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DISCALCULIA Ø Palavra originada da junção dos termos gregos Ø Dis (mal) Ø Calculare (contar) Ø Incapacidade de aprendizagem específica que afeta a aquisição da habilidade aritmética DISCALCULIA Transtorno Específico da Aprendizagem com Prejuízo na Matemática Discalculia do Desenvolvimento Transtorno Específico das Habilidades Matemáticas Discalculia ¡ são termos utilizados para se referir a um padrão de comportamento caracterizado por problemas persistentes no processamento de informações numéricas , aprendizagem de fatos aritméticos e realização de cálculos. DISCALCULIA ¡ Henschen publica trabalho relacionado a dificuldades com cálculos em algumas lesões cerebrais. Utiliza os termos acalculia e discalculia para se referir a pessoas que tem a capacidade de calcular e quantificar/ numerar impossibilitadas ou prejudicadas por lesão ou mal funcionamento cerebral. ¡ Gerstman, Strauss, Werner e Critchley observam alterações neurológicas em adultos que perderam a capacidade de contar e de realizar operações aritméticas. HISTÓRICO ¡ Berger, Benton e Hécaen diferenciam acalculia primária e acalculia secundária ou discalculia. ¡ Kosk define a discalculia como uma perturbação estrutural das habilidades matemáticas, devido ao mal funcionamento cerebral, mas sem afetar o funcionamento mental geral ¡ Luria relaciona as perturbações persistentes nas habilidades matemáticas com problemas no lobo occipital. HISTÓRICO números, ¡ Segundo Kosk há 6 subtipos de discalculia: 1. Verbal – dificuldade em nomear quantias, símbolos, termos 2. Practognóstica – dificuldade para quantificar, enumerar, comparar quantias 3. Léxica – dificuldades com a leitura e significado de símbolos matemáticos 4. Gráfica – dificuldades na escrita de símbolos matemáticos 5. Ideognóstica – dificuldades com as operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos 6. Operacional – dificuldades em realizar operações e cálculos TIPOLOGIA Quais são as características da discalculia? ¡ Dificuldade na compreensão e reconhecimento de números e sua associação às grandezas correspondentes ¡ Falta de compreensão das relações espaciais estabelecidas entre números em operações matemáticas (discriminação viso-espacial) ¡ Dificuldade de compreensão do raciocínio envolvido em operações matemáticas CARACTERÍSTICAS ¡ A dificuldade não está na compreensão dos símbolos numéricos, mas sim nas relações de quantidade, quantificação. ¡ A dificuldade não é decorrente de falta de estimulação ou do uso de métodos inadequados (ao contrário, é persistente à variação em métodos, técnicas, instrumentos e repetição) CARACTERÍSTICAS ¡ Pode estar associada a Específicos da Aprendizagem outros Transtornos (2/3 dos casos), especialmente TDAH predominantemente desatento, dislexia, TNVA, transtornos psicológicos externalizantes e internalizantes. CARACTERÍSTICAS DISCALCULIA Espacialidade/ Temporallidade Memória Contagem Cálculos Números Medidas ¡ Questões espaciais/ temporais §Dificuldade em aprender a identificar hora, especialmente em relógio analógico. No relógio digital, se atrapalha com a configuração de 24h. §Confusão direita/ esquerda, problemas de lateralidade e lateralização. §Dificuldade com a compreensão de mapas. §Dificuldade com a localização espacial. DETALHANDO ¡ Questões relacionadas a medidas §Dificuldade para compreender conceitos de tempo, espaço, velocidade §Problemas para lidar com dinheiro, em especial com troco §Dificuldade em compreender relações de grandeza e entre medidas DETALHANDO ¡ Questões relacionadas aos números: § Dificuldade em identificar números, troca com frequência. § Dificuldade com valor/ posição. § Dificuldade para ordenar números e quantidades. ¡ Cálculos § Problemas numéricas, para fazer transformar/ equivalências transferir informações (4+5=9 ou 5+4=9; 2+2+2=6 ou 3x2=6 ou 3+3=6 ou 2x3=6) § Falta de confiança nas próprias respostas DETALHANDO ¡ Contagem: § Dificuldade com contagem e quantificação § Se perde facilmente em uma sequencia numérica § Troca ordem/ posição dos números § Dificuldade em aprender contagem de 2 em 2, 3 em 3... ¡ Memória: § Problemas em lembrar fatos numéricos § Precisa constantemente recapitular ações e pensamento • no que se refere a números, quantificação e cálculos DETALHANDO Critérios diagnósticos da discalculia ¡ As dificuldades persistem por mais de 6 meses § Haase e cols. sugerem avaliação em dois momentos distintos, com intervalo de 1 ano, havendo intervenção nesse interstício temporal ¡ As dificuldades estão substancial e quantitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica da pessoa conforme testes padronizados ¡ As dificuldades iniciam- se durante os anos escolares § Especialmente desde a pré-escola, sendo necessário documentar essas dificuldades. Mas o diagnóstico deve ser feito idealmente após o 2º ou 3º ano do Ensino Fundamental, após instrução adequada ¡ Essas dificuldades não podem ser explicadas por deficiências intelectuais, problemas auditivo ou visual não corrigidos, transtornos mentais ou neurobiológicos, adversidades psicossociais, instrução inadequada ou insuficiente CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM V ¡ Deve ser feito por um conjunto de profissionais, atuando conjuntamente ou não: § Pedagogo ou psicopedagogo capacitado para instrução e avaliação das habilidades matemáticas § Psicólogo ou Neuropsicólogo § Neuropediatra § Fonoaudiólogo ¡ Acomete cerca de 3% a 5% da população (dados americanos) DIAGNÓSTICO E PREVALÊNCIA ¡ Processamento da informação ¡ Percepção § Reconhecimento e produção de números e quantidades ¡ Representação número/ símbolo ¡ Discriminação viso- espacial ¡ Memória de curto e longo prazo ¡ Raciocínio sintático ¡ Atenção ALGUNS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA ¡ LOBO FRONTAL: concentração, planejamento, iniciativa, cálculos mentais rápidos, conceituação abstrata, habil idades de solução de problemas, execução oral e escrita ¡ LOBO PARIETAL ESQUERDO: habil idades de sequenciação, processamento de informações relacionadas ao espaço e volume ¡ LOBO OCCIPITAL: discriminação visual de símbolos matemáticos escritos ¡ LOBO TEMPORAL: responsável pela percepção audit iva, memória verbal de longo prazo, memória de série, operações matemáticas básicas PRINCIPAIS ÁREAS DO CÉREBRO ENVOLVIDAS NO RACIOCÍNIO MATEMÁTICO 1. Giro Angular Esquerdo: cálculos aritiméticos, reconhecimento numérico 2. Sulco intraparietal esquerdo (IPS) : contagem, quantificação. Gerencia a “linha mental”, uma forma pela qual nosso cérebro integra numérica resolução de problemas matemáticos,a atenção visual e a memória visuo-espacial de cur to com a prazo e ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS NA DISCALCULIA informações integradas de outras áreas para chegar a solução da tarefa. 3. Sulco intraparietal direito: comparação de diferenças entre quantidades Estudos com neuroimagem ainda são inconclusivos. ¡ Há problema na ativação das áreas parietais responsáveis pela realização da base operações numérico de quantidade, grandeza, simbólico e não-simbólico e conceito matemático, o que resulta na demora ou em erro ao informações para as áreas que, buscando suprir esse passar frontais déficit, acabam desenvolvendo um funcionamento alterado e gerando uma fadiga por hiperativação da sua base eletrofisiológica, ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS NA DISCALCULIA ¡ As dificuldades de aprendizagem matemática podem ser superadas com o uso de métodos e técnicas de ensino diversificados ¡ A discalculia tende a persistir mesmo com a variação de métodos e técnicas de ensino, apesar desses serem fundamentais, junto à repetição, para que o discalcúlico desenvolva estratégias para enfrentar suas dificuldades. § Desenvolver suportes, apoios, estratégias DISCALCULIA VERSUS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MATEMÁTICA O diagnóstico de discalculia não pode servir justificaro fracasso escolar, deve fundamentar a reorientação da prática pedagógica para promover o sucesso acadêmico . Discalculia e questões sobre a prática pedagógica ¡ Brasil ocupou matemática a 58ª posição na avaliação no desempenho em do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) em 2012 A QUESTÃO DO DESEMPENHO EM MATEMÁTICA NO BRASIL ¡ Frequentemente considerada: § difícil de aprender, § complicada de ensinar, § chata ¡ Muitas vezes distante do contexto dos alunos, seu cotidiano, suas necessidades, motivações. ¡ Colocada em segundo plano, em comparação à alfabetização, nos primeiros anos de escolarização, em algumas escolas. MATEMÁTICA COMO DISCIPLINA CURRICULAR ¡ Questões importantes para manter em mente e guiar as ações pedagógicas: § A paciência § O relacionamento com colegas, professor e outros profissionais da escola (bullying) § Apoio na percepção e construção de uma auto-imagem positiva § Adaptação, busca de métodos, estratégias, técnicas e instrumentos § Ajustar o ensino às necessidades do educando ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS QUESTÕES GERAIS ¡ Permitir e encorajar participação, respostas do tipo “não sei” e pedidos de esclarecimentos ¡ Lembrar que o professor não sabe de tudo, também erra ¡ Enfatizar que os adultos desconhecem os acontecimentos ou ideias das crianças, para se opor à hipótese infantil de que o adulto sempre sabe todas as respostas e o que as crianças pensam ¡ Evitar perguntas do tipo “sim”, “não”, para evitar a aquiescência ¡ Diminuir a quantidade de aula expositiva e realizar mais jogos, atividades lúdicas e colaborativas, que envolvam todos e os coloque a cargo da própria aprendizagem ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ENVOLVENDO OS ALUNOS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ASPECTOS INTERVENTIVOS INTERVENÇÕES Metodológicas Métodos e técnicas de ensino Organizativas Planejamento (objetivos, expectativas) Adequação de conteúdos Avaliativas Recursos Materiais Humanos ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ¡ Questões metodológicas organizativas: § Tipo de agrupamento dos alunos (intraclasse, interclasse) § Dar acompanhamento mais individualizado ou próximo nessa área § ZDP § Organização didática do espaço físico e da aula § Organização dos períodos definidos para o desenvolvimento das atividades previstas, em especial: § Alargar o tempo de realização das tarefas § Segmentar tarefas ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ¡Adequações ao planejamento (expectativas de aprendizagem, objetivos) § Priorizar de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno § Eliminar de objetivos de acordo com as necessidades do aluno § Acrescentar objetivos, considerando as necessidades do aluno § Trabalhar com conceitos fora da sala de aula (reforço, • interventivo, projetos) ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ¡ Adequações aos conteúdos/ de acesso ao currículo § Identificar os pontos fortes e fracos do aluno e entender como o aluno aprender melhor § Priorizar áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores § Sequenciar de forma pormenorizada conteúdos que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade das tarefas, atendendo à sequencia de passos, à ordenação de aprendizagem, etc. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ¡ Adequações aos conteúdos/ de acesso ao currículo § Priorizar a aprendizagem e retomada de determinados conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação § Eliminar conteúdos menos relevantes, secundários para dar atenção mais intensiva e prolongada a conteúdos básicos e essenciais do currículo § Ensinar conceitos importantes relacionando-os com a vida prática § Realizar problemas da vida real ¡Recursos Materiais: §Suportes visuais § Jogos §Materiais concretos §Calculadora §Recursos informáticos e digitais: computador, tablet, aplicativos §Exercícios e atividades ¡ Recursos Humanos: § Professor regente § Equipe escolar (apoios, docentes, estagiários) § SAA/SEAA INTERVENÇÕES FOCADAS NOS RECURSOS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS Fio de contas Escala Cuisenaire ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS Ábaco ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS Números e símbolos ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS Blocos lógicos REFERÊNCIAS