura para desenvolver as atribuições; os riscos físicos como prensas das mãos ou pés em equipamentos ou ao manusear os produtos, o problema em relação à temperatura, pois a maioria dos alimentos são armazenado na câmara fria (geladeira) ou no freezer, portanto o colaborador quando organiza ou armazena esses produtos, fica exposto por uma 7 período considerável a baixas temperatura, neste caso é obrigatório o uso de um blusão térmico, que fica disponibilizado logo na entrada da câmara fria. Na área de estoque, os riscos, em geral, são ergonômicos envolvem má postura, já os riscos mais graves, envolvem o setor de estoque; neste há risco de queda no equipamento (freezer), e na câmara refrigerada e congelada há o risco de ficar preso dentro do recinto, além de risco de desmoronamento do material armazenado incorretamente. Na área de preparação, além do ergonômico por má postura, ainda há risco como queimaduras no fogão e forno, sendo obrigatório o uso de luvas e manguitos térmicos, risco de corte, para tal recomenda-se o uso de luva de aço, e risco de queda sendo obrigatório o uso de sapatos antiderrapantes. Por fim, embora não destacado no mapa de risco há a existência de risco Biológicos leves na área do lavatório, pois é uma área de contado com equipamentos manipulados por várias pessoas. Há também o risco químico no uso de produtos químicos para a higienização do local. Com base neste materialverifica-se que os principais riscos encontrados são: • Riscos Físicos: prensas, má postura, variação de temperatura (calor na área de preparação/fogão; e frio na área de estoque/Câmara fria e freezer). • Riscos Biológicos: a manipulação de alimentos trás por si só riscos aos colaboradores, agrotóxicos, bactérias, vírus, etc. podem ser transmitidos pelo alimento, ademais é de responsabilidade da unidade cuidar da limpeza do local e dos utensílios utilizados no processo de refeição, o que favorece que os colaboradores fiquem expostos a diversos agentes biológicos. 8 2. Hierarquia das Proteções e Gestão de Mudanças A gestão da segurança do trabalho (SST) envolve a identificação de potencias riscos a saúde do colaborador, a elaboração de uma plano de ação corretiva, da orientação sobre novas medidas de segurança e da fiscalização de que essas medidas sejam aplicadas (AYRES e CORRÊA, 2017). Quando o assunto é segurança e medicina do trabalho, é inevitável não pensar em medidas preventivas a acidentes e doenças ocupacionais, que podem ser decorrentes do desenvolvimento das atividades do trabalho. Sendo assim, a SST deve promover um ambiente propício para o desenvolvimento da atividade, de forma que este na interfira na saúde do colaborador, ou seja, não ofereça riscos à integridade física e mental do colaborador (AYRES e CORRÊA, 2017). A NR-15 estabelece as atividades que devem ser consideradas insalubres, gerando direito ao adicional de insalubridade aos trabalhadores, como por exemplo, locais com muito barulho, presença de radiação, exposição ao calor ou ao frio, exposição a agentes químicos e/ou biológicos (BRASIL, 1978a). Já a NR-16, discorre sobre as atividades de operações perigosas (BRASIL, 1978b). Sobre este aspecto de insalubridade e de atividade col alta índice de periculosidade a empresa em estudo não enquadra, pois não exposição prolongada considerável sobre agentes biológico, químicos e físicos. Mesmo assim, há alguns procedimentos de segurança a serem seguidos pelos colaboradores a fim de minimizar os riscos de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. • No armazenamento: o Os produtos devem ser acondicionado em prateleiras em quantidade adequada para evitar desmoronamento. • Alimentos congelados/refrigerados o Por serem armazenados em temperaturas mais baixas, é exigido do colaborador que antes de adentrara a câmara fria comunique outro colaborador, para evitar ficar trancado no local, bem como é obrigatório o uso do blusão térmico. • Preparações: o É exigido que na parte de cortes (pré-preparo) o colaborador utilize 9 uma luva de aço, visando evitar acidentes de trabalho. o Na área do fogão e forno é exigido o uso de alvental especifico para evitar incêndios, e de luva e manguito térmicos, para evitar queimaduras. Quanto aos cuidados aos colaboradores, ressalta-se que os maiores riscos envolvem acidentes como queimaduras, cortes, prensas e congelamento; além dos riscos ergonômicos. Como medidas adotadas, temos: • Evitar quedas: uso de sapato de proteção antiderrapante; • Evitar queimaduras: uso do chamado manguito térmico para proteção dos braços e luvas térmicas para a proteção das mãos; • Evitar cortes: uso de luvas protetivas (luva de aço_; • Evitar congelamento: comunicação com colaboradores e uso de blusão térmico; • Evitar prensas: acondicionamento correto dos alimentos, e sempre que necessário pedir auxílio para remover algum produto ou equipamento. • Evitar riscos ergonômicos: os colaboradores devem trabalhar em conjunto, uma vez que, pelo fato da produção ser grande os equipamentos utilizados também são sendo necessário auxílios para deslocar equipamentos. É realizado treinamentos quanto a postura e cuidados para evitar outros tipos de lesão. 10 3. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE Neste aspecto, quanto tange UAN, a normativa RDC nº 216 é bem específica quanta a saúde e higiene do colaborador, essa normativa rege todo o funcionamento da cozinha (ANVISA, 2013). A RDC nº 216 evidencia aspectos quanto à higiene do colaborador, tanto no que tange ações para minimizar as chances de contaminação dos alimentos produzidos, quanto para preservar a saúde do colaborador. Como exemplo, a normativa é bem clara da importância da higienização da mão por parte dos colaboradores, esta deve ser realizada antes e após desenvolvimento de cada atividade, isso minimiza as chances de contaminação cruzada, bem como as chances de contaminação do colaborador por algum agente patogênico, que pode ser oriundo do alimento ou de contato com outras pessoas (ANVISA, 2013). No que tange a cuidados de saúde, a RDC nº 216 diz que é de responsabilidade da nutricionista responsável, avaliar a qualidade de saúde e higiene de seus colaboradores, devendo ser anotado em planilha os aspectos observados quanto à higiene pessoal e em casos onde o colaborador apresenta-se com sintomas de gripe ou resfriado, deve ser afastado de qualquer atividade de manipulação de alimentos (ANVISA, 2013). Dada à normativa da RDC nº 216 que regem a maioria das atividades da cozinha industrial, a empresa segue rígidos padrões quanto à higiene e saúde do colaborador. Como exemplo, temos: • Check-list: Quanto à higiene pessoal: A empresa consta com um check- list de higiene pessoal a ser seguido pelo colaborador, ao qual a nutricionista ou a trainee devem preencher diariamente, esse documento consta questão como ausência de barba (pelo facial), corte de cabelo, unhas cortadas, não utilização de esmaltes, não remoção total da cutícula, etc. Esses pontos auxiliam a minimizar o risco de contaminação do colaborador com a comida. • Pias em todas as áreas de manipulação: Existe uma pia que fica logo na entrada de mercadorias, uma no corredor que liga vestiário, cozinha e refeitório, uma logo a frente do fogão e que também se conecta com a área de pré-preparo e uma na área de higienização dos alimentos. Essa 11 disposição facilita com que o colaborador constantemente higienize suas mãos evitando contaminação cruzada. • Treinamento: É fornecido semestralmente, ou ao funcionário que inicia suas atividades na cozinha um treinamento quanto á higienização das mãos, uma vez que essa é a parte com maior contato com o alimento e consequentemente que oferece maior risco de contaminação. Treinamentos também são fornecidos como uso de EPI na cozinha (mascaras e luvas). • Doenças: Colaboradores que apresentam qualquer sintoma gripe, infecção, virose, resfriados, etc., são afastados das atividades relacionadas à manipulação de alimentos, exige-se que esse colaborador utilize mascaras e luvas durante qualquer operação que seja realizado por este. Essa recomendação visa minimizar o risco não apenas de contaminação com alimentos, mas também evitar que outros colaboradores se contaminem. • Comunicação: Todo colaborador que tenha qualquer sintoma de alguma doença deve imediatamente comunicar a gestão (nutricionista), para que essa realize a realocação do colaborador em outra atividade. • Vacinação: A empresa fornece anualmente a vacina da gripe aos funcionários, assim como qualquer outra campanha que seja desenvolvida pelo governo, com intuito de prevenir o colaborador de que seja afetado por alguma dessas patologias que podem ser imunizadas pelas vacinas. • Pandemia 2020: Dado ao acontecimento decorrente pandemia de 2020, a empresa adotou todas as medidas de segurança aos colaboradores, também nos horário cabíveis a empresa reduziu o número de funcionários para evitar aglomeração. No refeitório, as refeições passaram a ser fornecidas em marmitas, evitando que o colaborador possa contaminar outro colaborador ao manusear os utensílios. 12 4. CONCLUSÃO Na atualidade a preocupação em relação a assegurar a integridade dasaúde do colaborador é cada vez mais discutida. O trabalho trouxe a aplicabilidade da Medicina e Segurança do trabalho em uma UAN, tema este escasso na literatura. A escolha pelo local foi proporcionar um novo desafio a autora, uma vez que seria necessário adaptar todo o material disponível, para uma UAN, demonstrado assim que a segurança no trabalho pode aplicada em qualquer setor, independente do porte da empresa e do ramo de atuação. Por fim destaca-se que os riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais podem estar presentes em qualquer atividade laboral, cabe aos profissionais de segurança no trabalho, conhecer e observar as atividades, identificar e avaliar os ricos e criar medidas protetivas visando assegurar a saúde do colaborador. 13 5. REFERENCIAS AYRES, Dennis Oliveira; CORRÊA, Fernando. Manual de prevenção de acidentes do trabalho: aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 216, de 28 de Março de 2013. 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0016_28_03_2013.pdf. Acesso em agosto de 2021. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO – ANAMT. Ministério do Trabalho: como previnir doenças ocupacionais. s.a. Disponível em: https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-as- doencas-ocupacionais/. Acesso em agosto de 2021. BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a dedução, do lucro tributável para fins de imposto sobre a renda de pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas em programa de alimentação do trabalhador. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm. Acesso em agosto de 2021. BRASIL. Congresso Nacional. Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991. Regulamenta a Lei N° 6.321, de 14 de abril de 1976, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, revoga o Decreto n° 78.676, de 8 de novembro de 1976 e dá outras providências. 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0005.htm. Acesso em agosto de 2021. BRASIL. Ministério do Trabalho. NR-15 – Atividades e operações insalubres. 1978a. Regulamenta a Lei N° Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e- previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora- no-15-nr-15. 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