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Varicela e Herpes Zóster: Características e Manifestações

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VÍRUS VARICELA ZOSTER 
CARACTERÍSTICAS PATOGÊNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A varicela é a infecção primária, enquanto o herpes zóster 
é a reativação do vírus que havia permanecido latente em 
um gânglio sensorial. 
A varicela ou catapora é uma doença altamente 
contagiosa, geralmente benigna, que se caracteriza por um 
exantema papulovesicular de distribuição centrípeta 
(cabeça e tronco) e com polimorfismo das lesões (mácula, 
pápula, vesícula e crosta). 
O herpes zóster ocorre sobretudo em adultos e 
caracteriza-se por uma erupção papulovesiculosa dolorosa, 
localizada, geralmente unilateral e restrita ao dermátomo 
correspondente ao nervo acometido pela reativação do 
VVZ de um gânglio sensitivo dorsal. 
Em crianças sadias, o herpes zóster ocorre nas que 
tiveram a primoinfecção pelo VVZ intraútero ou no 1º ano 
de vida, provavelmente por causa da resposta imune 
imatura. 
A infecção ocorre quando o 
vírus entra em contato com a 
mucosa do trato respiratório 
superior ou com a conjuntiva. 
A transmissão pessoa a 
pessoa ocorre por via aérea e 
a partir de contato direto 
com pacientes com lesões 
vesiculares contendo o VVZ. 
Período de incubação: varia 
de 10 a 21 dias. 
Em pacientes que fizeram 
imunização passiva, o período 
pode prolongar-se até 28 
dias; 
Após infecção, há imunidade 
por toda a vida. 
surtos de 
aparecimento das 
lesões 
cutaneomucosas 
ocorrem na 1ª 
semana de 
doença, 
caracterizando o 
exantema 
papulovesicular 
disseminado. 
viremia pode ser 
detectada 5 dias 
antes do rash e 
até 4 dias após 
Período prodrômico: 1-2 dias, presença de febre, mal-estar e 
sintomas inespecíficos. 
Nas crianças, geralmente não ocorre esse período, manifestando-se 
com quadro de febre concomitante ao aparecimento do exantema. 
Exantema centrípeto: inicia em face e couro cabeludo, dissemina-
se rapidamente para tronco, com menor acometimento das 
extremidades. 
Lesões: máculas eritematosas que evoluem em 8 a 48 horas, 
progredindo para vesículas e crostas. 
Cicatrizes profundas podem ocorrer quando as lesões são 
infectadas ou as crostas são removidas precocemente. 
É frequente o aparecimento de lesões em mucosas, principalmente 
no palato e na mucosa vulvovaginal, podendo acomenter também 
pálpebras e faringe, sendo um dado clínico importante no 
diagnóstico diferencial com prurigo estrófulo, que não apresenta 
lesões em mucosas. 
febre é proporcional à intensidade do exantema e está presente 
enquanto surgem novas lesões 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO HERPES ZÓSTER COMPLICAÇÕES 
geralmente unilateral (em poucos casos, pode cruzar a linha média) e 
restrito à área do dermátomo inervada pelo gânglio sensitivo no qual o VVZ 
reativou. 
a dor é um sintoma menos frequente do zóster, sendo o prurido mais 
importante que a dor. A neuralgia pós-herpética é rara em crianças. 
cefaleia, mal-estar, febre e náuseas. 
Parestesias e dor podem ocorrer 4 a 5 dias antes do aparecimento das 
lesões cutâneas e podem simular quadros como apendicite, cólica nefrética 
e pancreatite. 
Quando a infecção é intensa, novas lesões continuam a aparecer por 
diversos dias no dermátomo acometido. Pode ocorrer dor intensa, infarto 
ganglionar e lesões necróticas 
Infecção bacteriana secundária das lesões 
cutâneas. 
Os agentes etiológicos prevalentes são: 
Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes, 
que penetram através das lesões e produzem, na 
pele, infecções tipo impetigo, celulite, erisipela e 
abscesso. 
Suspeita-se da infecção secundária quando a 
febre persiste por mais de 3 dias ou ressurge 
após um período afebril, ou há sinais de dor e de 
processo inflamatório localizado em alguma região 
da pele 
encefalite da varicela ocorre em duas formas: 
cerebelar, que se manifesta por ataxia, 
correspondendo à maioria dos casos em crianças e 
com boa evolução; e a cerebral difusa, que é mais 
comum em adultos e se associa a alta mortalidade. 
síndrome de Reye é uma encefalopatia aguda não 
inflamatória associada à degeneração gordurosa 
hepática que ocorre quase exclusivamente em 
crianças→ Vômitos seguidos de letargia, confusão, 
irritabilidade, agressividade e convulsões 
 
 
 
 
Jamille Ponte 
VARICELA CONGÊNITA VARICELA NEONATAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Infecção primária por varicela até o 2º trimestre de gravidez 
pode aumentar o risco de síndrome de varicela congênita em 
0,5 a 1,5% sobre o risco basal de malformações congênitas 
graves. 
Lesões cicatriciais na pele e acometimento dos membros 
(hipoplasia, equinovarismo, ausência ou alteração dos dedos). 
Pode haver alterações neurológicas (atrofia cortical, 
hidranencefalia, íleo ou bexiga neurogênica, distúrbios 
sensoriais) e oftalmológicas (coriorretinite, catarata, 
microftalmia, síndrome de Horner, nistagmo e anisocoria). 
O diagnóstico das alterações da SVC é possível por meio de 
ultrassonografia ou RM fetal, entretanto, depende da 
experiência do examinador e da idade gestacional em que o 
exame é realizado 
ocorrência dentro dos 21 
dias precedentes ao parto 
associa-se ao 
aparecimento de doença 
neonatal em 
aproximadamente 25 a 
50% dos recém-nascidos. 
alta incidência da forma 
disseminada, com 
hemorragias e 
comprometimento 
pulmonar e hepático. 
Clínico e 
epidemiológico. 
Quadro clássico de 
exantema 
papulovesiculoso, com 
polimorfismo regional, 
de evolução rápida, 
com distribuição 
centrípeta e 
acometimento de 
mucosa oral. 
Contato prévio com 
paciente com quadro 
de varicela. 
 Culturas de tecido do liquido vesicular coletado nos 
primeiros 3 dias do exantema. 
Pouco sensível, altamente especifico. 
PCR é o teste de escolha para demonstrar a presença do 
vírus em liquido vesicular, secreções respiratórias, esfregaço 
de orofaringe e LCR. 
Os anticorpos séricos começam a aparecer alguns dias após a 
infecção e aumentam progressivamente nas 2 a 3 semanas 
seguintes→ Orienta-se a realização de 2 coletas de sangue: 
a primeira logo após o aparecimento dos primeiros sintomas, 
e a segunda, na fase de convalescença (cerca de 10 a 14 dias 
depois); aumento maior que 4 vezes nos títulos de anticorpos 
confirma o diagnóstico da infecção. 
TRATAMENTO PROFILAXIA IMUNIZAÇÃO PASSIVA IMUNIZAÇÃO ATIVA 
evitar infecção bacteriana 
secundária e obter alívio dos 
sintomas, como higiene local e 
agentes antipruriginosos, como 
loção de calamina e anti-
histamínicos. 
isolamento de contato e aéreo é 
recomendado para os pacientes 
com varicela por um mínimo de 5 
dias após o início do exantema, 
idealmente até que todas as 
lesões estejam na forma de 
crostas. 
ara suscetíveis expostos, estão 
indicadas as precauções aéreas e 
de contato a partir do 8º dia após 
o contato com o caso índice até o 
21º dia após o último dia do 
contato, e, naqueles que 
receberam a gamaglobulina 
hiperimune antivaricela zóster 
(VZIG), até 28 dias após 
a probabilidade de que a pessoa exposta seja suscetível a 
varicela; a probabilidade de uma determinada exposição a 
varicela ou herpes zóster resultar em infecção; e a 
probabilidade de a pessoa desenvolver complicações se 
for infectada. 
A dose recomendada de VZIG é de 125 U/10 kg, por via 
intramuscular, sendo a dose mínima de 125 U e a dose 
máxima de 625 U. Uma nova dose de imunoglobulina deve 
ser administrada se ocorrer nova exposição do indivíduo 
suscetível ao vírus após um período maior que 2 semanas 
desde a última dose. 
 
A imunização primária consiste em uma dose 
da vacina em crianças a partir de 12 meses de 
idade. 
Para ser considerada realmente imunizada, 
devem-se comprovar 2 doses da vacina contra 
varicela (monovalente ou combinada) após 1 
ano de idade. Para crianças que receberem a 
1ª dose entre 12 e 18 meses de idade, a 2ª 
dose pode ser administrada da seguinte 
forma: após 3 meses da primeira dose ou após 
contato com um caso de varicela (até 96 a 120 
horas) ou entre 4 e 6 anos de idade.Em 
qualquer situação, deve-se respeitar o 
intervalo de tempo mínimo preconizado de 4 
semanas entre as 2 doses 
 
Jamille Ponte

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