Buscar

ANEL DE GIGES - Texto de comparação com os dias atuais e as redes sociais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluno: Isadora Mengarda Disciplina: CIH 60908
Data: 03/11/2021 Docente: Volmir Von Dentz
ANP 4 - ANEL DE GIGES - TEXTO
Platão, filósofo da Grécia antiga, no segundo capítulo de seu livro A República,
publicado na década de 370 a.C., apresentou o mito do “Anel de Giges”. Tal alegoria,
importantíssima para a discussão da Ética e da Moral na vida de indivíduos participantes de
uma sociedade, conta a história de um pastor, Giges, que encontrou um anel de ouro no
cadáver de um gigante. Eventualmente, descobriu que o anel era capaz de dar-lhe o poder da
invisibilidade. Com isso em mente, Giges se direcionou ao castelo do rei e o assassinou, após
seduzir a rainha. Então, usurpou o trono e deu início à sua longa dinastia.
Essa história, mesmo que fictícia, possui grande semelhança com a realidade dos dias
atuais. De tal forma que é visível o surgimento em massa de contas falsas em redes sociais,
criadas com o intuito de disseminar o ódio, o machismo, o racismo, a homofobia, entre outras
formas de crimes contra a honra. Conforme o artigo 140 do Código Penal brasileiro, instituído
em 1940: “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro” pode ter como pena a
detenção de um a seis meses, ou multa. Assim, é perceptível que as pessoas que buscam se
esconder atrás de perfis falsos estão, portanto, buscando a “invisibilidade”, e
consequentemente, a impunidade, como propõe a alegoria supracitada do célebre filósofo
grego. Conforme a música “Anel de Giges”, de Fábio Brazza, lançada em 2017, “O anel da
modernidade é o celular na mão''.
Platão usou essa história para questionar se os homens são bons por escolha própria ou
simplesmente porque temem ser descobertos e punidos. Essa impunidade que vem com o
poder do anel serve como estopim para revelar a índole de cada indivíduo. Visto que, se não
há consequências a serem sofridas, muitos escolheriam usar esse poder para realizar algo que
pode não ser visto como correto aos olhos da ética. Roubar algo, trapacear uma prova, ou até
mesmo fazer mal a outras pessoas, como foi o caso do pastor Giges, e como é, também, o
caso das milhares de pessoas que se escondem atrás dos perfis falsos. Esses que
constantemente espalham ódio, alienação, notícias falsas, etc.
Portanto, uma das lições desse mito platônico é que o poder é capaz de revelar o
caráter de uma pessoa. O homem que age de forma correta apenas por medo de ser punido,
não possui em si a virtude da bondade. Segundo Platão, o importante não é parecer bom, e
sim ser bom de verdade. Fazer o bem, ser justo mesmo quando não está sendo observado. A
impunidade é a mãe da injustiça. De que adianta fingir ser bom na frente dos outros se quando
está atrás de uma tela utiliza-se de perfis falsos para injuriar e desrespeitar outras pessoas? É
garantido por lei que todo cidadão tem direito de ser respeitado, porque, consoante o artigo 5
da Constituição Brasileira de 1988, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
A disseminação do ódio e das notícias falsas via redes sociais não só fere as pessoas
envolvidas, mas também fere a sociedade como um todo. Gera problemas como: ameaças à
democracia, diversas doenças e transtornos mentais, suicídio, e principalmente, gera um
grande desequilíbrio. Uma sociedade sem autodomínio está a um passo da tirania. A
Alemanha nazista de Hitler é a maior prova disso. Não se deve deixar acontecimentos como
esse repetirem-se. Para Aristóteles, aluno de Platão, “O homem guiado pela ética é o melhor
dos animais, quando sem ela, é o pior”.
Referências:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-de
zembro-de-1940
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-sem
anal/dos-crimes-contra-a-honra
https://www.oabsp.org.br/subs/santoanastacio/institucional/artigos-publicados-no-jornal-notici
as-paulistas/crimes-contra-a-honra
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/moral49897-2/
https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-52928657
https://www.youtube.com/watch?v=ShZP-I-SqCc
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/dos-crimes-contra-a-honra
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/dos-crimes-contra-a-honra
https://www.oabsp.org.br/subs/santoanastacio/institucional/artigos-publicados-no-jornal-noticias-paulistas/crimes-contra-a-honra
https://www.oabsp.org.br/subs/santoanastacio/institucional/artigos-publicados-no-jornal-noticias-paulistas/crimes-contra-a-honra
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/moral49897-2/
https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-52928657
https://www.youtube.com/watch?v=ShZP-I-SqCc

Outros materiais