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DIREITO DO TRABALHO I INTRODUÇÃO CONCEITO: “Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, especialmente através de associações coletivas.” FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO: a) econômica; b) social: dignidade humana do trabalhador; c) conservadora: pacificação da relação capita-trabalho e d) Tutelar: proteção do trabalho. CARACTERÍSTICA: intervencionismo estatal nas relações privadas; tendência coletivista; caráter internacionalista; entrelaçamento com o direito constitucional e com os direitos humanos. Divisão Do Direito Do Trabalho: Direito Individual Do Trabalho, Direito Coletivo Do Trabalho, Direito Internacional Do Trabalho E Direito Processual Do Trabalho. O Direito do Trabalho é produto do capitalismo, surgiu no século 19. No Brasil os Direitos Trabalhistas surgiram na década de 30 com Getúlio Vargas. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO ANTIGUIDADE: O trabalho era predominantemente escravo. Havia preconceito contra os trabalhadores. Não existia direito trabalhista. IDADE MÉDIA: A principal forma de trabalho era a servidão. Feudalismo. Vinculação a terra. Troca da terra para produção por grande parte do produto produzido. IDADE MODERNA: Surgimento da economia Mercantilista. Corporações de Ofício (agremiação de trabalhadores, para trabalhar precisava entrar em uma). MUNDO CONTEMPORÂNEO: Surge o direito do trabalho com as revoluções (francesa, americana, britânica), queriam o fim das corporações de ofício. Industrialização. Fenômeno da Questão Social: surgiu naturalmente com o avanço do capitalismo, após as revoluções liberais, nas quais houve muita desigualdade social e muita exploração no trabalho. Surge o Direito do Trabalho. O Comunismo, Socialismo e Anarquismo (Movimentos Revolucionários) nasce aqui como reação ao surgimento do Capitalismo, dessa forma a Igreja Católica começou a defender Direitos Trabalhista sem necessariamente acabar com o Capitalismo, pois ela temia os Movimentos Revolucionários. MODERNIZAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO Flexilibização: Permite a negociação do Empregado com o Empregador, de acordo com a lei. Subordinação indireta: terceirização tornou-se licito. O serviço principal na empresa não pode ser terceirizado apenas funções indiretas. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. Responsabilidade subsidiária do Poder Púbico só funciona se for comprovado a falta de fiscalização. Trabalho intermitente: contratado sem fixação de quantidade de horas, presta serviços de forma esporádica, remunerando-o com salário e todos os direitos trabalhistas proporcionalmente a esse período (formaliza o bico). Trabalho de Curto Prazo: contrato com prazo determinado de duração. Pejotização é FRAUDE, a Auditoria Fiscal do Trabalho é o órgão fiscalizador do descumprimento, por ter sido banalizado, cai apenas por denúncia. CLT garante os direitos do empregado urbano, por este ser subordinado, ou seja, está sob o mando de um empregador. A ordem do empregador precisa ser lícita, se não ele deve recusar a ordem, do contrário ele responde pelo crime da mesma forma (direito de recusa). MEI e PJ não tem direitos trabalhistas, porém se estes contribuem de maneira individual possui direitos previdenciários. Trabalho Autônomo (federal): ART. 442-B DA CL. Trabalho por conta própria. Pessoa Jurídica ou não. Dono das ferramentas de trabalho. Profissionais Liberais. Parceria. Trabalho Eventual: não há permanência (não há vínculo empregatício). Não há habitualidade. Não há fixação em um mesmo. Tomador de serviços. Pode haver ou não subordinação. Trabalho Avulso: ART. 7º, INCISO XXXIV, DA CRFB/88. É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). Não tem vínculo de emprego. Tem todos os direitos do empregado. Não há pessoalidade e nem permanência. Estágio: o estágio se situa em região híbrida entre o aprendizado e o trabalho. §1º do art. 1º da lei de estágio: a atividade de estágio deve fazer parte do projeto pedagógico do curso. Não cria vínculo trabalhista. Requisitos: matrícula no ensino formal, termo de compromisso, compatibilidade entre as atividades de estágio e as previstas no termo de compromisso. Parte concedente: pessoas jurídicas ou físicas privadas ou órgãos públicos. Contratação de seguro de acidentes pessoais. TELETRABALHO TRABALHO EM DOMICÍLIO: Trata-se de hipótese de vínculo de emprego típico, que não apresenta qualquer diferença no aspecto jurídico frente ao trabalho realizado dentro da própria sede ou filial do empregador. (parágrafo único do art. 6º da CLT). ART. 75-A DA CLT: APLICAÇÃO DO CAPÍTULO II-A AO TELETRABALHO. ART. 75-B DA CLT: CONCEITO DE TELETRABALHO. PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 75-B DA CLT: COMPARECIMENTO NO LOCAL DE TRABALHO. ART. 75-C DA CLT: EXIGÊNCIA DE CONTRATO DE TRABALHO ESCRITO PARA CARACTERIZAÇÃO DO TELETRABALHO. §§1º E 2º DO ART. 75-C DA CLT: MUDANÇA DO REGIME DE TELETRABALHO PARA O TRABALHO PRESENCIAL E VICE-VERSA. ART. 75-D DA CLT: CONTRATO ESCRITO PREVENDO DESPESAS COM TELETRABALHO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 75-D DA CLT: AS DESPESAS DO “CAPUT” NÃO INTEGRAM O SALÁRIO. EFEITOS NEGATIVOS (DELÉTERIOS) DAS RELAÇÕES NA MODERNIDADE Dano Moral; Assédio Moral; Doenças Psíquicas; Precarização das relações de trabalho; Enfraquecimento dos movimentos sindicais. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO • CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS (ART. 7º DA CRFB/1988) • FONTES MATERIAIS: fatos sociais, econômicos, políticos... • FONTES FORMAIS: a) HETERÔNOMAS (prevalece no BR): CRFB/1988, leis federais (somente leis federais podem tratar de leis trabalhistas, só a União pode fazer leis de materiais trabalhistas, município apenas para servidor municipal), tratados internacionais, portarias do Ministério do Trabalho, sentença normativa, sentença arbitral, regulamento de empresa*; b) AUTÔNOMAS: contrato de trabalho (sindicato e empregadores firmam e tem força de lei), convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, costumes, termos de conciliação. • FONTES INDIRETAS: jurisprudência, doutrina e equidade. *CASO HAJA MUDANÇA NO REGULAMENTO INTERNO DA EMPRESA O FUNCIONÁRIO PODE ESCOLHER ADERIR SE O NOVO FOR MAIS BENEFÍCO, CASO CONTRÁRIO ESTE SÓ FUNCIONA PARA NOVOS EMPREGADOS. PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO (I) PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (ART. 1º, INCISO III, CRFB/88) (II) PRINCÍPIO DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO (ART. 1º, INCISO IV, DA CRFB/88) (III) PRINCÍPIO DO VALOR SOCIAL DA LIVRE INICIATIVA (ART. 1º, INCISO IV, DA CRFB/88) (IV) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA (ART. 5º, INC. XXIII, E 170, DA CRFB/88) (V) PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR (ART. 7º, CAPUT, DA CRFB/88) (VI) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO (ART. 7º, INCISO I, DA CRFB/88) (VII) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO SALÁRIO: - GARANTIA DO SALÁRIO MÍNIMO (ART. 7º, INCISO 7º, INCISO IV, DA CRFB/88) - IRREDUTIBILIDADE SALARIAL (ART. 7º, INC. VI, DA CFB/88) - ISONOMIA SALARIAL (ART. 7º, XXX, DA CRFB) (VIII) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO MERCADO DE TRABALHO DA MULHER (ART. 7º, XX, DA CRFB/88) (IX) PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO TRABALHO INFANTIL E DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ADOLESCENTE (ART. 7º, INC. XXXIII, DA CRFB) (X) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO (ART. 225 C/C 200 DA CRFB/88) (XI) PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DA DURAÇÃO DO TRABALHO (ART. 7º, INCISO XIII, XIV, XV, XVI E XVII, DA CRFB/88) (XII) PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO OPERARIO”: no caso de dúvida na interpretação de determinada norma, deve-seaplicar a interpretação favorável ao empregado. (XIII) PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA: aqui não se tem dúvida sobre a interpretação da norma. No caso de existir duas normas aplicáveis ao caso, deve-se, ser aplicada aquela que é mais favorável ao empregado. (XIV) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE OU DA INDISPONIBILIDADE (ADMITE-SE A TRANSAÇÃO JUDICIAL DE DIREITOS TRABALHISTAS OU NA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA): é a impossibilidade jurídica de privar o empregado de uma ou mais vantagens concedidas pelo Direito do Trabalho (XV) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: todo contrato de trabalho deve ser celebrado por prazo indeterminado, ou seja, de modo a durar indefinidamente. Os contratos a termo, aqueles com prazos determinados, são exceção e só podem ser celebrados em casos específicos e previstos na CLT. (XVI) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE: os fatos prevalecem sobre os ajustes formais. Ou seja, de acordo com esse princípio, a verdade real deve prevalecer sobre a relação formal, visando coibir a coação dentro do ambiente trabalhista. Mesmo que as empresas contem com papéis e documentos, a verdade com auxílio de testemunhas ou provas serão as válidas para as ações. De acordo com o Direito do Trabalho, os fatos são mais importantes do que os ajustes formais. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO: ARTS. 2º E 3º DA CLT 1º - PESSOALIDADE (CONTRATO “INTUITU PERSONAE”): este requisito está vinculado ao caráter pessoal da obrigação trabalhista, proibindo o empregado de fazer-se substituir na prestação de serviços quando não puder comparecer ou prestá- los, sob pena de descaracterização do vínculo empregatício. Frise-se ainda que o empregado deve ser pessoa física. Não há pessoalidade para o empregador. A CLT prevê a sucessão trabalhistas. Empresas herdam os trabalhadores. 2º - NÃO EVENTUALIDADE (HABITUALIDADE): O contrato gera uma continuidade na prestação de serviço, o que mantém uma regularidade no desenvolvimento da atividade em benefício do empregador. Não é preciso que haja prestação de serviços diário. Para o empregado doméstico somente existe não eventualidade se houver prestação de serviços por pelo menos 3 dias na semana. 3º - SUBORDINAÇÃO: A subordinação consubstancia-se na submissão às diretrizes do empregador, o qual determina o lugar, a forma, o modo e o tempo - dia e hora - da execução da atividade. O empregado está sujeito às ordens do empregador. É um conceito jurídico (poder diretivo patronal), não é um conceito econômico e nem mesmo técnico. 4º - ONEROSIDADE: Esta consiste no percebimento de remuneração em troca dos serviços prestados pelo empregado. Assim, existe uma reciprocidade de obrigações, quais sejam: prestação de serviços pelo empregado e contraprestação pecuniária por parte do patrão. 5º - ALTERIDADE*: o empregador assume os riscos decorrentes do seu negócio, mas não os repassa ao empregado. Isto é, se o negócio vai bem ou mal, o salário do empregado será garantido. *alguns doutrinadores acrescentam a alteridade como requisito da relação de emprego, outros entendem que é apenas uma característica. OUTRAS FORMAS DE RELAÇÃO DE TRABALHO: Trabalho Autônomo, Trabalho Eventual, Trabalho Avulso, Trabalho Temporário, Trabalho Terceirizado, Trabalho Voluntário, Estágio E Trabalho Cooperado. “ISSO CAI EM PROVA” OU “É MUITO IMPORTANTE” DISSE O PROF. ACHO QUE PODE CAIR.
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