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SANEAMENTO HOSPITALAR INTRODUÇÃO Ao falar de saneamento básico é comum que as pessoas pensem em água encanada e/ou tratada, ambientes limpos, manejo de esgotos, entre outros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Ou seja, ele diz respeito ao correto descarte de resíduos. Uma das categorias inseridas na questão do saneamento são os hospitais. Nestes locais é muito importante dar o despejo apropriado à resíduos e materiais infectados como roupa de cama dos pacientes, utensílios, vestuários e instrumentos. Não podendo-se esquecer do manejo da água utilizada nesses ambientes. O saneamento hospitalar é necessário para proteger os trabalhadores dos hospitais, os pacientes e a comunidade em geral que não só frequenta esses locais na condição de acompanhante dos pacientes como também sofre os impactos provenientes do descarte de águas e resíduos. DESENVOLVIMENTO Para que o saneamento hospitalar seja atingido e esse local funcione da melhor maneira possível algumas medidas devem ser cumpridas, sendo elas: a) Iluminação e ventilação dos ambientes dentro dos padrões técnicos; b) Instalações hidráulicas e de esgoto projetadas e construídas adequadamente de acordo com suas finalidades; c) Abastecimento de água regular e contínuo; d) Eliminação e destino de lixo executados técnica e adequadamente; e) Controle de insetos e outros animais da maneira mais eficiente possível; f) Higienização de todas as áreas do hospital de forma rigorosa; g) Lavagem de roupa contaminada e esterilização de materiais dentro do mais rigoroso controle sanitário; h) Pessoal do hospital perfeitamente familiarizado com os métodos e técnicas de limpeza, esterilização e assepsia recomendados pelos sanitaristas. Dito isso, observa-se que a limpeza é uma das áreas mais importantes do ambiente hospitalar. Ela é um dos meios mais eficazes no combate aos microorganismos. Além do fato de que manter a assepsia dificulta a disseminação de doenças. Com relação a animais em hospitais, os mais comuns são formigas, baratas, mosquitos, traças, entre outros, os quais podem portar bactérias, transmitir doenças e contaminar alimentos. Sendo necessário, portanto, medidas de controle. Para eliminar ou controlar a presença de insetos e outros animais nesses centros médicos deve-se remover substâncias que os atraem, verificar e eliminar as possíveis entradas, observar e remover os locais onde se reproduzem, além de com certa frequência realizar dedetizações. Geralmente, existe apenas uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) por hospital e é difícil deslocar os pacientes de um local para outro a fim de realizar uma dedetização, por exemplo, muito em virtude da fragilidade dos mesmos. Portanto, esses lugares possuem um protocolo diferenciado, pois a prevenção é a principal medida a ser tomada em relação ao aparecimento de pragas. Nesse setor do hospital a instalação de cortinas de ar e telas de proteção é indispensável para evitar infestações, os médicos e enfermeiros devem utilizar vestimentas diferenciadas e exclusivas, além de serem realizadas desinfecções com produtos químicos periodicamente. O gerenciamento dos resíduos sólidos nos hospitais é outro quesito muito presente e relevante no ambiente hospitalar. Tem como objetivo levar os resíduos gerados para um local seguro de forma eficaz, pois eles podem ser tóxicos, inflamáveis e propagar doenças que afetam diretamente o homem e a natureza. Para lidar com essa situação a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em dezembro de 2004, publicou uma resolução, a RDC Nº 306, que especifica o manejo dos resíduos sólidos, dividindo-o em 9 etapas. Sendo elas: Segregação, Acondicionamento, Identificação, Transporte Interno, Armazenamento Temporário, Tratamento, Armazenamento Externo, Coleta e Transportes Externos e Disposição Final. A etapa de Segregação consiste na separação dos resíduos pelo seu estado atual, ou seja, a partir das características físicas, químicas ou biológicas e riscos envolvidos, e pelo seu local de origem. O Acondicionamento é aquela que embala os resíduos já separados, em sacos ou recipientes adequados. Já a Identificação, classifica os recipientes em grupos de A a E, sendo o grupo A, por exemplo, aquele classificado como ‘risco biológico’, assim com os outros possuem rótulos específicos, a fim de que o gerenciamento tenha um controle maior para as demais etapas. O Transporte Interno é a movimentação dos resíduos para o Armazenamento Temporário ou Armazenamento Externo, sendo o Armazenamento Temporário um local, próximo à geração dos resíduos, que os guarda de forma prevista pela ANVISA para que a coleta seja otimizada e o Armazenamento Externo é a guarda dos recipientes de resíduos em local externo ao hospital que é projetado para agilizar a coleta. A etapa de Tratamento consiste na descontaminação dos resíduos por meios físicos ou químicos para eliminar qualquer agente nocivo à saúde humana, animal e ao ambiente. Enquanto a Coleta e Transporte Externo é a etapa de remoção dos resíduos dos armazenamentos para o Tratamento ou Disposição Final, sendo a Disposição Final a última etapa, onde são depositados os resíduos em um solo preparado para recebê-los. Em Manaus, uma reportagem realizada pelo jornal Acrítica em 2016 registrou pela primeira vez a Prefeitura de Manaus executando o gerenciamento de resíduos hospitalares de maneira adequada, seguindo o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que consta em resolução da ANVISA. O Secretário Municipal da Saúde (Semsa) à época, Homero Miranda de Leão Neto, afirmou que essa atitude foi uma determinação direta do prefeito Arthur Neto visando a proteção dos profissionais, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Além do tópico anterior, o tratamento da água também deve ser colocado como ponto considerável para o saneamento nos ambientes hospitalares, já que existe uma demanda significativa para sua utilização, afinal, é necessária em praticamente todas atividades do hospital, desde a higiene pessoal de funcionários até procedimentos médicos como a hemodiálise, passando pelo preparo de alimentos, pela higienização de instalações do hospital e desinfecção dos equipamentos de saúde. Evidenciando a importância do controle de qualidade da água ser rigoroso para evitar contaminação, através de microrganismos, metais, resíduos químicos, entre outros. Sendo assim, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelecem que deve existir uma análise regular de toda a água utilizada no hospital como forma de prevenção e para monitoramento da água utilizada. Somado a isso, as instalações de água de um hospital não podem se dar ao luxo de falhar em nenhum momento, nem em casos de manutenção ou queima de bombas. Todos esses imprevistos devem ser analisados e as medidas preventivas devem ser tomadas, como a utilização de reservatórios elevados duplos de água potável, para caso um fique em manutenção o outro assuma o abastecimento do hospital. Após a utilização da água deve-se notar a geração de efluentes, os quais são resíduos fluidos das atividades realizadas no hospital, em sua maioria provindas das lavanderias hospitalares. Se esse efluente é descartado no meio ambiente sem nenhum tratamento prévio ou reuso, pode gerar grande impacto ambiental, para a comunidade mais próxima a esse descarte. Por isso é correto que exista um tratamento desse efluente para minimizar o impacto ambiental para a comunidade. Sendo que esse tratamento pode ser realizado na infraestrutura do hospital ou os efluentes podem ser canalizados para fora para receber tratamento adequado. CONCLUSÃO O saneamento hospitalar é imprescindível para toda a comunidadeafetada por ele: pacientes, acompanhantes, trabalhadores do hospital (desde aqueles da área administrativa até médicos e enfermeiros), entre outros, pois tem como objetivo preservar a saúde pública, os recursos naturais e o meio ambiente. Portanto, as obrigações técnicas e seguras precisam ser cumpridas. Deve-se executar corretamente a esterilização dos instrumentos, roupas e equipamentos, a limpeza das dependências hospitalares, o acesso de pessoas a determinados setores, o manejo de águas, o descarte do lixo e a divisão das tarefas a fim de que ninguém realize duas tarefas opostas, como por exemplo, manipulação de roupas sujas e roupas esterilizadas. Além disso, é imensamente importante ter uma reserva suficiente de água, instalações sanitárias adequadas e educação sanitária por parte dos colaboradores do hospital. REFERÊNCIAS PEREIRA MARTINS. Edson. SANEAMENTO DO AMBIENTE HOSPITALAR. 1974. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/iptsp/article/download/22594/13449>. Acesso em: 16 mar. 2020. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/gerenciamento -residuos-servico-saude.htm>. Acesso em: 16 mar. 2020. O TRATAMENTO DA ÁGUA NO AMBIENTE HOSPITALAR. Disponível em: <https://fusatiambiental.com.br/o-tratamento-da-agua-no-ambiente-hospitalar/>. Acesso em: 16 mar. 2020. ESTUDO ENCONTRA BACTÉRIAS RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS EM ESGOTO DE HOSPITAIS. Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/departamentos/detalhes.noticias.php?matid=17 509&id=23>. Acesso em: 16 mar. 2020. DEDETIZAÇÃO EM HOSPITAIS – COMO É FEITA A DESINSETIZAÇÃO EM ÁREAS COMO CTI/UTI. Disponível em: <http://www.dedetizacao-consulte.com.br/dedetizacao-em-hospitais-desinsetizacao-em- areas-como-cti-uti.asp>. Acesso em: 16 mar. 2020. UNIDADES MUNICIPAIS DE SAÚDE TÊM LIXO HOSPITALAR COM TRATAMENTO E MANEJO ADEQUADOS. Disponível em: <https://www.saneamentobasico.com.br/unidades-municipais-de-saude-tem-lixo-hospita lar-com-tratamento-e-manejo-adequados/>. Acesso em: 16 mar. 2020. GUIDELINES ON SANITATION AND HEALTH. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/274939/9789241514705-eng.pdf?ua= 1>. Acesso em: 16 mar. 2020.
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