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Gabriela Curi Gaspar u Advogada, Graduada em Direito pela Universidade Salvador – UNIFACS. Professora e Palestrante, Mestre em Novos Direitos e Relações Sociais Pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho e em Direito do Estado, ambas pelo JusPodivm. Pós-Graduada em Compliance, Governança e Riscos pela Faculdade Baiana de Direito - FBD. Auditora de Sistema de Gestão de Compliance e Anticorrupção (ISO's 19600:2014 e 37001:2016) certificada pela World Compliance Association - WCA. Membro do Instituto Bahiano de Direito do Trabalho. 1. A Formação Histórica Do Direito Do Trabalho u 1.1. Etimologia u Tripaliare – (martirizar com o tripalium) u Trabalho associado à tortura. u 1.2. Formação Histórica do Direito do Trabalho u 1.2.1. Sociedade Pré-industrial. u 1.2.1.1 Antiguidade Clássica u - Escravidão u 1.2.1.2. Idade Média u - Servidão u 1.2.1.3. Idade Moderna u - Corporações de ofício u - Lei Lê Chapelier de 17 de junho de 1791 u 1.2.2. Sociedade Industrial u - Inglaterra – 1712 – Descoberta da Máquina a Vapor – Thomas Newcomen u - Produção em larga escala u - Revolução Industrial u - Revolução Francesa (1789) u - Liberdade x Igualdade u - Assalariado u Consciência de classe 1. A Formação Histórica Do Direito Do Trabalho 1.3. Evolução histórica do Direito do Trabalho no mundo u - Período de Formação (1802-1848) - Primeira Lei: Inglaterra (1802) – Moral and Health Act – proibição do trabalho dos menores à noite e por duração superior a 12 horas diárias. u - Período de Intensificação (1848-1890) - Manifesto Comunista de Marx e Engels (1848). u - Período de Consolidação (1890-1919) - Encíclica Papal Rerum Novarum (coisas novas) – Papa Leão XIII, em 15/05/1891. u - Período de Autonomia (1919 até o presente) - Criação da OIT (1919). 1.4. Evolução histórica do Direito do Trabalho no Brasil. u 1.4.1 O Direito do Trabalho nas Constituições Brasileiras u - 1824 e 1891: ausência de proteção. u - 1934: natureza social democrata - Instituição da Justiça do Trabalho - organizada em 02/05/39 Decreto Lei 1.237 / instalada em 01/05/41 - Vários direitos: pluralismo sindical; férias anuais remuneradas; salário mínimo; repouso semanal; nacionalização de empresas; proibição de trabalho ao menor de 14 anos. u - 1937 – caráter autoritário (submissão dos sindicatos ao controle estatal e a proibição do direito de greve) > A partir daí, foi sancionado o Decreto-lei n.º 1.402, em 5 de julho de 1939, que regulava a associação em sindicato. Foi nessa norma que surgiu, expressamente, a opção pela unicidade sindical, com previsão em seu art. 6º, assim redigido: “Não será reconhecido mais de um sindicato para cada profissão”. 1.4. Evolução histórica do Direito do Trabalho no Brasil. u - 1946: Mais Liberal: restabeleceu o direito de greve; participação nos lucros das empresas; Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário; forte conteúdo social; garantias à gestante: assistência sanitária, inclusive médica-hospitalar; salário mínimo capaz de satisfazer as necessidades normais do trabalhador e de sua família. u - 1967: Autoritarismo: FGTS (criado por lei em 1966) X estabilidade; proibição de greve nos serviços públicos e nas atividades essenciais definidas em lei; proibição da diferença de salário e de critérios de admissão por motivo de sexo, cor e estado civil; proibição de trabalho aos menores de 12 anos, de trabalho noturno a menores de 18 anos e de trabalho insalubre a estes e às mulheres; salário-família. u - 1988: Democrática: acréscimo do FGTS; adicional de 50% para as horas extras; acréscimo de 1/3 para as férias; licença paternidade de 5 dias; seguro-desemprego; aviso prévio de no mínimo 30 dias; jornada de 6 horas para turno ininterrupto de revezamento, salvo negociação coletiva; irredutibilidade do salário, salvo negociação coletiva; estabilidade gestante da gravidez até 5 meses após o parto; licença gestante de 120 dias. 1.4. Evolução histórica do Direito do Trabalho no Brasil. u 1.4.2 O Direito do Trabalho na Legislação infraconstitucional u - CLT >DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 u - Lei n. 13.467/2017 2. Conceito do Direito do Trabalho. u 2.1. Conceitos Subjetivistas. u 2.2. Conceitos Objetivistas. u 2.3. Conceitos Mistos. 3. Denominação. u - Direito Industrial. u - Direito Operário. u - Direito Social. u - Direito do Trabalho. 4. Características u - Tendência in fieri (ampliação crescente); u - Direito “tuitivo” u - Cunho intervencionista; u - Caráter cosmopolita, ou seja, influenciado pelas normas internacionais; u - Institutos jurídicos de ordem coletiva ou socializante; u - Limitativo da autonomia da vontade individual no contrato; u - Direito tutelar (tutela do trabalhador). u Direitos irrenunciáveis 5. Natureza Jurídica u 5.1. Direito Público. u - Intervencionismo estatal no conteúdo das normas imperativas. u - Críticas: sujeitos e contrato. u 5.2. Direito Privado. u - Contrato de trabalho. u - Tese predominante. 5.3. Direito Social u - Cesarino Jr. u - Crítica: todo direito é social. 6. Funções u - Tutelar. u - Econômica. u - Conservadora. u - Coordenadora. u - Dignificante 7. Autonomia. u - Objeto próprio. u - Princípios peculiares. u - Fontes. u - Instituições peculiares. u 8. Relações com outros ramos do Direito. 9. Fontes do Direito do Trabalho u 9.1. Conceito. u 9.2. Classificação. u 9.2.1. Fontes materiais (reais ou primárias). u - sob a perspectiva econômica. u - sob a perspectiva sociológica. u - sob a perspectiva política. u - sob a perspectiva filosófica. u 9.2.2. Fontes formais. u 9.2.2.1. Fontes formais heterônomas: elaboradas unilateralmente por um terceiro. u 9.2.2.2. Fontes formais autônomas: decorrentes das vontades das partes (contrato individual do trabalho, acordo ou convenção coletiva de trabalho). 9. Fontes do Direito do Trabalho 9.3 O art. 8º da CLT u > Redação Antiga u Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. u Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. 9.3 O art. 8º da CLT u > Nova Redação u Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. u § 1o O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. 9.3 O art. 8º da CLT u > Nova Redação u § 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. u § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervençãomínima na autonomia da vontade coletiva.” (NR) 1. Princípios do Direito do Trabalho u 1.1. Conceito u 1.2. Princípios x Regras u 1.3. Funções u - Função Informadora (fase pré-jurídica) u - Função Interpretativa u - Função Normativa Subsidiária ou Integrativa u - Função Normativa Própria 1.4. Princípios Constitucionais Gerais Aplicáveis ao Direito do Trabalho u - Princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, C.F/88) u - Princípio da Isonomia (art. 5º, caput, C.F/88) u - Princípio da Valorização Social do Trabalho (art. 1º, IV, C.F/88) u - Princípio da Livre Iniciativa (art. 1º, IV, C.F/88) u - Princípio da Liberdade de Exercício do Trabalho (art. 5º, XIII, C.F/88) u - Princípio da Liberdade de Associação (art. 5º, XVII e XX, C.F/88) 1.5. Princípios Constitucionais da Atividade Econômica (art. 170 da C.F/ 88) u - Princípio da Valorização Social do Trabalho u - Princípio da Justiça Social u - Princípio da Função Social da Propriedade u - Princípio da Busca do Pleno Emprego 1.6. Princípios Constitucionais Específicos do Direito do Trabalho u - Princípio da Não-Discriminação (art. 7º, XXX, XXI e XXXII, C.F/88) u XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; u XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; u XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; u - Princípio da Continuidade da Relação de Emprego (art. 7º, I, C.F/88) u I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; u > Súmula nº 212 do TST u DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 1.6. Princípios Constitucionais Específicos do Direito do Trabalho u - Princípio da Irredutibilidade Salarial (art. 7º, VI, da CRFB/88) u VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; u - Princípio da Liberdade Sindical (art. 8º, C.F/88) u Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 1.6. Princípios Constitucionais Específicos do Direito do Trabalho 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u 1.7.1. Princípio da Proteção u a) in dubio pro operario/misero u b) norma mais favorável u c) Condição mais benéfica u Aplicação irrestrita/ Teoria do Conglobamento e Teoria do Conglobamento mitigado (por institutos) u > A Súmula n. 51, II, do TST u Súmula nº 51 do TST u NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 u I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973) u II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ nº 163 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999) u > O art. 3º da Lei n. 7.064/82 u Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da execução dos serviços: u I - os direitos previstos nesta Lei; u II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. u Parágrafo único. Respeitadas as disposições especiais desta Lei, aplicar-se-á a legislação brasileira sobre Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS e Programa de Integração Social - PIS/PASEP. 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u > A alteração do art. 620 pela Reforma Trabalhista u Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) u VERSUS u Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u > A Súmula n. 51, I, do TST: u Súmula nº 51 do TST u NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 u I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973) u II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ nº 163 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999) 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u > As alterações promovidas no art. 468 da CLT u Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. u Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u Súmula nº 372 do TST u GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 u I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) u II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. (ex-OJ nº 303 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) u > NOVA REDAÇÃO DO ART. 468 DA CLT u Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. u §1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. u § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.” (NR) 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u 1.7.2. Princípio da Primazia da Realidade Sobre a Forma u 1.7.3. Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas u > Princípio Decorrente: Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho u1.7.4. Princípio da Intangibilidade Salarial u Art. 7º da CRFB/88 u IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; u V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; u VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; u VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; u VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; u X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 1.7. Princípios Peculiares do Direito do Trabalho
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