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Amanda Costa – 2021/2 Cariótipo Arranjo ordenado do conjunto completo dos 46 cromossomos humanos de uma célula, dispostos de acordo com seu tamanho, formato e número Os leucócitos são as células mais acessíveis para analisar pois tem a capacidade de se proliferar em cultura, portanto é obtida uma amostra de sangue periférico para que os leucócitos sejam coletados, colocados em meios de cultura de tecidos e estimulados a se dividirem até serem parados na fase de metáfase Em seguida, as células são tratadas com solução hipotônicas, o que incha o núcleo da célula, e, depois, é utilizado metanol e ácido acético para romper a membrana (fixação) e, consequentemente, facilitar a visualização dos cromossomos na lâmina e, posteriormente, corados, normalmente, por bandeamento G (método de coloração Giemsa), no qual cada par cora-se em um padrão característico de bandas claras e escuras alternadas. Locus gênico Posição precisa que um gene ocupa no cromossomo. O locus pode ser grande, como um segmento de DNA que contém muitos genes, tal qual o locus do complexo principal de histocompatibilidade, envolvido na resposta do sistema imunológico a substâncias estranhas; pode ser um gene único, tal como o locus da β-globina; ou pode ainda ser apenas uma base única no genoma, como no caso de um único nucleotídeo variante. Cromossomo Cada cromossomo consiste em uma única e enorme molécula de DNA linear associada a proteínas que compactam e enovelam o fino cordão de DNA em uma estrutura mais compacta. Sua função mais importante é a de portar os genes Além das proteínas envolvidas na compactação do DNA, os cromossomos também estão associados com muitas outras proteínas envolvidas na replicação do DNA, no reparo do DNA e na expressão gênica. Estrutura: Cada cromátide é dividida em um braço curto (p) e um braço longo (q) e suas extremidades são denominadas telômeros. Tipos de cromossomos: Classificação 1: de acordo com a posição do centrômero Metacêntrico – possuem o centrômero no meio e, desta maneira, formam dois braços de mesmo tamanho; Acrocêntrico – neste caso o centrômero está próximo a uma das extremidades do cromossomo; Telocêntrico – possuem o centrômero na extremidade do cromossomo, em sua região estritamente terminal, formando um único braço (não existem na espécie humana); Submetacêntrico – apresenta-se em forma de J e, neste caso, formam dois braços de tamanhos desiguais. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2020/10/fgh.jpg Amanda Costa – 2021/2 Classificação 2: Homólogos: carregam informações genéticas equivalentes, ou seja, carregam genes para as mesmas características. Não homólogos (Heterólogos): carregam informações genéticas diferentes. Autossômicos: não contem genes com características relacionadas ao sexo. Pares homólogos nos dois sexos. Sexuais: contem genes responsáveis pela determinação do sexo. Pares iguais na mulher (XX) e diferentes no homem (XY). Funções de cada parte: Telômero: Contêm sequências repetidas de nucleotídeos que são necessárias para que as extremidades dos cromossomos sejam replicadas. Eles também protegem as extremidades da molécula de DNA, impedindo que sejam confundidas pela célula como uma quebra no DNA exigindo reparo Centrômero: Permite que os cromossomos duplicados sejam separados durante a fase M (em que ocorre a compactação do DNA). Uma vez que os cromossomos se condensaram, o centrômero liga o fuso mitótico a cada cromossomo duplicado, de modo a permitir que uma cópia de cada cromossomo seja segregada para cada célula-filha. Antes da divisão celular, o centrômero também ajuda a manter unidos os cromossomos duplicados compactados, até que estejam prontos para serem separados. Obs.: Telômero e centrômeros: sequências especializadas de DNA Obs2.: quando os cromossomos perdem o telômero eles se fundem Composição do cromossomo: DNA + proteínas que se ligam a ele, que são dividias em duas classes gerais: as histonas e as proteínas cromossômicas não histonas. Histonas Responsáveis pelo primeiro nível fundamental de compactação da cromatina, o nucleossomo. Uma partícula central do nucleossomo individual consiste em um complexo de oito proteínas histonas – duas moléculas de histonas H2A, H2B, H3 e H4 - e um segmento de DNA de fita dupla, com 147 pares de nucleotídeos de comprimento, que se enrola ao redor desse octâmero de histonas. A adição de uma histona H1 envolve outros 20 pares de bases, resultando em duas voltas completas em torno do octâmero. Obs.: H1 não está dentro do nucleossomo, ela fica do lado de fora e participa ajudando a estabilizar. Todas as quatro histonas que fazem parte do octâmero são proteínas relativamente pequenas, com uma alta proporção de aminoácidos carregados positivamente (lisina e arginina). As cargas positivas auxiliam as histonas a se ligarem fortemente à cadeia principal de fosfatos e açúcares negativamente carregados do DNA. Essas numerosas interações eletrostáticas explicam, em parte, por que o DNA de praticamente qualquer sequência pode-se ligar a um octâmero de histona. Cada uma das histonas do octâmero também possui uma cauda não estruturada de aminoácido aminoterminal que se projeta da partícula central do nucleossomo. Essas caudas de histonas estão sujeitas a vários tipos de modificações químicas covalentes reversíveis, que controlam muitos aspectos da estrutura da cromatina. Níveis de Compactação O primeiro nível de compactação da cromatina (fita de 10nm) é composto pelo DNA dando, aproximadamente, duas voltas ao redor do octâmero de histonas, formando um nucleossomo; esta ligação é estabilizada pela histona H1. Entre os nucleossomos, encontramos um filamento de DNA espaçador formado por, aproximadamente, 60 pares de base. No segundo nível de compactação (tipo solenoide ou zig- zag), a fita de 10nm se enovela em uma estrutura helicoidal chamada de solenoide, também estabilizada pela histona H1. O terceiro nível de compactação é chamado de domínio de alças, pois é formado por alças de solenoide ligadas a uma proteína estrutural (não-histona). Os cromossomos interfásicos encontram-se neste nível de compactação. A estrutura de alça se apoiam em um eixo proteico de condensinas. Depois que as alças são formadas, a coesina atua para ligar as cromátides irmãs. Amanda Costa – 2021/2 O quarto e último nível de compactação da cromatina é denominado fita de 700nm ou supersolenóide e se deve ao enovelamento da fita de 300nm. Este é o grau de compactação encontrado nos cromossomos metafásicos. Proteínas cromossômicas não histonas: Duas classes de proteínas em forma de anel, chamadas coesinas e condensinas, auxiliam na compactação máxima do cromossomo mitótico. As condensinas ajudam a enrolar cada cromátide-irmã, formando uma estrutura menor, e as coesinas ligam as duas cromátides adjacentes em cada cromossomo duplicado. Cromatina É o complexo de DNA, histona e outras proteínas não histonas encontradas no núcleo de uma célula eucariótica. É o material que forma os cromossomos. Heterocromatina - Regiões cromossômicas que contêm cromatina mais condensada e que são fortemente coradas; não são geneticamente expressas ou ativas, mesmo na interfase. - A heterocromatina pode ser constitutiva (composta de DNA- satélite em regiões como centrômeros, braços curtos dos acrocêntricos e certas regiões dos cromossomos 1,9 16 e Y) ou facultativa (um dos cromossomos X de uma mulher normal que é geneticamente inativo). - Função: Por estar muito condensada, a heterocromatina não participa da transcrição, sendo inativa. Eucromatina - Regiões cromossômicas que contêm cromatina menos condensada e que se coram uniformemente,durante a interfase. - Associada com a atividade transcricional normal de genes contidos nessa região. Meiose A meiose é um ciclo de divisão celular reducional que origina quatro células germinativas (gametas) e geneticamente distintas haploides a partir de uma única célula diploide. Meiose I: Também chamada de divisão reducional ou primeira divisão meiótica, em que ocorre a redução do número de cromossomos; dá origem no final a dois gametócitos secundários. É na meiose I que ocorre o crossing over (troca de segmentos cromossômicos de origem paterna e materna (troca entre cromátides homólogas) Etapas da meiose I: Prófase I Leptóteno: Cromossomos duplicados, formados por duas cromátides conectadas pelo centrômero, e o início da condensação desses cromossomos. Zigóteno: Cromossomos pareiam-se com seus homólogos de maneira que os genes ficam alinhados. Como cada cromossomo está duplicado, o par de homólogos possui quatro cromátides. Forma-se nesse ponto um complexo proteico, denominado de complexo sinaptonêmico, que lembra um zíper e mantém os cromossomos homólogos unidos. Paquíteno: Cromossomos homólogos estão em sinapse e os pares de homólogos associados são chamados de bivalentes. O paquíteno inicia-se quando os cromossomos estão em sinapse. Durante esse emparelhamento, ocorre a permutação (crossing-over), processo que se caracteriza pela quebra das cromátides e a ligação dessas porções ao segmento correspondente Amanda Costa – 2021/2 na cromátide não irmã. A permutação é importante porque aumenta a variabilidade genética. Diplóteno: O complexo sinaptonêmico desaparece, sendo verificada uma leve separação dos homólogos, mas eles ainda permanecem unidos como consequência da coesão das cromátides irmãs. Nos pontos em que ocorreu a permutação, os cromossomos estão unidos em uma configuração em forma de X, que recebe o nome de quiasmas. Diacinese: Cromossomos homólogos estão separados, unidos apenas pelos quiasmas. Observam-se, nessa fase, a quebra do envelope nuclear e o desaparecimento do nucléolo. Metáfase I Cromossomos continuam a se espiralizar e condensar. A membrana nuclear inicia sua desintegração e as fibrilas do fuso acromático começam a aparecer, ligando- -se aos cinetócoros dos cromossomos, acontecimentos semelhantes aos da metáfase mitótica. Na metáfase I meiótica, porém, a disposição dos cromossomos é diferente. Cada homólogo está preso ao fuso acromático pelo seu centrômero (por meio do cinetócoro) e suas extremidades, voltadas para a zona equatorial da célula. Anáfase I Cromossomos homólogos separam-se um do outro, dirigindo- se para os pólos opostos da célula. Telófase I Quando os cromossomos chegam aos pólos da célula, a membrana nuclear é reconstituída. Os cromossomos não se descontraem completamente, estando em número haplóide em cada extremidade da célula. Cada cromossomo, porém, mantém-se constituído por duas cromátides. Meiose II: Também chamada de segunda divisão meiótica ou divisão equacional No final dessa segunda divisão, formam-se quatro células haploides Etapas da meiose II: Prófase II Praticamente inexistente. Metáfase II Cada cromossomo, constituído por duas cromátides-irmãs unidas pelo centrômero, dispõe-se no plano equatorial da célula, prendendo-se ao fuso por meio do centrômero (mais especificamente, por intermédio do seu cinetócoro). Anáfase II Agora há divisão dos centrômeros e as cromátides-irmãs de cada cromossomo migram para as extremidades celulares, em número haplóide (n) para cada pólo celular, seguindo-se, então, a telófase II. Telófase II Durante essa fase, os cromossomos já estão nos pólos celulares, formando-se uma membrana nuclear ao redor de cada conjunto haplóide (n). Ao fim da telófase II, a meiose está completa, resultando teoricamente em quatro novas células haplóides. Não disjunção cromossômica: Não separação dos cromossomos homólogos ou das cromátides-irmãs, na anáfase da meiose I, na anáfase da meiose II e na mitose, resultando a passagem de ambos os cromossomos para a mesma célula-filha. - Na meiose, se houver não disjunção pode ocorrer aberrações numéricas, como euploidias (não ocorre a citocinese) aneuploidias (ex: monossomias, nulissomias, trissomias e tetrassomias) Crossing over Consiste na quebra das cromátides em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços correspondentes entre elas. As trocas provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Amanda Costa – 2021/2 O evento de recombinação cria quiasmas, que asseguram a segregação adequada, pois mantém os cromossomos homólogos materno e paterno unidos até sua separação. Ocorre na prófase I da meiose. Embora a recombinação homóloga em geral seja precisa, áreas de DNA repetitivo no genoma e genes com número de cópias variável na população são propensos a um ocasional crossing over desigual durante a meiose, levando a variações em características clinicamente relevantes, tais como resposta a fármacos, doenças comuns como as talassemias ou o autismo, ou anomalias da diferenciação sexual Obs.: Crossing-over desigual: Crossing-over ou permutação entre sequências semelhantes de DNA que estão desalinhadas em seu pareamento, resultando sequências de DNA com deleção ou duplicação de segmentos. Mitose Processo de divisão do núcleo Fases da mitose: Prófase: Na prófase, os cromossomos replicados, cada um consistindo em duas cromátides-irmãs intimamente associadas, se condensam. Fora do núcleo, o fuso mitótico se forma entre os dois centrossomos, os quais começaram a se separar. Prometáfase: A prometáfase se inicia repentinamente com a fragmentação do envelope nuclear. Os cromossomos podem agora se ligar aos microtúbulos do fuso pelo cinetocoro, e sofrem movimentos ativos. Amanda Costa – 2021/2 Metáfase: Na metáfase, os cromossomos estão alinhados no equador do fuso, exatamente na metade entre os dois polos. Os microtúbulos dos cinetocoros em cada cromátide-irmã se ligam aos polos opostos do fuso. Anáfase: Na anáfase, as cromátides-irmãs se separam sincronicamente, e cada uma delas é puxada lentamente para o polo do fuso ao qual está ligada. Os microtúbulos do cinetócoro encurtam, e os polos do fuso também se distanciam, contribuindo para a segregação dos cromossomos. Telófase: Durante a telófase, os dois conjuntos de cromossomos chegam aos polos do fuso. Um novo envelope nuclear é formado em torno de cada conjunto, completando a formação dos dois núcleos e marcando o fim da mitose. A divisão do citoplasma começa com a formação do anel contrátil. Aborto É uma parada prematura no desenvolvimento e a expulsão de um concepto do útero ou expulsão de um embrião ou feto antes que ele esteja viável, ou seja, capaz de sobreviver fora do útero. O feto abortado é o resultado final de um abortamento. Tipos de aborto Aproximadamente 15% das gestações terminam em aborto espontâneo, normalmente durante as primeiras 12 semanas. Mais de 50% dos abortos espontâneos conhecidos resultam de anomalias cromossômicas. A maior incidência de abortos precoces em mulheres de mais idade resulta, provavelmente, do aumento da frequência da não disjunção durante a oogênese. Aconselhamento genético Conjunto de procedimentos que têm por objetivo informar e orientar pacientes ou seus parentes com risco de apresentar um distúrbio provavelmente genético, levando- se em consideração as consequências do distúrbio, a probabilidade de desenvolvê-lo e/ou transmiti-lo e as maneiras pelas quais pode ser evitado ou atenuado. Este processo envolve a tentativa feita por uma ou mais pessoas treinadas apropriadamente a ajudar os indivíduos ou famíliasa: – Compreender os fatos médicos, incluindo o diagnóstico, o provável curso da doença (prognóstico) e as medidas (tratamentos) disponíveis; – Avaliar como a hereditariedade contribui para a doença, e o risco de recorrência para determinados parentes; – Entender quais as opções que possuem perante o risco de recorrência, em relação à vida reprodutiva da família; – Escolher que ações são mais apropriadas para eles, em vista dos riscos e dos objetivos de suas famílias, e agir de acordo com as decisões; – Obter o melhor ajustamento possível à doença do familiar afetado e/ou ao risco de recorrência da doença. Ajudar os pacientes e familiares a tomarem decisões livres e informadas, particularmente sobre a reprodução, sem Amanda Costa – 2021/2 coação, constitui a base para o conceito do aconselhamento não diretivo (ideal).
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