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Relatório PP 2020- Neriane Gonçalves

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
EM PRÁTICAS PSICOTERAPÊUTICAS
Estagiária Neriane Pereira Gonçalves
Professor Orientador: Eduardo José Legal
Itajaí (SC), dezembro, 2020.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
COORDENADORA DO CURSO: JOÃO RODRIGO PORTES
PROFESSOR ORIENTADOR: EDUARDO JOSÉ LEGAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EM PRÁTICAS PSICOTERAPÊUTICAS
NERIANE PEREIRA GONÇALVES
Itajaí (SC), dezembro, 2020.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
IDENTIFICAÇÃO DE REGISTRO DOCUMENTAL
Relatório Psicológico desenvolvido no Estágio Supervisionado em Práticas Psicoterapêuticas
Acadêmico(a) Estagiário(a):
Nome: Neriane Pereira Gonçalves
Assinatura: ______________________________
Professor/a Orientador/a:
Nome: Eduardo José Legal (CRP: 12/05239)
Assinatura: _______________________________
Itajaí (SC), dezembro de 2020.
APRESENTAÇÃO
Atendendo à Resolução n° 022/CONSUN-CaEn/2016 referente ao Regulamento das atividades de Conclusão do Curso de Psicologia, Código de Ética do Profissional Psicólogo, bem como em respeito à de resoluções do Conselho Federal de Psicologia que dispõem sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos números 001/2009, 005/2010 e 06/2019, submetemos à consideração superior o presente Relatório realizado no período de março de 2019 a dezembro de 2020 bem como as considerações a seu respeito. 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................4
1.1- Caracterização da clínica de Psicologia da Univali ...................................................................... 4
1.2- Objetivos (geral e específico) ....................................................................................................... 5
1.3- Regulamentação do estágio em Psicologia na UNIVALI .............................................................5
1.4- Estrutura e funcionamento da Clínica .......................................................................................... 6
1.5- Critérios para o registro dos atendimentos no prontuário.............................................................. 8
1.6- Critérios para desligamento dos usuários no processo de triagem................................................ 9
1.6.1- Critérios para desligamento dos usuários no processo de triagem..............................................9
1.6.2- Critérios para desligamento dos usuários no processo de psicoterapia ..................................... 9
1.7- Encaminhamentos .........................................................................................................................9
1.8- Postura ética do professor orientador, do estagiário e coordenação da clínica ………………….9
1.9 Competências do responsável de área do estágio de práticas psicoterapêuticas ………...……...10
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................11 
2.1- Formação do psicólogo clínico e as práticas psicoterapêuticas………………………………...11
2.2- O processo do psicodiagnóstico: entrevista clínica inicial, triagem e anamnese …………...….12
2.3- Abordagem psicoterapêutica …………………………………………………………………...14
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS............................................................16
3.1- Caso 01 ……………………………………………………………………………………..…..17
3.2- Caso 02 …………………………………………………………………………………..……..17
3.3- Caso 03 …………………………………………………………………………..………..…....25
3.4- Caso 04 ………………………………………………………………………………………....26
3.4- Caso 05 …………………………………………………………………………..………..…....30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 36
5 REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 37
6 APÊNDICES........................................................................................................................ 39 
3.1.1.1- Ficha de triagem: apêndice 1……………………………………………….……………40
3.1.1.2- Relatos Mensais: apêndice 2 ……………………………………………….………….... 41
3.1.1.3- Ficha de desligamento: apêndice 3 ………………………………………...………........ 43
3.2.1.1- Ficha de triagem: apêndice 4 ……………………………………………...………........ 44
3.2.1.2- Roteiro de Anamnese: apêndice 5………………………………………..…………....... 45
3.2.1.3- Laudo: apêndice: 6 ………………………………………………………..………….......54
3.2.1.4- Relatos Mensais: apêndice 7 ……………………………………………...……………...53
3.2.1.5- Ficha de desligamento: apêndice 8 ………………………………………...…………......63
3.3.1.1- Ficha de triagem: apêndice 9 ……………………………………………………...……..65
3.3.1.2 -Relatos Mensais: apêndice 10 ……………………………………………..……;……….66
3.3.1.3- Ficha de desligamento: apêndice 11 ……………………………………….…………..... 67
3.4.1.1- Ficha de triagem: apêndice 12 ………………………………………….……................. 68
3.4.1.2- Roteiro de Anamnese: apêndice 13 …………………………………………................... 70
3.4.1.3- Laudo: apêndice: 14 …………………………………………………………………...... 77
3.4.1.4- Relatos Mensais: apêndice 15 ………………………………………….......................... 83
3.5.1.1- Ficha de triagem: apêndice 16 …………………………………………......................... 93
3.5.1.3- Laudo: apêndice: 17 ………………………………………….......................................... 94
3.5.1.4- Relatos Mensais: apêndice 18………………………………………….............................99
RESUMO: 
O presente relatório trata da prática do estágio curricular em Psicologia Clínica, tomando por base a Abordagem Análise do Comportamento. Relata a caracterização e as vivências a dupla de estágio do qual fui integrante, além das opiniões oriundas de vários momentos de troca e discussões a respeito das experiências vividas. Contém ainda o registro dos aspectos mais singulares vivenciados pela acadêmica de Psicologia, referidos ao 8º, 9º e 10º períodos. Na primeira parte do relatório, portanto, são encontradas informações gerais: caracterização do campo de estágio; objetivos (geral e específicos); justificativa; plano de estágio; atividades desenvolvidas no estágio e percepções e vivências da estagiária em questão. Em seguida, são encontrados os relatos dos atendimentos realizados ao longo do estágio, além de cinco estudos de casos atendidos. Ao final do relatório, estão presentes algumas considerações a respeito da experiência de estágio e as referências bibliográficas.
Palavras-chave: Estágio; Psicologia Clínica; Abordagem Análise do comportamento;
1. INTRODUÇÃO
1 Caracterização da Clínica de Psicologia
A Clínica de Psicologia da UNIVALI presta atendimentos à comunidade de Itajaí e região desde 1991. Em todos esses anos a demanda de atendimentos tem aumentado, o que demonstra o reconhecimento das pessoas e instituições aos serviços prestados. Os atendimentos psicológicos são realizados com crianças, adolescentes e adultos, atendidos nas modalidades individual e grupal, nos diferentes modelos psicoterapêuticos: Cognitivo Comportamental, Psicologia Existencial, Gestalt, Psicanálise, Psicodrama, Psicologia Analítica e Psicoterapia Sistêmica. Todas essas ações objetivam a concretização de práticas de ensino e aprendizagem em Psicologia, mediante a prestação de serviços aos usuários residentes no município de Itajaí e região, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde, por busca espontânea para realização de psicodiagnóstico e tratamento psicoterapêutico.
1.2 Objetivos 
Objetivo geral:
Desenvolver as competências técnico-científicas da formação do psicólogo para realizar orientação, aconselhamento psicológico e psicoterapia com indivíduos e grupos, na perspectiva da promoção, proteção e reabilitação de pessoas em diferentes momentos do ciclo de vida e em variados contextos, considerando a ética profissional, com ênfase em saúde eintegralidade, direitos humanos, acessibilidade e políticas inclusivas.
Objetivos específicos: 
8º período:
a) Identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, diagnosticar, elaborar projetos, planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da população-alvo; b) Escolher e utilizar instrumentos e procedimentos de coleta de dados em Psicologia, tendo em vista a sua pertinência; c) Realizar diagnóstico e avaliação de processos psicológicos de indivíduos, de grupos e de organizações; d) Relacionar-se com o outro de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação profissional; e) Elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações profissionais, além de materiais de divulgação; f) Saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional.
9º e 10º períodos:
a) Realizar orientação, aconselhamento psicológico e psicoterapia; b) Coordenar e manejar processos grupais, considerando as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros; c) Atuar inter e multiprofissionalmente, sempre que a compreensão dos processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar; d) Atuar profissionalmente em diferentes níveis de ação de caráter preventivo ou terapêutico, considerando as características das situações e dos problemas específicos com os quais se depara; e) Saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional.
1.3 Regulamentação do estágio em Psicologia na UNIVALI
De acordo com a RESOLUÇÃO N.º 022/CONSUN-CaEn/2016 que aprova o Regulamento das Atividades de Conclusão do Curso de Psicologia (Cód. e-MEC 303931), bacharelado, do CCS, Campus Itajaí, em seu art. 87: são nulos, de pleno direito, os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar preceitos contidos neste Regulamento. 
Parágrafo único. Havendo comprovação de fraude ou plágio, total ou parcial, o acadêmico perderá seus direitos ao Estágio, devendo matricular-se novamente na disciplina, sem prejuízo das sanções penais, cíveis e regimentais cabíveis. 
TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
Cláusula Segunda – DAS OBRIGAÇÕES DO ESTAGIÁRIO
Caberá ao ESTAGIÁRIO:
I – Cumprir o Programa de Atividades de Estágio, aprovado pela UNIVALI, com a concordância da PARTE CONCEDENTE, primando pela eficiência, exatidão e responsabilidade em sua execução;
II – Respeitar e acatar as normas internas da PARTE CONCEDENTE, mantendo rígido sigilo sobre as informações de caráter privativo nela obtidas, abstendo-se de qualquer atitude que possa prejudicar o nome, a imagem ou a confiança interna e pública da PARTE CONCEDENTE;
III – Manter relacionamento interpessoal e profissional de alto nível, na PARTE CONCEDENTE e com clientes e público em geral, respeitando os valores da PARTE CONCEDENTE e os princípios éticos da profissão;
IV – Ressarcir a PARTE CONCEDENTE de qualquer dano material a ela causado por negligência, imprudência ou imperícia, bem como pagar por despesas de ordem pessoal;
V – Responder judicialmente por atos ilícitos praticados durante a vigência do presente Termo de Compromisso;
VI – Elaborar e entregar à UNIVALI os relatórios de atividades de estágio, fichas de avaliação, fichas de frequência e fichas de acompanhamento, dando vistas ao orientador da PARTE CONCEDENTE; 
VII – Comunicar imediatamente à parte concedente e à UNIVALI, o término do vínculo acadêmico nos casos de desistência/abandono, cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do aluno na forma regimental ou frequência irregular.
1.4 Estrutura e funcionamento da Clínica
A Clínica de Psicologia fica dentro da UNIVALI. O horário de funcionamento da clínica é de 08:00 às 22:00, de segunda a sexta-feira. 
A clínica tem em sua estrutura física as seguintes divisões:
	Composição das Salas
	01
	Coordenação
	01
	Almoxarifado
	01
	Recepção
	01
	Espera dos usuários (interditada)*
	01
	Espera dos estagiários (interditada)*
	01
	Para estudos (interditada)*
	02
	Orientação (interditada)*
	02
	Atendimento infantil
	05
	Atendimento adulto
	01
	Circuito interno de som e imagem (interditada para estagiários)*
Devido a pandemia de COVID-19 as salas marcadas com asterisco (*) foram interditadas seguindo as normas sanitárias dos governos municipal e estadual. As demais salas continuaram em funcionamento seguindo as mesmas regras.
As pessoas interessadas podem se dirigir até a recepção da Clínica de Psicologia, ou ligar para a clínica, com ou sem encaminhamento e cadastrar seus dados pessoais e preferência de horários para atendimento. O usuário pode escolher horário matutino, vespertino e/ou noturno. Em se tratando de criança ou adolescente, o cadastro precisa ser realizado por um dos responsáveis do menor. 
	A partir do cadastro inicial, o usuário entra em uma fila de espera e será chamado de acordo com a disponibilidade de vagas da Clínica de Psicologia da UNIVALI. Este é um processo dinâmico, portanto, a abrangência de horários cadastrados pelo usuário diminui o tempo de espera para ser chamado. 	
Uma vez que o usuário é chamado para atendimento na Clínica de Psicologia da UNIVALI procede-se o agendamento do dia para o primeiro atendimento. Nesse momento se dará início ao psicodiagnóstico, processo realizado pelos estagiários do Curso de Psicologia. No primeiro dia de atendimento, o usuário deverá ser informado pelo estagiário sobre a assinatura do TERMO DE COMPROMISSO, o qual determina os procedimentos para a realização dos atendimentos na Clínica de Psicologia da UNIVALI.
Neste período de Pandemia iniciou-se na Clínica de Psicologia o plantão que é destinado a pessoas que buscam um atendimento de apoio emergencial. Em situações de crise como: tomadas
1.5 Critérios para o registro dos atendimentos no prontuário
A Clínica de Psicologia mantém arquivo sigiloso dos documentos decorrentes dos serviços prestados, organizado em um prontuário para cada usuário. Estas informações são registradas no sistema informatizado conforme o que estabelece a Resolução CFP nº 1/2009, alterada pela Resolução nº 006/2019.
Constará do prontuário: Identificação do usuário/instituição; Avaliação de demanda e definição dos objetivos do trabalho; Registro da evolução dos atendimentos, de modo a permitir o conhecimento do caso e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados; Registro de encaminhamento ou encerramento; 
As cópias de documentos produzidos pelo orientador e pelo estagiário para o usuário a respeito do serviço de Psicologia prestado deverão ser arquivadas com o registro da data de emissão, finalidade e destinatária(o).
O prontuário é de acesso irrestrito ao usuário do serviço psicológico ou a uma terceira pessoa por ele autorizado. A Clínica de Psicologia fornecerá o conteúdo do prontuário ao usuário, caso ele solicite. 
Não farão parte do prontuário os documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica (Art.2º, inciso VI). Além disso, os relatórios de supervisão, observações e instruções dos professores orientadores e registros administrativos serão arquivados na pasta de registro documental, por se tratar de conteúdo acadêmico, exclusivamente compartilhado entre orientador/supervisor e estagiário. 
Estes são arquivados em pasta de acesso exclusivo do estagiário e do psicólogo orientador/supervisor. A guarda dos documentos resultantes de prestação de serviços psicológicos é de responsabilidade do psicólogo e da instituição concedente de estágio e obedece ao disposto no Código de Ética Profissional (Resolução CFP nº 10/2005) e no Manual de Documentos Escritos (Resolução CFP nº 006/2019). 
A Resolução CFP nº 04/2019 estabelece que os documentos decorrentes de avaliação psicológica devem ser guardados pelo prazo mínimo de cinco anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto da (o) psicólogo quanto da instituição em que ocorreu o serviço.Para os atendimentos em grupo não eventual, o psicólogo deve manter além dos registros dos atendimentos, a documentação individual a cada usuário, conforme Resolução CFP 001/2009 (alterada pela Resolução CFP 005/2010).
1.6 Critérios para desligamento dos usuários no processo de triagem
a) Quando o usuário não comparecer pela primeira vez ao atendimento, automaticamente, na semana seguinte será chamado outro usuário;
b) Quando o usuário vem pela primeira vez e falta no atendimento seguinte, ou; as secretárias da Clínica de Psicologia da UNIVALI chamaram outro usuário conforme fila de espera por atendimento.
c) Quando o usuário tiver 01 (uma) falta sem justificativa durante a fase de avaliação psicológica, em ambas as situações, o professor orientador e o estagiário irão avaliar a necessidade de desligar ou continuar o atendimento com este usuário. O professor orientador ou o estagiário devem avisar a Clínica se o usuário continuará o atendimento.
1.6.1 Critérios para desligamento dos usuários no processo de triagem
a) Quando o usuário não comparecer pela primeira vez ao atendimento, automaticamente, na semana seguinte será chamado outro usuário;
b) Quando o usuário vem pela primeira vez e falta no atendimento seguinte, ou; as secretárias da Clínica de Psicologia da UNIVALI chamaram outro usuário conforme fila de espera por atendimento.
c) Quando o usuário tiver 01 (uma) falta sem justificativa durante a fase de avaliação psicológica, em ambas as situações, o professor orientador e o estagiário irão avaliar a necessidade de desligar ou continuar o atendimento com este usuário. O professor orientador ou o estagiário devem avisar a Clínica se o usuário continuará o atendimento.
1.6.2 Critérios para desligamento dos usuários no processo de psicoterapia
a) Quando o usuário faltar ao primeiro atendimento, logo após a avaliação psicológica;
b) Quando o usuário tiver 02 (duas) faltas consecutivas durante o semestre sem justificativas.
1.7 Encaminhamentos
 	Quando houver necessidade de encaminhamento para outro profissional (médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta etc.) o estagiário deve utilizar o modelo de Referência/Contrarreferência que está disponível online no Material Didático, sendo necessária a assinatura do estagiário e do professor orientador. Cabe salientar que o estagiário deverá providenciar duas vias deste documento (1 via para o usuário e 1 via para arquivamento na Clínica).
Quando se tratar de encaminhamento para o Serviço de Psiquiatria do Ambulatório Médico da UNIVALI, o mesmo deve ser entregue na Clínica para um dos psicólogos responsáveis que irão averiguar a disponibilidade de agendamento com o serviço e informarão ao orientador.
1.8 Postura ética do professor orientador, do estagiário e coordenação da clínica
Cabe ao orientador realizar orientação semanal aos acadêmicos de cinquenta minutos por estagiário; manter comunicação sistemática com a instituição concedente de estágio; quando houver necessidade, caberá ao professor orientador realizar observação dos atendimentos no local de estágio ou solicitar a gravação do atendimento do estagiário para assistir e discutir durante a orientação; informar à Clínica caso o estagiário não compareça na orientação, para que possam ser desmarcados os atendimentos; autorizar a solicitação de usuários; autorizar qualquer solicitação de serviço. Ex: ligações telefônicas para o usuário, etc.; orientar o acadêmico para que observe e preserve os valores éticos e morais; instrumentalizar os grupos de estagiários com conhecimentos teóricos e técnicos; avaliar o desempenho, aproveitamento e crescimento profissional dos estagiários por meio da ficha de Avaliação do Estagiário (FAE); Estimular a autoavaliação dos estagiários no que se refere às atividades programadas e/ou executadas; orientar a elaboração de relatório semestral, relatos mensais e demais documentos decorrentes de atendimento clínico durante o estágio, corrigindo-os conforme padrão exigido no Curso de Psicologia da UNIVALI e nas resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP); orientar, auxiliar e coordenar os estagiários nos registros documentais, referentes aos atendimentos, no sistema informatizado; liberar no sistema informatizado os documentos referentes aos atendimentos realizados pelos estagiários; participar das reuniões planejadas pela coordenação da área clínica; preparar os estagiários para a apresentação no Seminário de Iniciação Profissional; assinar e incluir a inscrição no Conselho Regional de Psicologia (CRP) em todos os documentos referentes ao estágio, conforme a resolução CFP nº 07/2003, 001/2009, 06/2019. Fazer cumprir as normas deste Manual e da Clínica.
O estagiário deve providenciar assinatura do Termo de Compromisso de Estágio; participar de orientação semanal na Univali, em dia e horário estabelecidos previamente pelo Professor Orientador de Estágio; ser assíduo e pontual na Clínica, permanecendo nesta somente durante o horário determinado; ser assíduo e pontual nas orientações com o professor; executar as atividades previstas nos estágios com ética e sigilo; recorrer, primeiramente, ao professor orientador sempre que surgirem dificuldades ou dúvidas em relação aos atendimentos; entregar à Secretaria da Clínica, a documentação referente ao estágio, conforme cronograma do Curso; zelar pelo bom nome da Instituição de Ensino que representa e do campo de estágio em que atua; executar as atividades de estágio com eficiência e eficácia, evidenciando domínio teórico-técnico; elaborar relatório semestral, relatos mensais e demais documentos decorrentes de atendimento clínico durante o estágio; registrar Fichas de Anamnese, relatos Mensais, fichas de Desligamento e demais documentos referentes aos atendimentos no sistema informatizado; manter sigilo dos assuntos referentes aos atendimentos, orientações e observações de atendimentos, bem como a tudo que estiver relacionado ao estágio; usar obrigatoriamente o crachá de identificação e jaleco verde conforme o modelo da Clínica (o comprimento do jaleco deve ir até o joelho e os botões fechados durante os atendimentos e observações); registrar diariamente, em formulário específico, seus horários de atendimento, observação; zelar pelos materiais utilizados nos atendimentos e pela infraestrutura da Clínica; atuar de acordo com os preceitos do Código de Ética Profissional do Psicólogo; relatar e discutir os casos atendidos e observados somente durante as orientações; fazer cumprir as normas deste Manual e da Clínica.
Cabe a coordenação da clínica o dever de chamar o usuário para atendimento; designar as salas para atendimento dos estagiários; orientar no início do semestre sobre as regras de funcionamento deste local de estágio; verificar se os estagiários estão cumprindo suas obrigações no ambiente da clínica de Psicologia e relatar ao orientador, através de ocorrência, nominalmente; orientar para o uso do sistema informatizado da clínica; ouvir o aluno em caso de dificuldade no ambiente da Clínica e encaminhar a demanda para o serviço específico (Programa Acolher ou para seu orientador ou ainda responsável de área da Clínica).
1.9 Competências do responsável de área do estágio de práticas psicoterapêuticas 
Organizar com a Coordenação do Curso a distribuição dos estagiários dos Estágio em Práticas Psicoterapêuticas; Sistematizar e implementar ações referentes ao estágio, em acordo com os Professores Orientadores e a Coordenação de Curso; Realizar reuniões com os Professores Orientadores, visando o planejamento, organização e concretização dos objetivos e atividades do estágio; Cumprir e fazer cumprir o Regulamento do Estágio e demais atos normativos internos; Realizar as demais atividades inerentes à docência, não especificadas neste Regulamento.
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Formação, abordagem, habilidades e competência nas práticas psicoterapêuticas do psicólogo clínico
Entende-se com isto que a prática da "Formação" (ou Treinamento ou Especialização) realizada por profissional de Psicologia como pessoa físicaou jurídica, que se proponha a transmitir ou treinar habilidades em Métodos e Técnicas Psicológicas, é encarado como Exercício Profissional e, portanto, como da alçada do Conselho de Psicologia.
Entende-se que o Exercício Profissional é função do psicólogo, conforme previsto na Lei No.4.119/62 e no Decreto No.53.464/64 em determinadas áreas. Na Consolidação das Resoluções do Conselho Federal de Psicologia (No.004/86), temos no seu Título IV (Do Exercício Profissional) o disposto a seguir:
Art.49 - O psicólogo é pessoalmente responsável pelas atividades profissionais que exerce.
Art.50 - Sem prejuízo do caráter privativo da atividade profissional, o psicólogo poderá delegar funções a estagiário, como forma de treinamento. Parágrafo 01 - A concessão de estágio deverá ocorrer somente em situação em que fique caracterizada a natureza didática de atividade a ser realizada pelo estagiário e sob condições em que seja efetivamente possível supervisionar o trabalho do mesmo, respeitado o disposto na Legislação sobre o estágio curricular ou, quando couber, estágio extracurricular previsto em Lei. Parágrafo 02 - O psicólogo responsável obriga-se a verificar pessoalmente a capacitação técnica de seu estagiário, supervisionando-o e sendo o responsável direto pela aplicação adequada dos métodos e técnicas psicológicas e pelo respeito à ética profissional. Parágrafo 03 - Para os efeitos dispostos neste artigo, considera-se estagiário o estudante do ciclo profissional, de curso oficialmente reconhecido de graduação de psicólogo, regularmente matriculado, cursando disciplinas profissionalizantes que envolvam atividades práticas e que atendam à legislação sobre o estágio curricular ou extracurricular". (Conselho Federal de Psicologia, 1995).
Portanto, é exercício profissional, a prática ou a transmissão da prática que venha a ser considerada como privativa do Psicólogo. Sobre este assunto temos a regulamentação oficial contida na Lei No.4.119/62 (que estabelece o que é prerrogativa do psicólogo) e no seu Decreto No.53.464/64 (que regulamenta a Lei 4.119) que dispõe: são funções do psicólogo: utilizar métodos e técnicas psicológicas com o objetivo de: a) diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; d) solução de problemas de ajustamento..."
O papel do psicólogo diante da demanda atual, no que diz respeito à formação de um terapeuta, é de uma necessidade de supervisão clínica para a formação e desenvolvimento das habilidades terapêuticas - empatia, autenticidade, aceitação, capacidade de instrução e de escuta, segurança, observação, atitude diretiva, disponibilidade e uso criterioso do humor (LEAHY, 2012). Na mesma linha, Ulian (2002) enfatiza a necessidade de psicólogos clínicos terem habilidades terapêuticas específicas em sua relação com o cliente, apesar de tais habilidades nem sempre serem treinadas durante a graduação. Segundo a revisão feita por Hatcher et al. (2013), entre as competências específicas requeridas do terapeuta estão a capacidade de escolher, estimular, escutar, compreender e ser empático. Outras características complementam a base de uma formação de psicoterapeutas competentes, a saber: assertividade, expressividade emocional e habilidade de perceber aspectos de si durante o atendimento (PACHECO e RANGÉ, 2006). Ainda que exista um número pouco expressivo de estudos que evidenciam o questionamento da aptidão desses futuros psicólogos para o exercício da profissão de maneira eficaz, a necessidade de aferir quais as habilidades sociais são requisitadas na prática clínica do estágio de maneira mais abrangente e aprofundada são importantes nesse contexto.
2.2- O processo do psicodiagnóstico: entrevista clínica inicial, triagem e anamnese
 
A entrevista clínica inicial é um importante meio, em que o psicólogo levanta informações, conhece o cliente/usuário, e assim formula hipóteses e utiliza-se de instrumentos como os testes, caso necessário, que o auxiliem a confirmar, ou refutar sua hipótese (FRAGA, 2016). 
Pela triagem se estabelece, muitas vezes, a “porta de entrada” para o encaminhamento dos clientes/usuário às outras modalidades de atendimento, tendo assim, o relevante papel em uma clínica, dada sua função de escuta inicial, avaliação e encaminhamento. Como acontece na maioria das instituições de saúde, a demanda é geralmente maior do que o número de vagas oferecido, havendo rotineiramente pessoas que não conseguem atendimento (CHAMMAS E HERZBERG, 2006; GUERRELHAS E SILVARES, 2000; HERZBERG, 1996; MELO, 1999; SALINAS E SANTOS, 2002).
Nesse momento, também se visualiza a resposta do sujeito envolvido, o que possibilita um planejamento mais adequado em relação à intervenção terapêutica. Monteiro (2010) acrescenta que, as devolutivas precisam ser planejadas a partir da integração do material obtido ao longo da avaliação, pois, dessa forma, o usuário recebe as informações de maneira mais acessível. 
Diferentes procedimentos e instrumentos podem ser empregados (MOURA, 1995), sendo constantes na entrevista clínica semi aberta, são aplicados pelo psicólogo ou os autoaplicáveis, além da variação entre triagem individual ou em grupo. Dentre os instrumentos, existem os estruturados (inventários, formulários, questionários, anamnese ou escalas) e os mais abertos (entrevistas psicológicas, por exemplo), cada qual oferecendo um tipo diferente de informação, o que definirá os limites e possibilidades de seu uso (Moura,1995).
A anamnese, segundo Fraga (2016), trata-se da investigação do histórico do cliente/usuário e ocorre ao longo das entrevistas. Ela objetiva reconstruir a história do sujeito, verificando desenvolvimento e o significado atrelado à queixa ao longo do tempo por aquele que a relata.
Na abordagem da análise do comportamento o levantamento dos dados do cliente é feita a partir da identificação destas variáveis, a análise funcional do comportamento pode ser planejada as intervenções. Isso é fundamental para o sucesso da intervenção psicoterápica.
O terapeuta ajudará o cliente a analisar suas mudanças, levantar possíveis causas de sucesso e fracasso e, principalmente, se houve aumento de sua capacidade de solucionar problemas. Também é importante discutir situações em que o problema fugiu do controle e voltou a ocorrer, incentivando o cliente a levantar alternativas viáveis para lidar com tais situações sem ajuda do terapeuta. O objetivo dessa análise é desenvolver a autonomia dos clientes para que eles mesmos possam resolver seus problemas.
Para conseguir desenvolver esta habilidade, o terapeuta irá proporcionar reforço positivo adicional ao reforço natural, como uma estratégia de fortalecimento dos ganhos obtidos, ou seja, a cada passo que o cliente avançar na sua adaptação ao contexto e observar os ganhos que obteve (reforço natural), o terapeuta deve promover reforço positivo adicional, valorizando cada conquista. Uma forma eficaz de incentivar a autonomia, de acordo com os autores Ervin, Bankert e Dupaul (1999), é implantando procedimentos de autoavaliação e auto registro. 
A autoavaliação se refere a ensinar o cliente a avaliar seu comportamento para determinar se uma mudança específica ocorreu. O auto registro consiste em contar quantas vezes o comportamento-alvo ocorreu. À medida que o cliente vai aprendendo a se autoavaliar, o terapeuta pouco a pouco pode ir retirando o feedback adicional. 
 2.3- Abordagem psicoterapêutica: análise do comportamento
A análise do comportamento origina-se de uma posição behaviorista assumida por Skinner (1961; 1953; 1967;1974; 1957; 1978; 1969 e 1980) por motivos mais históricos. Skinner parte da demonstração de que há ordem e regularidade no comportamento, ou seja, um senso de ordem emerge simplesmente da observação mais cuidadosa do comportamento humano. Todos estamos continuamente analisando eventualidades e pressupondo o que os outros farão diante delas e nos comportamos de tal modo como pressuposto. Caso as interações entre os indivíduos fossem caóticas, simplesmente não estaríamos aqui. O estudocientífico do comportamento favorece e completa essa experiência do dia a dia, quando demonstra as relações entre eventualidades e comportamentos e ainda quando demonstra as relações de forma mais precisa. 
Falando ainda sobre o termo behaviorismo radical, é descrito que o comportamento é determinado e definido como, interação organismo ambiente, tem função biológica adaptativa, é entendido dentro de um contexto e a partir de relações funcionais as contingências e descreve um modelo selecionista de causalidade, abrangendo a história da espécie, do indivíduo e da cultura (BAUM, 1999; CHIESA, 1994; DOUGHER E HAYES, 2000; SKINNER, 1981; TODOROV, 1981). Desta forma, de acordo com McGuigan (1976), o analista do comportamento considera sentimentos, somatizações, atitudes, emoções, valores e pensamentos de um indivíduo como variáveis dependentes, resultantes deste processo interativo nomeado de contingências.
A Análise Comportamental Clínica, nomeada como Terapia Analítico-Comportamental (VANDENBERGHE, 2001), é um termo utilizado para referir-se às propostas de intervenção clínica, que são baseadas nos princípios resultantes da Análise Experimental do Comportamento e do Behaviorismo Radical de B. F. Skinner. Suas estratégias de intervenção estão voltadas para o setting terapêutico, em que há ênfase na análise operante do comportamento verbal, na relação terapeuta-cliente e na análise dos eventos privados sem, no entanto, perder o cunho externalista de causalidade. Entre alguns modelos clínicos baseados na Análise do Comportamento, destacam-se a Psicoterapia Analítica Funcional - FAP (Functional Analytic Psychoterapy) (KOHLENBERG e TSAI, 1991;2001), a Terapia por Contingências de Reforçamento (GUILHARDI, 2004), a Terapia de Casal Integrativa IBCT (Integrative Behavioral Couple Therapy) (BERNS, JACOBSON E CHRISTENSEN, 2000), a Terapia da Aceitação e do Compromisso ACT (Acceptance and Commitment Therapy) (HAYES; STROSAHL; WILSON, 1999), a Terapia Comportamental Construcional e a Terapia Comportamental Dialética (VANDENBERGHE, 2003).
Muitas pessoas, quando estão sob efeitos de contingências aversivas, recorrem à terapia segundo Skinner (1953; 1993). Para que ocorra mudanças, é necessário interferir nestas contingências, caso contrário, a situação continuará do mesmo jeito. Nesse âmbito, por exemplo, um cliente pode falar sobre um sentimento desagradável por muitas sessões, mesmo que o ambiente terapêutico seja predominantemente verbal e isto não produzir o menor efeito, pelo fato de não ter levado a mudanças nas contingências determinantes.
Embora a teoria clínica analítico-comportamental, descreva interpretações como relatos de comportamento pressupostos com base em princípios comportamentais estabelecidos, há uma grande variação na forma, foco e escopo dessas interpretações (PERKINS; HACBERT; DOUGHER, 2000). Encontrar resultados incompatíveis nessas variações, não seria surpresa.
Existem várias formações da terapia comportamental, de acordo com Vandenberghe (2001), ele apresenta diferentes eixos formadores chamado Terapia Comportamental, entre eles destacam-se: a) a Terapia Comportamental Clássica: que tem como objetivos terapêuticos promover mudanças em mecanismos internos do cliente, a partir do condicionamento pavloviano; b) a Análise Comportamental Aplicada, ou Modificação do Comportamento: que tem por objetivo manipular contingências específicas relacionadas a mudanças em comportamentos-alvo, não considerando eventos privados; c) a Terapia Cognitiva Comportamental: cujos objetivos estão relacionados a mudanças em crenças distorcidas ou irracionais e d) a Análise Clínica do Comportamento: que tem como objetivo promover mudanças nas contingências a partir da relação terapêutica em um setting clínico. Assim sendo, estes modelos apresentam objetivos e propostas de mudanças diferentes e, muitas vezes, incompatíveis. Entretanto, muitas terapeutas comportamentais com formação clínica relacionadas em manuais das décadas de 70 e 80 (RIMM; MASTERS, 1983), sofreram forte influência de estratégias clínicas variadas que incluíam, dentro de uma mesma ótica comportamental, técnicas pertencentes a estes diferentes modelos formadores do comportamentalismo. 
A análise feita a partir do sujeito único, também pode ocorrer em função do método indutivo praticado na análise experimental do comportamento, privilegiando os dados obtidos a partir da história de contingências de um único sujeito (CHIESA, 1994). Dougher e Hayes (2000), por exemplo, diferenciam o modelo idiográfico, adotado pela Análise do Comportamento, do modelo nomotético, comum em abordagens baseadas em modelos diagnósticos estatísticos. Isto significa que, apesar de os princípios de análise do comportamento estarem dentro das regularidades buscadas pela ciência, como afirma Chiesa (1994), a análise funcional dos comportamentos de cada cliente sempre será peculiar, devido à sua história única. Isto abre inúmeras possibilidades interpretativas e desfavorece pacotes generalizados de tratamento. Duas pessoas, com o mesmo quadro clínico podem necessitar de intervenções contingentes bem diferenciadas. Como afirmou Dougher e Hayes (2000), o que é reforçador ou punidor varia de pessoa para pessoa, e ao longo do tempo para a mesma pessoa.
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS
3.1- Caso 1: 
3.1.1- Identificação do usuário 
Iniciais: J.R.P
Idade: 24 anos
Prontuário número: 68857
Data de início e término de atendimento: 06/09/2019 e 09/10/2019
Seguem todos os documentos produzidos nos atendimentos, que constam como apêndice.
3.1.1.1- Ficha de triagem: apêndice 1
3.1.1.2- Relatos Mensais: apêndice 2
3.1.1.3- Ficha de desligamento: apêndice 3
3.1.2 - Descrição da demanda: ansiedade, TAG, princípio de depressão e sofrimento excessivo pela pressão dos pais.
3.1.3- Procedimentos:
O acompanhamento da usuária ocorreu semanalmente, totalizando quatro encontros, em sessões de cerca de 50 minutos na Clínica de Psicologia. Com o objetivo de avaliar as condições psicológicas, utilizou-se como técnicas: triagem, entrevista clínica e desligamento da usuária.
3.1.4- Análise: 
A cliente pediu desligamento antes de iniciarmos as intervenções, alegando que o horário das sessões, por serem durante o dia, estava comprometendo suas atividades diárias. 
3.1.5- COVID-19: A cliente em questão iniciou seu atendimento antes da pandemia ocasionada pela COVID-19.
3.1.5- Conclusão: 
A cliente foi orientada que continuasse vindo nas sessões, até o fim do semestre para que no semestre seguinte, pudéssemos fazer a troca do turno diurno para o noturno, porém a usuária não quis aguardar. Diante disso, não existem dados suficientes para a realização nem ação de intervenções.
3.2- Caso 2: 
3.2.1- Identificação do usuário 
Iniciais: C.R.S
Idade: 24 anos
Prontuário número: 60938
Data de início e término de atendimento: 18/08/2020 e 25/10/2020. 
Breve histórico: 
usuário do sexo feminino, 26 anos, recepcionista de um salão de beleza há 6 meses, com ensino médio completo, reside com o namorado a 3 anos. A usuário veio à clínica por demanda livre, suas principais queixas são: não conseguir se decidir profissionalmente e se sente pressionada, não consegue realizar as atividades do trabalho corretamente, devido a sintomas que ocorrem a 9 meses, como: tremedeira, sudorese, taquicardia, “enxerga tudo em preto” e sente muito medo. O Pai tem bons hábitos alimentares. A mãe tem um temperamento explosivo, pois o pai a deixa nervosa quando fica alcoolizado, a mãe é sedentária, sem problemas de saúde. Os pais são casados há 30 anos. Possui 2 irmãs, ambas solteiras. A usuários relatou que sofre, pois os sintomas citados acima, aparecem quando fica perto de pessoas desconhecidas e no trabalho. Sofre de insônia recorrente durante a semana. Tem dúvidas sobre seu relacionamento atual com o namorado, pois a diferença de idade e estilo de vida são muito diferentes.
Seguem todos os documentos produzidos nos atendimentos, que constam como apêndice.
3.2.1.1- Ficha de triagem: apêndice 4
3.2.1.2- Roteirode Anamnese: apêndice 5
3.2.1.3- Laudo: apêndice 6
3.2.1.4- Relatos Mensais: apêndice 7
3.2.1.5- Ficha de desligamento: apêndice 8
3.2.2 - Descrição da demanda: 
A usuário C. veio à clínica com queixas de não conseguir se decidir profissionalmente e se sente pressionada, não consegue realizar as atividades de trabalho corriqueiras, pois tem a responsabilidade de gerenciar o salão de beleza, diante de problemas recorrentes, quando se sente pressionada e quando fica perto de pessoas desconhecidas, ou que não tem  muita intimidade, os sintomas de tremedeira, sudorese, taquicardia, enxerga tudo em preto e sente muito medo, logo aparecem, por isso a usuário relata que, evita sair a locais públicos como, bares, supermercados e filas de bancos.  Os sintomas ocorrem a cerca de 9 meses, sem motivo aparente de acordo com C., não consegue se lembrar de algum evento que tenha ocasionado isso. Sofre de insônia recorrente durante a semana, por ficar imaginando as atividades que tem que executar no dia seguinte em seu. Tem dúvidas sobre seu relacionamento atual com o namorado, pois a diferença de idade e estilo de vida são muito diferentes.
3.2.3- Procedimentos: 
O acompanhamento da usuária ocorreu semanalmente, totalizando quatro encontros, em sessões de cerca de 50 minutos na Clínica de Psicologia. Com o objetivo de avaliar as condições psicológicas, utilizou-se como técnicas: triagem, entrevista clínica e anamnese, devolutiva e laudo psicológico.
3.2.4- Análise: 
C. relata que sua mãe lhe contou que, quando nasceu seu pai a rejeitou, pois os pais aguardavam um menino, de acordo com exames feitos. Se sentiram surpresos ao se depararem com o nascimento de uma menina, que seria a 3ª filha. A usuária hoje se sente rejeitada pelo pai e acredita que esse seja o motivo, pois ele queria um menino. Hoje C. vive um relacionamento conturbado com o pai, pois menciona que em alguns momentos o pai tira “sarro” dela e brinca que aguardava um menino no lugar, ele tem 62 anos e faz uso de álcool excessivo, é representante comercial, tem bons hábitos alimentares. C, diz que tem um ótimo relacionamento com a mãe que tem 56 anos, é do lar, porém a mesma tem um temperamento explosivo, pois o pai a deixa nervosa quando fica alcoolizado. A usuária acredita que a mãe seja bipolar, porém a mesma não foi diagnosticada, é sedentária, sem problemas de saúde. Os pais são casados há 30 anos. C. relata que em sua infância, mais precisamente aos 5 anos, sofreu um incidente com a professora no período pré-escolar. Ela a maltratava, a deixava fora da sala de aula caso chegasse atrasada do recreio, a usuário se lembra que numa das atividades em sala, onde os colegas deveriam fazer um desenho um para o outro, a professora disse aos alunos para não fazerem para C. Ela abaixou a cabeça e começou a chorar. Uma colega disse para C. que faria um desenho para ela, porém chorou mais ainda com a situação. A mãe de C. percebeu que o comportamento de sua filha mudou, pois tinha dificuldades da leira e chorava algumas vezes, foi até  a escola de C. escondida, e viu como a professora a maltratava. Após esse evento, mudou C. de escola e nos anos posteriores ia à nova escola, dizendo que a filha tinha déficit de atenção, mas não explicou o motivo aos professores. Ao ser indagada se a usuário passou por avaliação psicológica para obter esse diagnóstico, disse que não. Com as novas professoras, C. disse que era bem tratada. Essa lembrança é muito marcante para C. em quando relembrava desse evento, começou a chorar em uma das sessões. Hoje tem “ranço de voltar para a sala de aula” (sic), só de imaginar, porém tem desejo de fazer faculdade de fotografia ou designer de interiores, quer ser autônoma profissionalmente, porém a insegurança e sentimento de incapacidade, além do medo de voltar para sala de aula, a impedem de realizar esse sonho. Possui 2 irmãs, sendo a mais velha de uma de 33 anos, telemarketing  e outra de 28 anos, gerente de RH, ambas solteiras. A usuário veio para Itajaí, desde 2000, o pai tinha uma concessionária de motos no Rio Grande do Sul que faliu. C. relata que vieram “fugidos para SC” (sic), pois como o pai devia a Receita Federal, era perseguido, poderia ter sido morto se continuasse morando lá. Há 3 anos C. mora com o namorado, estão juntos a 5 anos. Hoje C. tem dúvidas sobre seu relacionamento atual, pois ele tem 37 anos, a diferença de idade e estilo de vida são muito diferentes, o pensamento pelo término aumentou depois que C. conheceu um rapaz quando trabalhava como balconista em uma lanchonete a 7 meses. Está apaixonada por esse rapaz, a qual é seu confidente e amigo, porém não quer trair o namorado. 
	O namorado é músico e devido a rotina noturna mal se veem, o relacionamento esfriou e hoje até as intimidades sexuais com o parceiro são “por obrigação” (sic). C. começou a fazer o uso de maconha, para alívio de estresse, foi sugerido a mesma que não utilizasse essa substância nesses momentos, pois os sintomas podem piorar e que a ACC poderá ajudá-la a ter uma melhor qualidade de vida. Na adolescência C. tinha brigas com sua mãe, relata que foi “fase rebelde”, tinha pensamentos suicidas, porém nunca chegou às vias de fato. Durante as cessões, C. demonstrou lucidez, atenção, com orientação autopsíquica e alopsíquica temporal e espacial presentes e em normalidade. Quanto a sensopercepção, memória e articulação de linguagem encontram-se em normalidade, com a linguagem em ritmo fluente. A tonalidade e conteúdo encontram-se adequados, demonstra inteligência, boa compreensão e adequação em relação às perguntas e respostas que lhe foram feitas. O curso e conteúdo de seus pensamentos são coerentes e adequados. Quanto a despersonalização não apresentou, assim como não se apresentou fora da realidade. 
	De acordo com o caso de C., levantou-se a hipótese de Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) - 300.23 (F40.10), segundo a classificação do DSM-5 (APA, 2014).  Conforme as características do critério A para Transtorno de Ansiedade Social, pois C. sente-se com medo e ansiedade acentuados, em várias situações sociais quando é exposto a possível avaliação por outras pessoas desconhecidas, ou que não tem muita intimidade, ou gravar um vídeo para clientes do salão de beleza e ainda, quando tem que falar de algum produto que não tem tanto conhecimento, para seus chefes. Atente também a esse critério, ao relatar que quando está em seu local de trabalho, ou em filas de supermercado e de bancos, sente que as pessoas estão a observando (APA, 2014). C. também ao critério B. pois teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade onde serão avaliados negativamente pelas pessoas desconhecidas, ou colegas de trabalho (APA, 2014). A usuária também se enquadra no critério C., pois em situações sociais quase sempre provocam medo e ansiedade quando está perto de pessoas desconhecidas, ou que não tem intimidade. Sente vontade de ir embora dos locais quando essas pessoas a observam, ou fazem perguntas (APA, 2014). Atende ainda o critério D. ao relatar que evita ir em locais públicos, pois tem a sensação de que as pessoas a estão observando em todo momento, causando intenso medo ou ansiedade (APA, 2014). C, também se encaixa no critério E., pois relata que ao olhar em volta, percebe que todos os pensamentos negativos não se confirmam no ambiente (APA, 2014). O critério F. diz que o medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses, isso se enquadra ao caso de C., pois esses sintomas persistem a 9 meses (APA, 2014).  C. também relata que esses sintomas trazem prejuízo a sua vida social, pois em momentos de pressão os sintomas aparecem, por isso não consegue fazer suas tarefas de trabalho corretamente como gostaria, o que se encaixa no critério G (APA, 2014). A perturbação que C. enfrenta, não é em consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância, se enquadrando assim no critério H. (APA, 2014), ou de outra condição médica. O medo, ansiedade e esquiva que C. sente, não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtornomental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. (critério I. APA, 2014), nem em outra condição médica (critério J), o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo (APA, 2014). 
	De acordo com DSM-V, os indivíduos com transtorno de Ansiedade Social, têm preocupações com desempenho que são geralmente mais prejudiciais em sua vida profissional (p. ex., músicos, dançarinos, artistas, atletas) ou em papéis que requerem falar em público. Os medos de desempenho também podem se manifestar em contextos de trabalho, escola ou acadêmicos nos quais são necessárias apresentações públicas regulares. Os indivíduos com transtorno de ansiedade social somente desempenho não temem e evitam situações sociais que não envolvam o desempenho (APA, 2014). A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos (Critério A). Quando exposto a essas situações sociais, o indivíduo tem medo de ser avaliado negativamente. Ele tem a preocupação de que será julgado como ansioso, débil, maluco, estúpido, enfadonho, amedrontado, sujo ou desagradável. O indivíduo teme agir ou aparecer de certa forma ou demonstrar sintomas de ansiedade, tais como ruborizar, tremer, transpirar, tropeçar nas palavras, que serão avaliados negativamente pelos demais (Critério B). 
	Alguns têm medo de ofender os outros ou de serem rejeitados como consequência. O medo de ofender os outros – por exemplo, por meio de um olhar ou demonstrando sintomas de ansiedade pode ser o medo predominante em pessoas de culturas com forte orientação coletivista. Um indivíduo com medo de tremer as mãos pode evitar beber, comer, escrever ou apontar em público; um com medo de transpirar pode evitar apertar mãos ou comer alimentos picantes; e um com medo de ruborizar pode evitar desempenho em público, luzes brilhantes ou discussão sobre tópicos íntimos. Alguns têm medo e evitam urinar em banheiros públicos quando outras pessoas estão presentes (i.e., parurese, ou “síndrome da bexiga tímida”). 
	As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade (Critério C). Assim, um indivíduo que fica ansioso apenas ocasionalmente em situação(ões) social(is) não seria diagnosticado com transtorno de ansiedade social. Entretanto, o grau e o tipo de medo e ansiedade podem variar (p. ex., ansiedade antecipatória, ataques de pânico) em diferentes ocasiões. A ansiedade antecipatória pode ocorrer às vezes muito antes das próximas situações (p. ex., preocupar-se todos os dias durante semanas antes de participar de um evento social, repetir antecipadamente um discurso por dias). Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilização, comportamento de agarrar-se ou encolher-se em situações sociais. Os indivíduos com frequência evitarão as situações sociais temidas ou então as suportarão com intenso medo ou ansiedade (Critério D). A esquiva pode ser abrangente (p. ex., não ir a festas, recusar a escola) ou sutil (p. ex., preparando excessivamente o texto de um discurso, desviando a atenção para os outros, limitando o contato visual). 
	O medo ou ansiedade é julgado desproporcional ao risco real de ser avaliado negativamente ou às consequências dessa avaliação negativa (Critério E). Às vezes, a ansiedade pode não ser julgada excessiva porque está relacionada a um perigo real (p. ex., ser alvo de bullying ou atormentado pelos outros). No entanto, os indivíduos com transtorno de ansiedade social com frequência superestimam as consequências negativas das situações sociais, e, assim, o julgamento quanto a ser desproporcional é feito pelo clínico. O contexto sociocultural do indivíduo precisa ser levado em conta quando está sendo feito esse julgamento. Por exemplo, em certas culturas, o comportamento que de outra forma parece socialmente ansioso pode ser considerado apropriado em situações sociais (p. ex., pode ser visto como um sinal de respeito). 	A duração do transtorno é geralmente de pelo menos seis meses (Critério F). Esse limiar de duração ajuda a diferenciar o transtorno dos medos sociais transitórios comuns, particularmente entre crianças e na comunidade. Contudo, o critério de duração deve ser usado como um guia geral, com a possibilidade de algum grau de flexibilidade. O medo, a ansiedade e a esquiva devem interferir significativamente na rotina normal do indivíduo, no funcionamento profissional ou acadêmico ou em atividades sociais ou relacionamentos ou deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida (Critério G). Por exemplo, alguém que tem medo de falar em público não receberia um diagnóstico de transtorno de ansiedade social se essa atividade não é rotineiramente encontrada no trabalho ou nas tarefas de classe e se o indivíduo não tem um sofrimento significativo a respeito disso. 
	Entretanto, se evita ou ignora o trabalho ou educação que realmente deseja ter devido aos sintomas de ansiedade social, o Critério G é satisfeito. O transtorno de ansiedade social é com frequência comórbido com outros transtornos de ansiedade, transtorno depressivo maior e transtornos por uso de substâncias, e seu início geralmente precede o de outros transtornos, exceto a fobia específica e o transtorno de ansiedade de separação. O isolamento social crônico no curso de um transtorno de ansiedade social pode resultar em transtorno depressivo maior (APA, 2014). A comorbidade com depressão é alta também em adultos mais velhos. Substâncias podem ser usadas como automedicação para medos sociais; porém, os sintomas de intoxicação ou abstinência, como tremor, também podem ser uma fonte de (mais) medo social. O transtorno de ansiedade social é frequentemente comórbido com transtorno bipolar ou transtorno dismórfico corporal; por exemplo, um indivíduo tem transtorno dismórfico corporal referente à preocupação com uma leve irregularidade em seu nariz e também transtorno de ansiedade social devido a um medo grave de parecer pouco inteligente. 
	A forma mais generalizada de transtorno de ansiedade social, mas não o transtorno de ansiedade social do tipo somente desempenho, é com frequência comórbida com transtorno da personalidade evitativa. Em crianças, as comorbidades com autismo de alto funcionamento e mutismo seletivo são comuns. Alguns dos fatores predisponentes ou etiológicos possíveis para o desenvolvimento do TAS, podem ser fatores genéticos, neurológicos, timidez na infância, maus-tratos e experiências traumáticas (APA, 2014; MACHADO et al., 2014; ICON; KNIJINIL, 2004). O TAS tende a iniciar na infância, de forma gradual, com prejuízos significativos na vida profissional, social e afetiva (RANGE, 1995). 
	Constata-se que na prática clínica o TAS é raramente a principal razão para busca de tratamento e hospitalizações. Contudo, comorbidades psiquiátricas, como Transtorno do Pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Fobia Específica, Transtorno Depressivo Maior ou Transtornos Relacionados a Substâncias Psicoativas, levam esses usuários a procurar auxílio (APA, 2002, 2014; BEIDEL et al., 2004; KESSLER et al., 1999; MANFRO et al., 2003).  Barkowski  et  al.  (2016), em  um  estudo  de  revisão de literatura investigou a eficácia da psicoterapia em grupo para pessoas adultas com TAS e comparou com outros tipos de tratamento, como a terapia individual e a medicamentosa. Um dos critérios de revisão foram pesquisas publicadas a partir de 1990 até 2015, sendo identificados 36 estudos, com  a  maioria  (34  estudos)  utilizando  a  Terapia Cognitiva Comportamental em Grupo (TCCG). Esses estudos de intervenções para o TAS mostraram, através  de  medidas  de  resultado,  que  a  Terapia  Cognitiva  Comportamental, Terapia Analítico Comportamental e o Treino de HabilidadesSociais promovem a diminuição dos sintomas característico do TAS. 
	De acordo com a PBE, as pesquisas preocupadas em avaliações processuais e em resultados de processo também são importantes para a avaliação da efetividade e eficácia, pois permitem identificar elementos da interação terapêutica que garantem a obtenção dos resultados desejados. Assim, o estudo da interação terapêutica possibilita uma maior compreensão dos processos de mudança, contribuindo para o conhecimento na área clínica, juntamente com pesquisas de medidas de resultado e de avaliação de procedimentos. 
	Zamignani (2007) após revisão de literatura sobre a interação terapêutica na abordagem comportamental, elaborou um Sistema Multidimensional de Categorização de Comportamentos da Interação Terapêutica (SiMCCIT), para categorização dos comportamentos do terapeuta e do cliente. O SiMCCIT é composto por três eixos de categorização: Eixo I - comportamento verbal, Eixo II - temas e Eixo III - respostas motoras, sendo que os Eixos I e II possuem também qualificadores, que especificam propriedades do comportamento categorizado. O SiMCCIT oferece um catálogo amplo de fácil utilização, sendo relevante na utilização para o ensino de habilidades básicas do terapeuta (ZAMIGNANI; MEYER, 2011). 
3.2.5- COVID-19: A cliente em questão iniciou seu atendimento antes da pandemia ocasionada pela COVID-19
3.2.6- Conclusão: 
Através das sessões, preenchimento da anamnese e observações, é possível perceber o quanto C. sofre por causa das perturbações que a assolam. A usuária relata, que não se lembra de algum evento que tenha ocorrido, no período de um ano, que tenha desencadeado os sintomas que vivencia agora. Foi indicado a usuário que continue vindo nas sessões no próximo semestre, para que faça investigações que confirmem a hipótese diagnóstica de Transtorno de Ansiedade Social através da ACT, utilizada na abordagem Terapia Analítico Comportamental e o Treino de Habilidades Sociais, que apresenta resultados satisfatórios, com maior eficiência. Ajudando, por sua vez, na remissão dos sintomas visando a melhoria da qualidade de vida do usuário, de modo a aumentar atividades prazerosas, auxiliando na mudança de comportamento para o enfrentamento da situação e trabalhando na mudança em relação a pensamentos automáticos. Após a pausa devido à covid 19, não pode continuar pois a mudança de horário de noturno para vespertino o impediu de continuar os atendimentos.
3.3- Caso 3: 
3.3.1- Identificação do usuário 
Iniciais: P.R.N
Idade: 27 anos
Prontuário número: 92318
Data de início e término de atendimento: 17/03/2020 e 25/08/2020
3.3.1.1- Ficha de triagem: apêndice 9
3.3.1.2 Relatos Mensais: apêndice 10
3.3.1.3- Ficha de desligamento: apêndice 11
3.3.2 - Descrição da demanda: 
A usuária quer ajuda, pois quer ter uma vida estável, trabalho, profissão e vida amorosa. Já teve pensamentos suicidas. Antes fazia uso de entorpecentes.
3.3.3- Procedimentos: 
O acompanhamento da usuária ocorreu semanalmente, totalizando quatro encontros, em sessões de cerca de 50 minutos na Clínica de Psicologia. Com o objetivo de avaliar as condições psicológicas, utilizou-se como técnicas: triagem, entrevista clínica e ficha de desligamento do usuário.
3.3.4- Análise: 
O usuário participou somente de 1 sessão, após a pausa devido a covid-19, decidiu não continuar devido a mudança de horário, de noturno para vespertino, o que o impediu de continuar os atendimentos.
3.3.6- COVID-19: A cliente em questão iniciou seu atendimento antes da pandemia ocasionada pela COVID-19
3.1.5- Conclusão: 
O usuário só participou de 1 sessão após, pediu desligamento da clínica. Diante disso, não existem dados para a realização nem ação de intervenções.
3.4- Caso 4: 
3.4.1- Identificação do usuário 
Iniciais: D.R.F.S
Idade: 51 anos
Prontuário número: 68222
Data de início e término de atendimento: 25/08/2020 e 08/12/2020
3.4.1.1- Ficha de triagem: apêndice 12
3.4.1.2- Roteiro de Anamnese: apêndice 13
3.4.1.3- Laudo: apêndice 14
3.4.1.4- Relatos Mensais: apêndice 15
3.4.2 - Descrição da demanda: 
A usuário tem 50 anos, seco feminino, reside na cidade de Itajaí, sozinha, no mesmo terreno reside os dois filhos, cada um em sua própria casa. O marido faleceu em julho deste ano. Denise sente muita falta de seu marido, que faleceu de hemorragia, devido a úlcera, cirrose e complicações. O marido não cuidava da saúde e era alcoólatra. Chora muito ao falar dele.  A usuária sofre com o câncer de mama desde 2013. Relata ainda que sofre pelos conflitos do filho mais velho (28) com o mais novo (23). D. é artesã (autônoma).
3.4.3- Procedimentos: 
O acompanhamento da usuária ocorreu semanalmente, totalizando quatro encontros, em sessões de cerca de 50 minutos na Clínica de Psicologia. Com o objetivo de avaliar as condições psicológicas, utilizou-se como técnicas: triagem, entrevista clínica e anamnese, laudo psicológico.
3.4.4- Análise: 
A usuária relatou que o que mais angustiava eram os conflitos entre o filho mais velho com o mais novo e de como eles não conseguem se comunicar para resolver seus problemas entre si mesmos (te usam de pombo correio). Relatou ainda que a convivência com o filho mais velho é muito difícil, porque ele não dá ouvidos a ninguém, discute por tudo, é grosseiro com a mãe e é egoísta (narcisista). Contou sobre uma discussão com ele, onde ele disse que “os pais os criaram como bichos, pois não deixava eles brincarem nas ruas”. Você ficou transtornada, pois era para segurança deles. Porém você o devolveu com sabedoria ao dizer a ele que fizeram o melhor que puderam e não podem mudar o passado.  O filho mais novo é viciado em Poker ganha e perde muito dinheiro, porém acredita que que é viciado o acorda às 7h da manhã com medo de que ele perca o emprego. Você disse que vai conversar com o filho mais novo sobre jogatinas, isso a angústia muito, pois quer que eles tenham autonomia, deseja prepará-los para uma vida em ela (caso faleça). D. é artesã (autônoma), ama a profissão e sua renda é boa. Diante do luto, foi orientado sobre ressignificar os momentos com a família e os momentos que passou com o esposo, ocupando o espaço não esquecendo. Os momentos em que sente mais falta do marido é durante as refeições, pois a família se reunia à mesa. No decorrer das sessões você nos relatou que não tem mais sonhos para si, mas ao longo de uma sessão em específico, disse que tem sonho de ter qualidade de vida (saúde). Estabelecer metas/objetivos é fundamental. Ela só quer que os filhos criem responsabilidade, pois assim terá uma vida mais sossegada. A definição de qualidade de vida para a usuária e como alcançar isso (metas). 
	Para ajudá-la a percorrer nesse processo do luto, foi realizada uma análise da obra Aconselhamento do luto e terapia do luto, de Worden, escolhida por abordar o luto de maneira mais abrangente e, posteriormente, uma pesquisa em obras de cunho analítico-comportamental para propor uma interpretação das intervenções indicadas em conformidade com os princípios da Análise do Comportamento. 
	De acordo com Torres (2010), a função de estímulo do outro seria estabelecida de acordo com a história de vida do organismo e, com a sua morte, deixaria de fazer parte do ambiente do enlutado, que perderia os reforçadores advindos dessa relação (TORRES, 2010). Em decorrência desta perda, alteram-se as contingências de reforçamento vigentes na vida da pessoa e, portanto, é de se esperar que a morte cause grande mudança comportamental em sua vida. A esses novos comportamentos, sejam eles públicos ou privados (como sentimentos e pensamentos), relacionados ao evento da perda, a comunidade verbal dá o nome de “luto”. Sendo o luto um conjunto de respostas de interação com o meio, pode-se analisar essa contingência considerando o vínculo e a perda como estímulos antecedentes, as reações ao luto como comportamentos e o sofrer e a recuperação como consequência (HOSHINO, 2006). 
	Como qualquer comportamento, o luto será determinado de acordo com o repertório comportamental do sujeito, queé estabelecido por meio dos três níveis de seleção: filogenético, ontogenético e cultural (MARTIN e PEAR, 2013). As reações à perda tendem a ser excessivas nos casos em que parte considerável dos reforçadores positivos da vida do enlutado dependiam do falecido para serem produzidos (TORRES, 2010). 
	Existem quatro categorias gerais para identificar as reações e comportamentos do processo do luto: os sentimentos, as sensações físicas, cognições e comportamentos (WORDEN, 2013). Dentre os sentimentos, a tristeza é o mais marcante no enlutado e normalmente é fonte de maior aversão, sendo frequentemente manifestada por meio do choro. Outro sentimento comum é a raiva, que pode não ser identificada ou aceita pelo sobrevivente e pode, inclusive, voltar-se contra si mesmo. Já a culpa, real ou irracional, é gerada pela ideia de que algo poderia ter sido feito para evitar a morte. A ansiedade também pode corroborar com o sofrimento, variando desde pequeno senso de insegurança até ataques de pânico. 
	Muitas vezes, os sentimentos produzidos podem surpreender o sobrevivente, como sensação de alívio ou liberdade (WORDEN, 2013). As sensações físicas podem variar entre desconfortos leves até reações agudas. Essas podem aparecer como dores no peito, hipersensibilidade, falta de energia, secura na boca e fraqueza muscular. Por vezes, esses sintomas levam as pessoas a procurar médicos em vez de psicólogos (WORDEN, 2013). As cognições englobam: descrenças, caracterizadas por falta de aceitação da morte; confusão, apresentando pensamentos confusos; falta de atenção e dificuldade de ordenar o pensamento; preocupações e pensamentos obsessivos; sensações de que o falecido ainda está no ambiente e até mesmo alucinações visuais e auditivas (WORDEN, 2013). 
	Por fim, a categoria comportamentos engloba distúrbios de sono e do apetite, ausência de pensamentos, isolamento social, sonhos com o morto, evitação de lembranças, procurar e chamar o morto, suspiro, hiperatividade, choro, visitas a locais ou carregar objetos que lembrem a pessoa e valorização de objetos (WORDEN, 2013). De acordo com a proposta das quatro tarefas do luto, para adaptar-se à perda e atenuar as reações mencionadas, é necessário que o enlutado enfrente algumas tarefas distintas. O termo tarefas é empregado por indicar o papel ativo do enlutado no processo e isso pode “[...] dar a ele algum senso de poder e esperança de que existe algo que pode fazer ativamente para se adaptar à morte de seu ente querido” (WORDEN, 2013, p. 20). 
	As tarefas exigem esforço e possuem uma ordem cronológica relativa, podendo ocorrer simultaneamente e não necessariamente na ordem proposta. Tarefa I: Aceitar a realidade da perda: sempre existirá a sensação de que a morte não ocorreu e, por isso, encarar a realidade e irreversibilidade da perda é descrita como primeira tarefa. É comum ocorrer a negação da morte, que pode variar desde leves distorções até completo delírio (WORDEN, 2013).  Tarefa II: Processar a dor do Luto É necessário “[...] reconhecer e trabalhar esse sofrimento ou ele pode manifestar-se por meio de sintomas físicos ou alguma forma de comportamento anômalo” (WORDEN, 2013, p. 24). As pessoas vivenciam o sofrimento de formas distintas, porém é quase impossível acontecer uma perda sem sofrer em algum nível (WORDEN, 2013). Tarefa III: Ajustar-Se a um mundo sem a pessoa morta, essa tarefa é dividida em três áreas de ajustamento que o sobrevivente precisa enfrentar. 
	A primeira delas envolve os ajustes externos, ou seja, a forma como a morte afeta o funcionamento cotidiano no contexto geral. Isso implica que a pessoa deverá desenvolver novos papéis e aprender novas habilidades para compensar aqueles que eram executados pelo falecido (WORDEN). Tarefa IV: Encontrar conexão duradoura com a pessoa morta em meio ao início de uma nova vida. É possível que os enlutados deixem de viver suas vidas por causa do falecido. Para superar esse aspecto, não é necessário esquecer o finado, mas, sim, ressignificá-lo e achar um local apropriado para ele em sua vida emocional. Esse local “[...] permitirá ao enlutado ficar conectado a ela, mas de um modo que não o impedirá de seguir o rumo de sua vida” (WORDEN, 2013, p. 29). Essa nova relação deverá ser condizente com a realidade que a pessoa se encontra. Percebeu-se ainda que E. necessitava ter a percepção da Terapia de Aceitação e Controle. 
	A ACT está fundamentada em uma filosofia da ciência chamada contextualismo funcional (HAYES e HAYES, 1992; PEPPER, 1942), que visa à predição e à influência do comportamento com precisão, escopo e profundidade (HAYES, HAYES e REESE, 1988) e amplia o fundamento funcionalista do behaviorismo radical. Predição e influência são um objetivo único: o cumprimento de apenas uma dessas atividades não configura uma análise funcional. Além disso, uma análise contextualista implica que a ação não pode ser considerada isoladamente. Todo ato está inserido em um contexto situacional e histórico “o comportamento humano nunca ocorre no vácuo” (TORNIKE, 2010, p. 12) e todo organismo interage em e com um contexto. 
	A validade da análise é definida pela sua funcionalidade, sendo considerada verdadeira quando sua meta é alcançada (HAYES, 1993; TOURINHO e NENO, 2003). Como a meta é utilizada para validar a análise, ela própria não pode ser analisada (HAYES et al., 1988). Dessa forma, as metas são pré-analíticas: precedem a análise e não precisam ser justificadas. Metas ontológicas, que tenham valor em si mesmas, representam uma forma de dogmatismo (HAYES, 1993) ou problema ético (VANDENBERGHE, 2005). Por fim, a concepção de causalidade do contextualismo é outra característica distintiva (HAYES e BROWNSTEIN, 1986; HAYES e HAYES, 1992). Em uma análise funcional, causa é o evento que permite uma intervenção bem sucedida. Desse ponto de vista, identificar pensamentos e sentimentos como causas de outros comportamentos não seria uma análise incorreta, mas parcial. Afinal, o objetivo da análise é a predição e a influência, o que requer variáveis manipuláveis.
3.4.5- COVID-19: A usuário relatou que a pandemia não teve prejuízo em sua vida. Por ser autônoma, os serviços em sua casa continuaram. Relatou ainda que não tem medo do vírus. Antes da pandemia, já não tinha o hábito de sair de casa. Seu principal sofrimento foi devido à morte do marido em julho deste ano (2020).
3.4.6- Conclusão: Através das sessões, preenchimento da anamnese e observações, é possível perceber seu sonho de ter qualidade de vida (saúde). Estabelecer metas/objetivos é fundamental. Ela só quer que os filhos criem responsabilidade, pois assim terá uma vida mais sossegada. Definição de qualidade de vida para a usuária e como alcançar isso (metas).  Continuará fazendo todos os exames para acompanhar como anda sua saúde. Planeja estipular metas futuras para viajar sozinha (mês e ano). Durante os atendimentos, foi possível ver a evolução da usuária, no que tange ao autocuidado, a pensar em si primeiro. 
	A lutar para estar saudável emocionalmente e fisicamente para si mesma. Aos poucos está deixando que os filhos lidem com seus próprios problemas, ficando menos angustiada com isso, porém é importante que permita que os filhos tenham ainda mais autonomia na vida. Ao longo das sessões, foram trabalhados a Psicoeducação, Terapia do Luto de Worden, a Terapia de Aceitação e Compromisso (HAYES,1987), juntamente com a Análise Funcional. Recomendou-se a usuária que continue os atendimentos no próximo semestre. A usuário não compareceu ao último atendimento, e não se justificou, porém na sessão anterior, disse que vai continuar os atendimentos no próximo semestre letivo, com outro estagiário(a), pois a atual está em seu último ano (10º período), formanda
3.5- Caso 5: 
3.5.1- Identificação do usuário 
Iniciais: E.A.O
Idade: 55 anos
Prontuário número: 92305
Data de início e término de atendimento: 08/12/2020
3.5.1.1 Ficha de triagem: apêndice 16
3.5.1.3- Laudo: apêndice 17
3.5.1.4- Relatos Mensais: apêndice 18
3.5.2 - Descrição da demanda: 
Usuária de 55 anos,casada há 24 anos, cabeleireira, reside em Itajaí, na cidade de São Paulo. Mora com o marido e a filha. O marido tem 77 anos, a filha mais nova tem 18 anos e a mais velha 24 anos. A usuária veio por demanda livre, a pedido da filha. Elas vivem em um relacionamento conturbado, com brigas constantes, por terem pensamentos diferentes por serem de gerações diferentes. As brigas ocorrem entre mãe e filha corriqueiramente, devido a filha ser usuária de maconha e gosta de saúde frequentemente, segundo a mãe com más companhias. E já passou por triagem no último semestre, por 4 sessões. E alega ainda que a maioria das discussões é porque a filha não termina nada que começa, exemplo o curso de inglês dentre outros. 
	Eleita alega ainda que após a menopausa não tem mais paciência nem com a filha, nem com os clientes no salão, quando os mesmos começam a falar sobre seu a problemas não quer mais ouvi-los, não gosta mais de ficar em ambientes com muitas pessoas, antes da menopausa era boa ouvinte e dava muitos conselhos e gostava de conversar onde tinha muitas pessoas, alega ainda que gostaria que a filha tivesse ambição profissional e educacional na vida. Tem um bom relacionamento com o esposo, é seu melhor amigo. Tem uma boa rede de apoio, irmãs e marido.
3.5.3- Procedimentos: 
O acompanhamento da usuária ocorreu semanalmente, totalizando quatro encontros, em sessões de cerca de 50 minutos na Clínica de Psicologia. Com o objetivo de avaliar as condições psicológicas, utilizou-se como técnicas: triagem, entrevista clínica e anamnese, devolutiva e laudo psicológico.
	
3.5.4- Análise: 
Uusuário de 55 anos, casada há 24 anos, cabeleireira, reside em Itajaí, natural de São Paulo. Mora com o marido e a filha. O marido tem 77 anos, a filha mais nova tem 18 anos e a mais velha (24). Veio a pedido da filha. Elas viviam em um relacionamento conturbado, com brigas constantes, por terem pensamentos diferentes por serem de gerações diferentes. A filha é usuária de maconha e isso angustia a mãe e as más companhias. Alega ainda que perdeu a confiança na filha devido às mentiras que conta para a mãe. Diz que já fez de tudo para corrigir a filha, bateu, brigou, proibiu de sair, ficou sem conversar com ela. No decorrer da sessão, falava muito sobre gostar de ter controle dos acontecimentos. Alegou ainda que não sente orgulho da filha, por todos os comportamentos que ela tinha e sobre a falta de perspectiva em relação ao futuro dela, mas deseja o melhor para ela. E tem medo de que a filha perca o controle e más companhias e  comece a usar outras drogas tempo que a filha é usuária. 
	Descobriu que a filha usava maconha, quando sentiu um cheiro de cigarro, depois que a irmã viu e contou para ela. Hoje acredita que o melhor para ela é se mudar para Argentina para iniciar a faculdade pública, será bom crescer tomando as próprias decisões, amadurecer e morar com as primas (maturidade).  Diante dos relatos de E. percebeu-se a necessidade de se trabalhar o autocontrole com a usuária. De acordo com Skinner, quando um homem controla ou escolhe um curso de ação, ele está se comportando (SKINNER, 1953 e 2007). Comportamentos autocontrolados devem ser explicados da mesma forma que explicamos qualquer outro comportamento, ou seja, buscando variáveis que se situam fora do indivíduo. No entanto, nós frequentemente somos capazes de fazer algo em relação às variáveis que nos afetam. Segundo Skinner (1953; 2007), podemos controlar nosso próprio comportamento do mesmo modo que controlamos o comportamento dos outros: manipulando as variáveis das quais o comportamento é função. 
	A concepção tradicional de autocontrole na cultura ocidental não é nova e nem desconhecida da maioria das pessoas. Autocontrole é geralmente sinônimo de força de vontade, capacidade de enfrentar situações difíceis, ter um poder interior, conseguir resistir a tentações, ser emocionalmente forte, entre outros. As concepções que apontam para esses sinônimos, de alguma maneira, tentam explicar o comportamento de autocontrole através de um agente iniciador interno (CASTANHEIRA, 2001; 1993; SKINNER, 1989;1991). Neste sentido, o comportamento de autocontrole deve ser analisado como qualquer comportamento operante, ou seja, por meio da análise da relação da resposta do organismo com as variáveis ambientais. Assim, Skinner afirma que o comportamento de autocontrole está diretamente relacionado a uma escolha de respostas concorrentes: pode ser que o indivíduo tenha que escolher entre duas respostas que levem a consequências com o mesmo valor, ou a uma resposta que seja reforçada imediatamente e punida em longo prazo, ou vice versa. 
	Isto implica que o comportamento de autocontrole vai ser caracterizado como aquele decorrente de contingências conflitantes, nas quais o indivíduo tenha que escolher entre duas respostas que têm diferentes consequências. Diante disso, o comportamento de autocontrole passa a poder ser ensinado não mais de forma acidental, como geralmente ocorre. A noção de controle Behaviorista Radical abre margem para o planejamento de uma sociedade que instala e mantém comportamentos de autocontrole de forma mais eficaz (SKINNER, 1948;2004). Mischel (1971) ao citar a importância do autocontrole para nossa cultura, alega que a socialização e a própria cultura seriam praticamente impossíveis se não houvesse atraso de gratificações autoimpostas, ou seja, sem autocontrole. 
	Assim, chegamos a um ponto fundamental que envolve o autocontrole como um comportamento importante também para o grupo e não apenas para o indivíduo. Podemos ir até além, e afirmar que o autocontrole é na verdade um produto social à medida que o grupo pune, em diversos casos, comportamentos que produzam reforçadores imediatos para o indivíduo e estimulação aversiva atrasada para o grupo. 
	O estudo do comportamento de autocontrole apresenta-se como mais um importante instrumento para a resolução daqueles problemas comportamentais que envolvem tanto o interesse dos indivíduos quanto do grupo no qual estão inseridos. E apesar de não termos enfatizado os estudos experimentais de autocontrole na presente discussão, devemos assim como Hanna e Ribeiro (2005) dizer que, os modelos experimentais de autocontrole são essenciais para a melhor compreensão deste complexo comportamento. Percebeu-se ainda que E. necessitava ter a percepção da Terapia de Aceitação e Controle. 
	A ACT está fundamentada em uma filosofia da ciência chamada contextualismo funcional (HAYES; HAYES, 1992; PEPPER, 1942), que visa à predição e à influência do comportamento com precisão, escopo e profundidade (HAYES; HAYES; REESE, 1988) e amplia o fundamento funcionalista do behaviorismo radical. Predição e influência são um objetivo único: o cumprimento de apenas uma dessas atividades não configura uma análise funcional. Além disso, uma análise contextualista implica que a ação não pode ser considerada isoladamente. 
	Todo ato está inserido em um contexto situacional e histórico “o comportamento humano nunca ocorre no vácuo” (TORNIKE, 2010, p. 12) e todo organismo interage em e com um contexto. A validade da análise é definida pela sua funcionalidade, sendo considerada verdadeira quando sua meta é alcançada (HAYES, 1993; TOURINHO; NENO, 2003). Como a meta é utilizada para validar a análise, ela própria não pode ser analisada (HAYES et al., 1988). Dessa forma, as metas são pré-analíticas: precedem a análise e não precisam ser justificadas. Metas ontológicas, que tenham valor em si mesmas, representam uma forma de dogmatismo (HAYES, 1993) ou problema ético (VANDENBERGHE, 2005). 
	Por fim, a concepção de causalidade do contextualismo é outra característica distintiva (HAYES; BROWNSTEIN, 1986; HAYES; HAYES, 1992). Em uma análise funcional, causa é o evento que permite uma intervenção bem sucedida. Desse ponto de vista, identificar pensamentos e sentimentos como causas de outros comportamentos não seria uma análise incorreta, mas parcial. Afinal, o objetivo da análise é a predição e a influência, o que requer variáveis manipuláveis. 
	O relatório,

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