Buscar

Origem da palavra hospital (2021_06_29 10_17_35 UTC)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DE 
ADMINISTRAÇÃO 
HOSPITALAR E 
SAÚDE
Simone Machado Kühn de Oliveira
Origem da palavra hospital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o significado de hospital e suas derivações hospitalis e 
hospitium.
 � Apresentar a evolução dos hospitais desde as civilizações antigas.
 � Descrever a relação dos hospitais com as instituições religiosas e 
militares.
Introdução
Ao longo da história da humanidade, a necessidade de cuidar das pessoas 
doentes sempre existiu. Contudo, o hospital, como instituição especia-
lizada no tratamento e cuidados de pessoas doentes, não aparece na 
história antiga. 
O exercício da medicina, por sua vez, conta com registros que reme-
tem aos anos 3000 a.C, pelos assírio-babilônicos. Em 3350 a.C. já havia, 
no Código de Hamurabi, a regulamentação dessa profissão.
Neste capítulo você vai conhecer o significado de hospital e suas deri-
vações hospitalis e hospitium e estudar a evolução dos hospitais desde as 
civilizações antigas. Além disso, você irá conhecer a relação dos hospitais 
com as instituições religiosas e militares ao longo da história.
Origem da palavra hospital 
Ao analisarmos a história da humanidade, não é comum encontrarmos refe-
rências à existência de instituições especializadas no cuidado e tratamento 
de pessoas doentes, como vemos nos dias de hoje. Contudo, o exercício da 
medicina é relatado em escritos do antigo Egito e na Índia. 
A palavra hospital tem sua origem do latim hospitalis, que quer dizer “ser 
hospitaleiro”, receptivo, acolhedor. Ela é derivada da palavra hospes, que 
significa hóspede, visitante, de onde vem hospedale, que tem o sentido de 
“aquele que hospeda”. 
Desse modo, os vocábulos hospital e hospedale tiveram sua origem no latim 
primitivo e se propagaram por muitos países. No princípio da era cristã, se usava 
mais a terminologia relacionada com o latim e o grego (ALMEIDA, 1965).
A palavra hospital, atualmente, é utilizada com o mesmo sentido de no-
socomium, que significa “o lugar dos doentes” ou o “lugar dos enfermos” e 
nosodochium, que quer dizer “acolhimento de doentes” ou “recebimento de 
enfermos” (ANTUNES, 1991).
Segundo Almeida (1965), na história remota, aparecem, ainda, outras 
terminologias que ressaltam outras concepções assistenciais. Nesse sentido, 
destacam-se:
 � Hospitium: local onde os hóspedes eram recepcionados.
 � Asylum: abrigo ou refúgio para os loucos.
 � Orphanotrophium: orfanato.
 � Potochotrophium e Ptochodochium: abrigo para os pobres.
 � Poedotrophium: abrigo para crianças.
 � Gerontokomium: abrigo para velhos.
 � Arginaria: abrigo para os incuráveis.
 � Xenodochium e xenotrophium: abrigo pra estrangeiros e viajantes.
 � Gynetrophium: hospital para mulheres.
Do vocábulo hospitium, originou-se a palavra hospício, que denominava 
as instituições que acolhiam ou eram habitadas de forma permanente por 
doentes pobres, moribundos ou loucos. Nesse sentido, os estabelecimentos 
reservados para o cuidado temporário das pessoas doentes eram chamados 
de hospital, enquanto o local que abrigava pessoas que não estavam doentes 
era chamado de hotel. 
Origem da palavra hospital2
Para que se possa analisar a amplitude do significado do vocábulo “hos-
pital”, é preciso fazê-lo à luz das práticas da medicina da antiguidade e dos 
locais onde essas atividades eram realizadas. Os primórdios da existência de 
locais utilizados para o tratamento de pessoas doentes aparecem no Egito. O 
templo de Saturno foi considerado como o princípio da escola médica, vários 
séculos antes de Cristo. 
Em 2.250 a.C., o Código de Hamurabi trouxe a regulamentação para o 
exercício de atividades de medicina, estabelecendo os valores da remuneração 
a ser paga a quem a exercesse. Além disso, O Código de Hamurabi estabelecia, 
ainda, os castigos para o praticante de medicina que cometesse algum erro por 
imperícia. Contudo, não existem registros sobre os locais onde estas atividades 
eram exercidas (ALMEIDA, 1965)
No Egito, os estudos de anatomia foram desenvolvidos principalmente por 
Herophilus e Erisitrastus. Os dois estudiosos fizeram constatações como, por 
exemplo, as relações entre o cérebro, a medula espinhal e os nervos. 
A preocupação do ser humano, a princípio, era remetida ao bem-estar 
de seus familiares. Contudo, ao longo do tempo, para sua própria proteção 
e defesa, foi obrigado a se preocupar, também, com a saúde daqueles que o 
cercavam, pois o aumento populacional e o crescimento da circulação de 
pessoas evidenciaram a imposição de proteger a coletividade.
Na Índia, os mais antigos documentos escritos encontrados foram textos 
médicos grafados em sânscrito, como o Atharva Veda e o Rig Veda, que 
continha hinos litúrgicos. Esses textos foram encontrados por volta de 1500 
a. C. (ALMEIDA, 1965).
De acordo com os registros encontrados, a medicina praticada na Índia 
era semelhante à que era praticada por outros povos antigos. Era baseada em 
encantamentos e feitiços contra os demônios que provocavam as enfermidades 
e milagres quando conseguiam a cura. 
O elemento de destaque na arte médica hindu era a cirurgia. Na realização 
das cirurgias, os médicos hindus da época já demonstravam preocupação com 
a higiene, banhando-se antes do procedimento e cortando cabelos e unhas. 
Percebe-se que, já nos primórdios das civilizações, despertou no ser hu-
mano um interesse pelo cuidado e o tratamento das enfermidades. Contudo, a 
evolução de um sistema de cuidado organizado em um só local, estabelecido 
para essa função, só surgiu algum tempo depois.
3Origem da palavra hospital
No século XVIII antes de Cristo, na Mesopotâmia, foi talhado o Código de Hamurabi. 
Tratava-se da primeira legislação escrita da antiguidade.
Hamurabi foi o Imperador da Babilônia que escreveu o Código de Hamurabi, tam-
bém conhecido como a Lei de Talião. Conforme os escritos do Código, o objetivo de 
Hamurabi ao criar a legislação era trazer a justiça à terra, para que os maus e o mal 
fossem destruídos, para evitar a opressão dos mais fracos pelos mais fortes e iluminar 
o mundo, propiciando o bem-estar da população (KERSTEN, 2007).
O código é composto por 282 artigos entalhados em um bloco, dos quais não se 
tem o conhecimento completo, na medida em que foram apagados quando o bloco 
foi levado para Susa. O bloco original, atualmente, está exposto no Museu do Louvre, 
em Paris.
O Código de Hamurabi estabelecia regras diferentes para cada classe social. Nesse 
sentido, trazia leis punitivas; regulatórias (patrimônio, família); leis que puniam lesões 
corporais; leis que regulavam classes especiais, como médicos, barbeiros, barqueiros 
e outras; leis que regulavam preços e salários; e leis que regulavam a propriedade de 
escravos (KERSTEN, 2007).
Um dos pontos principais do código é a pena de talião (do latim tallonis que quer dizer 
“idêntico”), que determina pena ao infrator igual ao dano que ele causou. A pena de 
talião ficou conhecida pela expressão “olho por olho, dente por dente” (KERSTEN, 2007).
Evolução dos hospitais desde as 
civilizações antigas 
Da necessidade de cuidar e assistir o doente, em âmbito doméstico, atividade 
que era realizada pelos familiares, curandeiros, sacerdotes ou médicos da 
época, do desenvolvimento das primeiras formas de proporcionar o alívio 
da dor, dar conforto, realizar o tratamento com vistas a fazer o doente se 
recuperar, surgiu o hospital (ORNELLAS, 1998).
Percebeu-se que as pessoas doentes precisavam de um abrigo, um local onde 
pudessem ser assistidas, cuidadas, tratadas até que pudessem se reestabelecer. 
Nesse sentido, a arquitetura teve papel importante no desenvolvimento desses 
espaços destinados ao cuidado (ANTUNES, 1989).
Nesse contexto, templos, mosteiros e conventos foram os primeiros locais 
a acolher os doentes, dando-lhes atenções e cuidados especiais. O culto a 
Asclépio, o Deus da Medicina na Grécia antiga, é um exemplo desses locais.
Origem da palavra hospital4
No ImpérioRomano, em decorrência de questões militares e econômicas, 
foram criadas organizações que tinham a finalidade de prestar cuidados 
médicos. Nesse sentido, evidenciou-se, na Idade Média, a consciência de que 
a melhor forma de cuidar dos doentes ou pessoas que haviam sofrido algum 
tipo de infortúnio era acolhê-las em locais onde pudessem receber os cuidados 
que precisavam. 
As interrogações sobre o que fazer com as pessoas doentes permanece-
ram ao longo da antiguidade, pois essa questão tinha muitas implicações na 
coletividade e na sociedade da época. Tentativas de soluções diferentes para 
esse questionamento foram dadas ao longo da história; contudo, tinham um 
ponto em comum: os pacientes deveriam permanecer deitados, em repouso, 
em local onde o acesso fosse restringido, ou seja, não deviam ficar expostos 
em local onde houvesse circulação de muitas pessoas. 
Nesse contexto, muitos hospitais medievais tinham o formato de labirintos 
em que minúsculas celas, com as dimensões de uma cama, sobrevinham umas 
as outras em muitos corredores, onde perambulavam religiosos que levavam 
conforto espiritual aos doentes. 
Não obstante tenham sido erguidos lugares para o cuidado de doentes no 
século II, em Roma, adjacentes aos templos, constituindo os primeiros locais 
com traços hospitalares na história, essas instituições pareciam ser destinadas 
ao tratamento de militares, não da população civil. Esses locais eram destinados 
ao tratamento de doentes, segundo os pressupostos da medicina grega, onde os 
próprios doentes eram considerados agentes de sua cura (ORNELLAS, 1998).
De acordo com Antunes (1989), os templos e santuários eram construídos 
em locais retirados, como nas colinas ou na base das montanhas, que os 
protegiam dos fortes ventos. Localizavam-se perto de florestas e de fontes 
de água pura. Cada santuário possuía um altar, onde os serviços médicos 
eram prestados pelos sacerdotes. As práticas médicas eram carregadas de 
crendices e misticismo.
Fora do templo, os doentes eram submetidos a uma rigorosa dieta, que era 
compulsória. Alguns alimentos e o vinho eram proibidos. Eram purificados 
com banhos e unções, antes de poderem entrar no santuário. Após vestirem-se 
de branco, submetiam-se a um rito que os fazia adormecer. 
Era colocada sobre o doente a pele de um animal sacrificado, sob o qual 
aguardava a visita do sacerdote que decidia conduta a ser adotada para o 
tratamento. Se o doente se recuperasse, o fato era considerado um milagre 
dos deuses, se morresse era porque havia sido considerado indigno de viver. 
5Origem da palavra hospital
Em 335 d.C. os templos de Esculápio foram fechados por um édito de 
Constantino. Dessa forma, os templos foram substituídos por hospitais cristãos 
(ORNELLAS, 1998).
Em nome dos princípios da fé, foram fundados pelo clero, a partir do 
século VI, instituições de abrigo e assistência aos doentes, que se tornaram 
os primeiros hospitais cristãos. A tarefa de cuidar dos doentes foi reafirmada 
como uma das sete tarefas da caridade cristã, no Concílio de Nicéia, no ano de 
325, que orientou os bispos da Igreja a construir hospitais em suas dioceses. 
As principais religiões ocidentais – cristianismo, judaísmo, islamismo – 
cultivavam a caridade, pois voltavam cuidados aos doentes e moribundos. Nesse 
sentido, não demorou a que uma classe inteira de necessitados e desprovidos 
recorresse ao amparo do refúgio hospitalar. 
Durante a Idade Média, os hospitais mantiveram as prerrogativas de abrigo 
e de assistência social. Nesse sentido, configuravam-se em albergues de pobres, 
doentes e moribundos, além de ser local de contenção de pessoas que eram con-
sideradas nocivas a sociedade da época, como mendigos, pessoas com doenças 
contagiosas ou que provocavam repulsa (ALMEIDA, 1965; ANTUNES, 1989).
Mesmo com a criação de hospitais laicos, essas características não foram 
alteradas. Caracterizados como uma combinação entre asilo e hospedaria, 
estabelecimentos de acolhimento e tratamento de enfermos, permaneceram 
sem uma definição formal.
As epidemias que assolaram a Europa durante a Idade Média foram um 
dos fatores que favoreceram a expansão dessas instituições. Além disso, o 
crescimento das atividades comerciais e o crescimento da migração em direção 
às cidades também contribuíram para o seu crescimento e propagação. 
No período medieval a igreja assiste os doentes e necessitados em nome 
da caridade cristã, de certo modo repassando aos assistidos parte do que 
recebe em esmolas. Os leprosos, reconhecidos como doentes eram abrigados 
e segregados por trás de grandes muros de hospitais, ainda na Idade Média. 
Nesse modelo o hospital funcionava como uma prisão, excluindo da sociedade 
os leprosos e, posteriormente, os loucos. 
No século XVIII, o hospital configura-se em um local disciplinador, onde 
os pobres e moribundos são levados para morrer e recebem os cuidados finais 
e o último sacramento. Nesse sentido, a assistência era feita por pessoas, de 
ordem religiosa ou não, que faziam a caridade de cuidar em busca da salvação 
de suas almas.
Origem da palavra hospital6
Nesse sentido, os hospícios, hospitais, leprosários, penitenciárias, institui-
ções de abrigo e educação configuram-se em campo de controle e dominação 
individual. O hospital tem sua função modificada: ao invés de ser local de 
acolhimento e tratamento, passa a ter função disciplinadora. 
Com o surgimento do Estado Moderno, o poder público faz o recolhimento 
de impostos para, em nome do interesse da coletividade, assistir aos doentes. A 
assistência oferecida pelas autoridades públicas tinha como objetivo proteger 
a coletividade da nocividade dos excluídos. Nesse sentido, revestiu-se de 
uma acepção mais política do que social, pois estava vinculada à defesa das 
coletividades e, não, à preocupação com o cuidado dos doentes. 
Nesse sentido, as comunidades religiosas, organizações de operários e 
confrarias se encarregaram das ações de assistência, enquanto o Estado se 
consolidava na manutenção da ordem da sociedade. Contudo, o logo começou 
a surgir a concepção de que o Estado tem o dever de assistir a população 
desfavorecida (ANTUNES, 1989). 
A doença como incapacitante para o trabalho passa a ser reconhecida pela 
medicina, que passou por grandes transformações como ciência. Ser doente 
faz com que a pessoa seja possuidora do direito de receber cuidado.
A medicina evoluiu com o advento de novas tecnologias e o desenvolvimento 
da medicina clínica e diagnóstica. Dessa forma, os detentores do saber de 
como tratar as doenças se voltam às instituições de tratamento, fortalecendo 
a instituição hospitalar. 
O hospital deixa, então, de ser asilo de desafortunados, passando a ser um 
local onde os doentes são observados e têm suas moléstias diagnosticadas e 
tratadas, com vistas à cura e à reabilitação. De sua função original, de abrigar 
pobres, moribundos, loucos e vadios, o hospital passa a ser o lugar onde se 
busca salvar vidas (ANTUNES, 1989; LISBOA, 2002).
Uma nova modificação na concepção dos hospitais ocorreu com a expan-
são do capitalismo. A evolução das ciências, o desenvolvimento tecnológico 
e o apoderamento dos meios de produção dos serviços assistenciais pela 
prática médica consolidaram a inserção da assistência hospitalar no mercado 
capitalista.
7Origem da palavra hospital
Asclépio, filho do deus Apolo e de Coronis, uma princesa mortal, filha do Rei de Lapiths, 
foi o deus Grego da medicina. De acordo com a mitologia, Asclépio havia nascido 
mortal, contudo, seus atos o tornaram um Deus, que não ficava com Hades, entre os 
mortos, tampouco com Zeus no Olimpo, mas caminhava entre os homens, na Terra. 
Asclépio teria nascido de cesariana, após a morte de sua mãe, e entregue ao centauro 
Quíron. Este o educou, ensinando-o a caçar e o poder de curar feridas, das ervas 
medicinais e como preparar medicamentos. 
Diferente de Apolo, que se preocupava com o equilíbrio entre saúde e doença, 
com vistas à coletividade, e com métodos que incluíama cura espiritual, Asclépio 
preocupava-se com a saúde individual e com a medicina física. A partir de então ele 
teria se transformado em um médico habilidoso, conseguindo muitas curas, chegando 
mesmo a ressuscitar os mortos..
Em algum momento de sua vida, Asclépio curou uma serpente, que, em troca, teria 
ensinado a ele uma sabedoria secreta. As serpentes eram consideradas seres divinos, 
dotados de sabedoria e do dom da cura.
Segundo a mitologia, Asclépio teria recebido de Atena (deusa da sabedoria) o 
sangue mágico de Górgona, o que conferia ao seu sangue que circulava no lado 
esquerdo o poder de tirar vidas, enquanto o sangue do seu lado direito ressuscitava 
os mortos (KOCH, 2011).
Asclépio teria um poder de cura tão intenso que recuperava muitos desenganados 
(por isso diziam que ressuscitava os mortos). Contudo, Hades (o Deus dos mortos) não 
estava satisfeito, na medida em que seu reino estava ficando despovoado. 
Dessa forma, Hades teria exigido de Zeus uma solução para o que considerava um 
ultraje, pois, segundo ele, Asclépio, um mortal, pretendia se equiparar aos deuses, 
estendendo aos homens a imortalidade que era seu privilégio. Zeus, incomodado 
com o fato, fulminou Asclépio com um raio. 
O culto a Asclépio (como os gregos o chamavam) ou Esculápio (como era chamado 
pelos romanos) teve muita importância no mundo antigo. O culto teve seu início 
na Tessália, expandindo-se por toda a Grécia. Por volta do século 3 a.C, os romanos, 
influenciados pelas profecias sibilinas, iniciaram o culto à Esculápio. 
Asclépio (Esculápio), Deus da medicina, começou a ser representado como um ho-
mem de barba longa, com o braço esquerdo apoiado no caduceu – um bastão – no qual 
duas serpentes ficavam enroladas, e que se tornou o símbolo da medicina moderna.
Relação dos hospitais com as instituições 
religiosas e militares
O budismo teve papel importante na expansão nos estabelecimentos hospita-
lares. Vários hospitais foram construídos por Sidartha Gautama (Buda), que 
nomeou, ainda, um médico para cada 10 cidades (LISBOA, 2002).
Origem da palavra hospital8
Os hospitais ficavam adjacentes aos mosteiros budistas, eram locais onde 
os doentes recebiam cuidados, dieta adequada e medicamentos preparados 
pelos médicos. Os enfermos eram cuidados por estudantes de medicina, em 
funções que lembram as dos enfermeiros. 
Na Índia, além de hospitais para prestar tratamento às pessoas, existiam 
hospitais para os animais. Os hindus tiveram como destaque o médico Chákara, 
especialista em anestésicos, e Susrata, cirurgiã, que fazia cesáreas e cirurgias 
de catarata e hérnias (ALMEIDA, 1965; LISBOA, 2002).
O profeta do povo hebreu, Moisés, além dos aspectos religiosos, preocupou-
-se com a higiene individual e coletiva de seu povo. A educação sanitária, 
cuidados com a transmissão de doenças foram destaques na época. Contudo, 
não existem registros de hospitais fixos em Israel. 
O amparo aos doentes era feito em abrigos gratuitos para viajantes pobres 
e em suas próprias casas, onde recebiam visitas para o cuidado. Além disso, 
nas hospedarias havia um local reservado aos enfermos. 
Na China, os cuidados com a saúde são fundamentados na busca do equi-
líbrio entre o princípio negativo (Ying) e o positivo (Yang) e na veneração 
aos antepassados e aos cinco elementos. No século III, com a influência do 
budismo e do médico hindu Susruta, surgiram muitos hospitais, onde os 
doentes eram cuidados por sacerdotes de Buda. 
Além de hospitais para o tratamento de enfermos em geral, surgiram insti-
tuições semelhantes com parteiras, alguns hospitais que mantinham pacientes 
com doenças contagiosas em regime de isolamento e locais de repouso para 
aqueles enfermos que já estavam se recuperando. 
O Japão tinha profissionais de medicina separados em categorias, em 
decorrência da dura estratificação da sua sociedade. Os hospitais, no Japão, 
utilizavam-se muito de águas termais e a prática da eutanásia foi muito esti-
mulada. As guerras civis no Japão fizeram com que seu sistema de assistência 
hospitalar decaísse (LISBOA, 2002).
Na Grécia, medicina e religião se misturavam, na medida em que o culto 
aos deuses era base do cuidado aos enfermos. Os sacerdotes nos templos 
prestavam atendimento aos que, inicialmente, procuravam os templos para 
orar aos deuses, suplicando pela sua cura.
Roma, fundada em, aproximadamente, 373 a.C., tinha como caracterís-
tica seu povo guerreiro, configurando-se em uma civilização que buscava, 
constantemente, poder e conquista. Dessa forma, o Estado prestava o cuidado 
aos cidadãos que seriam bons guerreiros. Nesse sentido, não se evidencia a 
preocupação com a condição humana ou social (LISBOA, 2002).
9Origem da palavra hospital
Os atendimentos eram realizados nas medicatrinas e nos valetudinários. 
Os valetudinários militares eram grandes hospitais de campanha que atendiam 
soldados feridos e em recuperação das guerras. 
Foram, inicialmente, agregados aos exércitos, onde tinham médicos mi-
litares que prestavam cuidados aos soldados feridos em batalha ou àqueles 
que ficavam doentes durante as guerras. Os casos de menor gravidade eram 
tratados a céu aberto, enquanto os mais graves eram atendidos em locais 
maiores e com melhor estrutura (LISBOA, 2002).
Na Idade Média, o surgimento do Cristianismo aponta uma nova perspectiva 
humanística, modificando a sociedade e fomentando as responsabilidades 
individuais na busca pela eternidade. Os necessitados, como idosos, órfãos, 
viúvas, doentes, peregrinos e viajantes, são apoiados pelo auxílio dos cristãos. 
Nesse sentido, a proclamação do Decreto de Milão, em 313 d.C, pelo 
Imperador Constantino, e o Concílio de Nicéia, em 325 d.C, foram funda-
mentais para o crescimento dos hospitais. As diaconias foram os primeiros 
estabelecimentos eclesiásticos, de caráter assistencial, prestando atendimento 
aos doentes e miseráveis, nas cidades onde os cristãos se estabeleciam (AL-
MEIDA, 1965; LISBOA, 2002).
Neste período, o exercício da medicina se incorporava à atividade religiosa. 
Os hospitais misturavam-se com os santuários, que eram erguidos próximos 
aos mosteiros, sob direção dos religiosos. Estes determinavam que, ao lado 
das moradias dos religiosos e das igrejas, fossem erguidas enfermarias ou 
locais de assistência aos doentes. 
Assim, formou-se a medicina conventual ou monástica, onde o corpo, por 
ser a imagem e semelhança de Deus, não devia ser aberto, o que configurava 
sacrilégio. Nesse sentido, a preocupação maior era com o tratamento da alma, 
não do corpo (ALMEIDA, 1965).
As Cruzadas contribuíram de forma importante para a ascensão religiosa 
nas instituições de atendimento aos doentes e para o crescimento dos hospitais. 
A locomoção de numerosas pessoas impunha a necessidade de construção 
de locais que servissem de abrigo e onde essas pessoas pudessem receber 
tratamento. 
Surgiu, então, a Ordem dos Cavaleiros Templários de São João, de Santo 
Antônio e do Espírito Santo. O hospital de São João da Inglaterra fora criado 
pelos Cruzados da Ordem de São João e contava com 2.000 leitos. A Ordem do 
Espírito Santo foi muito ativa na Europa, chegando a erguer, em dois séculos, 
em torno de 900 hospitais.
Origem da palavra hospital10
O aumento do número de leprosos exigiu a expansão dos hospitais, em 
decorrência da imposição de medidas para a defesa sanitária. Nesse sentido, 
as congregações religiosas foram fundamentais no tratamento dos doentes.
Surge, então, o conceito de quarentena, para o isolamento e segregação dos 
leprosos, e um tipo bem singular de edificação hospitalar: o lazareto ou lepro-
sário. Apenas na Alemanha são construídas casas com o objetivo de oferecer 
tratamento aos doentes de lepra e não apenas segregá-los (LISBOA, 2002).
Os Beneditinos fundaram enfermarias na Inglaterra, França, Itália e Alema-
nha, onde atendiam outros religiosos. Mais tarde, o atendimento foi estendido 
aos leigos, com a criação de hospitais adjacentes à essas enfermarias. 
De acordo com Lisboa (2002),o crescimento das cidades da Europa e a 
ampliação das riquezas da burguesia serviram de incentivo às autoridades a, 
inicialmente, complementar e logo após assumir as atribuições das atividades 
da Igreja em relação aos enfermos. Nesse sentido, diferentes fatores contri-
buíram para esse cenário:
 � a concepção medieval de que os doentes, necessitados e indigentes são 
necessários para que os que pratiquem a caridade consigam a salvação 
da alma deixa de ser considerada verdadeira;
 � asilos e hospitais religiosos começam a ser considerados inadequados 
diante da nova concepção de saúde/doença;
 � entre os séculos XIII e XVI, a restrição das terras de cultivo, o alto 
desemprego e as condições sociais e econômicas levaram a um aumento 
desordenado do número de pobres e miseráveis, importunando a classe 
burguesa;
 � sem meios para se sustentar, os miseráveis simulavam ser aleijados ou 
enfermos para que pudessem ser admitidos nos hospitais, aumentando 
os custos assistenciais;
 � os hospitais eram mantidos pelo dízimo, cobrado nas igrejas, e pela 
caridade da população. O volume de recursos gerou cobiça nos 
administradores.
Posteriormente à decadência do sistema hospitalar cristão, muitas mudanças 
ocorreram, fazendo com que os hospitais, sob o domínio das municipalidades, 
se desenvolvessem no decurso da Idade Moderna. Nesse sentido, os hospitais 
passaram a ter uma organização diferente daquela conferida pela caridade 
11Origem da palavra hospital
cristã. A administração dos hospitais era feita por representantes adminis-
trativos, enquanto os religiosos permaneciam nas atividades de conforto 
espiritual aos enfermos. 
Em Portugal, é fundada a primeira Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, 
pelo Frei Miguel Contreiras, apoiado pela Rainha D. Leonor. A instituição 
oferecia abrigo e cuidado aos doentes, prisioneiros, pobres, órfãos e desvalidos.
As transformações sociais e econômicas do Renascimento modificaram 
a condição dos hospitais nas cidades. Era fundamental que os hospitais pas-
sassem a prestar atendimento a um número maior de pessoas em um tempo 
menor. Nesse sentido, os hospitais deixam de oferecer asilo aos necessitados, 
voltando-se para o tratamento dos doentes. 
Conforme Lisboa (2002), essa remodelação fez surgir o hospital moderno, 
com vistas ao tratamento de doenças, através de quatro princípios elementares:
 � utilização racional dos recursos disponíveis;
 � delimitação de seu perfil como instituição;
 � inserção da medicina profissional;
 � caracterização de suas funções terapêuticas.
Os religiosos asseguravam a rotina hospitalar, prestando cuidados e assis-
tência alimentar aos que ali estavam internados. A figura do médico surgia 
em visitas esporádicas, não mais que uma vez ao dia, para ver centenas de 
pacientes. 
O perfil do exército também se modificou. Antes, qualquer um poderia ser 
recrutado por dinheiro; agora, com a chegada do fuzil, havia a necessidade 
de treinamento, elevando os custos do alistamento. Dessa forma, era preciso 
impedir a morte de um soldado por motivos de doença, epidemias ou ferimentos 
que não o incapacitariam para o futuro. 
No século XIX, o progresso da medicina, as descobertas dos métodos 
assépticos, que diminuíram o número de infecções, e a descoberta de anes-
tésicos, que viabilizavam intervenções sem dor e maior chance de sucesso, 
fizeram com que os hospitais tivessem sua concepção modificada. Agora, o 
hospital deixava de ser um lugar onde os desvalidos iam morrer, passava a ser 
um lugar onde os enfermos buscavam a cura (LISBOA, 2002).
O modo de cuidar dos doentes foi alterado, a medicina e a enfermagem 
passam a ser atuantes no trabalho do tratamento dos enfermos. Em 1860, 
Florence Nightingale consolida o papel da enfermagem como fundamental 
no processo de cuidar. 
Origem da palavra hospital12
O progresso da tecnologia e da ciência foi fazendo com que os hospitais 
se desenvolvessem cada vez mais. Com melhores instalações e o progresso 
da medicina, as técnicas cirúrgicas foram sendo aperfeiçoadas. Começaram 
a surgir os médicos especializados. 
A Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, serviu como um grande campo 
experimental para o desenvolvimento da cirurgia. O custo das instalações 
cirúrgicas tornou-se vultoso. O avanço tecnológico exigia investimentos, 
portanto, os setores tinham que oferecer retorno financeiro. 
Na Segunda Guerra Mundial, 1939 a 1945, novos antibióticos foram 
introduzidos, reduzindo o número de mortes. Os hospitais de campanha 
realizavam a maior parte dos atendimentos dos soldados e feridos da guerra 
(LISBOA, 2002).
O crescimento e o desenvolvimento das instituições hospitalares acom-
panharam o progresso e o desenvolvimento do mundo de uma forma ge-
ral. Ciência e tecnologia avançam em direção a novas descobertas, novos 
medicamentos, novos procedimentos. O hospital contemporâneo é local 
de tratamento na busca incessante pela cura, de estudos e pesquisas cada 
vez mais intensos, no sentido de encontrar respostas que ajudem a curar as 
enfermidades.
As Santas Casas de Misericórdia, ao longo da história, configuraram-se em espaços de 
abrigo e conforto aos doentes mais necessitados. A primeira Santa Casa do mundo foi 
fundada em 1498, em Lisboa, com a denominação de “Confraria de Nossa Senhora de 
Misericórdia”. Sua fundadora foi a rainha Leonor de Lancastre, esposa de Dom João II. 
Você pode conhecer mais sobre a história das Santas Casas de Misericórdia no link: 
https://goo.gl/fVaYtF
13Origem da palavra hospital
ALMEIDA, T. História e evolução dos hospitais. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 1965. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_08.pdf. Acesso em: 
18 mar. 2019.
ANTUNES, J. F. L. Por uma geografia hospitalar. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, 
v. 1, n. 1, p. 227-234, 1989. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ts/v1n1/0103-2070-
-ts-01-01-0227.pdf. Acesso em: 18 mar. 2019.
ANTUNES, J. L. F. Hospital: instituição e história social. São Paulo: Letras e Letras, 1991. 
KOCH, S. R. Asclépio, o deus-herói da cura: seu culto e seus templos. Revista do Museu 
de Arqueologia e Etnologia, supl. 12, p. 51-55, 2011. Disponível em: https://www.revistas.
usp.br/revmaesupl/article/download/113567/111522/. Acesso em: 18 mar. 2019.
LISBOA, T. C. Breve história dos hospitais: da antiguidade à idade contemporânea. Revista 
Notícias Hospitalares, n. 37, p. 3-30, jun./jul. 2002. Disponível em: http://www.iph.org.br/
public/files/acervo/142323490614232349067106232768.pdf. Acesso em: 18 mar. 2019.
KERSTEN, V. M. O Código de Hamurabi através de uma visão humanitária. Âmbito 
Jurídico, v. 10, n. 42, jun. 2007. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/
site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4113. Acesso em: 18 mar. 2019.
ORNELLAS, C. P. Os hospitais: lugar de doentes e outros personagens menos referen-
ciados. Revista Brasileia de Enfermagem, v. 51, n. 2, p. 253-262, abr./jun. 1998. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v51n2/v51n2a07.pdf. Acesso em: 18 mar. 2019.
Leituras recomendadas
CARDOSO, M. M. V. N.; MIRANDA, C. M. L. Anna Justina Ferreira Nery: um marco na 
história da enfermagem brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 52, n. 3, p. 339-
348, jul./set. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v52n3/v52n3a03.pdf
COSTA, R. et al. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. Texto Contexto 
Enfermagem, v. 18, n. 4, p. 661-669, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/
v18n4/07.pdf. Acesso em: 18 mar. 2019.
RIBEIRO JR, W. A. Hipócrates de Cós. In: CAIRUS, H. F.; RIBEIRO JR, W. A. Textos hipocráticos: 
o doente, o médico e a doença. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. (História e Saúde). 
p. 11-24. Disponível em: http://books.scielo.org/id/9n2wg/pdf/cairus-9788575413753-03.
pdf. Acesso em: 18 mar. 2019.
SANGLARD, G. A construção dos espaços de cura no Brasil: entre a caridade e a medi-
calização. Revista Esboços, v. 13, n. 16, p. 11-33, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/viewFile/119/166. Acesso em: 18 mar. 2019.
SANTOS, L. M. A. Hospital Militar de Campanha: móvel, modular e autônomo. Artigo 
(Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde) - Universidade Católica de 
Brasília, Brasília, DF, 2017.
Origem da palavra hospital14

Outros materiais