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ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO HIV/AIDS

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3 
 
INTRODUÇÃO 
A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença causada pelo 
vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), a qual ataca as células do sistema 
imunológico do indivíduo, deixando-o mais suscetível a contrair doenças oportunistas 
infecciosas. Ela surgiu nos EUA nos anos 80 e logo no início já houve um alarme 
global, sendo considerada a doença do século. 
 No ano de 2020, foram contabilizadas cerca de 37,6 milhões de pessoas 
vivendo com HIV no mundo todo e aproximadamente 34,7 milhões de mortes já 
registradas desde o inicio da epidemia de HIV/AIDS, segundo a UNAIDS (2020). 
 Por conta disso, a doença é considerada um enorme problema de saúde 
pública, principalmente em países subdesenvolvidos. Além disso, os portadores da 
doença desenvolvem problemas além dos fisiopatológicos, visto que, diariamente são 
alvos de comentários desrespeitosos e perversos, comentários esses que são 
fortalecidos pela ignorância, falta de informação, preconceito e discriminação, 
ocasionando em déficits de habilidades sociais, de um funcionamento psíquico 
adequado e ao fortalecimento da desigualdade social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
DESENVOLVIMENTO 
A AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) é uma doença causada pelo 
vírus HIV. Foi descoberta nos EUA na década de 80 e em 1981 já houve um alarme 
global sobre a doença. Ela surgiu na África Central e acredita-se originar-se da 
mutação do vírus do macaco. Em meados de 1982 há os primeiros casos confirmados 
da doença no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em 2007 já haviam mais de 600 
mil portadores do vírus, tendo uma maior predominância nas regiões Sul e Sudeste 
do país e entre pessoas de baixa renda, mulheres jovens de baixa escolaridade e 
homossexuais jovens. 
 Segundo Labronici e Almeida (2005), após a HIV/AIDS já estarem presentes 
em boa parte dos países, houve a necessidade por parte do governo de criação de 
recursos econômicos, políticos, sociais e psicológicos que dessem conta dos 
problemáticas causadas. 
 A AIDS é considerada a doença do medo e preconceito, pois, a saúde mental 
e física do individuo é extremamente afetada por um caráter de exclusão social, o que 
ocasiona numa vivencia dentro de um estado de clandestinidade, por conta do 
preconceito e estigmas sociais que há em torno da doença. Os indivíduos que 
convivem com a doença dizem que, por conta de não haver uma cura, a aceitação do 
diagnóstico é a parte mais difícil, posteriormente, o enfrentamento da doença e por 
fim, a forma social como são tratados. 
Toda essa visão do próprio indivíduo sobre sua doença se apresenta como um 
processo luto, no qual se tem os estados de negação, raiva, barganha, depressão e 
aceitação. Então, pode-se afirmar que é possível aprender a viver com a doença, 
porém, esse processo todo é negativamente afetado pela ignorância, desinformação, 
ausência de programas educativos e aos preconceitos associados a sexualidade por 
parte das outras pessoas. Todos esses comportamentos culminam para que haja 
comportamentos discriminatórios e rejeição de métodos de proteção, ou seja, por 
conta de a doença ser muitas vezes associada à usuários de drogas, homossexuais 
e profissionais do sexo, muitas pessoas pensam que a doença não chegará até elas, 
fazendo com que se dispensem métodos de proteção. Um estudo realizado em São 
Paulo por Paolo Meneghin entre 1993 e 1994 com 10 universitários e 21 detentos 
mostrou que muitos dos entrevistados apresentam altos índices de medo e homofobia 
5 
 
em relação à doença e aos doentes, e também, concluiu-se que 67,9% deles 
consideram a AIDS como uma realidade distante. Esses comportamentos 
relacionados a mitos, preconceitos e crenças são enormes barreiras quando se trata 
de prevenção e promoção de saúde em relação a HIV/AIDS e acabam, por sua vez, 
levando o indivíduo ao isolamento social, à restrição das relações interpessoais e ao 
refreio na sua vida sexual. 
Dito isso, pode-se concluir que a doença não apresenta apenas aspectos 
fisiopatológicos, ela amplia-se para aspectos emocionais e sociais, se instaurando na 
sociedade como a doença mais cheia de preconceitos. Disseminada entre populações 
marginalizadas e vulneráveis, assimilada a comportamentos de promiscuidade, 
imoralidade, vício e transgressão, adotando até de termos pejorativos para se referir 
aos portadores da doença, como hookers às profissionais do sexo, por exemplo. Ou 
seja, pode-se considerar como uma epidemia social. É necessário que se adotem 
medidas para romper com esses estereótipos preconceituosos adotados pela 
sociedade que se baseiam em metáforas antigas para explicar a doença, e acima de 
tudo, é necessário garantir acesso à assistência multidisciplinar para pessoas que 
sofrem com a doença, a partir de prevenções e promoções que se baseiam em 
informação, educação, serviços de saúde e assistência social e psicológica. 
Os aspectos psicológicos da HIV/AIDS são notáveis, é causadora de estados 
de sofrimento psíquico e transtorno mental que acabam ocasionando em situações 
que se apresentam como sentimentos de baixa autoestima, falta de pertencimento e 
perda de identidade social e psicológica. 
O índice de pessoas portadores do vírus HIV/AIDS se apresenta em maior 
quantidade em países economicamente debilitados, isso se da pelo fato do baixo 
investimento em programas de conscientização e prevenção. No Brasil, pode-se 
considerar que a predominância do vírus é maior devido a um problema 
socioeconômico estrutural. O déficit no controle da doença reflete ativamente no 
âmbito social e na rotina de vida das pessoas que portam a doença, muitas deixam 
dinâmicas de família, trabalho, amigos, cuidado a saúde e lazer em segundo plano 
para poderem suprir à adaptação nessa nova vida. Essas deficiências econômicas e 
sociais acabam gerando um impacto negativo no enfrentamento, suporte social e na 
qualidade de vida dessas pessoas. 
6 
 
Visto isso, é necessário que haja um suporte multidisciplinar do campo da 
saúde, ou seja, é imprescindível a existência e acompanhamento do paciente por 
parte de uma vasta lista de profissionais de diferentes áreas de estudo, desde a área 
da medicina, da psicologia, da nutrição, da assistência social, etc. Para isso, é 
necessário que o profissional responsável pelos cuidados do paciente seja um 
facilitador, ou seja, que tenha um caráter de compreensão e acolhimento, 
suspendendo qualquer julgamento negativo que possa interferir na qualidade de vida 
e bem estar do paciente. Além disso, o profissional deve estabelecer uma relação 
dialógica, objetivando a construção de uma relação que possa refletir na promoção a 
saúde do paciente. 
Para o profissional da psicologia, é importante que ele conheça o seu campo 
de atuação, mas não apenas quando se trata de cuidados a portadores de HIV/AIDS, 
mas sim em todo campo de atuação. Conhecer o seu objeto e campo de estudo é 
fundamental para que haja maior resultado na busca do objetivo. Para que seja 
possível uma visão ampla do problema, o profissional de psicologia irá se deparar, em 
algum momento, com a oportunidade de se envolver em projetos de intervenção. Ao 
entrar nesse campo, o psicólogo pode auxiliar as pessoas doentes a refazerem seus 
projetos de vida, que são muitas vezes deixados de lado acometidos por uma 
barragem e ao adoecimento causado pela doença. Ao trabalhar com HIV/AIDS o 
profissional de psicologia deve olhar além do problema da doença fisiopatológica, a 
sua função diante desse agravamento é de facilitar, reabilitar, compreender, prevenir 
e promover e melhorar condições de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
Pode-se concluir que os estigmas e preconceitos para com as pessoas com 
AIDS é um dos principais problemas que ocasionam em um sofrimento psicossocial, 
o que pode acabar influenciando negativamente no processo de tratamento desses 
indivíduos.Os profissionais da área da saúde têm um papel fundamental no auxílio ao 
enfrentamento desse momento tão difícil na vida do indivíduo, é necessário que ele 
conheça a doença e acima de tudo haja com respeito e dignidade. O psicólogo precisa 
entender o problema ao seu redor e trabalhar, juntamente com os outros campos, na 
prevenção e promoção da saúde para essas pessoas, garantindo assim o direito a 
qualidade de vida e a realocação na sociedade. 
Além disso, é imprescindível que haja um posicionamento governamental 
quanto aos problemas da doença, criando políticas públicas que supram essa 
necessidade, campanhas de prevenção, panfletos e propagandas de informação 
sobre IST’s, o rompimento com os preconceitos, estigmas sociais e o medo 
populacional para com as pessoas com AIDS, um maior investimento na área da 
saúde e de pesquisas cientificas, a educação sexual, entre outros métodos que 
ajudariam no enfrentamento do HIV/AIDS e na manutenção na vida dos portadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
REFERÊNCIAS 
UNAIDS. Sobre HIV/AIDS – Estatísticas. Disponível em < 
https://unaids.org.br/estatisticas/>. Acesso em 01 de novembro de 2021. 
CARMO, Silvan Pereira; SANTOS, Wenner Daniele Venâncio. HIV/AIDS: Uma 
Introdução aos Aspectos Psicológicos de Enfrentamento na Doença. Psicologia.pt, 
2018. Disponível em: <https://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?hiv-aids-uma-
introducao-aos-aspectos-psicologicos-de-enfrentamento-na-
doenca&codigo=A1194>. Acesso em 01 de novembro de 2021. 
CHRISTO, Paulo Pereira. Alterações cognitivas na infecção pelo HIV e Aids. Revista 
da Associação Médica Brasileira [online], 2010, v. 56, n. 2. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0104-42302010000200027>. Epub 13 Maio 2010. ISSN 
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TRINDADE, Monica P; SCHIAVO, Márcio R. Comportamento Sexual das Mulheres 
em Relação ao HIV/AIDS. Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente 
Transmissíveis, 2001. Disponível em: <http://www.dst.uff.br/revista13-5-
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Acesso em 02 de novembro de 2021. 
SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa; TRÓCCOLI, 
Bartholomeu Torres. Pessoas vivendo com HIV/AIDS: enfrentamento, suporte social 
e qualidade de vida. Psicologia: Reflexão e Crítica [online], 2005, v. 18, n. 2, pp. 
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MENEGHIN, Paolo. Entre o medo da contaminação pelo HIV e as representações 
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Enfermagem da USP [online], 1996, v. 30, n. 3, pp. 399-415. Disponível em: 
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