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Miguel Ribeiro de Carvalho Dib Jorge – 2109954 O RISCO VOLTADO AO MERCADO ATUARIAL/SEGURADOR DUQUE DE CAXIAS - RJ 2020.2 Sumário Introdução...............................................................................................................3 1. Aplicações do Gerenciamento de Riscos no Mercado Atuaria.....................4 2. Métodos de Avaliação do Risco Operacional.................................................5 2.1 Métodos Probabilísticos.............................................................................6 2.2 Lógica Difusa...............................................................................................7 2.3 Matriz de Risco............................................................................................8 3. Tratamento de Riscos.......................................................................................9 4. Os Três Pilares de Basileia II Para o Mercado Segurador...........................11 Conclusão............................................................................................................14 Referências Bibliográficas.................................................................................15 3 Introdução O processo de gestão de riscos vem ao longo dos anos chamado à atenção dos meios acadêmicos e empresariais, sobretudo pelo potencial que apresenta para evitar perdas consideráveis aos investidores. Muitas empresas de ramos distintos adotam a implementação da gerência de risco para fins de possuir a vantagem que esse processo proporciona. O seguinte instrumento tem como objetivo fundamentar e explicar os tópicos relacionados a gestão de risco, facilitando a explicação e entendimento dos assuntos destacados. 4 1. Aplicações do Gerenciamento de Riscos no Mercado Atuarial A definição de Gestão de Risco dentro de um contexto bem amplo, de modo a permitir que algumas ações praticadas pelas empresas sejam no intuito de explorar incertezas, por exemplo, quando a empresa toma uma decisão pode aumentar a exposição ao risco, ao invés de diminuí-lo, tal possibilidade existe em alguns tipos de risco nos quais a empresa possui diferenciais em relação aos seus concorrentes. Dentro do mercado atuarial/segurador não é diferente, a gestão de risco e os profissionais por ela responsáveis são peças fundamentais dessas considerações. Os atuários, na maioria dos casos, são considerados tradicionais e conservadores, esse conceito é associado à cultura, aos conceitos, aos regulamentos e aos padrões que são utilizados por eles. Gerenciar os riscos financeiros é a maneira mais simples de diminuir os efeitos pelo mercado, pela competitividade e por outros fatores que causam imprevistos. Por ser uma medida gerencial, isso prepara a companhia para qualquer situação de anomalias que podem vir a surgir no capital. Essas considerações podem se fundamentar em um conjunto de experiências observadas, elas estarão constantemente aplicadas às incertezas futuras e seus resultados serão submetidos a adaptações de percepção. Dessa maneira, podemos dizer que todo o conjunto de ações utilizado para a gestão de risco atuarial será fruto de conhecimento, observação e experiência. Os múltiplos interesses envolvidos na tomada de risco e sua administração, além dos vários intervenientes em torno desse fato, como: Clientes, seguradoras, acionistas, participantes, patrocinadores, grupos organizados de participantes, gestores com interesses divergentes etc. Esses envolvidos tendem a promover um ambiente dissonante relativo ao modo de perceber do atuário. 5 2. Métodos de Avaliação do Risco Operacional O risco pode ser determinado a partir da variante dos resultados previstos dos retornos dos investimentos em relação à média, sendo sua medida atingida a partir do desvio padrão. A ideia do risco pode ser descrita como uma situação em que há probabilidade mais ou menos previsível de perda ou ganho, assim como num jogo de azar, numa decisão de investimento e em contratos de seguros. No ambiente de finanças, o risco adquire uma dimensão de grande importância, pois auxilia na determinação do custo do capital utilizado e do retorno esperado. O entendimento sobre risco evoluiu ao longo das décadas, abrindo espaço para o surgimento e desenvolvimento de novos avanços cada vez mais sincronizados com a nova realidade dos negócios. Nos dias contemporâneos, é muito falado de risco de mercado, risco de liquidez, risco de crédito, risco legal, de compliance, operacional etc. Esse conhecimento pode ser desenvolvido para empresas do segmento de seguros, previdências e pensões. No chamado risco operacional, um dos focos é a ação humana, seja por falta de atenção, desqualificação ou desvio de conduta – um sistema efetivo de controles internos é primordial para evitar ou minimizar fraudes e erros. Verifica-se uma forte tendência de crescimento do risco operacional, uma vez que os sofisticados modelos de gestão de risco de crédito e de risco de mercado reduzem as exposições originais das áreas de crédito e de tesouraria, deslocando o foco de risco para as questões de tecnologia, pessoas e processos. Apesar de sua extrema importância, os riscos operacionais passaram a receber atenção apenas recentemente, provavelmente em função dos avanços 6 tecnológicos, a consequência da dependência das empresas em relação aos sistemas de informática e ao aumento da incerteza num mundo globalizado. Segundo Keck e Jovic (1999) "Bancos mensuram o risco de crédito e de mercado, porque eles podem, não porque estes são os maiores riscos que enfrentam”. Mesmo fora do Novo Acordo de Basiléia (Basiléia 2) e Alocação de Capital, existem sólidas razões comerciais, que não as exigências regulamentares, para a avaliação do risco operacional: qualquer cálculo para projetos de investimento ainda não oferece uma imagem verdadeira da relação risco e o retorno do investimento, enquanto os efeitos dos riscos operacionais não forem considerados. Os modelos teóricos de mensuração do risco operacional são divididos em três: Os Métodos Probabilísticos, a Lógica Difusa e a Matriz de Risco. 2.1 Métodos Probabilísticos Os métodos Probabilísticos são fundamentados em medidas estatísticas das duas variáveis chaves para a mensuração do risco operacional: a probabilidade de ocorrência e a gravidade das perdas. Se uma dimensão suficientemente grande de dados de perdas internas já existe, então é garantida uma relevância estatística probabilística na mensuração do risco operacional a ser computado. Devido às diferenças na quantidade de dados, estes dois parâmetros (frequência e gravidade dos prejuízos) são muitas vezes modelados separadamente. É importante destacar que, uma vez que a probabilidade e a gravidade do risco pode ser derivada ou detectada através parâmetros do modelo, a maioria dos bancos processa esses números para determinar o Value-at-Risk ou Valor em Risco (VaR) para os respectivos riscos operacionais do processo, determinando o montante adequado de capital econômico para cobrir o risco de exposição na grande maioria dos eventos de perda. Esta lógica é fundamental para medir os efeitos que uma mudança em um fator de risco teria sobre o valor da carteira. 7 Outro método probabilístico e de base para processos, a Modelagem Bayesiana é uma abordagem promissora para lidar com a subjetividade inerente ao Risco Operacional. Isso porque, o Teorema de Bayes mostra como crenças relativas a valores de parâmetros devem ser atualizados à luz das provas. As Redes Bayesianas são compostas por “nós” representando variáveis de decisão,resultados intermediários e variáveis causais, arcos, que são as setas direcionais de ligação dos “nodos”, indicando a lógica relação causal, as probabilidades dos “nós” indicam as probabilidades para cada valor possível, o “nó” é condicionado aos valores dos “nodos” aos quais logicamente depende. 2.2 Lógica Difusa A lógica difusa é uma ferramenta bem estabelecida na engenharia científica sendo sua utilidade constantemente usada com sucesso em sistemas de controle e inteligência artificial. Ela é uma abordagem para o manuseamento de sistemas complexos, no qual grande parte da complexidade vem da representação ambígua, incerta e indecisa do sistema. Deste modo, em termos de manuseio e avaliação de risco, a lógica difusa apresenta uma boa abordagem com potencial para lidar com o risco operacional, em que variáveis linguísticas são utilizadas para expressar as regras lógicas, aonde a informação é subjetiva, incompleta ou pouco fiável, e o universo é muitas vezes um problema não-linear. Métodos de pontuação transformam dados qualitativos em dados quantitativos através da definição de critérios e das respectivas ponderações que em ambos os casos tendem a ser vagos. Assim, pode-se dizer que existe grande esperança, especialmente em bancos de primeira linha, e até mesmo em mercados segurador e de previdência de que a lógica difusa possa ser aplicada oferecendo ao, já existente, capital intelectual seus departamentos de controle de risco, e assim servir como uma técnica que permite o juízo precoce de problemas através da simulação do pensamento humano e seu julgamento de valor. 8 2.3 Matriz de Risco Assim como os modelos probabilísticos e os conjuntos difusos, uma matriz de risco é igualmente fundamentada em duas variáveis chaves na avaliação da apresentação de um risco operacional: probabilidade e gravidade da perda. No entanto, na Matriz de Risco, a procura de certeza está descontraída e essas duas variáveis são avaliadas mais de uma forma grosseira, ou seja, apenas com alguns valores discretos. Para a entrada de dados, a matriz de risco depende da etapa precedente de Identificação do Risco, que além da mera detecção dos riscos potenciais deve avaliar a probabilidade e extensão do respectivo risco operacional. A matriz de risco comumente apresenta as variáveis de probabilidade da perda sobre o eixo horizontal e a gravidade da perda sobre o eixo vertical. A matriz de risco, tal como apresentado aqui, é adaptável a versatilidade de definição adequada das classes de risco dos bancos de acordo com sua ambição ao risco e seu arrojo financeiro. Essa visualização garante uma alta aceitação e eficiência operacional para a prevenção e redução do risco, ao mesmo tempo, é sistematicamente simples e muito mais econômica. 9 3. Tratamento de Riscos De acordo com o conceito de risco e gestão estratégica de risco, risco é uma ameaça, mas é também a possibilidade de ocorrer um determinado evento. Correr o risco é estar exposto a eventos aleatórios, porém, possíveis e que podem resultar em alguma consequência. Portanto, o risco é uma escolha, uma opção que envolve uma tomada de decisão, trazendo consigo consequências de extrema importância para o futuro das pessoas e das instituições, que deve obedecer a critérios coesivos e mensuráveis, justificando, então, a necessidade de classificar o risco e gerenciá-lo. Normalmente, quando se fala em gestão de risco, o ponto principal consiste em proteger coisas, objetos e pessoas de possíveis perdas, evitando-se ou reduzindo consideravelmente o risco. É a partir desse ponto de vista que o risco parece apenas uma ameaça, entretanto, existe uma forma de tratamento estratégico do risco que permite a exploração de um outro aspecto: o risco como sendo uma oportunidade, e não somente uma ameaça. Com a aplicação da gestão de risco como uma ferramenta de construção de vantagem competitiva, a prevenção do risco, ou a ideia de diminuir os prejuízos provenientes do mesmo, passou a ser um negócio rentável para os mercados de seguros e previdências. A nova realidade do mundo globalizado, cada vez mais permeado por incertezas e mudanças nos cenários das organizações, requer um desenvolvimento do entendimento sobre o próprio risco e a necessidade da prática de gestão de risco. O tratamento a ser dado aos riscos tem sua definição baseada no seu grau de apresentação e natureza do risco, o tratamento envolve uma seleção ou mais alternativas para tratar o risco e a posterior implementação de controles ou procedimentos para acompanhá-los. 10 Para abrandar os riscos, a companhia precisa estabelecer atividades de controle, as quais compreendem desde as políticas corporativas até os manuais de procedimentos elaborados para assegurar que as diretrizes e os propósitos, definidos para diminuir os riscos da companhia, estejam sendo observados nas atividades executadas. As respostas para os tratamentos dos riscos são classificadas nas seguintes categorias: a) Eliminar: É a descontinuação das atividades que geram riscos; b) Mitigar: A adoção de medidas para reduzir a probabilidade ou o impacto dos riscos; c) Compartilhar: Redução da probabilidade ou do impacto dos riscos pela transferência ou pelo compartilhamento de uma parte do risco; d) Aceitar: Ou seja, nenhuma medida é adotada para modificar os níveis de probabilidade ou do impacto dos riscos. 11 4. Os Três Pilares de Basileia II Para o Mercado Segurador O Risco é uma parte inseparável das atividades humanas, não importam quais sejam elas. Com isso, cabem aos agentes econômicos tomar providências necessárias para calculá-lo, gerenciá-lo e reduzi-los, quando for possível. As empresas podem vir a pagar um preço alto por não possuírem um sistema de mensuração de risco, um caso notório envolvendo a ausência desse tipo de controle ocorreu na década de 90 envolvendo o Banco Barings que foi à bancarrota por falta de supervisão nas suas atividades. Diante desses fatores foi formado o Comitê da Basiléia, composto pelos bancos centrais e instituições de supervisão ou regulamentação bancária dos países desenvolvidos. Seus membros se reúnem periodicamente no chamado BIS (Bank for International Settlements) de maneira a estabelecerem as diretrizes gerais para a política de supervisão bancária, os princípios fundamentais são transformados em documentos, os quais sugerem as medidas a serem seguidas pela instituição local de supervisão bancária de cada país membro do Comitê, assim como pelas instituições financeiras que compõe o sistema financeiro de cada país. No ano de 1988 foi alcançado um marco na estabilidade financeira dos países, a criação do Acordo de Basiléia, que foi resultado dos trabalhos do Comitê de Basiléia. O Comitê, em 1993, aperfeiçoou o primeiro conjunto de medidas prudenciais ao recomendar uma nova ferramenta de gerenciamento de risco chamada de VaR (Valor em Risco), medida essa que hoje é amplamente empregada por instituições financeiras ou não. As discussões agora são voltadas ao um novo acordo da Basiléia, o chamado Basiléia II. Para a Basiléia II, foi implantado três pilares que contribuem para a segurança como um todo do sistema financeiro, são eles: 12 Pilar 1: Exigências de capital mínimo; Pilar 2: Processo de revisão de supervisão; Pilar 3: Disciplina de mercado No primeiro pilar, a taxa de capital mínima foi mantida, não podendo se menor do que 8%. As inovações dizem respeito aos riscos abordados e as formas de mensuração dos riscos e do cálculo mínimo do capital próprio a ser mantido. No que diz respeito aos riscos considerados no cálculo da taxa de capital e foi introduzido o risco operacional. Quantoa mensuração, foram introduzidas três formas distintas de cálculo do risco do crédito, o método padronizado e os modelos básicos e avançados de avaliação de risco, além disso, também foram introduzidos outros três modelos para os cálculos do risco operacional: 1°: O método indicador básico 2°: O método indicado padrão e 3°: O método de mensuração avançada (AMA) Como discutido anteriormente, as novas formas propostas para o cálculo e dos requerimentos mínimos de capital, mencionadas no Pilar 1 deixam explicito o movimento de aproximação do esquema de regulamentação às práticas dos agentes nos mercados financeiros. Como no Pilar 1 a flexibilização e a adaptação das regras ao comportamento dos operadores no que diz respeito ao controle e a administração dos riscos ganham importância, daí surge o papel da supervisão a ser exercido pelas autoridades, papel esse que ganha destaque e, dessa forma, a lógica da edificação do Pilar 2 é construída, que é apoiar e proporcionar o modelo de adaptação proposto no Pilar 1. São esses os princípios que sustentam o mecanismo de revisão e supervisão: 13 1°: Os bancos devem desenvolver meios para avaliar se sua adequação de capital é compatível com o perfil de riscos assumido e as estratégias para preservar estes níveis de capital; 2°: Os supervisores devem analisar e verificar as avaliações e estratégias de adequação de capital feito pelos bancos, além de sua capacidade de monitorar e garantir a preservação do índice de capital estipulado pelas regras vigentes. 3°: As autoridades devem aguardar e poder exigir que os bancos operem sobre os índices mínimos de capital. 4°: Os supervisores devem se manifestar antecipadamente a fim de evitar que o capital fique abaixo do necessário e devem exigir ações rápidas se este capital não se mantiver ou se restaurar. O terceiro e último Pilar é o da disciplina de mercado, o intuito a construção deste terceiro pilar é a complementação das exigências de capital e do procedimento de revisão da supervisão. A ideia básica é que o desenvolvimento das regras que incentivem e requeiram uma maior abertura de dados quanto ao perfil de riscos e o nível de capitalização dos bancos. A inclusão da disciplina de mercado como o terceiro pilar nesse Novo Acordo traz o fundamento do mercado para o centro da discussão das novas regras para a regulamentação dos mercados financeiros, marcando a aplicação da tendência explicada nos pilares anteriores. 14 Conclusão Diante do exposto, é inegável dizer que o setor de seguros traz uma vasta gama de serviços para a sociedade como um todo, desde a proteção de patrimônios e vidas, até mesmo evitando a interrupção brusca dos fluxos de renda das famílias e das empresas. Quando avaliam os riscos das empresas, por exemplo, as seguradoras sinalizam de forma indireta a qualidade de sua administração e essa informação flui entre as diversas instituições do mercado, o que acaba aumentando o grau da eficiência informacional. Quanto maior a implantação de seguros de pessoas na sociedade, menor a necessidade de despesas de previdência social, reduzindo assim os gastos públicos. 15 Referências Bibliográficas Web sites: www.susep.gov.br › dicem › Relatorio Risco de Mercado – Acesso em 26/10/2020 https://blog.pottencial.com.br/analise-de-riscos-financeiros-tudo-o-que-voce- precisa-saber-sobre-o-assunto/ - Acesso em 26/10/2020 http://wwwold.revistacobertura.com.br/ - Acesso em 27/10/2020 https://www.redalyc.org/ - Acesso em 27/10/2020 https://blog.pottencial.com.br/analise-de-riscos-financeiros-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-assunto/ https://blog.pottencial.com.br/analise-de-riscos-financeiros-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-assunto/ http://wwwold.revistacobertura.com.br/ https://www.redalyc.org/
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