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PATOLOGIA - Leishmaniose

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Ana Laura Octávio - TXXII 
 
PATOLOGIA INFECCIOSA PARASITÁRIA - LEISHMANIOSES 
 
INTRODUÇÃO 
 
- Doença do sistema fagocítico mononuclear que apresenta características clínicas e 
epidemiológicas diversas. 
- É causada pelo protozoário da família Trypanosomatidae, gênero Leishmania. 
- 96% dos casos de leishmaniose visceral estão no Brasil. 
- Leishmanias: 
✓ São parasita intracelulares obrigatórios. 
✓ Atacam o sistema fagocítico mononuclear dos mamíferos suscetíveis. 
✓ Forma promastigota (trato digestivo dos vetores – mosquito-palha/flebótomo). 
✓ Forma amastigotas – sem flagelo (mamíferos). 
 
- As leishmanioses são divididas, de forma geral, em dois tipos: 
• Leishmaniose tegumentar americana. 
• Leishmaniose visceral. 
 
 
 
 
LEISHMANIOSE CUTÂNEA 
 
- Clínica para diagnosticar: 
✓ Histórico de viagens ou residência em regiões onde a leishmaniose é endêmica. 
✓ Geralmente, pequeno número de lesões (1-3). 
✓ Lesões sem dor e localizadas em áreas do corpo que ficam descobertas. 
✓ Lesões borrachudas a palpação. 
✓ Pacientes não respondem a tratamentos com antibióticos tópicos. 
Ana Laura Octávio - TXXII 
 
I) LEISHMANIOSE CUTÂNEA ÚNICA 
- Branda, localizada. 
- Pápula endurecida, prurido (local da picada). 
- Úlcera (no local da picada): 
✓ Única na pele exposta (úlcera tropical ou úlcera de Bauru). 
✓ Rasa/plana. 
✓ Expansão lenta. 
✓ Margens irregulares. 
✓ Cicatriza, geralmente, em 6 meses sem tratamento. 
✓ Causada, em geral, pela Leishmania guyanensis. 
 
- Características microscópicas (biopsia da borda da lesão): 
✓ Predomínio de macrófagos e plasmócitos. 
✓ Clareira macrofágica – macrófagos carregados pela leishmaniose. 
✓ Forma amastigotas nos macrófagos. 
 
II) LEISHMANIOSE CUTÂNEA DISSEMINADA 
- Lesões cutâneas, múltiplas e típicas. 
- Mucosa nasal. 
- Disseminação através da via linfática. 
- Causada, em geral, pelas L. braziliensis, L. amazonenses. 
 
III) LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA 
- Deficiência da resposta celular (resposta imunológica deficitária). 
OBS.: Diferença com a cutânea disseminada – procurar imunocomprometimento no 
paciente. 
- Evolução insidiosa. 
- Polimorfismo lesional (vários tipos de lesões). 
- Reação de Montenegro (teste imunológico) negativa. 
- Causada, em geral, pela L. amazonensis. 
 
IV) LEISHMANIOSE RECIDIVA CUTIS 
- Pápulas vermelho/acastanhadas. 
- A lesão cicatriza e fibrosa, podendo deixar um aspecto de queloide. 
 
Ana Laura Octávio - TXXII 
 
V) LEISHMANIOSE CUTÂNEO-MUCOSA 
- Lesões ulcerativas e não ulcerativas, úmidas, desfigurantes em mucosas. 
- Laringe, septo nasal, ânus e vulva. 
- Causada pelas L. braziliensis, L. amazonenses e L. guyanensis. 
- Pacientes com sequelas cicatriciais (irreversíveis). 
- Aspectos microscópicos: 
✓ Infiltrado inflamatório misto: 
- Histócitos (monócitos) contento amastigotas. 
- Linfócitos e células plasmáticas (derivadas de linfócitos B, produzem 
anticorpos). 
✓ Granuloma – declínio no número de parasitas. 
✓ Cicatrização/fibrose. 
 
 
 
LEISHMANIOSE VISCERAL 
 
- Também denominada febre negra, febre Dundun, Kalazar ou esplenomegalia tropical. 
- É caracterizada por possuir tropismo pelo sistema fagocítico mononuclear. 
- Órgãos alvo: fígado, baço, medula óssea e tecido linfoide. 
- Pode levar o individuo a óbito. 
OBS.: Fígado aumenta em direção a crista ilíaca direita e o baço, em direção a cicatriz 
umbilical. 
- Causada, predominantemente, pela L. chagasi. 
- Suspeitar de todo individuo de qualquer idade que: 
✓ Procedente de área de transmissão. 
✓ Febre persistente há 7 dias sem outro diagnóstico clínico evidente. 
✓ Febre de qualquer duração associada à esplenomegalia. 
✓ Febre de qualquer duração associada à hepatomegalia. 
 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA DOENÇA 
- Doença sistêmica, insidiosa. 
- Febre. 
- Perda de peso. 
- Pancitopenia. 
- Hemorragias. 
- Hiperpigmentação cutânea. 
- Hepatoesplenomegalia. 
- Linfadenopatias/linfomegalia. 
 
 
Ana Laura Octávio - TXXII 
 
CARACTERÍSTICAS MICROCÓPICAS 
- Macrófagos/histócitos preenchidos por Leishmania. 
- Numerosos plasmócitos. 
- Depósitos de complexos imunes e substâncias amiloide (proteína). 
- Fibrose. 
- Envolvimento/comprometimento da medula óssea, pulmões, TGI, rins, pâncreas e 
testículos (doença sistêmica). 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- Antecedentes epidemiológicos. 
- Manifestações clínicas. 
- Parasitológico (identificação das amastigotas): 
✓ Esfregaço da lesão. 
✓ Biopsia da borda da lesão. 
✓ Punção aspirativa do baço (sensibilidade 90-95%). 
✓ Punção aspirativa de medula óssea. 
✓ Isolamento do parasita em meio de cultura. 
- Imunológico: 
✓ Intradermorreação de Montenegro. 
✓ Imunofluorescência indireta. 
 
OBS.: A leishmaniose visceral é uma doença de notificação compulsória (até dos casos 
suspeitos).

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