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FACULDADE IBMEC SÃO PAULO MICHELLY KIMBERLY DA SILVA RA: 201751204995 NATALIA PALOMA DA SILVA E SOUZA RA: 201751210677 GABRIELLY PASSIANO CRISTALINO RA: 201751094821 AVALIAÇÃO CONTINUADA III SÃO PAULO 2021 “Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter.” Oscar Wilde A Ética é um termo muito utilizado para conceituar a boa conduta do homem médio, porém, sua etimologia transcende qualquer conceito etimológico, pois tratasse de questões enraizadas na alma, portanto, o assunto é de profunda reflexão. Com base nas análises realizadas em tribunais julgadores de diversas carreiras profissionais, é possível notar que a espécie humana por diversas vezes atua com ganância, egoísmo e desonestidade, dificultando a paz e progressão da sociedade, pois, uma atitude inadequada gera reações em todo o contexto social. Diante disso, venho tratar sobre a responsabilidade e as respectivas competências e atribuições dos órgãos disciplinares da OAB. Este órgão é composto pelo Tribunal de Ética e Disciplina e pelas corregedorias, que por sua vez desempenham uma excelente função em se tratando do fator inibidor da falta de ética dos profissionais advogados do Brasil. O Tribunal de Ética e Disciplina é o órgão da Ordem dos Advogados do Brasil destinado a orientar e aconselhar a respeito da ética profissional. Compete-lhe, também, por força do que dispõem a Lei nº 8.906/94 e o Código de Ética e Disciplina, instruir e julgar processos disciplinares, observando as regras do estatuto e do regulamento geral, aplicando os princípios expostos na legislação processual penal. Em sua função ética, o TED expede resoluções para que o advogado continue merecedor de respeito, e mantenha independência absoluta no exercício da profissão, contribuindo para o prestígio da classe. Dessa forma, ao falarmos do Tribunal de Ética e Disciplina, temos que ter em mente que estamos falando de um órgão do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil que tem por finalidade zelar pelo cumprimento do Estatuto da Advocacia e do Código de Ética Profissional e, contribuir para a dignidade e a credibilidade da advocacia. (art. 133, da Constituição federal), tendo as prerrogativas e os deveres dos advogados que são instituídos pelo Estatuto (EOAB) e pelo Código de Ética da Advocacia. Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB está estruturado em vários departamentos de acordo com o seu regulamento interno sendo eles responsáveis da prevenção, orientação, aconselhamento e punição acerca do tema ética e disciplina do advogado. O Tribunal de Ética e Disciplina é dividido em Vinte e Seis Turmas: PRIMEIRA TURMA - Destina-se a responder a consultas que lhe forem formuladas e, também, zelar pela dignidade da profissão e procurar conciliar questões sobre ética, envolvendo advogados. Propugnará, ainda, pelo fiel cumprimento e observação do Código de Ética e Disciplina, representando, quando for o caso, e pedindo ao Presidente a instauração de procedimento disciplinar. SEGUNDA A VIGÉSIMA SEXTA TURMAS - Compete às Turmas instaurar procedimentos disciplinares, instruindo-os, e julgar os inscritos nos quadros da OAB, aplicando, quando for o caso, as penas previstas no art. 35 da Lei n.º 8.906/94, com exceção de "exclusão", cabendo-lhes, no entanto, instruir os respectivos processos. Ficará a cargo também dessas Turmas apreciarem e julgar pedidos de revisão, reabilitação e tornar efetiva a medida cautelar consistente em "suspensão preventiva". Dispõe o Estatuto da Advocacia que o poder de punir disciplinarmente os inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, conforme artigo 70 do Estatuto da Advocacia e da OAB. Dessa forma, cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, julgar os processos, instruídos pelas subseções ou por relatores do próprio conselho. EAOAB - LEI Nº 8.906 DE 04 DE JULHO DE 1994 Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. § 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho. § 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos. § 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias. Esta atividade é responsável por julgar os procedimentos disciplinares e fornecer orientação e aconselhamento sobre ética profissional de forma preventiva. São responsáveis pelo julgamento do processo disciplinar, de forma colegiada, três equipes disciplinares, sendo as turmas integradas por advogados ilibados e militantes, sendo 15 (quinze) titulares e 5 (cinco) suplentes; cada processo é relatado por um dos http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11701614/artigo-70-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/EAOAB-Lei-n-8.906-de-04-de-Julho-de-1994#art-70 membros da Turma e julgado pelo órgão colegiado, sendo as decisões tomadas pela maioria dos julgadores. O Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional de São Paulo é dividido em Turmas, sendo o TED I - Turma de Deontologia, incumbido de responder às consultas sobre ética profissional, não podendo, todavia, opinar em casos concretos. CAPÍTULO I COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES Art. 7º. A Primeira Turma do TED, designada deontológica, tem abrangência em todo o Estado de São Paulo e é competente para: I - Responder consultas que lhe forem formuladas, com a finalidade de orientar e aconselhar os inscritos na Ordem, bem como estabelecer diretrizes e parâmetros éticos a serem observados pela Classe; II - Zelar pela dignidade da profissão e pelo cumprimento do Código de Ética e Disciplina, Provimentos e Resoluções, devendo: a) requerer, fundamentadamente, ao Presidente do TED a instauração de procedimento disciplinar; b) Organizar e promover eventos para advogados, estagiários e estudantes de direito como meio de divulgar a ética e os preceitos fundamentais da advocacia; c) Apreciar os casos omissos na Tabela de Honorários Advocatícios; d) Elaborar artigos sobre ética profissional e difundi-los nos meios de comunicação; e) Publicar regularmente o ementário de suas decisões e a totalidade de seus julgados, resguardado o sigilo das partes quando necessário. Compete às Turmas Disciplinares, três delas na Capital (TEDs. II, III e IV) e as demais em outras regiões do Estado, julgar os processos disciplinares instaurados, de ofício ou mediante representação, contra os inscritos na Ordem. Art. 8º. Compete às demais Turmas, designadas Disciplinares: I – Instaurar, instruir e julgar, em primeiro grau, os processos éticodisciplinares;II – Suspender preventivamente o advogado nos termos do art. 70, § 3º, da Lei 8.906/94, em observância ao procedimento regulamentado por este Regimento Interno; III – Atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões não abrangidas pela Câmara de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/SP, que envolvam dúvidas e/ou pendências ético-disciplinares, bem como representações recíprocas entre advogados e/ou estagiários; IV – Aplicar as penalidades previstas no art. 35, da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, inclusive a de exclusão; V – Processar e julgar pedidos de Revisão nos casos em que a punição transitar em julgado no próprio Tribunal de Ética e Disciplina; VI – Processar e julgar pedido de reabilitação nos processos de sua competência. REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DO CONSELHO SECCIONAL DE SÃO PAULO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Art. 2º - O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Secional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (TED), constituído de 1 (uma) Turma Deontológica, estabelecida na Capital do Estado, e Turmas Disciplinares estabelecidas por meio de Resolução do Presidente Seccional, é composto por advogados regularmente inscritos há mais de 5 (cinco) anos, com efetivo exercício na advocacia, ilibada reputação e notório saber jurídico, assim designados seus integrantes: I – 1 Presidente; II – 1 Vice-Presidente; III – 1 Corregedor; IV – 1 Corregedor Adjunto; V – 1Relator Presidente de Turma designado para cada uma de suas Turmas; VI – 1 Relator Vice-Presidente de Turma designado para cada uma de suas 26 Turmas; VII – até 30 (trinta) Relatores designados para integrar a Turma Deontológica e até 60 (sessenta) Relatores designados para integrar cada uma de suas 3 Turmas Disciplinares, incluídos, neste número, o Relator Presidente e o Relator Vice- Presidente. A respeito da quinta Turma Disciplinar compete, processar e julgar as condutas tipificadas no art. 34, inciso XXIII, da Lei 8.906/94, e aplicar as penalidades correspondentes a esta infração. Compete ao Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo, em resumo despachar os ofícios e representações encaminhadas ao TED; determinar a remessa, ao Conselho Seccional, dos processos disciplinares em que se aplicou penalidade de exclusão, requerer, de ofício ou mediante representação, manifestação da Primeira Turma Disciplinar sobre matéria de sua competência, bem como excluir Defensor Dativo ou Assistente de lista ou, ainda, destitui-los dos processos que em que tiverem sido nomeados; declarar, de ofício ou a requerimento, nulidade de processo disciplinar ou prescrição de infração disciplinar; delegar atribuições por ato administrativo expresso; encontramos toda a descrição das suas competências no artigo 21 do regimento interno do tribunal de ética e disciplina do conselho seccional de São Paulo da ordem dos advogados do brasil. Já no artigo 22, encontramos as competências do Vice – Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo, que tem como objetivo presidir uma das Turmas que compõem o TED, substituir e ou auxiliar o presidente, convocar Relatores para sessão especial para fins do art. 70, § 3º, do EAOAB, quando esta não houver sido delegada para Relator Presidente de Turma. A descentralização do Tribunal de Ética e Disciplina, a partir do ano de 2000, foram instalada Turmas Disciplinares em diversas regiões do Estado de São Paulo, democratizando o acesso ao TED às pessoas residentes nas mais distantes localidades e, ao mesmo tempo, facilitando aos advogados representados o exercício do amplo direito de defesa, a criação de novas Turmas Disciplinares trouxe celeridade aos processos, resultando na diminuição da quantidade de feitos em tramitação, de cerca de 16.000, no ano de 2000, para os atuais 12.000 processos disciplinares. Atuam junto ao Tribunal de Ética e Disciplina, voluntariamente, na condução dos processos disciplinares, seja como assessores, defensores, instrutores ou relatores, mais de 500 advogados, funcionando nas diversas Turmas instaladas em cidades do Estado de São Paulo, com total independência e liberdade de manifestação de opinião, orientando-se exclusivamente por sua convicção pessoal. Os processos disciplinares são resguardados pelo sigilo, até o seu término, somente tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente, em obediência ao princípio da presunção de inocência do advogado querelado, também é assegurado o direito de ampla defesa ao advogado representado, com todos os meios de prova e os recursos que lhe são inerentes, inclusive a nomeação de defensor dativo em caso de revelia e na ausência do querelado aos atos do processo. Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. § 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares. § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. O Corregedor-Geral exerce função voluntária junto à entidade de classe, atuando juntamente com a Diretoria da Seccional. O papel principal da Corregedoria é zelar pela tramitação do processo disciplinar dentro dos prazos estabelecidos pelo EOAB, Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Provimentos e Resoluções etc. Não compete a corregedoria a prestação de consultas, emissão de pareceres, fornecer indicação de advogado para atuar a favor do reclamante, promover ou orientar conciliação em processos ético-disciplinares em tramitação. Art. 23. Compete ao Corregedor do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo: I - Receber e processar reclamações e denúncias relativas ao funcionamento regular dos órgãos do TED, concernentes ao cumprimento dos deveres funcionais de seus integrantes; II - Exercer funções de inspeção e correição permanentes sobre o funcionamento de todas as Turmas do TED; III - Decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa e normal ordem processual praticados pelos integrantes das Turmas, Assessores e Relatores Instrutores, quando inexistir recurso específico, cabendo recurso de suas decisões para o Conselho Secional; IV - Cuidar para que todas as Turmas tenham o mesmo padrão de funcionamento e serviço, além de orientar no sentido de se estabelecer critério único de prestação jurisdicional administrativa, sem regionalizações; V – Propor, ao Presidente do TED e, se necessário, ao Conselho Seccional, a decretação de intervenção nas Turmas que deixarem de observar as recomendações da Corregedoria. Art. 24. Compete ao Corregedor Adjunto do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo: I – Substituir o Corregedor, em todas suas funções, sempre que sua ausência for previamente comunicada; II – Auxiliar o Corregedor, de forma permanente, a exercer funções definidas no artigo anterior. CURIOSIDADES INFRAÇÕES ÉTICAS DE 2010 O TED da OAB/SP realizou no ano passado 2.827 julgamentos, sendo que 1.469 processos foram arquivados e aplicadas as seguintes punições por infrações ético- disciplinares a advogados: 493 censuras/advertências, 745 suspensões temporárias, 24 propostas de exclusão dos quadros da Ordem. Também foram registradas 75 revisões/reabilitações e 21 processos foram remetidos a outras seccionais. Em 2009, foram aplicadas 625 censuras ou advertências, 1.316 suspensões temporárias e 21 propostas de exclusão, 115 revisões e 13 foram para outros Estados. Também foram arquivadas1.685 representações por serem improcedentes. CONCLUSÃO O presente trabalho tem como objetivo suscitar de forma breve sobre a competência dos órgãos disciplinares da OAB, de forma que o leitor entenda sobre a sistemática administrativa do referido órgão, que tem por base garantir o bom desenvolvimento do profissional da advocacia, tendo em vista sua função fiscalizatória organizacional. EAOAB - LEI Nº 8.906 DE 04 DE JULHO DE 1994
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