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RESUMO Estudo IDEOLOGIAS POLITICAS COMPLETO - Social Democracia-Liberalismo-Socialismo-Novas Esquerdas - Curso Universidade Senado Federal - Politica na veia

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Estudo - Social Democracia - Curso
Senado
Módulo I
doutrinas políticas contemporâneas: correntes que definem os objetivos de 
partidos atuais e, em alguns casos, os meios recomendados para alcançar esses 
objetivos.
a social-democracia consiste num conjunto de escolhas políticas feitas em 
momentos cruciais. Outras opções eram possíveis e foram seguidas pelos 
"insurrecionalistas" de todos os matizes. Essas escolhas foram:
Primeira – promover o avanço do socialismo no interior do quadro das instituições 
políticas e sociais capitalistas;
Segunda – dirigir-se a um conjunto de classes sociais e não só aos operários, 
como agentes da mudança; e
Terceira – dedicar-se à luta pelas reformas parciais do sistema, de interesse imediato 
das classes trabalhadoras.
no capitalismo, os capitalistas participam diretamente das decisões relativas à 
economia, particularmente no que se refere à alocação produtiva do lucro e à 
distribuição do excedente entre salários e lucros. Nessas questões, "votam" todos os 
dias, produzindo tendências que revelam os efeitos combinados do conjunto das 
decisões individuais.
Doutrina Política - Social-Democraci… 175 kB
Social-democracia – Wikipédia, a en… 337 kB
Finalmente, o partido voltado para a classe era necessário para superar o viés 
imediatista e antipolítico dos trabalhadores, sempre interessados no confronto 
direto com o seu empregador, mas desconfiados do mundo da política.
a classe operária, contrariamente às previsões de Marx, jamais chegou a constituir a 
maioria estável da população em qualquer país capitalista.
A economia havia mudado. O crescimento, não antecipado pela teoria, do setor de 
serviços demandava cada vez mais trabalhadores. A nova legislação, resultado do 
empenho dos socialistas, fazia aumentar também a importância de estudantes e 
aposentados na população total. 1968-71.
A Esquerda Nostálgica
John Maynard Keynes ( 1883-1946 )
Keynes contesta as hipóteses liberais de que as forças de mercado conduzem ao 
equilíbrio econômico.
Segundo Keynes, as crises ocorrem quando o investimento na economia não é 
suficiente para garantir o pleno emprego da força de trabalho existente.
Para Keynes, a crise deve ser combatida com o aumento dos gastos públicos, 
com o objetivo de suprir a deficiência de demanda do setor privado, o que viria a 
diminuir o desemprego.
Na prática , sua política econômica persegue o pleno emprego por meio da criação 
de frentes de trabalho, mecanismos de controle de crédito, além da fixação de 
salários mínimos e limitação da jornada de trabalho. Além dele ser a favor da 
ampliação de modernos sistemas previdenciários.
Influenciado pelas idéias de John Maynard Keynes, Franklin Roosevelt criou 
frentes de trabalho, mecanismos de controle de crédito e um banco para financiar 
as exportações.
Entre outras medidas, fixou salários mínimos, limitou a jornada de trabalho e 
ampliou o sistema de Previdência Social.
Em 1937, o número de desempregados nos EUA havia sido reduzido pela metade, e 
a renda nacional, crescido 70%.
(https://moaciralencarjunior.wordpress.com/2009/05/07/)
O Estado do bem-estar social
O terceiro pilar é a construção de uma rede de proteção que pretendia nada 
menos que a segurança absoluta para todo cidadão, “do berço ao túmulo”. 
Integram essa rede as políticas de saúde, previdência, assistência social, habitação, 
transporte, educação, assim como todas as demais que o Estado utilize para o 
incremento da segurança e do bem-estar de sua população.
Os capitalistas seriam induzidos a investir os seus lucros nos setores considerados 
pelo Estado como importantes para a eficiência do sistema. No limite, operariam 
https://moaciralencarjunior.wordpress.com/2009/05/07/
como funcionários da coletividade. (Obs. minha: investir em educação[as mídias 
também])
Em casos de tensões e conflitos aparece a principal barreira limitadora: a 
dependência da disposição do capitalista para o investimento. (obs. minha: 
como o caso da JBS e a Odebrecht). 
Verificar a parte 8- de Educação:
A melhor solução para os trabalhadores seria persistir no compromisso social-
democrata, assegurar os ganhos possíveis em troca da renúncia à revolução social. 
Afinal, somente esse modelo assegurou, historicamente, a convivência entre 
capitalismo e democracia.
Módulo II
...o caminho da mudança impõe perdas certas no curto prazo.
Para Marx, a base de cada sociedade humana é o processo de trabalho, seres 
humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e, 
portanto, para satisfazer suas necessidades. O produto do trabalho deve, antes 
de tudo, responder a algumas necessidades humanas. Deve, em outras palavras, ser 
útil. Marx chama-o valor de uso. (Minha Obs.: Juntar os aposentados para que 
com sua subjetividade e experiências, tornem úteis o conhecimento gerados com 
BigData) Seu valor se assenta primeiro e principalmente em ser útil para alguém.
as bases materiais do compromisso social-democrata. Necessitam estas atender a 
duas expectativas dos trabalhadores. A primeira é a alocação eficiente do lucro, de 
maneira a gerar mais empregos. A segunda é a progressão salarial de maneira a 
que a remuneração do trabalho supere o nível de subsistência e apresente 
tendência crescente. Dadas essas condições, seria racional para os trabalhadores 
abdicar de seu interesse de longo prazo, a substituição da organização capitalista 
pelo socialismo.
desigualdade-e-crescimento-uma-r… 598 kB
Módulo III
O fato é que o socialismo, na condição de portador de um programa econômico 
específico, teve fim. A questão passa a ser quais os meios, quais as políticas a 
propor para alcançar os valores tradicionais da esquerda? Como assegurar a 
igualdade num contexto de prosperidade? Reconhecida aimpossibilidade de 
eliminar o mercadoe a dificuldade de domesticá-lo no velho estilo, como 
conviver com ele?Como utilizar sua capacidade de emitir constante e 
automaticamente informações necessárias às decisões na esfera econômica e 
evitar as sequelas sociais de seu funcionamento? Essas as questões fundamentais 
postas, no entendimento do autor, a uma esquerda de novo tipo, que se 
disponha a administrar as mudanças em curso no mundo a partir de sua 
perspectiva de valores.
A nova direita, os partidários irrestritos do mercado, também enfrenta 
contradições e dificuldades. Em primeiro lugar, a crença, não verificada até o 
momento e pouco plausível no futuro, de que o mercado solucionará, sempre, 
no médio prazo, os desequilíbrios sociais que gera no curto prazo. Em segundo 
lugar, a contradição latente entre o liberalismo econômico e o conservadorismo 
no plano dos costumes, da vida pessoal. Qual a razão de postular, como fazem 
os conservadores britânicos e os republicanos americanos, indivíduos autônomos 
na esfera econômica, mas sujeitos à autoridade da tradição nas esferas da 
família, da nação, da arte e da ciência?
“A época é das assembleias especializadas, dos conselhos técnicos integrados à 
administração. O Estado puramente político, no sentido antigo do termo, podemos 
considerá-lo atualmente entidade amorfa, que, aos poucos, vai perdendo o valor e a 
significação.” (Presidente Getúlio Vargas,1931) 
“Tanto os velhos partidos, como os novos em que os velhos se transformaram sob 
novos rótulos, nada exprimiam ideologicamente, mantendo-se à sombra de 
ambições pessoais ou de predomínios localistas.” (Presidente Getúlio Vargas, 
10/11/37)
A Cidadania é para todos.pdf 175 kB
Princípio Neo-liberal:
h) Estado e bem-estar social como rede de segurança
A ideia é limitar a provisão de segurança por parte do Estado àqueles que 
"efetivamente dela necessitam". Recusa-se o princípio de um sistema universal, 
uma vez que, sempre que possível, os indivíduos devem responder pela sua 
segurança nos planos da saúde, educação, previdência social, desemprego e 
outros. O fantasma liberal é que a assistência pública passe a ocupar todo o 
horizonte de vida dos assistidos, mutilando sua iniciativa.
k) Mundo bipolar
O neoliberalismopartilha com a social-democracia o ambiente internacional de 
seu pensamento: um mundo regido pela lógica da competição entre dois grandes 
blocos.
Em síntese, a social-democraciapostula a ascendência do Estado sobre o 
mercado. Ascendência legítima, uma vez que expressaria sempre o desejo da 
maioria. Na prática, as decisões são tomadas no diálogo entre o Estado, árbitro 
maior, e as classes empresariais e trabalhadoras.
No plano social, dá-se como certo que o indivíduo não é capaz de defesa 
própria em um leque importante de situações, nas quais é legítima e necessária 
a intervenção reparadora do Estado. O envolvimento da burocracia na vida das 
famílias assistidas é percebido como ônus inevitável do modelo.
As associações voluntárias são vistas com desconfiança em razão da deficiência 
em termos de profissionalismo e, principalmente, por não disporem de uma 
noção de conjunto do problema a que se dedicam, visão esta facultada apenas 
ao Estado.
O neoliberalismo, por sua vez, postula o menor Estado possível, sob controle 
do mercado e da sociedade civil. Esta disporia da energia suficiente para gerar a 
solidariedade de que a sociedade precisa.
O princípio mesmo do Estado do bem-estar social é posto em questão. A 
segurança dos cidadãos deve ser obra dos próprios cidadãos. Nas palavras de 
um de seus expoentes, no futuro o Estado do bem-estar social será visto com o 
mesmo desprezo que aquele hoje dedicado à escravidão.
No fundo, a segurança dos indivíduos só pode ser consequência do crescimento 
econômico, que distribuirá seus frutos de maneira desigual, recompensando as 
decisões acertadas e punindo todos os equívocos.
Premissas da Social Democracia
Família: O Estado do Bem-Estar Social fundamentava-se no modelo de família 
tradicional: marido empregado, provedor do salário, e esposa fora do mercado, 
dedicada aos trabalhos domésticos. Nesse modelo, a equação do pleno emprego é 
de solução relativamente simples, uma vez que tem como alvo apenas a metade da 
população adulta. No momento em que a mulher ingressa no mercado de 
trabalho, o objetivo torna-se mais pesado, de alcance mais difícil.
Terceira: Produção em massa
Também a produção em massa torna mais fácil o processo de tomada de decisões 
em favor do pleno ou máximo emprego. O planejamento da oferta de postos de 
trabalho é consideravelmente mais simples nessa circunstância. Hoje as empresas 
de pequeno e médio porte tendem a ganhar mais peso, dando maior 
complexidade ao mercado de trabalho.
Quarta: Burocracia especializada
O modelo dependia, também, da existência de uma camada burocrática 
especializada,capaz de tomar as decisões "técnicas" acertadas, ou seja, 
compatíveis com os pressupostos do modelo, bem como de monitorar as políticas 
decorrentes. A transparência e a participação popular no processo eram 
características menos valorizadas que sua eficiência. Talvez essa seja a única 
premissa que continua realizável no presente.
(? talvez pelas 5 premissas?)O Estado do bem-estar social tornava-se, ao mesmo 
tempo, mais caro e mais ineficiente. A acumulação de insucessos parciais teria 
conferido credibilidade à alternativa neoliberal, provocando a sucessão de vitórias 
eleitorais.
...a social-democracia operou uma guinada, ampliando o alvo de seu discurso 
para o “povo” ou para as “classes populares”. Mesmo assim, a centralidade do 
apelo à classe operária foi mantida, e a conquista da maioria eleitoral não foi uma 
tarefa fácil, precisando superar o “trade-off” apontado por Przeworski.
Pois bem, nas novas condições, as bases classistas da esquerda socialista e 
social-democrata manifestam uma fragilidade ainda maior. Na verdade, a 
própria determinação de classe sobre o comportamento político e eleitoral encontra-
se abalada. Segundo dados citados por Giddens, na Suécia, país com forte e 
tradicional influência classista sobre o voto, a classe respondia, em 1967, por 54% 
das definições de voto. Em 1985, esse percentual havia caído para 34%.
Em outras palavras, não só os trabalhadores diminuem em número, como 
tendem cada vez mais a votar de acordo com outros valores que não aqueles 
vinculados à identidade de classe.
Esse movimento é congruente com as observações de Inglehart sobre a mudança 
de valores em curso no mundo contemporâneo. Haveria hoje uma tendência nos 
países afluentes, provocada pela prosperidade material e pelo sucesso do Estado do 
bem-estar social, no sentido da importância maior de valores não ligados à 
subsistência, valores pós-materialistas, portanto, em detrimento dos valores 
articulados à segurança material. Ganham peso como definidores de votos 
outras identidades, fundadas na etnia, religião, idade, gênero, cultura, entre 
outros, e, por outro lado, classe social, renda e consumo, por exemplo, perdem 
significação.
Esse fato não implica o abandono dos trabalhadores como grupo interlocutor 
importante dos partidos socialistas, mas impõe a consideração de outros grupos, 
como mulheres, jovens e aqueles organizados em torno de questões que 
cortam o eixo direita-esquerda, como os verdes.
Atentos à necessidade de mudança, de interlocutores e de propostas, os diversos 
partidos socialistas europeus iniciaram um processo de transição. A partir da 
década de 1980 passaram a incluir em sua agenda temas como a produtividade 
econômica, a participação dos cidadãos, o desenvolvimento de estruturas 
comunitárias, a ecologia e a pluralidade de estilos de vida, todos antes 
subestimados.
—————————————————————————————     
Sugestões Módulo I:
FHC: Social Democracia
Social-democracia é uma corrente política que quer corrigir as injustiças sociais 
e melhorar as condições de vida do povo através de reformas livremente 
consentidas pela sociedade, dentro de um regime democrático.
A social-democracia é uma das principais forças políticas do mundo neste século. 
Países como a Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, 
Dinamarca, Austrália, França, Espanha e Portugal são ou foram governados por 
partidos de orientação social-democrática.
social-democracia é sem dúvida uma corrente de esquerda.(Minha Obs.: Esquerda 
da Direita?)
FHC.pdf 91 kB
Ser "de esquerda", neste sentido, é o mesmo que ser "progressista". É acreditar 
que tudo na vida muda, se transforma, e que é melhor ajudar conscientemente 
a mudança do que ficar parado no tempo, agarrado aos privilégios, à 
ideologia, às conveniências políticas, enfim, a tudo o que faz as pessoas "de 
direita" defenderem a ordem estabelecida apesar das injustiças, da miséria e da 
violência que ela produz.
Social-democracia se preocupa mais com o conteúdo das propostas do que com 
os rótulos ideológicos. 
os social-democratas se destacam na luta a favor dos direitos humanos e das 
instituições democráticas, contra todas as formas de discriminação, violência e 
opressão entre pessoas, grupos ou nações.
Social-democracia significa mudanças com liberdade.
Os social-democratas querem fazer suas propostas avançar pelo convencimento, 
não pela imposição.
Igualdade real, para a social-democracia, significa salários crescentes e 
oportunidades iguais de crescer e se desenvolver como ser humano para todos 
os trabalhadores e filhos de trabalhadores.
A social-democracia assegura a propriedade privada e a liberdade de empresa. 
Mas afirma também que esses direitos têm por contrapartida deveres ou 
responsabilidades das quais o empresário/proprietário não pode fugir. 
Para a social-democracia a questão fundamental não é quem é o dono da empresa, 
mas quais são os resultados do seu funcionamento para a sociedade. A empresa é 
eficiente? Aplica tecnologia atualizada? O preço e a qualidade dos produtos são 
competitivos? Paga salários crescentes? Oferece emprego estável e boas condições 
de trabalho? Paga os impostos regularmente? Obedece às leis trabalhistas e de 
proteção do meio ambiente?
a estatização total da economia gera ineficiência e estagnação.
A social-democracia não aceita, por outro lado, a tese do "quanto menos governo 
melhor".Primeiro, porque nem sempre as leis do mercado e da livre concorrência 
são capazes de harmonizar automaticamente os interesses particulares e o 
interesse geral da sociedade, como afirmam os liberais. E hoje, emmuitos ramos 
da economia, não existe concorrência e sim monopólio, o que dá a algumas 
empresas gigantes - privadas ou estatais - oportunidade de aumentar seus 
lucros, não pela eficiência, mas à custa do prejuízo de outras empresas e do 
resto da sociedade.
Não se constrói o futuro sobre ilusões. ...não se constrói o futuro dando as 
costas para o que há de bom no presente.
o futuro da sociedade só pode ser resultado de muitos ideais diferentes, 
sustentados por diferentes partidos e interesses. E que esse resultado é sempre 
provisório, está sempre sujeito a novas mudanças.
Estamos caminhando para um mundo menos ameaçado pela guerra e cada vez 
mais integrado pelo comércio, pelos investimentos e pelos meios de 
comunicação.. O mundo industrializado passa por uma fase de desenvolvimento 
tecnológico superacelerado, que está revolucionando a economia e a sociedade.. 
Tanto no mundo socialista como no capitalista, existe uma insatisfação 
generalizada com os métodos centralizados, burocráticos e autoritários de 
gestão da economia.
O governo e as empresas, ao planejar a introdução de novas tecnologias, precisam 
levar em conta o impacto de suas decisões sobre o nível do emprego.
Mais importante: é preciso assegurar a todos acesso ao mercado de trabalho. E 
isto, no mundo de hoje, depende fundamentalmente do 
acesso à educação. FHC
Defesa do emprego e igualdade de oportunidades educacionais são, assim, 
pontos cada vez mais importantes das políticas social-democráticas de valorização 
do trabalho e redistribuição de renda.
Nos países socialistas, a "glasnost" (transparência) significa antes de mais nada o 
fim da censura e da mentira oficial. No mundo capitalista, mesmo onde a 
liberdade de expressão é garantida, existe uma preocupação crescente com a 
monopolização dos meios de comunicação e a possibilidade de manipulação da 
informação por grupos privados ou estatais.
Do ponto de vista da social-democracia, a igualdade de acesso à informação e 
aos meios de comunicação é tão essencial para a democracia, no mundo de hoje, 
quanto o pluralismo partidário e eleições livres.
Democracia econômica não quer dizer apenas mercado livre, mas cidadãos livres, 
informados e organizados para defender seus interesses diante das empresas e 
do estado.
No mundo de hoje, os freios e contrapesos democráticos são exercidos cada vez 
mais por entidades que não são propriamente estatais nem privadas: sindicatos, 
associações de consumidores e de defesa do meio ambiente, a opinião pública, 
universidades, igrejas, comunidades locais etc.
O sucesso da social-democracia no Brasil depende da capacidade dos social-
democratas de propor soluções concretas e viáveis para os nossos problemas - 
que não são poucos.
Soluções existem, mas são difíceis.
Exigem competência para tomar medidas em várias frentes ao mesmo tempo e 
para ajustar essas medidas de acordo com as circunstâncias, dentro de uma 
estratégia geral.
Ser social-democrata é ter compromisso com a verdade. É melhor 
reconhecer as dificuldades do que fazer promessas demagógicas que 
levam o povo à descrença.
Hoje o Brasil tem um parque industrial bastante completo. Por isso mesmo, há 
menos oportunidades para a implantação de novas indústrias por substituição de 
importações.E criou-se um problema grave: porque cresceu protegida da 
concorrência estrangeira, a indústria brasileira teve pouco estímulo para aumentar a 
produtividade e aprimorar seus produtos. Por isso eles são frequentemente piores e 
mais caros - apesar dos baixos salários - do que os de outros países.
…desenvolver nossa capacidade própria em ciência e tecnologia e fortalecer a 
indústria brasileira para torná-la mais competitiva, aqui dentro e no mercado 
externo.
O capital e a tecnologia das empresas multinacionais podem ajudar, como têm 
ajudado, a modernizar a indústria brasileira. E é claro que as multinacionais só 
investem se têm perspectiva de remeter os lucros que obtiverem - o que deve ser 
garantido, desde que não desequilibre o nosso balanço de pagamentos.
O governo, junto com os pesquisadores, técnicos e empresários, tem que escolher 
ramos nos quais temos condições mais favoráveis, e concentrar os recursos 
neles. Em outros casos, é mais viável absorver tecnologia através da importação 
de equipamentos e do treinamento de profissionais brasileiros no exterior.
Mas investir no progresso científico e tecnológico é antes de tudo investir nas 
cabeças que criam, difundem e aplicam ciência e tecnologia, do pesquisador de 
laboratório ao trabalhador qualificado. Em outras palavras, investir tanto em 
pesquisa como em educação - que é, esta sim, a base do desenvolvimento em 
todos os níveis.
o Brasil precisa promover uma verdadeira revolução educacional. Uma revolução 
que sacuda a apatia do sistema de ensino desde o primeiro grau até a universidade.
Que democratize o acesso à educação recuperando a escola pública(Obs. Minha: o 
EaD não seria uma solução barata?), tão abandonada nos últimos anos. E que acabe 
com o analfabetismo no prazo mais curto possível, o que, mais do que uma 
questão de desenvolvimento, é uma condição básica para que milhões de brasileiros 
possam exercer plenamente seus direitos de cidadãos.
O que se precisa é pesquisar e estimular as atividades econômicas mais 
compatíveis com o potencial de cada região, e que possam ser desenvolvidas 
sem devastar a natureza. Já existem várias experiências nesse sentido. (Obs. Minha:
 se vários grupos de aposentados[principalmente professores] juntos com jovens 
recém-formados não ajudariam a realizar essas pesquisas? Inclusive para o meio-
ambiente). 
O estado pode e deve continuar impulsionando o desenvolvimento econômico, mas 
em outros termos: investindo mais em educação e ciência e tecnologia, e dando 
menos subsídios diretos e indiretos ao setor privado. (Obs. Minha: como foi 
claramente revelado pela Odebretch e a JBS, dos irmãos Batista).
...é fundamental desprivatizar, isto é, acabar com as várias formas de loteamento 
da máquina do estado e de desvio dos seus recursos para o enriquecimento 
privado de empresários, tecnocratas e políticos fisiológicos.
o PSDB tem antes de tudo uma afinidade histórica que vem da oposição ao regime 
autoritário.
Os comunistas e socialistas em geral, inclusive do PT, dividem a sociedade em duas 
classes antagônicas, a dos exploradores e a dos explorados, e se vêem como os 
únicos representantes autênticos dos explorados.
...o PSDB rejeita a visão monoclassista, isto é, não se vê como representante de 
uma única classe social, mas sim de uma aliança ampla que inclui trabalhadores, 
classe média e empresários sensíveis às demandas de justiça social. E tampouco 
pretende ter o monopólio da representação desses setores.
A combinação de assembleísmo com a visão monoclassista leva a outra coisa 
inaceitável para o PSDB: o corporativismo, isto é, a tendência de assumir qualquer 
reivindicação de qualquer grupo social específico - desde que se enquadre 
entre os "explorados" - como um direito absoluto.
a social-democracia não aceita a visão de socialismo como sinônimo de 
estatização dos meios de produção.
Ler
Ler
social democracia fenômeno históri… 357 kB
teori.pdf 407 kB
Liberalismo, neoliberalismo e interve… 68 kB
Modernização da educação no governo Getúlio Vargas:
O Direito, controle e mudança social.… 28 kB
Constituição e sociedade.pdf 94 kB
PARTIDOS POLÍTICOS.pdf 2 MB
Visões do Estado de Bem-Estar Soci… 179 kB
A justiça social no governo Vargas.pdf 5 MB
O Estado empresário.pdf 75 kB
Direitos sociais e serviços públicos.… 100 kB
A Constituição de Weimar e os direi… 106 kB
Sugestões Módulo II:
ModernizacaoEducacaoEraVargas.pdf 332 kB
Estado e propriedade privada em Loc… 49 kB
Nação, nacionalismo, Estado.pdf 158 kB
Carl Schmitt e ademocracia parlam… 191 kB
Pós-primeira guerra.docx 30 kB
Verbete_Estado_Contemporaneo.pdf 755 kB
A democracia que construímos FHC… 258 kB
Modelos de Estado Social em Raízes… 307 kB
Conceito de Hegemonia em Gramsci:
Conceito de Hegemonia:
noção de hegemonia mais elaborada e adequada para pensar as relações sociais, 
sem cair no materialismo vulgar e no idealismo encontrados na tradição.
Gramsci destaca a importância de formar uma classe dirigente que se mantenha 
pelo consentimento das massas e não apenas pela força coercitiva. Ademais, 
Gramsci sublinha a importância da direção cultural e ideológica,
A hegemonia gramscista é a primazia da sociedade civil sobrea sociedade 
política.
Destemodo, a consolidação de um aparato hegemônico remete à necessidade de 
unificação entre teoria e prática, à formulaçãode uma nova concepção do mundo.
Dessa adoção acrítica de uma concepção do mundo de outro grupo social, resulta 
um contraste entre o pensar e o agir e a coexistência de duas concepções do 
mundo, que se manifestam nas palavras e na ação efetiva. Gramsci(1978a, p. 15) 
conclui, portanto, que “não se pode destacar a filosofia da política; ao contrário, 
pode-se demonstrar que a escolha e a crítica de uma concepção de mundo são, 
também elas, fatos políticos”.
Ele afirma que o problema de toda concepção do mundo que se transformou em 
um movimento cultural, produzindo uma atividade prática, é justamente conservar 
a unidade ideológica de todo bloco social. A Igreja Católica, por exemplo, sempre 
lutou pela unidade doutrinal de toda a“massa religiosa” para que, em seu seio, os 
estratos intelectuais não se destacassem dos “homens simples” e não se formassem 
A expansão do poder no Estado Soc… 695 kB
conceito-de-hegemonia-de-gramsci… 850 kB
ConceitodeHegemonia.pdf 360 kB
duas religiões. Neste sentido, um movimento filosófico que pretenda ter alguma 
solidez cultural deve evitar essa separação entre os intelectuais e a massa. Este 
princípio de unidade é semelhante ao que deve existir entre teoria e prática: os 
intelectuais devem participar da vida prática do grupo social que representam 
e do qual fazem parte,tornando coerentes os problemas levantados pelo grupo 
em sua atividade práticae formando um bloco social e cultural, constituindo o 
que Gramsci chama de intelectual orgânico(1978a, p. 16). Entretanto, 
diferentemente da posição católica, a posição da filosofiada práxis não busca 
manter os “simplórios” na sua filosofia primitiva do senso comum, mas busca 
conduzi-los a uma concepção de vida superior. Se ela afirma a exigência do 
contato entre os intelectuais e os “simplórios” não é para limitar a atividade 
científica e para manter a unidade no nível inferior das massas, mas justamente para 
forjar um bloco intelectual-moral, que torne politicamente possível um 
progresso intelectual de massa e não apenas de pequenos grupos intelectuais 
(Gramsci, 1978a, p. 18).
...a realização de um aparato hegemônico, enquanto cria um novo terreno 
ideológico, determina uma reforma das consciências e dos métodos de 
conhecimento, é um fato de conhecimento, um fato filosófico (Gramsci, 1978a, p. 
52).
Assim como Lênin, Gramsci acredita que a classe operária não chega a essa 
consciência crítica de maneira espontânea,não se torna independente “por si” 
sem se organizar; esta organização deve partir “de fora” e remete diretamente à 
questão política dos intelectuais, na medida em que, para Gramsci, não existe 
organização sem intelectuais.Estes representam o elemento de ligação teórico-
prática, o nexo que liga a estrutura à superestrutura. A importânciade uma 
orientação externa ao grupo social se deve à necessidade de que a nova concepção 
do mundo não se limite à relação imediata operário-patrão, mas que possa 
abranger as relações de todas as classes sociais entre si e suas relações com o 
Estado; que proporcione uma visão global da sociedade e não a experiência 
imediata do proletariado(Gruppi, 1978, p. 36).
Sobre Antonio Gramsci:
Antonio Gramsci – Wikipédia, a enci… 573 kB
Portanto, o primeiro passo seria romper com o sistema hegemônico da classe 
dirigente e a ideologia dominante(Portelli, 1977). Além disso, o novo grupo social 
em emergência deve formar sua própria camada de intelectuais, que está ligada 
à vida prática do grupo, e por isso, pode fornecer uma concepção do mundo 
coerente com essa prática e dar clareza da função histórica desse grupo– seus 
intelectuais orgânicos. Gramsci (1978c) aponta que todo grupo social que se 
desenvolve no sentido do domínio deve tentar assimilar os intelectuais 
tradicionais, os representantes da estrutura econômica anterior e elaboradores 
do sistema hegemônico da classe dominante.
Portanto, as batalhas no Ocidente devem ser travadas no âmbito da sociedade civil, 
numa “guerra de posição” em que se visa à conquista de posições e de espaços, 
da direção político-ideológica e do consenso dos setores majoritários da 
população, como condição para o acesso ao poder de Estado e para a sua posterior 
conservação (Coutinho, 1992, p. 89).
Neste sentido, a criação de um novo bloco histórico, por parte das classes 
subalternas, pressupõe não apenasa criação de um novo sistema hegemônico, mas 
também uma crise de hegemonia da classe dirigente, que pode ocorrer quando esta 
classe falha em algum empreendimento ou quando amplas massas saem da 
passividade e se inserem na vida política, apresentando certa organização e 
uma série de reivindicações, ainda que em condições limitadas(Gramsci, 1978b, 
p. 55).
Nas palavras de Gramsci (1978b, p. 54), num determinado momento da sua vida 
histórica, os grupos sociais se afastam dos seus partidos tradicionais, isto é, os 
partidos tradicionais com alguma forma de organização, com determinados homens 
que o constituem, representam e dirigem, não são mais reconhecidos como 
expressão própria da sua classe ou fração de classe.(Minha Obs.: Momento 
atual da esquerda: PT)
Gramsci aponta, no entanto, que mesmo em meio a uma crise de autoridade, a 
classe dirigente ainda apresenta vantagens com relação às classes subalternas, 
na medida em que possui um pessoal numeroso e preparado que pode mudar seu 
programa e retomar o controle com maior rapidez do que a classe subalterna 
(Gramsci, 1978b, p. 55). (Dúvida: não seria o caso de o PSDB assumir sua postura 
de esquerda e conclamar os grupos que apoiavam o PT?)
De acordo com Laclau e Mouffe (2004, pp. 100-102), a concepção de hegemonia de 
Gramscirepresentou um verdadeiro divisor de águas no pensamento marxista, 
na medida em que amplia o terreno atribuído à recomposição política e à 
hegemonia para além da aliança de classes, afirmando a necessidade de uma 
liderança intelectual e moral que permita aos grupos sociais se distanciarem de 
uma postura corporativistae se unirem aos interesses de outros grupos. Essa 
liderança intelectual e moral pressupõe o compartilhamento de ideias e valores 
por vários grupos sociais e é a base da formação de uma vontade coletiva que, 
através da ideologia, passa a ser o cimento orgânico unificador do bloco histórico.
...a concepção gramsciana de liderança intelectual e moral permite pensar que 
certas posições de sujeito cortam transversalmente vários setores de classe. A noção 
de posições de sujeito no interior de uma estrutura discursiva se contrapõediretamente ao privilégio das classes sociais e à garantia de sua unidade 
devidoaos interesses comuns determinados pela posição nas relações de produção.Nesse sentido, toda posição de sujeito é uma posição discursiva, 
que participa docaráter aberto do discurso e que não fixa totalmente essas posições em um sistemafechado de diferenças (Laclau e Mouffe, 2004, p. 
156). A conceituaçãode uma série denovas relações sociaisé possibilitada pela introdução da 
concepção gramsciana de ideologia, queassinala o terreno preciso de sua constituição.
Assim é que a hegemonia é vista como a tomada de decisão embases 
indecidíveis. Burity (1997, p. 17) ressalta que a indecibilidade nãoimpede a 
tomada de decisão, mas define a ausência de uma lei imanente ou necessidade 
lógica.
...as condições necessárias ao estabelecimento de uma articulação hegemônica 
correspondem à presença de forças antagônicas e a instabilidade das fronteiras 
que as separam. Diante de um campo cercado por antagonismos e da abertura 
do social, são os fenômenos de equivalência e os fenômenos de fronteira que 
possibilitam a relação hegemônica (Laclau e Mouffe, 2004, p. 179).
...o vínculo hegemônico transforma a identidade dos sujeitos.
...dada a nova configuração do social, em meio à fragmentação e ao aparecimento 
de novos antagonismos sociais, os autores defendem a necessidade de criação de 
uma nova hegemonia através de uma cadeia de equivalências entre as várias 
lutas contra as diferentes formas de subordinação (Laclau e Mouffe, 2004).
Neste contexto, “o tema da democracia surge como horizonte de possibilidade da 
luta hegemônica na direção de uma concepção plural e aberta do social” (Burity, 
1997, p. 17).
Enquanto Gramsci considera possível a instauração do socialismo e de uma 
sociedade sem classes, em que o próprio partido e a atividade política 
desapareceriam, para Laclau e Mouffe não há possibilidade de uma reconciliação 
final, uma vez que o antagonismo é constitutivo do social e que ele apresenta um 
caráter aberto e incompleto. Deste modo, afirmam que a democracia não tem lugar 
num terreno neutro e “o estabelecimento de uma nova hegemonia requer a criação 
de novas fronteiras políticas e não a sua desaparição” (Laclau e Mouffe, 2004, p. 16).
Sugestões Módulo III:
O Desafio da Esquerda no Brasil:
Ler
capitalismo-e-democracia.pdf 614 kB
Utopia da liberdade e da igualdade.… 228 kB
O desafio da esquerda no Brasil.pdf … 101 kB
Tutela_Brasil pós-colonial.pdf 147 kB
Crise do Estado
Ler
Liberalismo como MITO - KEYNES
Ler
O Problema do Tempo Decisório nas Políticas públicas
Ler
O Estado de Bem-Estar Social.Matias.… 47 kB
Crise do Estado.pdf 90 kB
O regime dos direitos sociais.pdf 403 kB
O-discurso-da-cidadania-em-Marsh… 288 kB
Keynes_liberalismo_Como_MITO.pdf 195 kB
O tempo decisório nas políticas púb… 223 kB
Estados, autonomia e parceria.pdf 1 MB
Globalização Econômica
Ler
A República e a livre iniciativa.pdf 141 kB
Por que a intervencao do governo p… 48 kB
O Brasil entre o arcaico e o modern… 155 kB
Por que o governo deve interferir na … 46 kB
Globalização econômica.pdf 129 kB
Distribuição de renda e crescimento… 226 kB
Protocolo de Quioto.pdf 530 kB
Realismo e idealismo nas Relações In… 55 kB
Paz internacional.pdf 150 kB
Marco Legal do Terceiro SETOR
Ler
Verificar
Diferenças sociais e ações afirmativ… 119 kB
Marco legal doTerceiro setor.pdf 512 kB
Ordem pública e ordem justa no libe… 34 kB
Ideologia do Estado Nacional Celso … 190 kB
Politicas para mulheres.pdf 641 kB
Maternidade e Mercado de Trabalh… 602 kB
Pensamento Técnico - Suporte Esse… 853 kB
Direito administrativo internacional.… 110 kB
contribuição de Adam Przeworski
Ler  
Direito e Neoliberalismo
Ler
Concepção Jurídica de povo
Constituição, território e globalizaçã… 47 kB
contribuição de AdamPrezovsky.pdf 484 kB
Estado, mercado e desenvolvimentor.… 2 MB
Direito e Neoliberalismo.pdf 118 kB
Concepção jurídica de povo.pdf 47 kB
Valores PosMaterialistas.pdf 208 kB
Cultura e desenvolvimento.pdf 210 kB
Bibliografia
Básica:
GIDDENS, Anthony. A Terceira Via. Reflexões sobre o Impasse Político Atual e o 
Futuro da Social-Democracia. Rio de Janeiro: Record, 1999.
PRZEWORSKI, Adam. Capitalismo e Social-Democracia. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1989.
 
Complementar:
COLEÇÃO CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS VOL. I A VII. Senado Federal, 2012.
DEMOCRATAS DE ESQUERDA. Primeiro Congresso Nacional dos Democratas de 
Esquerda.
DIREITOS HUMANOS. Senado Federal, 2012.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1999.
MESSENBERG, Débora...[et al].
Constituição- idealismo e realismo.pdf 94 kB
PROJETO SOCIAL DO ESTADO NOV… 109 kB
Estudos legislativos: Pensamento e Ação. Senado Federal, Câmara dos 
Deputados, Universidade de Brasília-UnB, 2008.
1.
NOGUEIRA, Octaciano.
PAIM, Antonio. A Querela do Estatismo. Coleção Biblioteca Básica Brasileira. Senado 
Federal, 1998. 
PORTO, Walter Costa(Editor). Leituras Sobre a Cidadania. Senado Federal, Ministério 
da Ciência e Tecnologia- MCT, Centro de Estudos Estratégicos- CEE, 2002
REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA. 25 anos da Constituição de 1988, 
Nº200/Edição Especial,. Brasília: Senado Federal, Outubro - Dezembro 2013.
RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez. Castilhismo: Uma Filosofia da República.Edições do 
Senado Federal, 2010
SALDANHA, Nelson Nogueira. História das Idéias Políticas no Brasil. Coleção 
Biblioteca Básica Brasileira. Senado Federal, 2001.
VIANA, Oliveira. Instituições Políticas Brasileiras. Coleção Biblioteca Básica Brasileira. 
Senado Federal, 1999.
Estudos legislativos: 20 anos da Constituição Brasileira Senado Federal, Câmara 
dos Deputados, Universidade de Brasília-UnB, 2010.
2.
Vol. 1 - Introdução à Ciência Política. Edições Unilegis. Senado Federal,2010.1.
Vol. 2 - Introdução à Filosofia Política. Edições Unilegis. Senado Federal,2010.2.
Vol. 3 - Introdução à Análise Política. Edições Unilegis. Senado Federal,2010.3.
Vol. 4 - Sistemas Políticos e o Modelo Brasileiro. Edições Unilegis. Senado 
Federal,2008.
4.
Vol. - Vocabulário da política. Edições Unilegis. Senado Federal,2010.5.
Estudo - Doutrina: Liberalismo - Senado
Liberalismo
 
O conteúdo programático do curso está assim organizado:
- Direitos Humanos Fundamentais;
- Limitação do poder do Estado;
- Liberdade negativa;
- Elogio da diversidade;
- Democracia ontem e hoje;
- Democracia e Liberalismo hoje;
- Democracia e liberalismo no século XIX;
Vamos examinar o liberalismo nos próximos três módulos.
No primeiro deles, procuramos uma definição geral da corrente e uma apresentação 
de alguns de seus temas mais importantes. Usamos para essa finalidade o livro de 
Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia, que, como indica seu título, define o 
liberalismo por meio de sua comparação sistemática com outra corrente de 
pensamento, com a qual é muitas vezes confundido: a democracia.
Após essa abordagem geral, examinaremos três conjuntos de temas centrais para 
essa linha de pensamento, a partir de autores e obras considerados importantes por 
boa parte dos liberais. O primeiro conjunto refere-se ao papel do mercado, ou seja, 
ao liberalismo econômico. Nosso guia para a discussão será o livro O caminho da 
servidão, de Friedrich Hayek, publicado pela primeira vez em 1944.
Logo depois, veremos o liberalismo político, a partir da argumentação de Robert 
Dahl desenvolvida em Prefácio a uma teoria democrática.
Doutrina Política - Liberalismo.pdf 329 kB
DPL-2017-T01A_Certificado_Liberalis… 258 kB
Finalmente, vamos estudar os argumentos que apresentam a garantia dos direitos 
individuais como o fundamento de toda a perspectiva liberal. Para esse assunto 
usaremos o livro de Ronald Dworkin, Levando os Direitos a Sério.
Mais informações sobre liberalismo como corrente de pensamento e seus autores 
representativos podem ser encontradas no livro de José Guilherme Merquior, O 
Liberalismo antigo e moderno.
Módulo I
 Ao término deste Módulo, esperamos que você possa :
  1) Compreender as relações historicamente estabelecidas entre Liberalismo e 
Democracia.
  2) Discutir os argumentos favoráveis e contrários ao pensamento e à prática 
liberais.
  3) Distinguir o Liberalismo econômico do Liberalismo político.
  4) Analisar as diferentes formas de organização democrática.
  5) Defender a centralidade dos direitos humanos fundamentais no pensamento 
liberal.
  6) Compreender os pressupostos e a atualidade do neoliberalismo.
Introdução - Liberalismo
Estamos no início de um curso sobre Doutrinas Políticas Contemporâneas: 
Liberalismo. Convém, assim, esclarecer alguns pontos sobre o significado do título e 
a forma do curso.
O que sãodoutrinas políticas contemporâneas?
Na perspectiva que aqui adotamos, são aquelas correntes de pensamento que 
inspiram e orientam os partidos políticos importantes – em termos de 
influência, voto e acesso ao poder – no mundo de hoje. Dito de outra maneira, 
aquelas correntes que definem os objetivos de partidos atuais e, em alguns 
casos, os meios recomendados para alcançar esses objetivos.
O critério, portanto, é prático. Não vamos discutir correntes de pensamento que 
alimentaram partidos fortes no passado, mas insignificantes no presente. Não 
vamos discutir, por exemplo, uma corrente conservadora, uma vez que hoje 
nenhum partido de peso defende o retorno à ordem econômica, social e 
política pré-moderna. Pela mesma razão, não discutiremos a corrente anarquista, 
uma vez que os partidos dessa tendência perderam peso, nos países onde ainda 
eram importantes, no período entre as duas guerras mundiais.
Um esclarecimento final é necessário. Grandes correntes de pensamento político 
não são objetos que possam ser estudados a partir de uma definição clara, 
unívoca, aceita por todos. Adversários e partidários têm interpretações diferentes 
de cada corrente, e mesmo no interior de cada uma delas encontramos divisões 
importantes. A seleção de assuntos e autores feita no curso é, portanto, 
necessariamente parcial. Escolhemos obras de autores consagrados que tratam de 
temas que a maior parte dos novos esquerdistas considera fundamentais. No 
entanto, outros temas e autores, talvez tão importantes quanto esses, ficaram de 
fora. Vamos discutir, para dizer de forma mais precisa, uma seleção de temas e 
autores importantes para esta corrente.
Liberalismo
Vamos examinar o liberalismo nos três próximos módulos.
No primeiro deles, procuramos uma definição geral da corrente e uma apresentação 
de alguns de seus temas mais importantes. Usamos para essa finalidade o livro de 
Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia, que, como indica seu título, define 
o liberalismo por meio de sua comparação sistemática com outra corrente de 
pensamento, com a qual é muitas vezes confundido: a democracia.
Após essa abordagem geral, examinaremos três conjuntos de temas centrais para 
essa linha de pensamento, a partir de autores e obras considerados importantes por 
boa parte dos liberais. O primeiro conjunto refere-se ao papel do mercado, ou 
seja, ao liberalismo econômico. Nosso guia para a discussão será o livro O 
caminho da servidão, de Friedrich Hayek, publicado pela primeira vez em 1944.
Logo depois, veremos o liberalismo político, a partir da argumentação de Robert 
Dahl desenvolvida em Prefácio a uma teoria democrática.
O homem e a política em Maquiavel… 267 kB
Finalmente, vamos estudar os argumentos que apresentam a garantia dos direitos 
individuais como o fundamento de toda a perspectiva liberal. Para esse assunto 
usaremos o livro de Ronald Dworkin, Levando os Direitos a Sério.
Mais informações sobre liberalismo como corrente de pensamento e seus autores 
representativos podem ser encontradas no livro de José Guilherme Merquior, O 
Liberalismo antigo e moderno.
Liberalismo e Democracia
O propósito do primeiro módulo do curso é debater as características mais gerais 
constitutivas do liberalismo. Para tal, um dos caminhos mais interessantes é 
acompanhar o roteiro que Norberto Bobbio, em Liberalismo e Democracia, nos 
oferece, uma tentativa de compreender o liberalismo a partir de sua contraposição a 
uma corrente definida como democrática. A comparação entre liberalismo e 
democracia esclarece as afinidades e conflitos que, historicamente, têm 
permeado as relações entre essas duas correntes, bem como abre caminho para 
pensar uma relação que se desenvolveu posteriormente: a do liberalismo com 
o socialismo, em todas as suas variantes. Seguiremos, portanto, a sequência de 
tópicos que o autor propõe para nossa discussão.
Nesta unidade, estudaremos sobre liberalismo e democracia:
a) Definições, pontos em comum e diferenças entre ambos;
b) Direitos humanos fundamentais;
c) Limitação do poder do Estado;
d) Liberdade negativa;
e) Elogio da diversidade;
f) Democracia ontem e hoje;
g) Liberalismo e democracia hoje;
h) Liberalismo e democracia no século XIX.
Definições
O fato evidente de que as democracias mais sólidas do mundo contemporâneo 
reivindicam, simultaneamente, sua presença nas tradições liberais e democráticas 
induz à crença de que ambas as tradições são idênticas. No fundo, liberalismo e 
democracia seriam sinônimos, e eventuais conflitos, teóricos e políticos, entre 
ambas as doutrinas seriam apenas equívocos históricos passageiros.
Na verdade, embora a confluência entre liberais e democratas na atualidade seja 
fato, não se pode perder de vista a especificidade de cada tradição. Liberalismo e 
democracia são correntes definidas, e a relação entre ambas pode ser de 
afinidade, mas também pode ser de conflito, como veremos.
Liberalismo e Democracia - o que caracteriza cada uma dessas correntes e, 
consequentemente, a diferença entre ambas?
Para o nosso autor, liberalismo é uma concepção de Estado, de um Estado 
limitado. Seu traço principal, portanto, é a convicção de que o poder do Estado 
não pode ser exercido em todos os campos, mas que existem esferas sujeitas à 
deliberação individual, classicamente os âmbitos da economia e da vida 
privada.
Saiba mais sobre a influência do pensamento liberal de Benjamin Constant na 
formação do Império no Brasil.
A democracia, em contraste, antes que concepção de Estado é uma forma de 
governo. Caracteriza-se, desde a antiguidade, pela atribuição de poder à maioria; 
é o governo de muitos, em oposição ao governo de poucos e ao de um só, 
conforme a clássica definição de Aristóteles.
Para o liberalismo, portanto, o essencial é limitar o poder; para a democracia, 
distribuir o poder. Trata-se de dois problemas diferentes, cuja solução simultânea é, 
às vezes, impossível.
Essa distinção remonta, na verdade, à conhecida separação de Benjamin Constant 
entre a liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos. Para esse autor, na 
pólis (cidade-estado) da Grécia antiga, liberdade era compreendida como 
participação no processo de deliberação.Era a possibilidade de comparecer à 
assembleia (ágora) que reunia os cidadãos e nela votar. Predominava então uma 
concepção positiva de liberdade.Entre nós, modernos, pelo contrário, a liberdade 
é vista como a "segurança nas fruições privadas", ou seja, a garantia de que os 
Benjamin Constant e o pensamento… 154 kB
direitos do indivíduo não serão feridos pelo Estado. Essa concepção de liberdade 
pode ser descrita como negativa.
 “O liberalismo, em sua feição originária acha-se dissociado da ideia 
democrática, porquanto a classe proprietária é que se fazia representar no 
poder legislativo.”(Simon Schartzman)
Os direitos do homem
Autonomia da vontade, autonomia privada e autodeterminação Notas sobre a 
evolução de um conceito na Modernidade e na Pós-modernidade - Otavio Luiz 
Rodrigues Junior
Mas qual a razão para o poder do Estado deter-se perante alguma esfera, 
algum limite?
A resposta está na doutrina dos direitos humanos, pressuposto filosófico de grande 
parte das versões do Estado liberal.
Conforme essa doutrina, há um conjunto de direitos inatos aos seres humanos, 
direitos que a associação política não pode violentar ao sabor de sua 
conveniência. O direito à vida, à liberdade, à segurança, à busca da felicidade, 
por exemplo, nascem com cada indivíduo. Todos podemos agir de forma a 
efetivá-los e podemos, legitimamente, resistir a qualquer tentativa de sua 
violação.
Esses direitos são naturais, portanto. Não dependem de outorga da 
coletividade ou do governo. Não podem, em consequência, ser por eles 
revogados. Têm como fundamento uma concepção geral da natureza humana, que, 
como diz Bobbio, não precisa estar fundamentada em pesquisa empírica ou 
provas históricas. Podemos chegar a essa concepção com o uso exclusivo da 
razão.
Na verdade, essa ideia de um conjunto de direitoshumanos já presentes em um 
hipotético Estado de natureza, anterior à constituição da sociedade, é justificação, 
Autonomia da Vontade.pdf 82 kB
no plano da ideologia, de um processo histórico determinado, de limitação do 
poder do rei. O marco inicial desse processo pode ser considerado o ano de 1215, 
quando o rei inglês João "outorga" um documento, a "Magna Carta", na qual 
determinadas "liberdades" dos nobres são garantidas contra o poder real.
No momento em que o soberano encontra limites à sua vontade, a relação com 
o súdito adquire o caráter de um pacto. Cabe ao rei o dever de proteção e ao 
súdito o de obediência. Este último, no entanto, não é mais irrestrito, mas exclui 
certas esferas, definidas por consenso entre os súditos e entre esses e o soberano.
Os marcos finais do processo encontram-se nas declarações de direitos, afirmadas 
pela Revolução Norte-Americana (1776) e pelaRevolução Francesa (1789).
Enquanto o processo histórico real mostra uma situação inicial de poder absoluto 
do soberano, poder que sofre uma erosão progressiva, no plano das ideias o 
movimento é inverso. Parte-se de um hipotético ponto zero, o estado de 
natureza, no qual os indivíduos são livres e não existe corpo político. Mediante 
um contrato social, esses indivíduos abrem mão de parte de sua autonomia em 
troca das vantagens da associação, principalmente a segurança. Funda-se, 
então, a sociedade política, que não pode ser despótica porque deriva seu 
poder dos indivíduos que a formam.
O pressuposto dos direitos naturais encontra-se, assim, estreitamente 
vinculado ao contratualismo, à ideia de contrato social como origem da 
sociedade. O contratualismo postula que a sociedade não é um fato natural, mas 
artificial, fruto da vontade humana; que a sociedade não é um fim, ao qual os 
indivíduos devem se devotar, mas um meio para a satisfação de necessidades e 
interesses individuais. Postula, enfim, a precedência, histórica e lógica, dos 
indivíduos sobre o coletivo: primeiro existem indivíduos singulares com suas 
necessidades, depois a sociedade.
A ideia de direitos naturais do homem e a concepção contratualista de 
sociedade são inseparáveis de uma posição individualista. O individualismo, 
segundo Bobbio, é a condição do liberalismo.
23_MANENT_Historia_Cap7_Liberali… 282 kB
Para uma compreensão mais abrangente da concepção contratualista de Rousseau, 
vamos ler O Contrato Social? clique aqui.
  
O Estado limitado
Vimos que o problema que define o liberalismo é a limitação do poder do 
Estado. Essa limitação se dá em dois aspectos diferentes:
Primeiro: nos poderes do Estado;
Segundo: nas funções do Estado;
A limitação dos poderes do Estado dá lugar ao chamado estado de direito, 
oposto ao estado absoluto. Estado de direito implica a limitação dos poderes do 
Estado em pelo menos dois planos distintos. No primeiro, dizemos que os 
poderes públicos são limitados quando se encontram regulados por normas gerais, 
normalmente inscritas numa Constituição, e só podem ser exercidos de acordo com 
essas normas.
Esse primeiro plano, no entanto, não é suficiente, uma vez que as normas 
constitucionais podem descuidar da defesa dos direitos individuais.Pode haver, 
como de fato houve, despotismo consagrado pelas leis.O segundo plano se 
produz, portanto, quando as próprias normas incorporam o respeito aos 
direitos considerados fundamentais.
O Estado de direito implica também a vigência de mecanismos de controle do 
poder. Normalmente, esses mecanismos enquadram-se num dos seguintes tipos: 
controle do Executivo pelo Legislativo, controle do Legislativo por uma Corte 
de Justiça, autonomia local e autonomia do Judiciário frente aos demais 
poderes.
Rousseau e a democracia.pdf 36 kB
33_ROUSSEAU_O_Contrato_livroIV_c… 182 kB
A limitação das funções do Estado, por sua vez, desenha uma segunda faceta da 
utopia liberal: o Estado mínimo, cujo antônimo é o Estado máximo (que considera 
legítimo agir em esferas reservadas pelos liberais para a iniciativa individual).
Em síntese, o projeto liberal demanda um Estado com as seguintes 
características:
Primeira: exercício do poder regulado por normas gerais, normalmente reunidas 
em uma Constituição;
Segunda: incorporação, nesse conjunto de normas, de garantias aos direitos 
considerados fundamentais;
Terceira: presença de mecanismos efetivos de controle do poder; e
Quarta: redução da ação do Estado ao mínimo indispensável.
Direito, Estado e Contrato Social no pensamento de Hobbes e Locke: uma 
abordagem comparativa
Antonio Carlos de Almeida Diniz
Deve-se a um nobre francês, o barão de Montesquieu, a teoria da separação dos 
poderes, que marcará definitivamente a passagem do Estado absolutista ao Estado 
liberal.
Vamos ler O Espírito das Leis? 
MONTESQUIEU E A SEPARAÇÃO DOS PODERES
PIERRE MANENT
A liberdade negativa
Direito, Estado e contrato social em … 189 kB
Montesquieu. Manent.pdf 862 kB
A concepção de liberdade implícita no ideal de limitação do poder do Estado é, 
como vimos, a de liberdade negativa. Em sua análise, liberdade e poder constituem 
termos que se excluem mutuamente. Só há liberdade onde o indivíduo não é 
tolhido por determinações externas a ele, como aquelas provenientes de um 
poder público. Em outras palavras, quanto mais as leis são amplas e numerosas, 
menos livres são os indivíduos a elas sujeitos. Nessa perspectiva, os dois tipos de 
limites acima mencionados reforçam-se um ao outro. Quanto menores as funções 
atribuídas ao Estado, mais fácil será o controle de seus poderes.
No entanto, para os liberais há um limite a essa "minimização" do Estado. Afinal, 
se o Estado é um mal, no seu ponto de vista, é um mal necessário. Postular o Estado 
como um mal que pode ser eliminado é a clássica posição anarquista, não a liberal. 
Conforme esta última, a emancipação do indivíduo em relação ao Poder, da 
sociedade civil em relação ao Estado, é obrigatória em certas esferas, mas 
sempre permanecerão funções impossíveis de serem efetuadas com o esforço 
exclusivo da iniciativa de particulares.
Do lado dos campos reservados aos indivíduos sobressaem o religioso e o 
econômico. A liberdade de consciência é considerada fundamental por todas as 
variantes do liberalismo.Iniciada com a conquista da liberdade religiosa, no século 
XVII, ampliou-se progressivamente para a esfera da opção política, dos costumes, do 
estilo de vida.
Entretanto, cabem as perguntas: A agônica democracia dos antigos foi domesticada 
pelos modernos? Clique aqui.
Qual a diferença entre liberdade positiva e liberdade negativa? Há outro modo de 
viver a democracia no mundo contemporâneo? Clique aqui.
A liberdade econômica, por sua vez, implantou-se contra os privilégios e 
vínculos feudais, que determinavam, no momento do nascimento, a profissão, 
A democracia domesticada.pdf 147 kB
Pluralismo.pdf 145 kB
o local de trabalho e as oportunidades de comércio de cada um. As liberdades 
de escolher a profissão, o local de trabalho, de livre circulação de homens e 
mercadorias, consolidaram-se, na Inglaterra, no decorrer do século XVIII.
Ambas as esferas são o terreno da primeira leva histórica de direitos, os direitos 
civis, na periodização proposta por Thomas Marshall.
Importa ressaltar a posição radicalmente antipaternalista assumida pelos 
liberais. Religião, estilo de vida, costumes, profissão, negócio, são todas esferas 
em que cada um é o melhor juiz de seu interesse. A intromissão de regras 
externas, mesmo as da lei, que digam aos indivíduos o que devem fazer e como 
devem comportar-se, resulta sempre em perdas para os interessados. O 
paternalismo, na visão de diversos expoentes do pensamento liberal, é a pior forma 
de despotismo.
Que papel resta ao Estado, nessa perspectiva?
A Mão Invisível
"Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o 
rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente 
não tem intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o 
promove.Ao preferir dar sustentomais à atividade doméstica que à exterior, ele 
tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira 
que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio 
lucro, e neste caso, como em muitos outros, eleé guiado por uma mão invisível a 
promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não 
fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar 
seu próprio interesse, freqüentemente ele promove o da sociedade de maneira 
mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo."
"A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos 
príncipes."
Adam Smith
Cabe ao Estado prover as condições necessárias ao livre desenvolvimento dos 
indivíduos. Na fórmula clássica de Adam Smith, são suas funções exclusivas a 
garantia da segurança, externa e interna, e a realização de obras públicas que 
os agentes privados não possam realizar.
 
Para saber mais sobre o pensamento de Adam Smith, Clique aqui.
O elogio da diversidade
Chegamos neste ponto a outro traço distintivo do pensamento liberal: o apreço 
pela variedade.
Na verdade, na ótica liberal, esse tema encontra-se estreitamente vinculado ao 
anterior. O propósito do governo sempre é a produção da ordem e do bem-
estar; dessa maneira, sua interferência sobre esferas que deveriam reservar-se ao 
âmbito do privado tende sempre a produzir efeitos homogeneizadores sobre os 
cidadãos. O Estado age por meio do poder administrativo, de regras impessoais, 
aplicáveis a todos, regras cuja boa aplicação é fiscalizada por estamentos 
burocráticos especializados.Quanto maior, portanto, o número e alcance dessas 
regras, mais o Estado estará exigindo dos cidadãos que se comportem de forma 
semelhante.
Para os liberais, quanto mais avançam o Estado, as regras, a burocracia, sobre as 
esferas de decisão individual, menor o espaço da liberdade. A grande tentação, 
no caso, é o paternalismo, já citado: a tentação de converter o Estado em 
provedor da vida do cidadão. A segurança, a ausência de risco que a opção 
implica, tem, como contrapartida, a perda de autonomia, a uniformidade e a 
estagnação. Haveria, nesse caso, perda em eficiência, mas também perda em 
liberdade.
Abrir espaço para a autonomia dos indivíduos é abrir espaço para sua 
diversidade e seus conflitos.Ao contrário das concepções holistas, que Bobbio 
denomina também organicistas, que prezam a harmonia e a concórdia e consideram 
o conflito sintoma de desordem e desagregação social,a perspectiva liberal aceita 
a diversidade e o conflito como fontes da inovação, da mudança e do 
progresso. O avanço científico, o crescimento econômico, a seleção dos 
melhores líderes políticos, são processos de aperfeiçoamento continuado, que 
o conflito torna possíveis.
34_SMITH_Riqueza_cap1.pdf 863 kB
Essa a origem da diferença, trabalhada pelo pensamento liberal desde seus 
primórdios, entre o dinamismo dos países europeus livres e a estagnação própria do 
despotismo oriental.
Que contribuições o cristianismo trouxe para formação do moderno estado 
democrático de direito?
A democracia é possível nos estados islâmicos?
Democracia ontem e hoje
Enquanto o liberalismo é produto moderno, a democracia tem seu nascimento na 
antiguidade. No entanto, a democracia moderna difere da antiga em um aspecto 
fundamental: os antigos deliberavam na Ágora, praça de reunião dos cidadãos 
de Atenas; os modernos delegam a deliberação a seus representantes.
É claro que as dimensões dos Estados modernos tornam inviável a democracia 
direta. No entanto, os teóricos do liberalismo levantaram argumentos outros, além 
da viabilidade, em favor da democracia representativa. A manifestação direta da 
vontade do eleitor produziria decisões excessivamente coladas aos interesses 
particulares dos cidadãos. Daí a propensão ao facciosismo e à demagogia, 
características da democracia antiga.
A influência de Hobbes, Locke e Rousseau na formação do Parlamento moderno
Marcio A. Carvalho
Cristianismo e Direito.pdf 68 kB
Islamismo e Estado.pdf 78 kB
Parlamento moderno, a influência de… 33 kB
Nas democracias modernas, a representação diminui esses efeitos da manifestação 
da vontade popular, ainda mais quando são tomadas precauções contra a prática do 
mandato imperativo.
Ou seja, no momento em que o mandatário se considera representante de uma 
parte do povo, de um distrito, por exemplo, e não do povo inteiro, estariam abertos 
os caminhos, de um ponto de vista liberal clássico, para a reprodução dos defeitos 
da velha democracia.
Aliás, democracia antiga e liberalismo moderno são claramente incompatíveis. 
A primeira desconhecia limite ao poder da sociedade sobre os indivíduos. O 
segundo, historicamente, desconfia do voto popular.
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO PODER LEGISLATIVO NO SÉCULO XXI
Elton E. Polveiro Júnior
A confluência entre liberalismo e democracia a que nos referimos anteriormente 
implica um grau elevado de consenso acerca do significado da igualdade que a 
democracia busca. A igualdade que o liberalismo aceita, aquela compatível, a seu 
ver, com o princípio da limitação do poder, é a de cunho jurídico-formal, não aquela 
ética; é a procedimental, não a substantiva; é a de regras igualmente aplicáveis a 
todos, não a que procura uma situação de igualdade ao fim do processo.
Para uma teoria deliberativa da Democracia - Pedro Luchi
 A confusão entre os dois tipos de igualdade levou a polêmicas reiteradas entre 
liberais e socialistas acerca da comparação entre uma situação de democracia 
formal, sem igualdade material, e outra, na qual a igualdade das situações de 
cada um era obtida ao preço das liberdades.
Hipocrisia: o mito da cidadania no Brasil
GLADSTON MAMEDE
Poder Legislativo no século XXI.pdf 290 kB
Teoria deliberativa da democracia.pdf 44 kB
A divergência, segundo Bobbio, é insolúvel. Liberdade e igualdade, no campo da 
produção material, da economia, são dois valores excludentes.De um lado 
temos os liberais, que prezam o individualismo, o conflito, a diversidade. Para eles, o 
fim principal é o desenvolvimento dos indivíduos, mesmo que o desenvolvimento 
daqueles "mais capazes" se faça em detrimento dos demais.De outro lado, temos 
os igualitaristas, partidários de uma visão holista, que valorizam a 
harmonia.Seu ideal é o desenvolvimento equânime e não conflitivo da coletividade 
como um todo.
As dimensões objetivas dos direitos e sua posição de relevo na interpretação 
constitucional como conquista
contemporânea da democracia substancial
MÁRCIO NUNES ARANHA
Para os liberais, a igualdade compatível com a manutenção da liberdade é a 
igualdade perante a lei, no sentido de não existirem privilégios, e a igualdade 
no gozo dos direitos fundamentais, reconhecidos a todos os seres humanos. O 
igualitarismo democrático, por sua vez, procura realizar, com o auxílio do 
Estado, a igualdade no fim do processo, a igualdade substantiva, uma situação 
na qual não só as oportunidades sejam iguais para todos, mas as condições de 
vida dos cidadãos sejam semelhantes.
As vicissitudes da democracia participativa no Brasil
Rubens Pinto Lyra
Liberalismo e democracia hoje
O mito da cidadania no Brasil.pdf 56 kB
Democracia substancial.pdf 80 kB
As vicissitudes da democracia partici… 70 kB
Do exposto decorre que a democracia política, entendida como a vigência do 
sufrágio universal, é compatível com o liberalismo. No entanto, essa 
compatibilidade é longe de ser óbvia. Muitos dos clássicos liberais preocuparam-se 
em desenvolver argumentos a favor do voto censitário. Para eles, 
fundamentalmente, o governo lida com a despesa pública e não deve estar 
aberto à opinião de quem não contribui para a receita pública. No século XIX, 
aliás, o sufrágio universal era exceção e os Estados liberais tendiam a ser não 
democráticos, por esse critério.
A Invenção Republicana - Renato Lessa - Clique aqui
Hoje não é fácil imaginar um Estado democrático que não seja liberal, nem 
tampoucoum Estado liberal não democrático. Em favor dessa simbiose, dois 
argumentos são levantados.
Em primeiro lugar, a salvaguarda dos direitos fundamentais exige a regra 
democrática. A garantia da vigência desses direitos será tão mais eficaz quanto 
maior o número de interessados com possibilidade de se manifestarem, por 
meio da voz e do voto. Consequentemente, a garantia máxima dos direitos está 
numa situação de sufrágio universal.
Em segundo lugar, o voto só é eficaz como instrumento de medida da vontade 
popular se os votantes são livres, ou seja, se votam com a proteção a seus 
direitos fundamentais assegurados. Do contrário, o voto mediria apenas o medo 
da retaliação de poderosos ou a submissão ao poder econômico. Daí que, hoje, 
democracia e liberalismo precisem um do outro.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE A FOME NO BRASIL
João Bosco Bezerra Bonfim - Clique aqui
Eleições no Brasil: do império aos dias atuais - Jairo Nicolau
A_invencao_republicana (1) (002).pdf 136 kB
Fome e políticas públicas.pdf 175 kB
Jairo Nicolau.pdf 1 MB
Liberalismo e democracia no século XIX
No século XIX, contudo, como vimos, essa relação de afinidade não era evidente por 
si mesma. Examinando os dois grandes laboratórios políticos da época, vemos, na 
Inglaterra, uma situação de progresso da liberdade que se estende do fim do século 
XVII ao início do século XX. É o processo de desdobramento dos direitos 
individuais: primeiro conquistam-se os direitos civis, num segundo momento 
os direitos políticos e, finalmente, os direitos sociais. Trata-se de um progresso 
suave, sem grandes perturbações políticas, mas que se processou no interior de 
uma sociedade eminentemente aristocrática. Em outros termos, com a manutenção 
de um grau elevado de desigualdade social.
Na França, em contraste, o percurso foi mais acidentado, apresentando retrocessos 
no plano da liberdade, simultaneamente a progressos no da igualdade. Basta 
lembrar o período do terror na época da Revolução e o golpe do segundo 
Bonaparte, imediatamente após a implantação do sufrágio universal.
A engenharia política institucional do primeiro Estado brasileiro - Vamireh Chacon 
Esse quadro ensejou a divisão dos dois grandes campos. Os liberais tenderam a se 
dividir em radicais, aqueles que aceitavam a democracia, e conservadores, contrários 
ao sufrágio universal. Os democratas, por sua vez, dividiram-se em liberais e não 
liberais, conforme sua posição face às garantias individuais. Evidentemente, liberais 
radicais e democratas liberais tenderam à indistinção. O liberalismo conservador 
foi a matriz de uma série de agrupamentos políticos influentes em vários países 
europeus. Por sua vez, os democratas não liberais deram origem a diversos 
partidos radicais, de posição vizinha a dos socialistas.
Quem foi Marat? Jean-Paul Marat
Defendia, através de seu jornal L 'Ami du peuple (O Amigo do Povo), reformas 
básicas para as camadas até então tidas como inferiores pela sociedade da 
época. Sua persistente perseguição, voz consistente, grande inteligência e seu 
incomum poder preditivo o levaram à confiança do povo e fizeram-no a principal 
engenharia política institucional.pdf 32 kB
ponte entre eles e o grupo radical Jacobino, que veio ao poder em Junho de 1793. 
Por meses liderando um movimento de derrubada da facção Girondina, tornou-se 
uma das três figuras de destaque na França, juntamente com Georges Danton e 
Maximilien Robespierre.
Em Setembro de 1789, Marat iniciou seu próprio jornal, primeiramente chamado de 
Moniteur patriote ("Monitor Patriota") mudou quatro dias depois para Publiciste 
parisien, e então finalmente L'Ami du peuple ("O Amigo do Povo"). A partir desta 
posição, ele expressou suspeita de todos aqueles no poder, e os chamou de 
"inimigos do povo". Embora Marat nunca tomou um lado durante a Revolução, ele 
condenou vários lados no seu L'Ami du peuple e relatou suas alegadas 
desigualdades (até que ficou provado que estavam errados ou provados culpados).
Marat atacou frequentemente os mais influentes e poderosos grupos na 
França, incluindo a Assembléia Constituinte, os ministros, e a Cour du Châtelet. 
Em janeiro de 1790 ele mudou-se para a seção dos radicais Cordeliers, em seguida, 
sob a liderança do esperançoso advogado Georges Danton, e quase foi preso por 
sua campanha agressiva contra o Marquês de La Fayette, e foi forçado a fugir para 
Londres, onde ele escreveu sua Denonciation contre Necker ("Denúncia de Jacques 
Necker") um ataque ao popular Ministro de Finanças de Luís XVI. Em maio, voltou a 
Paris para continuar a publicação do L'Ami du peuple, e atacou muitos dos mais 
poderosos cidadãos da França. Temendo represálias, Marat foi forçado a esconder-
se nas Catacumbas, onde quase certamente contraiu uma debilitante doença crônica 
da pele (Dermatite herpetiforme).
Da experiência e reflexão do século XIX, é possível construir um quadro das 
relações possíveis entre democracia e liberalismo.
A primeira relação é de possibilidade. Sob esse aspecto a democracia e o 
liberalismo são compatíveis, embora sejam também possíveis Estados liberais não 
democráticos e Estados democráticos não liberais.
A segunda relação é a impossibilidade. Liberalismo e democracia são excludentes 
e, nesse ponto, teriam razão tanto os liberais conservadores quanto os democratas 
não liberais.
A terceira relação é a necessidade. Não existe um dos termos na ausência do 
outro. Esta é, como vimos, a opinião prevalecente nas democracias modernas.
Dois dos principais teóricos do liberalismo do século XIX representam bem as 
vertentes conservadora e radical do movimento:Alexis de Tocqueville e John 
Stuart Mill.
Tocqueville tinha como preocupação maior a manutenção da liberdade no 
mundo moderno. A seu ver, o progresso da igualdade, no sentido de condições 
sociais semelhantes, era inevitável. Processo iniciado na Idade Média, com o 
crescimento dos burgos, expandia-se irresistivelmente desde então. A igualdade 
era, para ele, providencial, era uma necessidade histórica.
As culturas liberal e democrática de proteção dos direitos individuais no 
constitucionalismo clássico
Rodrigo Brandão
  Evolução do conceito de cidadania - Antonio Paim
A liberdade, no entanto, era contingente. Poderia ou não se realizar, uma vez que a 
igualdade absoluta é tão possível na liberdade quanto no despotismo. A 
experiência inglesa preservara a liberdade com o sacrifício da igualdade. Na França, 
por sua vez, o avanço da igualdade ocorre na perda da liberdade.A experiência 
americana parecia a única a conciliar de forma harmoniosa os dois valores. 
Cumpria então estudá-la e dela extrair as lições pertinentes.
Não seria possível apresentar uma visão razoável do pensamento de Tocqueville 
nesse espaço limitado. Abordaremos um tema, um dos fantasmas do pensamento 
liberal, por ele explorado com genialidade: a tirania da maioria.
Mesmo no experimento americano viu o autor sintomas do despotismo. A 
maioria ali reinava absoluta e não havia instância a que se pudesse recorrer em 
caso de uma decisão tirânica do maior número. Executivo e Legislativo obedecem 
à maioria, o júri é integrado por cidadãos eleitos, a força policial é a maioria em 
Cultura liberal e democrática nas co… 822 kB
evolucao_conceito_de_cidadania.pdf 181 kB
armas, os órgãos da opinião pública expressam o seu pensamento. Em suma, um 
cidadão prejudicado por uma decisão injusta da maioria não tem a quem recorrer.
Mais grave ainda, o poder da maioria se exerce sobre o pensamento, de 
maneira que a livre discussão cessa no momento em que se forma uma opinião 
majoritária sólida sobre ela.A partir desse momento, ninguém ousa divergir, 
sob pena de converter-se em pária na sociedade. O tema de Tocqueville, no 
fundo, é o da dificuldade da dissidência, do dissenso, nas democracias de 
massa, tema retomado por diversos pensadores, liberais e não liberais, deste século.
Vamos ler A Democracia na América, de Alexis de Tocqueville? Clique aqui.
John Stuart Mill , o expoente da vertente radicaldo liberalismo, merece registro 
por várias características de sua obra. Em primeiro lugar, por filiar-se a uma tradição 
filosófica, o utilitarismo, que prescinde do jusnaturalismo como fundamento de 
uma posição liberal.
Para os utilitaristas, a ideia de direitos naturais, inalienáveis, do ser humano não 
passa de uma ficção.A limitação do poder deve obedecer a outro critério, este 
sim, empírico, verificável: a utilidade, ou seja, a maior felicidade do maior 
número de cidadãos. Nessa perspectiva, felicidade é igual à presença de prazer e 
ausência de dor e constitui o único critério capaz de limitar, legitimamente, a 
liberdade. Precisamos de poder, de governo, apenas para impedir danos aos 
outros e manter o nível de felicidade ótimo da sociedade.
Vamos ler Da Liberdade, de Stuart Mill ?
Contra a ameaça da tirania da maioria, Mill defende a adoção do sufrágio universal. 
O voto de todos impede a ocupação da "maioria" por apenas uma camada da 
sociedade. Além disso, o voto é pedagógico, e seu exercício torna as minorias 
conscientes dos possíveis atentados a seus direitos. Como segunda prevenção, o 
A democracia na América Tocqueville… 2 MB
Da Liberdade John Stuart Mill.pdf 1 MB
autor recomenda o voto proporcional, que permite a representação de grupos 
minoritários, excluídos pela sistemática do voto majoritário.
Vale lembrar que o sufrágio universal não incluía, para Mill, os falidos, os devedores 
fraudulentos, os analfabetos e os indigentes. Incluía, sim, as mulheres, que, a seu 
ver, precisavam mais das leis, por serem fisicamente mais fracas que os homens.
 Propunha também o voto plural, cabendo um número maior de votos aos 
cidadãos mais instruídos, conforme verificado em exames públicos.
A Fábula das Abelhas - Eduardo Giannetti da Fonseca
Você conhece "A Fábula das Abelhas"? - Clique aqui para ler o texto.
Saiba mais sobre a história do Liberalismo e da Democracia no Brasil !
POR QUE UM PAÍS é LIBERAL?
Nesta primeira unidade, examinamos as definições de liberalismo e democracia, 
os direitos humanos e as doutrinas contratualistas, a limitação do Estado, a 
importância da diversidade e do conflito, assim como as relações possíveis entre 
liberalismo e democracia.
Todos esses temas são fundamentais na tradição liberal. Estamos agora em 
condições de passar para o assunto da nossa segunda Unidade: O Argumento 
Neoliberal.
Unidade 2 - Argumento NeoLiberal
Para o exame do argumento neoliberal, usaremos como guia a obra mais conhecida 
de Friedrich Hayek, O Caminho da Servidão. O livro data de 1944 e constitui uma 
das exposições mais coerentes dos argumentos levantados pelos liberais contra a 
FabuladasAbelhas.pdf 4 MB
porque pais liberal.pdf 481 kB
Caminho_Servidao.pdf 2 MB
economia planejada e a favor da livre iniciativa individual nesse campo. O autor, 
contrariando as premissas do socialismo e da social-democracia, é considerado 
precursor da onda neoliberal que se apossa dos governos europeus e norte-
americano a partir dos últimos anos da década de 1970.
Depois do diagnóstico inicial e das definições básicas com que o autor trabalha, 
vamos examinar o conjunto de argumentos que a obra apresenta: primeiro, a 
refutação dos argumentos em favor do socialismo; e, em segundo lugar, a exposição 
dos argumentos contrários ao socialismo, que dariam justificativa à alternativa 
liberal.
Sugestão de leitura: A evolução histórica do Estado Liberal ao Estado Democrático 
de Direito e sua relação com o constitucionalismo dirigente. -  Ricardo Quartim de 
Moraes
Sobre o argumento 
neoliberal, estudaremos, 
portanto, na Unidade 2:
1. diagnóstico do 
momento histórico à 
época da Segunda 
Guerra Mundial;
2. definições de 
socialismo e liberalismo.
3. Argumentos do 
autor:
A favor do socialismo
Inevitabilidade
Racionalidade
Contra o socialismo
Déficit democrático
Fim do Estado de direito
A favor do liberalismo
Justiça
Segurança
Moral
Diagnóstico
É preciso, em primeiro lugar, fazer menção às circunstâncias políticas presentes no 
momento em que a obra foi escrita, com clara influência sobre o seu 
desenvolvimento. O texto foi elaborado nos anos da Segunda Guerra Mundial, o 
que implica dizer que o nazismo e as diversas formas de fascismo constituíam 
opções políticas de grande importância prática. O período entre as duas guerras 
mundiais, de 1918 a 1939, foi, aliás, bastante desfavorável ao ideário liberal, 
acossado simultaneamente pelas extremas esquerda e direita. Essa realidade 
reflete-se na obra e explica seu tom geral, de polêmica e proselitismo.
O campo político em que o autor se encontra é esse: um mundo em que três 
grandes correntes - liberalismo, fascismo e comunismo - disputam a 
hegemonia, política, intelectual e até bélica. No entanto, o seu diagnóstico sobre 
a própria época parte de uma visão das relações entre essas correntes muito 
diferente da que prevalecia no senso comum da época e também de hoje. Em vez 
de postular uma oposição radical entre os extremos da esquerda e da direita, entre 
nazistas e comunistas, deixando aos liberais um espaço no centro político, Hayek 
sustenta que a verdadeira oposição se dá entre liberais, de um lado, e 
totalitários, de outro, estes últimos divididos nas facções de esquerda e direita. 
Para ele, portanto, o nazismo não foi uma reação ao comunismo, com base nas 
classes médias empobrecidas, alimentada pelos capitalistas temerosos da revolução. 
Foi, sim, um resultado político específico da mesma tendência geral que produzia, 
na época, o fortalecimento do socialismo.
O argumento é explorado ao longo de todo o livro. Supõe, no entanto, uma visão da 
história exposta, em poucas palavras, no diagnóstico apresentado de início. 
Liberalismo é um desdobramento político e econômico de uma 
idéia maior: o individualismo, no sentido de respeito pela pessoa, 
por suas preferências e opções. Essa atitude mais ampla tem seu marco 
histórico inicial naRenascença. Ali as amarras que tolhiam a espontaneidade humana 
começam a ser retiradas e a coerção sobre os indivíduos começa a retroceder. O 
resultado foi um período de enorme criatividade artística, científica e tecnológica, com 
efeitos sobre a economia e a política.
O processo de globalização e a instabilidade dos modelos econômicos de Estado 
- Leandro Novais e Silva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
Definições
Antes da exposição sistemática de seus argumentos, Hayek procede a definições 
mínimas dos dois sistemas que irá contrapor: o socialismo e o liberalismo.
O socialismo tem por fins manifestos, assumidos por seus adeptos, a promoção 
da justiça social, da igualdade entre os cidadãos e a garantia de um mínimo de 
segurança econômica para eles. No entanto, para o autor, mais importantes que 
esses objetivos são os meios que se pretende usar para alcançá-los.No caso dos 
socialistas, o instrumento a ser utilizado é a interferência do Estado na vida 
econômica. A interferência pode ser completa e radical, como no experimento 
soviético, ou gradual e localizada, como propunha a maioria dos socialistas 
britânicos à época. Mas o fator comum às duas vertentes era a intervenção do 
Estado para dar ordem à economia e direcioná-la à busca de um determinado 
fim.
O emprego desse meio, o planejamento econômico em suas diversas 
dimensões, caracterizaria uma espécie mais geral, da qual o socialismo seria 
apenas um dos gêneros: o coletivismo. Toda tentativa de substituir o mecanismo 
impessoal e anônimo das forças de mercado por alguma condução coletiva das 
forças sociais em direção a objetivos previamente determinados constitui, para 
Hayek, uma forma de coletivismo. O tipo de coletivismo, o gênero, no caso, seria 
definido pelos objetivos de cada um: a igualdade, no caso do socialismo; a 
supremacia de uma raça, no caso do nazismo.
Por outro lado, no liberalismo, o sistema da livre iniciativa, o Estado nunca 
procura definir objetivos comuns para o conjunto da sociedade. Sua meta é 
criar uma estrutura, legal e material, que permita a cada

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