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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CAMPUS ALPHAVILLE NUTRIÇÃO LARISSA CRISTINA SILVA DUMONT – D47BIJ-3 TURMA: NT8106 RELATÓRIO DE ESTÁGIO NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA MÓDULO UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SANTANA DE PARNAÍBA 2021 LARISSA CRISTINA SILVA DUMONT – D47BIJ-3 RELATÓRIO DE ESTÁGIO NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA MÓDULO UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Relatório desenvolvido como requisito de aprovação no estágio supervisionado obrigatório na área de saúde pública do curso de Nutrição da Universidade Paulista. Professora: Luciana Folchetti Supervisora: Patrícia Serafim SANTANA DE PARNAÍBA 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 1.1 Sistema Único de Saúde 4 1.2 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 5 1.3 Dados Atuais do estado nutricional e de consumo alimentar da população Brasileira 5 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 7 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO 10 3.1 Visita Domiciliar 10 3.2 Material educativo 11 3.3 Atendimentos nutricionais 11 4 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 12 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 13 REFERÊNCIAS 14 INTRODUÇÃO Sistema Único de Saúde Em 1988 na chamada Constituição cidadã, a saúde passou a ser considerada como um "Direito de Cidadania e um dever do Estado", com isso o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal Brasileira para materializar essa decisão (TEIXEIRA, 2011). A saúde era entendida como "o Estado de não doença" fazendo com que as iniciativas girassem em torno da cura de agravos à saúde sendo que os efeitos eram remediados com menor ênfase nas causas. Com o surgimento do SUS, a atenção passou a ser voltada para prevenção dos agravos e promoção da saúde (BRASIL, 2000). O SUS é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público (BRASIL, 2000). Atualmente, o SUS beneficia por volta de 180 milhões de brasileiros e realiza por ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos, desde procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos, portanto é considerado um dos maiores e melhores sistemas de saúde públicos do mundo. A saúde, antes acessível apenas para alguns grupos da sociedade sofreu uma democratização com a implementação do SUS e isso representou uma mudança do conceito sobre o qual a saúde era interpretada no país (FIOCRUZ, 2018). ( 15 ) Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) Em 2011, a portaria nº 2.448 aprovou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) estabelecendo com isso a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica (AB). A PNAB surgiu como resultado da experiência acumulada por aspectos históricos envolvidos com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo (BRASIL, 2012). A portaria define princípios e diretrizes gerais da atenção básica, funções na rede de atenção à saúde, responsabilidades, estrutura e funcionamento da atenção básica, processo de trabalho das equipes de atenção básica, atribuições dos membros das equipes de atenção básica, especificidades da equipe de saúde da família, especificidades da estratégia de agentes comunitários de saúde, equipes de atenção básica para populações específicas, núcleos de apoio à saúde da família e programa saúde na escola. A atenção básica constitui-se por um conjunto de ações de saúde direcionadas aos indivíduos e coletividades, abrangendo a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde. O objetivo da AB é desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde a autonomia das pessoas nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2011). A ideia é que a AB seja descentralizada e capilar, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas e devendo ser a porta principal de entrada e centro de comunicação com toda a rede de atenção à saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Dados Atuais do estado nutricional e de consumo alimentar da população Brasileira Os resultados obtidos com a versão mais recente da Vigitel indicaram que desde o início do monitoramento, em 2006, o maior aumento é o da obesidade, que saltou de 11,8% para 20,3% em 2019. De acordo com a última versão do Vigitel, o país atingiu a maior prevalência de obesidade entre adultos nos últimos treze anos. O consumo abusivo de álcool se manteve estável na população geral, mas cresceu entre as mulheres. A população tem adotado hábitos saudáveis como: consumir menos refrigerantes e sucos artificiais, consumir mais frutas e hortaliças, praticar atividade física e parar de fumar. De uma forma geral, a última edição da POF constatou que a alimentação do brasileiro ainda se baseia em alimentos como arroz, feijão, carnes e café. O consumo de frutas, verduras e legumes ainda permanecem abaixo do desejado. De acordo com os dados obtidos, 70% energia ingerida pelos indivíduos vem de alimentos minimamente processados com e sem adição de ingredientes culinários. O consumo de gorduras saturadas diminuiu para todos os grupos etários, entretanto o consumo de fibras também diminuiu. Mais da metade da população ainda ingere sódio acima do limite aceitável. A ingestão de açúcar também está acima do desejado, principalmente entre adolescentes. Os resultados ainda revelaram que 30% da energia ingerida por adolescentes vem de produtos ultra processados. A pesquisa PeNSE 2015 estimou que a prevalência de baixo peso para os escolares com idade entre 13 e 17 anos de idade, foi de 3,1 %, ficando um pouco mais elevada para os escolares do sexo masculino (3,8%), contra 2,5% do sexo feminino indicando assim uma pequena frequência de desnutrição na população de escolares. Quanto ao indicador de excesso de peso nos escolares, a prevalência ficou mais elevada, com cerca de 23,7%, que corresponde um total estimado de 3 milhões de escolares, mostrando pouca variação entre os dois sexos (23,7% para o sexo masculino e 23,8% para o feminino). Obesos representam mais de um terço do total de escolares do sexo masculino com excesso de peso e um pouco menos de um terço no caso das escolares do sexo feminino com excesso de peso. Outro dado mostrou que apesar da maioria dos alunos de 9º ano do ensino fundamental da rede pública frequentar escolas que informaram possuir cozinha em condições de uso ou oferecer comida, mais da metade desses estudantes (61,5%) informou comer raramente ou nunca a comida ofertada. Entretanto, 54,0% dos estudantes de escolas públicas e 92,0% de escolas privadas frequentam cantinas ou ponto alternativo de venda, onde uma variedade de alimentos considerados pouco nutritivos e inadequados à promoção da saúde na escola é vendida. Os produtos adquiridos são guloseimas, refrigerantes e salgadinhos industrializados. A ausência de uma normativa nacional que regule a venda desse tipo de alimento no ambiente escolar pode estar comprometendo a promoção de hábitos saudáveis entre os estudantes. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO A Unidade Básica de Saúde Butantã localiza-se na Rua Cabral de Menezes n° 51, na Vila Gomes. Pertence a coordenadoria Regional de Saúde Centro Oeste – Supervisão Técnica de Saúde Butantã. Atende uma área de abrangência referência com população aproximada de 34 mil habitantes. Horário de Funcionamento: de segunda a sexta das 07h às 19h. A unidade foi inaugurada sob gestão estadual em 1996 e municipalizada em 2004. Em dezembro de 2019 foi terceirizada passando a ser administrada pela empresa SPDM. Ocupa uma área de 1388m² cedida pela Secretaria Municipal da Educação. Atualmente a unidade conta com profissionais administrativos e equipe do PAI contratados via SPDM e profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos,assistente social, psicóloga, dentista contratados via prefeitura municipal. A UBS oferece a população grupos educativos liderados por profissionais de saúde da unidade ao longo da semana. Tai Chi Pai Lin Grupo de poli farmácia Artesanato Dança Sênior Música e terapia Meditação Histórias de vida Grupo de Diabetes Grupo de tabagismos Grupo de Ex-tabagistas Grupo Alivio da dor Atividade de Lian Gong Grupo de prevenção de quedas. No atual momento, por conta da pandemia de Covid 2019, todos os grupos realizados na UBS estão paralisados. Todos retornaram assim que as medidas de distanciamento social forem cessadas. O questionário socioeconômico desenvolvido ao longo do período revelou que a maior parte 54% da população atendida na referida UBS pertence à classe C1, seguida pelas classes B2, C2 e B1. Os resultados ainda demonstraram que a população idosa encontra-se em grande parte eutrófica, seguida por uma parte menor com sobrepeso e índices igualitários de peso normal e desnutrição. A população adulta apresenta em maior parte, um estado de eutrofia seguido por sobrepeso, níveis igualitários de desnutrição e obesidade grau I e em menor quantidade obesidade grau III. Em avaliação, a população divide-se pela metade entre portadores e não portadores de DCNT. Dentre os portadores de DCNT, a maior parte apresenta HAS seguido por DM e DLP. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO 3.1 Visita Domiciliar Dentre os atendimentos realizados durante o período do estágio, esteve um atendimento domiciliar a uma paciente idosa. A nutricionista acompanhada de estagiárias esteve na residência da paciente para efetuar uma avaliação nutricional para posterior solicitação de dieta enteral para a referida paciente. A avaliação nutricional realizada contou com a mensuração da altura do joelho, cincunferência braquial, cincunferência da panturilha e dobra cutânea tricipital. Além disso, foram realizados cálculos de peso estimado, altura estimada, IMC e sua classificação. Em seguida foram realizados cálculos de necessidade nutricional por Harris Benedict e da dieta industrializada a ser utilizada quando possível. A cuidadora da paciente ainda recebeu orientações sobre a dieta enteral como administração, manipulação e cuidados com a sonda. 3.2 Material educativo As atividades incluíram a elaboração de um material educativo e didático destinado à orientação de pacientes diabéticos. Fonte: Autoria própria. 3.3 Atendimentos nutricionais A maior parte do período de estágio foi ocupada pelas consultas nutricionais. Na primeira semana do estágio na unidade de saúde básica os atendimentos são conduzidos pela nutricionista, os estagiários assumem inicialmente o papel de observadores acompanhando a consulta. Em dado momento são autorizados a participar ativamente fazendo perguntas direcionadas ao próprio paciente. Na segunda semana, os estagiários realizam os atendimentos em dupla, enquanto um estagiário conduz o atendimento preenchendo o formulário com as informações do paciente, o outro presta suporte auxiliando na construção da anamnese e por fim, juntamente com a nutricionista, os estagiários estabelecem as metas nutricionais. A experiência de acompanhar a nutricionista nas consultas foi extremamente importante, pois possibilitou inicialmente a assimilação da conduta nutricional guiada, mas não aprisionada aos formulários de primeira consulta e retorno, fazendo com que nós estagiários tomássemos ciência da estrutura dos atendimentos. Participar ativamente do atendimento ou mesmo conduzi-lo com o suporte da nutricionista foi uma experiência enriquecedora, uma vez com esse suporte temos a chanche de dar os primeiros passos em direção a uma postura autônoma e confiante para seguir com o crescimento e desenvolvimento profissional e pessoal. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA O profissional nutricionista pode atuar no âmbito da Atenção Primária em Saúde em geral e, em particular, da Estratégia da Saúde da Família (ESF) dessas ações públicas com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a Política Nacional Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) bem como a Política Nacional de Promoção da Saúde (CFN, 2015). O profissional de nutrição tem o importante papel de promover uma reeducação dos hábitos alimentares da população fazendo a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida. Nos serviços de saúde, através das consultas com monitoramento do estado nutricional, há possibilidade de diagnósticos longitudinais, o que é de grande importância para a melhoria das condições alimentares e nutricionais da comunidade (MATTOS; NEVES, 2009). No âmbito da Atenção Básica as atividades realizadas pelo profissional de nutrição visam a ampliação da qualidade dos planos de intervenção, em especial às doenças e agravos não-transmissíveis, o crescimento e desenvolvimento na infância, na gestação e no período de amamentação. Assim, socializar o conhecimento sobre os alimentos e realizar ações que promovam a segurança alimentar e nutricional torna-se essencial à população (MANCUSO et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que o principal papel da atenção básica consiste na promoção da saúde e na prevenção de agravos, a atuação do profissional de nutrição atende muito bem a essa necessidade. Isto pôde ser comprovado durante a vivência da rotina do profissional nutricionista na prática. Esse controle da questão nutricional dos pacientes tem muito a beneficiar a população e ao governo, uma vez que esse controle evita o agravamento dos casos, promove saúde e qualidade de vida mitigando custos. A participação desse profissional junto ás equipes multiprofissionais em todos e cada um dos programas desenvolvidos na atenção básica é de extrema importância para o cumprimento das ações previstas na atenção primária. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema Único de Saúde (SUS) princípios e conquistas / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. - Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 44p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf. Acesso em: 20 out. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. PNAB Política Nacional de Atenção Básica. Brasília-DF, 2012. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf. Acesso em: 21 out. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.448, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html. Acesso em: 21 out. 2021. CERVATO-MANCUSO, Ana Maria et al. A atuação do nutricionista na Atenção Básica à Saúde em um grande centro urbano. Ciência & Saúde Coletiva, [S.L.], v. 17, n. 12, p. 3289-3300, dez. 2012. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/csc/2012.v17n12/3289-3300/pt. Acesso em 20 out. 2021 CFN CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. O Papel do Nutricionista na Atenção Primária à Saúde. 3ª Edição, BRASILIA, Julho 2015. Disponível em https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2015/11/livreto- atencao_primaria_a_saude-2015.pdf. Acesso em: 22 out. 2021. Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico – VIGITEL. Brasília, DF. 2020. Disponível em: <https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/27/vigitel-brasil- 2019-vigilancia-fatores-risco.pdf>. Acesso em: 21 out. 2021. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF. Brasília, DF; 2019. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/592d8b94384 f3953adc8e73d397c4936.pdf>. Acesso em: 20 out. 2021. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ.SUS. Pense SUS. 2018. Disponível em: https://pensesus.fiocruz.br/sus. Acesso em: 19 out. 2021. MATTOS, Priscila; NEVES, Alden. A Importância da Atuação do Nutricionista na Atenção Básica à Saúde. Revista Práxis, Volta Redonda - RJ, ano 1, n° 2, agosto 2009. Disponível em: http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/praxis/article/view/869/1003. Acesso em: 19 out. 2021. TEIXEIRA, Carmen. Os princípios do Sistema Único de Saúde. Debate nas Conferências Municipal e Estadual de Saúde. Salvador: Junho de 2011. Disponível em:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3023433/mod_resource/content/4/OS_P RINCIPIOS_DO_SUS.pdf. Acesso em 19 out. 2021
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