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Questões sobre Capital Social

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Ana Carolina Rossi 
Questões sobre Capital Social
1. Faça uma síntese destacando pelo menos 3 elementos que cada um dos autores apresentaram sobre a definição de capital social. 
Primeiramente, o texto traz Alexis de Tocqueville, que, após nove meses nos EUA, escreveu a obra mais completa sobre a democracia americana. Ao abordar a democracia nos Estados Unidos, Tocqueville está preocupado com dois elementos fundamentais, a igualdade e a liberdade. Igualdade não apenas econômica, mas política e cultura também, ou seja, é a igualdade de condições. Tocquiville fica impressionado com a capacidade de associativismo da sociedade americana, que seria a união da comunidade para defender seus interesses. Ele abre as portas das ciências sociais ao descrever o conceito de uma comunidade cívica, a qual seria composta por cidadãos atuantes e participantes em todos os aspectos da sociedade e caracterizada pela construção de uma estrutura social marcada na confiança e na colaboração. 
Em seguida, o texto traz James Coleman. A definição de capital social é atribuída ao sociólogo. Para ele, capital social é uma complementação entre Capital Físico-econômico (insumos, infraestrutura e financiamento), Capital Humano (educação e preparação técnica) e Capital Social (relações de confiança). Além disso, Coleman apresenta as formas de Capital Social. Ele identifica as três principais: estruturas de obrigações, expectativas e confiança; canais de informação; e normas e sanções. A estrutura de obrigações, expectativa e confiança necessita de um ambiente social de confiança, o que significa que as obrigações serão retribuídas dentro da rede social estabelecida. Os canais de informação dentro de uma rede de relações, pode gerar resultados tanto econômicos (setor de pesquisa científica) quanto não-econômicos (receber informações de forma oral dentro da sociedade). Já as normas e sanções, são as informais, não são necessariamente leis e regras formais. São passadas através de gerações principalmente por meio de tradição oral, mas podem ser transmitidas pelos meios de comunicação ou por outros elementos da cultura. Esta forma de capital social não apenas facilita certas ações, mas também dificulta outras. Outra estrutura importante destacada por Coleman são as organizações e associações da sociedade civil, mais especificamente sua capacidade de serem apropriadas para outras finalidades além daquelas que originalmente originaram sua constituição. Por fim, Coleman aborda um efeito do capital social que considera especialmente importante: o da criação de capital humano na geração seguinte. Tanto o capital social na família quanto o capital social na comunidade têm papéis na criação deste capital humano. 
Depois, o texto cita Putnam. Em sua pesquisa na Itália, observou a implantação dos governos regionais. Ele acompanhou o desempenho dessas instituições e observou uma diferença impressionante: os governos regionais do Norte da Itália tiveram um desempenho muito superior aos do Sul, mesmo sendo constituídos sob as mesmas bases. Putnam, então, procurou descobrir as causas desta discrepância. E encontrou no tipo de comunidade existente em cada região a causa mais fundamental desta diferença. Ele chamou de “comunidade cívica” a encontrada no Norte da Itália, pois, havia um número muito mais expressivo de organizações da sociedade civil e maior participação nos plebiscitos populares, diferente do que foi encontrado no Sul, onde a cultura era dominada pela desconfiança. A “comunidade cívica” de Putnam se baseia no conceito de Tocqueville, como já discutido acima. Sendo assim, para ele, capital social seriam as práticas sociais e relações de confiança e cooperação existentes entre os cidadãos de uma sociedade. Quanto mais confiarem uns nos outros, assim como maior for o número de possibilidades associativas numa sociedade, maior o volume de capital social. Mas, apesar de seus estudos, Putnam recebeu críticas por associar o conceito de capital social à herança cultural, além de ter deixado em aberto uma grande questão que, até o momento, foi pouco explorada: o Governo poderia também ter uma influência neste estoque de capital social? 
Por fim, o texto apresenta Bourdieu, que acredita em uma concepção de capital social como um recurso individual (e não de uma determinada família, organização ou comunidade). Ele expande a noção de capital para além de sua concepção econômica, para incluir, especificamente, capital cultural e social. Para Bourdieu, o capital social de um indivíduo é determinado pelo tamanho de sua rede de relações que ele pode efetivamente mobilizar e o volume do capital (econômico, cultural ou simbólico) possuído por cada uma das pessoas às quais ele tem alguma conexão. Assim, o capital social exerce um papel multiplicador do capital existente em um determinado grupo de pessoas, deixando-o disponível a todos os membros desta rede. As redes sociais precisam de manutenção e de estímulos constantes ao longo do tempo. Deve haver uma série contínua de trocas (econômicas, culturais, simbólicas, sociais) entre os membros do grupo, para que o reconhecimento mútuo seja interminavelmente afirmado e reafirmado. Bourdieu traz também o conceito de capital cultural, o qual representa forças não-econômicas como o histórico da família, classe social, diferentes investimentos e compromissos para com a educação, diferentes recursos etc. que influenciam no sucesso acadêmico. Ele diferencia em dois tipos o capital cultural incorporado: o primeiro e mais primitivo tipo, que é a capacidade de ‘aquisição’ de mais capital cultural (o ‘aprender a aprender’, alfabetização, raciocínio lógico, matemático, espacial etc.); o segundo, os demais conhecimentos em si. Nesse caso, o investidor tem um limite máximo de acumulação (a capacidade cognitiva do indivíduo) e é extinto com o fim da existência dele (não pode ser herdado). Bourdieu também distingue três estados do capital cultural: o estado incorporado, o estado objetificado e o estado institucionalizado. O estado incorporado está diretamente ligado ao indivíduo, e representa o que ele sabe e pode fazer. O capital incorporado pode ser aumentado investindo tempo na auto melhoria da forma de aprender. À medida que o capital incorporado se torna integrado ao indivíduo, ele se torna um tipo de hábito e, portanto, não pode ser transferido instantaneamente – diferentemente de dinheiro (capital econômico), por exemplo. O estado objetificado do capital cultural é representado pelos bens culturais, objetos materiais tais como livros, pinturas, instrumentos ou máquinas. Eles podem ser apropriados tanto materialmente (por meio do capital econômico) como simbolicamente (via capital incorporado). Por último, o capital cultural em seu estado institucionalizado provê credenciais acadêmicas e qualificações que criam uma espécie de “certificado”. Estas qualificações acadêmicas podem então ser usadas como taxa de conversão entre capital cultural e econômico. 
2. A partir dos elementos que você selecionou, dê exemplos concretos onde eles estariam presentes na vida cotidiana.
Com base na discussão feita na primeira questão, é possível observar em algumas situações da vida cotidiana, a presença de alguns elementos citados acima.
Primeiramente, é possível identificar na sociedade o associativismo apresentado por Tocquiville. O associativismo é o movimento de união em associações representativas para defender seus interesses ou alcançar objetivos em comum. É participação, é cooperação. Associação de pais e mestres nas escolas, grupos de condomínio/bairro e sindicatos dos trabalhadores são exemplos do associativismo presente nas sociedades. 
Coleman traz o Capital Humano sendo a educação e a preparação técnica. Podemos observar a presença muito grande desse elemento na vida cotidiana, visto que todos os indivíduos passam pelo processo de educação e que a questão da preparação técnica está muito presente no cotidiano de muitos estudantes, já que vão atrás de uma instrução técnica para se inserirem no mercado de trabalho. Senaié um grande exemplo de uma escola técnica preparatória para os jovens. Coleman traz também o conceito de Capital Social, definido como as relações de confiança de um indivíduo. Podemos identificar presente na sociedade esse tipo de relação quando pensamos em Consórcios feitos por bancos. Nos consórcios, cada participante de um grupo participa dando uma certa quantidade de dinheiro por mês. E a cada mês, há um sorteio com um vencedor que levará todo o dinheiro arrecadado no mês por todos os participantes. A pessoa que ganha uma vez, não pode ganhar mais, mas deve continuar contribuindo até que todos os participantes do grupo ganhem. É aí que entra a questão da confiança. Os primeiros vencedores poderiam simplesmente deixar de pagar, mas você fez um combinado com o grupo, todos estão confiando em você e você neles, por isso, você precisa agir da maneira correta. 
Por fim, podemos citar Bourdieu. Para ele, o capital social de um indivíduo é determinado pelo tamanho de sua rede de relações que ele pode efetivamente mobilizar. Nesse sentido, podemos observar que esse conceito está presente na vida cotidiana quando pensamos nas contratações de uma empresa. É vantajoso para as empresas contratar pessoas com um bom capital social, ou seja, com uma boa e grande rede de relações, pois, quanto maior for sua rede, mais pessoas ele conseguirá mobilizar para a empresa. 
Além disso, o texto também cita alguns exemplos da presença do capital social/humano/cultural/econômico na sociedade.

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