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Política Habitacional de Parauapebas Análise e Perspectiva

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POLÍTICA HABITACIONAL DE PARAUAPEBAS: ANÁLISE E PERSPECTIVAS
Angélica Souza Nunes 1 
Joelma de Moura Leite 2
RESUMO
Este artigo mostra a principal característica da política habitacional de Parauapebas: aleatória e pontual, sem integrar um plano geral e contínuo que beneficiasse a população de forma ampla e permanente. Para isso, foram usadas as informações dos anos de 1994 a 2015, concedidas pela Secretaria de Habitação do município, trabalhos científicos que tratam do tema habitação e o Plano Local de Habitação de Interesse Social. Os dados estudados refletem a realidade do município, com todas as suas peculiaridades de imigração intensa motivada por um grande projeto minerador. Constata-se a grande necessidade de uma política que possibilite a inclusão de pessoas no conceito de moradia digna.
Palavras chaves: Habitação, Parauapebas, Política habitacional, Déficit habitacional, Habitação de Interesse Social 
ABSTRACT
This article shows the main feature of the housing policy of Parauapebas: random and timely, without integrating a general and continuous plan that would benefit the public in a permanent way. For this, we used information from the years 1994 to 2015, granted by the Municipal Department of Housing, scientific articles dealing with the issue housing and the Local Plan for Social Housing. The data studied reflect the reality of the city, with all its peculiarities intense immigration motivated by big mining project. There has been a great need for a policy that allows the inclusion of people in the new concept of decent housing.
Keywords: Housing, Parauapebas, Housing policy, Housing déficit, social interest housing
1 Pós graduanda em Gestão Pública (UFPA), bacharel em administração de empresas (FAAB/AIEC). Email: angelicanunesadm@gmail.com
2 Pós graduanda em Gestão Pública (UFPA), Especialista em Controladoria e Finanças (UNINTER/IBPEX), Bachael em Economia (UFPI). Email:joelmajml@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
A política habitacional é hoje uma importante ferramenta de gestão. Considerando o conceito de moradia digna, como direito e vetor de inclusão social, com padrão mínimo de habitabilidade, infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais, a educação e saúde/saneamento tornam-se mais fáceis de gerir quando o indivíduo tem condições favoráveis de moradia.
A política nacional de habitação passou por profundas modificações ao longo do tempo. O Programa Minha Casa Minha Vida proporcionou aos municípios uma chance de tornar a habitação uma prioridade, à medida que disponibilizou recursos, mediante contrapartida, para a habitação, em especial a de interesse social.
Em Parauapebas, a situação proporcionou um grande investimento em habitação, com modalidades de prédios e casas. Antes, a política habitacional era conduzida de forma pontual, com algumas iniciativas financiadas, em sua maioria, com recursos próprios e de forma aleatória, sem considerar o conceito de moradia digna, uma vez, que não disponibilizava equipamentos públicos, asfaltamento (em alguns casos) e saneamento básico (em sua maioria).
Este artigo analisa essas iniciativas pontuais tomadas ao longo do tempo durante algumas gestões e a evolução da qualidade da política habitacional local com a implantação do programa Minha Casa Minha Vida, além de mostrar o déficit habitacional de Parauapebas, de acordo com Plano Local de Habitação de Interesse Social – PLHIS.
O trabalho analisou todas as ações em habitação desde 1994 até 2015, fazendo um comparativo de atendimento em quantidade e qualidade da ação, informando a infraestrutura oferecida em cada ação realizada. A principal fonte de pesquisa foi a Secretaria de Habitação do município, que através dos seus registros, forneceu as informações constantes neste artigo, inclusive o PLHIS que também foi fornecido pela mesma. As informações levantadas foram analisadas considerando e relacionando os estudos já realizados por autores renomados.
Além desta introdução, o artigo encontra-se dividido em oito seções: a primeira mostra a evolução da política habitacional no Brasil, especificando suas diversas etapas, com suas diferentes modalidades, desde as primeiras iniciativas até o último programa definido pelo governo federal; a segunda seção mostra informações históricas sobre o município de Parauapebas e fornece dados gerais; a terceira seção mostra as etapas da evolução urbana do município de Parauapebas; a quarta seção mostra os marcos legais e estruturação da área habitacional, com a implantação do Fundo Municipal de Habitação e Conselho de Habitação de Interesse Social, requisitos básicos para acessar os recursos do PMCMV; a quinta seção fala sobre o déficit habitacional municipal, a sexta seção fala dos programas e ações municipais na área habitacional, com a evolução e comparativo entre os mesmos, a sétima seção fala sobre a participação do setor privado na área de habitação e a última seção apresenta as considerações finais.
 
2 POLÍTICA HABITACIONAL NO BRASIL	
A expansão da população brasileira no século passado, e o movimento massivo da zona rural para as cidades com o processo de industrialização no Brasil, principalmente nas décadas de 1940 a 1960 trouxeram consigo o crescimento taxativo do déficit habitacional no Brasil e precarização das habitações.
 Esse processo desordenado de ocupação das cidades resultou num perfil habitacional onde a falta de planejamento urbano é a sua principal característica, sendo que a maior parte das moradias são “autoconstruídas” sem nenhum projeto arquitetônico ou equilíbrio urbanístico seja nas zonas urbanas ou rurais. Mais grave ainda é o crescimento do número de moradores de rua, de ocupações em áreas de risco, de loteamentos irregulares, favelas e periferias carentes. 
As primeiras iniciativas na área habitacional no Brasil ocorreram a partir da década de 1930, com a normatização e criação de órgãos para interferir no planejamento físico e nos arranjos financeiros para viabilização de ações habitacionais, sendo o marco inicial a criação dos IAP’s - Institutos de Aposentadorias e Pensões, que previa a liberação de recursos previdenciários para a construção de moradias para os seus associados, mas que na realidade resultou em quantitativos inexpressivos na redução do déficit habitacional à época.
Posteriormente, em 1946, foi criada a Fundação Casa Popular, com premissas grandiosas, que iam desde o financiamento de casas populares para cidadãos fora do mercado formal e trabalho, financiamento de projetos de prefeituras na área habitacional a construção e fiscalização de projetos habitacionais. Todavia, o planejamento inicial de arrecadação de recursos através da taxação de transações imobiliária não alcançou nem 10% do que se havia previsto, levando ao endividamento e posterior à extinção da Fundação em 1964.
O próximo passo na área habitacional foi a criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1964, tendo como base de sustentação os recursos do FGTS, confiscando 8% do salário mensal dos trabalhadores a título de “capital imobiliário” e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). 
Todavia, os baixos salários na década de 1970, progressivamente reduziu os recursos oriundos do FGTS, enquanto que a contribuição do SBPE se tornava a maior parcela, fazendo com que os maiores benefícios do sistema fossem destinados à população de renda mais elevada e perdesse sua característica social.
Após a extinção do BNH em 1986 e sua incorporação à Caixa Econômica Federal, até 1995 a política habitacional foi regida por vários órgãos que se sucederam ao longo do período, sem que chegasse a resultados efetivos.
Com a reorganização do setor em 1995, restou à Caixa Econômica o papel de operador de recursos do FGTS, cabendo à SEPURB- Secretaria de Política Urbana, subordinada ao Ministério de Planejamento - a formulação e coordenação das ações na área habitacional. Ainda assim, a política habitacional sofreu forte limitação em virtude doajuste fiscal promovido pela adoção do Plano Real e da sensibilidade do FGTS á crise, que, novamente afetou a distribuição de recursos principalmente para as camadas de baixa renda.
O cenário começou a mudar a partir de 2003. A expansão da economia, estabilização da inflação e queda na taxa de juros, impulsionou o fortalecimento do setor imobiliário e do crédito imobiliário, com o aumento da renda média dos brasileiros.
Esses fatores geraram atrativos para os bancos privados para expansão de suas linhas de crédito imobiliário e com isso a CEF, anteriormente responsável por 95% dos empréstimos, passou a dividir essa função com outros bancos, gerando condições cada vez mais facilitadas de financiamento.
Nesse processo houve ainda um fortalecimento das construtoras, que passaram por um processo de consolidação, com fusões, parcerias, e aquisições, diminuindo também sua participação em questões financeiras, que passaram a ser intermediadas pelos bancos.
Apesar disso, os recursos utilizados foram massivamente utilizados para compra de unidades de valores incompatíveis para a baixa renda, evidenciando a dificuldade de se alcançar as classes menos favorecidas, onde mora o maior gargalo do déficit habitacional, pelo fato de que essa classe tem mais dificuldade para se inserir nas condições exigidas pelos agentes financeiros.
Atualmente a Política Nacional de Habitação é formulada e executada pelo Ministério das Cidades, criado em 2003. A aprovação da PNH revela a tentativa do governo de retomar um planejamento de longo prazo e resultou também na do Sistema e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social -SNHIS e FNHIS, na construção do Plano Nacional de Habitação/2008 e no desenvolvimento de Planos Locais de interesse social por estados e municípios.
Conforme a lei 11.124/2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social o SNHIS tem como fonte de recursos o Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, do FGTS, do FNHIS e de outros fundos e programas”. Dentro do PNH, o Brasil possui hoje três instrumentos para o enfrentamento da questão habitacional: O Programa de Urbanização para Assentamentos Precários, a produção de moradia em escala pelo Programa Minha Casa Minha Vida e a Regularização Fundiária de Interesse Social.
	QUADRO 1 - PMCMV - BENEFÍCIOS POR FAIXA DE RENDA
	Benefícios
	Renda
	Subsídio habitação de interesse social, isenção de seguro, prestação de até 10% da renda
	0 a 3 salários mínimos
	Subsídio em valor de Financiamento, Redução do valor do custo do seguro, acesso ao FGTS
	3 a 6 salários mínimos
	Redução do valor do custo do seguro, acesso ao FGTS
	6 a 10 salários mínimos
Fonte: Lei 11.977/2009 – elaboração própria	
Até setembro de 2015, o Programa Minha Casa Minha Vida entregou 2,4 milhões de moradias, tendo beneficiado aproximadamente 9,4 milhões de pessoas, com investimento na ordem de 270 bilhões, conforme informações oficiais da Caixa Econômica.
O caráter econômico do Programa Minha Casa Minha Vida, todavia é notório, uma vez que o programa foi lançado em período de crise internacional e estimulou a economia, com a criação de empregos e circulação de capital. Questiona-se, inclusive, se seu caráter econômico transcendeu o caráter social, beneficiando grandes empreiteiras, bem como os interesses políticos envolvidos.
3 PARAUAPEBAS – HISTÓRICO E DADOS GERAIS
Em linhas gerais, poderíamos sintetizar que Parauapebas é um município Brasileiro localizado no estado do Pará, que integra a mesorregião Sudeste Paraense, e que está inserido na Região de Integração de Carajás, juntamente com outros doze municípios. Que sua história se iniciou a partir descoberta em 1967, da maior reserva mineral de ferro do mundo, dentre outros minerais, e da construção, a partir de 1981, da Estrada de Ferro Carajás, conforme dados do Plano Local de Habitação e Interesse Social e do IBGE.
Mas, para entender Parauapebas é necessário percorrer o contexto amazônico em que o município se insere, uma vez que a realidade do município está intrinsicamente ligada à história amazônica e ao modelo de desenvolvimento regional.
Historicamente, a Amazônia tem sido vista como um espaço vazio demográfico, conforme demonstra a célebre frase do ex presidente Emílio Garrastazy Médice, : “quero abrir uma estrada que leve homens sem terra para uma terra sem homens”. Essa noção tem permeado a adoção das políticas governamentais da Amazônia, que conduziram ao atual estado de desenvolvimento dessa região.
Até 1912, assim como o resto do Brasil, a economia Amazônica baseava-se no sistema extrativista, gerando as primeiras vilas e povoados na região. Conforme cita Marques (2010), “A colonização portuguesa estabeleceu um perfil extrativista-exportador à economia da Amazônia, que se manteve nas décadas logo após a independência brasileira. O boom de sua economia ocorreu do final do século XIX até 1912 - período da borracha.”.
Nesse período, a relação campo-cidade ia delimitando-se, à medida que as cidades, geralmente portuárias, tornavam-se centros de comercialização e distribuição da borracha e outros produtos, conforme explana Castro (2009) em seu trabalho.
A partir da segunda metade do século XX, o Estado passou a realizar intervenções significativas que mudariam a dinâmica da economia amazônica. Vista como uma região “sem homens” e o Estado necessitava ocupá-la, integrá-la nacionalmente, de forma a abrir novos mercados para as regiões industrializadas do país, e principalmente, transformá-la em gerador de divisas para o país, através da exploração de seus recursos naturais, com uma lógica de ação desenvolvimentista e nacionalista, como cita Castro (2009).
A abertura da rodovia Belém-Brasília, as políticas de incentivos fiscais voltadas principalmente à agropecuária, a construção da rodovia Transamazônica, os investimentos em infraestrutura básica com o PND I – Plano Nacional de Desenvolvimento, onde destacamos a construção da hidrelétrica de Tucuruí; e enfim o PND II – Plano Nacional de Desenvolvimento –, com grandes investimentos nas potencialidades minerais da Amazônia, foram as principais intervenções estatais no sentido de tornar a Amazônia um polo produtivo.
Todavia, com bem argumenta Marques (2010), a intervenção governamental determinou á Amazônia a função de ser exportadora de recursos minerais, assumindo-a como “fronteira de recursos naturais”. Nesse entendimento da Amazônia como um gerador de divisas e insumos para as regiões desenvolvidas, verifica-se a falta de comprometimento com a industrialização dos processos locais e com os impactos sociais e ambientais.
É nesse contexto que se insere Parauapebas. Seu território de 6.886,208 km2 (IBGE, 2015), integrava o município de Marabá, cidade portuária que em 1967 já funcionava como um centro de comércio e distribuição da região e que abrigava ainda as regiões de Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte. Com os investimentos do II PND no Polo Carajás e a expansão do Projeto Grande Carajás em Parauapebas, inicia-se a luta pela emancipação, que só foi realizada em 1988. 
Nesses 27 anos de emancipação, o município tornou-se o segundo maior PIB do estado do Pará, e um dos maiores do país, desenvolvendo-se a partir das atividades da Companhia Vale do Rio Doce, hoje denominada Vale. Abaixo apresentamos os dados da Receita Corrente Líquida do município, no período de 2008 a 2015:
	Tabela 1 – RCL – Receita Corrente Líquida 2008 a 2015 Mun. Parauapebas
	2008
	R$ 345.184.899,36 
	2009
	R$ 375.030.501,52 
	2010
	 R$ 464.134.053,87 
	2011
	R$ 678.570.884,85 
	2012
	R$ 904.544.950,822013
	R$ 1.169.380.737,71 
	2014
	R$ 1.040.041.911,95 
	2015
	 R$ 917.425.037,27 
	Fonte: Portal Governo transparente/ Prefeitura de Parauapebas/Receitas/2008 a 2015 reelaborados
	
No início dos projetos e mineração, a Vale construiu um núcleo urbano para abrigar seus funcionários, com escola, delegacia, hospital, prédio de administração e rede elétrica. Todavia, com as notícias dos projetos de mineração, a região passou a receber migrantes de todas as partes do país, na outrora denominada Vila Parauapebas, que cresceu descontroladamente, atraindo migrantes vários locais do Brasil.
Esse fluxo populacional de crescimento elevado e desordenado chegou em 2015, ao número estimado de 189.921 habitantes conforme projeção do IBGE com base no censo do ano e 2010. Abaixo apresentamos tabelas que demonstram evolução histórica populacional a partir da década de 80 nos municípios desmembrados da região de Marabá, e também no Brasil, para efeito de comparação.
	Tabela 2 – Evolução populacional: Marabá e municípios desmembrados, 1991 – 2015
	Marabá
	1980
	1991
	2000
	2010
	2015
	Variação 2000-2015
	
	59.915
	123.668
	168.020
	233.669
	262.085
	56%
	Parauapebas
	
	53.335
	71.568
	153.908
	189.921
	165%
	Curionópolis
	
	38.672
	19.486
	18.288
	
17.709
	(-9,11%)
	Canaã dos Carajás
	
	
	10.922
	26.716
	33.632
	208%
	Água Azul do Norte
	
	
	22.084
	25.057
	26.305
	19%
	Eldorado dos Carajás
	
	
	29.608
	31.786
	32.664
	10%
	Total região
	59.915
	215.675
	321.688
	489.424
	562.316
	75%
	 
	Brasil
	121.150.573
	146.917.459
	169.590.693
	190.755.799
	204.450.649
	21%
	Fonte: IBGE, censos de 1970, 1980, 1991, 2000, 2010, 2015 – reelaborados
	
	
	
Verifica-se a partir da tabela que a evolução populacional das regiões desmembradas a partir dos anos 2000 foi acima da média nacional, e a de Parauapebas, por sua vez, foi maior que a média de crescimento da região. Este crescimento se concentrou na área urbana da cidade, como pode ser observado na tabela abaixo: 
	Tabela 3 – Taxa de urbanização Parauapebas 1991 a 2015
	1991
	51,0%
	2000
	83,0%
	2010
	90,0%
	2015
	90,1%
	Fonte: IBGE, censos de 1991, 2000, 2010, 2015 – reelaborados
Em 1991 a população residente na área urbana do município representava 51% da população total. Já em 2015 esse percentual passou para 90,1% da população, dados às atividades de mineração e busca por emprego na área urbana da cidade, que alteraram a dinâmica populacional do município. Essa evolução populacional e desordenada trouxe com ela demandas sociais a serem supridas, onde citamos como exemplo a educação, saúde, infraestrutura, lazer e habitação, sendo a última de objeto deste estudo. 
4 ETAPAS DA EVOLUÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS
Melo e Cardoso (2014, p. 7), explanam em seu estudo sobre a alternância da trajetória formal e informal na evolução urbana do município e sobre como esses tecidos urbanos se configuram, destacando quatro períodos de expansão do município: 
· Ocupação instantânea, ocupação espontânea, e posterior regularização urbanística e fundiária dos núcleos pioneiros (até 1985); 
· Abertura de novas frentes de expansão, extensão do núcleo pioneiro e origem das primeiras ocupações periféricas (de 1986 a 1995); 
· “Boom” da ocupação informal, que coincide com a privatização CVRD e com o aumento vertiginoso da população urbana no município (cerca de 10% ao ano), associado ao acelerado processo de expansão periférica e de conversão de glebas rurais em loteamentos clandestinos e irregulares por proprietários de terras (de 1996 a 2005);
· Espraiamento do tecido urbano através da abertura de loteamentos formais de médio e alto padrão (2005 até o momento).
Verifica-se que a partir de 1986, o crescimento populacional do município, somado a uma política habitacional inconsistente e, à falta de formação profissional da população local e baixa renda das famílias, começaram a surgir ocupações periféricas e os loteamentos irregulares. 
A partir de 1995 esse problema agravou-se ainda mais, gerando a ocupação de áreas de riscos e/ou de áreas de preservação permanente com riscos de deslizamentos, inundações, e sem a presença de infraestrutura de rede de esgoto ou de abastecimento de água.
 Outro fator agravante do crescimento desordenado da população foi o encarecimento do preço dos imóveis, dos aluguéis da própria terra. A chegada constante de novos migrantes ao município e a oferta insuficiente de habitações, aliados à condição excepcional de circulação de riquezas no município resultou nos altos preços de imóveis, a despeito da falta de infraestrutura. 
5 PARAUAPEBAS: MARCOS LEGAIS E ESTRUTURAÇÃO NA ÁREA HABITACIONAL
O sistema nacional de habitação de interesse social - SNHIS, o plano nacional de habitação de interesse social - PLANHAB e o fundo nacional de habitação de interesse social - FNHIS, criados em 2005 através da Lei Federal nº 11.124, estabelecem, entre outros, a necessidade de criação de fundos municipais de habitação de interesse social e de planos locais de habitação de interesse social.
Partindo daí, a prefeitura de Parauapebas promoveu a elaboração do PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social, juntamente com a revisão do Plano Diretor, elaborando ainda o Plano Ambiental, o Plano de regularização fundiária sustentável e o Plano de Saneamento Local.
O Fundo Municipal de Habitação do município – FMHIS - e o Conselho Municipal de Habitação – CMHIS - foram criados ainda em 2009, visando a centralização e gerenciamento dos recursos orçamentários para programas habitacionais destinados à população de baixa renda por parte do FMHIS através das decisões tomadas pelo CMHIS, que tem caráter consultivo e deliberativo.
O órgão responsável pela política habitacional do município é a Secretaria de Habitação – SEHAB, destinada a executar as políticas de redução do déficit habitacional do município e gerenciar os cadastros das famílias para os programas sociais, com o apoio dos demais órgãos municipais.
Abaixo apresentamos os orçamentos do FMHIS no período de 2011 a 2014, para investimento em habitação:
 (
Gráfico 
1
)
Fonte: PLHIS de Parauapebas – reelaborado
Não há uma Lei de Parcelamento ou de uso e ocupação do solo e nem Código de obras, o que facilita a autoconstrução no município e dificulta a fiscalização de empreendimentos, inclusive de grandes loteamentos de alto impacto ambiental. 
É notório que houve um avanço a partir de 2009 no município, com a elaboração de marcos legal para a área de habitação, através das diretrizes firmadas pelo governo federal. A criação de um fundo e de uma secretaria específica de habitação permitiu que a área habitacional, passasse a ser foco de atuação da administração do município.
Nesse sentido, todavia, Santana, Holanda e Moura (2012), alertam para a necessidade de se criarem esferas públicas de debate e deliberação do direito à cidade, onde a sociedade possa romper a aparente ordem das coisas, uma vez que o déficit habitacional do Brasil está ligado ao padrão desigual, espoliador e conservador do processo de modernização da sociedade brasileira e seu desenvolvimento capitalista. 
Ou seja, a simples criação de instrumentos legais não garante a efetivação das políticas na área habitacional. A questão habitacional no Brasil está arraigada nas relações de capital e trabalho, e seu enfrentamento exige um debate sério a esse respeito, com a participação efetiva da sociedade na definição e controle dessas políticas. 
Santana, Holanda e Moura (2012) questionam ainda para a falta de mecanismos de gestão democrática no Programa Minha Casa Minha Vida, onde, por exemplo, não é possível discutir propriamente o perfil do projeto habitacional, cabendo aos conselhos a discussão apenas de elementos de triagem dos beneficiados.
Para que esses marcosregulatórios não fracassem em si mesmos, é necessário um maior aprofundamento do controle e participação social, um debate permanente que permita a aplicação das melhores alternativas para o município, respeitando as suas peculiaridades.
6 DÉFICIT HABITACIONAL 
6.1 Conceitos principais
Conforme o estudo do ministério das cidades e Fundação João Pinheiro sobre o Déficit Habitacional municipal 2010, o conceito de déficit habitacional está ligado diretamente ás deficiências do estoque de moradias. Engloba aquelas sem condições de serem habitadas em razão da precariedade das construções e que por isso, devem ser repostas, que é o caso de domicílios rústicos e improvisados, sem paredes de alvenaria ou madeira emparelhada, que não oferecem conforto e trazem riscos de contaminação de doenças.
 Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem constituir um domicílio unifamiliar), dos moradores de baixa renda com dificuldades de pagar aluguel e dos que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade.
Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia em imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, como déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque. 
	QUADRO 2 - COMPONENTES DO DÉFICIT HABITACIONAL
	COMPONENTE
	DESCRIÇÃO
	Domicílios precários
	Domicílios improvisados que servem como moradia alternativa Ex: Embaixo de pontes, barracas, carcaças de carros
	Domicílios Rústicos
	Sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada. Construídos com taipa não revestida, madeira aproveitada, palha ou outro material, sem parede.
	Cohabitação Familiar
	Famílias conviventes secundárias que declararam intenção de constituir domicílio exclusivo.
	Cômodos
	Domicílios particulares compostos por 1 ou mais aposentos localizados em casa de cômodo, cortiço, cabeça de porco, etc.Cedido, alugado, próprio de algum morador.
	Família conviventes
	Filho do responsável e/ou cônjuge, enteado, genro ou nora, pai, mãe, sogro, neto, irmã, irmão, avô, avó, outro parente, agregado, convivente e pensionista
	Ônus excessivo com aluguel urbano
	Famílias urbanas com renda de até três salários mínimos e que despendem mais de 30% da renda com aluguel
	Adensamento Excessivo de domicílios alugados
	Densidade de moradores por dormitório superior a três
	
Fonte: Déficit habitacional municipal no Brasil, 2010 - Ministerio das Cidades e FJP – reelaborados
 	O conceito de domicílio vago é importante para a composição do déficit habitacional, todavia, a equação não e tão simples, uma vez que nem todo domicílio vago possui características para atender a carência específica da população, como por exemplo, nos quesitos preço e característica do imóvel. Além disso, é necessário um mapeamento exato dos domicílios vagos, e essas informações nem sempre estão disponíveis. 
6.2 Déficit habitacional Brasil – 2007 a 2012 
Abaixo é apresentado o déficit habitacional a nível Brasil de 2007 a 2012, conforme últimos estudos disponibilizados pelo IBGE/PNAD, visando retratar a questão habitacional a nível Brasil nos últimos anos, em especial após a implantação do Programa Minha Casa Minha Vida.
 
Verifica-se, pelos dados, que desde o início do Programa Minha Casa Minha Vida em 2009, houve uma redução do déficit em números absolutos na ordem de 350.000 moradias. Por outro lado, verifica-se no período um crescimento do ônus excessivo. Esse fator contribuiu para que mais famílias entrassem no cálculo do déficit habitacional reduzindo, portanto o impacto do Programa Minha Casa Minha Vida na solução do problema, uma vez que o governo não tem controle direto sobre os componentes do déficit habitacional, em especial o ônus excessivo das moradias que revela uma questão muito mais conjuntural, sendo que o próprio PMCMV pode ter contribuído para o agravamento do ônus excessivo.
Outro fator relevante pode ver verificado na tabela acima. No período de 2009 a 2012, a composição das faixas de até três salários mínimos no déficit total aumentaram, enquanto que só as faixas a partir de três salários mínimos sofreram redução.
6.3 Déficit habitacional Parauapebas 
Malheiro (2013) afirma que:
Falar sobre a questão habitacional no sudeste do Pará significa encarar os problemas de moradia desta região, visualizando que os mesmos se avolumam de tal forma que desenham uma tônica de necessidades habitacionais que, articuladas a uma dinâmica peculiar de expansão de grandes investimentos públicos e privados, a um intenso fluxo migratório e a uma dinâmica de distribuição desigual da riqueza, produzem um problema estrutural, não apenas conjuntural. (Malheiro, 2013, pg. 234).
A região Sudeste do Pará, bem antes da advinda dos grandes investimentos públicos, já sofria de problemas habitacionais, dada a precariedade das habitações, a falta de planejamento do poder público e porque não dizer da pouca representatividade política no cenário nacional. Mas estes problemas tomaram uma dimensão estrutural à medida que os grandes investimentos públicos e privados foram direcionados à região, sem que houvesse um mínimo de infraestrutura nem mesmo para os problemas já existentes.
Em Parauapebas, principalmente a partir da década de 1990, os percentuais de crescimento apresentaram-se ainda maiores que os percentuais da região Sudeste do Pará, os quais já se revelavam superiores aos índices nacionais. Havia uma demanda cada vez mais crescente por habitação e por equipamentos públicos, todavia essa demanda não era mensurada, não eram traçadas estratégias para mitigar os problemas habitacionais e nenhum estudo a respeito havia sido feito até a elaboração em 2015 do PLHIS – Plano local de habitação de interesse social de Parauapebas, que apesar de representar um grande avanço, só foi elaborado para atender as exigências nacionais, em moldes pré-determinados, sem uma participação efetiva da sociedade e sem objetivos claros a serem perseguidos.
Com o PLHIS foi elaborado o déficit habitacional de Parauapebas, com base nos dados do IBGE/2010, mas com algumas mudanças conceituais com relação aos componentes do déficit habitacional nacional. No plano local, os componentes referentes á famílias conviventes e coabitação foram atribuídos ao conceito de Demanda demográfica, que engloba também a demanda de imóveis já atendida, sendo os demais itens atribuídos ao conceito de demanda domiciliar. Abaixo é apresentado o déficit habitacional de Parauapebas no ano de 2010, conforme elaboração do PLHIS do município. 
Analisando a tabela, verifica-se que o item que mais contribuiu para o déficit foi aluguel excessivo, pelo fato das residências no município serem vistas como mercadoria, gerando especulação imobiliária que encarece os preços dos imóveis, dificultando a sua aquisição, principalmente diante da inércia do poder público até então. 
No Brasil, é possível verificar uma redução do déficit habitacional a partir de 2010, com exceção da faixa de renda de até 3 SM. Em Parauapebas, não há dados da evolução do déficit antes de 2010. O que se pode perceber é que existe um déficit habitacional considerável e esse déficit pode ser atribuído ao intenso fluxo migratório motivado pelo projeto minerador que existe no município, que atrai famílias sem renda para a região em busca de melhores condições de vida, sem que haja infraestrutura mínima para atender essas famílias. Isso aliado ao alto preço do aluguel das moradias, faz com que essas pessoas se submetam a morar em condições inadequadas, buscando por locais mais afastados e sem a infraestrutura necessária.
Essas famílias de renda até três salários mínimos representam o gargalo do déficit habitacional tanto em nível nacional quanto local. Isso se deve à dificuldade de contrapartida financeira dessas famílias junto aos programas habitacionais governamentais, bem como de financiamento junto ao mercado imobiliário. Qualquer programa que se objetive a reduzir o déficit habitacional nas faixas de menor renda exige dispêndios vultososdo poder público. 
Verifica-se também que a faixa de até 3 salários mínimos também detém o maior percentual de domicílios improvisados e rústicos, que sofrem de falta de abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário, coleta de lixo e energia elétrica. Abaixo apresentamos a tabela de inadequação habitacional total nos domicílios de Parauapebas: 
Os números revelam que dos 42.726 domicílios em 2010 do município, 62% possuem um ou mais componentes de inadequação habitacional, sendo o mais alarmante o esgotamento sanitário, presente em mais de 20.000 domicílios.
Verifica-se que a rapidez com que se instalam os grandes projetos minerários no município e a chegada todos os dias novos morados não condiz com a capacidade do município de oferecer equipamentos públicos. E apesar de gerar valores grandiosos em divisas para o país e lucros na mesma medida, a responsabilidade social e ambiental cobrada da empresa mineradora é mínima, fator que decorre principalmente da política de incentivos do governo para atrair investidores para a Amazônia com um mínimo de risco, quando a região ainda representava grande incerteza, o que não representa a realidade atual. 
7 PROGRAMAS E AÇÕES MUNICIPAIS NA ÁREA HABITACIONAIS
Até 2009, a Prefeitura de Parauapebas atuou de forma pontual e somente com recursos próprios. As ações consistiam primeiramente em adquirir glebas e fazendas para reassentamento da população que havia ocupado terrenos privados irregularmente. Posteriormente estas ações evoluíram para programas municipais de habitação popular, e aquisição e distribuição de lotes urbanizados produzidos por empresas do setor imobiliário, conforme abaixo apresentado:
	QUADRO 3 - AÇÕES DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS ATE 2009
	Ação/Programa
	Unidade
	Quantidade
	Local
	Ano
	Aquisição de área não urbanizada para distribuição de lotes para famílias de baixa renda
	Lotes
	900
	Bairro Liberdade
	1994
	Aquisição de área não urbanizada para distribuição de lotes para famílias de baixa renda que haviam ocupado a área
	 Lotes
	1500
	Bairro Betânia
	2001
	Construção de Casas Populares/Programa Morar dias Melhores
	casas populares 
	684
	Bairro Morar dias melhores (casas populares 1)
	2004
	Construção de Casas Populares/Programa Morar dias Melhores – Habitar feliz
	casas populares
	540
	Bairro Habitar Feliz - (casas populares 2)
	2006
Fonte: Prefeitura de Parauapebas/SEHAB
Em 2009, o PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo federal mudou a regra de alocação dos recursos federais e o acesso aos subsídios, que anteriormente era vinculado á população, passando a serem vinculados ao déficit habitacional, com prioridade para população de baixa renda. A partir daí foi possível incluir cidades de porte médio, como é o caso de Parauapebas, incentivando projetos na área habitacional. 
	Quadro 4 - AÇÕES DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS APÓS 2009
	
	Ação/Programa
	Unid.
	Qtd.
	Local
	Ano
	Situação
	PMCMV
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda
	lotes
	900
	Bairro Liberdade
	1994
	Entregue
	Não
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda que haviam ocupado a área
	 lotes
	1500
	Bairro Betânia
	2001
	Entregue
	Não
	Construção de Casas Populares/Programa Morar dias Melhores
	casas populares 
	684
	Bairro Casas Populares
	2004
	Entregue
	Não
	Construção de Casas Populares/Programa Morar dias Melhores
	casas populares
	540
	Bairro Casas Populares
	2006
	Entregue
	Não
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda 
	lotes
	2500
	Jardim Tropical I e II e Jardim Ipiranga
	2011
	Entregue
	Não
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda que haviam ocupado a área 
	lotes
	510
	Bairros Vila Rica e Altamira
	2011
	Entregue
	Não
	Construção de Casas Populares - 
	casas populares
	1000
	Bairro dos Minérios
	2012
	Entregue
	Sim
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda 
	lotes
	1505
	Jardim Tropical I e II e Jardim Ipiranga
	2012
	Entregue
	Não
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda 
	 lotes
	1879
	Jardim Tropical I e II e Jardim Ipiranga
	2013
	Entregue
	Não
	Aquisição de área para distribuição de lotes para famílias de baixa renda 
	lotes
	323
	Alto Bonito
	2013
	Entregue
	Não
	Construção de Casas Populares - 
	 casa
	424
	Residencial Vale do Sol
	2015
	Entregue
	Não
	Construção de Casas Populares em andamento 
	casas
	1194
	Bairro Nova Carajás
	2017
	em andamento
	Sim
	Construção de Casas Populares em andamento
	Apartamento
	650
	Residencial Vila Nova
	2017
	em andamento
	Sim
	Construção de Apts. Populares em andamento
	Apartamento
	1008
	Residencial Alto Bonito
	previsão 2016
	em andamento
	Sim
	Construção de Apts. Populares em andamento
	Apartamento
	1392
	Residencial Alto Bonito
	previsão 2016
	em andamento
	Sim
	Construção de Casas Populares - - andamento
	casa
	50
	Cedere I
	previsão 2016
	em andamento
	Não
	Fonte: PLHIS / Secretaria de Habitação de Parauapebas
	
	
As iniciativas antes do PMCMV caracterizam-se por, em sua maioria, pela falta de infraestrutura. O bairro Liberdade, por exemplo, tido como primeira iniciativa de habitação em Parauapebas, após a emancipação, foi constituído por distribuição de lotes, sem urbanização, equipamentos públicos e saneamento básico. Estes, foram acrescentados posteriormente. O Bairro Betânia, seguiu o exemplo do bairro Liberdade. O Bairro Morar Dias Melhores, quebrou esse padrão quando ofereceu casas construídas em terrenos urbanizados parcialmente, com locais para posterior construção de equipamentos públicos. O Jardim Tropical I e II configurou-se como distribuição de lotes, mediante contrapartida do beneficiado (1% do valor do lote), mas com urbanização – asfalto, meio fio, iluminação – porém sem saneamento básico. Os bairros Vila Rica e Altamira tiveram a mesma característica do Bairro Betânia. O Alto Bonito, seguiu o padrão do Jardim Tropical, com asfalto, iluminação e drenagem pluvial. O Residencial Vale do Sol, por trata-se do PMCMV, constitui-se em um residencial completo, com casas em terrenos urbanizados, com asfalto, iluminação e saneamento básico. O Residencial Nova Carajás, ainda está em andamento, mas sua concepção segue a mesma do PMCMV. O Residencial Alto Bonito é um projeto de desfavelização, onde houve remoção de pessoas para implantação do projeto de habitação em modalidade apartamento, com todos os equipamentos públicos, asfalto e saneamento básico, e é considerado o maior programa habitacional da cidade até o momento. O Cedere I caracteriza-se por casas com infraestrutura básica, ainda em andamento. 
Os programas habitacionais de Parauapebas, antes do PMCMV, foram concebidos sem um plano definido. O governo do momento, pensava o programa e executava a ação sem considerar a infraestrutura necessária o conceito de moradia digna.
Dois bairros de Parauapebas tiveram sua formação marcada por invasões. Trata-se do Bairro da Paz, cuja invasão ocorreu em 1991 e o loteamento Vila Rica (1992) que apesar de ter sido loteado pelo proprietário, sofreu uma invasão, gerando transtornos para os e proprietários e para a população que invadiu.
Esses programas definidos pelas administrações que passaram pelo município tiveram seu conceito modificado com o PMCMV. O conceito de moradia digna foi introduzido e tornou-se obrigatório para acesso ao programa. Após esse programa, os projetos habitacionais sofreram uma mudança na qualidade e quantidade.
De 1994 a 2011, foram 6.124 famílias beneficiadas com programas habitacionais pontuais, sendo 1.224 famílias contempladas com casas (sem asfalto, saneamento básico e equipamentos públicos, tendo apenas iluminação) e 4.900 famílias contempladas com lotes, sendo 2.400 unidades sem urbanização alguma, apenas com iluminação pública e 2.500 urbanizados parcialmente, com asfalto, iluminação, meio fio e distribuição de água, mediante construção de poços artesianos.
Em 2012, o padrão dos programas habitacionais elevou-se, e foram entregues 2.034lotes urbanizados com água, asfalto, iluminação e 1.424 casas com urbanização completa. Para 2016, 2.450 unidades habitacionais, na modalidade apartamento, estão previstas para serem entregues, com urbanização completa, inclusive com equipamentos públicos, pois fazem parte do PMCMV. Para 2017 estão previstas 1.844 unidades habitacionais, sendo 1.194 casas e 650 apartamentos, também dentro do PMCMV, o que significa dizer com infraestrutura completa, incluindo os equipamentos públicos.
Isso demonstra que o conceito de moradia digna, intrínseco ao PMCMV, incorporou-se aos programas habitacionais municipais que aderiram, pelo menos em parte, quando da formulação de seus projetos. 
8 PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO NA OFERTA HABITACIONAL
A influência do setor privado na área habitacional tem sido determinante na questão habitacional do município de Parauapebas. Nesse sentido a própria Política Nacional de Habitação já menciona a proximidade do setor privado na definição do padrão de desenvolvimento urbano, conforme apresentamos abaixo:
A fragmentação do espaço urbano, o contínuo crescimento e adensamento da periferia e o aprofundamento da segregação e exclusão socioterritorial são as principais características do processo de urbanização brasileiro. Esse processo possui íntima relação com o mercado imobiliário formal e informal, cuja dinâmica privatiza a renda fundiária gerada coletivamente e ocasiona a formação de núcleos que não se articulam com a malha urbana existente, produzindo enormes áreas vazias no interior do espaço urbano. Em certos casos, a produção habitacional pelo poder reproduz esse padrão segregativo e excludente de urbanização periférica, aprofundando as desigualdades socioterritoriais. 
A fragmentação do espaço urbano e adensamento de periferias pode ser verificada no município de Parauapebas, onde o setor privado tem estado presente em todas as fases de ocupação do município, desde a ocupação instantânea até a fase de grandes loteamentos, controlando a oferta de imóveis e as localizações dos tecidos urbanos, e aprofundando as exclusões socioterritoriais daqueles com renda incompatível para aquisições nessas áreas. 
	Tabela 8 -Loteamentos regularizados pelo município de Parauapebas 2007 a 2012
	
	Item
	Nome
	Qtd. De lotes
	Tamanho mínimo dos lotes em M2
	Área total
	Ano
	1
	PARQUE DOS CARAJAS VIII
	1.415
	300
	726.000
	2007
	2
	LOTEAMENTO URBANO PARAÍSO
	1.200
	225
	792.396
	2008
	3
	CIDADE JARDIM (II ETAPA)
	2.172
	 
	991.812
	2008
	4
	NOVA CARAJÁS (I ETAPA)
	957
	125
	948.691
	2009
	5
	NOVA CARAJÁS (II ETAPA)
	1.484
	 
	740.384
	2009
	6
	RESIDENCIAL MARTINI
	 
	300
	19.859.006
	2009
	7
	CIDADE JARDIM (X ETAPA)
	2.673
	 
	572.717
	2010
	8
	NOVA CARAJAS (ETAPA X)
	957
	225
	 
	2010
	9
	NOVA CARAJÁS (ETAPA VI)
	1.551
	147
	959.229.000
	2010
	10
	NOVA CARAJÁS (ETAPA IV)
	1.864
	 
	464.608
	2010
	11
	CIDADE JARDIM (VI ETAPA)
	2.201
	 
	966.727
	2010
	12
	CIDADE JARDIM (VIII ETAPA)
	958
	 
	426.911
	2010
	13
	LOTEAMENTO ESPLANADA
	327
	 
	221.301
	2010
	14
	LOTEAMENTO ANTARES
	2.284
	 
	1.079.789
	2010
	15
	JARDIM TROPICAL
	1.551
	222
	529.571
	2011
	16
	NOVA CARAJÁS (ETAPA VIII)
	791
	225
	792.396
	2011
	17
	JARDIM TROPICAL II
	2.093
	212
	742.163
	2011
	18
	NOVA CARAJAS (ETAPA VII)
	1.711
	150
	814.892
	2011
	19
	CIDADE JARDIM (ETAPA V)
	1.228
	190
	431.859
	2012
	20
	RESIDENCIAL VILA NOVA 
	936
	180
	290.400
	2012
	21
	LOTEAMENTO BELVEDERE
	420
	150
	177.377
	2012
	22
	CIDADE JARDIM (ETAPA XI)
	2.597
	200
	961.669
	2012
	23
	CIDADE JARDIM (ETAPA XII)
	1.842
	 
	637.044
	2012
	24
	LOTEAMENTO SERRA GRANDE I
	2.284
	 
	9.997.748.125
	2012
	25
	LOTEAMENTO SERRA GRANDE II
	2.789
	 
	999.988
	2012
	26
	CIDADE JARDIM I
	716
	234
	431.609
	 
	27
	CIDADE JARDIM (ETAPA VII)
	1.399
	 
	622.060
	 
Historicamente verifica-se a interferência do setor privado no parcelamento do solo, em grande parte de forma irregular e estratificada, sem qualquer respeito ás questões ambientais e sem oferecer qualquer infraestrutura, acarretando assim em graves problemas para o município com assentamentos precários, principalmente até o ano de 2006. 
A partir de 2007, com o fortalecimento em escala nacional do setor imobiliário, o aumento da oferta do crédito habitacional e a circulação de capital no município, Parauapebas atraiu empreendimentos de maior porte que buscaram sua regularização junto á Prefeitura. 
Uma das consequências diretas da entrada desses empreendimentos foi o aumento da oferta de lotes habitacionais, fator que reduziu os altos preços da terra na área urbana do município de modo geral. Só nos empreendimentos regulamentados no período de 2007 a 2012 a oferta de lotes foi de mais de 40.000 unidades. 
 Por outro lado, a falta de experiência do setor público na área habitacional, de instrumentos regulamentadores no uso e parcelamento do solo, e até de interesses políticos envolvidos “afrouxaram” por assim dizer, as exigências ambientais e estruturais para esses empreendimentos, refletindo em prejuízos para o município e para os cidadãos que adquiriram as unidades imobiliárias, como pavimentação asfáltica de má qualidade, falta de rede de esgoto, problemas de abastecimento de água, dentre outros.
Outro fator negativo são os juros abusivos praticados pelos empreendimentos, que hoje tem acarretado na devolução, venda dos lotes e inadimplência local, ultimamente com interferência até do Ministério Público na questão. Abaixo apresentamos a relação de empreendimentos regularizados pela Prefeitura Municipal no período de 2007 a 2012, a partir (
Figura 9
)de dados do PLHIS de Parauapebas.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 	A análise dos dados possibilitou o conhecimento da política habitacional do município de Parauapebas. Disso foi possível constatar que houve um salto de qualidade nos programas habitacionais após a implantação do Programa Minha Casa Minha Vida, onde os conceitos de moradia digna, com infraestrutura, equipamentos e serviços públicos são obrigação de quem promove o programa. 
	O artigo também mostra que apesar de todas as inciativas em habitação no município, há ainda um déficit habitacional que precisa ser sanado. Que além da promoção de novas unidades habitacionais, é preciso implantar programas para resolução das inadequações existentes, tendo em vista a autoconstrução empregada, especialmente quando as iniciativas em habitação se caracterizaram por disponibilização de lotes.
	O conhecimento das informações do artigo é importante para criação de programas habitacionais específicos para resolução dos problemas existentes. Também é preciso que o poder público atue firmemente na contenção das invasões, que são características dessa região. Disponibilizar recursos para estudos técnicos, conter invasões, melhorar a qualidade dos projetos habitacionais realizados com recursos próprios, trabalhar novas unidades habitacionais, trabalhar a resolução das inadequações são iniciativas que devem ser priorizadas pelo poder público para resolver a questão habitacional municipal.
Vale ressaltar que o panorama nacional permitiu o fortalecimento da Política Local de Habitação, não só pela contrapartida de recursos federais, mas também pela exigência de uma estrutura mínima administrativa, que motivou a criação do Fundo Municipal de Habitação, da Secretaria Municipal de Habitação e do Conselho de Habitação de Interesse social. 
Por outro lado, o município não possui ainda uma lei de uso e Parcelamento do solo, como também não há um código de obras para regulamentar os grandes empreendimentos que chegam ao município. O resultado disso são problemas estruturais nos grandes loteamentos, como falta de água, asfalto de má qualidade, falta de rede de esgotos e até comprometimento do meio ambiente.
É fundamental a instituição desses instrumentos, bem como a cobrança efetiva das diretrizes do plano diretor na aprovação de projetos imobiliários, além de buscar soluções imediatas para solucionar os problemas já existentes nesses grandes loteamentos. 
E com base no conhecimento da realidadedo município, abandonar a visão imediatista de curto prazo e executar ações habitacionais com base em um planejamento sério, que alcance resultados efetivos ao longo do tempo, que priorize a sustentabilidade ambiental e contribua para reduzir efetivamente o déficit habitacional do município, especialmente nas camadas de baixa renda.
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Número de domicílio com aluguel excessivo cresce em cinco anos. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/11/numero-de-domicilios-com-aluguel-excessivo-cresce-30-em-cinco-anos.html : acesso em 15/02/16
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ORÇAMENTO FM	HIS 2011 A 2014	2011	2012	2013	2014	54278601	59687533.880000003	115945888	76549000	25

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