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Código Penal atualizado 27 de outubro

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CÓDIGO PENAL BRASILEIRO - CP
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: 02/09/21 - Lei 14.110/20 (publicada em 21/12/2020: altera o art. 339); Lei 14.132/21 (acrescenta o art. 147-A). Lei 14.133/21 (acrescenta novos tipos penais – novo Capítulo II-B); Lei 14.133/21. Inclusão da promulgação dos trechos vetados do Pacote Anticrime!!!; Lei nº 14.155, de 27.5.2021; Lei nº 14.188, de 28.7.21; Lei nº 14.197, de 1º.9.21 (vacatio legis de 90 dias – já incluí o texto – aguardar a deburrada de vetos).[footnoteRef:1] [1: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2021/lei-14197-1-setembro-2021-791691-publicacaooriginal-163372-pl.html ] 
Última atualização jurisprudencial: 08/10/21 – Inclusão julgados: Info 954 (art. 217-A); Info 955 (art. 317); Info 657 (art. 311); Info 657 (art. 359-C); Info 658 (art. 157, §3º, II); Info 658 (art. 216-A); Sem Info (arts. 63 e 64); Info 660 (art. 299); Info 894 e Info 992 (art. 331); Info 671 (art. 51); Info 672 (art. 117, IV); Info 687 (art. 143); Info 1011 (art. 273, §1º-B, I); Info 702 (art. 59)
Última atualização questões de concurso: 27/10/2021.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no Código Penal).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal), etc.
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
	
	Código Penal.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
PARTE GERAL
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Anterioridade da Lei 
        Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (TJMG-2008) (TRF1-2009) (MPSP-2010) (DPEMA-2011) (DPESC-2012) (MPES-2013) (MPMS-2013) (DPESP-2013) (DPEPA-2015) (TRF2-2017) (MPBA-2018) (TJRO-2019) (MPDFT-2009/2021)
	(TJMG-2018-Consulplan): Sobre o princípio da legalidade, assinale a alternativa correta: É considerado por setor da doutrina como restrição deontológica de segundo grau, que não admite exceções. BL: art. 1º, CP.
##Atenção: A assertiva está correta porque o art. 1º, do CP não admite exceções para criação de crimes e penas no ordenamento jurídico, obedecendo tanto a legalidade formal como material.
(TJMG-2018-Consulplan): Sobre o princípio da legalidade, assinale a alternativa correta: Tem âmbito de aplicação mais abrangente do que indica o teor literal da fórmula em latim “Nulla poena sine lege; nulla poena sine crimine; nullum crimen sine poena legali”, pois abrange crimes e contravenções penais, além de penas e medidas de segurança. BL: art. 1º, CP.
##Atenção: A assertiva está correta, uma vez que qualquer medida que restrinja a liberdade do paciente deve estar disciplinada em lei, não cabendo imposição arbitrária pelo juiz.
(TJMG-2018-Consulplan): Sobre o princípio da legalidade, assinale a alternativa correta: Tem como destinatários tanto o Juiz quanto o legislador e, no processo judicial, incide não apenas na fase de conhecimento, como também na fase de execução das penas. BL: art. 1º, CP.
(TJAM-2013-FGV): Os princípios gerais de garantia do Direito Penal, como o da legalidade, da jurisdicionalidade, da proporcionalidade e da intervenção mínima, também devem ser observados na medida de segurança. BL: art. 1º, CP.
##Atenção: ##MPDFT-2009: ##TRF1-2009: ##TJPB-2011: ##MPES-2013: ##MPMS-2013: ##DPEMS-2014: ##CESPE: ##VUNESP: O art. 1º do CP afirma que não há crime ou pena sem lei anterior. Perceba que não há referência às contravenções penais ou às medidas de segurança. Por conta disso, será que as contravenções penais e as medidas de segurança não estão asseguradas pelo princípio da legalidade (leia-se: reserva legal + anterioridade)? De fato, medida de segurança não está assegurada expressamente pelo princípio da legalidade, mas não é o entendimento que prevalece. Quando o art. 1º do CP dispõe que não há crime sem lei anterior, leia-se crime e contravenção sem lei anterior; quando diz que não há pena sem prévia cominação, leia-se pena ou medida de segurança sem prévia cominação legal. Portanto, medida de segurança está sim assegurada pelo princípio da legalidade (reserva legal + anterioridade). Por isso que o art. 3º do Código Penal Militar não foi recepcionado, em parte, pela CF/88. O art. 3º do CPM atrelou medida de segurança à lei, mas não atrelou a anterioridade, mas não o fez. 
(TJRS-2012): Em relação ao princípio da legalidade (art. 1º do CP), permite-se concluir que ninguém poderá ser punido por conduta praticada que não esteja previamente definida como crime na lei. BL: art. 1º, CP.
(TJSP-2011-VUNESP): Antônio, quando ainda em vigor o inciso VII do art. 107 do CP, que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente, posteriormente revogado pela Lei 11.106, publicada no dia 29/03/05, estuprou Maria, com a qual veio a casar em 30/09/05. O juiz, ao proferir a sentença, julgou extinta a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, fundamentando tal decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII do CP). Dentre os princípios, o magistrado fundamentou sua decisão no princípio da ultratividade da lei penal benéfica. BL: art. 5º, XL, CF/88.
##Atenção: ##MPSP-2010: ##DPEMS-2014: ##DPEPA-2015: ##TJRO-2019: ##FMP: ##VUNESP: A ultratividade representa a possibilidade de aplicação da lei penal mesmo após a sua revogação ou cessação de efeitos. A nova lei que prejudica o réu (lex gravior) é irretroativa, devendo ser aplicada a lei vigente quando do tempo do crime. Trata-se de observância do princípio da anterioridade, corolário do princípio da legalidade. Como decorrência da irretroatividade da lei nova que de algum modo prejudica o réu, operar-se-á a ultratividade da lei mais benéfica. É dizer: a lei revogada (vigente na data dos fatos) será aplicada em detrimento da lei nova (vigente na data do julgamento).
        Lei penal no tempo
        Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória [obs.: “Abolitio Criminis”.]. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPMT-2008) (DPEMA-2009) (TRF4-2010) (DPEAM-2011) (DPESC-2012) (DPESP-2013) (DPEMS-2014) (DPEPA-2015) (MPMS-2013/2018) (TJRO-2019) (MPSC-2019) (Cartórios/TJSC-2019) (MPDFT-2013/2021)
        Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (DPEMA-2009) (DPEMG-2009) (TJPR-2010) (DPEAM-2011) (DPESC-2012) (DPESP-2013) (DPEMS-2014) (TJPI-2015) (DPEPA-2015) (MPPR-2017) (MPMS-2013/2018) (Cartórios/TJSC-2019) (MPDFT-2013)
	Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
Súmula 471-STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, SENDO VEDADA a combinação de leis.
	(MPSP-2019): Assinale a alternativa
correta: Na sucessão de leis penais no tempo, deve ser aplicada a lei mais favorável ao réu, seja a lei contemporânea à prática da infração penal, seja a vigente na data da sentença. BL: art. 2º, § único, CP e art. 5º, XL, CF[footnoteRef:2]. [2: Art. 5º. (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.] 
##Atenção: Nos termos do inciso XL, do art. 5°, da CF e com o § único, do art. 2°, do CP, a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Portanto, a lei penal benéfica retroagirá, ainda que seja editada após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
(Escrivão de Polícia/MA-2018-CESPE): A aplicação do princípio da retroatividade benéfica da lei penal ocorre quando, ao tempo da conduta, o fato é típico e lei posterior suprime o tipo penal. BL: art. 2º, § único, CP.
 Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. [obs.: Ultratividade.] (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJPA-2009) (TJRS-2009) (TJPR-2010) (MPMG-2010) (MPSP-2010) (TRF4-2010) (MPTO-2012) (DPESC-2012) (MPMS-2015) (DPEPA-2015) (MPPR-2017) (TRF2-2017) (TJRO-2019) (MPSC-2019)
	(TJPR-2019-CESPE): Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31/12/14. Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação é um exemplo de lei penal temporária. BL: art. 3º, CP.
##Atenção: ##TJRS-2009: ##MPSP-2010: ##DPEPA-2015: ##TJRO-2019: ##FMP: ##VUNESP: As leis penais temporárias, embora decorrido o período de sua duração, aplicam-se a fato praticado durante sua vigência. Nesse contexto, as leis temporárias são leis penais ultra-ativas, que alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, ainda que as circunstâncias de prazo (lei temporária) tenham se esvaído, uma vez que essas condições são elementos temporais do próprio fato típico.
(Advogado Legisl.-Câm. Salvador/BA-2018-FGV): Em razão da situação política do país, foi elaborada e publicada, em 1/1/17, lei de conteúdo penal prevendo que, especificamente durante o período de 1/2/17 até 30.11/17, a pena do crime de corrupção passiva seria de 03 a 15 anos de reclusão e multa, ou seja, superior àquela prevista no CP, sendo que, ao final do período estipulado na lei, a sanção penal do delito voltaria a ser a prevista no art. 317 do CP (02 a 12 anos de reclusão e multa). No dia 5/4/17, determinado vereador pratica crime de corrupção passiva, mas apenas vem a ser denunciado pelos fatos em 22/1/18. Considerando a situação hipotética narrada, o advogado do vereador denunciado deverá esclarecer ao seu cliente que, em caso de condenação, será aplicada a pena de: 03 a 15 anos, diante da natureza de lei temporária da norma que vigia na data dos fatos. BL: art. 3º, CP.
##Atenção: Em relação a essa questão deve se entender o seguinte:
· Na lei temporária: Tempo certo para a sua vigência, no comando da questão fala da lei durante o período de 01.02.2017 até 30.11.2017.
· Na lei excepcional: Sabemos quando começa, mas não temos ciência de quando termina. 
· Logo, falou de lei com período certo, estamos falando de lei temporária.
(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: A necessidade de proteção a determinados valores constitucionais por um período certo ou excepcional autorizam a edição de lei excepcional ou temporária, que se aplica ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram. BL: art. 3º, CP.
(TJRN-2013): De acordo com entendimento doutrinário dominante, a lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais vija, ou ainda, que tenham cessado as condições que determinaram sua aplicação. BL: art. 3º, CP.
##Atenção: Há doutrina minoritária que entende que este artigo não foi recepcionado pela CF/88.
(TJRJ-2012-VUNESP): A regra do tempus regit actum explica o fenômeno da ultratividade da lei penal excepcional. 
(MPRO-2010-CESPE): Ainda com base no direito penal, assinale a opção correta: O CP contempla de forma expressa a ultratividade da norma incriminadora no tocante à lei penal excepcional ou temporária, pois esta possui o fator tempo como elemento integrante do tipo penal, o que leva à compreensão, por parte da doutrina, nesse caso, do afastamento da regra constitucional e legal que assegura a retroatividade da lei penal mais benéfica. BL: art. 3º, CP.
(MPGO-2010): Assinale a alternativa correta: As leis penais excepcionais e temporárias, mesmo que incriminadoras, aplicam-se após sua autorrevogação, ainda que em momento posterior a conduta anteriormente tipificada não mais seja considerada crime.
        Tempo do crime
        Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJPA-2009) (MPES-2010) (TRF4-2010) (MPPB-2011) (MPTO-2012) (DPESC-2012) (TRF2-2013) (MPRS-2014) (DPEPA-2015) (TJDFT-2016) (MPGO-2019) (Cartórios/TJSC-2019) 
	(TJPI-2012-CESPE): Em relação ao tempo do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria da atividade, considerando-o praticado no momento da ação ou omissão. BL: art. 4º, CP.
(TJPR-2011): No que tange ao tempo do crime, assinale a única alternativa correta: Considera-se praticado o ato criminoso no exato momento da ação ou omissão, ainda que o resultado lesivo ocorra em momento diverso. BL: art. 4º, CP.
        Territorialidade
        Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (DPECE-2008) (MPDFT-2009) (MPES-2010) (DPU-2010) (MPPB-2011) (TRF3-2011) (MPTO-2012) (DPESC-2012) (MPF-2013)
	(TJBA-2012-CESPE): Suponha que João, brasileiro de 22 anos, sequestre Maria, brasileira de 24 anos, nas dependências do aeroporto internacional da cidade do Rio de Janeiro/RJ, levando-a imediatamente, em aeronave alemã, para o Paraguai. A esse caso aplica-se a lei penal brasileira, sendo irrelevante eventual processamento criminal pela justiça paraguaia. BL: art. 5º, CP.
##Atenção: No exemplo trazido pela questão, o crime de sequestro foi cometido no Brasil, aplicando-se o princípio da territorialidade, com a incidência da lei brasileira. Ainda que se considere a permanência que caracteriza esse crime, o que enseja o prolongamento da consumação, que ocorre também no Paraguai, a lei brasileira continua aplicável diante da conduta social. É possível, pois que o agente seja processado e condenado no Paraguai, mas, diante da aplicação da lei penal brasileira, o processo será irrelevante, embora a pena eventualmente lá aplicada deva atenuar a imposta no Brasil ou ser nela computada, se for idêntica.
(MPMT-2012): Segundo o princípio da territorialidade, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional brasileiro, salvo se convenção ou tratado firmado pelo Brasil dispuser de forma diversa. BL: art. 5º, CP.
	##Atenção: Art. 5º, caput: Essa territorialidade é mitigada ou temperada, porque admite exceções, seja os casos de extraterritorialidade, seja as hipóteses de intraterritorialidade. 
        § 1º. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJDFT-2007) (MPRO-2008) (MPDFT-2009) (MPSE-2010) (TRF4-2010) (MPPB-2011) (TRF3-2011) (TJBA-2012) (MPTO-2012) (DPESC-2012)
	(MPDFT-2013): O princípio da territorialidade regula
a aplicação da lei penal brasileira ao crime praticado no interior de navio de guerra de bandeira pátria, quando em porto estrangeiro. BL: art. 5º, §1º do CP.
        § 2º. É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (MPRO-2008) (DPECE-2008) (TRF3-2011) (DPESC-2012) (TJDFT-2016)
	(MPMS-2018): Assinale a alternativa correta: A lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos em aeronaves estrangeiras de propriedade privada que estiverem sobrevoando o espaço aéreo brasileiro. BL: art. 5º, §2º, CP.
        Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) [obs.: Teoria Mista ou da Ubiquidade] (MPES-2010) (TRF4-2010) (DPU-2010) (MPPB-2011) (MPPI-2012) (MPPR-2012) (MPAL-2012) (MPTO-2012) (DPESC-2012) (TRF5-2017) (TJCE-2018) (TJPA-2019) (MPMT-2019) (Cartórios/TJSC-2019) 
	(DPEDF-2019-CESPE): Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal: Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado. BL: art. 6º, CP.
(TJAC-2019-VUNESP): Assinale a alternativa correta quanto à aplicação da lei penal: Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a teoria da ubiquidade. BL: art. 6º, CP.
(TJDFT-2014-CESPE): Considera-se lugar do crime, para efeito de fixação de competência territorial da jurisdição penal brasileira, o lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como o lugar em que se produziu o resultado. BL: art. 6º, CP.
(DPERS-2014-FCC): Sobre o tempo e o lugar do crime, o Código Penal para estabelecer o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer o lugar do crime, a teoria da ubiquidade. BL: arts. 4º e 6º, CP.
	##Atenção: Dica: LU/TA
· LU = Teoria da Ubiquidade = lugar do crime (art. 6º): Considera o crime praticado no lugar da conduta, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
· TA = Teoria da Atividade = tempo do crime (art. 4º): Considera o crime praticado no momento que o agente pratica a conduta (ação ou omissão).
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##Atenção: Teoria da Atividade ou da Ação: Só tem relevância nos crimes materiais ou causais (crimes de resultado = STF), isto é, nos crimes materiais que o resultado naturalístico é obrigatório. Já nos crimes formais e de mera conduta, praticada a conduta, o crime está automaticamente consumado.
##Atenção: Teoria da Ubiquidade ou Mista: A palavra “ubíquo” é sinônimo de onipresente. Daí o nome da teoria, tendo em vista que o crime é considerado praticado em qualquer dos lugares.
##Atenção: ##MPTO-2012: ##CESPE: Crimes à distância (ou de espaço máximo) X Crimes plurilocais (ou de espaço mínimo):
	Crimes à distância (ou de espaço máximo)
	Crimes plurilocais (ou de espaço mínimo)
	- Envolvem países diversos, envolvendo questão de soberania (art. 6º, CP – adota a Teoria da Ubiquidade).
	- São aqueles em que a conduta e o resultado ocorrem em Comarcas diversas, mas dentro do mesmo país. A questão aqui, portanto, não é de soberania, mas de competência, e essa problemática é solucionada, via de regra, pelo art. 70, caput do CPP.
OBS: A competência é definida pela Teoria do Resultado
	##Atenção: ##TJPA-2019: ##CESPE: ##MPGO-2019: Nos crimes plurilocais, a regra é a teoria do resultado. Porém, há exceções:
1) Art. 63, Lei 9099/95: crimes de menor potencial ofensivo – Teoria da Atividade (regra);
2) Crimes de competência do Tribunal do Júri: Teoria da Atividade (criação jurisprudencial).
   
    Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
        I - os crimes [Extraterritoridade Incondicionada]: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República [Princ. da Defesa, Real ou da Proteção]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (DPEMG-2009) (DPEMA-2011) (MPF-2013)
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público [Princ. da Defesa, Real ou da Proteção]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (DPEMG-2009) (MPMG-2011) (DPEMA-2011) (Cartórios/TJSC-2019) 
	(TJDFT-2014-CESPE): Aquele que, no exterior, falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro, estará sujeito a responder pelo mesmo crime perante a jurisdição brasileira, independentemente do cumprimento de pena no país onde o crime for praticado. BL: art. 7º, I, alínea “b” e §1º c/c art. 289, CP.
##Atenção: Vide o art. 289 do CP: “Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no ESTRANGEIRO: (...)”
##Atenção: Aduz Rogério Sanches (CP Comentado, 2012), que “Não somente a moeda nacional pode ser objeto material do crime, mas também a estrangeira, sendo que ambas devem ter curso legal no Brasil ou no país de origem, querendo isto dizer que, a moeda não pode ser recusada como meio de pagamento”. Ou seja, a moeda estrangeira deve ser tida como válida no Brasil, vindo a ser comercializada (para compra/venda) em casas de câmbio no território, a título de exemplo.
(TRF4-2010): Fica sujeito à lei brasileira o crime ocorrido no estrangeiro contra o patrimônio da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil S.A. BL: art. 7º, inciso I, alínea “b”, CP.
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço [Princ. da Defesa, Real ou da Proteção]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (DPEMG-2009) (DPEMA-2011) (MPGO-2019)
	(TJDFT-2008): Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados em território estrangeiro em detrimento da administração pública, por quem está a seu serviço. BL: art. 7º, I, “c” do CP.
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro [Princ. Nacionalidade/Personalidade Ativa] ou domiciliado no Brasil [Princ. do Domicílio]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJDFT-2007) (DPEMG-2009) (DPEMA-2011) (DPU-2015)
	(Anal. Judic./TRERJ-2012-CESPE): Considere que Paul, cidadão britânico domiciliado no Brasil, em visita à Argentina, tenha praticado o delito de genocídio contra vítimas de nacionalidade daquele país e fugido, logo em seguida, para o Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei penal brasileira. BL: art. 7º, I, “d” do CP.
        II - os crimes [Extraterritorialidade Condicionada]: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir [Princ. Justiça Universal]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJDFT-2007) (TRF4-2010) (MPF-2013) (MPPE-2014) (DPU-2015) (TRF5-2017) (MPGO-2019)
        b) praticados por brasileiro [Princ. Nacionalidade/Personalidade Ativa] ; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJRS-2009) (TJSC-2009) (DPEPB-2014) (TRF4-2014) (MPRS-2016) (MPGO-2019)
	(TJSP-2009-VUNESP): A norma inserida no art. 7º, II, “b”, CP – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados por brasileiro – encerra o princípio da nacionalidade ou da personalidade ativa. BL: art. 7º, II, b, CP.
##Atenção: Tal princípio impõe a aplicação da lei do país a que pertence o agente, pouco importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado.
       
 c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados [Princ. da Representação, do Pavilhão, da Bandeira, Subsidiário ou da Substituição]. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJDFT-2007) (MPRO-2008) (DPECE-2008) (TJSC-2009) (DPEMA-2011) (DPESC-2012) (TJAC-2019) (Cartórios/TJSC-2019)
	(MPGO-2019): Consoante prescreve o Código Penal, é correto afirmar sobre a extraterritorialidade da lei brasileira: Consoante o princípio da representação ou da bandeira, adotado pela reforma penal de 1984, ficam sujeitos à lei brasileira os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. BL: art. 7º, II, “c”, CP.
(MPMG-2017): No direito brasileiro, adota-se, no âmbito espacial, como regra, o princípio da territorialidade. Dada, porém, a relevância de certos bens, protege-os o direito até mesmo contra crimes praticados inteiramente fora do Brasil, em respeito a certos princípios. É o que chama a doutrina de aplicação extraterritorial condicionada ou incondicionada, conforme o caso, da lei penal brasileira. A lei brasileira é aplicável, por força do princípio do pavilhão, ao crime praticado a bordo de embarcação mercante brasileira, quando em território estrangeiro e aí não seja julgado, falando a doutrina, nesse caso, de aplicação extraterritorial condicionada. BL: art. art. 7.º, II, “c”, CP.
##Atenção: O princípio da representação também é denominado de princípio do pavilhão, da bandeira, subsidiário ou da substituição. Segundo esse princípio, deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e aí não sejam julgados. É adotado pelo art. 7.º, II, “c”, do CP (extraterritorialidade condicionada).
(MPRS-2014): “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro [...], os crimes [...] praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados”. Esse art. 7º, inciso II, alínea c, define o princípio da representação. BL: art. 7º, II, “c” do CP.
       § 1º. Nos casos do inciso I [Extraterritoridade Incondicionada], o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) [Obs.: possibilidade de dupla condenação pelo mesmo fato.] (DPEMA-2011) (DPESC-2012) (MPF-2013)
	Art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
	(MPGO-2019): Consoante prescreve o Código Penal, é correto afirmar sobre a extraterritorialidade da lei brasileira: Embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço. Portanto, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro, o agente é punido segundo a lei brasileira. BL: art. 7º, I, alínea “c” c/c §1º, CP.
(TJDFT-2016-CESPE): Ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra o patrimônio ou a fé pública do distrito federal, de estado, de município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público, embora cometidos no estrangeiro, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro. BL: art. 7º, I, alínea “b” c/c §1º, CP.
(MPMG-2011): Assinale a alternativa correta: Aplicando-se as normas da parte geral do Código Penal, um crime cometido no estrangeiro contra o patrimônio do Município de Leopoldina/MG ficaria sujeito à lei brasileira, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro. BL: art. 7º, I, “b” e §1º, CP.
        § 2º. Nos casos do inciso II [Extraterritoridade Condicionada], a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TJRS-2009) [obs.: condições cumulativas] (MPF-2013) (TRF5-2017)
	Art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (...)
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
        a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF5-2017) (MPGO-2019)
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado [Princ. da Dupla Tipicidade]; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF5-2017)
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF5-2017)
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF4-2010) (DPEMA-2011) (TRF5-2017)
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (DPEMA-2011) (TRF4-2014) (TRF5-2017)
	(MPAP-2021-CESPE): Considerando as hipóteses em que a aplicação da lei brasileira depende da cooperação de autoridades estrangeiras, e vice-versa, assinale a opção correta, no que tange à homologação da sentença penal estrangeira e às cartas rogatórias: A sentença penal estrangeira que julgar extinta a punibilidade do agente prescinde de decisão homologatória do Superior Tribunal de Justiça. BL: art. 7º, §2º, alíneas “d” e “e” c/c art. 9º do CP.[footnoteRef:3] [3: Art. 9º. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)] 
##Atenção: ##MPAP-2021: ##CESPE: Cumpre ressaltar que, para que a sentença estrangeira tenha aptidão para produzir os efeitos delineados pelo art. 9º do CP, há necessidade de prévia homologação pelo STJ. Todavia, há situações em que referida homologação não se faz necessária, quais sejam: (...) sentença absolutória ou declaratória da extinção da punibilidade: de acordo com o art. 7o, §2°, alíneas “d” e “e”, do CP, a sentença absolutória (ou declaratória da extinção da punibilidade) proferida no estrangeiro prescinde de homologação, pois, não sendo o fato punido no país em que exarada, nada há a ser executado.
(MPGO-2019): Consoante prescreve o Código Penal, é correto afirmar sobre a extraterritorialidade da lei brasileira: Nos casos de extraterritorialidade condicionada, além do ingresso do agente no território nacional, a aplicação da lei brasileira depende das seguintes condições: ser o fato punível também no país em que foi praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter o agente sido absolvido no estrangeiro ou por não ter por aí cumprido a pena; e não ter sido o agente
perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. BL: art. 7º, II, c/c §2º, CP.
(MPRS-2016): Ao episódio de violência física protagonizado pelo companheiro, em Nova York, EUA, contra a modelo Luísa Brunet, a extraterritorialidade da lei brasileira é condicionada. BL: art. 7º, II, “b”, c/c §2º, CP.
##Atenção: Ao caso exposto, aplica-se a extraterritorialidade condicionada, observando o princípio da nacionalidade ativa (art. 7º, II, "b", CP). A extraterritorialidade é condicionada pois é necessário a observação das condições expostas no § 2° do art. 7º, CP. 
(TJSE-2015-FCC): João, brasileiro, é vítima de um furto na cidade de Paris, na França. O autor do delito foi identificado na ocasião, José, um colega brasileiro que residia no mesmo edifício que João. A Justiça francesa realizou o processo e ao final José foi definitivamente condenado a uma pena de 2 anos de prisão. Ambos retornaram ao país e José o fez antes mesmo de cumprir a sua condenação. Neste caso, conforme o Código Penal brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira, se não estiver extinta a punibilidade segundo a lei mais favorável. BL: art. art. 7º, II, “b” c/c art. 7º, §2º, “e”, CP.
        § 3º. A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior [Princ. da Nacionalidade/Personalidade Passiva]: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF2-2009) (DPESC-2012)
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF2-2009) (DPESC-2012)
        b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (TRF2-2009) (DPESC-2012) (TJPA-2019)
	##Atenção: ##TJPA-2019: ##CESPE: Os crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro no exterior (fora do Brasil) são de ação penal pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça
        Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 8º. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPF-2013) (STM-2013)
	(Anal. Judic./TRF2-2012-FCC): Lucius foi condenado, pelo mesmo crime, no Brasil, à pena de três anos de reclusão e, no estrangeiro, à pena de um ano de reclusão. Cumpriu integralmente a pena imposta no outro país. Nesse caso, a pena imposta no Brasil será reduzida a dois anos. BL: art. 8º, CP.
##Atenção: Como Lucius foi condenado pelo mesmo crime e cumpriu um ano no estrangeiro, faltaram somente dois anos para cumprir de pena no Brasil.
(TRF4-2010): A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena diversa imposta no Brasil pelo mesmo crime. BL: art. 8º, 1ª parte, CP.
##Atenção: ##DOD: O princípio do ne bis in idem é previsto na legislação brasileira? No Direito Brasileiro, embora ausente sua previsão na CF/88 (ao menos de modo explícito), pode-se identificar a influência do ne bis in idem, em maior ou em menor grau, na legislação ordinária, tal como ocorre no art. 8º do CP, no art. 110 do CPP e no art. 82, V, da Lei de Migração. A incorporação do princípio do ne bis in idem ao ordenamento jurídico brasileiro, ainda que sem o caráter de preceito constitucional, vem complementar o rol dos direitos e das garantias individuais já previsto pela CF/88, em razão de que a interpretação constitucional sistemática leva à conclusão de que se impõe a prevalência do direito do indivíduo à liberdade em detrimento do poder-dever do Estado-juiz de acusar (STF. Plenário. HC 80.263/SP, Rel. Ministro Ilmar Galvão, DJ 27/6/03).
        Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; [obs.: depende de pedido da parte interessada] (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPF-2013) (DPEPB-2014) (TJDFT-2016) 
        II - sujeitá-lo a medida de segurança. [obs.: depende da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.] (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPF-2013) (DPEPB-2014)
        Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPF-2013) (TJDFT-2016)
        b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (MPF-2013)
	(MPMG-2011): Assinale a alternativa correta: A parte geral do Código Penal prevê que a sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para sujeitar o condenado à medida de segurança, dependendo a homologação, na falta de tratado de extradição, de requisição do Ministro da Justiça. BL: art. 8º, caput, II c/c § único, “b”, CP.
        Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (PGESP-2002) (PGESE-2005) (PCBA-2008) (MPMG-2010) (TRF2-2011) (TJGO-2012) (TJRN-2013) (MPAL-2012) (MPDFT-2013) (DPERR-2013) (MPF-2013) (MPPA-2014) (TJPE-2015) (MPBA-2015) (DPEMA-2015)
	(MPSC-2012): Ao contrário do que ocorre no Processo Penal, na contagem dos prazos previstos no Código Penal computa-se o dia do começo e exclui-se o do vencimento. Esta regra deve ser observada para os prazos prescricionais, de decadência e os de duração das penas. BL: art. 10, CP e art. 798, caput e §1º, CPP.[footnoteRef:4] [4: Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. § 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.] 
(DPEDF-2006-CESPE): O dia do começo inclui-se na contagem do prazo penal e tem relevância para as hipóteses de cálculo de duração da pena, do livramento condicional e da prescrição. Em todos esses casos, a contagem dos dias, meses e anos é feita pelo calendário gregoriano. BL: art. 10, CP.
        Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro [leia-se: real, desprezando-se os centavos na liquidação da sanção patrimonial]. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (TJRN-2013) (MPPA-2014) (TJPE-2015) (MPBA-2015) (TJDFT-2016)
        Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso [Princ. da Convivência das Esferas Autônomas]. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (TJRO-2008) (MPRO-2010) (MPRR-2012) (MPTO-2012) (DPEMS-2012) (DPESE-2012) (MPES-2013)
	Súmula 171-STJ: Cominadas cumulativa, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
	(MPSP-2019): Assinale a alternativa correta: Os princípios que resolvem o conflito aparente de normas são: especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.
##Atenção: ##MPRR-2012: ##MPTO-2012: ##DPEMS-2012: ##MPSP-2015/2019: ##CESPE: ##VUNESP: A banca reconheceu como correta a assertiva, tendo aplicado o mesmo raciocínio da prova aplicada no MPSP/15 (Q512621). Entretanto,
para grande parte da doutrina, incluindo o professor Rogério Sanches, haveria apenas três princípios para a solução do conflito aparente de normas: especialidade, subsidiariedade e consunção. Para o referido autor, o princípio da alternatividade não resolve o conflito aparente de normas, mas o conflito dentro da própria norma. O princípio da alternatividade tem validade e aplicação prática nos chamados crimes de conteúdo múltiplo, isto é, tipos penais que contam com vários verbos nucleares. Nessas hipóteses, se o agente realiza vários verbos, porém, no mesmo contexto fático e sucessivamente, por força do princípio da alternatividade, responderá por crime único, devendo o juiz considerar a pluralidade de núcleos praticados na fixação da pena.
(TJRJ-2011-VUNESP): O agente que mata alguém, por imprudência, negligência ou imperícia, na direção de veículo automotor, comete o crime previsto no art. 302 da Lei 9503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), e não o crime previsto no art. 121, §3º do CP. Dentre os princípios que fundamenta tal afirmativa é o princípio da especialidade. 
##Atenção: ##TJRO-2008: ##MPRO-2010: ##DPESE-2012: ##CESPE: ##FCC: O princípio da especialidade é adotado no art. 12 do CP e determina que se afaste a lei geral para a aplicação da lei especial. Entende-se como lei especial aquela que contém todos os elementos da norma geral, acrescida de outros que a tornam distinta (chamados de especializantes). O tipo especial preenche integralmente o tipo geral com a adição de elementos particulares. Cumpre ressaltar que o conflito aparente de normas não é inteiramente disciplinado no CP, que faz menção apenas ao princípio da especialidade no art. 12. Os demais princípios são provenientes de construção doutrinária.
(TRF4-2010): As regras gerais do Código Penal não se aplicam às leis especiais que disponham de modo diverso. BL: art. 12, CP.
(MPSP-2010): Assinale a alternativa correta: segundo o princípio da especialidade, a norma específica derroga a norma geral, ainda que aquela contenha consequências penais mais gravosas.
(MPGO-2010): Assinale a alternativa correta: Pela aplicação do princípio da especialidade, a norma de caráter especial exclui a de caráter geral. Trata-se de uma apreciação em abstrato e, portanto, independe da pena prevista para os crimes, podendo ser estas mais graves ou mais brandas. Por exemplo, a importação de lança-perfume, que é considerada crime tráfico de drogas e não contrabando. BL: art. 12, CP.
TÍTULO II
DO CRIME
        Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 13. O resultado [obs.: naturalístico], de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. [Obs.: Teoria da Equivalência dos Antecedentes; “conditio sine qua non”; Teoria da Condição Simples; Teoria da Condição Generalizada.] (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (TJAP-2008) (MPRO-2008) (MPRN-2009) (DPEES-2009) (DPEPI-2009) (MPSP-2008/2010) (MPBA-2010) (TRF2-2011) (TRF3-2011) (MPTO-2012) (DPESP-2012) (DPERR-2013) (TRF1-2013) (MPF-2013) (TJMG-2014) (DPEMG-2014) (DPEMS-2014) (DPEPB-2014) (DPEPA-2009/2015) (DPEMA-2011/2015) (DPEPE-2015) (DPERN-2015) (TRF5-2015) (DPU-2015) (TCECE-2015) (MPPR-2013/2016) (DPEMT-2016) (MPRS-2017) (TJRS-2018) (TJRO-2011/2019) (MPGO-2010/2012/2013/2019) (TJBA-2019) (MPDFT-2011/2013/2015/2021) (MPMG-2021)
	(TJAC-2019-VUNESP): Assinale a alternativa correta: De acordo com o Código Penal Brasileiro, a relação de causalidade entre a conduta humana e o resultado é uma relação valorada que deve ser aferida conjuntamente com o vínculo subjetivo do agente limitada ao dolo ou culpa. BL: art. 13, caput, CP.
(MPPI-2019-CESPE): Assinale a opção que indica a teoria sobre a relação de causalidade penal, que define causa como uma condição sem a qual o resultado não teria ocorrido, sendo um antecedente invariável e incondicionado de algum fenômeno, sem distinção entre causa e condição: teoria da equivalência das condições. BL: art. 13, caput, CP.
##Atenção: ##TCESP-2008: ##MPRN-2009: ##TRF2-2011: ##MPRR-2012: ##DPESP-2012: ##MPGO-2013: ##DPERR-2013: ##MPF-2013: ##TJSP-2014: ##DPEMS-2014: ##MPDFT-2013/2015: ##DPEMA-2015: ##DPEPE-2015: ##DPERN-2015: ##TCECE-2015: ##MPPR-2013/2016/2019: ##MPPI-2019: ##MPMG-2021: ##CESPE: ##FCC: ##VUNESP: A teoria da equivalência das causas (conditio sine qua non), também conhecida como teoria da condição simples ou teoria da condição generalizadora foi a acolhida, como regra, pelo direito brasileiro, consoante dispõe a parte final do art. 13 do CP. Para essa teoria, causa é todo e qualquer comportamento humano, comissivo ou omissivo, que contribui para a produção do resultado., independentemente do grau de contribuição. Em outras palavras, se a causa contribuiu, de qualquer modo, para o resultado, é causa dele. Além disso, nesta teoria, não há diferença entre CAUSA, CONDIÇÃO (fator que autoriza à causa a produção de seu efeito) ou OCASIÃO (circunstância acidental que estimula favoravelmente a produção da causa). Entretanto, esta teoria sofre algumas críticas por ser muito ampla, permitindo o “regressus ad infinitum”. Desse modo, se tudo contribui para o resultado é causa deste, chegaremos ao infinito. Imagine que “A” mata “B”. Consequentemente, poderiam ser seus pais responsabilizados, pois sem a concepção do filho a vítima não teria morrido. E assim sucessivamente, até o primeiro dos seus antepassados. No entanto, tais críticas não procedem. Para que um acontecimento ingresse na relação de causalidade, não basta a mera dependência/causalidade física, exigindo-se, ainda, a causalidade psíquica (imputatio delicti), isto é, exige-se a presença do dolo ou da culpa por parte do agente em relação ao resultado. Assim, para se falar que um determinado acontecimento é causa do crime, é necessária a presença do dolo ou da culpa do agente em relação ao resultado. Basta imaginar a seguinte situação hipotética: “Para comprar uma arma devem ser atendidos todos os requisitos previstos em lei. Se após cumpridos os requisitos, o comprador usa a arma para matar alguém, não podemos culpar o vendedor da loja, porque ele não teve dolo e culpa em relação à morte da vítima”. Outro ponto importante da teoria da equivalência diz respeito à identificação da causa do crime. Para se constatar se algum acontecimento se insere ou não no conceito de causa, emprega-se o método/teoria/sistema/processo da eliminação hipotética, desenvolvido em 1894, pelo sueco Thyrén: i) Eliminação de um acontecimento resulta no desaparecimento do crime: o acontecimento é causa do crime; ii) Eliminação de um acontecimento não resulta no desaparecimento do crime: o acontecimento não é causa do crime.” (Fonte: MASSON, Cleber. Direito Penal – Parte Geral, Ed. Método, 2019, p. 202-203). A teoria da conditio sine qua non (da equivalência dos antecedentes causais, da condição simples ou da condição) sustenta que causa é tanto o conjunto de antecedentes que produz o resultado quanto cada uma das condições antecedentes vinculadas ao resultado, consideradas de forma. Ou seja, “causa é o antecedente sem o qual o resultado não teria ocorrido” (ROCHA, Ronan. A relação de causalidade no Direito Penal. Belo Horizonte: D’Plácido, 2017, p. 89). Para fins de determinação do que é causa de um resultado, adota-se o critério ou processo hipotético de eliminação de Thyrén, por meio do qual será causa tudo aquilo que, eliminado mentalmente, impedir a produção do resultado. Trata-se de um método contrafático, baseado em hipóteses (se isso acontecer, se não fosse isso...).
	(MPMG-2021): Acerca da relação de causalidade, é correto afirmar: A “teoria da conditio sine qua non” não faz distinção entre causa e condição. BL: art. 13, CP.
(MPMG-2021): Acerca da relação de causalidade, é correto afirmar: Para a denominada “teoria da equivalência”, é causal, no sentido jurídico-penal, toda e qualquer condição que não possa ser suprimida mentalmente, em um juízo hipotético de
eliminação, sem que o resultado seja excluído. BL: art. 13, CP.
(MPPR-2019): Para se determinar quando uma ação é causa de um resultado, foram elaboradas várias teorias. A respeito destas teorias, assinale a alternativa correta: Para a Teoria da equivalência das condições, causa é a condição sem a qual o resultado não teria ocorrido. BL: art. 13, CP.
(DPEPB-2014-FCC): Quanto à tipicidade penal, é correto afirmar que, segundo a teoria da equivalência dos antecedentes, todos os fatores que concorrem fisicamente para a produção de um resultado criminoso naturalístico são considerados sua causa. BL: art. 13, CP.
##Atenção: ##DPEPB-2014: ##TCECE-2015: #FCC: O art. 13 do CP, ao regular a relação de causalidade, adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais, também chamada de teoria da conditio sine qua non. Essa teoria estabelece que causa é toda circunstância antecedente, sem a qual o resultado não teria ocorrido, ou seja, toda e qualquer contribuição para o resultado é considerada causa. Em outras palavras, por esta teoria, tudo que contribui para o resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou concausa.
(TJSP-2014-VUNESP): A relação de causalidade relevante para o Direito Penal é a que é previsível ao agente. A cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica naturalística, é limitada pelo dolo ou pela culpa do agente. BL: art. 13, CP.
##Atenção: A assertiva está correta, uma vez que a responsabilização objetiva não é admitida no nosso Direito Penal. Com efeito, a responsabilização de alguém que tenha participado por meio de uma conduta integrante da cadeia causal de determinado crime, deve levar em consideração os elementos de caráter subjetivos, quais sejam: dolo e culpa. Em suma, para que se determine as causas de um crime, impõe-se a conjugação da causalidade objetiva do fato e da causalidade subjetiva ou psíquica do agente, pois a causa antecedente só é relevante para o direito penal se forem constatados o dolo ou a culpa do agente. Em resumo, a causalidade subjetiva é limitadora da teoria da equivalência das condições/dos antecedentes. Não basta que exista o nexo física, exigindo-se, para que o fato seja imputável ao agente, o nexo normativo (dolo ou culpa). Sem a causalidade subjetiva, a cadeia de imputações seria infinita.
(MPRR-2012-CESPE): No que diz respeito à relação de causalidade e à superveniência de causa independente, assinale a opção correta: No sistema penal brasileiro, é adotada a teoria da equivalência das condições, ou da conditio sine qua non, sendo considerada causa a condição sem a qual o resultado não teria ocorrido, o que limita a amplitude do conceito de causa com a superveniência de causa independente. BL: art. 13, CP.
##Atenção: ##MPRN-2009: ##MPBA-2010: ##MPMG-2010: ##DPEMA-2011: ##TRF3-2011: ##MPTO-2012: ##DPESP-2012: ##MPF-2013: ##DPEPB-2014: ##DPEPE-2015: ##TRF5-2015: ##MPRS-2017: ##Anal. Judic./TREPE-2017: ##MPGO-2010/2012/2013/2016/2019: ##MPPR-2011/2012/2017/2019: ##MPSC-2019: ##TJAC-2019: ##MPPI-2019: ##MPDFT-2021: ##MPMG-2021: ##CESPE: ##FCC: ##VUNESP: ##Resumo Qconcursos: A teoria da imputação objetiva foi desenvolvida por Claus Roxin no início da década de 70. O seu escopo foi o de flexibilizar os rigores da teoria da equivalência dos antecedentes causais, que leva em consideração tão-somente a relação física de causa e efeito para aferir a relação de causalidade entre a conduta e o resultado. A teoria da imputação objetiva foi criada com a finalidade de limitar a responsabilidade penal do agente, sem a necessidade de analisarmos o elemento subjetivo do autor (causalidade psíquica). Essa finalidade é atingida com o acréscimo de um nexo normativo ao nexo físico já existente na causalidade simples. Logo, para que se possa considerar um comportamento como causa objetiva de um resultado, não basta um mero nexo físico entre eles. Segundo Roxin, “um resultado causado pelo agente só deve ser imputado como sua obra e preenche o tipo objetivo unicamente quando o comportamento do autor cria um risco não-permitido para o objeto da ação, quando o risco se realiza no resultado concreto, e este resultado se encontra dentro do alcance do tipo”. Rogério Greco explica, em seu Curso de Direito Penal, que, “na verdade, a teoria da imputação objetiva surge com a finalidade de limitar o alcance da chamada teoria da equivalência dos antecedentes causais sem, contudo, abrir mão desta última. Por intermédio dela, deixa-se de lado a observação de uma relação de causalidade puramente material, para valorar outra, de natureza jurídica normativa”. Vale dizer: surge a necessidade de se verificar uma causalidade normativa expressa na criação ou aumento do risco permitido, a realização deste risco permitido no resultado concreto e que o resultado se encontre dentro do alcance do tipo/esfera de proteção da norma. A Teoria Geral da Imputação Objetiva elenca fatores normativos que permitem a imputação do resultado ao autor, sendo imprescindível o concurso de mais 3 condições: i) A criação ou aumento de um risco proibido (RISCO NÃO PERMITIDO); ii) A realização do risco no resultado - a realização deste risco não permitido no resultado concreto; iii) Que o resultado se encontre dentro do alcance do tipo/esfera de proteção da norma - nexo normativo (mera relação de causa e efeito).[footnoteRef:5] Em resumo, a teoria da imputação objetiva compreende que, no âmbito do fato típico, deve-se atribuir ao agente apenas responsabilidade penal, não levando em consideração o dolo do agente, pois este é requisito subjetivo e deve ser analisado somente no que tange a imputação subjetiva. Esta teoria determina que não há imputação objetiva quando o risco criado é permitido, devendo o agente responder penalmente apenas se ele criou ou incrementou um risco proibido relevante. Por fim, é oportuno trazer a lição de Fernando Capez sobre o tema, com uma exemplificação: “assim, não configura criação de um risco proibido convidar alguém por sucessivas vezes para comer peixe esperando que esta pessoa morra engasgada com um espinho, convidar alguém para assistir a uma prova de automobilismo em local da arquibancada que sabe de maior risco, convidar alguém a viajar à Amazônia em monomotor na esperança de que o avião caia, etc. Nestes exemplos, se sobrevém a morte da pessoa, embora haja nexo causal entre a conduta (convidar) e o resultado (morte), estando presente inclusive o dolo pois a intenção do agente era que a vítima morresse, para a Teoria da Imputação Objetiva não haverá nexo causal, pois a conduta do agente é lícita, isto é, o risco criado é permitido (não é ilícito convidar alguém para comer peixe, assistir a uma prova de automobilismo, andar de avião, etc.)”. [5: (MPGO-2010): Leia a afirmativa de doutrinador do Direito Penal e, após, assinale a alternativa correta: "...atribuir a alguém a realização de uma conduta criadora de um risco relevante e juridicamente proibido e a produção de um resultado jurídico. Trata-se de um dos mais antigos problemas do Direito Penal, qual seja, a determinação de quando a lesão de um interesse jurídico pode ser considerada 'obra' de uma pessoa..." "...Quem dirige um automóvel, de acordo com as normas legais, oferece a si próprio e a terceiros um risco tolerado, permitido. Se, contudo, desobedecendo as regras, faz manobra irregular, realizando o que a doutrina denomina 'infração de dever objetivo de cuidado', como uma ultrapassagem perigosa, emprego de velocidade incompatível nas proximidades de uma escola, desrespeito a sinal vermelho de cruzamento, 'racha', direção em estado de embriaguez etc., produz um risco proibido (desvalor da ação). Esse perigo desaprovado conduz, em linha de princípio, à tipicidade da conduta, seja a hipótese, em tese, de crime doloso ou culposo. Significa que não há um risco proibido para os crimes dolosos e outro para os culposos. O perigo é o mesmo para todas as espécies de infrações penais." (Damásio E. de Jesus - Direito Penal, volume 1, Saraiva): Refere-se a imputação objetiva.
(MPMG-2010): Sobre a moderna teoria
da imputação objetiva, elaborada sob a ótica do funcionalismo penal, assinale a afirmativa correta: A tipicidade é analisada em três níveis de imputação, cujos requisitos podem ser reunidos na criação de um risco juridicamente desaprovado, na realização do risco no resultado e no alcance do tipo.
(MPMG-2010): Sobre a moderna teoria da imputação objetiva, elaborada sob a ótica do funcionalismo penal, assinale a afirmativa correta: A tipicidade e as demais categorias jurídicas do crime são analisadas de acordo com as tarefas político-criminais do sistema.
(MPMG-2010): Sobre a moderna teoria da imputação objetiva, elaborada sob a ótica do funcionalismo penal, assinale a afirmativa correta: A tipicidade é reformulada, com forte carga axiológica, a partir da ideia central de risco.] 
	(MPGO-2019): A respeito da teoria da imputação objetiva, na concepção de Claus Roxin, assinale a alternativa correta: Imagine a seguinte a hipótese: dois ciclistas passeiam um atrás do outro, no escuro, sem estarem com as bicicletas iluminadas, por mera falta de atenção e descuido. Em virtude da inexistência de iluminação, o ciclista que vai à frente colide com outro ciclista, que vinha na direção oposta, sofrendo este lesões corporais. O resultado teria sido evitado, se o ciclista que vinha atrás tivesse ligado a iluminação de sua bicicleta. Diante dessa situação, pode-se afirmar que o ciclista que vinha à frente deve responder por lesões corporais culposas, pois criou um risco não o permitido ao dirigir sem iluminação, que acabou resultando na colisão. O ciclista que vinha atrás, todavia, não responder· pelas lesões corporais culposas, já que este resultado não está abrangido pelo fim de proteção de norma de cuidado, afinal, a finalidade do dever de iluminação é evitar colisões próprias, não de terceiros (colisões alheias).
##Atenção: Em relação ao exemplo proposto, Roxin, ao explicar o elemento “âmbito de proteção da norma”, destaca que a omissão do primeiro ciclista originou o risco de uma colisão, o qual se realizou. Da mesma forma, o fato de o segundo ciclista não possuir iluminação em sua bicicleta também originou o perigo do primeiro ciclista sofrer um acidente. A diferença entre as duas condutas reside no fato de a norma de cuidado exigir a presença de iluminação na bicicleta, não para evitar choques de terceiros, mas sim, para a própria segurança do condutor. Dessa maneira, o resultado de lesão ao ciclista da frente não poderia ser imputado ao ciclista de trás. Em outras palavras, não há nexo normativo (imputação objetiva) porque o dever de cuidado não exige que os ciclistas tenham faróis para iluminar as bicicletas que venham à frente a fim de que estas evitem acidentes. A finalidade do dever de iluminação é evitar colisões próprias.
##Atenção: ##Aspecto Doutrinário: ##MPGO-2019: David André Costa Silva explica: “O caso da Flórida (...) retratado por Roxin refere-se à criação de um risco permitido. Instigar alguém a uma viagem à Flórida, ainda que, em seu aspecto objetivo, constitua a causa de uma morte e, subjetivamente, tenha por finalidade a morte da vítima, não pode sequer objetivamente constituir uma ação de homicídio, porque tal conduta não criou um perigo de morte juridicamente relevante, e não elevou de modo mensurável o risco geral de vida. Induvidoso que uma viagem à Flórida tenha aumentado o pequeno risco de ser vítima de um delito de homicídio existente em qualquer país. Ainda assim, enquanto não imperar o caos em determinado Estado, a ponto de que os países de onde saem os visitantes desacolhem, em razão do perigo, uma viagem para lá, eventual aumento do risco será juridicamente irrelevante, tendo em vista os milhões de turistas que voltam para casa ilesos. A morte do viajante não pode ser, portanto, imputada ao provocador da viagem como ação de homicídio. Isto significa que sequer o tipo objetivo do homicídio está preenchido, de modo que a pergunta a respeito do dolo sequer se coloca”. (Silva, Davi André Costa. Manual de Direito Penal: parte geral. 5.ed. - Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2017. fl. 244).
##Atenção: ##Aspecto Doutrinário: ##MPMG-2021: A teoria da imputação objetiva, sobretudo na formulação de Claus Roxin, exige, para que um resultado seja imputado como crime a alguém, o atendimento a três níveis de imputação objetiva: 1) criação ou aumento do risco não permitido; 2) materialização do risco no resultado é 3) âmbito de alcance do tipo. No que se refere ao primeiro nível de imputação, Roxin sustenta que não haverá imputação criminal se, com base em um juízo ex post (teoria da prognose póstuma objetiva), for possível verificar a ineficácia do comportamento lícito alternativo. Ou seja, se for possível constatar que o resultado ocorreria mesmo que o agente tivesse agido conforme o direito, não haverá responsabilidade penal. O exemplo clássico é o caso dos pelos de cabra. Nele um comerciante importava da China pelos de cabra para a fabricação de pincéis e, apesar da advertência de que deveria desinfetar os pelos antes de seu processamento, omitia-se em tal medida. Em virtude disso, morrem quatro operárias infectadas pelo bacilo antrácico (Milzbrandbazillen), que estava contido nos pelos dos pincéis. Posteriormente, ficou demonstrado que, mesmo que tivesse sido feita a desinfecção, não haveria segurança suficiente de que esta eliminaria os bacilos contidos no produto, de modo a impedir a morte das vítimas. Como a observância do dever teria sido inútil, não houve criação ou aumento do risco não permitido (ROCHA, 2017, p.52-53).[footnoteRef:6] [6: ##Complementação: O critério da conduta lícita alternativa (ou conduta alternativa conforme o direito) é utilizado nos casos em que o autor produziu um risco juridicamente proibido, este risco se concretizou no resultado produzido, mas é possível que o resultado viesse a ocorrer ainda que o autor houvesse adotado uma conduta alternativa conforme o direito. Martinelli e De Bem (Lições Fundamentais de Direito Penal: Parte Geral, 2018) apresentam o seguinte exemplo da jurisprudência alemã: “O caminhoneiro ao ultrapassar um ciclista não respeitou a distância mínima lateral (75 cm). No transcorrer da manobra, o ciclista, que estava embriagado, por uma reação de curto-circuito provocada pelo álcool, cai por debaixo da roda traseira do caminhão, falecendo. Posteriormente se comprova que provavelmente o acidente também ocorreria mesmo que o condutor tivesse respeitado a distância correta segundo as normas de cuidado do tráfego” (p. 538). Num caso como este, em que há uma margem de dúvida, como deve ser apurada a responsabilidade penal do autor? No julgado mencionado foi adotada a teoria da evitabilidade, “pela qual, se não há certeza de que a observância da norma jurídica de segurança ou da norma prática de eficiência pelo agente evitaria a lesão ao bem jurídico, não há por que puni-lo, aplicando-se o princípio do in dubio pro reo” (p. 538). Roxin, por outro lado, não concorda com esta posição. Para o penalista, em casos assim deveria ser aplicada a teoria da elevação ou do incremento do risco ao bem jurídico - o autor, ao desrespeitar as normas de segurança de trânsito, elevou em concreto o risco ao bem jurídico “vida” e deveria ser responsabilizado pelo homicídio. A imputação do homicídio só deveria ser afastada se ficasse provado (ou seja, se houvesse certeza) que o resultado ocorreria de qualquer maneira, pois aí não haveria concretização do risco no resultado.] 
(MPGO-2019): A respeito da teoria da imputação objetiva, na concepção de Claus Roxin, assinale a alternativa correta: Ações que diminuam risco não são imputáveis ao tipo objetivo, apesar de serem causa do resultado em sua forma concreta e de estarem abrangidas pela consciência do sujeito. Assim, quem convence o ladrão a furtar não mil reais, mas somente cem reais, não é punível por participação no furto, pois sua conduta não elevou, mas diminuiu o risco da lesão.
##Atenção: De fato, conclui Roxin que as “ações que diminuam riscos não são imputáveis ao tipo objetivo, apesar de serem causa do
resultado em sua forma concreta e de estarem abrangidas pela consciência do sujeito” (ROXIN, Claus. A Teoria da Imputação Objetiva. Trad. de Luís Greco. Revista brasileira de Ciências Criminais, vol. 10, fascículo 38, São Paulo, 2002, p. 17). Assim, imagine que “A” assiste uma pedra dirigir-se ao corpo de “B”, não podendo evitar que esta o alcance, mas pode desviá-la, de modo a tornar menos perigosa a situação. Neste caso, houve uma diminuição do risco para o bem jurídico protegido. O agente não criou um risco, mas sim agiu para modificar o curso causal para que as consequências fossem mais favoráveis a este interesse jurídico. Mesmo caracterizando-se um dano ao bem, não houve um desprezo pela proteção valorativa do ordenamento jurídico.
(MPGO-2019): A respeito da teoria da imputação objetiva, na concepção de Claus Roxin, assinale a alternativa correta: A teoria da imputação objetiva, em sua forma mais simplificada, aduz que um resultado causado pelo agente só deve ser imputado como sua obra e preenche o tipo objetivo unicamente quando o comportamento do autor cria um risco não permitido para o objeto da ação, quando o risco se realiza no resultado concreto e este resultado se encontra dentro do alcance do tipo.
(MPSC-2019): A chamada “teoria da imputação objetiva” reúne um conjunto de critérios pelos quais se restringe o âmbito da relevância penal dos fatos abrangidos pela relação de causalidade, e que seriam imputáveis ao sujeito caso não fossem empregados esses critérios.
(MPSC-2019): Nos delitos imprudentes (ou culposos), a aferição da concreção do risco na implementação do evento típico (ou resultado) é um dos critérios da “teoria da imputação objetiva”.
##Atenção: ##MPPR-2017: ##MPSC-2019: É pacífico na doutrina que essa teoria se aplica aos delitos praticados com dolo. Porém, há divergência se é aplicável aos delitos culposos. Rogério Greco é um dos que defendem o ponto de vista de que é aplicável, pois, antes mesmo da análise do elemento subjetivo do tipo (dolo ou culpa), se afastado o nexo de causalidade sob o prisma da imputação objetiva, já não há mais que se falar em fato típico. O enunciado da questão parte da premissa de que a teoria em referência é aplicável aos crimes culposos. Nesses casos, todavia, há de verificar-se se o comportamento do autor se deu com a observância ou não do dever objetivo de cuidado, ou seja, após a constatação da resultado danoso no âmbito das circunstâncias concretas que lhe dizem respeito.
(Anal. Judic./TREPE-2017-CESPE): De acordo com os principais teóricos do direito penal, a teoria da imputação objetiva se refere especificamente à relação de causalidade.
(MPRS-2017): Para a teoria da imputação objetiva, o ato de imputar significa atribuir a alguém a realização de uma conduta criadora de um risco relevante e juridicamente proibido e a produção de um resultado jurídico. Pressupõe um perigo criado pelo agente e não coberto por um risco permitido dentro do alcance do tipo. O risco permitido conduz à atipicidade, e o risco proibido, quando relevante, à tipicidade. A imputação objetiva constitui elemento normativo implícito do tipo penal.
(MPGO-2016): No que concerne à Teoria da Imputação Objetiva, é correto afirmar: Na cena de um crime, Gregor Samsa convence o ladrão a furtar da vítima Frieda a quantia de cem reais, em vez dos mil reais que o autor inicialmente tencionava surrupiar. Nesse caso, de acordo com a concepção de Roxin acerca da diminuição do risco em relação ao bem protegido, o resultado delituoso não poderá ser – nem mesmo a título de participação – objetivamente imputado a Gregor Samsa.
##Atenção: No caso em tela, a conduta de Gregor Samsa de convencer o ladrão a furtar da vítima Frieda a quantia de cem reais, em vez dos mil reais que o autor inicialmente tencionava surrupiar, afasta a sua (de Gregor Samsa) imputação objetiva pelo resultado ocorrido. É que, de acordo com a concepção de Roxin, o resultado não pode ser imputado a quem diminui o risco ao bem jurídico tutelado. No caso, Gregor Samsa, ao convencer o ladrão a subtrair valor menor do que originariamente pretendida, diminuiu o risco de lesão ao patrimônio da vítima. 
(MPGO-2016): No que concerne à Teoria da Imputação Objetiva, é correto afirmar: Segundo Roxin, a imputação objetiva se chama objetiva não porque circunstâncias subjetivas lhe sejam irrelevantes, mas porque a ação típica constituída pela imputação é algo objetivo, ao qual só posteriormente, se for o caso, se acrescenta o dolo, no tipo subjetivo. Em outros termos, para o citado autor, a imputação objetiva também é influenciada por critérios subjetivos.
##Atenção: Claus Roxin não nega que critérios subjetivos também influenciam a imputação objetiva. Roxin se refere expressamente a essa temática em seu livro Estudos de Direito Penal, traduzido e organizado por Luís Greco, senão vejamos o trecho concernente: “Fica provado, unicamente, que também fatores subjetivos podem desempenhar um papel na imputação objetiva. A imputação objetiva se chama "objetiva" não porque circunstâncias subjetivas lhe sejam irrelevantes, mas porque a ação típica constituída pela imputação — o homicídio, as lesões, o dano etc. — é algo objetivo, ao qual só posteriormente, se for o caso, se acrescenta o dolo, no tipo subjetivo. Ao tipo subjetivo pertencem somente elementos subjetivos do tipo, como o dolo e os elementos subjetivos do injusto. Conteúdos de consciência que não são elementares do tipo, mas que têm importância unicamente para o juízo de perigo ou para a distribuição da responsabilidade entre os diversos participantes, dizem respeito à imputação ao tipo objetivo. De qualquer maneira, deve-se ter em mente que a imputação objetiva também é influenciada por critérios subjetivos.”
(MPTO-2012-CESPE): Assinale a alternativa correta: Sucintamente, pode-se definir imputação objetiva como um conjunto de pressupostos jurídicos que condicionam a relação de imputação de um resultado jurídico a um determinado comportamento penalmente relevante.
(MPGO-2012): Em relação à imputação objetiva é correto afirmar: o comportamento e o resultado normativo só podem ser atribuídos ao sujeito quando a conduta criou ao bem (jurídico) um risco juridicamente desaprovado e relevante.
(TRF3-2011-CESPE): No tocante às respostas que a dogmática penal contemporânea oferece acerca das teorias do crime, assinale a opção correta: Segundo uma das teorias mais conhecidas de imputação objetiva, para atribuição do tipo objetivo ao agente, a criação ou o incremento de um risco proibido é insuficiente quando o resultado não provenha diretamente desse risco.
(MPPR-2011): Sobre o tipo dos crimes dolosos de ação, assinale a alternativa correta: a imputação do resultado pressupõe, além da relação de causalidade, a criação de risco para o bem jurídico pela ação do autor e a realização do risco criado pelo autor no resultado de lesão do bem jurídico.
##Atenção: ##MPGO-2016: Teoria da Imputação Objetiva por Günther Jakobs: Com base na obra de Rogério Greco, vejamos algumas considerações acerca da concepção de Günther Jakobs sobre a imputação objetiva. Rogério Greco, no livro Curso de Direito Penal, Parte Geral, Vol. 1, explica: “Com fundamento no argumento segundo o qual o comportamento social do homem é vinculado a papéis, Jakobs traça quatro instituições jurídico-penais sobre as quais desenvolve a teoria da imputação objetiva, a saber: a) risco permitido; b) princípio da confiança; c) proibição de regresso; d) competência ou capacidade da vítima.” Além disso, vejamos a seguinte lição constante da obra de Rogério Greco sobre a visão de Jakobs: “A vertente do risco permitido, anunciada por Jakobs, diz respeito aos contatos sociais que, embora perigosos sob certo aspecto, são necessários e mesmo assimilados pela sociedade. Segundo Jakobs, 'posto que uma sociedade sem riscos não é possível e que ninguém se propõe seriamente a renunciar à sociedade, uma garantia normativa que implique a total ausência de riscos não é factível; pelo contrário, o risco inerente à configuração social deve
ser irremediavelmente tolerado como risco permitido.' Assim, se cada um se comporta de acordo com um papel que lhe foi atribuído pela sociedade, mesmo que a conduta praticada importe na criação do risco de lesão ou perigo de lesão aos bens de terceira pessoa, se tal comportamento se mantiver de acordo com os padrões aceitos e assimilados pela sociedade, se dessa conduta advier algum resultado lesivo, este será imputado ao acaso.” Por fim, impõe-se a transcrição de trecho do referido livro em que se destaca, por sua vez, excerto do livro do próprio Günther Jakobs, que esclarece a questão do papel social dos indivíduos numa sociedade contemporânea e que contempla exemplos que mencionam os casos do padeiro e do taxista: “Na vertente correspondente à proibição de regresso, fica ainda mais evidente o valor que Jakobs atribui aos papéis exercidos pelas pessoas na sociedade. Segundo o renomado autor, se cada um de nós se limitar a atuar de acordo com o papel para o qual fomos incumbidos de desempenhar, se dessa nossa conduta advier algum resultado, ou mesmo contribuir para o cometimento de alguma infração penal, não poderemos ser responsabilizados. Jakobs aduz que não pretende: 'Discutir sobre a denominação que se deva receber este âmbito da imputação objetiva do comportamento, mas sobre seu conteúdo: trata-se de hipóteses em que o autor desvia até o limite delitivo o comportamento de um terceiro que per se carece de sentido delitivo. Exemplos: o autor compra uma peça de pão para envenená-la; o autor toma como pretexto os debates de um julgamento ocorrido de um correligionário seu para matar o Ministro da Justiça; o autor vai de táxi de X a Y para cometer em Y um homicídio. Em todas essas hipóteses, parte-se da base de que o respectivo terceiro – o padeiro, os envolvidos na sessão de julgamento, o condutor do táxi – conhece o que vai suceder. Estas hipóteses se podem tentar solucionar partindo do fato de que elementos tão cotidianos como um alimento, ou algo que se possa definir arbitrariamente como motivo de um delito, ou uma possibilidade de transporte, sempre estão disponíveis, de modo que a proibição deste tipo de contribuições não é suscetível de evitar, de fato, o comportamento do autor. Não obstante, na melhor das hipóteses, este modo de argumentar só acertaria pela metade, pois é certo que pode suceder que no caso concreto fosse possível evitar o comportamento do autor. Mas, inclusive, se isto ocorresse, e aqui o ponto decisivo, a contribuição do terceiro não só é algo comum, mas seu significado é de modo invariavelmente considerado inofensivo. O autor não pode, de sua parte, modificar esta definição do significado do comportamento, já que de qualquer modo o terceiro assume perante o autor um comportamento comum limitado e circunscrito por seu próprio papel; comportamento comum e do qual não se pode considerar seja parte de um delito.'” (JAKOBS, Günther. A imputação objetiva no direito penal, p. 27-28). Portanto, há de se concluir, pela concepção de Jakobs da teoria da imputação objetiva, que o padeiro agiu exercendo o seu papel social, qual seja o de vender pães, não podendo-lhe ser imputada a conduta de quem envenena terceiro com o pão por ele vendido, ainda que soubesse que essa era a intenção do cliente. Do mesmo modo, não se poderia imputar ao taxista a morte de alguém provocada pelo passageiro que, revelando suas intenções, pediu-lhe que o levasse para a consecução da homicídio.
(TJBA-2019-CESPE): João, com a intenção de matar José, seu desafeto, efetuou disparos de arma de fogo contra ele. José foi atingido pelos projéteis e faleceu. Considere que, depois de feitos os exames necessários, se tenha constatado uma das seguintes hipóteses relativamente à causa da morte de José. Nessa situação hipotética, conforme a teoria dos antecedentes causais adotada pelo CP, João responderá pela morte de seu desafeto: A morte decorreu de uma infecção hospitalar que acometeu a vítima quando do tratamento dos ferimentos causados pelos tiros. BL: art. 13, caput, CP. [adaptada]
##Atenção: ##MPGO-2013: ##DPERR-2013: ##DPEMS-2014: ##MPDFT-2015: ##DPEPA-2015: ##DPERN-2015: ##TRF5-2015: ##TJBA-2019: ##CESPE: ##FMP: ##VUNESP: No caso em tela, trata-se de causa superveniente relativamente independente que, por si só, não produziu o resultado, de forma que o agente deve responder a título de crime consumado. Incide a teoria da equivalência dos antecedentes ou da conditio sine qua non, adotada como regra geral no tocante à relação de causalidade (art. 13, caput, in fine, CP). O agente responde pelo resultado naturalístico, pois, suprimindo-se mentalmente a sua conduta, o resultado não teria ocorrido como e quando ocorreu.
(TJBA-2019-CESPE): João, com a intenção de matar José, seu desafeto, efetuou disparos de arma de fogo contra ele. José foi atingido pelos projéteis e faleceu. Considere que, depois de feitos os exames necessários, se tenha constatado uma das seguintes hipóteses relativamente à causa da morte de José. Nessa situação hipotética, conforme a teoria dos antecedentes causais adotada pelo CP, João responderá pela morte de seu desafeto: A vítima faleceu em razão dos ferimentos sofridos, os quais foram agravados por sua condição de hemofílica. BL: art. 13, caput, CP. [adaptada]
##Atenção: ##MPGO-2013: ##DPERR-2013: ##DPEMS-2014: ##MPDFT-2013/2015: ##TJBA-2019: ##MPMG-2021: ##CESPE: ##VUNESP: No caso em tela, conforme a teoria dos antecedentes causais adotada pelo CP, João responderia por homicídio consumado. Trata-se de causa relativamente independente preexistente. Incide a teoria da equivalência dos antecedentes ou da conditio sine qua non, adotada como regra geral no tocante à relação de causalidade (art. 13, caput, in fine, CP). O agente responde pelo resultado naturalístico, pois, suprimindo-se mentalmente a sua conduta, o resultado não teria ocorrido como e quando ocorreu.
	(MPMG-2021): Acerca da relação de causalidade, é correto afirmar: As denominadas concausas preexistentes relativamente independentes não afastam a imputação do resultado. BL: art. 13, CP.
(MPBA-2018): A prática da infração penal pode decorrer de um ato isolado, ou ainda pelo comportamento de duas ou mais pessoas na forma estabelecida pelo Estatuto Penal. Sobre as infrações penais cometidas isoladamente ou em concurso, assinale a alternativa correta: Na ocorrência de colisão entre dois veículos, não há que se falar em coautoria dos dois condutores imprudentes, pois um não colabora com o outro e, assim, ocorre apenas a concorrência de culpas ou causas. BL: art. 13, caput, CP.
##Atenção: ##MPPR-2008: ##MPGO-2010: ##MPSP-2012: ##DPEMS-2014: ##TRF4-2014: ##DPU-2015: ##MPBA-2018: ##TJAC-2019: ##CESPE: ##VUNESP: Concorrência de culpas: Acerca do tema, Cleber Masson explica: “É o que se verifica quando duas ou mais pessoas concorrem, contribuem, culposamente, para a produção de um resultado naturalístico. Todos os envolvidos que tiveram atuação culposa respondem pelo resultado produzido. Fundamenta-se essa posição na teoria da conditio sine qua non, acolhida pelo art. 13, caput, do Código Penal: “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa”. E, como é fácil perceber, se o resultado foi provocado pela pluralidade de condutas culposas, por ele respondem aqueles que as realizaram. Vejamos um exemplo: No cruzamento entre duas ruas, o veículo de “A” ultrapassa o semáforo quando o sinal vermelho determinava sua parada, momento em que vem a colidir com o automóvel de “B”, o qual, além de trafegar em velocidade acima da permitida, também havia desrespeitado o sinal de trânsito, que estava com passagem livre para pedestres. Entre os carros surge um transeunte que, desavisado, atravessou a via pública e foi atropelado, não resistindo aos ferimentos. No caso mencionado, tanto “A” como “B” agiram de forma culposa. Concorreram para a produção do resultado naturalístico e por ele deverão responder. Mas não há concurso de pessoas (coautoria ou participação) em face da ausência de vínculo subjetivo

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