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Ética e Moral na Enfermagem

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Prof. Dr. Alexandre Juan
UNIDADE I
Ética em Enfermagem
e Exercício da Profissão
 Desde a Antiguidade, os homens têm se preocupado com as questões éticas e morais 
vinculadas à natureza, à política, às regras de convivência social e ao comportamento 
humano. As concepções sobre o ajuizamento ético têm evoluído ao longo da história da 
humanidade (OGUISSO, 2012, p. 45).
 A Ética está associada aos valores morais que dão orientação ao comportamento humano na 
sociedade. A Moral está associada aos costumes, regras, convenções e tabus estabelecidos 
pela sociedade. A Moral e a Ética não possuem um significado rígido e estático na história da 
Filosofia (BOFF, 2003, p. 2).
 A palavra “moral” é originária do termo latino “morales”, que 
significa “relativo aos costumes”. A Moral pode ser definida 
como o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e que são 
utilizadas constantemente por cada cidadão. Tais regras 
orientam cada indivíduo que vive na sociedade, norteando os 
seus julgamentos sobre o que é certo ou errado, moral ou 
imoral, e as suas ações. A Moral é construída por uma 
sociedade com base nos valores históricos e culturais.
Conceitos de ética e moral
 A Moral pode ser distinta quando comparamos, em uma mesma época, dois ou mais grupos 
de pessoas que convivem. É comum encontramos populações ou até mesmo grupos que 
possuem opiniões distintas sobre determinado assunto ou comportamento social 
e costumes diferentes.
 um costume considerado moral, como um determinado “modelo ideal de boa conduta 
socialmente estabelecida”, que reflete certa forma de vida, pode se alterar em um período 
de tempo diferente ou diferir de uma população para outra.
 Assim os valores morais são os conceitos, juízos 
e pensamentos considerados “certos” ou “errados” 
por determinada pessoa ou por um determinado grupo 
na sociedade.
Conceito de moral 
 A palavra “Ética” é proveniente do grego “ethos”, significa, literalmente, “morada”, “hábitat”, 
“refúgio”, ou seja, o lugar onde as pessoas habitam, caráter, modo de ser de uma pessoa. 
O filósofo Aristóteles acreditava que a Ética era caracterizada pela finalidade e pelo objetivo 
a ser atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida.
 A palavra “Ética” também pode ser definida como um conjunto de conhecimentos extraídos 
da investigação do comportamento humano na tentativa de explicar as regras morais de 
forma racional e fundamentada. Nesse sentido, trata-se de uma reflexão sobre a Moral.
 Do ponto de vista da Filosofia, a Ética se dedica a pensar 
sobre as ações humanas e seus fundamentos, refletindo, 
portanto, sobre os valores e princípios morais de uma 
sociedade e seus grupos. Assim, a Ética é a parte da Filosofia 
que estuda a Moral, pois reflete e questiona as regras morais, 
compreendendo que a Ética, por si só, não avalia se um ato 
é correto ou incorreto.
Ética 
 Portanto, quem pratica a Ética são sujeitos éticos, que devem ter liberdade de pensamento, 
sem serem coagidos por forças internas ou externas para que os atos éticos sejam livres, 
voluntários e conscientes, de modo democrático, respeitando a pluralidade de opiniões, 
aceitando a diversidade de enfoques, posturas e valores, sempre respeitando o ser humano 
na sua dignidade.
 O ser humano é um ser social que aprende com suas experiências, e a prática ética e moral 
requer aprendizagem, que exige tempo e maturidade.
 A Ética e a Moral devem partir de experiências originárias que 
se encontram no cotidiano das pessoas para identificar seus 
fundamentos, como a liberdade, os valores, o cuidar e o 
solidarizar-se com os outros. Desse modo, a Ética e a Moral 
buscam fazer com que as pessoas sejam melhores e mais 
responsáveis pelos seus próprios atos (OGUISSO, 
2012, p. 49).
A ética e a moral no contexto da prática 
 É a máxima de Aristóteles no seu livro Ética a Nicômaco, e repetida em seu pensamento 
sobre a moral de forma geral: “somos o resultado de nossas escolhas”.
 A Ética possui elementos importantes nos quais se fundamenta e eles devem nos estruturar 
como seres humanos, resultando, positivamente ou não, em nossas escolhas.
 Entre estes fundamentos encontram-se: consciência, valores, autonomia, liberdade, 
responsabilidade, verdade, respeito e reciprocidade,
Fundamentos da ética
 A consciência é a capacidade de julgar o que é correto e o que não é, de acordo com valores 
morais de conhecimento e de sabedoria.
 Sendo racionais, os seres humanos têm a capacidade de sentir a própria identidade, 
podendo interpretar o presente, o futuro e o passado. Portanto, quanto maior o 
conhecimento, a paciência, a reflexão, e a experiência para compreender a situação, melhor 
será o julgamento entre o correto e o não correto, o que deve e não deve ser feito, e as 
consequências dos próprios atos. 
 Viver em sociedade representa as relações do ser humano 
com o mundo e com outros seres, primordiais para a evolução. 
O ser humano não evolui sozinho, não constrói sua identidade 
sem essas experiências, seja com o outro ou com o mundo.
Fundamentos da ética: a consciência
Para refletirmos: 
 O(a) enfermeiro(a) possui sua consciência, formada com base em suas experiências 
construídas no decorrer de sua vida. A equipe de saúde, o paciente, a família do paciente 
também a possuem.
Contudo, será que todos compartilham de uma mesma consciência? 
Será que ao compartilharmos essas experiências e ao 
procurarmos compreender a identidade alheia, estamos 
facilitando a convivência e o entendimento entre as pessoas?
Fundamentos da ética: a consciência
 Os valores são fundamentais para a formação da conduta moral e da Ética na vida do ser 
humano, pois os atribuímos aos objetos (naturais ou não naturais), aos sentimentos e às 
emoções, uma vez que o agir humano é uma forma de expressar valores.
 O valor é uma qualidade abstrata e secundária de um objeto, estado ou situação que, ao 
satisfazer uma necessidade de um sujeito, suscita nele interesse ou aversão por essa 
qualidade. [...] O valor radica no objeto, mas sem o interesse de um sujeito, o objeto deixaria 
de ter valor. Os valores ideais são ideias consistentes e objetivas do mundo racional humano 
(CABANAS, 1999).
 Portanto, a tomada de decisão estará embasada nos juízos de 
valores éticos agregados, que poderão diferir de pessoa para 
pessoa, de comunidades para comunidades, de populações 
para populações, entre outros. Essas atitudes estão ligadas a 
valores que orientam e justificam tais comportamentos. Um 
valor é uma experiência transmitida ou vivida que elegemos 
para dar sentido à nossa vida cotidiana.
Fundamentos da ética: os valores
Para refletir: 
O(a) enfermeiro(a) possui valores agregados em sua vida desde sua infância. Com as 
experiências e conhecimentos adquiridos em sua formação acadêmica e posteriormente 
profissional, amplia, muda e concebe novos e importantes valores profissionais e éticos. 
E pensando nisso, vamos refletir:
Você acredita que o conhecimento e a experiência profissional transformam e melhoram a 
capacidade do(a) enfermeiro(a) de compreender sua equipe e o próprio paciente?
Quais são os valores éticos e morais envolvidos no cuidado 
prestado pela equipe de enfermagem?
Fundamentos da ética: os valores
 Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com 
independência, liberdade ou autossuficiência. O antônimo de autonomia é heteronomia, 
palavra que indica dependência, submissão.
 Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre-arbítrio, de acordo com a própria 
vontade (desde que não se prejudique outra pessoa), é a sensação de estar livre e não 
depender de ninguém.
 Os significados desses dois vocábulos: autonomia e liberdade 
correspondem a uma determinada corrente filosófica, a da 
liberdade incondicional. Com respeito às suas diferenças, 
pode-se sustentar que a liberdade é a capacidade do sujeito 
de agir com autonomia. Dessemodo, por exemplo, a 
autonomia profissional pode ser vista como um componente 
da liberdade do enfermeiro (PRZENYCZKA et al., 
2012, p. 428).
Fundamentos da ética: autonomia e liberdade
 O ser humano é um ser de decisões, colocando-se diante de diversas alternativas para 
escolhas em relação às suas ações, tomando decisões com base na orientação que buscou. 
Assim, vai construindo e realizando, o que condiz com a liberdade.
 A liberdade é o poder incondicional da vontade para determinar a si mesma; sem 
constrangimentos internos ou externos, o agente é totalmente pleno em suas ações.
 Aqueles que conservarem mais conhecimento, certamente, 
estarão numa posição vantajosa para o exercício de sua 
autonomia. E quanto mais os(as) enfermeiros(as) são 
expostos aos conceitos e ideias de outras disciplinas, como a 
Antropologia, a Sociologia e a Filosofia, seguramente, maior 
será a assimilação satisfatória e razoavelmente rápida desses 
conceitos na prática da enfermagem (PRZENYCZKA et al., 
2012, p. 430).
Fundamentos da ética: autonomia e liberdade
 A verdade significa aquilo que está intimamente ligado a tudo o que é sincero, que é 
verdadeiro, é a ausência da mentira, é a afirmação do que é correto, do que é seguramente 
o certo e está dentro da realidade documentada e vivida.
 O valor da verdade é que, a partir de nossas interpretações sobre os fatos, a forma como 
pensamos se incorpora em nossas estruturas sociais e individuais, transformando vidas. 
A verdade tem valor significativo no dia a dia, nas políticas de saúde, de educação, 
economia, religiosidade, entre tantos outros seguimentos.
 Saber o que é verdadeiro na profissão dependerá 
de disciplina, de pensamentos, experiências e discussões com 
a classe profissional, além de conhecimento e aprimoramento 
contínuos. A percepção, a sensibilidade e a investigação 
contribuirão para a verdade.
Fundamentos da ética: responsabilidade e verdade
 Ser responsável significa assumir a própria vida, jamais justificar seus erros, muito menos 
atribuindo a culpa às circunstâncias ou a qualquer outra pessoa, pois nada que não 
tenhamos permitido nos acontece, consciente ou inconscientemente.
 A responsabilidade é o dever de arcar com as consequências do próprio comportamento ou 
do comportamento de outras pessoas. Ser responsável é assumir não somente os próprios 
acertos, mas também os próprios erros, sem se envergonhar, mas tirando proveito disso.
 As verdades que advêm de múltiplas experiências têm grande 
valor e, com base nessa compreensão, o ser humano deve 
tornar-se responsável por aquilo que escolhe ao criar algo em 
torno de si (OGUISSO; SCHIMIDT, 2007, p.37).
Fundamentos da ética: responsabilidade e verdade
 O respeito significa consideração, deferência, apreço e reverência. O respeito é um dos 
valores mais importantes da convivência entre os seres humanos e tem grande importância 
na interação social.
 Pensando nas inter-relações da enfermagem, sabemos que o respeito deve ser reverenciado 
nas ações diárias, tanto nos relacionamentos multidisciplinares, como no atendimento 
prestado ao paciente e na atenção às normas, diretrizes e legislações da profissão. 
O respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis em relação à outra.
 O(A) enfermeiro(a) deve falar sobre um tema com respeito 
(como diferentes religiões, crenças e condutas) e falar de 
forma ponderada e sensível. Respeitar envolve ouvir o que 
o outro tem a dizer, buscando interpretar o que ouvimos, ter 
compaixão, ser tolerante, honesto e atencioso; é entender a 
necessidade do autoconhecimento para poder respeitar a si 
próprio e, então, respeitar o outro.
Fundamentos da ética: respeito e reciprocidade
 A reciprocidade, por sua vez, significa correspondência mútua, recíproca, e está intimamente 
relacionada ao respeito.
 Veja, se o(a) enfermeiro(a) agir com respeito, favorecerá a reciprocidade. 
 É fácil entender. Quando demonstramos respeito por alguém, por uma situação vivenciada, 
pela instituição em que trabalhamos, ocorre a reciprocidade, ou seja, a credibilidade de que 
nossas ações são dignas de confiança e de respeito.
 Se o contrário ocorrer, agir com desrespeito resultará na 
reciprocidade, ou seja, trará àquele que age assim a imagem 
de ser um profissional com atitudes não confiáveis perante os 
olhos do próximo (paciente, equipe, comunidade) e, logo, 
indigno de respeito.
Fundamentos da ética: respeito e reciprocidade
Não é um valor ético e moral:
a) Liberdade.
b) Respeito.
c) Verdade.
d) Preconceito.
e) Responsabilidade.
Interatividade
Não é um valor ético e moral:
a) Liberdade.
b) Respeito.
c) Verdade.
d) Preconceito.
e) Responsabilidade.
Resposta
 A palavra responsabilidade tem origem nas palavras latinas: repondere e responsus e 
significa responder ou ser responsável. Na linguagem jurídica, responsabilidade significa 
violação do direito, o que obriga ao dever da reparação, com admissão das consequências 
que o dano cause, conduzindo a uma ordem jurídica na sociedade.
 Como enfermeiros, precisamos conhecer e compreender esses conceitos para que a tomada 
de decisão tenha não somente o respaldo técnico-científico, mas também a inferência das 
normas, das diretrizes e das legislações vigentes.
 Estudaremos os tipos de responsabilidades para o exercício 
profissional do enfermeiro: a responsabilidade civil, a penal 
e a ética. 
 No caso de o(a) enfermeiro(a) ou de qualquer membro da 
equipe de enfermagem ser responsável por algum dano, seja 
de ordem física ou psíquica, a alguém, decorrente das práticas 
de seu exercício profissional, poderá responder perante a 
responsabilidade civil, penal e ética, distintamente.
Responsabilidades ética e legal
A Lei Federal n. 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamenta o exercício da Enfermagem 
em todo o país e foi regulamentada pelo Decreto n. 94.406/1987, que estabelece 
as atividades de enfermagem e funções privativas do(a) enfermeiro(a):
De acordo com a Lei 7.498/1986, são categorias profissionais de enfermagem: 
 Enfermeiro;
 Enfermeiro Obstétrico e Obstetriz;
 Técnico de Enfermagem;
 Auxiliar de Enfermagem;
 Parteira.
Legislação profissional de enfermagem 
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I. Privativamente:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, 
pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços 
de assistência de enfermagem;[...]
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
i) consulta de Enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves 
com risco de vida;
m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica 
e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade 
de tomar decisões imediatas (BRASIL, 1986).
Legislação profissional de enfermagem 
 A responsabilidade civil parte do posicionamento de que todo aquele que violar um dever 
jurídico através de um ato lícito ou ilícito tem o dever de reparar o dano, pois todos temos um 
dever jurídico originário: o de não causar danos a outrem. Ao violar esse dever jurídico 
originário, passamos a ter um dever jurídico sucessivo, o de reparar o dano que foi causado 
(CAVALIERI FILHO, 2012, p. 2).
 Chama-se direito civil o ramo do direito que trata do conjunto de normas reguladoras dos 
direitos e obrigações de ordem privada concernente às pessoas, aos seus direitos, 
obrigações, bens e relações enquanto membros da sociedade.
 Na atuação em enfermagem, assim como na sociedade, 
quando é causado um dano evidente a um paciente, à outra 
pessoa da equipe de trabalho ou atémesmo à instituição, se 
esse dano não for reparável de forma natural, será necessária 
a substituição ou ressarcimento monetário – indenização.
Responsabilidade civil
 O profissional de enfermagem pode ser chamado a responder na esfera penal se for 
responsável por danos, lesões físicas ou maus-tratos causados a outras pessoas direta 
ou indiretamente, mesmo que sem intenção.
 A responsabilidade penal significa a obrigação ou o direito de responder perante a lei por um 
fato cometido, fato este considerado pela lei vigente como um crime ou uma contravenção, 
ou seja, é um atributo jurídico. 
 Assim, devemos nos atentar, no exercício profissional 
de enfermagem, sobre a coautoria, a falsidade ideológica
e maus-tratos, por serem infrações que o enfermeiro não 
pode arriscar cometer em seu dia a dia.
Responsabilidade penal
 Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional 
e representam imperativos de sua conduta.
 Somente o ser humano é constituído como ser ético, por causa do uso da razão, capacidade, 
liberdade e consciência de seus próprios atos, envolvendo a si mesmo, o outro e a sociedade 
de acordo com a interiorização das convicções pessoais. Assim, cada indivíduo possui 
sua própria Ética (OGUISSO; SCHIMIDT, 2007, p. 45).
 O conjunto de valores de uma profissão está expresso nos códigos de Ética. 
 A enfermagem é uma profissão e, ao se infringir os postulados 
contidos no código de ética, como deveres, responsabilidades, 
proibições, o profissional de enfermagem poderá ser 
responsabilizado eticamente, por meio de um processo ético.
Responsabilidade ética
 Para compreendermos a ética profissional é necessário compreendermos os conceitos de 
deontologia e diceologia, e de imperícia, imprudência e negligência.
 Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa 
ciência do dever e da obrigação. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é 
moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito. A deontologia 
pode ser definida como o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma 
determinada profissão.
 Diceologia significa o conjunto dos direitos de uma determinada classe social.
 Na enfermagem, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) 
e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) são 
responsáveis por nortear e elaborar as normas deontológicas 
e diceológicas da profissão, por meio do Código de Ética dos 
Profissionais de Enfermagem.
Ética profissional – conceitos: deontologia e diceologia
 Imperícia é sinônimo de inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, 
ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. É a falta de habilidade 
para praticar determinados atos que exigem certo conhecimento na área.
 Podemos considerar como imperícia a prática de enfermagem por uma pessoa sem 
formação específica na área e sem o devido registro no Conselho Regional de Enfermagem, 
o que além de imperícia é considerado exercício ilegal de profissão, conforme artigo 47 da 
Lei das Contravenções Penais.
 Também podemos considerar imperícia, a execução 
de atos por um profissional de enfermagem sem a devida 
especialidade naquela área, como, por exemplo, a realização 
de acupuntura sem a devida especialização na área.
Ética profissional – conceito: imperícia 
 O termo imprudência significa “sem prudência, ausência de cautela”, e compreende 
“comportamento, ação ou discurso da pessoa imprudente; particularidade ou característica 
de imprudente”. Sob o aspecto jurídico, imprudência significa “ação irresponsável; falta 
de observação daquilo que poderia evitar um mal” (DICIONÁRIO ONLINE DE 
PORTUGUÊS, 2016a).
 Na enfermagem, o termo imprudência está relacionado à realização de algum ato pelo 
profissional com afoiteza, desleixo, descuido, sem considerar as regras, as normas 
científicas, técnicas, os protocolos e as normas éticas e legais.
 Já a negligência pode ser definida como inércia psíquica, 
a indiferença do agente que, podendo tomar as devidas 
cautelas exigíveis, não o faz por displicência ou preguiça 
mental (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, 2016b).
 O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, no artigo 
62, proíbe a execução de atividades de enfermagem que não 
sejam da competência técnica, científica, ética e legal ou que 
não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família 
e à coletividade.
Ética profissional – conceitos: imprudência e negligência
São capítulos do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem – Resolução Cofen
564/2017:
 Capítulo I: dos Direitos (artigo 1º ao artigo 23);
 Capítulo II: dos Deveres (artigo 24 ao artigo 60);
 Capítulo III: das Proibições (artigo 61 ao artigo 102);
 Capítulo IV: das Infrações e Penalidades (artigo 102 ao artigo 113);
 Capítulo V: da Aplicação das Penalidades (artigo114 ao artigo 119).
 Em cada capítulo os artigos abordam os direitos, as 
responsabilidades, os deveres, as proibições, as infrações, 
penalidades e a aplicação das penalidades, pois essas 
divisões facilitam ao profissional consultar suas dúvidas sobre 
o exercício profissional, de acordo com o tema tratado. 
 Com base nas diretrizes do código é realizada a avaliação, 
pelo sistema Cofen/Coren quanto à conduta do profissional 
de enfermagem quando em processo ético, pela análise 
da infração ética e disciplinar em enfermagem.
Código de ética dos profissionais de enfermagem
É aconselhável que o enfermeiro tenha um planejamento das atividades desenvolvidas na 
unidade em que trabalha, quer seja um hospital, uma unidade básica de saúde ou até mesmo 
uma empresa. Nesse planejamento, estão engajados:
 a construção de normas técnicas e protocolos assistenciais e administrativos, atualizados 
de acordo com as diretrizes vigentes, e a documentação da assistência prestada;
 o treinamento e a capacitação técnica da equipe perante as normas descritas, com anuência 
do funcionário por meio dos registros dessas práticas educativas;
 a avaliação do profissional capacitado durante as atividades profissionais, da mesma 
forma, documentada.
 Embora seja esperado que essas ações sejam inerentes no 
trabalho do enfermeiro, vale a pena ressaltar que essas três 
ações distintas permitirão que o enfermeiro trabalhe com 
segurança legal, quando pensamos na defesa de algum 
eventual processo.
Responsabilidade penal
 Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) é a primeira associação da categoria, foi criada 
em 12 de agosto de 1926, no Rio de Janeiro, e permanece operante até os dias atuais 
em todo o território nacional, e em cada estado pelas suas seccionais. 
 Tem como princípios a defesa e a consolidação da enfermagem como prática social 
essencial na assistência à saúde e na organização e funcionamento dos serviços de saúde. 
 A associação possui capacidade jurídica própria, de direito 
privado, congrega profissionais da enfermagem, estudantes 
da área, instituições de ensino de enfermagem e associações 
ou sociedades de especialistas que a ela se associam. 
É regida por estatuto nacional e estatutos estaduais.
Entidades de classe e a enfermagem
Principais associações e sociedades de especialistas de enfermagem:
 A partir da Aben, inúmeras outras associações e sociedades de especialistas surgiram 
em todo Brasil, fortalecendo a profissão.
 Uma associação/sociedade de especialistas visa ao reconhecimento profissional 
e ao aprimoramento do exercício da profissão através da interação científica 
e política entre seus membros. 
 Cada associação pode fornecer, de acordo com seu estatuto, 
a assessoria em estudos, debates, seminários, congressos, 
além de benefícios como convênios de serviços.
 É importante conhecer as associações e que o(a) 
enfermeiro(a) se associe a uma dessas entidades de classe, 
mantendo-se atualizado e compartilhando experiênciase aprendizados, almejando melhorias na área escolhida.
Entidades de classe e a enfermagem
 O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e os respectivos Conselhos Regionais de 
Enfermagem (Coren) foram criados em 1973, por meio da Lei n. 5.905 (BRASIL, 1973).
 Tendo como missão regular, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional por meio das 
diversas atividades que as categorias profissionais de enfermagem exercem, são autarquias 
federais, órgãos de direito público e disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiro 
e das demais profissões compreendidas nos serviços de Enfermagem (BRASIL, 1973).
 Além da legislação específica da área de enfermagem, 
os Conselhos obedecem à legislação da área da saúde 
e a correlatas (Coren-SP, 2016).
Entidades de classe e a enfermagem
 O Cofen é responsável por normatizar, regulamentar e disciplinar o exercício da profissão 
de enfermeiros, obstetrizes, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras, 
zelando pela qualidade dos serviços prestados e pelo cumprimento da Lei do Exercício 
Profissional da Enfermagem.
 Os conselhos regionais de enfermagem têm a função de fiscalizar e normatizar o exercício 
da Enfermagem em âmbito regional (estadual), garantindo que a profissão seja exercida com 
primazia técnica, científica, humana e ética.
 O Coren tem também o papel de orientar, notificar para que haja melhorias e capacitar os 
profissionais de enfermagem, em caso de dificuldades recorrentes. Há um conselho regional 
em cada estado, com sede na respectiva capital e no Distrito Federal.
 Na ocasião do término da graduação, o(a) enfermeiro(a) 
deverá apresentar seu diploma e histórico escolar, entre outros 
documentos pessoais, ao Coren de referência de seu estado 
para obter a carteira de identidade profissional, a qual o 
habilita a exercer a profissão no estado de obtenção 
da carteira.
Entidades de classe e a enfermagem
Entre as principais atividades de todos os Coren, encontram-se (BRASIL, 1973):
 deliberar sobre inscrição no conselho, bem como sobre o seu cancelamento;
 disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do Cofen;
 executar as resoluções do Cofen;
 expedir a carteira de identidade profissional, indispensável ao exercício da profissão, 
e válida em todo o território nacional;
 fiscalizar o exercício profissional e decidir 
os assuntos atinentes à ética profissional, 
impondo as penalidades cabíveis.
Entidades de classe e a enfermagem
 Há várias entidades que representam os profissionais de enfermagem, com a missão de 
integrar a categoria e alcançar objetivos importantes, seja com o poder público e com a 
sociedade, dentre elas, podemos citar: os sindicatos, os conselhos de enfermagem (federal 
e regionais), as associações e sociedades de especialistas.
 Os sindicatos são órgãos responsáveis pela defesa dos direitos do trabalhador. No Brasil, 
surgiram com a industrialização e receberam tratamento especial da Constituição de 1988, 
que lhes concedeu autonomia.
 No Brasil, dependendo do estado, há sindicatos específicos 
para os profissionais de enfermagem. As funções primordiais 
do sindicato são trabalhar para fornecer orientação jurídica 
ao profissional e lutar por melhores condições de trabalho.
 Denomina-se Federação dos Enfermeiros a reunião 
dos sindicatos de enfermeiros.
Entidades de classe e a enfermagem
A palavra imprudência tem o mesmo significado de:
a) Cautela e cumprimento das regras.
b) Responsabilidade e prudência.
c) Desatenção e descuido.
d) Atenção e cuidado.
e) Precaução e responsabilidade.
Interatividade
A palavra imprudência tem o mesmo significado de:
a) Cautela e cumprimento das regras.
b) Responsabilidade e prudência.
c) Desatenção e descuido.
d) Atenção e cuidado.
e) Precaução e responsabilidade.
Resposta
 Para se realizar uma pesquisa científica envolvendo seres humanos, existem atualmente 
órgãos governamentais e não governamentais que protegem e asseguram o reconhecimento 
e a afirmação da dignidade, da liberdade e da autonomia quando se trata de pesquisa 
envolvendo seres humanos.
 A discussão sobre os cuidados necessários para a proteção da integridade do indivíduo 
participante de pesquisas envolvendo seres humanos tomou âmbito internacional após o 
conhecimento das barbáries cometidas nas experiências realizadas no período nazista, 
durante a Segunda Grande Guerra.
 Na ocasião, foi estabelecido um tribunal internacional que 
tinha como finalidade julgar os crimes cometidos nessas 
experiências. E daí foi assinado um acordo em Londres, em 
agosto de 1945, entre os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, 
a União Soviética e a França, estabelecendo um código de 
conduta que ficou conhecido como Código de Nuremberg, 
obtido com o julgamento de oficiais e médicos nazistas 
que desvirtuaram a Ética durante as atrocidades 
que haviam realizado.
Ética e pesquisa em saúde
 Nesses julgamentos, os chefes da Alemanha de Hitler foram acusados formalmente de 
crimes contra o direito internacional, como a opressão e a matança de populações inocentes. 
Quase todos foram acusados, além do assassínio, de escravização, pilhagem e extermínio 
de etnias religiosas, entre elas os judeus, principais vítimas do holocausto. A história dos 
julgamentos de Nuremberg, o mais importante processo criminal já realizado, criou o 
princípio da responsabilidade individual de acordo com as normas do direito internacional 
e que encerrou a Segunda Guerra Mundial, dando início à reconstrução da Europa, iniciada 
em 8 de março de 1945.
 O Tribunal de Nuremberg significa um marco no direito 
internacional contemporâneo, que pela primeira vez colocou 
em discussão os limites aos quais o homem poderia ir em 
suas experiências científicas com vidas humanas 
(ROLAND, 2013).
 O Código de Nuremberg é constituído por dez tópicos, 
e o primeiro código a estabelecer os requisitos éticos 
para as pesquisas envolvendo seres humanos.
Ética e pesquisa em saúde
 Posteriormente, foram elaborados outros documentos voltados tanto para a defesa dos 
direitos humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (de 1948), como 
para os aspectos éticos das pesquisas clínicas, como no caso da Declaração de Helsinque.
 A Declaração de Helsinque foi adotada em 1964 por decisão de uma assembleia médica 
mundial, na Finlândia (Helsinque), que tinha como objetivo fornecer orientações aos médicos 
envolvidos em pesquisa clínica, inclusive quanto à responsabilidade dos pesquisadores com 
relação à proteção dos sujeitos da pesquisa. O avanço da ciência médica e a promoção 
da saúde pública, portanto, ficam claramente subordinados ao bem-estar dos sujeitos 
da pesquisa individual, conforme estabelecido pela declaração, que passou a ser adotada 
como referência ética no mundo.
 A Declaração de Helsinque já passou por sete revisões: 
em 1975, 1983, 1989, 1996, 2000, 2008, e a mais recente, 
em 2013, na 64ª Assembleia Geral da Associação Médica 
Mundial, realizada em Fortaleza, capital do estado 
do Ceará, no Brasil.
Ética e pesquisa em saúde
Outros importantes acontecimentos que favoreceram a evolução dos preceitos éticos 
na pesquisa envolvendo seres humanos são:
 1966: Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;
 1966: Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos;
 1978: Relatório Belmont;
 1997: Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos;
 2003: Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos;
 2004: Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos.
 No Brasil, em 1996, o Ministério da Saúde, por meio do 
Conselho Nacional de Saúde, aprovou a Resolução CNS 
196/96, que regulamentava a pesquisa em seres humanos 
no Brasil, e foi referendada em vários documentos nacionais 
e internacionais, inclusive a Declaração de Helsinque, 
devido à sua importância.
Ética e pesquisaem saúde
 Em 2012, o Conselho Nacional de Saúde determinou a reformulação e atualização 
da Resolução CNS 196/1996, por meio da Resolução CNS n. 466/2012, que aprova 
as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 
 Essa resolução usa referenciais da bioética, tais como: a dignidade, a autonomia, não 
maleficência, beneficência, justiça e equidade, o sigilo, o consentimento, entre outros, 
e objetiva assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, 
à comunidade científica e ao Estado.
 A função prioritária da ética em pesquisa é proteger o 
participante, um indivíduo que se submete voluntariamente 
a um risco, vivenciando, com frequência, condições de 
vulnerabilidade ou por razões sociais – pobreza, subnutrição, 
falta de poder – ou por ser portador de doenças que podem 
ou não ser o motivo de seu recrutamento para o estudo. A 
probidade científica exigida pela ética profissional se subordina 
à transparência e à sustentabilidade da relação pesquisador-
participante propiciada pela bioética (KOTTOW, 2008, p. 8).
Ética e pesquisa em saúde
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) possui artigos destinados aos 
direitos dos profissionais de enfermagem no ensino, à pesquisa e à produção técnico-científica:
Capítulo I – Dos Direitos: 
 [...]
 Art. 16 Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão que envolvam pessoas 
e/ou local de trabalho sob sua responsabilidade profissional.
 Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa 
e extensão, respeitando a legislação vigente.
 Art. 18 Ter reconhecida sua autoria ou participação em 
pesquisa, extensão e produção técnico-científica.
Ética e pesquisa em saúde
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) possui artigos destinados 
aos deveres dos profissionais de enfermagem no ensino, à pesquisa e à produção 
técnico-científica:
Capítulo II – Dos Deveres:
 [...]
 Art. 56 Estimular, apoiar, colaborar e promover o desenvolvimento de atividades de ensino, 
pesquisa e extensão, devidamente aprovados nas instâncias deliberativas.
 Art. 57 Cumprir a legislação vigente para a pesquisa 
envolvendo seres humanos.
 Art. 58 Respeitar os princípios éticos e os direitos autorais 
no processo de pesquisa, em todas as etapas.
Ética e pesquisa em saúde
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) possui artigos destinados 
às proibições aos profissionais de enfermagem no ensino, na pesquisa e à produção 
técnico-científica:
Capítulo III – Das Proibições:
 [...]
 Art. 95 Realizar ou participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, em que os 
direitos inalienáveis da pessoa, família e coletividade sejam desrespeitados ou ofereçam 
quaisquer tipos de riscos ou danos previsíveis aos envolvidos.
 Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse 
e segurança da pessoa, família e coletividade.
 Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, 
bem como usá-los para fins diferentes dos objetivos 
previamente estabelecidos.
 Art. 98 Publicar resultados de pesquisas que identifiquem 
o participante do estudo e/ou instituição envolvida, 
sem a autorização prévia.
Ética e pesquisa em saúde
E dando continuidade às proibições no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 
(CEPE), como mencionado anteriormente, no capítulo III – Das Proibições:
 [...]
 Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou instrumento 
de organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de coautores 
e colaboradores.
 Art. 100 Utilizar dados, informações ou opiniões ainda não publicadas, sem referência 
do autor ou sem a sua autorização.
 Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, 
das quais tenha ou não participado como autor, sem 
concordância ou concessão dos demais partícipes.
 Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer 
constar seu nome como autor ou coautor em obra técnico-
científica (COFEN, 2017).
Ética e pesquisa em saúde
 Portanto, o enfermeiro deve realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, pois 
é fundamental que transmita ao meio acadêmico suas experiências e, da mesma forma, 
possa se enriquecer com as informações e descobertas de outros, desde que respeitadas 
as normas ético-legais.
 Antes de aplicar a pesquisa, todos os procedimentos, possíveis desconfortos, riscos, 
benefícios e precauções devem ser explicados ao participante da pesquisa e, somente após 
o seu consentimento, é entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e todos 
os dados de contato do pesquisador responsável e da instituição à qual a pesquisa está 
vinculada devem estar disponíveis no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
 Em todas as pesquisas de campo realizadas por enfermeiros 
e graduandos de enfermagem sob responsabilidade dos 
docentes enfermeiros envolvendo a participação de seres 
humanos devem ser elaborados os projetos de pesquisa 
contendo o termo de consentimento livre e esclarecido para a 
participação na pesquisa, e antes do início da pesquisa esta 
deve ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Ética e pesquisa em saúde
As pesquisas envolvendo seres humanos, antes de aplicadas, devem ser aprovadas 
por quem?
a) Comissão de Ética em Pesquisa.
b) Comissão de Bioética e Pesquisa.
c) Comitê de Análise Ética.
d) Conselho de Ética e Pesquisa.
e) Comitê de Ética em Pesquisa.
Interatividade
As pesquisas envolvendo seres humanos, antes de aplicadas, devem ser aprovadas 
por quem?
a) Comissão de Ética em Pesquisa.
b) Comissão de Bioética e Pesquisa.
c) Comitê de Análise Ética.
d) Conselho de Ética e Pesquisa.
e) Comitê de Ética em Pesquisa.
Resposta
 Todo paciente tem direito a ser reconhecido e respeitado como cidadão, o que implica 
participar das decisões relacionadas ao seu cuidado e tratamento.
 No Brasil, embora existam vários textos legais abordando o assunto, incluindo leis, 
resoluções e declarações de princípios, ainda não existe uma lei federal para tratar 
especificamente desse tema.
 Em 2006, o Ministério da Saúde aprovou a Carta dos Direitos 
dos Usuários da Saúde, considerando a necessidade do 
paciente de receber um atendimento humanizado, acolhedor 
e resolutivo, e garantindo o direito às informações sobre 
seu estado de saúde de maneira clara, objetiva, respeitosa, 
adaptada às suas condições culturais e respeitando os limites 
éticos para atendimento aos usuários da saúde 
(BRASIL, 2006).
Direitos do paciente
 Existem, em alguns estados brasileiros, legislações próprias que têm sido usadas para 
auxiliar o processo de qualidade da assistência ao paciente e da sua segurança. 
 Por exemplo, no estado de São Paulo, há a Lei Estadual n. 10.241/1999, que dispõe sobre 
os direitos dos usuários dos serviços e das ações de saúde no Estado, e que assegura que 
o paciente tenha um atendimento digno, atencioso e respeitoso, sendo identificado e tratado 
pelo nome ou sobrenome, e não por números, códigos ou de modo genérico, desrespeitoso 
ou preconceituoso.
 A mesma lei garante, além disso, ao paciente, o direito 
de receber informações claras, objetivas e compreensíveis 
sobre hipóteses diagnósticas, diagnósticos realizados, 
exames solicitados, ações terapêuticas, riscos, benefícios 
e inconvenientes das medidas propostas e duração prevista 
do tratamento.
Direitos do paciente
 Essa legislação garante a autonomia do paciente, pois assegura que ele possa consentir ou 
recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos 
diagnósticos ou terapêuticos.
 A assistência prestada necessita ser humanizada, respeitosa, justa, favorecendo a 
comunicação e a interação entre a equipe de enfermagem e os pacientes, de modo que o 
respeito aos seus direitos como cidadãos seja assegurado (CHAVES; COSTA; LUNARDI, 
2005, p. 89).
 O(A) enfermeiro(a)deve defender e fazer valer o direito do 
paciente de receber um atendimento atencioso e respeitoso, 
garantir o sigilo profissional, fornecer as informações e 
orientações sobre seu tratamento e prognóstico de forma 
clara, sanando suas dúvidas. A dignidade humana dever ser 
respeitada em todos os sentidos, inclusive no que diz respeito 
às reclamações sobre aquilo de que ele venha a discordar, 
sem que a qualidade de seu tratamento seja alterada.
Direitos do paciente
 Cabe também ao enfermeiro ajudar o paciente a conhecer seus direitos, além de zelar por 
eles, para que tenha a autonomia preservada e possa exigir essas condições durante seu 
atendimento, em qualquer área de atenção à saúde: primária, secundária e terciária.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem assegura como um dever do profissional 
de enfermagem frente aos direitos do paciente:
 Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e fidedignas, necessárias 
à continuidade da assistência e segurança do paciente.
 Art. 39 Esclarecer à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios 
e intercorrências acerca da assistência de Enfermagem.
 Art. 40 Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios, 
riscos e consequências decorrentes de exames e de outros 
procedimentos, respeitando o direito de recusa da pessoa 
ou de seu representante legal.
 Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação 
de qualquer natureza.
Código de ética de enfermagem e os direitos do paciente
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem também assegura como um dever 
do profissional de enfermagem frente aos direitos do paciente:
 Art. 42 Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa ou de seu representante 
legal na tomada de decisão, livre e esclarecida, sobre sua saúde, segurança, tratamento, 
conforto, bem-estar, realizando ações necessárias, de acordo com os princípios éticos 
e legais.
 Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa no que concerne às decisões 
sobre cuidados e tratamentos que deseja ou não receber no momento em que estiver 
incapacitado de expressar, livre e autonomamente, suas vontades.
 Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade 
da pessoa, em todo seu ciclo vital e nas situações de morte 
e pós-morte.[...]
 Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos 
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Código de ética de enfermagem e os direitos do paciente
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem também assegura como um dever 
do profissional de enfermagem frente aos direitos do paciente:
 Art. 47 Posicionar-se contra e denunciar aos órgãos competentes, ações e procedimentos 
de membros da equipe de saúde, quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, 
negligência e imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e coletividade.
 Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa 
e família no processo do nascer, viver, morrer e luto.
 Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis 
e terminais, com risco iminente de morte, em consonância 
com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados 
paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico, 
psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa 
ou de seu representante legal.
Código de ética de enfermagem e os direitos do paciente
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem também assegura como um dever 
do profissional de enfermagem frente aos direitos do paciente:
 Art. 50 Assegurar a prática profissional mediante consentimento prévio do paciente, 
representante ou responsável legal, ou decisão judicial.
 Parágrafo único: Ficam resguardados os casos em que não haja capacidade de decisão 
por parte da pessoa, ou na ausência do representante ou responsável legal.[...]
 Art. 52 Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento 
em razão da atividade profissional, exceto nos casos previstos 
na legislação ou por determinação judicial, ou com o 
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu 
representante ou responsável legal.
Código de ética de enfermagem e os direitos do paciente
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem também prevê como uma proibição 
ao profissional de enfermagem frente aos direitos do paciente:
Capítulo III - das Proibições:
 [...]
 Art. 70 Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para praticar atos tipificados como crime 
ou contravenção penal, tanto em ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles 
em que não a exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.
 [...]
 Art. 72 Praticar ou ser conivente com crime, contravenção 
penal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos 
e legais no exercício profissional.
Código de ética de enfermagem e os direitos do paciente
Caso o profissional de enfermagem descumpra um ou mais pressupostos éticos, poderá 
incorrer em infração ética-disciplinar e responder ao processo ético-disciplinar, podendo 
ser absolvido ou responsabilizado. Quanto às infrações éticas e disciplinares, está descrito 
no código:
 Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omissão ou conivência que implique 
em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais 
de Enfermagem, bem como a inobservância das normas do Sistema Cofen/Conselhos 
Regionais de Enfermagem.
 Art. 105 O(a) Profissional de Enfermagem responde pela 
infração ética e/ou disciplinar que cometer ou contribuir 
para sua prática e, quando cometida(s) por outrem, dela(s) 
obtiver benefício.
 Art. 106 A gravidade da infração é caracterizada por meio 
da análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou ato(s) 
omissivo(s), e do(s) resultado(s).
Infrações éticas em enfermagem 
As penalidades éticas e disciplinares impostas pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais 
de Enfermagem, conforme o artigo 108 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 
e o que determina o artigo 18, da Lei n. 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:
I. Advertência verbal;
II. Multa;
III. Censura;
IV. Suspensão do Exercício Profissional;
V. Cassação do direito ao Exercício Profissional.
Penalidades éticas em enfermagem
Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:
I. A gravidade da infração;
II. As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III. O dano causado e o resultado;
IV. Os antecedentes do infrator.
 As infrações serão consideradas: leves, moderadas, graves ou gravíssimas, segundo 
a natureza do ato e a circunstância de cada caso.
Penalidades éticas em enfermagem
 São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental ou moral 
de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações 
da categoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais ou financeiros.
 São consideradas infrações moderadas as que provoquem debilidade temporária de 
membro, sentido ou função na pessoa ou ainda as que causem danos mentais, morais, 
patrimoniais ou financeiros.
 São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de morte, debilidade 
permanente de membro, sentido ou função, dano moral irremediável na pessoa ou ainda 
as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou financeiros.
 São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem a 
morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função, 
dano moral irremediável na pessoa.
Tipos de infrações éticas em enfermagem
 São consideradas circunstâncias atenuantes:
I. Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade 
e com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
II. Ter bons antecedentes profissionais;
III. Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave ameaça;
IV. Realizar atos sob emprego real de força física;V. Ter confessado espontaneamente a autoria da infração;
VI. Ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos fatos.
Infrações éticas em enfermagem – circunstâncias atenuantes
São consideradas circunstâncias agravantes:
I. Ser reincidente;
II. Causar danos irreparáveis;
III. Cometer infração dolosamente;
IV. Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V. Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem 
de outra infração;
VI. Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII. Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do 
dever inerente ao cargo ou função ou exercício profissional;
VIII.Ter maus antecedentes profissionais;
IX. Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a 
desconstrução de fato que se relacione com o apurado 
na denúncia durante a condução do processo ético.
Infrações éticas em enfermagem – circunstâncias atenuantes
 Após 2 (dois) anos do cumprimento da pena aplicada pelo Conselho de Enfermagem, 
sem que tenha sofrido qualquer outra penalidade ético-disciplinar, ou esteja respondendo 
a processo administrativo ou criminal, e mediante provas efetivas de bom comportamento, 
é permitido ao profissional requerer a reabilitação profissional.
 Quando a infração ético-disciplinar constituir crime, a reabilitação profissional dependerá 
da correspondente reabilitação criminal.
 A reabilitação, caso a cassação tenha ocorrido por fato imputado como crime, seguirá 
os mesmos trâmites da reabilitação penal, com a reparação na área cível ou demonstração 
de absoluta impossibilidade de fazê-lo, ou, ainda, declaração de renúncia da vítima, com 
demonstração por parte do denunciado de constante bom comportamento público e privado.
 Os efeitos da reabilitação consistem em retirar do prontuário 
do profissional qualquer apontamento referente à condenação 
e, no caso de cassação, a outorga de nova inscrição.
Reabilitação profissional
Não é uma penalidade ética em enfermagem:
a) Censura.
b) Advertência por escrito.
c) Suspensão do exercício profissional.
d) Multa.
e) Cassação do direito ao exercício profissional.
Interatividade
Não é uma penalidade ética em enfermagem:
a) Censura.
b) Advertência por escrito.
c) Suspensão do exercício profissional.
d) Multa.
e) Cassação do direito ao exercício profissional.
Resposta
BOFF, L. Ética e moral: a busca dos fundamentos. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
CABANAS, J. M. Q. Textos clássicos de pedagogia social. Valencia: Nau Llibres, 1999.
CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CHAVES, P. L.; COSTA, V. T.; LUNARDI, V. L. A enfermagem frente aos direitos de pacientes 
hospitalizados. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 38-43, 2005. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104-
07072005000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 ago. 2016.
KOTTOW, M. História da ética em pesquisa com seres humanos. 
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em 
Saúde – Reciis, Rio de Janeiro, v. 2, p. 7-18, 2008. 
Disponível em: <www. reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/
article/download/863/1505>. Acesso em: 9 ago. 2016.
Referências
OGUISSO, T. O exercício da enfermagem: uma abordagem ético-legal. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2012.
OGUISSO, T.; SCHIMIDT, M. J. O exercício da enfermagem: uma abordagem ético-legal. São 
aulo: LTR, 2007.
ROLAND, P. Os julgamentos de Nuremberg: os nazistas e seus crimes contra a humanidade. 
São Paulo: M Books, 201
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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