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Prévia do material em texto

HIGIENE, SEGURANÇA 
E QUALIDADE DE VIDA 
NO TRABALHO
HIGIENE, SEGURANÇA 
E QUALIDADE DE VIDA 
NO TRABALHO
Copyright © UVA 2019
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer 
meio sem a prévia autorização desta instituição.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico 
da Língua Portuguesa.
AUTORIA DO CONTEÚDO
Clarice Melo
REVISÃO
Theo Cavalcanti
Clarissa Penna
Janaina Senna
Lydianna Lima
PROJETO GRÁFICO
UVA
DIAGRAMAÇÃO
UVA
M528 
 Melo, Clarice 
 Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho [livro 
 eletrônico] / Clarice Melo. – Rio de Janeiro: UVA, 2019. 
 
 2,2 MB : PDF. 
 
 ISBN 978-85-5459-086-4 
 
 1. Higiene do trabalho. 2. Segurança do trabalho. 3. Acidentes de 
 trabalho. 4. Segurança do trabalho. 5. Sistemas de segurança. 6. 
 Administração de risco. 7. Qualidade de vida no trabalho. I. 
 Universidade Veiga de Almeida. II. Título. 
 
CDD – 363.11
Bibliotecária Katia Cavalheiro CRB 7 - 4826.
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UVA.
SUMÁRIO
Apresentação
Autor
6
7
Analisando os riscos em higiene e segurança do 
trabalho
26
• Riscos físicos
• Riscos químicos
• Riscos biológicos e ergonômicos
UNIDADE 2
8
• Conceitos básicos da higiene ocupacional e segurança do trabalho
• História da higiene e segurança do trabalho
• Conceitos de insalubridade e periculosidade
Conceitos e histórico da higiene e segurança do 
trabalho
UNIDADE 1
SUMÁRIO
Qualidade de vida no trabalho 64
• Conceitos, benefícios e ações que garantem a QVT
• O papel do RH
• Consequências da falta de QVT
UNIDADE 4
45
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
• Programa de Proteção Respiratória (PPR)
• Programa de Conservação Auditiva (PCA)
Os Programas de Higiene e Segurança no Trabalho
UNIDADE 3
6
A segurança no trabalho foi durante muito tempo relacionada ao uso de equipamentos 
de proteção individual. Com o passar das décadas, novas profissões foram surgindo e, 
com isso, a necessidade de aprofundar-se sobre os riscos a elas associados. A relação 
do trabalhador com a tecnologia repercutiu de forma positiva para a sociedade, porém 
trouxe como consequência um enorme índice de acidentes relacionados a doenças ocu-
pacionais e a lesões propriamente ditas.
A qualidade de vida no trabalho é hoje também considerada uma área relacionada dire-
tamente com a segurança no trabalho, pois um bom ambiente organizacional influencia 
diretamente a produtividade do trabalhador, e isso é conseguido, entre outras coisas, 
garantindo um ambiente livre de riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
A higiene ocupacional é a área da segurança no trabalho que tem como objetivo identi-
ficar os riscos presentes em todo e qualquer tipo de ambiente laboral e criar estratégias 
prevencionistas, contribuindo para a manutenção da saúde, segurança e qualidade de 
vida do trabalhador.
APRESENTAÇÃO
7
CLARICE MELO
Bióloga, mestre em Meio Ambiente e especialista em Ciências da Educação e Educação 
Profissional. Atua como professora na área de saúde e segurança e higiene ocupacional 
desde 2009, na Faculdade de Ciências e Tecnologias e Centro Universitário Jorge Ama-
do – Unijorge, e coordenadora do curso de Graduação Tecnológica em Segurança no 
Trabalho da Unijorge desde 2013.
AUTOR
C. Lattes
http://lattes.cnpq.br/4872246255796702
Conceitos e histórico da higiene 
e segurança do trabalho
UNIDADE 1
9
A Higiene do Trabalho é fundamental para garantir a qualidade de vida do trabalhador. 
Considerada um dos ramos da segurança no trabalho, está diretamente relacionada a um 
conjunto de procedimentos que visam proteger a saúde dos trabalhadores de qualquer 
organização, independentemente do tipo de atividade laboral.
O objetivo central da Higiene do Trabalho é garantir a integridade física e mental dos 
trabalhadores, para tanto analisa todas as etapas e especificidades de uma atividade laboral 
e quais os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos ao longo do tempo de serviço. 
O objeto norteador da higiene é a Norma Regulamentadora – NR 15 do Ministério do 
Trabalho, além das normas de higiene ocupacional da Fundação Jorge Duprat Figueiredo 
de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentro, que também devem ser utilizadas 
como apoio em procedimentos e ensaios realizados pelos higienistas.
Entender a dinâmica da atividade laboral é papel de todo gestor de segurança, reconhecendo 
os tipos e níveis de riscos aos quais o trabalhador pode estar exposto para que as devidas 
providências prevencionistas sejam realizadas, garantindo, dessa forma, a manutenção 
da saúde do trabalhador.
Um dos aspectos que garantem a qualidade de vida do trabalhador é a segurança no 
ambiente de trabalho. Executar suas atividades com a tranquilidade de que o empregador 
se preocupa em afastar os riscos ocupacionais melhora, e muito, a produtividade do 
trabalhador.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Descrever conceitos e aplicabilidade da higiene ocupacional na identificação, 
caracterização e prevenção de doenças devido à exposição do trabalhador a 
agentes de risco.
OBJETIVO
10
Conceitos básicos da higiene ocupacional e 
segurança do trabalho 
A higiene ocupacional é estruturada como uma ciência prevencionista, que tem como 
objetivo principal atuar detectando agentes que possam prejudicar a saúde e segurança de 
trabalhadores, quantificando sua intensidade e/ou concentração, além de definir as medi-
das de controle necessárias para garantir a saúde e o conforto dos trabalhadores durante 
sua atividade ocupacional, passando constantemente por atualizações (BERTOZZI, 2006).
Podemos definir a higiene do trabalho como a ciência que visa garantir a integridade física 
e mental dos trabalhadores. É considerada um dos ramos mais importantes da segurança 
no trabalho. O profissional de higiene ocupacional utiliza as normas regulamentadoras do 
Ministério do Trabalho e também as normas de higiene ocupacional da Fundacentro.
As empresas, em geral, visam muito mais ao lado produtivo e, muitas vezes, negligenciam 
o investimento em segurança no trabalho, não sabendo que esse investimento previne uma 
série de complicações futuras, como multas e custos altíssimos de reparação e danos cau-
sados aos trabalhadores.
Curiosidade
“A origem da palavra higiene vem do grego hygeinos, que significa aquilo que é 
saudável e é derivada do nome da deusa grega Higia que era a deusa da saúde, 
limpeza e sanidade, exercia uma importante parte do culto de seu pai Esculápio 
‘Deus da cura’, sendo ela considerada como a deusa da prevenção e da con-
tinuidade da boa saúde. A sua origem na mitologia grega é conhecida desde o 
século VII a.C.”(ROCHA; BASTOS, 2016)
Na literatura, você pode encontrar diversas formas de definir a higiene ocupacional. Veja, a 
seguir, alguns exemplos.
Segundo a American Industrial Hygiene Association – AIHA, a higiene ocupacional é a ciên-
cia que se antecipa, reconhece, avalia e controla os riscos originados nos locais de trabalho 
e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também 
o possível impacto nas unidades vizinhas e no meio ambiental (BERTOZZI, 2006).
11
A National Safety Council – NSC/USA (Conselho Nacional de Segurança, 2012) traz o 
conceito de higiene ocupacional como sendo a ciência e arte devotadas à antecipação, 
ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores ou sobrecargasambientais 
que surgem nos ambientes ocupacionais e que podem causar doenças, eventualmente 
prejudicando a saúde e o bem-estar do trabalhador, originando desconforto e ineficiência 
entre trabalhadores ou cidadãos da comunidade (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
Já a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO conceitua a higiene 
ocupacional como a arte dedicada ao estudo e ao gerenciamento das exposições 
ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, por meio de ações de 
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das condições e dos locais de 
trabalho, visando à preservação da saúde e bem-estar dos trabalhadores, considerando 
ainda o meio ambiente e a comunidade (http://www.abho.org.br/abho/).
Segundo a British Occupational Hygiene Society – BOHS (Sociedade Britânica de 
Higiene Ocupacional, 2012), a higiene do trabalho é a prevenção de problemas de saúde 
do trabalho, por meio de reconhecimento, avaliação e controle dos riscos (PEIXOTO; 
FERREIRA, 2012).
Segundo a American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH (c2018), 
a higiene ocupacional é definida como:
[...] ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de atores ou 
tensões ambientais originadas do ou no local de trabalho e que podem 
causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e 
ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos 
da comunidade.
Segundo a Occupational Safety and Health Administration – OSHA (Segurança Ocupacional 
e Administração de Saúde, 2012), a higiene do trabalho é a ciência da antecipação, do 
reconhecimento, da avaliação e do controle das condições de trabalho que podem causar 
lesão nos trabalhadores ou doença. Os higienistas que atuam nas indústrias utilizam o 
monitoramento ambiental e métodos analíticos para identificar e definir o grau de exposição 
dos trabalhadores e empregam engenharia, controles de prática profissional e outros 
métodos para conter riscos potenciais à saúde (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
https://www.acgih.org/
12
Alguns fatores levam a acreditar que os altos índices de acidentes eram oca-
sionados em função de ritmos excessivos de produtividade, falta de treinamen-
to para a realização das tarefas, ferramentas de produção desapropriadas ou 
utilizadas de forma incorreta, extensa jornada de trabalho, postos de trabalho 
inadequados ou ineficientes. Desses fatores, surgiu a necessidade de criar leis 
para proteger a saúde e o bem-estar do trabalhador, pois, apesar de não dispor-
mos de documentos que comprovem tais aspectos, acredita-se que o número 
de acidentes e de casos de doenças era bastante significativo durante o perío-
do em que se deram as mudanças na forma de atender ao limite de 12 horas de 
trabalho por dia, à proibição do trabalho noturno, à obrigação das unidades in-
dustriais de manter ambientes ventilados e à lavagem das paredes pelo menos 
duas vezes ao ano, além de atribuir a higiene como fator primordial para a man-
ifestação de ambientes saudáveis. Porém, essas medidas não foram tão efica-
zes para a redução dos acidentes de trabalho, além da inexistência da idade 
mínima exigida para o trabalho (ROSSETE, 2014). 
Saiba mais
Analisando os conceitos vistos, chegamos à conclusão de que as definições de higiene 
ocupacional podem conter algumas variações, porém é comum em todas o objetivo de 
proteger e promover a saúde, o bem-estar dos trabalhadores como também do meio 
ambiente em geral, a partir de ações prevencionistas no ambiente laboral.
Importante
A higiene ocupacional insere seu discurso em um espaço constituído por um 
sistema de eixos, sendo o lado vertical representado pelo processo cronológico 
do desenvolvimento humano, com suas características particulares, ou seja, o 
indivíduo em movimento na dinâmica dos seus caracteres psicológicos e biológi-
cos. Já no eixo horizontal é representado o conjunto de atividades desenvolvidas 
pelo indivíduo como uma totalidade que trabalha, alimenta, reproduz e diverte-se 
em um determinado ambiente. Para cada ponto desse gráfico caracteriza-se 
um indivíduo no conjunto de sua vida. A higiene do trabalho possui normas, 
recomendações e medidas que, se aplicadas, fariam com que esse indivíduo se 
mantivesse em estado de saúde até a morte natural (LAROCCA; MARQUE, 2005). 
13
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre conceito de higiene ocupacional.
14
História da higiene e segurança do trabalho 
Há muitos anos, os trabalhadores, na sua maioria homens, mas também mulheres e crian-
ças, sofriam mutilações constantes em virtude da precariedade das condições de traba-
lho e das máquinas, que eram extremamente rústicas. Além disso, existia a presença de 
violência do empregador para com o empregado, ou seja, uma total desorganização, em 
virtude da inexistência de uma legislação que amparasse essa nova classe dos operários. 
Curiosidade
Segundo Piza (1997 apud PANDOJA et al., 2012), a informação mais antiga 
sobre a preocupação com a segurança do trabalho foi encontrada em registros 
egípcios que datam de 2000 a.C. Consta em arquivos que nessa época houve 
uma revolta em minas de cobre, por meio da qual o faraó concluiu a necessi-
dade de melhorar as condições de trabalho dos escravos. 
O desenvolvimento industrial desenca-
deou uma série de transformações tec-
nológicas, sociais, econômicas e também 
das relações de trabalho. Muitas mortes e 
adoecimentos relacionados à má condi-
ção de trabalho precisaram acontecer até 
que os trabalhadores se manifestassem 
contra a carga horária excessiva, chegan-
do até a 16 horas diárias, trabalho infantil, 
condições insalubres ao extremo etc.
Foi a partir daí que surgiram os sindicatos e, após muitas décadas, as leis trabalhistas 
que garantiam a integridade dos trabalhadores.
A história da evolução da segurança no trabalho e das relações trabalhistas começa a 
ganhar força a partir da Revolução Industrial, que teve início no século XVIII na Inglaterra. 
Essa foi a revolução que modificou profundamente as relações sociais e econômicas no 
ambiente urbano e as condições de vida e trabalho dos proletariados, começando pelo 
êxodo rural causado a partir do desenvolvimento das manufaturas (CABRAL, 2013).
Criança trabalhando em uma fábrica de tecidos 
nos Estados Unidos, em 1909.
15
Após a Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes garantiu a criação da Organização In-
ternacional do Trabalho – OIT em 1919, o que trouxe frutos para o estudo e o desenvolvimen-
to de acordos internacionais na área de higiene do trabalho. Como consequência, a partir da 
década de 1930, na Inglaterra e nos Estados Unidos, houve rápido progresso na identificação 
de diversas doenças relacionadas às atividades industriais (FUNDACENTRO, 2004).
Agora que você já conheceu o contexto geral da história da higiene e se-
gurança do trabalho, vamos estudar como essas questões foram tratadas 
no Brasil. 
Veja que:
A revolução industrial no Brasil iniciou por volta 1930 mesmo com a 
experiência de outros países na questão de prevenção de acidente co-
meçou atrasado, tanto que ficou conhecido como campeão mundial de 
acidente do trabalho. A sistematização dos procedimentos preventivos 
ocorreu primeiro nos Estados Unidos, no início do século XX. Na África, 
Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene nas-
ceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), em 1919. (PANDOJA et al., 2012) 
Assim como aconteceu em outros países, o Brasil utilizou-se da mão de obra escrava na 
mineração e na agricultura, entre outras atividades, até final do século 19. Por mais de 350 
anos praticamente, não existiam outras formas de trabalho que não fossem executadas 
por mão de obra escrava, o que explica, em parte, a quantidade escassa de publicações 
disponíveis acerca das doenças relacionadas ao trabalho, até bem próximo ao fim da es-
cravidão do Brasil (FUNDACENTRO, 2004).
Curiosidade
As primeiras máquinasnas fábricas eram rudimentares e experimentais, o que 
deu origem na época a uma enorme incidência de acidentes de trabalho. Os 
trabalhadores e patrões dessa época não tinham conhecimento ainda sobre 
os equipamentos de proteção individual e coletiva; com isso, as mutilações e 
explosões eram frequentes. Não havia nenhum tipo de assistência médica ou 
seguro social. O trabalho infantil também era bastante comum, e bem requisit-
ado, por ser mais em conta (CABRAL, 2013).
16
Durante o período inicial de industrialização no Brasil, a higiene ocupacional já era prati-
cada em países desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra. As primeiras preocu-
pações tiveram início a partir de denúncias de proletariados, de reportagens de grandes 
jornais e pesquisas de universidades. O movimento social, sob influência direta também 
de imigrantes que já chegaram ao Brasil com consciência sindical europeia, a de denún-
cias às lideranças, consegue mobilizar a classe operária para essa grande questão social 
(FUNDACENTRO, 2004).
No Brasil, no dia 1º de maio de 1943, por intermédio do Decreto-Lei nº 5.542, Getúlio Var-
gas criou a CLT, composta por oito capítulos que abrangem e especificam direitos dos 
trabalhadores brasileiros. Nos seus mais de 900 artigos, podem ser encontradas, entre 
outras, informações referentes:
• À identificação profissional.
• À duração da jornada de trabalho,
• Ao salário mínimo.
• Ao direito a férias anuais.
• Aos direitos e deveres dos trabalhadores referentes à saúde e à segurança.
• À proteção ao trabalho da mulher.
• À previdência social.
O objetivo foi garantir a proteção dos direitos dos trabalhadores.
Os assuntos referentes à saúde e à segurança no trabalho ganham mais ênfase a partir 
da década de 1960, com a criação da Fundacentro (ROCHA; BASTOS, 2016).
No Brasil, o trabalho livre e assalariado ganhou espaço após a 
abolição da escravidão no Brasil em 1888 e com a vinda dos imi-
grantes europeus para o País. As primeiras normas trabalhistas 
surgiram no País com o Decreto nº 1.313, de 1891, que regula-
mentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. A política traba-
lhista brasileira só toma forma após a Revolução de 30, quando 
Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 
A Constituição de 1934 foi a primeira a tratar de Direito do Tra-
balho no Brasil, assegurando a liberdade sindical, salário mínimo, 
jornada de oito horas, repouso semanal, férias anuais remunera-
das, proteção do trabalho feminino e infantil e isonomia salarial. 
(CABRAL, 2013)
17
A partir de sua criação, o Ministério do Trabalho exerceu influência na formação de profis-
sionais por meio da realização de cursos de Enfermagem, Medicina, Engenharia e Segu-
rança no Trabalho. Ele gerou vários trabalhos práticos e atuou na regulamentação e fisca-
lização da legislação.
Após algumas alterações de nome por inúmeros decretos, o Ministério do Trabalho e Em-
prego é quem regulamenta, fiscaliza e implementa, por meio da Secretaria de Segurança e 
Saúde do Trabalho e das Delegacias Regionais do Trabalho, os instrumentos importantes 
para a regulamentação do trabalho e suas condições de segurança, como exemplo temos 
as normas regulamentadoras (CABRAL, 2013).
A Fundacentro foi criada a exemplo de outros institutos de pesquisa existentes na área de 
saúde ocupacional, tais como o Helsinque, na Finlândia, e o Niosh, nos Estados Unidos. 
Seu objetivo, entre outros, tem sido o de responder às inúmeras demandas sobre riscos 
ambientais, esforços repetitivos, agrotóxicos, educação na área de segurança no trabalho, 
entre outros (FUNDACENTRO, 2004).
A partir da Constituição de 1988, ampliaram-se no Brasil as atribuições e responsabilidades
dos estados frente à saúde e à segurança do trabalhador, à medida que os Centros de 
Referência de Saúde do Trabalhador estaduais e as vigilâncias sanitárias passaram a ter
competência para atuar no Sistema Único de Saúde – SUS.
Em decorrência de vários movimentos da sociedade brasileira, ocorreram e ocorrem cons-
tantes mudanças e atualizações na legislação na área de saúde e segurança dos trabalha-
dores. Para tanto, as normas regulamentadoras e preconizados programas de prevenção 
passam por constantes revisões, visando à preservação da saúde e integridade física dos 
trabalhadores. Surgem também, no âmbito do Ministério do Trabalho, o Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais – PPRA, o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupa-
cional – PCMSO, o Programa de Prevenção Ocupacional ao Benzeno – PPEOB, Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT, o Pro-
grama de Conservação Auditiva – PCA e o Programa de Proteção Respiratória – PPR.
A necessidade de reunir as normas trabalhistas em um único có-
digo abriu espaço para Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
criada em 1943, e que após várias alterações, no seu título II – 
das Normas Gerais de Tutela do Trabalho, já dedica diretamente 
o seu Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo 
com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 
1977. (MACHADO et al., 2009 apud CABRAL, 2013)
18
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre meio ambiente de trabalho.
19
Conceitos de insalubridade e periculosidade 
Considerando o tema higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho, você irá estudar 
dois conceitos importantes:
• Insalubridade.
• Periculosidade.
A preocupação com a segurança e saúde do trabalhador deve suplantar qualquer tipo 
de interesse econômico produtivo. As consequências geradas pelo impacto de agentes 
insalubres podem ser altíssimas, o que gera um custo ainda mais alto que o investimento 
inicial e até mesmo a morte do trabalhador.
A NR 15 do Ministério do Trabalho especifica, de forma minuciosa, os procedimentos que 
devem ser realizados para prevenir o risco de acidente de diversas atividades ocupacio-
nais insalubres. 
Acompanhe a explicação a seguir.
Insalubridade
A insalubridade é conceituada como a atividade 
que, devido à sua natureza, condições ou méto-
dos, expõe o trabalhador a agentes causadores de 
doença acima de um limite de tolerância relacio-
nado à intensidade do agente e/ou ao tempo de 
exposição, estabelecido pelo Ministério do Traba-
lho na NR 15.
Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e 
operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização 
da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de 
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. 
(BRASIL, 1943)
Saiba mais
Sergio Shumoff / Shutterstock.com
20
Importante
Para fins de controle ou neutralização do agente de risco, têm-se os EPCs e os 
EPIs. O gestor de segurança no trabalho tem função primordial na definição 
dos tipos de equipamentos para cada atividade laboral. Tão importantes quan-
to o empregador investir nos EPCs e EPIs são a preparação, o treinamento e a 
conscientização dos trabalhadores quanto à forma de utilizá-los.
Assim sendo, ainda segundo Marinelli (2016), a caracterização em atividade insalubre acar-
retará somente em casos em que os pré-requisitos acima apontados sejam extrapolados; 
de maneira oposta, o trabalhador deixa de adquirir o direito ao adicional. Conforme orienta 
o artigo 191 da CLT:
Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho 
dentro dos limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalha-
dor, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tole-
rância. (BRASIL, 1943)
Segundo Marinelli (2016), a utilização de medidas alternativas para conservação do am-
biente de trabalho em limites aceitáveis pode contribuir para o enquadramento em dife-
rentes graduações, sendo que, além da eventualidade do uso do equipamento de proteção 
coletiva – EPC, pode-se somar a utilização de EPI para maximizaras chances de redução 
da nocividade dos agentes, visando propiciar melhor condição no ambiente de trabalho. 
Seguindo com esse pensamento, a possibilidade de enquadramento em diferentes gradua-
ções se dá conforme estabelece o artigo 192 constante na CLT:
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos 
limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, asse-
gura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por 
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo 
da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e míni-
mo. (BRASIL, 1943)
21
Ainda sobre o adicional de insalubridade, o artigo 194 da CLT prevê que, em caso de neu-
tralização absoluta da condição causadora de insalubridade, o direito ao adicional de insa-
lubridade é descontinuado.
Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de peri-
culosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade 
física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do 
Trabalho. (BRASIL, 1943)
São atividades que podem causar riscos à saúde do trabalhador, caso o limite de tolerân-
cia estabelecido na NR 15 não seja cumprido: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de 
impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, 
radiações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja insalubridade é 
caracterizada por limite de tolerância, inspeção no local de trabalho, poeiras minerais, agen-
tes químicos, benzeno e agentes biológicos em geral.
Periculosidade
Periculosidade é a qualidade daquilo que é perigoso ou arriscado para a vida. Normalmen-
te, esse termo costuma ser aplicado no âmbito da segurança e saúde do trabalho, indican-
do quando determinada atividade ou função é considerada uma ameaça à vida e à saúde 
do trabalhador (https://www.significados.com.br/periculosidade/).
Importante
São consideradas atividades ou operações perigosas, segundo o art. 193 da 
CLT, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Em-
prego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco 
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica.
II - Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais 
de segurança pessoal ou patrimonial.
22
São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas 
com explosivos sujeitos a:
a) degradação química ou autocatalítica;
b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, 
fenômenos sísmicos, choque e atritos. (BRASIL, 1978, NR 16)
O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador 
a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os 
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. 
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido 
(BRASIL, 1978, NR 16).
É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da 
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por médico do trabalho ou engenheiro 
de segurança do trabalho (BRASIL, 1943, art. 195).
NA PRÁTICA
O Brasil registrou cerca de 4,2 milhões de acidentes de trabalho de 2012 até o 
primeiro semestre de 2018, sendo que 15.768 resultaram em mortes. Os dados 
são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. Já em 2017, foi 
registrado um total de 895.770 acidentes no Brasil.
Segundo a NR 16 do Ministério do Trabalho, são 
periculosas as atividades ou operações em que a 
natureza ou os seus métodos de trabalhos confi-
gurem um contato com substâncias inflamáveis 
ou explosivos, substâncias radioativas ou radia-
ção ionizante, ou energia elétrica, em condição de 
risco acentuado.
23
Cortes, lacerações, feridas contusas e puncturas (furos ou picadas) responde-
ram por cerca de 92 mil casos. Ainda contabilizam nos dados 78.499 fraturas e 
67.371 contusões/esmagamentos. Segundo estimativas do Observatório, cer-
ca de 28,7 bilhões de reais foram gastos de 2012 até agora com benefícios 
acidentários, que incluem auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão 
por morte e auxílio-acidente. Foram quase 334 milhões de dias de trabalho per-
didos por causa dos acidentes de trabalho.
Os dados acima demonstram que infelizmente ainda há muito que fazer nas 
empresas e indústrias brasileiras, em se tratando de higiene ocupacional. So-
mente a partir do momento que a gestão empresarial for atrelada em todos 
os sentidos à prevenção da segurança e saúde do trabalhador esse cenário 
poderá ser modificado. 
24
Resumo da Unidade 1
A Higiene Ocupacional é uma subárea da segurança no trabalho, sendo conhecida por 
seu caráter prevencionista, tendo como objetivo primordial a identificação, caracteriza-
ção e qualificação dos tipos de riscos presentes em um ambiente laboral, para que ações 
prevencionistas sejam realizadas conforme as especificidades do trabalho. A preocu-
pação com a segurança e a saúde do trabalhador tem início a partir da Revolução In-
dustrial, porém a consolidação das leis do trabalho no Brasil ocorre somente em 1943 
com Getúlio Vargas. Para atividades laborais com exposição do trabalhador a agentes 
insalubres e perigosos, é garantido por lei um adicional a seus proventos, a depender da 
especificidade do agente.
A higiene ocupacional é considerada como a arte dedicada ao estudo e ao 
gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e 
biológicos, por meio de ações de antecipação, reconhecimento, avaliação e 
controle das condições e dos locais de trabalho, visando à preservação da saú-
de e do bem-estar dos trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente e a 
comunidade.
CONCEITO
25
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26
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Analisando os riscos em higiene 
e segurança do trabalho
UNIDADE 2
28
A higiene ocupacional tem como objetivo principal a promoção da segurança e saúde do 
trabalhador de forma preventiva, antecipando-se frente aos agentes de risco. Para tanto, 
utilizam-se princípios administrativos de engenharia e medicina ocupacional. Tem como 
foco principal de atuação identificar os agentes nocivos, quantificando e qualificando-os 
para, de forma preventiva, propor medidas de controle, conforme as normas regulamen-
tadoras do Ministério do Trabalho, que assegurarão um ambiente saudável de trabalho.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Definir os tipos de riscos ocupacionais e suas principais características.
29
Riscos físicos
Os riscos físicos são definidos como formas diversas de energia que fazem parte do dia 
a dia laboral, em quantidade considerada superior àquela que o organismo é capaz de 
suportar, podendo ser consideradas agentes causadores de doença profissional. Podem 
ser representados por algum tipo de energia a que possam estar expostos os trabalhado-
res, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas e radiações 
ionizantes e não ionizantes. 
Vamos conhecer com mais detalhes os tipos de riscos físicos?
Ruído
O conforto auditivo é uma das necessidades do ser humano. O ruído é definido como 
um som indesejável, produto das atividades diárias da comunidade. O som representa 
as vibrações mecânicas da matéria. Por meio dele ocorre o fluxo de energia na forma de 
ondas sonoras (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
Os ambientes com ruído causam incômodos 
que podem interferir na concentração e comu-
nicação, aumentando a possibilidade de erros e 
de acidentes durante a execução de atividades. 
O profissional, quando em condições de ruído, 
precisa se esforçar constantemente para ter 
uma maior concentração e isso gera estresse. 
Uma exposição a um ruído intenso e repetitivo pode provocar perda auditiva tempo-
rária, levando a um dano permanente conhecido como perda auditiva induzida por 
ruído – PAIR.
Saiba mais
Existem legislações específicas que regulamentam e determinam os limites 
permissíveis em unidades de decibéis. A NBR n° 10.152/ABNT, por exemplo, 
estabelece um limite de 60 dB para uma condição adequada de trabalho 
(HIRATA, 2002).
30
Temperaturas extremas - calor
O desconforto térmico existente em um ambien-
te de trabalho pode ser prejudicial à saúde dos 
trabalhadores. Para temperaturas acima de 25 
°C, o corpo humano busca a sudorese como 
mecanismo de compensação. Realizar traba-
lhos que necessitem de um esforço grande, 
bem como a exposição a uma fonte de calor por 
um período de tempo prolongado, pode causar 
grande desconforto e alguns sintomas comuns, como a desidratação pelo excesso de 
suor, fadiga, cansaço, sonolência e redução de desempenho físico e mental.
Temperaturas extremas - frio
Da mesma maneira como em condições de calor, o desconforto térmico existente em um 
ambiente de trabalho muito frio pode ser prejudicial à saúde dos trabalhadores. Os vasos 
sanguíneos das extremidades do corpo se contraem para diminuir a perda de calor no am-
biente, enviando, assim, mais sangue para os órgãos vitais, como o coração e o cérebro. 
Como consequência disso, ocorre uma queda brusca da temperatura da pele (PEIXOTO; 
FERREIRA, 2012).
O primeiro sinal de dano por frio é uma sen-
sação de adormecimento e anestesia dos te-
cidos atingidos. As lesões mais graves cau-
sadas por essa sensação térmica decorrem 
da perda excessiva de calor do corpo e de 
uma diminuição da temperatura, o que cha-
mamos de hipotermia. Em casos mais extre-
mos, também pode ocorrer o congelamento 
dos tecidos, alterando a estrutura celular, 
causando necrose. Estão sujeitos a esse tipo de risco profissionais que trabalham em 
câmaras frigoríficas, em locais abertos com serviços de refrigeração e os que utilizam 
nitrogênio líquido e gelo-seco.
31
Material radioativo
O uso de fontes radioativas de vários tipos estáamplamente difundido em alguns setores. O con-
trole dessas fontes nem sempre é feito da manei-
ra adequada e a exposição acidental das pessoas 
pode provocar muitos danos à saúde, dependendo 
da sua duração, da atividade, do material radioati-
vo em questão e da região do corpo afetada (SAN-
TOS, 2006). 
A maioria dos acidentes com materiais radioativos foi causada por falha humana. Isso 
aumenta a responsabilidade de todos os envolvidos de forma direta ou indireta nesse 
processo, com o intuito de garantir a segurança de todos. Há sempre atenção especial 
voltada ao possível desvio de materiais radioativos para fins obscuros, como, por exem-
plo, atentados terroristas. Para prevenir tais situações, é necessário um maior controle 
por parte dos usuários e órgãos reguladores (SANTOS, 2006).
Radiação ionizante 
São emissões de energia em diversos níveis, como raios X, raios gama e partículas alfa 
e beta, capazes de provocar a ionização dos átomos (retirada de elétrons), quando em 
contato com eles, e de causar alterações dos tecidos. As precauções em relação ao tem-
po de exposição do operador devem ser rigorosas, levando-se em conta o menor tempo 
possível. O efeito das radiações sobre um organismo depende do tipo de célula irradiada, 
assim como do estágio do desenvolvimento celular. Esses efeitos nocivos podem ser so-
máticos (câncer induzido por radiações, leucemias, câncer dos ossos, dos pulmões e da 
pele, lesões cutâneas e gastrointestinais, perda de cabelo, deficiências sanguíneas e ca-
taratas) ou hereditários (sintomas observados em descendentes de indivíduos expostos). 
Radiação não ionizante
Refere-se às radiações a que somos expostos diariamente nos vários ambientes de tra-
balho, como a luz natural, radiação infravermelha e ultravioleta (HIRATA, 2002). Ao con-
trário da radiação ionizante, a radiação não ionizante possui relativamente baixa energia, 
não tem poder de ionização, mas é absorvida por várias partes celulares, causando da-
nos à saúde. Os olhos e a pele são os mais vulneráveis, podendo ocorrer queimaduras 
agudas da pele, lesões de córnea, íris, retina e cristalino do olho.
32
Importante
Segundo Garcia Junior (2014), os agentes físicos são caracterizados pela sua 
capacidade de causar doenças àqueles que entram em contato direto com a 
fonte, podendo originar lesões crônicas. O controle da fonte e a manutenção 
da saúde do trabalhador são obtidos a partir de medidas de proteção coletivas 
e individuais, treinamento, elaboração de ordens de serviço sobre saúde e 
segurança, com o intuito de orientar os trabalhadores sobre os riscos existentes 
no ambiente laboral.
MIDIATECA
Acesse a Midiateca da unidade 2 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho.
33
Riscos químicos
A utilização de substâncias químicas no processo produtivo aumentou consideravelmente 
com a industrialização, quando teve início, por exemplo, o processo produtivo de diversos 
tipos de substâncias sintéticas derivadas do petróleo. Essa evolução trouxe avanços 
importantes e decisivos, mas também causou impactos marcantes no meio ambiente e 
na saúde das populações, em virtude da poluição e da contaminação dela decorrentes.
A indústria química é considerada, segundo Brasil (2006), o terceiro maior setor industrial 
no mundo, empregando milhões de pessoas, sendo também um dos segmentos mais 
diversificados, que produz uma grande variedade de substâncias químicas, subprodutos 
e produtos, desde as mais básicas, para produção de pesticidas, solventes, aditivos e 
produtos farmacêuticos, até matérias-primas ou produtos fundamentais nas etapas dos 
processos produtivos de praticamente todas as cadeias produtivas existentes.
Vamos entender o que é o risco químico e como ele é caracterizado? 
Acompanhe a explicação.
O risco químico é caracterizado pela exposição de trabalhadores a substâncias, compostos 
químicos e/ou produtos que podem penetrar no organismo por três vias: respiratória, 
cutânea ou digestiva, provocando doenças ocupacionais (SILVA, 2012). 
Contaminação pela via respiratória
Segundo Freitas e Arcuri (2000), no trabalho, a forma mais frequente de contaminação 
química ocorre a partir da via aérea. A substância penetra no corpo pela respiração. 
Durante a inspiração, o ar entra pelo nariz e traz consigo substâncias químicas que podem 
estar presentes no ambiente.
Quais são os danos que esse tipo de contaminação pode causar?
Em geral, os danos dependem do tipo de substância. Por exemplo, a contaminação pode 
causar desde irritações na mucosa nasal e na garganta até dores no peito ao respirar, 
podendo atingir até mesmo os pulmões. 
34
Vamos ver alguns exemplos mais específicos:
• A sílica e o amianto, quando inalados, podem prejudicar os pulmões e causar doen-
ças como a silicose e a asbestose. 
• O benzeno, quando aspirado, pode chegar aos pulmões, passando para a corrente 
sanguínea e chegando até mesmo a medula óssea.
Importante
O reconhecimento e a análise dos riscos químicos relacionados a agentes quími-
cos são atividades prioritárias para qualificar a intervenção na defesa da saúde 
do trabalhador: quem não reconhece não pode avaliar e prevenir o risco. Quem 
melhor conhece o ambiente e os riscos a que está submetido é o trabalhador, 
e sua participação é fundamental em todas as ações que envolvam sua saúde. 
Por ser uma das situações de exposição a agentes químicos mais acompanha-
das no Brasil, com um histórico de experiências determinantes na construção do 
movimento de defesa da saúde dos trabalhadores, faremos a discussão de risco 
químico desse protocolo a partir do benzeno (BRASIL, 2006, p. 8).
Contaminação pela via cutânea
Freitas e Arcuri (2000) afirmam que as substâncias químicas também podem penetrar 
no organismo por meio da pele. Esses produtos podem agir de duas formas:
• Pelo contato direto com a pele.
• Pela penetração pela pele.
As substâncias que agem pelo contato direto na pele podem provocar:
• Queimadura, se a substância for corrosiva.
• Reação alérgica, o que pode ocasionar ferimento ou inchaço.
As substâncias que penetram na pele agem da seguinte forma: entram na corrente sanguí-
nea e o sangue as leva para outras partes do corpo, da mesma forma que na respiração. 
Qual é a consequência disso? Essa contaminação pode provocar problemas nos rins, no 
fígado, no coração ou outra parte do corpo. Por exemplo, o benzeno provoca dano na pro-
dução do sangue. Resumindo, o dano vai depender do tipo de produto químico. 
35
É importante que você saiba que, como nossa pele é razoavelmente resistente, a quanti-
dade de substância que penetra pela pele, em geral, é menor do que a que penetra pela 
respiração.
Contaminação pela via digestiva
Ainda segundo Freitas e Arcuri (2000), a substância química pode penetrar no nosso cor-
po pela via digestiva, normalmente de forma acidental. Essa contaminação pode ocorrer 
quando o trabalhador come, bebe ou fuma no ambiente de trabalho. Como consequên-
cia, a substância química pode provocar queimadura ou irritação já na boca, ou no cami-
nho entre a boca e o estômago. 
Algumas não provocam esses tipos de problema nesses locais, mas vão ser levadas, 
pelo sangue, para outras partes do corpo. Por isso que, quando tomamos alguma bebida 
alcoólica, depois de algum tempo, ela é absorvida, o sangue carrega o álcool até o nosso 
sistema nervoso e ficamos com os sintomas de bebedeira: tontura, euforia, mudança de 
personalidade e, muitas vezes, uma grande dor de cabeça (FREITAS; ARCURI, 2000).
Prevenir é uma das formas de evitar os problemas de saúde ocupacional 
que podem ser desencadeados por essa exposição.
Para a efetividade dessa prevenção, é necessário que os trabalhadores tenham conhe-
cimento sobre os riscos oferecidos pelas substâncias químicas. O reconhecimento e a 
análise dos riscos relacionados a agentes químicos são atividades prioritárias para qua-
lificar a intervenção na defesa da saúde do trabalhador: quem não reconhecenão pode 
avaliar e prevenir o risco (SILVA, 2012).
MIDIATECA
Acesse a Midiateca da unidade 2 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre os riscos do benzeno para a saúde do trabalhador.
36
Riscos biológicos e ergonômicos
Os agentes biológicos são classificados em quatro tipos diferentes de risco biológico, de 
acordo com o tipo de infecção que podem apresentar. A progressão na classificação desses 
riscos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, utiliza como critérios a 
patogenicidade para o homem, o modo de transmissão, a endemia e a existência ou não 
de profilaxia e de tratamento eficazes.
Formas de transmissão dos agentes biológicos
Segundo Peixoto e Ferreira (2012), a transmissão de um agente biológico pode se dar 
das seguintes maneiras:
Vias de penetração dos agentes biológicos
Segundo a NR 32, os microrganismos patogênicos podem entrar no corpo humano a partir 
da permeação de uma pele danificada, por picadas acidentais, mordidas ou por fixação 
em mucosas. Podem também ser inalados ou ingeridos, levando às infecções do trato 
respiratório superior ou do sistema digestivo.
Direta Indireta
A transmissão se dá sem a intermedia-
ção de veículos ou vetores, como a que 
ocorre na transmissão aérea por bioae-
rossóis, na transmissão por gotículas e 
contato com a mucosa dos olhos.
A transmissão se dá por meio de veícu-
los ou vetores, como a que acontece na 
transmissão por meio de mãos, instru-
mentos perfurocortantes, luvas, roupas, 
vetores, água, alimentos, superfícies etc.
37
Classificação dos agentes biológicos
A NR 32, em seu Anexo I, classifica os agentes biológicos em: 
a) Classe de risco 1.
b) Classe de risco 2.
c) Classe de risco 3.
d) Classe de risco 4.
Exposição por via cutânea: a pele é uma importante porta de 
entrada de uma substância biológica. Algumas substâncias 
químicas liberadas por seres vivos podem afetar localmente a 
pele, provocando irritações. As principais formas de contaminação 
ocorrem por meio da pele danificada ou membranas mucosas 
(boca, olhos), lesões por materiais perfurocortantes contaminados 
e arranhões ou mordidas. 
Exposição por via respiratória: os agentes biológicos invadem 
o organismo humano preferencialmente por meio das vias 
respiratórias, penetrando pelo nariz, garganta, traqueia e brônquios. 
Ingestão: os agentes biológicos são introduzidos no sistema 
gastrointestinal pela boca, com trânsito pelo esôfago, antes de 
atingirem o estômago. Como exemplo de uma contaminação por 
ingestão, podemos citar a contaminação por Salmonella ssp., no 
consumo de alimentos conservados em condições não adequadas, 
e a hepatite A, que é transmitida por meio de alimentos e água 
contaminados com o vírus.
Saiba mais
Veja o que estabelece o Anexo I da NR 17:
“Os agentes biológicos são classificados em:
Classe de risco 1: Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, 
com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
38
Movimentos repetitivos
Os movimentos repetitivos são aqueles que acontecem quando a contração contínua 
de alguns músculos ocorre para se manter uma determinada posição. Os trabalhos que 
dependem desse tipo de movimento geram constantemente problemas de saúde que, 
muitas vezes, necessitam ser corrigidos por intervenção cirúrgica. Os trabalhos que ge-
ram esse tipo de movimentos devem e podem ser evitados, utilizando-se estudos er-
gonômicos para se impedirem lesões decorrentes, além da diversificação de trabalho 
e mudanças de postura. O termo criado para esse tipo de risco é lesão por esforços 
repetitivos – LER, que atualmente se denomina doenças osteomusculares relacionadas 
com o trabalho – Dort.
Riscos ergonômicos
Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características 
psicológicas e fisiológicas do trabalhador, a partir da realização de atividades laborais 
em condição de desconforto que possa afetar sua saúde. São exemplos de risco ergo-
nômico o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a 
monotonia, a repetição, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho 
e o trabalho em turnos (HIRATA, 2002).
Classe de risco 2: Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa 
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao 
ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3: Risco individual elevado para o trabalhador e com 
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e 
infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios 
eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: Risco individual elevado para o trabalhador e com 
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande 
poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças 
graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia 
ou tratamento.” 
Fonte: Anexo I da NR 32 (BRASIL, 2005).
39
Vamos conhecer algumas dessas lesões?
Bursites: 
Inflamação acompanhada de dores de uma bolsa 
que contém líquido sinovial. Esse líquido envolve as 
articulações, o que facilita o movimento e evita o atrito 
entre duas estruturas, por exemplo, tendão e osso. Um 
dos locais mais afetados são os ombros.
Síndrome do desfiladeiro torácico: 
Devido à posição incorreta adquirida nos trabalhos 
manuais, como apoiar o telefone sobre o ombro e 
pressioná-lo com a orelha, ou trabalhar em bancos 
altos em laboratórios com balcões baixos, ocorre uma 
compressão dos nervos, artérias e veias, causando 
dores e desconforto.
Tendinite:
Inflamação acompanhada de dores de um tendão. Ela 
pode surgir pelo excesso de repetições de um mesmo 
movimento e de sobrecarga.
Saiba mais
Veja o que estabelece a NR 17:
“17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que 
permitam a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de 
conforto, segurança e desempenho eficiente.17.1.1. As condições de trabalho 
incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de 
materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do 
posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
40
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise 
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições 
de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.”
Fonte: NR 17 (BRASIL, 1978).
MIDIATECA
Acesse a Midiateca da unidade 2 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre biossegurança.
41
NA PRÁTICA
“‘O Ministério do Trabalho autuou 19.870 empresas devido ao descumprimento 
às normas de proteção à saúde do trabalhador em 2017. No total, foram 72.294 
autuações por infrações cometidas – média de 3,6 por empresa. Nos primeiros 
quatro meses deste ano, já foram 2.678 empresas com autos lavrados pela 
mesma razão. [...] A segurança começa pelo reconhecimento e avaliação dos 
riscos. É preciso conhecer detalhadamente cada tarefa a ser realizada, os 
riscos envolvidos e os meios para prevenir os possíveis acidentes ou doenças 
relacionados a cada risco identificado. Feita a avaliação e estabelecidos os 
meios de controle, os trabalhadores devem ser adequadamente informados 
sobre os riscos e treinados sobre as formas de prevenção’, afirma o auditor-
fiscal Jeferson Seidler, assistente técnico do Departamento de Saúde e 
Segurança no Trabalho, do Ministério do Trabalho. [...] Segundo o auditor, as 
empresas estão sujeitas a multa e até embargos e interdições das atividades, a 
depender da gravidade e risco no local de trabalho. No caso de descumprimento 
das Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde, independentemente 
de ocorrer acidente ou não, o empregador é multado. Os valores variam a 
depender de váriosfatores.” 
Fonte: http://www.protecao.com.br.
A reportagem comprova a importância da atuação do gestor de segurança no 
trabalho. Negligenciar a presença dos riscos ocupacionais descumprindo as 
normas de proteção à saúde e segurança é expor de forma irresponsável a 
vida do trabalhador. Os índices demonstram que ainda há muito trabalho de 
prevenção a ser realizado. 
http://www.protecao.com.br/noticiasdetalhe/Jyy5J9jjJ9/pagina=2
42
Resumo da Unidade 2
Nesta unidade você estudou que o Ministério do Trabalho, de acordo com as normas 
regulamentadoras, classifica os riscos nos ambientes de trabalho segundo a sua na-
tureza, que pode ser química, física, biológica, ergonômica ou de acidente. É papel do 
gestor em segurança no trabalho conhecer a higiene ocupacional, para que, dessa ma-
neira, consiga tanto reconhecer, mensurar e caracterizar esses riscos como contribuir 
para a manutenção da saúde, segurança e qualidade de vida no ambiente de trabalho, 
garantindo também a produtividade organizacional.
CONCEITO
Os riscos ocupacionais influenciam diretamente o dia a dia e a produtividade 
da organização, interferindo nos resultados e na saúde e segurança do 
trabalhador. A higiene ocupacional é capaz de identificar e reduzir o grau de 
exposição aos riscos presentes no ambiente de trabalho, propondo medidas de 
prevenção que dependem da atuação do gestor e da equipe de pessoas para 
serem implementadas.
43
Referências 
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. Portaria n° 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras 
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Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm. Acesso em: 27 
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44
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45
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http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1662/pdf_503
Os Programas de Higiene 
e Segurança no Trabalho
UNIDADE 3
47
A Higiene Ocupacional, para atingir seus objetivos prevencionistas, lança mão de uma série 
de programas que devem ser implementados nas organizações como forma de facilitar 
a gestão do profissional de Saúde e Segurança no Trabalho na manutenção da saúde 
do trabalhador e da qualidade de vida organizacional. Nesta unidade, você estudará os 
programas de:
• Prevenção aos riscos ambientais.
• Prevenção respiratória.
• Conservação auditiva.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Estudar alguns dos principais tipos de programas que auxiliam o gestor em 
segurança a promover a saúde e a segurança no ambiente de trabalho.
48
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA)
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, ou PPRA, é um programa estabelecido 
pela Norma Regulamentadora 9, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do 
Ministério do Trabalho.
Qual é o objetivo desse programa?
Esse programa tem por objetivo definir um planejamento de um conjunto de ações que 
garantam a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores frente aos riscos 
existentes nos ambientes organizacionais. O Ministério do Trabalho considera como 
riscos ambientais todos os agentes físicos, químicos e biológicos. Ainda existem os 
riscos ergonômicos e de acidentes. Para serem considerados agentes de risco ambiental, 
eles devem ser identificados a partir de perícias técnicas realizadas por profissionais da 
área de saúde e segurança, em concentrações ou intensidades definidas em normas 
regulamentadoras (SAPUCAIA, 2011). 
A figura mostra a má e a boa postura quando se está sentado em frente a 
um computador. A má postura é considerada um dos riscos ergonômicos.
A NR 9 descreve, detalhadamente, todas as fases de implementação das etapas que 
devem ser cumpridas no desenvolvimento do programa, além dos itens que compõem 
o reconhecimento dos riscos, os limites de tolerância adotados na etapa de avaliação 
e os parâmetros que definem as medidas de controle. Essa norma estabelece, ainda, 
a obrigatoriedade da existência de um cronograma que direcione as fases a serem 
cumpridas e os prazos.
49
Segundo Miranda e Dias (2003), um aspecto importante desse programa é que ele pode 
ser elaborado dentro dos conceitos mais modernos de gerenciamento e gestão, em que 
o empregador tem autonomia suficiente para, com responsabilidade, adotar um conjunto 
de medidas e ações que considere necessárias para garantir a saúde e a integridade 
física de seus trabalhadores. 
A elaboração, a implementação e a avaliação do PPRA podem ser feitas por qualquer pessoa 
ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto 
na norma. Além disso, cabe à própria empresa estabelecer as estratégias e as metodologias 
que serão utilizadas para o desenvolvimento das ações, bem como as formas de registro, 
manutenção e divulgação dos dados gerados no desenvolvimento do programa.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da 
empresa, sendo que sua abrangência e profundidade dependem das características dos 
riscos existentes no local de trabalho e das respectivas necessidades de controle. 
Saiba mais
A NR 9 estabelece todas as diretrizes e os parâmetros a serem periciados na 
execução do PPRA. Para a efetiva adesão das empresas ao programa, a norma 
estabelece que a organização deve adotar técnicas de avaliação que verifiquem 
continuamente o cumprimento das etapas, das ações e das metas previstas. Essa 
norma também prevê o controle social, garantindo aos trabalhadores o direito à 
informação e à participação no planejamento e no acompanhamento da execução 
do programa (MIRANDA; DIAS, 2003).
EPI/EPC
O uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) encontra-se previsto na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e regulamentado pela Norma Regulamentadora 
6 do Ministério do Trabalho, sendo, segundo a legislação vigente, obrigatório. 
É importante que você saiba que a entrega desses equipamentos deve ser fornecida 
pelo empregador, que também tem a obrigação de fiscalizar o uso por parte de seus 
empregados e de promover ações que conscientizem seus trabalhadores da importância 
da utilização dos EPIs quando eles se recusarem a usar. 
50
Observe a figura a seguir que mostra alguns equipamentos de segurança.
Como podemos definir o EPI? Vejamos!
• Segundo a Portaria nº 3.214/1978, com última alteração pela Portaria nº 292/2011, EPI 
é “todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador destinado à 
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
A NR 6 traz a mesma definição. 
Certificado de aprovação dos EPIs 
Conforme a NR 6, o equipamento de proteção individual de fabricação nacional ou 
importado só poderá ser posto à venda para ser utilizado com a indicação do Certificado de 
Aprovação (CA), que é um certificado que atesta a qualidade e a eficácia do equipamento 
para aquele determinado uso. 
O CA dos EPIs deve ser regulamentado pelo Ministério do Trabalho e deverá ser expedido 
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do 
Ministério, uma vez que este atestará a conformidade dos EPIs com as especificações 
no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(Sinmetro) para um determinado uso, e assim, com essa certificação, o material é 
considerado apto para ser comercializado como EPI. 
51
Como previsto na NR 6, para fins de comercialização, o CA concedido aos EPIs terá vali-
dade de cinco anos para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham 
sua conformidade avaliada no âmbito do Sinmetro e um prazo vinculado à avaliação da 
conformidade no âmbito do Sinmetro, quando for o caso, e ainda, quando necessário e 
mediante justificativa, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no 
trabalho poderá estabelecer novos prazos (CISZ, 2015).
Veja o que Cisz (2015, p. 27) afirma sobre esse assunto:
Todos os EPIs deverão apresentar em caracteres indeléveis e bem visí-
veis o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o 
número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o 
lote de fabricação e o número do CA. A NR-6 destaca, ainda, que quando 
não for possível cumprir o determinado acima o órgão nacional com-
petente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar 
uma forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou 
importador, devendo esta constar do C.A.
O CA é indispensável para os EPIs 
Você sabe por que esse certificado é tão importante? Veja a seguir!
 
Esse documento contém o conjunto de informações indispensáveis para garantir que um 
determinado EPI apresente as especificações necessárias para cumprir sua finalidade de 
proteger o empregado contra o risco que a atividade que ele estiver realizando possa lhe 
oferecer. Vale destacar que os EPIs, para receber esse certificado, passam por todas as 
análises e testes que comprovam sua qualidade (CISZ, 2015).
A implantação de medidas de proteçãocoletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:
52
Medidas que reduzam os 
níveis ou a concentração 
desses agentes no 
ambiente de trabalho.
Medidas que previnam 
a liberação ou 
disseminação desses 
agentes no ambiente de 
trabalho.
Medidas que eliminem ou 
reduzam a utilização ou 
a formação de agentes 
prejudiciais à saúde.
A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento 
dos empregados quanto aos procedimentos que assegurem sua eficiência e de 
informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.
A partir do momento em que se comprova a inviabilidade técnica da adoção de medidas 
de proteção coletiva, ou quando essas medidas não forem suficientes ou se encontrarem 
em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou 
emergencial, serão adotadas outras providências, obedecendo-se à seguinte hierarquia: 
Utilização de 
equipamentos de 
proteção individual 
(EPIs).
Medidas de caráter 
administrativo ou de 
organização do trabalho.
53
Importante
A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as normas legais 
e administrativas em vigor e envolverá:
• Seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o empregado está 
exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária 
para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo 
avaliação do trabalhador usuário. 
• Programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta 
utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece.
• Estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o 
fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a 
manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as condições de 
proteção originalmente estabelecidas.
• Caracterização das funções ou atividades dos empregados, com a 
respectiva identificação dos EPIs utilizados para os riscos ambientais.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 3 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre os riscos da asbestose.
54
Programa de Proteção Respiratória (PPR)
O Programa de Proteção Respiratória foi lançado em 1994 pela Fundacentro e já se 
encontra em sua quarta edição, lançada em 2016. A Fundacentro apresenta os requisitos 
— procedimentos operacionais desde a implementação até a administração do programa 
— com a descrição das atribuições do empregador e do empregado. 
O grau de eficácia do Programa de Proteção Respiratória pode ser mensurado a partir 
de avaliações quantitativas dos agentes de risco presentes no ambiente ocupacional. É 
a partir dos resultados obtidos que se definem os equipamentos de proteção individual a 
serem utilizados e sua periodicidade de substituição.
O uso de EPR [Equipamento de Proteção Respiratória] tem como objetivo 
principal prevenir a exposição por inalação de substâncias perigosas 
e/ou ar com deficiência de oxigênio. Quando não for possível prevenir 
a exposição ocupacional, o controle da exposição adequada deve ser 
alcançado, tanto quanto possível, pela adoção de outras medidas de 
controle que não o uso de EPR. Medidas de controle de engenharia, 
tais como substituição de substâncias por outras menos tóxicas, 
enclausuramento ou confinamento da operação e sistema de ventilação 
local ou geral e medidas de controles administrativos, como a redução 
do tempo de exposição, devem ser consideradas. O uso de EPR é 
considerado o último recurso na hierarquia das medidas de controle 
e deve ser adotado somente após cuidadosa avaliação dos riscos. 
(TORLONI, 2016, p. 16)
O Programa de Proteção Respiratória (PPR) tem como objetivo promover a proteção 
efetiva da saúde do trabalhador prevenindo a exposição a agentes de risco. Para tanto, 
selecionam-se o tipo de respirador adequado e os critérios de uso e manutenção. 
Observe a figura a seguir que mostra diferentes máscaras de proteção (respiradores).
55
Antes de se utilizar um respirador, é essencial que seja estabelecido um PPR, por escrito, 
com os procedimentos específicos para o local de trabalho. O programa deve ser 
implantado, avaliado e atualizado sempre que necessário, de modo a refletir as mudanças 
de condições do ambiente de trabalho que possam afetar o uso de respirador. O PPR 
deve ser compreendido por todos os níveis hierárquicos da empresa (TORLONI, 2016).
Segundo Torloni (2002), para que a saúde do usuário seja preservada, o empregador 
deverá: 
a) Fornecer o respirador, quando identificada a necessidade a fim de promover a 
proteção da saúde do trabalhador. 
b) Fornecer o respirador apropriado e respeitando as características anatômicas do 
empregado. 
c) Responsabilizar-se pelo estabelecimento e pela manutenção do programa de uso 
de respiradores para proteção respiratória. 
d) Autorizar o funcionário que deverá usar o equipamento a evacuar da área de risco 
por qualquer motivo relacionado a seu uso. 
Ainda segundo Torloni (2002), o trabalhador terá autorização de evacuar a área de 
trabalho diante de algumas situações. Veja, a seguir, quais são elas! 
 
• Falha do equipamento respirador, comprometendo a proteção por ele proporcionada. 
• Mau funcionamento do equipamento. 
• Identificação de permeação de ar contaminado dentro do respirador. 
• Aumento da resistência à respiração. 
• Mal-estar, como náusea, fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio, 
tontura, vômito, febre.
56
Saiba mais
Ainda sobre o Programa de Proteção Respiratória, são consideradas obrigações 
por parte do funcionário que atua na área de risco: 
a) Usar o equipamento de proteção respiratória fornecido de acordo com 
as instruções de treinamento recebidas. 
b) Devolver para o local de preservação após utilização, de modo 
conveniente e sem danificá-lo. 
c) Sinalizar ao responsável caso identifique o mau funcionamento do 
equipamento de proteção respiratória.
d) Comunicar-se com o setor responsável caso sinta qualquer tipo de 
alteração ou incômodo em seu estado de saúde que possa influir na 
capacidade de uso do respirador de modo seguro. 
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 3 e veja o conteúdo complementar indicado 
pelo professor sobre riscos ocupacionais.
57
Programa de Conservação Auditiva (PCA)
Para iniciar a explicação, vamos entender o que é Programa de 
Conservação Auditiva?
O PCA é um conjunto de ações a serem desenvolvidas no ambiente ocupacional para 
prevenir a perda auditiva de empregados que trabalhem expostos a ruídos, sendo esse 
o principal objetivo do PCA. Além disso, o programa também visa adaptar a organização 
às exigências normativas do Ministério do Trabalho, identificar trabalhadores que já 
possuam perda auditiva, reduzir o índice de insalubridade e de afastamentos e, por fim, 
garantir a qualidade de vida do trabalhador.
O PCA, também denominado Programa de Prevenção de Perdas Auditivas – PPPA, é 
constituído por uma série de atividades que têm como objetivos:
• Estabilizar as perdas auditivas ocupacionais a partir da condução de atividades 
que visem à melhoria contínua, o que requer conhecimento multidisciplinar e 
desenvolvimento de forma planejada e coordenada entre diversas áreas da empresa 
(FUNDACENTRO, 2018). 
• Estabelecer o atendimento aos trabalhadores que estiveram expostos a níveis de 
ruído considerados insalubres, ou seja, que necessitam de monitoramento para 
prevenção de doenças ocupacionais. 
Tanto trabalhador como empregador devem valorizar o PCA. 
Vamos conhecer, então, alguns dos benefícios desse programa?
58
É importante frisar que o Programa de Conservação Auditiva deve estar em sintonia com 
outros programas de saúde implementados na empresa. Você verá isso melhor quando 
estudar o Sistema de Gestão Integrada (SGI).
Observe a figura a seguir que mostra diferentes protetores auriculares fundamentais para 
a prevenção de doenças ocupacionais.
Os componentes necessários para a implementação do Programa de Controle Auditivo 
são de caráter multidisciplinar e envolvem diversas áreas, como Medicina,

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