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Caderno de Jurisprudência (1)

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA 
CICLO I - SEMANA 03 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
CICLO I – SEMANA 03 
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COMO UTILIZAR O MATERIAL 
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da 
leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida 
sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o 
informativo na íntegra, já que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma 
a facilitar os estudos e revisão. 
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data 
anterior ao ano de 2018. 
Sumário 
Sumário ........................................................................................................................................2 
SEMANA 03 ..................................................................................................................................3 
DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................................3 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ........................................................................................................3 
2. AÇÃO PENAL .............................................................................................................................8 
2.1 Denúncia ...............................................................................................................................8 
2.2 Citação ................................................................................................................................10 
2.3 Sentença/Decisão .............................................................................................................................10 
2.4 Procedimento ......................................................................................................................10 
2.5 Assistente de Acusação ....................................................................................................................11 
3. COMPETÊNCIA ........................................................................................................................12 
3.1 Competência ....................................................................................................................................12 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual ............................................................13 
3.3 Conflitos de Atribuições ........................................................................................................15 
3.4 Outros Julgados Sobre Competência ......................................................................................15 
3.5 Foro por Prerrogativa de Função......................................................................................................16 
4. PRISÃO E LIBERDADE ..............................................................................................................20 
4.1 Prisão em Flagrante ..............................................................................................................20 
4.2 Prisão Preventiva ..............................................................................................................................20 
4.3 Prisão Domiciliar do CPP .......................................................................................................24 
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SEMANA 03 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 
13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. 
Nota: a retroatividade penal benéfica incide para permitir que o ANPP seja viabilizado a fatos 
anteriores à Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. Assim, mostra-se 
impossível realizar o ANPP quando já recebida a denúncia em data anterior à entrada em 
vigor da Lei nº 13.964/2019. 
STJ. 5ª Turma. HC 607.003-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2020. (Info 683) 
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 191464 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/11/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Eventual nulidade na oitiva do acusado no curso da investigação preliminar não tem o 
condão de nulificar o recebimento da denúncia e a ação penal deflagrada, quando existam 
elementos autônomos que sustentam a decisão impugnada. Ademais, cabe ressaltar que 
eventuais vícios na fase extrajudicial não contaminam o processo penal, dada a natureza 
meramente informativa do inquérito policial. 
Nota: Eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação penal. 
STJ. 6ª Turma. RHC n. 112.336/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/11/2019. O inquérito 
policial constitui procedimento administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade 
consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, razão pela 
qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de processo-crime. STF. 1ª 
Turma.HC 169.348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 124.024/SP. Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/09/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de 
extorsão. 
Nota: Não há infiltração policial quando agente lotado em agência de inteligência, sob 
identidade falsa, apenas representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se 
introduzir ou se infiltrar na organização criminosa com o propósito de identificar e angariar a 
confiança de seus membros ou obter provas sobre a estrutura e o funcionamento do bando. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020 (Info 677). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
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É legal o auxílio da agência de inteligência ao Ministério Público Estadual durante 
procedimento criminal instaurado para apurar graves crimes em contexto de organização 
criminosa. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É lícita a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do 
outro. 
Nota: As inovações do Pacote Anticrime na Lei n. 9.296/1996 não alteraram o entendimento 
de que é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores 
sem conhecimento do outro. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Ação controlada do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige apenas comunicação prévia (e 
não autorização judicial). 
Nota: A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de 
autorização, bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020 (Info 677). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É constitucional o Inquérito instaurado para investigar “fake news” e ameaças contra o STF. 
Nota: julgado importante. Recomenda-se a leitura completa. 
O STF, contudo, afirmou que o referido inquérito, para ser constitucional, deve cumprir as 
seguintes condicionantes: a) o procedimento deve ser acompanhado pelo Ministério Público; 
b) deve ser integralmente observado o Enunciado 14 da Súmula Vinculante. c) o objeto do 
inquérito deve se limitar a investigar manifestações que acarretem risco efetivo à 
independência do Poder Judiciário (art. 2º da CF/88). Isso pode ocorrer por meio de ameaças 
aos membros do STF e a seusfamiliares ou por atos que atentem contra os Poderes 
instituídos, contra o Estado de Direito e contra a democracia; e, por fim, d) a investigação 
deve respeitar a proteção da liberdade de expressão e de imprensa, excluindo do escopo do 
inquérito matérias jornalísticas e postagens, compartilhamentos ou outras manifestações 
(inclusive pessoais) na internet, feitas anonimamente ou não, desde que não integrem 
esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais. O art. 43 do RISTF prevê 
o seguinte: “Art. 43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o 
Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou 
delegará esta atribuição a outro Ministro.” Muito embora o dispositivo exija que os fatos 
apurados ocorram na “sede ou dependência” do próprio STF, o caráter difuso dos crimes 
cometidos por meio da internet permite estender (ampliar) o conceito de “sede”, uma vez 
que o STF exerce jurisdição em todo o território nacional. Logo, os crimes objeto do inquérito, 
contra a honra e, portanto, formais, cometidos em ambiente virtual, podem ser considerados 
como cometidos na sede ou dependência do STF. (dizer o direito) 
STF. Plenário. ADPF 572 MC/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17 e 18/6/2020. (Info 982) 
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios 
Públicos estaduais. 
STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais 
robustos que uma simples notícia anônima. 
 
STF. 2ª Turma. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/5/2020 (Info 976). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos 
em inquérito policial que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal 
considerando que a situação não se enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 (Info 964). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se o PGJ decidir arquivar um PIC instaurado no exercício de sua competência originária, 
ele não precisará submeter esse arquivamento ao Poder Judiciário, não se aplicando o 
art. 28 do CPP. 
 
STF. Rcl 29303 AgR/RJ, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 12.12.2019. (Rcl-29303). (Info 963) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência 
financeira da UIF e do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o 
Ministério Público. 
Nota: Deve ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente 
instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional. Além disso, o compartilhamento 
pela UIF e pela RFB deve ser feito unicamente por meio de comunicações formais, com 
garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento de instrumentos efetivos 
de apuração e correção de eventuais desvios. 
 
STF. RHC 170559/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3.12.2019. (RHC-170559) (Info 962) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. 
Nota: Existe julgado em sentido contrário: STJ. 2ª Turma. REsp 1.360.534-RS, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 7/3/2013 (Info 519). 
STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019. (Info 652) 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/26ddd45b02859e836d13d4b9fde34281?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/26ddd45b02859e836d13d4b9fde34281?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=29303&classe=Rcl&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=170559&classe=RHC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É desnecessária a remessa de cópias dos autos ao Órgão Ministerial prevista no art. 40 do 
CPP, que, atuando como custos legis, já tenha acesso aos autos. 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.338.699-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 22/05/2019. (Info 649) 
Em sentido contrário: STJ, 2ª Turma. Resp. 1.360.534-RS, julgado em 7/3/2013. (Info 519) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação prévia da defesa técnica do 
investigado para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. 
Nota: A Lei n° 13.245/2016 reforçou as prerrogativas dos advogados, mas não conferiu à 
defesa técnica o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de 
intimações a ser definido pela autoridade policial. 
STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019. (Info 933) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STF, ao receber pedido da PGR para remessa de investigação contra Senador para a 1ª 
instância, determinou o retorno dos autos ao MP a fim de que apresente os indícios contra 
o investigado. 
STF. 2ª Turma. Inq 4244/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/11/2018. (Info 
924) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem 
duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) 
Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 
18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). Excetuadas 
as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por 
prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial 
obtenha uma autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade. 
Nota: O ato de indiciamento é privativo da autoridade policial (Lei nº 12.830/2013, art. 2º, § 
6º). O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. 
STF. Decisão monocrática. Inq 4621, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem sido 
feitas diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a instrução do 
inquérito, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou materialidade (art. 231, § 4º, 
“e”, do RISTF). A pendência de investigação, por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita 
contundente, ofende o direito à razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e 
a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88). 
Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar suposto delito praticado por 
Deputado Federal. O Ministro Relator já havia autorizado a realização de diversas diligências 
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investigatórias, além de ter aceitado a prorrogação do prazo de conclusão das investigações. 
Apesar disso, não foram reunidos indícios mínimos de autoria e materialidade. Como fim do 
foro por prerrogativa de função para este Deputado, a PGR requereu a remessa dos autos à 
1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de ofício, alegando que 
já foram tentadas diversas diligências investigatórias e, mesmo assim, sem êxito. Logo, a 
declinação de competência para a 1ª instância a fim de que lá sejam continuadas as 
investigações seria uma medida fadada ao insucesso e representaria apenas protelar o 
inevitável. 
STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018. (Info 912) 
No mesmo sentido: STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto Barroso, Dje 12/06/2018. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram 
fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu 
consentimento ou determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018. (Info 623) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante 
delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem 
a ocorrência de crime no interior da residência. A mera intuição acerca de eventual 
traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial em via 
pública para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu 
domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017. (Info 606) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O arquivamento de inquérito policial por excludente de ilicitude realizado com base em 
provas fraudadas não faz coisa julgada material. 
Nota: É possível a reabertura da investigação e o oferecimento de denúncia se o inquérito 
policial havia sido arquivado com base em excludente de ilicitude? • STJ: NÃO. Para o STJ, o 
arquivamento do inquérito policial com base na existência de causa excludente da ilicitude 
faz coisa julgada MATERIAL e impede a rediscussão do caso penal. O mencionado art. 18 do 
CPP e a Súmula 524 do STF realmente permitem o desarquivamento do inquérito caso surjam 
provas novas. No entanto, essa possibilidade só existe na hipótese em que o arquivamento 
ocorreu por falta de provas, ou seja, por falta de suporte probatório mínimo (inexistência de 
indícios de autoria e certeza de materialidade). STJ. 6ª Turma. REsp 791.471/RJ , Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 25/11/2014 (Info 554). • STF: SIM. Para o STF, o arquivamento de 
inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de ilicitude não faz coisa julgada 
material. Logo, surgindo novas provas seria possível reabrir o inquérito policial, com base no 
art. 18 do CPP e na Súmula 524 do STF. STF. 1ª Turma. HC 95211, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 10/03/2009. STF. 2ª Turma. HC 125101/SP , rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ 
o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 25/8/2015 (Info 796). 
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STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/3/2017. (Info 858) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
MPF não tem acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria 
de Inteligência da Polícia Federal. 
Nota: somente aos de natureza persecutório-penal. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1439193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016. (Info 587) 
2. AÇÃO PENAL 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O eventual trancamento de inquérito policial por excesso de prazo não impede, sempre e 
de forma automática, o oferecimento da denúncia. 
STF. 2ª Turma. HC 194023 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/09/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – não tem legitimidade para atuar como assistente 
de defesa de advogado réu em ação penal. 
RMS 63.393-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/06/2020, DJe
30/06/2020. (Info 675 STJ) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos 
em inquérito policial que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal 
considerando que a situação não se enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
Nota: O Fato de os crimes serem de competência da Justiça Estadual terem sido 
investigados pela PF não gera nulidade. O “princípio do juiz natural” (art. 5º, LIII, da 
Constituição Federal) não se estende para autoridades policiais, considerando que estas 
não possuem competência para julgar. 
 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de 
cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019. (Info 654) 
2.1 Denúncia 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
Nota: A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de 
autoria. A certeza, a toda evidência, somente será comprovada ou afastada após a instrução 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f48c04ffab49ff0e5d1176244fdfb65c?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f48c04ffab49ff0e5d1176244fdfb65c?categoria=12&subcategoria=125
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RMS63393
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probatória, prevalecendo, na fase de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro 
societate. STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018. 
Cuidado: No julgamento do Agravo em Recurso Extraordinário nº 1.067.392, a 2ª Turma 
entendeu pela concessão de Habeas Corpus de ofício para reestabelecer a sentença de 
impronúncia proferida pelo magistrado de primeiro grau, tendo em vista a interpretação 
indevida do in dubio pro societate pelo Tribunal de Justiça no acórdão recorrido. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que houve interpretação "confusa e equivocada 
ocasionada pelo suposto princípio in dubio pro societate" consignando que referido 
princípio "além de não ter qualquer amparo constitucional ou legal, acarreta o completo 
desvirtuamento das premissas racionais de valoração da prova e desvirtua o sistema 
bifásico do procedimento do júri brasileiro, a esvaziar a função da decisão de pronúncia" . 
ARE 1067392, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 26/03/2019, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 01-07-2020 PUBLIC 02-07-2020. 
Tal entendimento foi reafirmado pela Corte Suprema no recente julgamento do Habeas 
Corpus nº 180.144/GO, no qual destacou a ilegitimidade da invocação do in dubio pro 
societate frente à presunção de inocência assegurada pela Constituição Federal, e que 
havendo dúvida razoável, mesmo que na primeira fase do procedimento do Tribunal do 
Júri, esta deve beneficiar o réu. HC 180.144. Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda Turma, 
julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-
10-2020. 
STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/04/2018. (Info 898) 
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018; STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 
1193119/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018; STF. 2ª Turma.ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado 
em 21/08/2017. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O Promotor de Justiça que passou a ter atribuição para atuar no caso não está vinculado às 
conclusões do Procurador-Geral de Justiça que estava anteriormente funcionando no 
processo. 
Nota: PGR ofereceu denúncia contra o réu perante o STJ. Este Tribunal declinou a 
competência para o TJ. Em virtude disso, o PGJ ratificou a denúncia. Ocorre que o TJ declinou 
a competência para o juízo de 1ª instância. O Promotor de Justiça que atua na 1ª instância 
decidiu não ratificar a peça acusatória, oferecendo nova denúncia incluindo, inclusive, novos 
réus. Não há qualquer nulidade neste caso. É possível o aditamento da denúncia a qualquer 
tempo antes da sentença final, garantidos o devido processo legal, a ampla defesa e o 
contraditório, especialmente quando a inicial ainda não tenha sido sequer recebida 
originariamente pelo juízo competente, como ocorreu no caso concreto. O membro do MP 
possui total liberdade na formação de seu convencimento (opinio delicti). Assim, a sua 
atuação não pode ser restringida ou ficar vinculada às conclusões jurídicas que o outro 
membro do MP chegou, mesmo que este atue em uma instância superior. Em outras palavras. 
STF. 1ª Turma. HC 137637/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 6/3/2018. (Info 893) 
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CICLO I – SEMANA 03 
10 
2.2 Citação 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer 
suspenso enquanto o réu não for localizado ou até que seja extinta a punibilidade pela 
prescrição 
Nota: Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo 
máximo da pena cominada. 
STJ. 6ª Turma. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se for expedida carta rogatória para citar um acusado no exterior, o prazo prescricional 
ficará suspenso até que ela seja cumprida, ou seja, o prazo prescricional voltará a correr 
antes mesmo que a carta seja juntada aos autos. 
 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/04/2021. (Info 691) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas 
medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a 
identidade do indivíduo destinatário do ato processual. 
 
STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021. (Info 688) 
2.3 Sentença/Decisão 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A sentença ou acórdão penal condenatório, ao fixar o valor mínimo para reparação dos 
danos causados pela infração (art. 387, IV, do CPP) poderá condenar o réu ao pagamento 
de danos morais coletivos. 
Nota: arts. 5°, X da CF e 186 do CC. 
STF. 2ª Turma. AP 1002/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2020. (Info 981) 
2.4 Procedimento 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inexigível o pagamento de custas processuais em embargos de divergência oriundos de 
ação penal pública. 
Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos 
de ação penal privada. 
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CICLO I – SEMANA 03 
11 
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está 
superada: 1) Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na 
legislação processual penal, contudo podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral 
de impugnação interna, de forma que a eles não se aplica a isenção estipulada no art. 7º da 
Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento antecipado das custas. 
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.809.270-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021 
(Info 713). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O prazo de 30 dias do art. 529 do CPP não afasta a decadência pelo não exercício do 
direito de queixa em 6 meses (art. 38), contados da ciência da autoria do crime. 
Nota: Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, depois que o 
ofendido tem ciência da autoria do delito, ele possui o prazo decadencial de 6 meses para 
a propositura da ação penal, nos termos do art. 38 do CPP. Se, antes desses 6 meses, o 
laudo pericial for concluído, o ofendido terá 30 dias para oferecer a queixa crime. Assim, 
em se tratando de crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígio, a ciência da 
autoria do fato delituoso dá ensejo ao início do prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do 
CPP), sendo tal prazo reduzido para 30 dias (art. 38) se homologado laudo pericial nesse 
ínterim. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021 (Info 692). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo 
de não persecução penal (ANPP). 
 
STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas 
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já 
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco 
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar 
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se 
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria 
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do 
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro 
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que 
não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à 
parte (pas de nullité sans grief). 
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980) 
2.5 Assistente de Acusação 
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12 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se o acórdão absolutório foi combatido tempestivamente pelo assistente de acusação, não 
houve formação de coisa julgada em favor do réu e o recurso deve ser apreciado pelo 
Tribunal. 
STF. 2ª Turma. HC 154076 AgR/PA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/10/2019. (Info 958) 
3. COMPETÊNCIA 
3.1 Competência 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns 
que lhe forem conexos. 
Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos 
de ação penal privada. 
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está 
superada: 1) Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na 
legislação processual penal, contudo podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral 
de impugnação interna, de forma que a eles não se aplica a isenção estipulada no art. 7º da 
Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento antecipado das custas. 
STJ. 5ª Turma. HC 612.636-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, 
julgado em 05/10/2021 (Info 713). 
Mesmo sentido: STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques 
sem suficiente provisão de fundosem poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou 
por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio 
da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda que os fatos tenham 
sido anteriores à nova lei. 
STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar crime comum conexo com crime 
eleitoral, ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do delito 
eleitoral. 
 
STF. 2ª Turma. RHC 177243/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 29/6/2021 (Info 1024). 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/682e0e796084e163c5ca053dd8573b0c?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/682e0e796084e163c5ca053dd8573b0c?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/682e0e796084e163c5ca053dd8573b0c?categoria=12&subcategoria=127
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel 
vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida. 
Nota: A vítima do crime de esbulho possessório, tipificado no art. 161, § 1º, II, do Código 
Penal é o possuidor direto, pois é quem exercia o direito de uso e fruição do bem. Na 
hipótese de imóvel alienado fiduciariamente, é o devedor fiduciário que ostenta essa 
condição, pois o credor fiduciário possui tão-somente a posse indireta. A Caixa Econômica 
Federal, enquanto credora fiduciária e, portanto, possuidora indireta, não é a vítima do 
referido delito. Contudo, no âmbito cível, a empresa pública federal possui legitimidade 
concorrente para propor eventual ação de reintegração de posse, diante do esbulho 
ocorrido. A sua legitimação ativa para a ação possessória demonstra a existência de 
interesse jurídico na apuração do crime, o que é suficiente para fixar a competência penal 
federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Mesmo assim, se for praticado falso 
testemunho em processo que ali tramita, a competência será da Justiça do Distrito Federal 
(e não da Justiça Federal comum). Isso porque a Justiça do Distrito Federal possui 
competência para julgar crimes, não havendo interesse direto e específico da União a atrair 
o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 166732-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que 
proíbe a caça em seu respectivo território. 
STF. Plenário. ADI 350/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Info 1022). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus preventivo para viabilizar, para fins
medicinais, o cultivo, uso, porte e produção artesanal da Cannabis (maconha), bem como
porte em outra unidade da federação, quando não demonstrada a internacionalidade da 
conduta. 
CC 171.206-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/06/2020, DJe 16/06/2020. (Info 673-
STJ)
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Os crimes relacionados com pirâmide financeira envolvendo criptomoedas são, em 
princípio, de competência da Justiça Estadual. 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202000612666%27.REG.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
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STJ. 3ª Seção. CC 170392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020. (Info 673) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Estadual julgar homicídio praticado por Policial Rodoviário Federal após 
desavença no trânsito ocorrida no seu deslocamento de casa para o trabalho. 
Nota: o deslocamento do réu não guarda qualquer vinculação com o exercício das funções de 
PRF. 
 
STF. HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10.12.2019. (HC-157012). (Info 963) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal julgar crime contra a vida em desfavor de policiais militares, 
consumado ou tentado, praticado no contexto de crime de roubo armado contra órgãos, 
autarquias ou empresas públicas da União. 
STJ. CC 165.117-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/10/2019, DJe 30/10/2019 (Info 
659) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de ar 
quente tripulados. 
Nota: os balões de ar quente não se enquadram no conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei n. 
7.565/86), razão pela qual não se aplica a competência da J. Federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019. (Info 648) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A competência da Justiça Federal pressupõe a demonstração concreta das situações 
veiculadas no art. 109 da Constituição Federal (CF). A mera condição de servidor público 
não basta para atraí-la, na medida em que o interesse da União há de sobressair das funções 
institucionais, não da pessoa do paciente. 
HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 23.4.2019. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a 
competência da Justiça Federal. Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime 
praticado por brasileiro no exterior e que lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido 
para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para o Estado estrangeiro. Somente 
será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das hipóteses do art. 
109 da CF/88. 
STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019. (Info 936) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=157012&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5461438
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Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorrente 
de crime de ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de grande alcance, 
quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. 
CASO: concessão de medidas protetivas em favor de mulher ameaçada por ex-namorado que 
mora nos EUA e fez ameaças por meio de facebook. 
STJ. 3ª Seção. CC 150.712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018. (Info 636) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, ainda 
que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018. (Info 635) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito 
previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria 
estrangeira, permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de 
pagamento de imposto de importação.STJ. Plenário. CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/08/2018. (Info 631) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre 
crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição brasileira, por 
negativa de extradição, aplicável o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018. (Info 625) 
3.3 Conflitos de Atribuições 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios 
Públicos estaduais. 
STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
3.4 Outros Julgados Sobre Competência 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se o STF determinar que Justiça Eleitoral de 1ª instância apure crime eleitoral e também 
crime federal conexos e, ao receber os autos, a Justiça Eleitoral arquivar a investigação do 
crime eleitoral e remeter os autos à Justiça Federal, isso afrontará a decisão do STF. 
Nota: o Juízo Eleitoral arquivou o inquérito e remeteu os autos à Justiça Federal, mesmo 
diante da expressa decisão dessa Corte que fixou sua competência para supervisão dos fatos. 
As instâncias inferiores, portanto, ignoraram os termos da decisão reclamada, que assentou 
a competência da Justiça Eleitoral para o processamento e a apuração dos fatos em questão. 
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STF. 2ª Turma. Rcl 34805 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º/9/2020. (Info 989) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou 
adquirir material pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou 
adolescente, quando praticados por meio da rede mundial de computadores (arts. 241, 241-
A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). 
STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393). (Info 990) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A Justiça do Trabalho não tem competência para processar e julgar ações penais. 
STF. Plenário. ADI 3684, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2020. (Info 980) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. 
Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos 
delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça competente. 
STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019. (Info 933) 
3.5 Foro por Prerrogativa de Função 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não 
relacionados com o cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. 
Nota: considerando que a previsão da prerrogativa de foro da Magistratura e do Ministério 
Público encontra-se descrita no mesmo dispositivo constitucional (art. 96, III, da CF/88), seria 
desarrazoado conferir-lhes tratamento diferenciado. 
STJ. 3ª Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de 
função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou 
por simetria. 
STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 
1026). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos. 
STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa 
de função, no Tribunal de Justiça, para o Delegado Geral da Polícia Civil. 
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17 
Nota: Extrapola a autonomia do estado previsão, em constituição estadual, que confere 
foro privilegiado a Delegado Geral da Polícia Civil. A autonomia dos estados para dispor 
sobre autoridades submetidas a foro privilegiado não é ilimitada, não pode ficar ao arbítrio 
político do constituinte estadual e deve seguir, por simetria, o modelo federal. 
STF. Plenário. ADI 5591/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/3/2021. (Info 1010) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de 
função para Defensores Públicos e Procuradores do Estado. 
Nota: Constituição estadual não pode atribuir foro por prerrogativa de função a autoridades 
diversas daquelas arroladas na Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 RefMC/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgados em 20/11/2020. (Info 1000) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Depois de anos sendo investigado em inquérito que tramitava no STF, o Ministro Relator 
declinou a competência para apurar os crimes porque os fatos ocorreram antes de o 
investigado ser Deputado Federal; logo, aplica-se o entendimento firmado na AP 937 QO. 
Nota: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. Após o final da instrução 
processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações 
finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de 
o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja 
o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 
(Info 900). 
Pet 7716 AgR/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 18.2.2020. (Pet-7716) – (Info 967-STF) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Senador que pratica corrupção passiva que não está relacionada com seu cargo e que não 
ofende bens, serviços ou interesse da União, deverá ser julgado em 1ª instância pela justiça 
comum estadual. 
STF. 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019. (Info 955). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Eventual nulidade decorrente da inobservância da prerrogativa de foro não se estende aos 
agentes que não se enquadrem nessa condição. 
A usurpação da competência do STF não contamina os elementos probatórios colhidos no 
que se refere aos investigados que não possuem foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 26/6/2019. (Info 945) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=7716&classe=Pet&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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18 
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato 
se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova 
eleição. 
Nota: o foro de prerrogativa exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos 
em apuração e exercício da função pública. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2019. (Info 649) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se 
aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar 
função pública. 
1ª Turma. RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019. (Info 940)NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por 
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. 
 
ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019. (Info 940) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao 
cargo de Deputado Federal é um crime relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a 
competência é do STF. Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito 
ter sido praticado durante o mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra 
de sucessiva e ininterrupta reeleição. 
STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019. (Info 933) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não 
se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF. 
Nota: Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionado às funções desempenhadas (STF AP QO/RJ, Min. 
Barroso, julgado em 03/05/2018). 
STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019. (Info 931) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Com a decisão proferida pelo STF, em 03/05/2018, na AP 937 QO/RJ, todos os inquéritos e 
processos criminais que estavam tramitando no Supremo envolvendo crimes não 
relacionados com o cargo ou com a função desempenhada pela autoridade, foram 
remetidos para serem julgados em 1ª instância. Isso porque o STF definiu, como 1ª tese, 
que “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas”. O entendimento acima não 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
CICLO I – SEMANA 03 
19 
se aplica caso a instrução já tenha se encerrado. Em outras palavras, se a instrução 
processual já havia terminado, mantém-se a competência do STF para o julgamento de 
detentores de foro por prerrogativa de função, ainda que o processo apure um crime que 
não está relacionado com o cargo ou com a função desempenhada. Isso porque o STF 
definiu, como 2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a publicação do 
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para 
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a 
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.” 
STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018. (Info 920) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o julgamento nas hipóteses em 
que, não fosse a prerrogativa de foro (art. 105, I, da CF/88), o desembargador acusado 
houvesse de responder à ação penal perante juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo 
tribunal. Assim, mesmo que o crime cometido pelo Desembargador não esteja relacionado 
com as suas funções, ele será julgado pelo STJ se a remessa para a 1ª instância significar 
que o réu seria julgado por um juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal que o 
Desembargador. A manutenção do julgamento no STJ tem por objetivo preservar a isenção 
(imparcialidade e independência) do órgão julgador. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018. (Info 639) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se uma pessoa sem foro por prerrogativa está sendo interceptada por decisão do juiz de 1ª 
instância e ela liga para uma autoridade com foro (ex: Promotor de Justiça), a gravação 
desta conversa não é ilícita. Isso porque se trata de encontro fortuito de provas (encontro 
fortuito de crimes), também chamado de serendipidade ou crime achado. Se, após essa 
ligação, o Delegado ainda demora três dias para comunicar o fato às autoridades 
competentes para apurar a conduta do Promotor, este tempo não é considerado excessivo, 
tendo em vista a dinâmica que envolve as interceptações telefônicas. Assim, o STF decidiu 
que a prerrogativa de foro de membro do Ministério Público é preservada quando a possível 
participação deste em conduta criminosa é comunicada com celeridade ao Procurador-
Geral de Justiça. Tais gravações, por serem lícitas, podem servir como fundamento para que 
o CNMP aplique sanção de aposentadoria compulsória a este Promotor. 
STF. 1ª Turma. MS 34751/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2018. (Info 911) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A iminente prescrição do crime praticado por Desembargador excepciona o entendimento 
consolidado na APn 937 - o foro por prerrogativa de função é restrito a crimes cometidos 
ao tempo do exercício do cargo e que tenham relação com o cargo - e prorroga a 
competência do Superior Tribunal de Justiça. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 703-GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 01/08/2018. (Info 630) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
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As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àquelas em 
que o crime for praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função. 
STJ AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 20/06/2018, DJe 03/08/2018. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa 
de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que 
tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, 
se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se 
justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando 
o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após 
a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções 
exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O 
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO APLICA-SE APENAS AOS CRIMES COMETIDOS 
DURANTE O EXERCÍCIO DO CARGO E RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES DESEMPENHADAS. APÓS 
O FINAL DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL, COM A PUBLICAÇÃO DO DESPACHO DE INTIMAÇÃO 
PARA APRESENTAÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS, A COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR 
AÇÕES PENAIS NÃO SERÁ MAIS AFETADA EM RAZÃO DE O AGENTE PÚBLICO VIR A OCUPAR 
OUTRO CARGO OU DEIXAR O CARGO QUE OCUPAVA, QUALQUER QUE SEJA O MOTIVO. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018. (Info 900) 
4. PRISÃO E LIBERDADE 
4.1 Prisão em Flagrante 
Veja “Audiência de Custódia”
4.2 Prisão Preventiva 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A complexidade da causa penal e o caráter multitudinário do feito (dezoito réus, no caso), 
justificam uma maior duração do processo, salvo quando eventual retardamento se dê 
em virtude da inércia do Poder Judiciário, fato já afastado no presente caso. 
STF. 2ª Turma. AgRg no HC 199.238, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 14/06/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no 
entanto, que, se logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a 
prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é suprido. 
Nota: O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem requerimento)? 
• Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal. • Exceção: se, após a 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=APn866CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
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decretação, a autoridade policial ou o Ministério Público requererem a prisão, o vício de 
ilegalidade que maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será relaxada. 
O posterior requerimento da autoridade policial pela segregação cautelar ou manifestação 
do Ministério Público favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância da 
formalidade de prévio requerimento. 
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136.708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021. (Info 691) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é possível a decretação “ex officio” de prisão preventiva em qualquer situação (em 
juízo ou no curso de investigação penal), inclusive no contexto de audiência de custódia, 
sem que haja, mesmo na hipótese da conversão a que se refere o art. 310, II, do CPP, prévia, 
necessária e indispensável provocação do Ministério Público ou da autoridade policial. 
Nota: Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º, 
e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva 
sem o prévio ‘requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público’, não 
mais sendo lícito, portanto, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ‘ex officio’ 
do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade. A interpretação do art. 310, 
II, do CPP deve ser realizada à luz dos arts. 282, § 2º, e 311, significando que se tornou inviável, 
mesmo no contexto da audiência de custódia, a conversão, de ofício, da prisão em flagrante 
de qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, 
anterior e formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o 
caso, do querelante ou do assistente do MP. 
STJ. 5ª Turma. HC 590039/GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2020. 
Mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 06/10/2020. STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686). STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em
24/02/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de réu
reincidente com risco de reiteração delitiva. 
STJ. 6ª Turma. RHC 132.611/GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 02/02/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não existe obrigação legal imposta ao TJ ou TRF de revisar, de ofício, a necessidade da
manutenção da custódia cautelar afirmada pelo juízo sentenciante. 
Nota: Entendimento do STJ - A norma estabelece expressamente que a revisão da prisão, a
cada 90 dias, cabe apenas ao órgão emissor da decisão, procedimento cabível, portanto, nas
fases de investigação e persecução penal. 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/66cf21351023f60e092be950584699cb?categoria=12&subcategoria=128&assunto=298
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Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 569701/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
09/06/2020. STJ. 6ª Turma. HC 589544-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/09/2020 (Info
680). 
Entendimento contrário: Cabe ao Tribunal no qual se encontra tramitando o feito em grau
de recurso a reavaliação periódica da situação prisional do acusado, em atenção ao
parágrafo único do art. 316 do CPP, mesmo que a ordem de prisão tenha sido decretada
pelo magistrado de primeiro grau. Enunciado 21 da I Jornada de Direito Penal e Processo
Penal CJF/STJ. 
Fique de olho ainda: Enunciado 19 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ:
A decisão de revisão periódica da prisão preventiva deve analisar de modo motivado, ainda
que objetivo, se os motivos que a fundamentaram se mantêm e se não há excesso de prazo,
sendo vedada a mera alusão genérica à não alteração do quadro fático. 
E, ainda, o Enunciado 19 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ 
Cabe ao Tribunal no qual se encontra tramitando o feito em grau de recurso a reavaliação
periódica da situação prisional do acusado, em atenção ao parágrafo único do art. 316 do
CPP, mesmo que a ordem de prisão tenha sido decretada pelo magistrado de primeiro grau. 
Obs: esse enunciado não é acolhido pela jurisprudência conforme julgado acima. Para o STJ,
se já houve sentença, não há necessidade de se reavaliar a prisão a cada 90 dias. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 601.151/PB, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/11/2020 (Info 680). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do Código de Processo Penal não implica 
automática revogação da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a 
reavaliar a legalidade e a atualidade de seus fundamentos. 
STF. Plenário. SL 1395 MC Ref/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14 e 15/10/2020 (Info 995) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STJ não concede liberdade para o acusado preso preventivamente sob o argumento de 
que, ao final, se condenado, ele receberá regime diverso do fechado. 
Nota: Assim, não há que se falar em ofensa ao princípio da homogeneidade das medidas 
cautelares porque não cabe ao STJ, em um exercício de futurologia, antecipar a provável 
colocação da paciente em regime aberto/semiaberto ou a substituição da sua pena de prisão 
por restritiva de direitos. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 559.434/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/05/2020. 
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 539.502/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/05/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3d600348cf3aca45a777c9bc043054d4?categoria=12&subcategoria=128
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3d600348cf3aca45a777c9bc043054d4?categoria=12&subcategoria=128
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2e4fb1ddb61e8e45740ed0415f2b28b0?categoria=12&subcategoria=128
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3d600348cf3aca45a777c9bc043054d4?categoria=12&subcategoria=128&assunto=298
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1943102704f8f8f3302c2b730728e023?categoria=12&subcategoria=128
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1943102704f8f8f3302c2b730728e023?categoria=12&subcategoria=128
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A manutenção da prisão preventiva exige a demonstração de fatos concretos e atuais que 
a justifiquem. 
HC 179859 AgR/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.3.2020. (HC-179859) (Info 968-STF) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam 
gestantes, puérperas, mães de crianças ou mães de pessoas com deficiência. No entanto, 
nem toda mãe de criança deverá ter direito à prisão domiciliar ou a receber medida 
alternativa à prisão, porque pode haver situações em que o crime é grave e o convívio com 
a mãe pode prejudicar o desenvolvimento do menor. 
STF. 1ª Turma. HC 168900/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/9/2019. (Info 953). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A liberdade de um indivíduo suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer 
restrições se houver decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos 
concretos, e não apenas em hipóteses ou conjecturas. A prisão cautelar, portanto, constitui 
medida de natureza excepcionale não pode ser utilizada como instrumento de punição 
antecipada do réu. 
HC 152676/PR, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9.4.2019 - (Info 937-STF) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Deve ser concedida a liberdade provisória a réu primário preso preventivamente sob a 
imputação de tráfico de drogas por ter sido encontrado com 887,89 gramas de maconha e 
R$ 1.730,00. O STF considerou genéricas as razões da segregação cautelar do réu. Além 
disso, reconheceu como de pouca nocividade a substância entorpecente apreendida 
(maconha). Reputou que a prisão de jovens pelo tráfico de pequena quantidade de 
maconha é mais gravosa do que a eventual permanência em liberdade, pois serão 
fatalmente cooptados ou contaminados por uma criminalidade mais grave ao ingressarem 
no ambiente carcerário. 
STF. 1ª Turma. HC 140379/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018. (Info 921) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É ilegal a decisão judicial que, ao decretar a prisão preventiva, descreve a conduta do 
paciente de forma genérica e imprecisa. 
STF. 2ª Turma. HC 157.604/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018. (Info 914) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A prática de contravenção penal, no âmbito de violência doméstica, não é motivo idôneo 
para justificar a prisão preventiva do réu. 
STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 
26/06/2018. (Info 632) 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=179859&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é cabível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando o crime é praticado 
na própria residência da agente, onde convive com filhos menores de 12 anos. 
STJ. 6ª Turma. HC 441.781-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/06/2018. (Info 629) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STF reconheceu a existência de inúmeras mulheres grávidas e mães de crianças que 
estavam cumprindo prisão preventiva em situação degradante, privadas de cuidados 
médicos pré-natais e pós-parto. Além disso, não havia berçários e creches para seus filhos. 
Também se reconheceu a existência, no Poder Judiciário, de uma “cultura do 
encarceramento”, que significa a imposição exagerada e irrazoável de prisões provisórias a 
mulheres pobres e vulneráveis, em decorrência de excessos na interpretação e aplicação da 
lei penal e processual penal, mesmo diante da existência de outras soluções, de caráter 
humanitário, abrigadas no ordenamento jurídico vigente. A Corte admitiu que o Estado 
brasileiro não tem condições de garantir cuidados mínimos relativos à maternidade, até 
mesmo às mulheres que não estão em situação prisional. Diversos documentos 
internacionais preveem que devem ser adotadas alternativas penais ao encarceramento, 
principalmente para as hipóteses em que ainda não haja decisão condenatória transitada 
em julgado. É o caso, por exemplo, das Regras de Bangkok. Os cuidados com a mulher presa 
não se direcionam apenas a ela, mas igualmente aos seus filhos, os quais sofrem 
injustamente as consequências da prisão, em flagrante contrariedade ao art. 227 da 
Constituição, cujo teor determina que se dê prioridade absoluta à concretização dos direitos 
das crianças e adolescentes. 
STF. 2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018. (Info 891) 
4.3 Prisão Domiciliar do CPP 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Período em que o indivíduo esteve em prisão domiciliar deve ser considerado para fins de 
detração da pena. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no AgRg nos EDcl no HC 442.538/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Tem direito à substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar os pais, caso sejam os 
únicos responsáveis pelos cuidados de menor de 12 anos ou de pessoa com deficiência, bem 
como outras pessoas presas, que não sejam a mãe ou o pai, se forem imprescindíveis aos 
cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos ou com deficiência desde que observados os 
requisitos do art. 318 do Código de Processo Penal e não praticados crimes mediante 
violência ou grave ameaça ou contra os próprios filhos ou dependentes. 
Nota: Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a mulher tiver praticado crime
mediante violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/52fc2aee802efbad698503d28ebd3a1f?categoria=12&subcategoria=128&assunto=299
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/52fc2aee802efbad698503d28ebd3a1f?categoria=12&subcategoria=128&assunto=299
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CICLO I – SEMANA 03 
25 
descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais
deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. STF. 2ª
Turma. HC 143641/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018 (Info 891).
Lei nº 13.769/2018: Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão
domiciliar, desde que: I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. 
STF. 2ª Turma. HC 165704/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/10/2020. (Info 996) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Qualquer prisão processual deve ser detraída da pena final imposta, não importa o local de 
seu cumprimento - cadeia, domicílio ou hospital -, devendo, portanto, a decisão ser mantida 
por seus próprios fundamentos. Assim, mesmo o tempo em que o indivíduo ficou em prisão 
domiciliar também deve ser detraído do tempo total de pena. 
Nota: O cumprimento de prisão domiciliar, por comprometer o status libertatis da pessoa 
humana, deve ser reconhecido como pena efetivamente cumprida para fins de detração da 
pena, em homenagem ao princípio da proporcionalidade e em apreço ao princípio do non bis 
in idem. STJ. 5ª Turma. HC 459.377/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
04/09/2018. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no AgRg nos EDcl no HC 442.538/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A prisão domiciliar do art. 318 do CPP só se aplica para os casos de prisão preventiva, não 
podendo ser utilizado quando se tratar de execução definitiva de título condenatório 
(sentença condenatória transitada em julgado). 
Nota: Não é possível a concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que seja 
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência se já houver sentença 
condenatória transitada em julgado e ela não preencher os requisitos do art. 117 da LEP. 
HC 177164/PA, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18.2.2020. (HC-177164) – (Info 967-STF) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em um caso concreto, o STF entendeu que deveria conceder prisão humanitária (art. 318, 
II, do CPP) ao réu tendo em vista o alto risco de saúde, a grande possibilidade de 
desenvolver infecções no cárcere e a impossibilidade de tratamento médico adequado na 
unidade prisional ou em estabelecimento hospitalar — tudo demonstrado 
satisfatoriamente no laudo pericial. Considerou-se que a concessão da medida era 
necessária para preservar a integridade física e moral do paciente, em respeito à dignidade 
da pessoa humana (art. 1º, III, da CF). 
STF. 2ª Turma. HC 153961/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/3/2018. (Info 895) 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=177164&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M

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