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ENFERMAGEM EM CLINICA CIRURGICA ENFERMAGEM NA CLÍNICA CIRÚRGICA 7 INTRODUÇÃO 7 O PACIENTE CIRÚRGICO 8 CIRURGIA 8 CLÍNICA CIRÚRGICA 9 CONHECENDO A UNIDADE CIRÚRGICA 9 Características físicas da Clínica Cirúrgica 11 A cirurgia é caracterizada por três tempos principais: 11 Localização 12 Características Físicas 12 Sala de cirurgia 12 Equipamentos e Materiais de uma Sala de Cirurgia 13 CENTRO CIRÚRGICO 13 DEFINIÇÃO 13 Equipe Cirúrgica 14 FINALIDADES 14 LOCALIZAÇÃO 14 O CENTRO CIRÚRGICO DIVIDE-SE EM ÁREAS, SÃO ELAS: 14 ORGANIZAÇÃO 15 Estrutura Física 15 O centro cirúrgico se divide em três setores: 15 Centro Cirúrgico Propriamente Dito 15 ORGANIZAÇÃO FÍSICA 16 SALA OPERATÓRIA 16 DEFINIÇÃO 16 DIMENSIONAMENTO 16 Preparo da sala de cirurgia 17 ESTRUTURA FÍSICA 17 Tamanho 17 Forma 17 Paredes 17 Piso 17 Portas 17 Janelas 17 Tomadas e interruptores 17 Rede de gases 17 Sistema de vácuo 17 Iluminação 18 EQUIPAMENTOS 18 FIXOS 18 MÓVEIS 18 Material cirúrgico necessário: 19 Material Permanente: 19 Material de Consumo (gastos em cada operação) 19 Material Anestésico 20 A SALA DE OPERAÇÕES 20 Vestuário 20 Gorro, máscara, camisa, calça e propés 20 OBSERVAÇÕES 20 INSTRUMENTAIS 20 FIOS USADOS EM CIRURGIAS 22 Classificação: 22 MONTAGEM DA SALA CIRÚRGICA 22 O TRABALHO NO CENTRO CIRÚRGICO 23 ATRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM 24 Circulante 24 Auxílio ao instrumentador 25 FLUXO DO CLIENTE NO CENTRO CIRÚRGICO 26 TEMPO CIRÚRGICO 29 Especialidades cirúrgicas 30 Risco operatório 30 O PACIENTE CIRÚRGICO 30 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO 31 O PROCESSO CIRÚRGICO DIVIDE-SE EM: 31 PRÉ-OPERATÓRIO 31 PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO 32 Preparo psicológico 32 AÇÕES DE ENFERMAGEM NO PREPARO AO PACIENTE NESTE PERÍODO 33 TRANS-OPERATÓRIO 35 PERIODO PÓS OPERATÓRIO 35 Ações de enfermagem neste período: 35 Cuidados 36 Atendimento de enfermagem no pós-operatório 36 Ao receber o paciente no quarto. 36 Nas horas em seguida: 37 Preparação da pele e a região a ser operada 37 Finalidade 37 Meios utilizados 37 Tricotomia 38 Áreas de tricotomia 38 Procedimento da tricotomia 38 Material: bandeja contendo: 38 Execução: 39 RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA 39 Sala de recuperação 39 O paciente será avaliado quanto: 39 TIPOS DE ANESTESIAS 40 Anestesia Geral 40 Anestesia Local 40 Raquianestesia 40 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ESPECIFÍCOS PARA: 40 CIRURGIA CARDIACA 40 CIRURGIA ORTOPEDICA 41 Cuidados gerais: 41 CIRURGIA DERMATOLOGICA 41 Não fazer uso no pós-operatório de 41 CIRURGIA OFTALMOLOGICA 42 Deve-se orientar a 42 Fatores Econômicos 42 Fatores Políticos 42 Aspectos Físicos 43 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA CIRÚRGICA 43 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS ÁREAS 43 ETAPAS DA DESCONTAMINAÇÃO 43 ESTERILIZAÇÃO 44 FLUXO DO PROCESSAMENTO DE MATERIAL ESTERILIZADO 44 AS PRINCIPAIS FORMAS DE ESTERILIZAÇÃO 48 ATENDIMENTO AO ATO CIRÚRGICO 52 No início da cirurgia: 52 Técnica para vestir o avental 54 O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO (PO) 55 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO (POI) 56 ANORMALIDADES E COMPLICAÇÕES DO PÓS-OPERATÓRIO 57 ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS 58 a) Dor 58 b) Sonolência 59 c) Soluço 59 COMPLICAÇÕES PULMONARES 59 COMPLICAÇÕES URINÁRIAS 60 Podem ocorrer: 60 No ato de retenção urinaria, deve-se estimular a micção pelos seguintes meios: 60 COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS 61 a) Náuseas e vômito 61 COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA 61 ROTURA OU DEISCÊNCIA 61 RETIRADA DE PONTOS 61 Material necessário: 62 Procedimento 62 Constipação intestinal 62 c) Sede 63 COMPLICAÇÕES VASCULARES 63 COMPLICAÇÕES NA FERIDA OPERATÓRIA 63 a) Hemorragia 63 b) Infecção da ferida cirúrgica 64 c) Deiscência 64 CHOQUE 65 SONDAGEM VESICAL 66 DRENOS 67 DRENAGEM VESICAL SUPRA-PÚBICA 68 SONDAGEM GASTROINTESTINAL 70 PROCEDIMENTOS 70 COMPROVAÇÃO DE CORRETO POSICIONAMENTO 71 SONDAGEM RETAL 71 PROCEDIMENTOS 71 MANUSEIO DO SISTEMA COLETOR DE DRENAGEM TORÁCICA (PLEURAL OU MEDIASTINAL) 72 Treinamento: 72 Instruções de uso: 73 Preparo do frasco coletor 73 Revisão do sistema de drenagem: 73 Curativos: 74 Instruções ao paciente 74 Transporte do paciente 74 Exames radiográficos: 75 PRINCIPAIS CIRURGIAS E SEUS CUIDADOS 75 Cirurgia Cardíaca 75 Tipos de cirurgia cardíaca 75 Conduta pré – operatória/cuidados de enfermagem: 75 Conduta pós-operatória/cuidados de enfermagem: 75 Intervenções de enfermagem 76 2. Cirurgia Ortopédica 76 Tipos de cirurgia: 76 Cuidados de enfermagem no pré-operatório 77 Cuidados de enfermagem no pós – operatório: 77 Intervenções de enfermagem 77 3. Cirurgia Gastrintestinal 78 Tipos de cirurgia: 78 Tratamento pré-operatório/cuidados de 78 Tratamento Pós – operatório/cuidados de enfermagem: 79 4. Cirurgia Renal 79 Tratamento pré-operatório/cuidados de enfermagem: 80 Tratamento pós-operatório/cuidados de enfermagem: 80 Intervenções de enfermagem 81 5. Cirurgias proctológicas 81 Intervenções cirúrgicas 81 Tratamento pré-operatório / cuidados de Enfermagem 81 Tratamento pós – operatório/cuidados de Enfermagem: 82 Intervenções de enfermagem 82 6. Cirurgias ginecológicas 82 Cuidados pré – operatórios: 83 Cuidados pós – operatórios: 83 NOMENCLATURA CIRURGICA 83 TERMINOLOGIA CIRÚRGICA 83 OPERAÇÕES DE REMOÇÃO (ECTOMIA) 83 OPERAÇÕES DE ABERTURA (TOMIA) 84 CONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE NOVAS BOCAS (STOMIA) 84 OPERAÇÕES DE FIXAÇÃO ou REPOSICIONAMENTO (PEXIA) 85 OPERAÇÕES PARA ALTERAÇÃO DA FORMA E/OU FUNÇÃO (PLASTIA) 85 OPERAÇÕES DE SUTURA (RAFIA) 85 OPERAÇÕES PARA OBSERVAÇÃO e EXPLORAÇÃO (SCOPIA) 85 OS FAMILIARES, O CLIENTE E A ALTA HOSPITALAR 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87 ENFERMAGEM NA CLÍNICA CIRÚRGICA INTRODUÇÃO O cuidar é o enfoque principal da enfermagem. Apesar das inovações, não se deve adotar exageros no cuidado. O ser humano necessita de orientação e técnicas para tornar-se independente desde cuidado, quando possível pelo ensino do autocuidado de recuperar, manter e promover sua saúde com outros profissionais. Cabe à enfermagem conhecer, acompanhar todos os progressos tecnológicos e ser capaz de orientar o paciente quanto aos procedimentos de pré e pós-operatório, não esquecendo a visão holística da pessoa. O paciente cirúrgico normalmente demonstra insegurança, medo do que acontecerá e de como será sua recuperação. O enfermeiro precisa entender o que é vida, bem-estar e recuperação. Vida significa mudança a todo o momento; portanto, a cirurgia tem um significado de modificação; a enfermagem auxilia, orienta essa alteração em relação aos hábitos, terapêutica; porém, existem os limites: respeitar o paciente no que se refere à sua decisão, discutir com a equipe multiprofissional investigando condutas que devem ser tomadas. Com relação ao bem- estar do paciente, a enfermagem depende da burocracia hospitalar, da filosofia da instituição, às vezes, até da unidade de internação, impedindo que se apliquem técnicas que agilizem sua recuperação e, consequentemente, seu bem-estar. A compreensão do paciente como pessoa independe dos avanços e da tecnologia médica. A recuperação e o bem-estar não dependem apenas de um profissional e, sim, de um conjunto de ações multidisciplinares. Prevenir doenças é o ideal e este deve ser o nosso objetivo primordial; mas quando isto fugir do nosso alcance, o tratamento precoce passa a ser a nossa meta, evitando assim, grande debilidade física e emocional ou sequelas provenientes dos longos períodos de atuação da doença. O tratamento cirúrgico, pela sua radicalidade, apresenta riscos aos indivíduos. Portanto, sua indicação é viável quando formas mais simples e seguras de tratar são ineficazes e não possibilitama cura ou controle da doença. As cirurgias são realizadas desde a antiguidade, mas neste século é que vêm apresentando grandes êxitos, devido ao crescente desenvolvimento científico e tecnológico, o que propicia a redução marcante das complicações operatórias. Cabe ao profissional de enfermagem obter conhecimentos e atualizá-los continuamente para prestarem uma assistência eficiente, que leve o indivíduo a retornar, o mais rápido possível, ao seu equilíbrio, livre de desconfortos e complicações. O PACIENTE CIRÚRGICO Não existe cirurgia simples, trata-se sempre de um desafio para o paciente. É um momento indescritível, onde as sensações são totalmente individuais, cada um reage de uma forma, tentando se proteger dos sofrimentos e adquirindo atitudes diferentes e defensivas. Uma cirurgia pode ser simples para um e complicada para outro, pois os dimensionamentos de medo e tranquilidade dependem da preparação do paciente. Quando existe o enfrentamento para o desconhecido, para dificuldades e experiências já vivenciadas, podem-se apresentar alterações orgânicas e metabólicas, implicando complicações e até morte. Outro fator é o estado hemodinâmico, causando tensões. Estas são manifestadas em forma de hipertensão, insônia e ansiedade, entre outras. A cirurgia, para muitos, representa a solução de problemas e, para outros, ameaça à própria vida. Como solução, é o alívio da dor, do incômodo e da insegurança com relação à doença; esteticamente significa beleza, correção de deformidades; como ameaça para a vida está relacionada ao medo do desconhecido, da anestesia, da cirurgia e suas implicações. É difícil avaliar seu significado para o paciente, principalmente no momento em que ele vê a sala, os equipamentos, os cirurgiões. Para alguns, o sentimento de medo, insegurança, desespero cresce bastante. Para outros não representa nada, é simplesmente um ato cirúrgico. A importância da equipe de enfermagem nesta fase é fundamental para permitir segurança, tranquilidade e confiança. CIRURGIA É a parte da medicina que lida com doenças e condições físicas que necessitam da incisão dos tecidos humanos para remoção, reparação ou substituição da parte acometida, através de técnicas operatórias. CLÍNICA CIRÚRGICA É a unidade hospitalar onde permanecem os indivíduos nos períodos pré e pós- operatórios, e onde são preparados para atos cirúrgicos e auxiliados em sua recuperação do equilíbrio orgânico. CONHECENDO A UNIDADE CIRÚRGICA Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna com o objetivo de reparar, corrigir ou aliviar um problema físico. É realizada na sala de cirurgia do hospital e em ambulatório ou consultório, quando o procedimento for considerado simples. Dependendo do risco de vida, a cirurgia pode ser de emergência, urgência, programada ou opcional. Por exemplo: nos casos de hemorragia interna, a cirurgia é sempre de emergência, pois deve ser realizada sem demora; no abdome agudo, o tratamento cirúrgico é de urgência, por requerer pronta atenção, podendo-se, entretanto, aguardar algumas horas para melhor avaliação do cliente; as cirurgias programadas ou eletivas, como no caso de varizes de membros inferiores, são realizadas com data pré-fixada, enquanto que a maioria das cirurgias plásticas são optativas por serem de preferência pessoal do cliente. A cirurgia também é classificada de acordo com a finalidade: diagnóstica ou exploratória, quando utilizada para se visualizar as partes internas e/ou realizar biópsias (laparotomia exploradora); curativa, reparadora, quando da reparação de múltiplos ferimentos (enxerto de pele); reconstrutora ou cosmética, quando se processa uma reconstituição (plástica para modelar o nariz, por exemplo); e paliativa, quando se necessita corrigir algum problema, aliviando os sintomas da enfermidade, não havendo cura (abertura de orifício artificial para a saída de fezes sem ressecção do tumor intestinal, por exemplo). As cirurgias provocam alterações estruturais e funcionais no organismo do cliente, que precisará de algum tempo para se adaptar às mesmas. É comum o tratamento cirúrgico trazer benefícios à qualidade de vida da pessoa, mas é importante compreendermos que o tratamento cirúrgico sempre traz um impacto (positivo ou negativo) tanto no aspecto físico como nos aspectos psicoemocionais e sociais. Com esta compreensão, temos maior chance de realizar uma comunicação interpessoal mais individualizada e prestar ao cliente orientações mais adequadas. As reações emocionais guardam relação direta com o “significado” que o cliente e familiares atribuem à cirurgia, sendo a ansiedade pré-operatória a mais freqüente. Por isso, a cirurgia e os procedimentos diagnósticos podem representar uma invasão física, emocional e psicológica - e em algumas cirurgias (amputação da perna) uma invasão social, obrigando mudanças no estilo de vida. A aceitação ao tratamento cirúrgico, apesar do medo da anestesia, da dor, da morte, do desconhecido e da alteração da imagem corporal, está geralmente relacionada à confiança que o cliente deposita na equipe profissional e na estrutura hospitalar, daí a importância de estarmos atentos ao tipo de relação interpessoal que especificamente temos com este cliente. O atendimento do cliente cirúrgico é feito por um conjunto de setores interligados, como o pronto-socorro, ambulatório, enfermaria clínica ou cirúrgica, centro cirúrgico (CC) e a recuperação pós-anestésica (RPA). Todos estes setores devem ter um objetivo comum: proporcionar uma experiência menos traumática possível e promover uma recuperação rápida e segura ao cliente. O ambulatório ou pronto-socorro realiza a anamnese, o exame físico, a prescrição do tratamento clínico ou cirúrgico e os exames diagnósticos. A decisão pela cirurgia, muitas vezes, é tomada quando o tratamento clínico não surtiu o efeito desejado. O cliente pode ser internado um ou dois dias antes da cirurgia, ou no mesmo dia, dependendo do tipo de preparo que a mesma requer. O cliente do pronto-socorro é diretamente encaminhado ao centro cirúrgico, devido ao caráter, geralmente, de emergência do ato cirúrgico. O centro cirúrgico é o setor destinado às intervenções cirúrgicas e deve possuir a recuperação pós-anestésica para prestar a assistência pós- operatória imediata. Após a recuperação anestésica, o cliente é encaminhado à unidade de internação, onde receberá os cuidados pós-operatórios que visam prevenir a ocorrência de complicações. Características físicas da Clínica Cirúrgica: ● Sala para chefia de enfermagem, destinada ao desempenho de determinadas funções do chefe de enfermagem da clínica cirúrgica; ● Sala para reuniões, reservada para planejamentos e avaliações dos serviços; ● Secretaria, reservada para o desenvolvimento de serviços burocráticos; ● Posto de enfermagem, local para arquivo e manipulação dos prontuários e papeletas, realização de relatórios diários de enfermagem, dependência para preparo de medicamentos e materiais diversos utilizados nas técnicas de enfermagem; ● Enfermarias e apartamentos (com banheiros), área ocupada pelo cliente para repousar, promover higiene, eliminações e submeter-se a diversos tratamentos; ● Sala para curativos e exames, o próprio nome da sala já diz a sua finalidade; ● Sala para recreação e palestras área reservada ao lazer e educação do paciente; ● Copa, local para realização das refeições dos pacientes autorizados a deambular; ● Arsenal, área onde são armazenados os materiais estéreis; ● Expurgo, local apropriado para lavar, desinfectar, enxaguar e secar os materiais sujos e contaminados. A cirurgia é caracterizada por três tempos principais: ● Diérese: divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada. ● Hemostasia: parada do sangramento mediante fios cirúrgicose suturas mecânicas, esponjas absorvíveis e unidade de eletro-cirúrgica. ● Exérese: A face de exérese ou tempo cirúrgico propriamente dito. ● Síntese: fechamento dos tecidos. Centro Cirúrgico é uma unidade especializada de um hospital, constituída por mais de uma sala de cirurgia, destinada tanto à realização de procedimentos de qualquer natureza, que venham requerer intervenção cirúrgica, como à recuperação pós- anestésica e pós-operatória imediata. “O centro cirúrgico é um setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas, visando atender a resolução de intercorrências cirúrgicas, por meio da ação de uma equipe integrada” (RIBEIRO; SOUZA 1997 p. 09). Nele são realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do cliente quanto ao controle de infecção. Por ser um local restrito, o acesso ao público é limitado, ficando restrita a circulação dos profissionais que lá atuam. Para efeito de controle asséptico. Localização A unidade de centro cirúrgico deve ocupar uma área independente da de circulação geral, ficando livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço, devendo ser acessível às enfermarias cirúrgicas. Características Físicas ● Vestiários masculino e feminino: devem ser localizados na entrada do centro cirúrgico. Devem conter armários e sanitários anexos com chuveiros; ● Posto de enfermagem; ● Copa; ● Sala para material de limpeza; ● Sala de expurgo; ● Sala para estocagem de material esterilizado; ● Local para lavabo; ● Sala de cirurgia; ● Sala de estar para relatórios médicos; ● Sala de estar e de repouso para pessoal; ● Sala para guarda de aparelhos e equipamentos; ● Rouparia; ● Sala de reserva de medicamentos e soluções usados no centro cirúrgico; ● Sala de recuperação. Sala de cirurgia Uma sala de cirurgia ou sala de operação é uma sala no interior de um hospital na qual são realizadas operações cirúrgicas. a - Área Física: ● Sala de cirurgia geral, 25 m2; ● Sala de neurocirurgia, 36 m2; ● Sala de cirurgia ortopédica, 20 m2. b – Forma: as salas podem ser retangulares, quadradas ou circulantes. c – Características das Paredes: o revestimento das paredes tem que ser de material resistente, lavável e de cor neutra. Os cantos da parede com o piso, do teto com a parede e da parede com outra parede devem ser arredondados. d – Características do Piso: o piso deve ser de material de fácil limpeza. e – Características das Portas: as portas devem ser amplas, com os cantos protegidos por aço inoxidável. f – Características das Janelas: as janelas devem estar localizadas de modo a espalhar luminosidade em todo o ambiente. Equipamentos e Materiais de uma Sala de Cirurgia a – Equipamentos Fixos: armário embutido, balcão, negatoscópio, foco central, ar condicionado. b – Equipamentos Móveis: mesa cirúrgica, mesa auxiliar, mesa para instrumental, suporte de bacia, suporte de soro, banco giratório, balde para lixo, hamper, foco auxiliar, escadinha, aspirador, portátil, bisturi elétrico, esfigmomanometro. c – Material Utilizado na Sala de Cirurgia: pacotes de avental, campo simples ou duplo, impermeável, compressas grandes ou pequenas, cuba-rim, bacias, sondas e drenos, luvas, caixa de instrumentos, anestésicos, cabo de bisturi elétrico, equipos de soro, seringas, agulhas e materiais específicos para cada cirurgia. CENTRO CIRÚRGICO DEFINIÇÃO É uma unidade hospitalar assistencial, onde são realizadas intervenções cirúrgicas, visando a atender intercorrências clínicas, com suporte da ação de uma equipe de profissionais integrada. Devido à realização de procedimentos invasivos, é considerada uma unidade de alerta máximo. EQUIPE PROFISSIONAL INTEGRADA Equipe Cirúrgica Conjunto de profissionais e ocupacionais que, num processo dinâmico e interativo, prestam assistência sistematizada e global ao paciente durante sua permanência na unidade de centro cirúrgico. FINALIDADES Realizar intervenções cirúrgicas e encaminhar o paciente à unidade de origem na melhor condição possível de integridade; Servir campo de estágio para a formação e aprimoramento de recursos humanos; Desenvolver programas e projetos de pesquisa, voltados especialmente para o desenvolvimento científico e tecnológico de ponta. LOCALIZAÇÃO O centro cirúrgico deve ter localização especial no hospital atendendo os seguintes requisitos: Área independente da circulação geral; Local de pouco ruído para reduzir os estímulos sonoros que possam interferir na concentração da equipe cirúrgica e desencadear estresse do paciente; Próxima das unidades de internação cirúrgica, pronto socorro e UTI. O CENTRO CIRÚRGICO DIVIDE-SE EM ÁREAS, SÃO ELAS: AREAS NÃO CRÍTICAS - São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes assim como as idênticas as encontradas em qualquer edifício público. Ex: escritórios, depósitos, sanitários... Devem ser limpas ÁREAS SEMI-CRÍTICAS - São todas as áreas hospitalares ocupadas por pacientes portadores de doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e de doenças não infecciosas. Ex: enfermarias e ambulatórios... Devem ser limpas AREAS CRÍTICAS - São aquelas áreas em que se verifica a depressão da sala de resistência anti-infecciosas do paciente (por exemplo, sala de parto e de operação, unidade de tratamento intensivo adulto, infantil e neonatal, sala de hemodiálise...). Ou de risco aumentado de transmissão de infecção (ex: laboratórios de análises clínicas, banco de sangue, cozinha, lactário e lavanderia). AREAS CONTAMINADAS - São aquelas em que se verifica a presença de sangue, pus, secreções ou excreções. Devem passar por processos de desinfecção com remoção de matéria orgânica. ORGANIZAÇÃO Estrutura Física O centro cirúrgico se divide em três setores: Centro cirúrgico propriamente dito; ❖ Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA); ❖ Central de material de esterilização (CME). Devem ser limpas, mas podem sofrer processo de desinfecção. Centro Cirúrgico Propriamente Dito Salas operatórias - SO, lavabos, vestuários, sala para acondicionamento de órgãos e sangue, sala de depósito, secretaria, sala de estar, copa, expurgo, repousos, sala de equipamentos e materiais. Sala de Recuperação Pós - Anestésica (SRPA) Destina-se a receber e prestar assistência à paciente sob ação anestésica. Localiza-se próximo às SOs, permitindo fácil acesso ao atendimento dos cirurgiões, anestesiologistas e da enfermagem. Central de Material e Esterilização (CME) Ent rada M ate rial C M E Exp urgo Dep ósito 1 6 Destina-se ao preparo e esterilização do material e equipamentos usados no CC e nas unidades do hospital. Pode ser centralizada quando presta serviço a todo hospital ou descentralizada, apenas vinculada ao CC. ORGANIZAÇÃO FÍSICA SALA OPERATÓRIA DEFINIÇÃO É o local destinado à realização de intervenções cirúrgicas. DIMENSIONAMENTO Segundo à legislação brasileira, a capacidade do centro cirúrgico é estabelecida por: Proporção de leitos cirúrgicos e salas operatórias. A ANVISA (MS) determina: 01 sala operatória para cada: SO SO Contaminada Sal a de Mate S O Li S O Li L Vesti ário Masculino Vest uário Feminino SO Lim pa Sala de Equipamentos S R L SO Lim pa C o p a Chefia Médica e Secreta ria Rep ouso Enfermage m e Secretaria d e Ch efi L SO Pot encial - 50 leitos não especializados ou - 15 leitos cirúrgicos. A atual proporção merece uma análise devido: - ao advento das cirurgias ambulatoriais e - aos avanços tecnológicos. Preparo da sala de cirurgia ESTRUTURA FÍSICA Tamanho ● SO pequena: 20 m², com dimensões mínimas de 3,45m, destinada à cirurgias oftalmológicas e otorrinolaringológicas. ● SO média:25 m², com dimensões mínimas de 4,65m, destinada à cirurgias gerais, ginecológicas e urológicas, entre outras. ● SO grande: 36 m², com dimensões mínimas de 5m, destinada à cirurgias neurológicas, torácicas, cardíacas e ortopédicas. Forma ● Retangulares, quadradas ou circulares; Paredes ● Revestimento resistente, de fácil limpeza, de cor neutra e com cantos arredondados; Piso ● Escuro para evitar reflexos, não poroso, não condutor, resistente e de fácil limpeza; Portas ● Largas, de fácil manuseio, com visores, do tipo vai-vém e com cantos protegidos com aço inoxidável; Janelas ● Atualmente são substituídas por sistema de ar condicionado ou por tijolos de vidros; Tomadas e interruptores ● Com pinos de retenção, em número de seis, distribuídas por toda a sala. Rede de gases ● Entradas individuais para: oxigênio, óxido nitroso e nitrogênio. Sistema de vácuo Canalizado e portátil. Iluminação ● Feita por luz fria, focos cirúrgicos e podendo aproveitar a iluminação natural. EQUIPA MENTOS FIXOS ● Negatoscópio; ● Canalização de gases; ● Foco cirúrgico central. MÓVEIS ● Mesa cirúrgica; ● Aparelho de anestesia; ● Mesa para medicamentos e material consumo; ● Balde de inox; ● Escada; ● Bisturi elétrico ou eletrocautério; ● Materiais para posicionar o paciente. ● Aspirador de secreções; ● Foco auxiliar; ● Suporte de soro; ● Suporte de braço; ● Balança para pesar compressas e gazes; ● Mesas auxiliares: de Mayo, de instrumentação e de roupas. Os cuidados de enfermagem não se restringem somente à prestação de cuidados diretos ao paciente. Para que o procedimento cirúrgico possa ocorrer, são necessárias certas condições que a enfermagem deve prover: d ● Material para anestesia e cirurgia (Lap’s, soluções, pomadas, material para curativo, medicamentos, instrumental, etc.), inclusive os especiais (cirurgias ortopédicas, etc.) deixando-os em local de fácil acesso; ● Testar equipamentos (Monitores, pontos de O2, vácuo, negatoscópio, etc.); ● Verificar condições de limpeza da sala; ● Posicionar equipamentos móveis (suporte para soros, baldes para lixo, escadinha, suporte de hampers, etc.); ● Observar segurança da sala como posicionamento de fios e chão molhado; ● Ajustar a temperatura da sala (entre 21°C e 24°C); Material cirúrgico necessário: O L.A.P. é constituído de material permanente e de material de consumo: Material Permanente: ● 04 aventais cirúrgicos ● 08 campos de 1mx1m ● 06 campos de 50cmx50cm ● 08 pinças hemostáticas curvas (preferencialmente) ● 02 pinças dente-de-rato ● 02 pinças anatômicas ● 02 porta-agulhas ● 02 tesouras curvas do tipo Metzembaum ● 01 cabo de bisturi para lâmina 15 ● 01 par de afastadores de Farabouef ● 06 agulhas cortantes curvas de 2 e 3 cm ● 06 agulhas cilíndricas curvas de 2 e 3 cm ● 01 tesoura reta p/fios ● 02 cubas pequenas de aço inoxidável Material de Consumo (gastos em cada operação) ● 50 pedaços de fio de algodão nº 30 (40 cm) ● 50 pedaços de fio de algodão nº 10 (40 cm) ● 10 compressas cirúrgicas grandes ● 20 compressas cirúrgicas pequenas ● 02 lâminas de bisturi nº 15 ● 08 luvas cirúrgicas ● 100 gazes ● 01 rolo médio de esparadrapo. Material Anestésico ● 01 seringa descartável de 20 ml, plástica, estéril ● 03 agulhas descartáveis 25x8 ● 01 estetoscópio ● Folha de papel e caneta A SALA DE OPERAÇÕES Vestuário ● Pessoal como principal fonte exógena de bactérias ● Entrada sempre pelo vestiário ● Indumentária própria Gorro, máscara, camisa, calça e propés ● Não estéril, lavado especial com água quente ● Circulação restrita ao centro cirúrgico OBSERVAÇÕES As lâminas de bisturi devem ser novas e nunca colocadas no LAP. A autoclavagem faz com que percam o fio. Devem ficar fora do LAP em seus envelopes estéreis. Da mesma maneira, os fios não devem ser colocados no LAP para uma segunda autoclavagem, pois se tornam quebradiços. INSTRUMENTAIS É aquele comum a qualquer operação, devendo estar presente em todas elas, independentemente da especialidade. Assim, o auxiliar de enfermagem deverá conhecê-lo muito bem, principalmente o 2 instrumentador, tendo em vista o bom desempenho de suas funções. Auxiliam a equipe cirúrgica durante a operação, mas para isso é necessário que a equipe de enfermagem ofereça-os em perfeitas condições de uso e no tamanho correto. O instrumentador cirúrgico é o profissional responsável por prever os materiais necessários à cirurgia, bem como preparar a mesa com os instrumentais, fios cirúrgicos e outros materiais necessários, ajudar na colocação de campos operatórios, fornecer os instrumentais e materiais à equipe cirúrgica e manter a limpeza e proteção dos instrumentais e materiais contra a contaminação. Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função: ⮚ Diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras, trépano; ⮚ Hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como as pinças de Kelly, Kocher, Rochester; ⮚ Síntese cirúrgica - geralmente utilizados para fechamento de cavidades e incisões, sendo o mais comum a agulha de sutura presa no porta- agulha; ⮚ Apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o uso de outros grupos de instrumentais, destacando-se o afastador Farabeuf para afastar os tecidos e permitir uma melhor visualização do campo operatório e a pinça anatômica para auxiliar na dissecção do tecido; ⮚ Especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia, como, por exemplo, a pinça gêmea de Abadie, utilizada nas cirurgias do trato digestivo. A falta de material não deverá ocorrer, pois prejudica totalmente o ato cirúrgico. FIOS USADOS EM CIRURGIAS É o material empregado para unir estruturas para unir estruturas, nervos, músculos, ossos, vasos sanguíneos, até que se processe a cicatrização. Classificação: a) Fios Absorvíveis: são aqueles que são absorvidos após algum tempo. Estes fios podem ser de origem animal ou sintético (Ex: Categute, diâmetro – 0 a 7.0 e de 1 a 2); b) Fios Inabsorvíveis: são os fios que não são absorvidos pelo organismo (Ex: Seda, algodão, linho, metálicos, náilon, poliéster trançado, polipropileno, diâmetro – 0 a 9.0). MONTAGEM DA SALA CIRÚRGICA A enfermagem desempenha a função de circulante da sala cirúrgica, que pode ser exercida pelo técnico em enfermagem. Ao receber a lista de cirurgia, o circulante da sala verifica os materiais, aparelhos ou solicitações especiais à mesma. Para prevenir a contaminação e infecção cirúrgica, é importante manter a sala em boas condições de limpeza, observar se o lavabo está equipado para uso e lavar as mãos. Portanto, antes de equipar a sala, o circulante limpa os equipamentos com álcool etílico a 70% ou outro desinfetante recomendado, deixando-os prontos para a recepção do cliente e equipe cirúrgica. Para evitar problemas durante o ato operatório, o circulante deve testar o funcionamento dos aparelhos sob sua responsabilidade, verificando suas perfeitas condições de uso, bem como revisar o material esterilizado e providenciar os materiais específicos em quantidade suficiente para a cirurgia, dispondo-os de forma a facilitar o uso. Com o anestesista, checar a necessidade de material para o carrinho de anestesia. Deve-se também preparar a infusão endovenosa e a bandeja de antissepsia, e dispor os pacotes de aventais, campos, luvas e a caixa de instrumentais em local limpo e acessível. Quando do processo de abertura do pacote, tomar o cuidado de manusear somente a parte externa do campo, para evitar contaminar sua parte interna. Se o pacote for grande, deve ser aberto sobre uma superfície; se pequeno, pode ser aberto afastado do corpo e seu conteúdo oferecido ao profissional que dele fará uso. O TRABALHO NO CENTRO CIRÚRGICOO pessoal que circula dentro do Centro Cirúrgico deve apresentar boas condições de saúde, não podendo ser portador de infecções agudas ou crônicas, principalmente de orofaringe e de pele. É obrigatório o uso de uniforme privativo, composto de calça comprida e de jaleco unissex ou vestido, gorro para proteger os cabelos, máscara e sapatilhas de tecido ou propés, usados sobre os sapatos. Cabe ressaltar que o uniforme deve ser vestido diretamente sobre as roupas de baixo. A máscara, para cumprir seu papel, precisa proteger o nariz e a boca, sendo necessário trocá-la sempre que estiver úmida. Quatro equipes prestam assistência direta no Centro Cirúrgico. É muito importante os seus membros atuarem de forma integrada e harmônica, visando à segurança do paciente e à eficiência do ato cirúrgico. É importante, ainda, que as boas relações humanas e o profissionalismo sempre prevaleçam sobre as tensões, inevitáveis nesse tipo de trabalho. A equipe de anestesia é composta de médicos anestesistas, sendo responsável por prescrever a medicação pré-anestésica, planejar e executar a anestesia. Também cabe a esta equipe controlar o paciente durante e após o ato cirúrgico, até o restabelecimento de seus reflexos. A equipe cirúrgica realiza o ato cirúrgico. Dela fazem parte o médico cirurgião, um ou mais médicos auxiliares, dependendo da operação, e o instrumentador. O instrumentador deverá ser um elemento da equipe de enfermagem ou, eventualmente, um médico. A equipe de limpeza é formada por auxiliares de limpeza pertencentes ao quadro hospitalar ou a uma firma prestadora de serviços. Em qualquer dos casos, no entanto, a equipe sempre trabalha sob a orientação técnica do enfermeiro. A equipe de enfermagem é composta pelo enfermeiro, o técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem. Técnicos e auxiliares de enfermagem assumem, no Centro Cirúrgico, a função de circulante ou de instrumentador. É frequente encontrar também, nesta equipe, um escriturário diretamente subordinado ao enfermeiro chefe, responsável pelo trabalho burocrático, como, por exemplo, a datilografia e a distribuição dos programas cirúrgicos. 2 4 ATRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM Enfermeiro-chefe ● Prover a unidade de pessoal e de material necessários ao seu bom funcionamento; ● Organizar o trabalho a ser feito, distribuindo-o de forma racional; ● Comandar o pessoal, baseando-se nos princípios éticos de relacionamento humano, preocupando-se com o seu crescimento profissional; ● Coordenar e supervisionar a assistência prestada ao paciente no transoperatório, executando- a sempre que houver necessidade. Circulante Montagem da sala de operações ● Saber quais são as operações marcadas para a sala sob sua responsabilidade, os respectivos horários e a existência ou não de solicitação de equipamento ou material especial; ● Verificar a limpeza das paredes e do piso da sala. Geralmente a limpeza diária é feita de véspera, ao final das operações do dia; ● Arrumar a sala, provendo-a com o equipamento necessário à operação; ● Remover o pó dos equipamentos expostos e das superfícies, começando pelas partes consideradas mais limpas. Pode-se usar um tecido ou compressa velha embebida em álcool etílico a 70° ou outros desinfetantes; ● Testar as luzes e aparelhos a serem utilizados, como, por exemplo: focos, pontos de gases, aspirador, etc.; ● Regular a temperatura da sala; ● Verificar se o lavabo está equipado para lavagem e antissepsia das mãos e antebraços; ● Revisar os materiais existentes na sala, tais como: medicações, antissépticos e impressos, completando o que estiver faltando; ● Providenciar o material específico de cada operação; ● Colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e a caixa de instrumentos em local acessível para sua utilização, no momento devido; ● Preparar soro morno, se necessário; ● Equipar o carro de anestesia e colocá-lo à cabeceira da mesa cirúrgica. Em muitos serviços, o controle dos materiais de anestesia é responsabilidade de um funcionário específico ou dos próprios anestesistas; ● Abrir os pacotes de material estéril seguindo as instruções: A. Segurar o pacote afastado do corpo e na posição adequada para soltar o adesivo que prende a ponta do envoltório. B. Levantar essa primeira ponta para o lado oposto ao corpo. C. Abrir cada uma das pontas laterais do envoltório. D. Prender, cuidadosamente, as três pontas soltas, de forma a não contaminar a parte interna do pacote. E. Deixar o conteúdo do pacote cair sobre a mesa do material cirúrgico. Auxílio ao instrumentador ● Ajudar o instrumentador a vestir o avental ou capote, e a calçar as luvas estéreis; ● Colaborar na montagem das mesas auxiliares, fornecendo os materiais estéreis e os líquidos necessários ao instrumentador, dentro dos princípios de assepsia. Esses princípios de assepsia (que devem ser cuidadosamente observados pelo circulante) são: ● Manter certa distância da mesa do instrumentador, quando lhe oferecer o material; ● Evitar tocar na parte interna das tampas das caixas que forem abertas; ● Utilizar pinça servente estéril para retirar os instrumentos de caixas ou cubas; ● Usar a técnica adequada para o fornecimento de soluções antissépticas, como álcool iodado, e de outros líquidos, como o soro fisiológico, depositando-os em cuba redonda pequena; ● Utilizar técnicas corretas para alcançar os materiais, como, por exemplo, a ilustrada na figura. FLUXO DO CLIENTE NO CENTRO CIRÚRGICO Na recepção, é importante atender ao cliente com cordialidade, transmitindo-lhe tranquilidade e confiança, bem como proporcionar-lhe privacidade física e conforto. É fundamental identificá-lo, chamando-o pelo nome, checando a pulseira de identificação ou conferindo seus dados com quem o transportou; além disso, deve-se verificar se o prontuário está completo, se os cuidados pré-operatórios foram realizados, se há anotações sobre problemas alérgicos e condições físicas e emocionais – estes cuidados são absolutamente necessários para evitar erros, ou realização de cirurgias em clientes inadequadamente preparados. Após a checagem de todos esses dados pode-se fazer a tricotomia, se esta for a rotina do hospital, e encaminhar o cliente para a sala de operação. Através do corredor interno do CC, o cliente é transportado em maca - sempre as grades levantadas para evitar quedas acidentais-até a sala de cirurgia. Na sala de operação, o circulante recebe o cliente de forma a tentar diminuir sua ansiedade, transmitindo-lhe confiança, segurança e tranquilidade. Para evitar erros, repete os mesmos cuidados de conferência de dados prévios à entrada no CC. Após conferir os dados do prontuário, o cliente deve ser transferido da maca para a mesa cirúrgica, tendo-se o cuidado de posicionar corretamente os frascos de solução, drenos e sondas, caso existam. Ao posicionar o suporte de braço (para a infusão endovenosa) sob o colchonete da mesa cirúrgica, deve-se ter o cuidado de colocar o braço do cliente num ângulo inferior a 90o em relação ao corpo, para evitar dores musculares e articulares no pós- operatório. Em vista da probabilidade de ocorrer hipotensão arterial provocada pela anestesia e/ou perdas sanguíneas durante o ato operatório, é necessário controlar a pressão arterial pelo monitor ou aparelho de pressão arterial. O cliente pode apresentar hipotermia devido à baixa temperatura da SO, administração de líquidos gelados, feridas ou cavidades abertas e diminuição da atividade muscular. Para corrigir essa intercorrência, administrar soluções mornas e trocar os campos molhados por outros secos, já que os tecidos molhados promovem a perda de calor. Como o cliente está anestesiado e, portanto, incapacitado para se defender de qualquer tipo de agressão física, é dever da equipe médica e de enfermagem assegurar- lhe um ato operatório seguro, prestando alguns cuidadosespecíficos, entre outros: anestésico administrado na dosagem certa para evitar a dor; manter os olhos do cliente ocluídos, para evitar úlceras de córnea; atentar para o posicionamento do cliente, de modo a evitar escaras e dor no pós- operatório; evitar extravasamento de solução para fora da veia. O circulante, além de auxiliar o anestesista no posicionamento do cliente, também auxilia, quando necessário, a suprir material - e durante a cirurgia comunica e registra as alterações do que observou. Compete ao cirurgião ou assistente posicionar corretamente o cliente para o ato cirúrgico, cabendo ao circulante da sala auxiliá-los no procedimento ou realizá-lo sob orientação médica. O cliente deve estar posicionado de forma anatômica, possibilitando boas condições de respiração e evitando distensões musculares, compressão de vasos, nervos e saliências ósseas. Também é atribuição do circulante ajudar os integrantes da equipe cirúrgica a se paramentarem. Para tanto, no momento de vestir o avental, o circulante deve posicionar-se de frente para as costas do membro da equipe que está se paramentando, introduzir as mãos nas mangas - pela parte interna do avental - e puxar até que os punhos cheguem nos pulsos; amarrar as tiras ou amarilhos do decote do avental, receber os cintos pela ponta e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas. Após auxiliar a equipe a se paramentar, abrir o pacote com o impermeável sobre a mesa do instrumentador e a caixa de instrumentais sobre a mesa auxiliar, fornecer ao instrumentador os materiais esterilizados (gaze, compressas, fios, cúpulas, etc.) e oferecer ao cirurgião a bandeja de material para antissepsia. Auxiliar o anestesista a ajustar o arco de narcose e o suporte de soro de cada lado da mesa cirúrgica, fixar as pontas dos campos esterilizados - recebidos do assistente - no arco e suportes, formando uma tenda de separação entre o campo operatório e o anestesista. Posteriormente, aproximar da equipe cirúrgica o hamper coberto com campo esterilizado e o balde de lixo; conectar a extremidade de borracha recebida do assistente ou instrumentador ao aspirador, e ligá-lo. Se for utilizado o bisturi elétrico, faz-se necessário aplicar gel condutor na placa neutra, para neutralizar a carga elétrica quando do contato da mesma com o corpo do cliente, conforme orientação do fabricante. A seguir, colocar a placa neutra sob a panturrilha ou outra região de grande massa muscular, evitando áreas que dificultem o seu contato com o corpo do cliente, como saliências ósseas, pele escarificada, áreas de grande pilosidade, pele úmida. Ao movimentar o cliente, observar se ocorre deslocamento da placa, reposicionando-a se necessário. Qualquer que seja a posição escolhida para colocar a placa, ela deve permitir o funcionamento correto dos eletrodos dos aparelhos, equipos de solução e de sangue, drenos, sondas e cateteres. Jamais se deve deixar nenhuma parte do corpo do cliente em contato com a superfície metálica da mesa cirúrgica, pois isto, além de desconfortável, pode ocasionar queimaduras devido ao uso do bisturi elétrico. Quando não for mais utilizado material estéril dos pacotes, os mesmos devem estar sempre cobertos para possibilitar o seu eventual uso durante a cirurgia, com segurança. No transcorrer da cirurgia, alguns cuidados se fazem necessários dentre eles: ● Ajustar o foco de luz sempre que solicitado, de forma a proporcionar iluminação adequada no campo cirúrgico, sem projeção de sombras e reflexos; ● Observar o gotejamento dos soros e sangue, líquidos drenados e sinais de intercorrências; ● Controlar a quantidade e peso das compressas cirúrgicas e gazes, para evitar esquecimento acidental desses materiais no campo operatório; ● Avaliar a perda sanguínea e de líquidos pelas sondas e do sangue aspirado no frasco do aspirador. Quando for necessário mudar a posição do cliente durante a cirurgia, deve-se evitar movimentos rápidos e bruscos, porque a mudança repentina de posição pode ocasionar hipotensão arterial. Os registros são feitos em impresso próprio, anotando-se os medicamentos, soluções, sangue, equipamentos usados, intercorrências com o cliente, nome da operação e da equipe cirúrgica, bem como início e término da cirurgia. Ao final da cirurgia, desliga-se o foco e aparelhos, afasta-se os equipamentos e aparelhos da mesa cirúrgica, remove-se os campos, pinças e outros materiais sobre o cliente. Até que o cliente seja transportado para a recuperação pós-anestésica ou unidade cirúrgica, o mesmo não pode ser deixado sozinho devido ao risco de quedas acidentais ou intercorrências pós-cirúrgicas. Durante a transferência da SO para a RPA, UTI ou unidade de internação, deve-se ser cuidadoso durante a mudança do cliente da mesa cirúrgica para a maca, observando à necessidade de agasalhá-lo, a manutenção do gotejamento das infusões venosas, as condições do curativo e o funcionamento de sondas e drenos. O encaminhamento do cliente à RPA normalmente é feito pelo circulante da sala, junto com o anestesista. Antes de providenciar a limpeza da sala cirúrgica, o circulante deve separar a roupa usada na cirurgia e encaminhá-la ao expurgo após verificar se não há instrumentais misturados. Os materiais de vidro, borracha, cortantes, instrumentais e outros devem ser separados e encaminhados para limpeza e esterilização, ou jogados no saco de lixo, encaminhando- os, lacrados, para o devido setor, sempre respeitando-se as medidas de prevenção de acidentes com pérfurocortantes. Com relação a impressos, ampolas ou frascos vazios de medicamentos controlados, os mesmos devem ser encaminhados para os setores determinados. Ao final da cirurgia, normalmente o cirurgião ou outro profissional que tenha participado de sua realização informa os familiares sobre o ato cirúrgico e o estado geral do cliente. TEMPO CIRÚRGICO Abrange, de modo geral, a sequência dos quatro procedimentos realizados pelo cirurgião durante o ato operatório. Inicia-se pela diérese, que significa dividir, separar ou cortar os tecidos através do bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou laser; em seguida, se faz a hemostasia, através de compressão direta com os dedos, uso de pinças, bisturi elétrico (termocautério) ou sutura para prevenir, deter ou impedir o sangramento. Ao se atingir a área comprometida, faz-se a exérese, que é a cirurgia propriamente dita. A etapa final é a síntese cirúrgica, com a aproximação das bordas da ferida operatória através de sutura, adesivos e/ou ataduras. Especialidades cirúrgicas ● Cirurgias neurológicas (cirurgias do sistema nervoso); ● Cirurgias oftálmicas (cirurgias dos olhos); ● Cirurgias otorrinolaringológicas (ouvidos, nariz e laringe); ● Cirurgia geral (glândula tireoide, da traqueia, hérnias, fígado, vias biliares, baço, esôfago, estômago, intestinos); ● Cirurgia torácica (cirurgia da parede torácica e dos pulmões); ● Cirurgia cardiovascular (cirurgia do coração e dos vasos sanguíneos); ● Cirurgias urológicas (cirurgias do aparelho urinário e reprodutor masculino); ● Cirurgias ginecológicas (cirurgias do aparelho reprodutor feminino); ● Cirurgias ortopédicas (cirurgias do aparelho locomotor). Risco operatório Risco cirúrgico é o perigo de complicações e mortalidade a que o doente é submetido frente a uma intervenção operatória. Estão mais propensos a apresentar riscos operatórios: os idosos; os submetidos a intervenção de urgência e a cirurgias de grande porte; ou com alteração cardiovascular, respiratória, renal, hepática; os com alterações nutricionais, de coagulação e do estado imunológico; os diabéticos. Além dos fatores biológicos, os econômicos e educacionais têm aumentado muito os riscos cirúrgicos em nosso meio. Grande parte da população brasileira carece de alimentação (em quantidade e qualidade), de boas condições de moradia e detrabalho, de higiene, etc., o que aumenta a possibilidade de se contrair uma patologia cirúrgica e de se apresentarem riscos operatórios. Para diminuir o risco operatório, o profissional de enfermagem de “cercar” o paciente cirúrgico dos cuidados necessários. Como medidas preventivas deve melhorar a função cardíaca, fazer fisioterapia respiratória, melhorar o suporte nutricional, corrigir anemia, monitorizar os sinais vitais, ter cuidados adequados com cateter venoso, controlar débito urinário, administrar antibióticos profiláticos e manter relação de confiança. O PACIENTE CIRÚRGICO A enfermagem tem buscado formas mais qualificadas de atendimento. Com o desenvolvimento de teorias, após a década de 50, a Enfermagem passa a perceber que uma assistência meramente voltada para o físico, ou para partes isoladas do corpo humano, está superada. O Ser Humano não é apenas um ser biológico, mas é também psíquico; ambos interagem e são partes do todo. Hoje, a Assistência de Enfermagem procura atender os domínios Psicobiológico, Psicossocial e Psicoespiritual. Portanto, para atendermos qualitativamente o cliente cirúrgico, devemos conhecer os fatores que interferem no tratamento cirúrgico. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO A assistência de enfermagem ao paciente cirúrgico, em uma Unidade de internação inicia- se no momento da sua admissão na Unidade. A partir desse momento, o ambiente hospitalar, por suas características impõe ao mesmo uma série de adaptações, tais como: ● Mudanças de hábitos diários (alimentação, higiene, necessidades fisiológicas, etc...); ● Restrição da liberdade (ambiente restrito, horários preestabelecidos, visitas controladas...); ● Exposição a agentes infecciosos; ● Ansiedade frente ao tratamento cirúrgico a que irá ser submetido; ● Medo da morte ou de incapacidade física; ● Solidão; O PROCESSO CIRÚRGICO DIVIDE-SE EM: ● Período Pré-operatório ● Período Transoperatório ● Período Pós-operatório PRÉ-OPERATÓRIO Inicia-se no momento em que a cirurgia é indicada e termina no momento em que o paciente chega à sala de cirurgia. Está dividido em: MEDIATO – Pré-operatório mediato: o cliente é submetido a exames que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que auxiliarão o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico para diminuir os sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias, ou seja, abrange o período desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à mesma; PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO ● Preparo emocional ● Orientar quanto a dor e náusea ● Orientar quanto a deambulação precoce, ensinar movimentos ativos dos MMII ● Mensurar dados Antropométricos (peso e altura), sinais vitais para posteriores comparações. ● Encaminhar para realizar exames de sangue, raio-X, ECG, TC e outros. ● Preparo do intestino quando indicado dias antes ou na noite anterior a cirurgia. IMEDIATO – Pré-operatório imediato: corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré- anestésica. Objetivo Levar o paciente as melhores condições possíveis para cirurgia, para garantir-lhe menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente. Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório poderá ser feito em alguns dias ou ate mesmo em minutos. A s cirurgias que exigem um rápido preparo são as cirurgias de emergência estas devem ser realizadas sem perda de tempo a fim de salvar a vida do paciente. Preparo psicológico Tem como objetivo assegurar confiança e tranquilidade mental ao paciente. A internação para o paciente pode significar reclusão, afastamento dos familiares e o 3 paciente podem ficar ansiosos e cheios de temores. O trabalho, a vida diária do paciente é momentaneamente paralisada e o desconhecimento do tratamento a que será submetido, tudo isso gera stress, insegurança, desassossego e medo. Estes estados psicológicos quando não reconhecidos e atendidos pode levar o paciente a apresentar vômitos, náuseas, dor de cabeça, não cooperando para a recuperação pós cirúrgica, levando-o a complicação respiratórias, agitação e outros problemas. Para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, otimista, compreensiva, e saiba como desenvolver confiança. Inteirados da aflição do paciente a enfermeira chefe deve ser notificada para que tome a melhor medida. Muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após a cirurgia, tem medo de não acordar da anestesia, tem medo de perder qualquer parte do corpo ou de sentir dor durante a cirurgia. Dependendo da necessidade, a enfermeira solicitara a presença do cirurgião ou anestesista para esclarecer o paciente. Portanto a enfermagem, embora solicitando outros profissionais para atender o paciente em suas necessidades psicológicas, é principalmente a pessoa que ouve, compreende, ampara e conforta. AÇÕES DE ENFERMAGEM NO PREPARO AO PACIENTE NESTE PERÍODO Abrange desde o momento da decisão cirúrgica até a transferência do cliente para a mesa cirúrgica. Esvaziamento intestinal: Varia de acordo com a especialidade. Pode ser através de laxativos e ou enemas ou ainda a limpeza mecânica do cólon com soluções especiais. A enfermagem realiza o procedimento indicado, observa e anota o efeito em prescrição; Modificações da dieta e jejum antes da cirurgia: O paciente deve ser esclarecido quanto à importância de obediência à dieta. Geralmente é adotada a seguinte regra de jejum: líquidos – aprox. 02 horas e sólidos: de 04 a 06 horas. Higiene Corporal e oral: A higiene oral e corporal é muito importante para diminuir a quantidade de 3 microrganismos na superfície da pele e com isto minimizar os riscos de infecção na ferida cirúrgica. A higiene corporal deve ser realizada de preferência com sabão antisséptico e hipoalergênico, de preferência 02 horas antes de o paciente ser encaminhado ao centro cirúrgico. O mesmo deve ser vestido com a roupa cirúrgica (camisola, gorros e propés); Tricotomia: Recomenda-se que a tricotomia seja realizada, apenas quando os pêlos interferirem no procedimento cirúrgico. Esvaziamento da bexiga: O paciente deve ser orientado a urinar antes de ser encaminhado ao centro cirúrgico, caso esteja lúcido. Caso esteja com dispositivo de incontinência urinária, o mesmo deve ser retirado, sendo realizada higiene imediata. O cateter vesical pode ser mantido dependendo do tempo de instalação (até 07 dias) e do procedimento cirúrgico proposto. Em ambos os casos a diurese deve ser desprezada e anotada; Controle dos sinais vitais: A aferição dos sinais é fundamental na avaliação das condições cirúrgicas do paciente e deve ser feita de 06 em 06 horas ou com intervalos menores se o mesmo apresentar instabilidade nos padrões. Alguns medicamentos pré- anestésicos e o stress pela proximidade do ato cirúrgico, somados muitas vezes a doenças preexistentes como hipertensão e cardiopatias são fatores que contribuem para as alterações fisiológicas dos sinais vitais; Administração de medicamentos: Existem alguns medicamentos que são totalmente contraindicados no pré-operatório como hipoglicemiantes e anticoagulantes, analgésicos derivados de ácido acetilsalicílico (AAS) devido à possibilidade se complicações no trans e pós- operatórios, como discrasias sanguíneas. A prescrição médica geralmente restringe-se à administração de medicação pré-anestésica e em alguns casos de insulina e anti-hipertensivos. A medicação pré-anestésica (prescrita pelo anestesista durante a visita ao paciente) deve ser administrada 01 hora antes da cirurgia e tem como finalidades: . Reduzir a ansiedade do paciente; . Facilitar a indução anestésica;. Diminuir as secreções traqueobrônquicas. Cabe à enfermagem a administração dos medicamentos prescritos, registrando as reações do paciente a tais medicações, assim como deverão ser anotados também todos os cuidados prestados e qualquer anormalidade nas condições físicas e emocionais do paciente. Antes de encaminhar o mesmo ao centro cirúrgico, o seu prontuário deverá estar completo com todos os exames necessários. Remoção de próteses, joias e adornos, esmalte ( pelo menos de uma unha do pé e da mão) e maquiagem. Os pacientes devem ser esclarecidos quanto aos fatores de risco implicados caso esses procedimentos não sejam cumpridos, Auxiliar o paciente a passar para a maca de transporte de forma tranquila para o seu conforto; Providenciar a limpeza do leito. Para que o mesmo possa ser arrumado para receber o paciente após a cirurgia. TRANS-OPERATÓRIO Consiste no tempo entre o momento em que o paciente é recebido no centro cirúrgico até ser encaminhado para a Recuperação Pós Anestésica (RPA). Forma adequada para recebê-lo no pós-operatório. PERIODO PÓS OPERATÓRIO É o período que se inicia a partir da saída do paciente da sala de cirurgia e perdura até a sua total recuperação IMEDIATO - Compreende desde a alta do paciente da RPA até as primeiras 24 horas após a cirurgia. Ações de enfermagem neste período: ● Receber o paciente de volta ao seu leito na clinica cirúrgica de forma segura. ● Recolher o prontuário do paciente e entrega-lo ao enfermeiro supervisor para a conferência dos dados. ● Verificar SSVV. ● Verificar se o acesso venoso esta funcionando Estar atento a qualquer alteração no estado clínico do paciente como: ● Dificuldade respiratória, cianose e prurido ● Administrar medicação prescrita ● Auxiliar o paciente sempre que solicitado. MEDIATO - Após 24 horas e até 7 dias depois TARDIO - Após 07 dias do recebimento da alta Preparo da unidade do paciente e atendimento pós-operatório Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são aqueles realizados após a cirurgia ate a alta. Visam ajudar o recém-operado a normalizar suas funções com conforto e da forma mais rápida e segura. Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paciente internado. Observação: nos hospitais que possuem no centro cirúrgica sala de recuperação, pós- anestésica, recebem os pacientes nestes locais imediatamente após a cirurgia dando- lhes assistência até a normalização de reflexos e sinais vitais. Só posteriormente esse paciente é encaminhado a unidade onde estão internados. Cuidados no preparo da unidade visa equipa-la para o recebimento do paciente operado, a fim de proporcionar-lhe conforto, segurança e rápido atendimento. Esse preparo é feito após o encaminhamento do paciente para a sala de operação. Cuidados - Promoção da limpeza e ordem de todo o ambiente. - Arrumação da cama “tipo operado”. - Limpeza e arrumação da mesa de cabeceira. - Trazer suporte de soro e coloca-lo ao lado da cama. - Deixar oxigênio com equipamento completo. Atendimento de enfermagem no pós- operatório Ao receber o paciente no quarto. - Transporta-lo da maca para a cama com o auxilio de outros funcionários. - Manter a cama em posição horizontal. - Cobri-lo e agasalha-lo de acordo com a necessidade. - Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico. Se for feita a anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar pelo o menos 12 horas. - Enquanto estiver semiconsciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça voltada para o lado. - Observar o gotejamento do soro e sangue. - Observar estado geral e nível de consciência. - Verificar o curativo colocado no local operado, se está seco ou com sangue. - Restringi-lo no leito com grades para evitar que caia. - Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire soro ou sondas. - Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações respiratórias e circulatórias. - Controlar, pulso, temperatura, respiração e pressão arterial. - Fazer anotação na papeleta. - Ler a prescrição medica, providenciando para que seja feita. - Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente. Nas horas em seguida: - Ao recuperar totalmente a consciência avisa-lo do lugar onde esta e que esta passando bem. - Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas. - Promover comodidade no leito. - Medica-lo para dor, quando necessário. - Movimenta-lo no leito, de decúbito. - Verificar e estimular a aceitação da dieta. Preparação da pele e a região a ser operada O preparo da pele a ser operada, consiste em tratar a pele empregando meios químicos e mecânicos, os quais a manterão limpa, sem pelos livres de micróbios. Finalidade Evitar infecção e promover uma boa cicatrização da ferida operatória. Meios utilizados Desinfecção por agentes químicos (polvidine) e tricotomia (raspagem de pelos). Desinfecção com agentes químicos São utilizados sabões especiais e antissépticos da pele. A limpeza da pele com esses produtos é feita durante o dia que precede a cirurgia ou no mesmo dia, dependendo da rotina do hospital. O emprego desta técnica visa remover ou destruir os germes existentes na pele. Tricotomia É a raspagem dos pelos na pele. É feita com a finalidade de facilita a limpeza e a desinfecção da pele e da região a ser operada. No caso de cirurgias programadas a tricotomia é feita no dia ou na véspera da cirurgia. No caso de cirurgia de emergência é feita na hora, antes de encaminhar o paciente ao centro cirúrgico. Áreas de tricotomia - Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição medica. - Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas. - Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior), menos o couro cabeludo. - Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis. - Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior. - Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis. Procedimento da tricotomia: Material: bandeja contendo: - Recipientes com bolas de algodão. - pacote com gases. - Cuba redonda com sabão liquido diluído. - Cuba rim. - Aparelho de barbear com lâmina nova. - Pinça. - Execução: - Cerque a cama com biombos. - Exponha a região. - Umedeça a bola de algodão com sabão. - Ensaboar a região. - Com a mão esquerda estique a pele. - Faça a raspagem dos pelos de cima para baixo. - Lave a área com água e sabão para remover os pelos cortados. - Retire o material usado. RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA Sala de recuperação A sala de recuperação é um setor do centro cirúrgico, onde são dispensados cuidados intensivos no pós-operatório e pós-anestesia imediatos. Nela se proporciona suporte ao paciente durante os estágios de reversão da anestesia até que ele esteja consciente, com seus reflexos protetores e com sinais vitais estáveis. Durante este período o paciente é monitorado, e na vigência de alguma complicação secundária à anestesia far-se-á a correção imediata, prevenindo que ela ameace a vida do paciente. A sala deverá ser ampla, permitindo a fácil circulação dos profissionais, e também, deve conter os equipamentos necessários para o uso durante a realização dos procedimentos de rotina, bem como dos de emergência. A sala de recuperação deverá ser anexa às salas de cirurgias, minimizando o risco potencial que envolve o transporte de pacientes inconscientes. A avaliação física do paciente deve começar imediatamente quando ele é admitido na sala de recuperação. Será feita pelo (s) enfermeiro (s) especializado (s); que posteriormente fará (ão) a prescrição de enfermagem, que será operacionalizada pelos técnicos e auxiliares deenfermagem. O paciente será mantido sob observação contínua, com registro a cada 15 minutos. Este registro não deve ser um procedimento isolado. Deve ter em vista a relação com todos os sistemas orgânicos, a fim de que se possa tomar condutas eficazes para antecipar e corrigir problemas antes do seu agravamento. O paciente será avaliado quanto: À atividade motora; ● À função respiratória; ● À função cardiovascular; ● À nível de consciência; ● À cor. TIPOS DE ANESTESIAS Anestesia Geral A dor é controlada pela insensibilidade geral. O paciente fica inconsciente; ele não pode ouvir, sentir ou mover-se. Todo o seu corpo fica anestesiado. Anestesia Local A dor é controlada sem a perda da consciência. Uma área ou região corpo é anestesiada. Raquianestesia Neste procedimento, o paciente está acordado e consciente. Pode-se anestesiar do tórax até as extremidades inferiores, pela introdução de drogas anestésicas no espaço subaracnóide. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ESPECIFÍCOS PARA: CIRURGIA CARDIACA ● Restringir fluxo ● Manter fixa a equipe de enfermagem, restrita exclusivamente à enfermaria da Cirurgia Cardíaca. ● Não permitir aos pacientes da Cirurgia cardíaca a entrada em outras enfermarias, bem como a movimentação livre pelos corredores. ● Não permitir a entrada de pacientes de outras enfermarias na enfermaria da Cirurgia Cardíaca. ● Curativo pós-operatório – incisão – irrigação com SF 0,9% e ocluir com micropore estéril. ● Trocar o curativo todas as vezes que estiver úmido, comunicando com a equipe cirúrgica a presença de secreções anormais. ● Ao identificar a presença de febre em qualquer paciente pós-operatório fazer a curva térmica – aferindo e anotando temperatura axilar de 4/4 horas, ● Vigilância microbiológica contínua, com coleta de materiais para cultura conforme padronização da CCIH. ● Se houver secreção em ferida operatória – colher swab e enviar para cultura, conforme padronização da CCIH. ● No momento da alta hospitalar os pacientes receberão uma folha com orientações gerais, fisioterápicas e dietéticas. CIRURGIA ORTOPEDICA Cuidados gerais: ● Cuidados com o manuseio do paciente ● Atenção aos curativos, observar a presença de anormalidades ● Auxilio na deambulação e realização das necessidades básicas dos pacientes devido a restrição da capacidade em razão da cirurgia CIRURGIA DERMATOLOGICA Não fazer uso no pós-operatório de: ● Analgésicos do grupo salicílico (AAS, aspirina); ● Agentes quimioterápicos contra o câncer, pois as drogas antineoplásicas determinam uma maior incidência de infecção devido a alterações na imunidade. ● Orientar para modificar suas atividades se a cirurgia assim exigir. ● No primeiro dia, o curativo deverá ser compressivo para ajudar a hemostasia e aliviar a dor. Nos dias subsequentes um curativo mais simples deve ser feito. No dia seguinte ao da cirurgia o paciente deverá ir ao consultório. O ideal é sempre o médico examinar o paciente no primeiro dia pós-operatório. Porém há os que raramente usam curativos e, se o fazem, minimizam o número de vezes em que são trocados ● Alguns autores preconizam o uso de filtro solar sistematicamente após e ato cirúrgico, quando este for de áreas expostas à luz solar. CIRURGIA OFTALMOLOGICA A maioria dos procedimentos não requer internação basicamente deve-se: Após a cirurgia é feito um curativo que será removido no dia seguinte da operação, dando início a uma fase de tratamento com colírios e pomadas no olho operado. A recuperação é rápida e permite o retorno breve às atividades normais. Deve-se orientar a: ● Não esfregar ● Não coçar ● Não dormir sobre o olho operado ● Não fazer esforço físico nos primeiros dias de cirurgia Fatores Econômicos O tratamento cirúrgico é caro e de difícil acesso. Apesar de as instituições públicas fornecerem este tipo de tratamento, a procura é bem maior que a oferta. Alguns falecem antes de receber o tratamento, outros ficam mais debilitados, pois a espera é longa. Além dos gastos com a cirurgia, são necessários exames e medicamentos, que aumentam o custo do tratamento. Mais barato seria investir na prevenção, melhorando as condições de vida dos indivíduos. Fatores Políticos As políticas de saúde no Brasil têm privilegiado a assistência curativa, que é cara e não resolve as causas dos problemas de saúde. A maior parte das patologias cirúrgicas poderia ser evitada ou controlada. Se houver mudanças estruturais no país, nas quais se priorize a melhoria das condições de vida da maioria das pessoas, com certeza a necessidade de cirurgias diminuirá. Aspectos Físicos O trauma cirúrgico lesa tecidos, órgãos e vasos sanguíneos, provocando menor mobilidade, alterações hormonais, hídricas, eletrolíticas, peristálticas, dor, etc. observações frequentes, anotações pertinentes e assistência de enfermagem individualizada permitirão o retorno do equilíbrio orgânico e o alcance dos objetivos propostos. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA CIRÚRGICA Estas orientações destinam-se a estabelecer critérios para seleção e uso adequado de processos físicos e químicos de limpeza e desinfecção em estabelecimentos de saúde. Os produtos existentes no mercado para limpeza e desinfecção hospitalar devem ter certificado de registro expedido pela secretaria nacional de vigilância sanitária do ministério da saúde. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS ÁREAS São poucas as referências bibliográficas conclusivas quanto à importância da transmissão de infecções hospitalares por meio de grandes superfícies contaminadas. No entanto, a limpeza e desinfecção de pisos e paredes, mobiliários e instalações sanitárias exercem um efeito nos pacientes e no pessoal hospitalar, estimulando a higiene em seu sentido mais amplo. Classificação das áreas pelo risco de contaminação os diferentes ambientes existentes nas organizações de saúde. ETAPAS DA DESCONTAMINAÇÃO ● Aplicar o produto; ● Após tem de ação retirar produto ou resíduo com pano ou papel; ● Limpar com água e sabão o restante da área; ● Secar a superfície; ● Etapas da desinfecção; ● Retirar matéria orgânica com pano ou papel; ● Aplicar o desinfetante; ● Após tempo de ação remover o desinfetante da área; ● Limpar com água e sabão o restante da área; ● Secar as superfícies. ESTERILIZAÇÃO É o processo de destruição de todos os organismos, patogênicos e não patogênicos, incluindo os esporos. a) Microrganismos: organismos vivos, invisíveis a olho nú; b) Microrganismos patogênicos: são microrganismos que causam doenças infecciosas; c) Esporos: são formas inativas de bactérias; d) Desinfecção: é o processo de destruição de todos os organismos patogênicos exceto os esporulados; e) Desinfetante: é uma substância química utilizada para fazer a desinfecção; f) Antisséptico: é toda substância capaz de impedir a proliferação das bactérias. Inativando-as ou destruindo-as; g) Bactericidas: agentes que matam as bactérias. FLUXO DO PROCESSAMENTO DE MATERIAL ESTERILIZADO Os materiais das diferentes unidades chegam ao CME através da área de recepção. De acordo com a rotina da instituição, os materiais recebidos são anotados em um caderno ou ficha de controle pertinente a cada unidade. Os que estiverem limpos são encaminhados para a área de acondicionamento, onde serão preparados; os sujos ficam no expurgo, para lavagem. No expurgo ocorre o processo de lavagem do material sujo encaminhado ao CME – cuja atuação é muito importante, pois se o material não for lavado de forma correta a esterilização não se processa adequadamente; consequentemente, permanecerá contaminado, oferecendo riscos ao cliente. Os materiais sujos de matéria orgânica (sangue, pus e outras secreções corpóreas) devem ficar imersos em detergentes enzimáticos por cerca de 3 a 5minutos (ver recomendação do fabricante), tempo necessário para desagregar a matéria orgânica. Devem ser colocados abertos ou desconectados em recipiente não metálico, tendo se o cuidado de evitar que materiais diferentes (borracha, instrumentais, vidros) sejam postos no mesmo recipiente. Após esta etapa, a limpeza do material pode ser feita com água, sabão e escova de cerdas, ou através de máquinas de limpeza, já que os abrasivos - como esponja de aço ou saponáceo - danificam o material. Para cada tipo de material existe uma técnica de lavagem que assegurará que o mesmo chegue à área de preparo em perfeitas condições de limpeza. Quando da lavagem, deve-se escovar as ranhuras, articulações e dentes de cada pinça, bem como injetar as soluções no interior das cânulas e sondas. Após o enxague, onde todo o sabão deve ser retirado, os materiais devem ser secos com pano, máquina secadora ou ar comprimido, e posteriormente encaminhado para a área de preparo. Nesta área, é indispensável o uso de equipamento de proteção individual (EPI) constituído por luvas grossas de cano longo, óculos de proteção, máscara e avental impermeável longo; além disso, deve-se proteger o calçado com algum tipo de capa, ou utilizar botas de borracha, o que favorece a proteção dos pés. Esses cuidados são absolutamente necessários pelo fato de que o material a ser lavado é considerado contaminado; assim, deve-se tomar todas as precauções para evitar a contaminação do funcionário. Os funcionários da área de preparo de material são responsáveis pela inspeção da limpeza, condições de conservação dos materiais e funcionalidade dos instrumentais, bem como o acondicionamento e identificação dos pacotes, caixas e bandejas. Entre suas atividades, cabe separar os materiais danificados, para posterior substituição. Durante o desempenho de suas funções é recomendável que os mesmos utilizem gorro ou touca descartável, para evitar a queda de fios de cabelo nos materiais; além disso, devem sempre manipular o material com as mãos limpas. Na área de preparo os materiais são preferencialmente agrupados por tipo de material: vidros, tecido (roupas e campos), instrumental e borrachas. Os aventais ou capotes, bem como os campos cirúrgicos e fenestrados, são recebidos da lavanderia e encaminhados diretamente ao setor de preparo para serem inspecionados, dobrados e acondicionados. Na inspeção, devem ser observadas sujidades, rasgos e ausência de cadarços ou amarrilhos. Os campos cirúrgicos e fenestrados são dobrados ao meio, no comprimento; depois, transversalmente (de cima para baixo). O processo deve ser finalizado dobrando-se a ponta superior externa duas vezes na diagonal - as aberturas devem estar voltadas para o lado oposto ao do executante, e as dobras para cima. Os aventais são dobrados de forma que as mangas fiquem ao longo do corpo do avental; a abertura das costas, para o lado externo e a ponta da gola, com os amarrilhos, para cima. Os campos de algodão devem ser duplos e, quando novos, lavados para a retirada do amido (goma). Os invólucros de papel não devem ser reaproveitados, devido ao perigo de se rasgarem. As figuras ilustram os passos da técnica O pacote deve ser feito de forma a envolver todo o material - evitando-se deixá-lo frouxo, para que este, quando esterilizado, não se contamine ao entrar em contato com o ambiente. O peso do pacote deve situar-se em torno de 5 quilos e seu tamanho não deve exceder as medidas de 50x30x30cm. Os instrumentais cirúrgicos, após verificação de sua limpeza, conservação e funcionamento, serão acondicionados em caixa metálica perfurada ou bandeja de aço inoxidável, empacotada em campo de algodão. Para evitar perfurações durante o manuseio destes materiais, bem como conservar a sua integridade, as tesouras e pinças mais delicadas devem ser protegidas com gaze ou compressa pequena e postas na parte superior da caixa ou bandeja. Por sua vez, as agulhas, porta-agulhas, pinças de campo e pinças para antissepsia devem ser organizadas de acordo com o tipo de cirurgia. As agulhas metálicas, utilizadas em alguns procedimentos especializados, são acondicionadas em tubo de ensaio com uma bola de algodão no fundo, para proteger suas pontas e outra na boca do tubo para fecha-lo. Os materiais de borracha e cânulas siliconizadas de baixa pressão são acondicionados individualmente em envelope de poliamida ou papel grau cirúrgico. As extensões de borracha devem estar enroladas e presas com uma tira de gaze, e acondicionadas em campo de algodão ou em envelope de poliamida ou papel grau cirúrgico. Em algumas instituições, os materiais de corte e as agulhas são acondicionados separadamente em bandeja ou caixa. Ao empacotar os materiais, o invólucro utilizado deve possibilitar tanto a penetração do agente esterilizante como mantê-los protegidos até o momento do uso; portanto, faz-se necessário verificar a adequação do tipo de invólucro com o processo de esterilização: ● Na autoclave – são utilizados campos de tecido de algodão, papéis (grau cirúrgico e Kraft), filme poliamida transparente e caixa metálica perfurada embalada em campo, para permitir a livre circulação do vapor; ● Na estufa – são utilizadas lâminas de alumínio, recipiente de vidro refratário e caixa metálica fechada; ● No esterilizador de óxido de etileno – São utilizados filme poliamida transparente e papel grau cirúrgico. O fechamento do pacote, bandeja ou caixa depende do invólucro e do processo de esterilização a que será submetido. Nos pacotes embalados com filme poliamida e papel grau cirúrgico, o fechamento deste é feito por seladora. Os demais, com fita crepe simples, evitando-se deixar aberturas - esta mesma fita é utilizada para identificar o pacote e colocar a assinatura do responsável pelo fechamento. Existe outra fita crepe especial que deve ser colocada no pacote – a qual apresenta listras que, quando submetidas à ação do calor, ficam escuras, identificando que o material foi submetido a processo de esterilização. A área de esterilização, como o próprio nome diz, é o local destinado à esterilização dos materiais, pois nela se encontram instalados os equipamentos necessários a este processo. Aos funcionários que trabalham nesta área é recomendado o uso de roupa privativa ao setor, bem como luva de amianto para manuseio do equipamento e material - quando os mesmos estiverem quentes, para evitar queimaduras. AS PRINCIPAIS FORMAS DE ESTERILIZAÇÃO Por vapor saturado sob pressão: O aparelho utilizado para este processo é a autoclave, composto por uma câmara - onde se acondiciona o material, por uma válvula na porta - que mantém a pressão interna mediante instrumentos que medem a pressão e a temperatura. Seu funcionamento combina a ação do calor, pressão e umidade na destruição de microrganismos, por agirem na estrutura genética da célula. A autoclave funciona sob pressão de 1 a 18 atmosferas, dependendo do equipamento. O tempo de exposição do material ao vapor varia de acordo com o seu tipo, temperatura e pressão atmosférica. De forma geral, para o material de superfície, o tempo necessário é de 30 minutos em temperatura de 121oC ou 15 minutos em temperatura de 134oC; para o material de densidade, 30 minutos em temperatura de 121oC ou 25 minutos em temperatura de 134oC. Este tipo de esterilização está indicado para todo material resistente ao calor úmido: como tecidos (aventais, campos cirúrgicos, campos fenestrados), materiais de borracha e de metal. É contraindicado para materiais termossensíveis, como cateteres e materiais de terapia respiratória. Após o material ser colocado na autoclave, inicia-se a drenagem do ar dentro da câmara e do ar residual dentro dos pacotes, para que o vapor possa entrar em contato com os materiais neles contidos. Para assegurar a correta esterilização
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